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TRAJETÓRIA DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE DOIS

PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL – SÉRIES INICIAIS DO

MUNICÍPIO DE SANTA ROSA DO PURUS ACRE

Adriano da Silva
Ygor Peres de Oliveira
Alcione Maria Groff

RESUMO:

Palavras-chave: trajetória docente; idade docente; ensino fundamental.


QUANDO COMEÇOU A ESTUDAR?
Eu, Ygor Peres de Oliveira, nasci em 1995, comecei minha trajetória escolar
quando era muito novo eu tinha 5 anos de idade, toda minha trajetória escolar foi na
rede pública de ensino estudei em uma escola de ensino infantil chamada
Chapeuzinho Vermelho no município de Sena Madureira, não tenho muitas
recordações, no entanto lembro que minhas professoras eram excelentes
profissionais.

Já no Ensino Fundamental séries iniciais encontrei algumas dificuldades para


aprender a ler e escrever, por ex: eu conhecia as letras porém tinha dificuldades na
junção de sílabas para formar palavras, essas dificuldades foram superadas quando
comecei a ter aula particular de alfabetização no contra turno; para mim a escola
pública falhou no seu papel, no entanto ela se superou pois eu também tinha
dificuldades em outras disciplinas como por ex: Matemática, que foram sendo
superadas com o passar do tempo e com a ajuda de bons professores da rede
pública de ensino.

Na 5° série do ensino fundamental também com dificuldades uma delas era o


ensino de língua estrangeira “espanhol”, era tudo complicado não entendia direito o
conteúdo que o professor passava, eu mal sabia o português minha língua materna.
Outra dificuldade foi eu me acostumar e me adaptar com professores diferentes em
cada uma das disciplinas, por se tratar de uma nova etapa de ensino no qual era
tudo estranho tive rendimentos baixos porém necessários para avançar para as
séries seguintes e concluir o meu Ensino Fundamental mesmo com algumas
dificuldades.

No Ensino Médio pode-se dizer que foi a etapa de ensino onde me deparei
com conteúdos que fugiam bastante da minha realidade, tive bons professores que
realmente se preocupavam com a aprendizagem dos alunos onde sempre
buscavam meios para facilitar o entendimento dos conteúdos, assim como tive
professores ruins que não se importavam com nada. Uma das principais dificuldades
que tive no ensino médio foi na parte da apresentação de seminários, leitura e
interpretação de textos, onde tinha que se expor realizar uma apresentação
discorrendo sobre determinado conteúdo, isso para mim era bastante difícil pois
desde o início do meu estudo não tive essa preparação aquele incentivo para se
perder o medo de se expressar, eu já estava ciente de que no meu processo escolar
ficaria essa lacuna e que algum dia eu iria sentir falta mais na frente.

Após terminar o meu Ensino Médio passei 4 anos sem estudar sem se sentar
em uma cadeira de escola para estudar novamente, simplesmente pelo fato de não
ter condições de bancar uma faculdade, foi ai que tive a oportunidade de me
escrever no PARFOR. Quando ingressei e comecei a cursar um ensino superior
disse para mim mesmo que jamais desistiria e que iria até o fim, pensei em desistir
logo nas primeiras semanas pois tinha passado muito tempo sem estudar após
terminar o ensino médio, com o passar do tempo fui me adaptando com uma nova
realidade de ensino e fui me familiarizando com os colegas de turma, os professores
são de ótima qualidade, formados e capacitados para nos ensinar.

As dificuldades encontradas no ensino superior eram muitas, como eu disse


anteriormente ficou várias lacunas no meu processo de escolarização e que algum
dia isso faria falta, leitura, interpretação de textos, coisas que não tive incentivo
durante a minha trajetória escolar, porém o PARFOR veio e mudou minha vida, não
só no preenchimento dessas lacunas como também no aperfeiçoamento e
conhecimentos novos para a minha formação pessoal e profissional, tenho certeza
que quando terminar essa formação estarei preparado e capacitado para dar o meu
melhor e contribuir para uma educação de qualidade para o município.

QUANDO COMEÇOU A TRABALHAR COMO


PROFESSOR?
Comecei a trabalhar primeiramente na Secretaria Municipal de Educação de
Santa Rosa do Purus, no ano de 2017 a 2020, trabalhava diretamente com as
coordenadoras do Ensino Rural, onde participei de viagens para dar suportes,
formações, capacitações para os professores das escolas ribeirinhas, nesse
período obtive bastante conhecimento nesta área. Foi então que me escrevi para
participar do PARFOR pois trabalhava como coordenador, o PARFOR abriu novas
portas de conhecimentos e oportunidades para exercer a profissão docente.

O período que trabalhei na Secretaria me chamou a atenção da profissão


docente, no entanto estava faltando algo, algo de extrema importância que era ter a
experiência e contato com os alunos em sala de aula, foi ai que me escrevi no
seletivo no ano de 2021 para exercer a profissão docente. Foi uma das experiências
mais gratificantes que já tive embora ter trabalhado por pouco tempo, tive a
oportunidade de associar os conhecimentos que obtive junto ao PARFOR com a
prática da docência, isso é o início da minha trajetória para contribuir para/com a
educação.

HISTÓRIA DE VIDA

Eu mi chamo Adriano Da Silva, e essa e a minha história. Eu nasci no dia 05 de Abril no ano
de 1990.Nascie no município de Manoel Urbano, meus pais maravam na zona rural. Minha mãe
viajou para Manoel urbano somente para dar à luz lá que foi eu Comecei meus estudos com 7 anos
de idade em uma escola na zona rural com a professora zeza minha primeira professora ,ela mi
ensinou a escrever a ler bom ela mi Alfabetizou na verdade a gente eu e meus irmãos e outros
alunos estudávamos em uma casa somente assoalhada de tabuas e coberta com palhas ,quando
chovia com vento muitas vezes a gente se molhava e molhava nossos matérias ‘’Matérias’ ’era só
um caderno pequeno e um lápis .A gente andava dentro do mato por uns 25 a 30 minutos por um
caminho ate chegar no Rio, e ainda tínhamos que atravessar o rio para finalmente chegarmos ate a
escola, uma vez nossa canoa se alagou-se com a gente dentro eu e meu outro irmão não sabíamos
nadar e se afogamos um pouco, mas nosso irmão mais velho tirou a gente para o barranco, todos
nos se molhamos e nossos matérias também, mesmo assim a gente ainda foi para a escola .Nesse
dia eu sentei na cadeira todo molhado, a professora mi deu outro caderno para nós, nesse dia eu fiz
varias bolinhas no meu caderno, A professora perguntou! Meu filho por que você fez essas
bolinhas ? eu comecei a chora e disse que era a agua do rio. Nessa escola chamada de Nazira eu e
meus irmãos aprendemos ler, escrever. La só tinha até a 4°serie, quando a gente chegava na
4°serie a gente ficava repedindo a mesma serie uns dois anos até a gente vim mora aqui no
Município de Santa Rosa do Purus chegamos aqui fomos estudar na escola Antônia Fernandes de
moura , Era a única escola que tinha no município , mas tinha todas as series ate o 3° ano do Ensino
médio, quando eu vim estudar aqui em santa rosa mi colocaram na 1°serie mesmo eu sabendo ler e
escrever! Já, enquanto os outros alunos não sabiam praticamente de nada, um certo dia uma
professora foi na minha sala conversa com a minha professora ,quando essa professora chegou lá
eu estava lendo ai ela ficou olhando ai eu tímido abaixei minha cabeça ai ela fez os nomes dado:
bolo rato e lua no quadro, e pediu para mim ler! Eu levantei da cadeira fui lá no quadro e li todas as
palavras, tanto eu como meu irmão ficamos uma semana fazendo teste, ai a gente foi avançando
para a 4°serie,ate hoje eu mi lembro dessa segunda professora a dona farar ela mi ajudou muito
aqui, tanto eu como meus irmãos, lembro que a gente ia para a escola todos os dias com a mesma
Roupa, enquanto os outros alunos todos os dias iam com roupas diferentes, bem, a gente morava
na zona rural chegamos aqui com meu pai e meu irmão mais velho fomos trabalhar na diária, O
dinheiro dava somente para comprar alimentos para nós, Essa foi a pior parte dos meus estudos foi
na 4ºserie e na 5º serie tinha dia que não dava vontade de ir para escola, por causa dos bullying
preconceitos etc. sim eram ruim ver seus colegas rindo da sua cara tinha dia que eu não saia para
merenda, ficava lá no meu cantinho triste as vezes chorava acho que talvez seja por isso que ainda
sou um pouco tímido. A professora farar mi dava muita força conversava muito comigo, e isso mi
ajudou muito, ai eu terminei o meu Ensino fundamental, e fui fazer o meu Ensino médio comecei
em 2009 e terminei em 2011,No ensino médio foi muito bem maravilhoso tinham ótimos professores
a dona Giovana professora de português era mesmo que ser uma mãe para todos os alunos. No
ensino médio Eu aprendi um pouco de inglês, Mi aprofundei no espanhol, os professores eram
muitos bons ensinavam com carinho e Amor. Concluí meu Ensino médio em 2011 no ano seguinte
em 2012 fui chamado para ser professor na Escola DR CELSO COSME SALGADO como eu não
tinha Emprego aceitei sem nem pensar muito , cheguei na sala para a formação dos professores na
sala tinha umas 4 pessoas que nunca tinha entrado em uma sala de aula para Lecionar, aquilo tudo
para mim era novo, frio na barriga medo de Errar enfim, fui para uma sala acelera alunos com idade
bem avançada, já alguns alunos já conhecia filhos de pessoas próximas e conhecidas, no meu
primeiro dia de aula como professor foi mas para mi apresentar conhecer os meus alunos essas
coisas durante o ano Letivo eu errei e aprendi, para mim que nunca tinha entrado em uma sala de
Aula para Lecionar E bem diferente de ser Aluno porque você como só tem a RESPONSABILIDADE
de ir para a Aula, Agora como PROFESSOR muda tudo, de Aluno você passa a ser PAI,MAE e
IRMAO são crianças onde todas são diferentes histórias de vida diferentes eu No meu primeiro Ano
como Professor eu sai bem consegui recupera os alunos atrasados voltaram para suas series
normais, No meu segundo ano como professor já foi mas tranquilo fui para o 3°ano LECIONAR
novos alunos Em outra sala, todos praticamente sabendo o Básico. já final do ano o índice da
escola subiu muito os 5°anos e os 3°anos foram muito bem nas provas quando o resultado vem e
muito gratificante ver que vão muito bem nas Avaliações Eu como professor fui evoluindo ano após
ano Lecionei por 7 anos, O ruim aqui em santa rosa e que os políticos interferem muito mesmo com
os seletivos, só passa quem o prefeito e o secretario querem, isso acaba que prejudicando muitas
pessoas que realmente querem ser professor e fazer algo em pro da educação, eu fiquei muito triste
na ultima vez que eu fiz seletivo 7 anos como professor tinha meu currículo tinha tudo mas nem
classificado eu fiquei, enquanto pessoas que nem continuam ido para uma sala de aula passaram
seletivo isso me deixa muito triste me decepcionei muito eu sei que eu era um bom professor e eu
tinha sim condições de passar no seletivo, mas como eu já falei o politico aqui interferi em muita
coisa, e prejudica muitas pessoas eu já estava com tudo ok para fazer parte da turma de 2018 do
por for em pedagogia ,eu falei eu vou sim voltar a ser professor um dia mas só depois de formado
em pedagogia com ensino superior .O PORFOR como uma oportunidade de mi formar e ser
formado com ensino superior provavelmente para todos surgiu como uma oportunidade de se formar
e ter o ensino superior, não como uma prioridade o bom e que todos abraçam essa oportunidade,
porque sabemos que com o nosso ensino superior as coisas vão ficar mas fácies para nos, com o
PORFOR o curso de pedagogia eu aprendi muitas coisas cada disciplina aprendemos algo novo
claro isso e muito importante para nos que queremos continua nossas vidas como professor após a
conclusão do curso, No início do PORFOR não foi fácil mesmo vendo as pessoas todos os dias eu
não tinha intimidade fiquei nervoso sim, A timidez voltou, veio a primeira disciplina com a professora
karline já fui perdendo um pouco da timidez fazendo amizade amigos Novos, só tinha um amigo fora
a minha irmã que era o Indígena Alexandro Oliveira Kaxinawa, Uma coisa que eu vi foi que os
Indígenas foram praticamente excluídos por todas bom eu disse eu não vou fazer isso, tanto em
grupos ou em trio e duplas eu sempre estava com eles ai se tornamos bons amigos durante essa
caminhadas eu gosto de sentar bem atrás hoje eu não mi considero uma pessoa tímida não, Eu não
sou muito de falar, prefiro ouvir o professor explicando eu aprendo muito eu tenho uma dificuldade
em se expressar ou seja falar muito durante o PORFOR em algumas disciplinas alguns professores
já falaram isso, que eu preciso me expressar mas, falar mas porque eu escrevendo tenho bons
argumentos mi expresso bem falo bem tenho ótimas ideias, sim realmente isso e verdade muitas
vezes eu prefiro ficar calado por medo de falar algo Errado e ficarem rindo de mim todos os
professores do PORFOR são ótimos sim, eles ensinam bem todos os métodos de ensino dos
professores são excelentes, isso mostra que todos se importam com nos seus alunos, teve professor
que eu tive mas intimidade, outros menos, mas todos tiveram a mesma importância e eu serei
sempre grato a todos. No PORFOR eu construí amizades fiz Amigos verdadeiros, mi
estressei ,brinquei e mi diverti bom eu sou muito grato primeiro a DEUS por ter mi dado essa RICA
Oportunidade de esta fazendo esse CURSO no meu Município os MATERIAS tudo de graça, e em
SEGUNDO lugar Agradece de CORACAO, ao PORFOR e aos professores por tudo que nos
ensinaram, muito OBRIGADO PORFOR Essa e minha HISTORIA .

Aluno: ADRIANO DA SILVA

1. INTRODUÇÃO

Este estudo tem como principal objetivo pesquisar a trajetória da formação


docente de acordo com as narrativas e relatos de dois professores do Curso de
Pedagogia que iniciaram suas atividades no ensino fundamental – séries iniciais
com formação apenas no ensino médio. Busca entender como o processo invertido
de primeiro atuar em sala de aula e posteriormente obter formação teórica no curso
superior interferiram no processo da construção da identidade docente.
Para a realização deste trabalho utilizou-se como metodologia as narrativas
de história de vida, que segundo Leite (2005, p.?) “entende como
Ver Eixo 1 – que fala sobre a metodologia
Para orientar este texto destacamos a seguinte questão norteadora: como as
experiências vividas sem ter cursado a graduação influenciaram na construção da
identidade docente e interferiram na prática pedagógica no exercício da docência?
Esta pesquisa poderá contribuir para reflexões a partir das experiências
vividas sobre o exercício da docência e a construção da identidade docente
possibilitando a criação de novas práticas pedagógicas.

2. TRAJETÓRIA ESCOLAR
(Construção teórica ver eixo 2)

A formação profissional é um processo que inclui aprendizagens formais e


informais a partir do contexto social e cultural em que o sujeito está inserido. As
experiências vividas pelas pessoas repercutem no processo da construção da
identidade docente.
Comecei meus estudos com 7 anos de idade em uma escola na zona rural
próximo do município de Manuel Urbano com a professora Zéza. Ela me ensinou
a escrever e a ler. A escola era precária em sua estrutura física, ou seja, era uma
casa com apenas cobertura de palha com o assoalho de tábua de palmeira de
paixubão. Quando chovia molhava todo o local e nossos materiais que era um
caderno pequeno e um lápis. Eu e meus 4 irmãos andávamos dentro do mato por
uns 25 a 30 minutos por uma picada no meio da mata até chegar no Rio. Daí nós
pegávamos uma canoinha e atravessávamos o rio porque a escola se localizava
do outro lado (Adriano).

Eu tinha 5 anos de idade quando iniciei o ensino infantil na escola Chapeuzinho


Vermelho no município de Sena Madureira. Toda minha trajetória escolar foi na rede
pública. Não tenho muitas recordações, no entanto lembro que minhas professoras
eram excelentes profissionais. Já no ensino fundamental - séries iniciais encontrei
algumas dificuldades para aprender a ler e escrever, por exemplo, eu conhecia as
letras, porém tinha dificuldades na junção de sílabas para formar palavras. Essas
dificuldades foram superadas quando comecei a ter aula particular de alfabetização
no contra turno, para mim a escola pública falhou no seu papel, no entanto ela se
superou pois eu também tinha dificuldades em outras disciplinas como por ex:
Matemática, que foram sendo superadas com o passar do tempo e com a ajuda de
bons professores da rede pública de ensino. (Ygor)
Continuar com uma fundamentação teórica (eixo 2)
De acordo com Leite (2005) a identidade docente se caracteriza por...

3. TRAJETÓRIA DOCENTE / PROFISSIONAL

O profissional prático reflexivo é aquele que dispõe de um processo


de reflexão que implica a imersão consciente no mundo de sua
experiência. Isto significa partir do reconhecimento da necessidade
de analisar o que faz frente aos problemas complexos da prática
educativa para compreender como resolver situações que escapam
ao planejamento e transformam o cotidiano de seu trabalho (PRADO,
FERREIRA e FERNADES, 2011, p.143-144).

Ver eixos 3 e 4 que falam sobre a formação docente.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

PRADO, Guilherme do Val, FERREIRA, Cláudia Roberta e FERNADES, Carla


Helena. Narrativa Pedagógica e Memória de Formação: escrita dos profissionais
da educação? Revista Teias v.12 – n.26 - 143 -153. Set./ Dez. 2011 – Jovens,
Territórios e Práticas Educativas.

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