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Andressa Leal Baptista – Pedagogia Vespertino

Disciplina de História da Educação III

Profª Drª Rosa Fátima de Souza Chaloba

ESTUDO (AUTO) BIOGRÁFICO E ILUSTRADO DA TRAJETÓRIA DE


ESCOLARIZAÇÃO – VERSÃO I

1 APRESENTAÇÃO

Neste presente trabalho, o principal objetivo foi investigar, em termos históricos,


a trajetória escolar da minha vida, em particular, a partir da memória, seja ela palpável
(como em fotos, vídeos e outros registros) ou não-palpável (lembranças). Outro objetivo
foi de desenvolver a habilidade de levantamento de dados, de fontes documentais, no
caso, pessoais, e enfim, relacionar com a presente disciplina de História da Educação III
e seu conteúdo programado.
O texto está estruturado em Parte I, que abrange toda a narrativa da trajetória
escolar ilustrada e explicativa, e Parte II, que apresenta as contribuições da História da
Educação para a compreensão da experiência de escolarização, atando a memória escolar
pessoal com a memória coletiva da história para explicar fenômenos que ocorrem até os
dias atuais dentro da escola e determinam a experiência de cada aluno, individualmente.

2 PARTE I

2.1 Contexto Familiar

O contexto familiar no qual faço parte se caracteriza por pais que completaram o
Segundo Grau e tiveram uma pequena formação profissionalizante para se inserirem no
mercado de trabalho na década de 80, meu pai, fez um curso de torneiro mecânico e minha
mãe, de secretariado. Ambos conseguiram empregos em suas respectivas áreas, que
naturalmente com a atualização de cargos e evolução no que se diz respeito aos cursos
técnicos profissionalizantes, tornaram-se obsoletos no período contemporâneo no qual
nos encontramos.
Meus avós paternos e maternos não terminaram o Segundo Grau, meu avô
paterno não terminou sequer o Primeiro Grau. Forçados a trabalhar para ajudar a família
desde cedo, tiveram que escolher entre os estudos ou uma condição de vida um pouco
melhor. Minhas avós, sempre cuidaram da casa, as experiências de trabalho foram no
inicio da juventude para a minha avó paterna (boia fria) e à minha avó materna nunca lhe
foi permitido trabalhar.
Até os meados de 2015, minha família tinha, mesmo com todas as dificuldades e
pouca escolarização, uma condição de vida estável. Eu estudei em escolas particulares
quase minha vida toda, e iniciei o primeiro ano de Biomedicina numa instituição
particular da cidade de Araraquara, mas com os problemas financeiros aparecendo e a
chamada “Crise Econômica Brasileira”, larguei o curso privado e busquei alternativas
para me inserir no mercado de trabalho o mais rápido possível.

2.2 Aspectos Temporais e Espaciais

Estudei em uma escola de Educação Infantil privada, a Degraus do Saber, até a


Pré-Escola, a escola se situava na minha cidade, Santa Lúcia – SP, uma cidade de oito
mil habitantes próxima de Araraquara- SP. A escola foi idealizada por três irmãs
pedagogas e tinha um seleto grupo de alunos de classes um pouco mais privilegiadas da
pequena cidade.
O espaço da escola era grande, ela se situava dentro da chácara da família destas
três irmãs. Lembro de ser um espaço de muito verde, e o prédio da escola em si era
pequeno, com uma grande sala de aula para os diversos níveis e idades de criança,
aprendíamos todos juntos, desde o maternal até o chamado pré.
As crianças por serem em pouco número, se integravam à família das professoras,
e com frequência éramos levados para explorar o restante da chácara, nadar na piscina da
família e até entrar na casa da mesma e utilizar o computador para jogar jogos educativos,
lembro nitidamente de um jogo do Sítio do Pica Pau Amarelo, isso aconteceu entre 2002
e 2004, eu não fiz o maternal na escola, entrei na Educação Infantil com 4 anos, já no
Jardim I, nomeado assim na época.
No Ensino Fundamental, que iniciei em 2005, estudei na Escola Municipal Padre
Gregório Humberto Beule, em Santa Lúcia, cidade em que sempre morei. Estudei até o
ano de 2008, até a Quarta Série (Quinto Ano), e possuo boas memórias desta escola.
O espaço também era grande, com um espaço verde com bancos e mesas de
convivência para os alunos, um grande pátio, biblioteca, sala de informática, sala de
vídeo, uma enorme quadra esportiva. cantina, refeitório, etc. Uma escola muito bem
estruturada que se perdura até os dias atuais, todos os funcionários possuem um enorme
carinho pela instituição e a mantém bem cuidada.
O meu Ensino Fundamental II, foi em uma escola privada da cidade vizinha
Américo Brasiliense – SP, a escola se chama Raio de Sol, e meus pais me matricularam
em 2009, para a minha Quinta Série, onde permaneci até Sexta Série apenas (2010). O
espaço era pequeno, comparado à escola municipal de Santa Lúcia descrita anteriormente.
Me recordo de ter gostado muito do espaço da escola quando visitei pela primeira
vez, era uma fachada com um sol imenso desenhado juntamente com o nome da
instituição, todo o prédio, quando não revestido de tijolinhos, era amarelo. Havia um
enorme corredor com todas as salas de aula, um mini pátio onde ficava a cantina e as
cadeiras para os alunos se alimentarem, tinha sala de informática, biblioteca, uma quadra
esportiva grande e até uma piscina para as aulas de natação, assim como um parque de
areia para as crianças do Ensino Infantil, que estudavam à tarde, e nós do Fundamental II
e Ensino Médio, estudávamos de manhã.
Em 2011, fui matriculada em outra instituição particular, o COC Araraquara, para
iniciar minha Sétima Série, devido à problemas na minha antiga escola. Estudei no COC
de 2013 até 2015, onde me formei no Ensino Médio. No Ensino Fundamental II, o prédio
da escola era imenso, e o espaço exterior ainda mais. Cheio de verde, de vida, existia uma
mini fazenda para os alunos conhecerem e cuidarem dos animais, havia diversas quadras
esportivas incluindo uma quadra de areia, duas piscinas para prática de natação, um pátio
grande com uma cantina terceirizada. Vivi bons anos nesta unidade da escola, já que o
Ensino Médio acontecia no prédio do centro da cidade da instituição, que era menor, e
sem áreas verdes, possuía apenas a estrutura para garantir aos alunos um ótimo
desempenho nos vestibulares.
As salas eram grandes, cadeiras enfileiradas em escadas, para permitir a ampla
visualização do professor da sala toda. Havia uma sala de estudos onde os alunos
geralmente ficavam após as aulas da manhã, quando não havia também aula a tarde.
Compartilhávamos o espaço com os alunos do cursinho Pré-Vestibular, e não só o espaço,
como os professores, e a mesma dedicação para conseguir uma aprovação nas
Universidades Públicas.

2.3 Professores e Disciplinas

Tenho memórias de alguns professores durante minha vida escolar. Uma delas,
foi a minha professora da Terceira Série, Silviane, uma professora incisiva, tradicional,
fazia uso de aulas expositivas, mas promovia concursos com prêmios para quem soubesse
mais da matéria, acredito que ela foi uma das principais formadoras do meu conhecimento
escolar, como um todo, lembro muito bem de suas aulas de língua portuguesa, geografia
e história do Brasil.
Na Sexta Série, quando as matérias começaram a ser divididas entre diferentes
professores, conheci Gisele, professora de matemática, que perceptivelmente não gostava
do que fazia, e corria de todas as formas da frente da sala de aula, dando listas de exercício
para nós, alunos, sem uma explicação do conteúdo e nem ao menos ficava na sala durante
a resolução dos exercícios, desconfio de que esse tenha sido o inicio dos meus problemas
em entender o pensamento matemático.
No Ensino Médio, tive vários professores que me marcaram positivamente.
Marcus, de História, fazia a magica acontecer dentro da sala de aula, e não existia um
aluno que não tivesse tido aula com ele que não gostasse de história. Marcus era professor
de História do Brasil, e dividia a matéria com o professor Breno, que dava aula de História
Mundial, no terceiro ano do Ensino Médio.
Também me lembro do Fernando, professor de Literatura, e o culpado pelo meu
gosto por leitura. Me recordo que Fernando, dizia que poderíamos, no auge dos nossos
17 anos, sermos quem quisermos e fazer/trabalhar com o que queríamos, sem
necessariamente depender de um diploma universitário. Essa fala se refletiu mais tarde
quando decidi adiar o meu sonho de cursar um curso superior numa Universidade Pública.
2.4 Vivências Escolares

Ao que se diz respeito as minhas vivências escolares inovadoras, tenho alguns


pontos para discorrer. No meu Ensino Médio, início de 2013, a escola passou a utilizar
tablets nas aulas, com um sistema online de ensino. O tablet, teria que ser comprado pela
família do aluno, o modelo que fosse do seu gosto, e mesmo com o valor alto, meus pais
compraram um tablet para eu estudar. Acontece que a moda do tablet passou e os alunos,
e nem os professores, aderiram bem ao modelo de tecnologia, permanecendo assim
apenas as lousas digitais como inovação tecnológica em sala de aula.
O método de ensino no meu Ensino Médio era apostilado, voltado à resolução de
exercícios com o intuito de obter o maior número de aprovações no vestibular. Eu não
penso que a resolução em massa de exercícios cada vez mais complexos seja a chave para
a boa transmissão do conhecimento produzido pela humanidade (que deveria ser o
objetivo da escola), mas era satisfatório em relação as aprovações em universidades com
ampla concorrência.
Minha professora Silviane, citada anteriormente, nos meus 9 anos, me passou um
conhecimento, no qual eu me lembro com muito mais nitidez do que aqueles do meu
ensino médio, que eram regados à pressão e repetição. O conhecimento transmitido pela
Silviane era claro, conciso. Ela abria a aula para discussões, sobre a vinda dos portugueses
ao Brasil, como começamos a falar a língua deles, como produziríamos textos
gramaticalmente corretos, e muitas outras coisas.

2.5 Avaliações

Tive, na minha vida escolar inteira, provas escritas individuais, da forma mais
tradicional possível. Acredito que o método avaliativo de todas as escolas que eu estudei
eram o mesmo, avaliação individual do aluno, avaliar não só o conhecimento em si, mas
o quanto de matéria/conteúdo aquele aluno conseguia armazenar em seu cérebro,
memorização.
Essa metodologia se refletiu na pessoa que eu sou hoje. Tive os primeiros contatos
com dinâmicas em grupo na universidade, avaliações em grupos, etc. Não me acostumei
ainda a dedicar um esforço e debater em equipe uma solução para um problema, e esse
problema vem a ser a prova, o trabalho, a atividade dentro ou fora da sala de aula.
Crescendo com afirmativas individualistas na minha infância e adolescência
inteiras, me fizeram uma pessoa individualista na hora de fazer as avaliações, me fizeram
boa em memorizar conteúdos sem realmente entende-los, e fizeram com que eu
conseguisse copiar durante a aula, numa velocidade frenética, tudo o que o professor
transmite, para que então, antes da prova eu consiga ter um panorama geral da matéria e
alcance resultados eficiente.
As escolas mencionadas acima, sem exceção, sempre foram rígidas a respeito da
disciplina dos alunos, manter os alunos sentados, prestando o máximo de atenção possível
no regente da aula, fazendo listas intermináveis de exercício. Por uma falha no meu
sétimo ano (antiga sexta série), no qual eu basicamente não tinha aulas de matemática,
como descrito anteriormente, mantive minha dificuldade com números durante a minha
vida escolar inteira, não entendendo conceitos matemáticos básicos, eu também não
conseguia consolidar conceitos de química e física na minha cabeça.
O que levou, acredito, consequentemente, a uma maior aptidão com as disciplinas
de humanas. Já citei meus antigos professores Marcus e Fernando, que adoçaram meu
interesse em História e Literatura, mas eu conseguia tirar notas boas em todas as ciências
ditas humanas, Gramática, Redação, Geopolítica, Geografia Física, Sociologia e
Filosofia, ao contrário das disciplinas de exatas, onde no auge do meu terceiro ano ficava
de “recuperação” todo semestre, de Química, Física e Matemática.

2.6 Relação Família-Escola

A relação entre minhas antigas escolas e minha família era boa, no geral. Meus
pais iriam nas reuniões, havia um diálogo e uma preocupação com o meu
desenvolvimento escolar por ambas as partes. Lembro de um episódio em que, na Oitava
série, meus pais foram chamados para falar sobre uma prática (minha) que andava
“atrapalhando” meus estudos.
Meu pai chegou na escola e ao se encontrar com o coordenador, e com mais um
pai de outro aluno, ouviu a reclamação de que eu, e meu amigo Renato, conversávamos
muito durante a aula, sem prestar atenção nos professores. O interessante era que as notas
de ambos, minhas e do Renato, eram ótimas, inclusive em matemática naquela época,
apesar de não entender nada dos conceitos, eu decorava equações inteiras e conseguia
tirar boas notas.
A reclamação do “é boa aluna, mas conversa muito” permeou minha vida escolar
inteira. Hoje vejo que aqueles que não entendiam a aula que estava sendo ministrada se
juntavam para falar sobre outras coisas, e compensavam as notas através da memorização
das apostilas escolares.
Outro episódio, mas na minha Quinta Série, minha mãe foi chamada até a escola
para discutir uma circunstância de bullying. Eu, vítima do bullying na escola na qual eu
era novata, entre meus 11 e 12 anos, frequentemente pedia intervenção dos meus pais e
coordenadores para com as brincadeiras ofensivas que sofria.

2.7 O Melhor e o Pior da Escola

Começando pelo pior da escola, os piores anos da minha vida escolar foram
permeados de gordofobia e muitas outras ofensas feitas de crianças para com crianças.
Eu mudei de escola após estudar até a quarta série na rede municipal da minha cidade,
passando para uma instituição particular na cidade vizinha. Tinha 11 anos, me vestia
como uma criança deveria se vestir, não depilava minhas pernas nem outras partes do
corpo porque não havia necessidade de uma criança aos seus 11 anos fazer isso, eu estava
vivendo minha infância, enquanto as outras garotas da escola viviam a pré-adolescência,
e isso foi motivo suficiente para eu virar chacota na época.
Tenho a visão hoje de que essas meninas que me insultavam verbalmente, e
chegaram a ameaçar de exercer danos físicos sobre mim, tiveram suas infâncias
interrompidas, foram obrigadas a virarem mulheres antes do tempo, e na consciência
delas faria sentido sujeitar uma garota que não compartilhava dessa necessidade de se
tornar mulher aos 11/12 anos a hostilidades diárias.
Esse pesadelo durou dois anos, quando meus pais resolveram me tirar da escola
que foi palco do único episódio de bullying que presenciei na minha vida escolar. Ao
mudar de escola, aos 13 anos, fui melhor aceita pelos outros alunos, fiz mais amizades, e
apesar de ainda não ser o maior exemplo de performance de feminilidade da escola, ainda
consegui me juntar à uma “tribo” de garotas que não se encaixavam ainda no papel de
mulheres, mas sim de meninas que ainda estavam descobrindo quem eram e do que
gostavam.
Acredito que essa foi a melhor parte da escola, encontrar amigas que até hoje,
depois de 12 anos, ainda são minhas melhores amigas. Encontrar o tipo mais puro de
amizade nessa nova escola foi inimaginável na época para uma garota que pouco se
relacionava na escola anterior, eu me senti acolhida, e pertencente de algo.

2.8 Ensino Médio

O meu Ensino Médio foi na mesma instituição privada na qual meus pais
decidiram me matricular após os anos sofrendo bullying na antiga escola particular.
Apesar de ser na mesma instituição (COC Araraquara), o Ensino Médio ficava disposto
em outro prédio, apenas para o ensino colegial e cursinhos Pré-Vestibulares, um deles,
inclusive focado na aprovação no vestibular de Medicina.
O meu primeiro ano no Ensino Médio foi bom, cheio de lembranças positivas,
professores apaixonados pelo que faziam, eu adorava as aulas de Inglês em que o
professor trazia músicas de rock para discutirmos e aprendermos as pronuncias certas das
palavras na língua inglesa. Adorava a aula de História da Arte e com a ajuda da lousa
digital, visualizar as diversas obras clássicas era um verdadeiro deleite para mim.
No segundo ano do Ensino Médio eu comecei a me desinteressar pelos estudos,
havia começado a namorar, aos meus 16 anos. A maioria dos outros alunos também
deixava um pouco de lado os estudos para focar na vida amorosa, seja ela com vários ou
um parceiro(a) só. Eu não só deixei de lado como tirei toda a importância da escola como
transmissora de conteúdos científicos relevantes para minha vida.
Esse cenário se intensificou no terceiro ano, onde a pressão para obter uma
aprovação em universidade pública era imensa. A maioria dos alunos estudava
exaustivamente para poder pintar o rosto no começo do próximo ano com as palavras
UNESP, USP, UNICAMP. Eu estava preocupada com meu, até então relacionamento de
um ano, e como fazer ele virar um casamento nos anos seguintes, sem me preocupar muito
com o curso superior que eu faria.
Na tentativa de me provar ser a mulher que todas aquelas garotas aos 11 anos não
acreditavam que eu fosse, perdi talvez, a melhor oportunidade da minha vida de estudar
e conseguir uma aprovação. Eu prestei Biomedicina na Unesp de Botucatu, e não passei.
Não me frustrei, pois achava que o meu relacionamento amoroso compensava tudo.
Comecei aos 17 anos, depois da formatura do Ensino Médio a fazer Biomedicina em uma
rede universitária privada da cidade de Araraquara, o que não durou nem dois semestres
completos, já que com o fim do relacionamento veio o fim dos meus outros interesses na
vida.
Sem estudar e sem dinheiro para fazer qualquer coisa, aos 19 anos decidi prestar
um “vestibulinho” para um curso de Técnico em Enfermagem, e passei. Eu não era
apaixonada pela profissão, nem ao menos interessada, eu só queria arrumar um emprego
o mais rápido possível, e ao final dos 2 anos de curso e com o interesse na Enfermagem
aflorados, eu consegui o meu primeiro emprego CLT.

2.9 A Inserção no Mercado de Trabalho

A inserção no mercado de trabalho, após o diploma de Técnica em Enfermagem


foi rápida. Diferentemente da situação que eu me encontrava no início dos meus 18 anos,
após abandonar o curso de Biomedicina e entregar pilhas de currículos em todos os tipos
de estabelecimentos comerciais.
Cheguei a ouvir de uma dona de uma loja de roupas íntimas que eu não deveria
pedir por um emprego, mas sim por um trabalho. Em 2016 isso não fazia diferença
nenhuma para mim, eu só queria me iniciar na vida adulta e ganhar o meu dinheiro.
Cansada de entregar currículos enquanto meus ex-colegas de Ensino Médio estavam nas
melhores faculdades do país, recorri ao curso técnico, que foi extremamente importante
na minha formação como ser humano, já que na Enfermagem, eu tive que aprender a lidar
com o ser humano no seu aspecto mais frágil, na doença.
Hoje, trabalho a 4 anos na Santa Casa de Araraquara, e apesar de ter pensado
inúmeras vezes em prestar o vestibular para Enfermagem, eu recorri à Andressa
apaixonada pelas aulas da Professora Silviane, do Professor Marcus e do Professor
Fernando, e percebi o tempo que eu perdi tentando ser alguém que eu não era, com
interesses que eu não tinha e prestei Ciências Sociais na Unesp em 2021.
No início de 2022, as listas de aprovação começaram a surgir, nas primeiras listas
eu não encontrei meu nome, até que foi aberto a possibilidade de reopção de curso, com
a oportunidade de mudar o curso para Pedagogia. Achando que eu não passaria em
Ciências Sociais, minha primeira opção, eu mudei para Pedagogia.
O meu inconsciente sempre soube que esse era o caminho certo, eu amava as aulas
que assistia, e ainda sinto a mesma alegria quando presencio professores apaixonados
pelo que fazem. Eu claro, iria adorar cursar Ciências Sociais e entender melhor aspectos
históricos, políticos e antropológicos que eu sempre me interessei, mas a educação em si
era maior do que todos esses itens, a educação me transformou e hoje, no segundo ano de
Pedagogia na Unesp, eu espero transformar, nem que seja um pouco, a vida de futuros
alunos.

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