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Saúde e Previdência
Social
Prof.ª Ana Cláudia Moser
Prof.ª Joelma Crista Sandri Bonetti
Prof.ª Neusa Mendonça Franzmann
2017
Copyright © UNIASSELVI 2017
Elaboração:
Prof.ª Ana Cláudia Moser
Prof.ª Joelma Crista Sandri Bonetti
Prof.ª Neusa Mendonça Franzmann
344.032
M899pMoser, Ana Cláudia
Políticas sociais da saúde e previdência social / Ana Cláudia
Moser; Joelma Crista Sandri Bonetti; Neusa Mendonça
Franzmann. Indaial : UNIASSELVI, 2017.
206 p. : il.
ISBN 978-85-515-0106-1
1.Previdência Social.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Apresentação
Caro acadêmico! Estamos iniciando mais uma disciplina. Neste livro
de Políticas Sociais da Saúde e Previdência Social abordaremos a temática de
uma maneira mais pedagógica, buscando a correlação com pontos históricos,
o que facilitará a identificação dos períodos e da trajetória da Política de Saúde.
Ao final deste livro didático, você será capaz de identificar que o Estado
e a cidadania são interfaces da mesma moeda, uma não existe sem a outra.
IV
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO
BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL......................................... 1
VII
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 71
2 O CONTEXTO HISTÓRICO DA SEGURIDADE SOCIAL.......................................................... 71
2.1 O CONTEXTO HISTÓRICO DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL ................................. 72
2.1.1 A década de 1930........................................................................................................................... 76
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 82
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 93
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 94
VIII
3 O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO NO BRASIL.............................................................................177
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................185
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................186
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em três tópicos. Em cada um deles você
encontrará diversas atividades que o ajudarão na compreensão das
informações apresentadas.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico! As discussões no campo das políticas públicas fazem
parte do cotidiano de trabalho e estudos do Assistente Social, bem como pode
ser observado o protagonismo dos profissionais da área nas lutas pela garantia
do acesso aos direitos sociais, com ênfase para os direitos inerentes a Seguridade
Social (MAURIEL, 2010).
3
UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
DIREITO SOCIOASSISTEN-
ASSISTENCIALISTA
CIAL
Concebida como aju- Concebida como DIREITO SO-
da, benesse e favor. CIAL.
Sujeito de ajuda. Sujeito de direitos.
Ênfase na ajuda huma-
Ênfase ao atendimento às necessi-
nitária aos mais pobres
dades sociais da população.
e necessitados.
Responsabilidade da Responsabilidade estatal (gestão e
igreja e de “pessoas de financiamento), com participação
bem”. da sociedade civil (controle social).
Incentivo à criação de equipamen-
Incentivo à criação de
tos estatais (Cras e Creas) e ao
instituições de carida-
fortalecimento da rede socioassis-
de públicas e privadas.
tencial.
Ênfase em ações de natureza
Ênfase em ações de
pública (estatal e não estatal), com
natureza filantrópi-
financiamento público (por Esta-
ca, com apoio estatal
dos, Distrito Federal e Munícipios)
por meio de isenções
e comando único em cada esfera
fiscais.
de governo.
Responsabilidade do Estado,
Ações planejadas e
em cada esfera de governo, pela
coordenadas pelas
formulação das políticas e pelo
primeiras-damas.
controle das ações.
Incentivo a criação e ao fortaleci-
mento de espaços de participação
Decisões em gabinete.
e de deliberação (conselhos, confe-
rências e fóruns).
Práticas que visam à autonomia
Práticas clientelistas.
dos sujeitos.
Garantia de profissionais quali-
Incentivo ao trabalho
ficados para materialização dos
voluntário.
serviços e sua qualidade.
FONTE: Brasil (2016)
4
TÓPICO 1 | AS DIFERENTES CONCEPÇÕES DE SEGURIDADE SOCIAL
5
UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
6
TÓPICO 1 | AS DIFERENTES CONCEPÇÕES DE SEGURIDADE SOCIAL
7
UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
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UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
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TÓPICO 1 | AS DIFERENTES CONCEPÇÕES DE SEGURIDADE SOCIAL
UNI
4.1 Inglaterra
O primeiro documento legislativo de grande importância na Inglaterra, no que diz respeito à
Previdência Social, foi o “Poor Relief Act”, de 1601, o qual regulamentou a instituição de auxílios
e socorros públicos aos necessitados. Tal documento criou uma contribuição obrigatória
arrecada da sociedade pelo Estado.
Outro documento também de grande importância para a história da Previdência Social
inglesa foi o “Workmen’s Compensation Act”, de 1897, que criou o seguro obrigatório contra
acidentes de trabalho. Tal documento criou, para o empregador, uma responsabilidade civil
de cunho objetiva, ou seja, independente de culpa.
Ademais, em 1908 adveio o “Old Age Pensions Act”, o qual teve o condão de conceder
pensões aos maiores de 70 anos, independente de custeio.
Por fim, cabe mencionar o “National Insurance Act”, de 1911, o qual criou um sistema
compulsório de contribuições sociais, as quais ficavam a cargo do empregador, do empregado
e do Estado.
4.2 México
Foi a Constituição mexicana de 1917, considerada como a primeira Constituição social do mundo,
que incluiu em seu texto, de maneira até então pioneira, a Previdência Social propriamente dita
não se devendo deixar de salientar, entretanto, o caráter programático de todas as normas que
previam direitos sociais (o que incluem as normas relativas à Previdência Social).
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UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
Normas programáticas, como se sabe, são aquelas que estabelecem diretrizes para o Estado
sem, contudo, imprimir caráter imperativo.
Contudo, não há que se negar a importância de se elevar ao status constitucional normas de
direitos sociais.
4.3 Alemanha
Foi na Alemanha que teve origem o primeiro ordenamento legal que tratou sobre a
Previdência Social. Tal ordenamento foi editado pelo então chanceler Otto von Bismarck em
1883, tendo, inicialmente, instituído o seguro-doença e, em um momento posterior, incluído
outros benefícios, tais como o seguro contra acidente de trabalho, em 1884, e o seguro-
invalidez e o seguro velhice, ambos em 1889.
O objetivo dos chamados seguros sociais de Bismarck foi o de, precipuamente, impedir
movimentos socialistas fortalecidos com a crise industrial, atenuando a tensão existente nas
classes de trabalhadores, criando para o segurado um direito subjetivo público ao seguro social.
Conforme já mencionado, o primeiro seguro social instituiu o seguro-doença, o qual era
custeado por contribuições dos empregados, dos empregadores e do Estado. Logo após, foi
instituído o seguro contra acidentes de trabalho, o qual era custeado pelos empresários. Por
fim, foi instituído o seguro contra invalidez e velhice, o qual, assim como no seguro doença,
era custeado pelos empregados, pelos empregadores e pelo Estado.
Ademais, importante salientar que os seguros sociais tornaram obrigatória a filiação às
sociedades seguradoras ou entidades de socorros mútuos dos trabalhadores que recebessem
até dois mil marcos por ano.
Após a fase dos seguros sociais, em 1935, com o advento da Constituição de Weimar,
foi determinado que o Estado, caso não pudesse proporcionar aos cidadãos alemães
oportunidades de trabalho produtivo, seria responsável por lhes garantir a subsistência.
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TÓPICO 1 | AS DIFERENTES CONCEPÇÕES DE SEGURIDADE SOCIAL
Nessa mesma linha, Mota (1995) nos esclarece que a seguridade social
está relacionada com a reprodução da força de trabalho e com os processos de
exclusão e precarização do trabalho.
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UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
Traços /
Assistência Seguro Seguridade
Modalidade
"Residual" "Meritocrático" "Institucional"
Denominações
Liberal Corporativa Social-
Ideologia
Caridade Solidariedade Democrata
Princípio
Discriminação Manutenção Justiça
Efeito
Desqualificação Privilégio Redistribuição
Status
Doações % Salário Direito
Finanças
Fundos Acumulação Orçamento
Atuarial
Focalização Ocupacional Repartição
Cobertura
Bens e Serviços Proporção do Universal
Benefício
Prova de meios Salário Mínimo vital
Acesso
Filantrópica Filiação Necessidade
Administração
Local Corporativa Pública
Organização
"Leis dos Fragmentada Central
Referência
Pobres" Bismark Beveridge
Cidadania
Invertida Regulada Universal
Esse quadro nos mostra claramente a diferença dos três modelos: o primeiro
residual, ou alguns autores chamam de Assistência Social, refere-se à negativa de
proteção. O segundo referia-se ao Seguro Social só tinha cobertura o trabalhador
no exercício de suas funções com prévia contribuição. E o terceiro o modelo de
Seguridade Social que prevê a proteção à saúde sem prévia contribuição e estende
a todos os cidadãos brasileiros.
14
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico vimos que:
• O direito à saúde é reconhecido pela OMS e pela ONU como dever do Estado
no sentido de promoção e proteção à saúde.
• O grande desafio das políticas sociais em nosso país diz respeito à necessidade
de superar a visão assistencialista e compreender o cidadão como sujeito de
direitos, ou seja, atuar na perspectiva socioassistencial.
15
AUTOATIVIDADE
I - Residual.
II - Seguro Social.
III - Seguridade Social.
a) I – III – I – II.
b) I – I – III – II.
c) II – I – II – III.
d) III – II – I – II.
16
( ) Os direitos entendidos como “socorros públicos” são característicos da
Constituição de 1988.
( ) A prestação de socorro em calamidades públicas e a aposentadoria por
invalidez são previstos no texto de 1967.
( ) O sistema tripartite como conhecemos hoje foi previsto na Constituição de
1934.
( ) A partir da década de 40 o termo seguro social cai em desuso, substituído
por Previdência Social.
a) F – V – F – V.
b) V – V – F – F.
c) F – F – V – F.
d) V – F – V – V.
17
18
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A colonização portuguesa do território brasileiro teve grande impacto
sobre a formação da sociedade brasileira da forma como conhecemos hoje. Desde
a chegada dos primeiros grupos colonizadores é possível perceber o caráter
explorador do modelo de colonização adotado pela Coroa portuguesa em relação
aos povos e ao território que hoje entendemos como brasileiro.
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UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
20
TÓPICO 2 | OS PRIMÓRDIOS DA SAÚDE NO BRASIL
Outra situação comum era o uso dos escravos para testes com tratamentos
médicos.
21
UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
UNI
Para conhecer mais sobre a história das Santas Casas de Misericórdia no Brasil
e compreender seu papel para a história da saúde no país leia o artigo “O modelo luso de
assistência e a dinâmica das Santas Casas de Misericórdia na América portuguesa”, de Renato
Júnio Franco.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-218620140001
00005>. Acesso em: 11 mar. 2017.
22
TÓPICO 2 | OS PRIMÓRDIOS DA SAÚDE NO BRASIL
Fungos, bactérias e parasitas de todo Dos 160 marujos que embarcaram com Vasco da
tipo se espalhavam pelas embarcações. Gama para as Índias, 120 morreram no caminho.
Desde varíola, tuberculose até difteria, Os corpos eram jogados no mar
todo tipo de doença dominava os barcos
Ninguém
tomava banho Em caso
As necessidades nem trocava de fome
fisiológicas eram de roupa, o extrema,
feitas nas bordas que propiciava ratos que
dos navios o surgimento corriam pela
de pragas embarcação
de piolhos e eram
pulgas cozidos em
água do mar
Animais vivos
acompanhavam
a viagem,
oferecendo
carne e leite
Eram estocados em > 50 toneladas de biscoito > 100 mil litros de água > 1 tonelada de
um porão úmido > 50 mil litros de vinho > 10 toneladas de carne sardinhas salgadas
cerca de:
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UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
UNI
FONTE: SCLIAR, Moacyr. O Brasil e suas epidemias. Revista Carta Capital. Disponível em: <https://
www.cartacapital.com.br/cultura/o-brasil-e-suas-epidemias>. Acesso em: 12 mar. 2017.
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UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
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TÓPICO 2 | OS PRIMÓRDIOS DA SAÚDE NO BRASIL
Outra mudança foi a criação, entre 1849 e 1851, da Junta Central de Higiene
Pública. Essa instituição passou a gerir as ações da: “polícia sanitária, vacinação
antivariólica e fiscalização do exercício da medicina, efetuadas pelas provedorias
de saúde criadas nas províncias" (ESCOREL; TEIXEIRA, 2012, p. 281). Também
atuava na fiscalização sanitária dos portos marítimos e fluviais em todo o Brasil.
UNI
Polícia Sanitária
Ainda no século XVII, sob a égide do mercantilismo, os documentos oficiais dos Estados
alemães utilizavam o termo “polícia” para designar vários ramos do campo da administração
pública, ficando a administração da saúde com a designação de “polícia médica”. Esta
expressão por muito tempo acompanhou os procedimentos determinados pelas legislações
voltadas para a saúde, assim como as ações específicas postas em prática pelos diversos
Estados nesse campo. No século XVIII, com o advento da medicina social, a polícia médica
passa a se caracterizar, de uma forma mais geral, a política dos Estados em relação à saúde,
se conformando com a política sanitária. No século XIX com o desenvolvimento das práticas
higienistas direcionadas à melhoria das condições ambientais como forma de prevenção de
doenças, a polícia médica tornou-se um extenso corpo de legislação que regulamentava os
diversos aspectos concernentes à limpeza e aeração do ambiente urbano. Com esse objetivo,
voltava-se para a fiscalização das habitações, dos cemitérios, dos portos e das embarcações,
da comercialização de alimentos, dos ambientes de trabalho e até da higiene pessoal.
FONTE: ESCOREL, Sarah; TEIXEIRA, Luiz Antônio. História das políticas de Saúde no Brasil
de 1822 a 1963: do império ao desenvolvimentismo populista. In: GIOVANELLA, Ligia (Org.).
Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2012.
27
UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
[...] os doentes tinham muito medo de ser internados nos raros hospitais
públicos e nas Santas Casas. Em suas enfermarias misturavam-se
pacientes de todos os tipos, sendo comum dois ou mais dividirem o
mesmo leito. É claro que tal “tratamento”, somado a falta de higiene
dos hospitais, fazia com que as famílias evitassem internar seus
parentes, pois a morte era o destino certo da maioria dos pacientes
pobres (ESCOREL; TEIXEIRA, 2012, p. 10).
28
TÓPICO 2 | OS PRIMÓRDIOS DA SAÚDE NO BRASIL
1837
29
UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
Vacinação
antivariólica
em períodos de
epidemia.
Medidas de
purificação do Controle da entrada
ambiente - cremação de escravos doentes
de ervas e destruição nas cidades.
do lixo.
30
TÓPICO 2 | OS PRIMÓRDIOS DA SAÚDE NO BRASIL
UNI
31
UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
Além dessas atribuições cabia aos médicos “[...] divulgar regras básicas
de higiene e tornar obrigatório o isolamento das pessoas atingidas por moléstias
infectocontagiosas e dos pacientes perigosos para a sociedade” (BERTOLLI
FILHO, 2011, p. 14). Nesse momento tem início a internação compulsória para
portadores de doenças contagiosas e mentais.
Desse período também fica uma das marcas da política social brasileira
como setor menos privilegiado pelo governo. Essa realidade expõe uma
contradição: por um lado, é reconhecido trabalho da população como fonte de
riqueza e, por outro, os investimentos do governo privilegiam a expansão dos
setores produtivos. A adoção dessa concepção de gestão pública cria um círculo
vicioso no qual os investimentos restritos na melhoria da qualidade de vida da
população tornam cada vez mais difíceis a superação das desigualdades sociais e
da pobreza (BERTOLLI FILHO, 2011).
32
TÓPICO 2 | OS PRIMÓRDIOS DA SAÚDE NO BRASIL
33
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico vimos que:
• Somente após 1908, com a chegada da Corte Portuguesa, é que se inicia uma
estrutura mínima de saúde.
• Foi criada a Inspetoria Sanitária de Portos, para que doenças de outros países
não adentrassem no país.
• O acesso à saúde no país era restrito àqueles que podiam pagar pela assistência
de saúde.
34
AUTOATIVIDADE
a) F – V – V – V.
b) V – V – F – F.
c) V – F – V – F.
d) F – F – F – V.
35
I - A formação das faculdades de medicina da época deu início a construção de
um sistema único de saúde.
II - Os estados do Rio de Janeiro e da Bahia receberam os primeiros cursos de
medicina do país.
III - Além dos diplomas de medicina essas faculdades ofertavam cursos para
farmacêuticos e parteiras.
IV - Com a instituição desses cursos as práticas alternativas de cura utilizadas
pelos pobres foram substituídas pela medicinal formal.
36
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Nesse tópico será possível identificar o início da luta da classe trabalhadora,
por melhores condições de trabalho, bem como o início de uma discussão de uma
cobertura assistencial em saúde, pois as pessoas eram tidas como parte de um
processo de produção, em que eram descartadas, conforme não apresentassem
condições de trabalho.
Podemos considerar que esta década foi importante por ter acontecido,
no seu processo, grande desenvolvimento tecnológico, no transporte, na aviação
e automobilística, também houve importante avanço na chamada arte moderna,
a partir dos movimentos que visualizavam o movimento pós-romantismo, e
o espírito romântico que centrava sua visão no indivíduo.
37
UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
UNI
"Em cada país o romantismo produziu uma nova literatura exuberante com
imensas variações entre seus autores, porém, em todos eles,
persistem algumas características em comum: opulência e liberdade,
devoção ao individualismo, confiança na bondade da natureza e no homem "natural"
e na fé permanente nas fontes ilimitadas do espírito e da imaginação humanos".
38
TÓPICO 3 | A ERA DA LUTA PELOS DIREITOS
UNI
Oligarquia cafeeira
UNI
Campanhas sanitárias
É uma forma específica de atuação da saúde pública surgida no século XIX e muito difundida
no país até os dias de hoje. Como ações especializadas com o objetivo de controle de
determinadas doenças, as campanhas sanitárias se caracterizam pela autonomia frente às
práticas rotineiras de saúde, por sua curta duração e, em diversos momentos, por assumirem
um perfil análogo ao das operações militares.
O modelo campanhista surgiu como uma estratégia da saúde pública de combate a doenças
infecciosas, muitas vezes direcionadas à eliminação de seus vetores. Ficaram célebres as
campanhas contra a febre amarela pelo combate ao mosquito, executados pelo exército
americano em Cuba, no início do século XX, assim como as efetuadas por Oswaldo Cruz,
no Rio de Janeiro, contra a febre amarela, a varíola e a peste bubônica, a partir de 1903. Na
segunda metade do século XX, as campanhas foram muito utilizadas visando ao controle da
malária e constituíram a base para a erradicação mundial da varíola.
Institucionalizadas como ação de saúde, elas foram empregadas na tentativa de controlar
diversas doenças, até mesmo as crônico-degenerativas. Em virtude de sua ação específica
ante um problema pontual e o curto tempo de atuação, as campanhas eram alvo de
controvérsias entre os profissionais da saúde, que as contrapõem aos serviços regulares de
saúde, por considerarem que as atividades de prevenção e vigilância epidemiológica devem
ser realizadas rotineiramente pelas unidades de saúde.
FONTE: ESCOREL, Sarah; TEIXEIRA, Luiz Antonio. História das políticas de Saúde no Brasil de
1822 a 1963: Do império ao desenvolvimentismo populista. In: GIOVANELLLA, Ligia (Org.).
Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2012.
40
TÓPICO 3 | A ERA DA LUTA PELOS DIREITOS
Pode se dizer que nas áreas de foco, foi realizada uma ação de guerra, pois
as brigadas foram deslocadas na cidade onde realizam a organização e a limpeza
de calhas e telhados. Em contraponto os moradores precisavam organizar e
proteger suas caixas de água, outra ação bastante eficiente para época foi queimar
enxofre, espalhar petróleo em ralos e bueiros acabando assim, com os depósitos
de larvas e mosquitos. As pessoas que se encontravam mais debilitadas eram
encaminhadas para atendimento no Hospital São Sebastião.
41
UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
42
TÓPICO 3 | A ERA DA LUTA PELOS DIREITOS
UNI
Oswaldo Cruz queria livrar o Rio de Janeiro da varíola. Mas na primeira campanha de
vacinação, há 90 anos, a cidade virou um campo de batalha.
Entre os dias 10 e 18 de novembro de 1904, a cidade do Rio de Janeiro viveu o que a imprensa
chamou de “a mais terrível das revoltas populares da República”. O cenário era desolador:
bondes tombados, trilhos arrancados, calçamentos destruídos – tudo feito por uma massa
de 3.000 revoltosos. A causa foi a lei que tornava obrigatória a vacina contra a varíola. E o
personagem principal, o jovem médico sanitarista Oswaldo Cruz.
A oposição política, ao sentir a insatisfação popular, tratou de canalizá-la para um plano
arquitetado tempos antes: a derrubada do presidente da República Rodrigues Alves. Mas os
próprios insufladores da revolta perderam a liderança dos rebeldes e o movimento tomou
rumos próprios. Em meio a todo o conflito, com saldo de 30 mortos, 110 feridos, cerca de
43
UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
1.000 detidos e centenas de deportados, aconteceu um golpe de Estado, cujo objetivo era
restaurar as bases militares dos primeiros anos da República.
A revolta foi sufocada e a cidade, remodelada, como queria Rodrigues Alves. Poucos anos depois,
o Rio de Janeiro perderia o título de “túmulo dos estrangeiros”. Hoje, a varíola está extinta no
mundo todo. E a Organização Mundial da Saúde, da ONU, discute a destruição dos últimos
exemplares do vírus da doença, ainda mantidos em laboratórios dos Estados Unidos e da Rússia.
Rodrigues Alves assumiu a presidência da República em 1902, no Rio de Janeiro, sob um
clima de desconfiança e com um programa de governo que consistia basicamente de dois
pontos: modernizar o porto e remodelar a cidade. Isso exigia atacar o maior mal da capital:
doenças como peste bubônica, febre amarela e varíola.
A futura “Cidade Maravilhosa” era, então, pestilenta. A situação era tão crítica que, durante
o verão, os diplomatas estrangeiros se refugiavam em Petrópolis, para se livrar do contágio.
Em 1895, ao atracar no Rio, o contratorpedeiro italiano Lombardia perdeu 234 de seus 337
tripulantes por febre amarela.
[...] Em nove meses, a reforma urbana derruba cerca de 600 edifícios e casas, para abrir a
avenida Central (hoje, Rio Branco). A ação, conhecida como “bota-abaixo”, obriga parte da
população mais pobre a se mudar para os morros e a periferia.
A campanha de Oswaldo Cruz contra a peste bubônica correu bem. Mas o método de
combate à febre amarela, que invadiu os lares, interditou, despejou e internou à força, não foi
bem-sucedida. Batizadas pela imprensa de “Código de Torturas”, as medidas desagradaram
também alguns positivistas, que reclamavam da quebra dos direitos individuais. Eles sequer
acreditavam que as doenças fossem provocadas por micróbios.
[...] Dia 31 de outubro, o governo consegue aprovar a lei da vacinação. Preparado pelo próprio
Oswaldo Cruz – que tinha pouquíssima sensibilidade política –, o projeto de regulamentação
sai cheio de medidas autoritárias. O texto vaza para um jornal. No dia seguinte à sua
publicação, começam as agitações no centro da cidade.
Financiados pelos monarquistas – que apostavam na desordem como um meio de voltar à
cena política –, jacobinos e florianistas usam os jornais para passar à população suas ideias
conspiradoras, por artigos e charges. Armam um golpe de Estado, a ser desencadeado
durante o desfile militar de 15 de novembro. Era uma tentativa de retornar aos militares o
papel que desempenharam no início da República. Mas, com a cidade em clima de terror, a
parada militar foi cancelada. Lauro Sodré e outros golpistas conseguem, então, tirar da Escola
Militar cerca de 300 cadetes que marcham, armados, para o palácio do Catete.
O confronto com as tropas governamentais resulta em baixas dos dois lados, sem vencedores.
O governo reforça a guarda do palácio. No dia seguinte, os cadetes se rendem, depois que a
Marinha bombardeara a Escola Militar, na madrugada anterior. No dia 16, o governo revoga a
obrigatoriedade da vacina, mas continuam os conflitos isolados, nos bairros da Gamboa e da
Saúde. Dia 20, a rebelião está esmagada e a tentativa de golpe, frustrada. Começa na cidade
a operação “limpeza”, com cerca de 1 000 detidos e 460 deportados.
Mesmo com a revogação da obrigatoriedade da vacina, permanece válida a exigência do
atestado de vacinação para trabalho, viagem, casamento, alistamento militar, matrícula em
escolas públicas, hospedagem em hotéis.
Em 1904, cerca de 3 500 pessoas morreram de varíola. Dois anos depois, esse número caía
para nove. Em 1908, uma nova epidemia eleva os óbitos para cerca de 6 550 casos, mas, em
1910, é registrada uma única vítima. A cidade estava enfim reformada e livre do nome de
“túmulo dos estrangeiros”.
Cerca de quinze tipos de moléstia faziam vítimas no Rio do início do século. As principais, que
já atingiam proporções epidêmicas, eram a peste bubônica, a febre amarela e a varíola. Mas
havia também sarampo, tuberculose, escarlatina, difteria, coqueluche, tifo, lepra, entre outras.
Para combater a peste bubônica, Oswaldo Cruz formou um esquadrão especial, de 50
homens vacinados, que percorriam a cidade espalhando raticida e mandando recolher o lixo.
Criou o cargo de “comprador de ratos”, funcionário que recolhia os ratos mortos, pagando 300
réis por animal. Já se sabia que eram as pulgas desses animais as transmissoras da doença.
Em 1881, o médico cubano Carlos Finlay havia identificado o mosquito Stegomyia fasciata
como o transmissor da febre amarela. Cruz, então, criou as chamadas “brigadas mata-
mosquitos”, que invadiam as casas para desinfecção com gases de piretro e enxofre. No
44
TÓPICO 3 | A ERA DA LUTA PELOS DIREITOS
primeiro semestre de 1904, foram feitas cerca de 110 000 visitas domiciliares e interditados
626 edifícios e casas. A população contaminada era internada em hospitais.
Mesmo sob insatisfação popular, a campanha deu bons resultados. As mortes, que em 1902
chegavam a cerca de 1 000, baixaram para 48. Cinco anos depois, em 1909, não era registrada,
na cidade do Rio de Janeiro, mais nenhuma vítima da febre amarela.
Apesar de todos os incidentes, foi com a mesma firmeza que Oswaldo Cruz bancou a
campanha contra a varíola. Na noite de 14 para 15 de novembro, enviou a mulher e os filhos
para a casa do amigo Sales Guerra e seguiu, ele mesmo, para a casa do cientista Carlos
Chagas, que mais tarde descobriria a causa do mal de Chagas.
FONTE: VIEIRA, Cássio Leite. Oswaldo Cruz e a varíola: A revolta da vacina. Revista
Superinteressante. Disponível em: <http://super.abril.com.br/historia/oswaldo-cruz-e-a-
variola-a-revolta-da-vacina/>. Acesso em: 21 maio 2017.
Em outras palavras, as ações descritas até aqui tiveram foco nas grandes
cidades: eram respostas ao desenvolvimento urbano e aos desafios da expansão
da agricultura cafeeira. A realidade era bem diferente nas demais regiões do país.
No início do século XX, nossas elites ainda não haviam voltado a atenção
para o interior do país. Na verdade, a maioria desprezava essas regiões, pois
via na população mestiça, que nelas habitavam a ruína da sociedade. Na sua
concepção racista, o embranquecimento – a ser alcançado principalmente através
da ampliação da imigração europeia – era a única opção para o progresso do país
(ESCOREL; TEIXEIRA, 2012).
46
TÓPICO 3 | A ERA DA LUTA PELOS DIREITOS
UNI
FONTE: ESCOREL, Sarah; TEIXEIRA, Luiz Antônio. História das políticas de Saúde no Brasil de
1822 a 1963: Do império ao desenvolvimentismo populista. In: GIOVANELLLA, Ligia (Org.).
Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2012.
• Foi criado, em 25 de maio de 1900, o Instituto Soroterápico Federal, com o objetivo de fabricar soros e vacinas contra
1900 a peste.
• Conhecido como Túmulo dos Estrangeiros, o Rio de Janeiro do início do século 20 era considerado um desafio
1902 ao desenvolvimento do país. O Presidente Rodrigues Alves, ciente da importância de ter uma capital moderna,
estabeleceu como prioridade o saneamento e a reforma urbana da cidade. Para isso, convidou o engenheiro Pereira
Passos para a Prefeitura e o sanitarista Oswaldo Cruz para a Diretoria Geral de Saúde Pública, o que iria inaugurar a
nova era para a higiene nacional. Ampliou as atividades do Instituto Soroterápico Federal, que não mais se restringiu à
fabricação de soros, mas passou a dedicar-se também à pesquisa básica e qualificação de recursos humanos.
1903 • Oswaldo Cruz foi nomeado Diretor-Geral de Saúde Pública, cargo que corresponde atualmente ao de Ministro da
Saúde. Utilizando o Instituto Soroterápico Federal como base de apoio técnico-científico, deflagrou suas memoráveis
campanhas de saneamento. Seu primeiro adversário: a febre amarela, que angariara para o Rio a reputação de
Túmulo dos Estrangeiros e que matou, de 1897 a 1906, quatro mil imigrantes.
• Oswaldo Cruz estruturou a campanha contra a febre amarela em moldes militares, dividindo a cidade em dez distritos
sanitários, cada qual chefiado por um delegado de saúde. Seu primeiro passo foi extinguir a dualidade na direção dos
serviços de higiene. Para isso, estabeleceu uma conjugação de esforços entre os setores federais e a Prefeitura, com a
incorporação à Diretoria Geral de Saúde Pública do pessoal médico e de limpeza pública da municipalidade.
• Em seguida, Oswaldo Cruz iniciou sua luta contra a peste bubônica. A campanha previa a notificação compulsória dos
casos, isolamento e aplicação do soro fabricado em Manguinhos nos doentes, vacinação nas áreas mais problemáticas,
como a zona portuária, bem como desratização da cidade. A associação entre ratos e mosquitos era irresistível. E a
decisão da Saúde Pública de pagar por cada roedor capturado, dando origem aos inúmeros compradores de gabirus
que percorriam a cidade, só agravou a situação. Mas, em poucos meses, a incidência de peste bubônica diminuiu com
o extermínio dos ratos, cujas pulgas transmitiam a doença.
1904 • Instituiua Reforma Oswaldo Cruz, que criou o Serviço de Profilaxia da Febre Amarela e a Inspetoria de Isolamento
e Desinfecção (com responsabilidade de combate à malária e à peste no Rio de Janeiro) (Decreto Legislativo nº 1.151,
de 5/1/1904).
• Tornou obrigatória, em toda a República, a vacinação e a revacinação contra a varíola (Decreto nº 1.261, de
31/10/1904).
• Na reforma de Oswaldo Cruz, foi criada a Diretoria Geral de Saúde Pública, a qual se destinava a atender aos
problemas de saúde da capital do país e prosseguir na defesa sanitária dos portos brasileiros.
• No dia 14, a Escola Militar da Praia Vermelha aderiu à rebelião, mas após intenso tiroteio, os cadetes foram
dispersados. No bairro da Saúde, no Porto Arthur carioca, os protestos continuaram. Finalmente, o Governo
decretou estado de sitio e, no dia 16, conseguiu derrotar o levante, mas suspendeu a obrigatoriedade da vacina.
• Criação do Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos (atual Instituto Oswaldo Cruz), onde foram estabelecidas
1907 normas e estratégias para o controle dos mosquitos, vetores da febre amarela (Decreto nº 1.802, de 12/12/1907).
• A febre amarela estava erradicada do Rio de Janeiro. Em setembro de 1907, no IV Congresso Internacional de Higiene
e Demografia de Berlim, Oswaldo Cruz recebeu a medalha de ouro pelo trabalho de saneamento do Rio de Janeiro.
48
TÓPICO 3 | A ERA DA LUTA PELOS DIREITOS
• Em 1909, Oswaldo Cruz deixou a Diretoria Geral de Saúde Publica, passando a dedicar-se apenas ao Instituto de
1909
Manguinhos, que fora rebatizado com o seu nome. Do Instituto, lançou importantes expedições científicas, que
possibilitaram maior conhecimento sobre a realidade sanitária do interior do país e contribuíram para a ocupação
da região. Erradicou a febre amarela no Pará e realizou a campanha de saneamento na Amazônia, que permitiu o
término da obras da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, cuja construção havia sido interrompida pelo grande número
de mortes entre os operários. O sanitarista recomendou uma série de medidas drásticas a serem implantadas, sem
demora. Os cuidados sanitários começariam antes do operário chegar à ferrovia, com o engajamento de pessoal em
áreas não palustres, exame médico minucioso e fornecimento de quinino durante a viagem. Recomendou ainda
exames periódicos nos empregados, fornecimento diário de quinino, desconto dos dias em que o trabalhador não
ingerisse o medicamento e gratificação para o operário que passasse três meses sem sofrer nenhum acesso de malária.
Finalmente, aconselhou a construção de galpões telados para alojamento do pessoal, fornecimento de água fervida,
uso de calçados, locais determinados para a defecação.
• Foi criado o Serviço da Quinina Oficial, profilático da malária, inicial a dos medicamentos do estado,
necessários ao saneamento no Brasil (Decreto nº 13.000, de 1/5/1918).
• Foram iniciadas as atividades do Serviço de Profilaxia Rural, subordinado à Inspetoria de Serviços de
1918 Profilaxia (Decreto nº 13.001, de 1/5/1918).
• Novo marco importante da evolução sanitária brasileira com a reforma de Carlos Chagas que, reorganizando
os Serviços de Saúde Pública, criou o Departamento Nacional de Saúde Pública. A regulamentação desse
diploma legal sofreu substituição e modificações até a publicação do Decreto em 1923, que vigorou como
1920 Regulamento Sanitário Federal, por muitos anos.
• Regulamentou o Decreto nº 3.987, de 2 de janeiro de 1920, que criou o Departamento Nacional de Saúde
Pública (Decreto nº 14.189, de 26/5/1920).
• Aprovou o regulamento para o Departamento Nacional de Saúde Pública, em substituição do que
acompanhou o Decreto nº 14.189, de 26 de maio de 1920 (Decreto nº 14.354, de 15/9/1920).
• Instituiu a Reforma Carlos Chagas, que ampliou as atividades de cooperação com estados, por meio da
Diretoria de Saneamento e Profilaxia Rural (Decreto nº 15.003, de 15/9/1921).
1921
49
UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
• Criação do Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública (Decreto nº 19.402, de 14/11/1930).
• Os serviços relacionados com a saúde pública foram transferidos para o novo Ministério dos Negócios
da Educação e Saúde Pública.
1930 • Reativado o Serviço de Profilaxia de Febre Amarela, em função da epidemia de 1927-1928, no Rio de
Janeiro, e da dispersão do mosquito transmissor.
No mesmo ano houve a eleição presidencial que elegeu Júlio Prestes, que
não conseguiu assumir o cargo, pois mineiros, gaúchos e paraibanos formaram
uma aliança liberal e alegaram fraude.
50
TÓPICO 3 | A ERA DA LUTA PELOS DIREITOS
UNI
A primeira CAP foi criada em 1917 para os funcionários da Imprensa Nacional. As CAPs
eram entidades autônomas semipúblicas. Caracterizavam-se como fundos organizados
por empresas compostos por contribuição dos trabalhadores (3%), empregadores (1% do
faturamento bruto anual) e consumidores dos serviços das empresas (fração das tarifas). Eram
administradas por funcionários eleitos em assembleia e empregadores em colégio paritário.
A participação do poder público estava prevista como controle externo, que poderia ser
acionado no caso de conflito entre o segurado e a Caixa. Portanto, os CAPs eram organizações
de natureza fundamentalmente civil e sua gestão era privada. Os recursos eram destinados às
aposentadorias por idade, por tempo de serviço e invalidez ou aos dependentes em caso de
morte do trabalhador. Algumas CAPs também prestavam assistência médica.
As principais características do primeiro período da história da previdência social no Brasil
(1932-1930) foram a amplitude no plano de atribuições das instituições, prodigalidade nas
empresas e natureza civil.
Vigorou até o final dos anos 20, restringindo-se a três categorias profissionais de trabalhadores
urbanos (ferroviários, portuários e marítimos) e o caso dos comerciários estava tramitando
no congresso.
FONTE: Adaptado de: ESCOREL, Sarah; TEIXEIRA, Luiz Antônio. História das políticas de Saúde
no Brasil de 1822 a 1963: do império ao desenvolvimentismo populista. In: GIOVANELLLA,
Ligia (org.). Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2012.
51
UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
UNI
52
TÓPICO 3 | A ERA DA LUTA PELOS DIREITOS
Fascista Democrático
Conjunto de ideias e preceitos político- Representado pela Aliança Nacional
sociais totalitário introduzido na Itália Libertadora (ANL), era favorável à reforma
por Mussolini –, defendido pela Ação agrária, a luta contra o imperialismo e a
Integralista Brasileira (AIB). revolução por meio da luta de classes.
FONTE: Disponível em: <http://www.sohistoria.com.br/ef2/eravargas/>. Acesso em: 13 mar. 2017.
53
UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
UNI
A história do Instituto Evandro Chagas começa na década de 30, quando o Dr. Henrique
Penna, da Fundação Rockfeller, no Rio de Janeiro, revela em artigo científico a existência de
41 casos de leishmaniose visceral, em cortes de fragmentos de fígado obtidos em numerosas
localidades do interior do país. Como a leishmaniose visceral (conhecida também por
calazar) se constituía em uma grave doença em vários países e até então não havia sido
detectada no Brasil, o Instituto Oswaldo Cruz, na época chefiado pelo cientista Carlos Chagas,
organizou a Comissão de Estudos de Leishmaniose Visceral Americana, sob a coordenação
do Dr. Evandro Chagas.
UNI
Documentário que mostra os fatos que marcaram a vida e carreira de Vargas, o cotidiano da
época e o suicídio, que gerou controvérsias e uma gigantesca comoção social. Com narração
de Paulo César Pereio, o documentário utiliza cinejornais produzidos pelo DIP e pela Agência
Nacional, fotos de época, discos, discursos de Vargas e textos de literatura de cordel.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Uib6rtgEWHg>.
54
TÓPICO 3 | A ERA DA LUTA PELOS DIREITOS
55
UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
O SESP ampliou seus serviços para Vale do Rio Doce, prestando assistência
aos trabalhadores na reconstrução da estrada de ferro Vitória-Minas.
UNI
Além das datas é importante conhecer os temas das conferências que nos
auxiliam a compreender as lutas pelo acesso ao direito da saúde pública e de
qualidade no Brasil. Para você ter conhecimento dos temas que foram discutidos
em todas as conferências de Saúde, desde a primeira até a realizada em 2011.
Observe a figura a seguir:
• Municipalização é o caminho.
1992
57
UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
Contudo, vale destacar que os avanços sociais desse período faziam parte
de uma forma muito particular de cidadania, chamada de cidadania regulada.
Para compreender melhor esse termo acompanhe o UNI a seguir:
UNI
Cidadania regulada
O conceito de cidadania regulada, definido por Wanderley Guilherme dos Santos (1987), é
central para a compreensão da questão social no Brasil no período getulista e do pilar de
sustentação da previdência social brasileira. Ele se refere a uma modalidade de cidadania
em que a base dos direitos não se encontra em valores políticos universais, e sim em um
sistema de estratificação ocupacional definido por norma legal, com benefícios desiguais.
No período em questão, a vigência desse modelo determinou a vinculação dos direitos
de cidadania ao lugar ocupado pelos indivíduos no processo produtivo. Eram vistos como
cidadãos somente aqueles que trabalhavam em ocupações reconhecidas e definidas por lei,
sendo a carreira profissional e o pertencimento a um sindicato os parâmetros de definição da
58
TÓPICO 3 | A ERA DA LUTA PELOS DIREITOS
cidadania. Assim, os que exerciam ocupações que a lei desconhecia – como os trabalhadores
rurais, domésticos e trabalhadores do mercado de trabalho informal – eram vistos como pré-
cidadãos. A extensão da cidadania deveria se produzir por meio da regulamentação de novas
ocupações e pela ampliação do escopo dos direitos associados a cada ocupação.
FONTE: ESCOREL, Sarah; TEIXEIRA, Luiz Antonio. História das políticas de Saúde no Brasil de
1822 a 1963: Do império ao desenvolvimentismo populista. In: GIOVANELLLA, Ligia (Org.).
Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2012.
• Convênio com a Fundação Rockefeller, para intensificação das atividades de controle da febre amarela,
encerrado em 1939, com a extinção do Serviço de Profilaxia da Febre Amarela.
• No Brasil surgiram o ensino e a pesquisa científica no campo da administração, com a criação do Instituto de
1932 Organização Racional do Trabalho (IDORT). Na década de 1930, outro passo importante na racionalização da
Administração Pública foi a criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP).
• A comissão chefiada por Evandro Chagas chegou ao Pará, instalando-se na localidade de Piratuba, município
de Abaetetuba. Liderando uma equipe de médicos e farmacêuticos, Evandro Chagas constatou que a
Amazônia era um campo vasto para pesquisa nas áreas médica e científica. O cientista sugeriu ao governador
1936 paraense na época, José da Gama Malcher, a criação de um instituto de pesquisa para ampliar os estudos
de doenças regionais, como malária, leishmaniose, filariose. Nasceu então, em 11 de novembro de 1936, o
Instituto de Patologia Experimental do Norte (IPEN) atual Instituto Evandro Chagas (IEC).
• Criação do Serviço de Malária do Nordeste (SMN) para intensificar o combate ao Anopheles gambiae,
introduzido em Natal/RN, em 1930. Foi estabelecido, com essa finalidade, novo convênio com a Fundação
1939 Rockefeller. O SMN existiu até 1941, quando foi erradicado o mosquito (Decreto nº 1.042, de 11/1/1939).
• Nesse período, foi processada nova reforma da Saúde Pública Federal, orientada por Barros Barreto. A estrutura
criada manteve as linhas gerais durante vários anos, apesar dos cortes sofridos em várias oportunidades.
• Reorganizou o Departamento Nacional de Saúde, do Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública,
1941 define sua competência, composição e criou: a Divisão de Organização Sanitária; Divisão de Organização
Hospitalar; Instituto Oswaldo Cruz; Serviço Nacional de Lepra; Serviço Nacional de Tuberculose; Serviço
Nacional de Febre Amarela; Serviço Nacional de Malária; Serviço Nacional de Peste; Serviço Nacional de
Doenças Mentais; Serviço Nacional de Educação Sanitária; Serviço Nacional de Fiscalização de Medicina;
Serviço de Saúde dos Portos; Serviço Federal de Águas e Esgotos; Serviço Federal de Bioestatistica; e Sete
Delegacias Federais de Saúde, e deu outras providências. (Decreto Lei nº 3.171, de 2/4/1941).
• Autorizou ao então Ministério da Educação e Saúde, organizar o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), em
cooperação com o Institute of Interamerican Affairs, do Governo Americano (Decreto Lei nº 4.275, 17.4.1942).
• Assinado convênio básico, que estabelecia o desenvolvimento de atividades de saneamento, profilaxia da
1942 malária e assistência médico-sanitária às populações da Amazônia, onde se extraía a borracha necessária ao
esforço de guerra.
• Em 31 de julho de 1942, o Instituto Evandro Chagas (IEC), fundado em 10 de novembro de 1936 sob a
denominação de Instituto de Patologia Experimental do Norte, passou a integrar o SESP, na condição de
laboratório central.
• A ampliação do convênio básico levou o SESP a atuar no Vale do Rio Doce, prestando assistência aos
trabalhadores na reconstrução da estrada de ferro Vitória-Minas.
• I Conferência Nacional de Saúde.
59
UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
LEITURA COMPLEMENTAR
60
TÓPICO 3 | A ERA DA LUTA PELOS DIREITOS
61
UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
62
TÓPICO 3 | A ERA DA LUTA PELOS DIREITOS
do INSS como perito nas solicitações de BPC para pessoas com deficiência. Não
há articulação entre a ação das agências do INSS e o SUAS, não há vínculos, nem
territoriais, entre os profissionais dos CRAS e os das agências do INSS.
63
UNIDADE 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO RESIDUAL
a.2) Fase CPF – introdução no órgão gestor da assistência social dos entes
federativos estaduais e municipais, marcas de gestão democrática pela
presença de conselho, plano e fundo, dando início ao processo de construção
da unidade nacional, a política pública e a realização das primeiras
conferências municipais, estaduais e nacional.
64
TÓPICO 3 | A ERA DA LUTA PELOS DIREITOS
FONTE: SPOSATI, Aldaíza. Proteção social e seguridade social no Brasil: pautas para o trabalho
do assistente social. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 116, p. 652-674, dez. 2013. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-66282013000400005&lng=pt&
nrm=iso>. Acesso em: 14 maio 2017.
65
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico vimos que:
• Fim da primeira fase da Era Vargas com avanços tímidos na área da saúde,
pautados em ações emergenciais de combate a epidemias.
66
AUTOATIVIDADE
a) F – V – F – V.
b) F – F – V – V.
c) V – V – V – F.
d) V – F – F – V.
67
3 Ainda, neste período, as epidemias configuravam um grande desafio para a
saúde pública, especialmente quando atentamos para a parcela mais pobre
da população. Entre as iniciativas para superar esse desafio estavam as
campanhas sanitárias. Sobre essas campanhas assinale a alternativa correta:
68
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Ao final de cada um deles você
encontrará atividades que o ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos.
69
70
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, o acesso aos direitos sociais e previdenciários foi lento, pois se
visualizava a produção e o desenvolvimento de um país e se desconsiderava a
mão de obra operária.
71
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
72
TÓPICO 1 | O CONTEXTO DA SEGURIDADE SOCIAL EM PARALELO À POLÍTICA DE SAÚDE
Seguridade
Social
Previdência Assistência
Saúde
Social Social
73
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
UNI
Na verdade, a previdência social brasileira foi implantada com a Lei Eloy Chaves, estabelecida
pelo Decreto Legislativo 4.682/1923, que criou as chamadas Caixas de Aposentadoria e
Pensões para os empregados das empresas ferroviárias, contemplando os benefícios de
aposentadoria por invalidez, aposentadoria ordinária (atualmente chamada de aposentadoria
por tempo de contribuição), pensão por morte, bem como o benefício de assistência médica,
todos eles custeados por contribuições do Estado, dos empregadores e dos trabalhadores.
Embora não tenha sido a primeira norma jurídica brasileira sobre matéria previdenciária, o dia
24/01/1923 – data de publicação da Lei Eloy Chaves – ainda hoje é comemorado pelo INSS
como a data de aniversário da Previdência Social brasileira.
O sistema de Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAP) foi ampliado, na década de vinte,
para abranger empresas de outros ramos de atividades, tais como as empresas dos serviços
telegráficos, dos portuários, de mineração etc. Nessa sistemática, cada empresa criava e
organizava sua própria Caixa de Aposentadoria e Pensões.
Após a Revolução de 1930, o novo Ministério do Trabalho incorporou-as e passou a tomar
providências para que essa garantia trabalhista fosse estendida a um número significativo de
trabalhadores. Dessa forma, foi criado o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos
(IAPM) em junho de 1933, ao qual se seguiram o dos Comerciários (IAPC) em maio de 1934,
o dos Bancários (IAPB) em julho de 1934, o dos Industriários (IAPI) em dezembro de 1936, e
os de outras categorias profissionais nos anos seguintes. Em fevereiro de 1938 foi criado o
Instituto de Previdência e Assistência aos Servidores do Estado (IPASE). A presidência desses
institutos era exercida por pessoas livremente nomeadas pelo presidente da República.
74
TÓPICO 1 | O CONTEXTO DA SEGURIDADE SOCIAL EM PARALELO À POLÍTICA DE SAÚDE
Essa proteção social não se referia aos sujeitos, mas a uma garantia na
produção. Independentemente de sua constituição, esse foi o marco inicial na
construção do sistema de seguridade social.
Serviços de saúde
Consolidação das Leis IAPs organizadas por
oferecidos como
Trabalhistas (CLT) - 1943 categoria profissional
concessão
75
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
UNI
76
TÓPICO 1 | O CONTEXTO DA SEGURIDADE SOCIAL EM PARALELO À POLÍTICA DE SAÚDE
77
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
Conforme Souza (2013, p. 6): “Essa situação mudou em 1960, quando foi
aprovada a Lei Orgânica de Previdência Social, porém só teve mudanças efetivas
em 1966, quando foi criado o Instituto Nacional de Previdência Social – INPS e o
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS”.
78
TÓPICO 1 | O CONTEXTO DA SEGURIDADE SOCIAL EM PARALELO À POLÍTICA DE SAÚDE
Sistema Nacional
de Previdência e
Assistência Social
INAMPS IAPAS
79
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
80
TÓPICO 1 | O CONTEXTO DA SEGURIDADE SOCIAL EM PARALELO À POLÍTICA DE SAÚDE
1943 IAPs
ASSISTÊNCIA
CF/88 SAÚDE PREVIDÊNCIA – SOCIAL
81
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final deste tópico é importante ter claro que o seguro social surgiu no
Brasil em 1923, com a pressão dos operários das ferrovias, surgindo as CAPs,
em que cada empresa de estrada de ferro era obrigada a fazer uma caixa de
aposentadoria e pensão. Então, o sistema nasceu pulverizado e várias outras
categorias criaram as suas.
LEITURA COMPLEMENTAR
82
TÓPICO 1 | O CONTEXTO DA SEGURIDADE SOCIAL EM PARALELO À POLÍTICA DE SAÚDE
83
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
84
TÓPICO 1 | O CONTEXTO DA SEGURIDADE SOCIAL EM PARALELO À POLÍTICA DE SAÚDE
85
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
86
TÓPICO 1 | O CONTEXTO DA SEGURIDADE SOCIAL EM PARALELO À POLÍTICA DE SAÚDE
A FASE PÓS-CONSTITUINTE
87
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
88
TÓPICO 1 | O CONTEXTO DA SEGURIDADE SOCIAL EM PARALELO À POLÍTICA DE SAÚDE
89
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
90
TÓPICO 1 | O CONTEXTO DA SEGURIDADE SOCIAL EM PARALELO À POLÍTICA DE SAÚDE
91
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
92
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou que:
• O Estado intervém na regulação dos necessitados, mas esta ação era apenas
para a saúde, que tinha princípio na dignidade humana. Somente com a
Declaração dos Direitos Humanos o Estado se responsabiliza em relação à
garantia da dignidade humana.
93
AUTOATIVIDADE
( ) V – V – F – F.
( ) F – V – V – F.
( ) V – F – V – F.
( ) F – V – F – V.
94
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
O modelo de saúde assistencial privatista se tornou hegemônico na
segunda metade do século XX, alavancado pelo processo de industrialização, que
passa a pensar também no processo de produção e não apenas no produto final,
pois o ser humano é visto como parte desse processo.
O ser humano, como parte desse processo, deve ter o menor número de
faltas possíveis, pois ele é ferramenta importante para o final do produto, e sua
irregularidade no trabalho encarece o produto final. Nessa perspectiva surge
uma nova dinâmica de proteção em saúde, o seguro social.
95
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
Após esse período é que o Estado prestou atenção nos sujeitos excluídos
do sistema de proteção da previdência social, nesse sentido, iniciou-se de forma
tímida o amparo às pessoas que não conseguiam garantir sua sobrevivência, o
que acabou resultando na criação da Legião Brasileira de Assistência (LBA) e do
Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS).
96
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE SAÚDE NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
UNI
A Legião Brasileira de Assistência teve como objetivo prestar auxílio às famílias dos soldados
enviados à 2ª Guerra Mundial. Com o fim da guerra, continuou a existir para ajudar famílias
carentes.
A LBA era presidida por primeiras-damas. As denúncias de desvios de verbas no ano de 1991
marcaram negativamente a gestão de Roseana Collor. Em 1995, a LBA foi extinta logo no
primeiro dia do governo do então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.
97
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
4 DO SANITARISMO À MUNICIPALIZAÇÃO
A política de saúde intensifica seu processo de organização nacional com
a unificação do Ministério da Saúde em 25 de julho de 1953, pois anteriormente o
Ministério integrava a saúde, a educação e a cultura.
98
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE SAÚDE NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
99
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
UNI
100
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE SAÚDE NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
Numa visão mais ampla, o Ministério da Saúde foi criado como uma
proposta política que refletia o jogo de interesses político-partidários da época,
que mascaravam interesses distintos dos grupos políticos.
A estratégia que mais ficou evidente fora a do então presidente Vargas, que
acreditava na qualidade da intervenção do Estado por meio de coordenação, controle
e planejamento da economia brasileira, entendida como a única forma eficaz de
resolver os problemas urgentes do país e favorecer o desenvolvimento econômico.
UNI
Entenda por que a lei tornou obrigatória a iodetação do sal de cozinha destinado
a consumo alimentar nas regiões noctígenas do país (Lei nº 1.944, de 14/8/1953).
101
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
Essa lei destaca em seu Art. 1º que “É dever do Estado, bem como da
família, defender e proteger a saúde do indivíduo” (BRASIL, 1954). Reforçada
pelo Art. 2° [...], incumbe à União manter um órgão de saúde e assistência, que
realizará inquéritos, estudos e pesquisas sobre: condições de saúde do povo;
influência do meio brasileiro na vida do homem; endemias existentes no Brasil e
a alimentação do povo, das diferentes zonas do país (BRASIL, 1954).
102
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE SAÚDE NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
103
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
104
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE SAÚDE NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
105
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
LEITURA COMPLEMENTAR
Presidência da República
Casa Civil
107
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
109
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
110
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE SAÚDE NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
UNI
111
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
112
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE SAÚDE NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
7 OUTRAS DOENÇAS
O primeiro relato de tuberculose no Brasil se dá em 1549, trazida pelo
padre enfermo Manuel da Nóbrega. Em 1555, a doença se alastrou, infectando
um em cada 150 habitantes.
No século XX, 10% dos óbitos na cidade de São Paulo eram resultantes da
tuberculose. Medidas como saneamento básico e melhores métodos de higiene
pessoal reduziram essa taxa ao longo das décadas.
UNI
113
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
8 OUTRAS CONSIDERAÇÕES
O século XX representou uma ruptura em relação à questão da proteção
social prestada pelo Estado, quando se rompe com as ideias de filantropia e
inicia-se a ideia de conquista de direitos. Esse processo foi bastante lento, pois
se inicia como uma necessidade do mercado (pessoas que podem trabalhar e,
com isto, necessitam ter boa saúde).
114
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico apresentamos:
• Nesse período foi realizada a III Conferência Nacional da Saúde (CNS), que
propunha a reordenação dos serviços de assistência médico-sanitária e uma
nova divisão das atribuições e responsabilidades entre os níveis político-
administrativos da Federação visando, sobretudo, à municipalização.
115
AUTOATIVIDADE
2 No início do século XX, o Estado não via como necessária sua intervenção
política diante das expressões da questão social que demandavam por
assistência à saúde. Essa era organizada pelas igrejas, por exemplo, as Santas
Casas de Misericórdia, instauradas no Brasil ainda na sua fase colonial.
Diante deste contexto, com relação à dedicação do Estado com a política de
saúde, analise as sentenças a seguir:
116
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Esse período teve início com o regime militar, que se estendeu até a década
de 1980, quando foi suprimido e ocorreu a redemocratização do país. Em todo
esse período, o governo foi chefiado por comandantes militares – como Castelo
Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel, Figueiredo –, em um regime governamental
de caráter ditatorial e autoritário, com o uso excessivo das forças policiais e das
medidas de repressão.
A vida da população brasileira foi marcada pelo golpe militar de 1964, que
teve como característica o autoritarismo e a restrição de alguns “direitos” sociais
antes conquistados. A ditadura causou um processo de anulação dos Poderes
Legislativos e Judiciários da época.
117
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
Esse movimento causou uma grave crise fiscal, mais evidente no ano de
1966 com a privatização da assistência médica. Quem precisasse de assistência
médica precisaria pagar pelo atendimento.
118
TÓPICO 3 | DO REGIME MILITAR AOS DIREITOS SOCIAIS
UNI
Boletim Epidemiológico
119
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
120
TÓPICO 3 | DO REGIME MILITAR AOS DIREITOS SOCIAIS
O Nordeste já dava sinais de ser uma região com mais sensibilidade, por
isso criou-se um Programa específico de Interiorização das Ações de Saúde e
Saneamento no Nordeste (Decreto nº 78.307, de 24/8/1976).
121
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
E para controlar todo esse sistema, que com o passar do tempo foi se
tornando grandioso e complexo, foi criado, em 1978, o INAMPS (Instituto
Nacional de Assistência Médica da Previdência Social).
122
TÓPICO 3 | DO REGIME MILITAR AOS DIREITOS SOCIAIS
A saúde perpassa por diferentes ciclos, por isso iniciamos com o Plano
de Ação Contra o Sarampo, que mobilizou o Brasil buscando a diminuição de
casos. Todos esses avanços impulsionaram a criação do Grupo de Trabalho no
objetivo do Controle da Qualidade de Imunobiológicos (GT/CQI) (Portaria GM/
MS nº 163, de 15/7/1981).
Todas as normas devem ser claras e devem ser repassadas para os diversos
níveis do sistema, pelos canais de informações, como: manuais, cursos, ordens
de serviço etc.
123
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
UNI
124
TÓPICO 3 | DO REGIME MILITAR AOS DIREITOS SOCIAIS
UNI
UNI
125
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
FIGURA 28 – ZÉ GOTINHA
FONTE: As autoras
126
TÓPICO 3 | DO REGIME MILITAR AOS DIREITOS SOCIAIS
127
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
128
TÓPICO 3 | DO REGIME MILITAR AOS DIREITOS SOCIAIS
129
UNIDADE 2 | O CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL COM ENFOQUE NO MODELO DE
SEGURO SOCIAL
130
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você viu que:
• Inicia-se a pesquisa dos casos de doença e morte, o que permitiu definir o perfil
epidemiológico da doença no país.
131
• A política de saúde vem ganhando mais espaço com a criação em 1977 do
Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública.
132
AUTOATIVIDADE
133
134
UNIDADE 3
A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO
MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos e em cada um deles você encon-
trará atividades que o(a) ajudarão a aplicar os conhecimentos apresentados.
135
136
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico! Seja bem-vindo à Unidade 3 da disciplina de Políticas
de Saúde e Previdência Social. Nesta unidade trilharemos juntos o caminho das
políticas públicas no período após a promulgação da Constituição Federal de 1988.
137
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
138
TÓPICO 1 | COMPREENDENDO O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS
139
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
• No setor privado se organizava a partir dos anos 1950 uma estrutura hospitalar
e empresas médicas.
Nos anos 1980, a expectativa causada pelo fim da ditadura militar foi
frustrada com o caráter conservador assumido pelas políticas sociais no período
da redemocratização (BRAVO, 2006). Em outras palavras, esperava-se que com o
fim da rígida intervenção estatal as políticas sociais seriam capazes de promover
melhorias nas condições de vida de trabalhadores e da população em situação de
vulnerabilidade.
140
TÓPICO 1 | COMPREENDENDO O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS
UNI
Material elaborado pelo Ministério da Saúde e pelo Conselho Nacional de Saúde traz
informações sobre a organização dos conselhos de saúde e sua relevância para o controle
social e a gestão democrática.
141
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
UNI
BREVE HISTÓRICO
A história das políticas de saúde está relacionada diretamente à evolução político-social e
econômica da sociedade brasileira, não sendo possível dissociá-las. Torna-se necessário
relacionar no tempo essa construção.
Nesse sentido, nunca é demais reafirmar que as lutas sociais por saúde no Brasil sofreram
a influência dos movimentos e dos contextos sociopolítico e econômico, mas também
influenciaram, em vários momentos, a construção social e política do Estado Brasileiro, por
meio da participação e mobilização social em saúde, não só por representar a aglutinação
organizada de entidades e pessoas com objetivos e formas de manifestações articuladas no
cenário social e político, como por ser espécie de “ato permanente” do chamado movimento
sanitário, o que deu corpo às teses que sustentaram o Projeto da Reforma Sanitária Brasileira.
Esse movimento consolidou-se na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, na qual,
pela primeira vez, mais de cinco mil representantes de todos os segmentos da sociedade
civil discutiram um novo modelo de saúde para o Brasil, o que culminou com a criação do
Sistema Único de Saúde (SUS) pela Assembleia Nacional Constituinte em 1988.
142
TÓPICO 1 | COMPREENDENDO O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS
143
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
UNI
O presente artigo visa refletir acerca do Ajuste Neoliberal e seus impactos na política de
saúde, já que os mesmos atingem visivelmente esta área. A metodologia utilizada foi
pesquisa bibliográfica, sendo examinadas literaturas condizentes ao tema proposto. Diante
da constatação das dificuldades de uma saúde “doente”, faz-se necessário refletir a origem
dessa problemática e, a partir daí, analisar os impactos que recaem sobre ela. Entendemos
que a saúde foi fortemente influenciada pelo ajuste neoliberal implementado no Brasil,
principalmente a partir da década de 1990. Sendo assim, objetiva-se adquirir embasamento
teórico-metodológico do processo histórico de constituição desta política social, bem
como apreender suas determinações no presente, para que possamos instrumentalizar os
profissionais, movimentos sociais, usuários e demais atores vinculados à saúde.
144
TÓPICO 1 | COMPREENDENDO O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS
145
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
146
TÓPICO 1 | COMPREENDENDO O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS
147
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
148
TÓPICO 1 | COMPREENDENDO O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS
E
IMPORTANT
UNI
149
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
150
TÓPICO 1 | COMPREENDENDO O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS
151
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
UNI
Gestores do SUS
Os gestores do SUS são os representantes do Poder Executivo no âmbito dos municípios, dos
estados, do Distrito Federal e da União. Cada uma das estruturas compõe a direção do SUS
nas diferentes esferas de governo e possui uma organização própria. Independentemente da
existência de uma autoridade sanitária (ministro ou secretários de Saúde), essas estruturas
têm órgãos gestores, com diferentes cargos de direção e chefia, que participam da gestão
do SUS e são corresponsáveis por ela, em coerência com as funções que lhes são atribuídas
(NORONHA et al., 2012, p. 368).
Para saber mais sobre o papel dos gestores no SUS, assista ao vídeo: Gestão do SUS. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=Zgm7ipewWW8>. Acesso em: 18 ago. 2017.
ATENCAO
Para saber mais sobre controle social, relembre seus estudos revendo a Unidade
3 da disciplina de Direitos Humanos e Cidadania!
UNI
Comando único
O comando único (ou direção única) em cada esfera de governo é a tentativa de garantir, na
gestão pública da saúde, a observância de um princípio comum a todo o sistema federativo:
a autonomia relativa dos governos na elaboração de suas políticas próprias. Assim, no
âmbito nacional, a gestão deve ser realizada de forma coerente com as políticas elaboradas
pelo Ministério da Saúde; no âmbito estadual, com as políticas elaboradas pelas secretarias
estaduais; e no âmbito municipal, pelas secretarias municipais de Saúde (NORONHA et al.,
2012, p. 368).
Para dar conta desses desafios se faz necessária a construção de uma rede
de atenção à saúde, “[...] visto que os problemas de saúde não se distribuem
uniformemente na população, no território e no tempo, e envolveram tecnologias
de diferentes complexidades e custo, faz-se necessário organizar uma rede de
atenção à saúde no SUS” (NORONHA et al., 2012, p. 369).
153
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
154
TÓPICO 1 | COMPREENDENDO O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS
Princípios e Diretrizes do
Direitos dos cidadãos Deveres do Estado
SUS
Garantia de um conjunto de
ações e serviços que supram
Igualdade de todos às as necessidades de saúde
ações e aos serviços da população e apresentem
Universalidade no acesso e
necessários para elevada capacidade de resposta
igualdade na assistência
promoção, proteção e aos problemas apresentados,
recuperação da saúde. organizados e geridos pelos
diversos municípios e estados
brasileiros.
Garantia de condições de
atendimentos adequadas ao
indivíduo e à coletividade, de
Acesso a um conjunto acordo com as necessidades de
de ações e serviços saúde, tendo em vista a integração
resolutivos, preventivos das ações de promoção da saúde,
e curativos, individuais a prevenção de doenças e agravos,
e coletivos, de diferentes o diagnóstico, o tratamento e a
Integralidade na assistência
complexidades e custos, reabilitação.
que reduzam o risco Articulação da política de saúde
de doenças e agravos e com outras políticas públicas,
proporcionem o cuidado como forma de assegurar uma
à saúde. atuação intersetorial entre as
diferentes áreas cujas ações
tenham repercussão na saúde e na
qualidade de vida das pessoas.
Garantia de espaços que
Participação na
permeiam a participação da
formulação, na
sociedade no processo de
fiscalização e no
formulação e implantação da
Participação da comunidade acompanhamento da
política de saúde.
implantação de políticas
Transparência no planejamento e
de saúde nas diferentes
na prestação de contas das ações
esferas de governo.
públicas desenvolvidas.
Garantia de um conjunto de
Acesso a um conjunto ações e serviços que supram
de ações e serviços, as necessidades de saúde
localizados em seu da população e apresentem
município e próximos à elevada capacidade de resposta
sua residência ou ao seu aos problemas apresentados,
Descentralização,
trabalho, condizem com organizados e geridos pelos
regionalização e
as necessidades de saúde. diversos municípios e estados
hierarquização de ações e
Atendimento em unidades brasileiros.
serviços de saúde
de saúde mais distantes, Articulação e integração
situadas em outros de um conjunto de ações e
municípios ou estados, serviços, de distintas naturezas,
caso isso seja necessário complexidades e custos, situados
para o cuidado à saúde. em diferentes territórios político-
administrativos.
155
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
UNI
Conselhos:
Conselho Nacional de Secretários de Saúde – Conass: <http://www.conass.org.br/>.
Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde – Conasems: <http://www.conasems.
org.br/>.
Conselho de Secretarias Municipais de Saúde dos estados – Cosems
SC: <http://www.cosemssc.org.br/>.
RS: <http://www.cosemsrs.org.br/>.
PA: <http://www.cosemspa.com.br/>.
Comissões
Comissão Intergestores Tripartite (CIT) – Informações do Portal da Saúde (Ministério da
Saúde): <http://u.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/1063-sgep-raiz/
dai-raiz/se-cit/l1-st-cit/17164-cit>.
Comissões Intergestores Bipartites (CIB) - Informações da Secretaria de Saúde do
Estado de Santa Catarina: <http://portalses.saude.sc.gov.br/index.php?option=com_
content&view=article&id=54&Itemid=72>.
Colegiados de Gestão Regional (Comissões Intergestores Regionais) – Orientações do
Ministério da Saúde para organização e funcionamento: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/pacto_saude_volume10.pdf>.
157
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
Como nos mostram Noronha et al. (2012), cada uma dessas funções
representa uma série de ações. Essas ações são realizadas pelos três entes gestores
(União, estados e municípios) de acordo com a regulamentação específica.
A formulação de políticas públicas e planejamento compreende o diagnóstico
de necessidades, o escalonamento de prioridades e a organização dos atores
necessários para a operacionalização da política.
E
IMPORTANT
UNI
Orçamento Público
158
TÓPICO 1 | COMPREENDENDO O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS
159
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
Regulação
de sistemas
estaduais.
Coordenação
de redes de
referência
de caráter
Garantia de interestadual/
recursos estáveis nacional.
e suficientes para Regulação da
o setor saúde. incorporação
Identificação de
Peso importante e uso de
problemas e definição
dos recursos tecnologias em
de prioridades no papel
federais. saúde.
estratégico e normativo.
Papel Normas de
Manutenção da
redistributivo. regulação
unidade, respeitando a
Definição de sanitária no
diversidade.
prioridades plano nacional.
Busca da equidade.
nacionais e Regulação de Em caráter de
Apoio e incentivo
critério de mercados em execução.
Federal ao fortalecimento
investimentos e saúde (planos Em áreas/ações
institucional e práticas
alocação entre privados, estratégicas.
inovadoras de gestão
áreas da política insumos).
estadual e municipal.
e entre regiões/ Regulação
Planejamento e
estados. das políticas
desenvolvimento de
Realização de de recursos
políticas estratégicas
investimentos humanos em
nos campos de
para redução de saúde.
tecnologias, insumos e
desigualdades. Coordenação
recursos humanos.
Busca da dos sistemas
equidade na nacionais de
alocação de informações em
recursos. saúde.
Avaliação dos
resultados
das políticas
nacionais e do
desempenho
dos sistemas
estaduais.
160
TÓPICO 1 | COMPREENDENDO O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS
Regulação
de sistemas
municipais.
Coordenação
de redes de
referência
Definição de
de caráter
prioridades
intermunicipal.
estaduais.
Apoio à Em áreas
Garantia
articulação estratégicas:
de alocação
intermunicipal. serviços
Identificação de de recursos
Coordenação da assistenciais
problemas e definição próprios.
Programação de referência
de prioridades no Definição de
Pactuada e estadual/
âmbito estadual. critérios claros
Integrada (PPI) regional, ações
Promoção da de alocação de
no estado. de maior
regionalização. recursos federais
Implantação complexidade
Estadual Estímulo à e estaduais
de mecanismos de vigilância
programação integrada. entre as áreas da
de regulação epidemiológica
Apoio e incentivo política e entre
da assistência ou sanitária.
ao fortalecimento municípios.
(ex.: centrais, Em situações
institucional das Realização de
protocolos). de carência
secretarias municipais investimentos
Regulação de serviços e
de Saúde (SMS). para redução das
sanitária de omissão
desigualdades.
(nos casos do gestor
Busca da
pertinentes). municipal.
equidade na
Avaliação dos
alocação de
resultados
recursos.
das políticas
estaduais.
Avaliação do
desempenho
dos sistemas
municipais.
Organização das
portas de entrada
do sistema.
Estabelecimento
Execução
de fluxos de
Garantia de de ações e
referência.
Identificação de aplicação prestação direta
Integração da
problemas e definição de recursos de serviços
rede de serviços.
de prioridades no próprios. assistenciais,
Articulação com
âmbito municipal. Critérios claros de vigilância
outros municípios
Planejamento de ações e de aplicação epidemiológica
para referências.
serviços necessários nos de recursos e sanitária.
Municipal Regulação e
diversos campos. federais, Gerência de
avaliação dos
Organização da oferta estaduais e unidades de
prestadores
de ações e serviços municipais. saúde.
públicos e
públicos e contratação Realização de Contratação,
privados.
de privados (caso investimentos administração e
Regulação
necessário). no âmbito capacitação de
sanitária (nos
municipal. profissionais de
casos pertinentes).
saúde.
Avaliação dos
resultados
das políticas
municipais.
FONTE: Noronha et al. (2012, p. 375)
161
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
162
TÓPICO 1 | COMPREENDENDO O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS
ATENCAO
E
IMPORTANT
E
IMPORTANT
165
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
UNI
166
TÓPICO 1 | COMPREENDENDO O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS
Principais Mecanismos de
Racionalidade Modelos de Relações e acordos
Período portarias financiamento
sistêmica atenção federativos
em vigor federal
Negociações em
Única forma âmbito nacional por
utilizada: meio dos Conselhos
repasse direto de Representação dos
1990 a NOB
Ausente ao prestador Ausente Secretários Estaduais
1992 91/92
segundo (Conass) e municipais
produção (Conasems) e Comissão
aprovada. Intergestores Tripartite
(CIT).
Negociações em âmbito
Forma nacional e estadual por
preponderante: meio de Conselhos dos
repasse direto Secretários Municipais
ao prestador de Saúde (Consems)
segundo Definição de e da Comissão
produção responsabilidade Intergestores Bipartite
Fraca: iniciativas
aprovada. sobre (CIB).
1993 a e negociações
NOB 93 Forma residual algumas ações Iniciativas isoladas de
1995 municipais
(a partir de 1994): programáticas e de consórcios.
isoladas
transferências vigilância sanitária Formalização
em bloco (block e epidemiológica. dos acordos
grants) segundo intergovernamentais
montante por meio do processo
definido no teto de habilitação às
financeiro. condições de gestão do
SUS.
Negociações em âmbito
nacional e estadual
e experiências de
Moderada: Forma residual:
Programa negociação regional
iniciativas de repasse direto
de Agentes isoladas (ex.: CIB
programação ao prestador
Comunitários de regionais).
e negociações segundo
Saúde/Programa Iniciativas isoladas de
intermunicipais, produção
Saúde da Família consórcios.
1996 a com participação aprovada.
NOB 96 (Pacs/PSF) Formalização
2000 e mediação Forma
Programas dos acordos
da instância preponderante (a
e projetos intergovernamentais
estadual partir de 1998):
prioritários por meio do processo
(Programação transferência
para controle de de habilitação às
Pactuada e segmentada em
doenças e agravos. condições de gestão do
Integrada). várias parcelas.
SUS e dos instrumentos
de programação da
saúde.
167
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
Negociações em âmbito
nacional e estadual
Forte: definição
e experiência de
de conjunto
negociação regional
de ações e
Forma residual: isolada (ex.: CIB
serviços a serem Manutenção
repasse direto regionais).
contemplados dos dispositivos
ao prestador Iniciativas isoladas de
no planejamento anteriores e:
segundo consórcios.
regional e às Definição de
produção Formalização
iniciativas e responsabilidades
aprovada. dos acordos
negociações mínimas para a
Forma intergovernamentais
2001 a Noas intermunicipais atenção básica.
preponderante: por meio do processo
2005 2001/2002 sob coordenação Redefinição de
transferências de habilitação às
da instância procedimentos
segmentadas em condições de gestão do
estadual da atenção de alta
várias parcelas SUS, da programação
(Programação complexidade.
incluindo a de saúde e de contratos
Pactuada e Criação de
definição de entre gestores isolados.
Integrada, Plano protocolos para
referências Implantação de
Diretor de assistência médica.
intermunicipais. mecanismos de
Regionalização,
avaliação de resultados
Plano Diretor de
(Agenda da Saúde,
Investimentos).
Pacto da Atenção
Básica).
Negociações em âmbito
nacional e estadual.
Fomento à expansão
das experiências de
negociação regional e
compartilhamento da
Transferências
Forte: definições gestão dos sistemas de
em seis
do conjunto saúde.
grandes blocos:
de ações e Formalização dos
atenção básica,
serviços a serem acordos entre
média e alta
contemplados Definição das gestores por meio da
Pactos complexidade
2006 a no processo de responsabilidades programação em saúde,
pela ambulatorial
2010 regionalização em todos os níveis da assinatura de termos
saúde e hospitalar,
da saúde de atenção. de compromissos entre
vigilância em
conduzidos no os gestores no âmbito
saúde, assistência
âmbito estadual do Pacto pela Vida e de
à saúde, gestão
com pactuação contratos entre gestores
do SUS e
entre gestores. em alguns estados.
investimentos.
Implantação de
mecanismos de
monitoramento
e avaliação dos
compromissos
pactuados.
168
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você estudou que:
• Como inovações das políticas de saúde nos anos 2000 estão: a luta pela Reforma
Sanitária, a criação da Secretaria de Gestão do Trabalho em Saúde, da Secretaria
Nacional de Atenção à Saúde e da Secretaria de Gestão Participativa.
• Os gestores do SUS têm papel central no sucesso das várias fases da política
pública. É fundamental a ação desses atores para que seja possível atender a
toda a população com qualidade.
169
AUTOATIVIDADE
a) V – F – F – V.
b) V – F – V – V.
c) F – V – V – F.
d) F – V – F – F.
170
a) As sentenças II e IV estão corretas.
b) As sentenças I e III e estão corretas.
c) Somente a sentença II está correta.
d) As sentenças II e III estão corretas.
171
172
UNIDADE 3
TÓPICO 2
O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
1 INTRODUÇÃO
A previdência social, como já vimos, integra, juntamente com a política de
saúde e de assistência social, o tripé da seguridade social. Como parte integrante
da seguridade social, também foi alvo de avanços e retrocessos ao longo da
história de nosso país.
173
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
UNI
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é a agência das Nações Unidas que tem por
missão promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter acesso a um
trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade.
O trabalho decente, conceito formalizado pela OIT em 1999, sintetiza a sua missão histórica
de promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter um trabalho produtivo
e de qualidade, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humanas,
sendo considerado condição fundamental para a superação da pobreza, a redução das
desigualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e o desenvolvimento
sustentável.
O trabalho decente é o ponto de convergência dos quatro objetivos estratégicos da OIT: o
respeito aos direitos no trabalho (em especial aqueles definidos como fundamentais pela
Declaração Relativa aos Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho e seu seguimento
adotada em 1998: (i) liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de negociação
coletiva; (ii) eliminação de todas as formas de trabalho forçado; (iii) abolição efetiva do
trabalho infantil; (iv) eliminação de todas as formas de discriminação em matéria de emprego
e ocupação), a promoção do emprego produtivo e de qualidade, a extensão da proteção
social e o fortalecimento do diálogo social.
174
TÓPICO 2 | O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
175
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
Maílson da Nóbrega:
FONTE: Disponível em: <http://chargistaclaudio.zip.net/images/b89-
12a.jpg>. Acesso em: 7 set. 2017.
176
TÓPICO 2 | O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
O período entre 1985 e 1991 pode ser caracterizado por duas frentes: o
debate para a promoção da ampliação da cobertura e redução da desigualdade
entre trabalhadores urbanos e rurais e a luta para a aprovação de leis relativas ao
financiamento e aos direitos garantidos pela Constituição Federal de 1988.
E
IMPORTANT
De 1985 a 1988, a nação estava concentrada em discutir e elaborar uma nova Constituição,
pois estava em jogo a definição das bases que iriam sustentar a construção de um novo
regime. Entre essas bases, a questão social assumia importância ímpar, dado que os diferentes
setores presentes nos movimentos sociais que lutaram pelo fim da ditadura abraçavam a
ideia de que seria possível, a partir da democratização do país, resgatar a enorme dívida social
herdada do período militar. Com esse propósito, os constituintes escreveram na Constituição
de 1988 a garantia de direitos básicos e universais de cidadania, que estabelecia o direito à
saúde pública, definia o campo da assistência social, regulamentava o seguro-desemprego
e avançava na cobertura da PS. Essas garantias foram objeto de capítulo específico – o da
Seguridade Social (SS), simbolizando o rompimento com o passado.
FONTE: (MARQUES et al., 2009).
177
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
1 – Abono de permanência
2 – Pecúlio
178
TÓPICO 2 | O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
3 – Auxílio-natalidade
4 – Auxílio-funeral
UNI
Fator Previdenciário
O fator previdenciário, que existe desde o governo FHC, nada mais é do que uma fórmula
matemática utilizada pelo INSS. Ele tem como principal finalidade reduzir os benefícios
concedidos às pessoas que se aposentam com menos de 60 anos.
A Previdência Social espera que mulheres se aposentem a partir dos 60 anos e os homens
com 65 anos. No entanto, muitos acabam recorrendo à modalidade de aposentadoria por
tempo de contribuição (30 anos para mulheres e 35 para homens). Essa situação estava
causando um rombo nos cofres do INSS, por isso o fator previdenciário foi instituído.
A ideia de criar o fator previdenciário surgiu como uma forma de incentivar o contribuinte a
trabalhar por mais tempo. Ou seja, os trabalhadores pensam duas vezes antes de solicitar a
aposentadoria por tempo de contribuição, já que isso refletirá diretamente no bolso.
O que é o Fator Previdenciário?
O fator previdenciário é um cálculo utilizado para conceder a aposentadoria aos segurados
do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ele começou a valer em 1999, ainda na gestão
do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso.
Desde quando começou a ser usado, o fator previdenciário influencia no valor da aposentadoria
por tempo de contribuição. Portanto, quem resolve se aposentar mais jovem acaba recebendo
menos do que o esperado, já que o cálculo da Previdência “come” parte do valor.
Em outras palavras, quanto menor a idade na hora de dar entrada na aposentadoria, maior é
o redutor do benefício previdenciário.
Como fazer o cálculo?
A fórmula do fator previdenciário é complexa. A conta é baseada na idade do trabalhador, no
tempo de contribuição, na expectativa de sobrevida e no multiplicador de 0,31.
Não entendeu nada? Vamos a um exemplo prático:
Carlos tem 55 anos de idade e contribuiu com o INSS por 35 anos. Sua média salarial ao
longo de todo o período de carteira assinada é de R$ 3.000,00. Sabendo que o seu fator
previdenciário é de 0,7, a conta para chegar ao valor da sua aposentadoria é 0,7 X 3.000 =
R$ 2.100,00.
180
TÓPICO 2 | O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
No caso de José, que resolveu se aposentar por idade aos 65 anos e contribuiu por 45 anos,
o fator é de 1,379. Se sua média de salário é igual à de Carlos (R$ 3.000,00), ele receberá R$
4.137 de aposentadoria (1,379 X 3.000).
Para entender melhor como é calculado o fator previdenciário, basta baixar a tabela de 2016.
Mudanças no fator previdenciário
Em 2015, o Governo Federal autorizou uma mudança no fator previdenciário, que recebeu
o nome de sistema 85/95. A lógica do cálculo é bem simples: a mulher pode se aposentar
quando a soma do tempo de contribuição e idade for 85. No caso dos homens, essa soma
deve resultar em 95.
Se, porventura, o trabalhador optar pela aposentadoria antes de se adequar ao sistema
85/95, o valor do benefício é reduzido conforme o fator previdenciário.
A mudança é positiva para o trabalhador brasileiro, especialmente para aquele que começou
a trabalhar cedo e atinge o tempo de contribuição necessário antes da idade mínima para a
aposentadoria.
Como fica o fator previdenciário com a Reforma de Temer?
Michel Temer vai realizar uma Reforma Previdenciária em 2017. Sua principal proposta é
determinar uma idade mínima de 65 anos para a aposentadoria, tanto para mulheres quanto
para os homens. A regra valerá especialmente para os trabalhadores com menos de 50 anos
de idade.
UNI
A reforma previdenciária, proposta pelo governo Lula e aprovada pelo Congresso Nacional,
constitui mais um passo decisivo na destruição do Estado iniciada no governo Collor. Este
artigo tem por objetivo destacar o impacto e os verdadeiros interesses do governo Lula no
tocante à reforma, ou melhor, à contrarreforma previdenciária.
181
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
E
IMPORTANT
182
TÓPICO 2 | O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
183
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
UNI
SINOPSE
Em um contexto de constantes mudanças no sistema previdenciário, motivadas sobretudo
pelas profundas transformações no mercado de trabalho, nas estruturas familiar e
demográfica, assim como na própria economia do país, a previdência privada passa a assumir
papel de crescente relevância.
A oferta privada de planos de aposentadorias e pensões não é novidade em nosso país.
Contudo, foi principalmente a partir da regulamentação que esse setor ganhou maior
representatividade na economia nacional. Na última década, o sistema previdenciário
brasileiro foi reformado (Emenda Constitucional 20) e, como consequência dessa reforma, a
previdência privada ganhou novo aparato legal.
Este estudo descreve a evolução do regime privado de previdência, vis-à-vis as mudanças
na legislação pertinente ao segmento, assim como oferece uma visão geral, em grandes
números, do setor para, em um estudo posterior, analisarmos o perfil dos consumidores de
produtos de previdência privada para o mesmo período.
FONTE: BELTRÃO, Kaizô Iwakami; LEME, Fernanda Paes; MENDONÇA, João Luís; SUGAHARA,
Sonoe. Análise da estrutura da previdência brasileira: evolução do aparato legal. Texto para
discussão nº 1043. IPEA.
184
RESUMO DO TÓPICO 2
• Nos anos 2000, a contrarreforma do governo Lula foi responsável por aprovar
um teto para o valor da aposentadoria dos servidos públicos e a contribuição
incidente sobre o valor da aposentadoria.
185
AUTOATIVIDADE
1 A Previdência Social no Brasil possui três formatos: a Previdência Social Básica,
a Previdência Complementar Fechada e a Previdência Complementar Aberta.
Considerando as características de cada formato, associe os itens a seguir:
a) I, II, I, III.
b) II, III, II, I.
c) III, II, I, II.
d) I, II, III, III.
a) F – V – F – V.
b) V – F – V – V.
c) V – V – V – F.
d) F – F – F – V.
186
3 As políticas de saúde foram responsáveis por avanços na política de
previdência, pois no contexto do Sistema Unificado de Descentralização da
Saúde foi criado o programa INAMPS, que contribuiu para a formação da
Seguridade Social. Partindo desse contexto, assinale a alternativa correta:
187
188
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico! Construímos até aqui a jornada da política de saúde
e previdência brasileira. Podemos considerar que trilhamos juntos o caminho da
evolução dessas políticas no sentido da democratização e universalização de seus
serviços. Contudo, falar em evolução não significa aqui reconhecer apenas avanços,
mas olhar de forma crítica aos desafios e retrocessos. Assim, acompanhe, nesse tópico,
os desafios da seguridade social, da política de saúde e da política de previdência.
190
TÓPICO 3 | OS DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS NA POLÍTICA DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
UNI
BRASIL FMI
A influência desse contexto foi responsável pela situação com a qual nos deparamos hoje
em relação à seguridade social. O termo e o ideal que ele representa permanecem em nossa
Constituição. Não foram criadas propostas de emenda constitucional (PEC) ou medidas
provisórias (MP) que fossem responsáveis pela exclusão da seguridade social (VIANA, 2012).
Entretanto, a gestão pública não foi capaz de fazer valer o sistema de seguridade social
previsto na legislação, ou ainda, pela garantia dos direitos sociais prevista na Constituição.
191
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
192
TÓPICO 3 | OS DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS NA POLÍTICA DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
DICAS
Estabilização da moeda.
193
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
194
TÓPICO 3 | OS DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS NA POLÍTICA DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
LEITURA COMPLEMENTAR
Maria Rita Loureiro
Três projetos foram postos em pauta entre 1995 e 1998. O primeiro, que
visava ajustar o sistema de repartição, reduzindo privilégios do sistema público e
recuperando o vínculo contributivo, não foi aprovado pelo Congresso. Assim, em
1997, o governo fez divulgar novos dados sobre o déficit, o que ajudou a que o tema
retornasse à agenda governamental, agora com uma nova proposta formulada
por um grupo liderado por Lara Resende, um dos economistas que havia
elaborado o plano de estabilização monetária. Trabalhando de forma insulada,
sob a "proteção" direta do presidente da República, esse grupo apresentou um
projeto mais radical de privatização. Todavia, diante das estimativas de enormes
custos da transição (cerca de 200% do PIB pelos cálculos da Cepal – Comissão
Econômica para a América Latina e o Caribe – e de 250% pela FGV-RJ), tal proposta
foi abandonada. Com isso, os técnicos do Ministério da Previdência e Assistência
Social e do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Social) voltaram à
cena reformista, com uma terceira proposta, mais moderada, que consegue,
em 1998, ser aprovada, e na qual são introduzidos apenas ajustes no sistema de
repartição, tais como a exigência de idade mínima e de tempo de contribuição
para a aposentadoria, a introdução do chamado "fator previdenciário" e a taxação
dos inativos, que contou com a mobilização dos governadores que enfrentavam a
explosão dos gastos com pessoal, especialmente com os inativos.
195
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
[...]
Cabe destacar que a diferença na posição ocupada pelos atores não foi,
porém, o único fator explicativo, tampouco o mais importante, para a mudança de
preferências. A reversão da posição do PT em relação à reforma da previdência já
estava ocorrendo de forma paulatina, na medida em que a perspectiva de assumir o
poder se tornava mais provável, e exigia, portanto, levar em conta os constrangimentos
colocados ao governo pela inserção do país na economia global. Na verdade, a
solvência e credibilidade diante do mercado financeiro são imposições para todos
os governos, mesmo os conduzidos por partidos com históricos compromissos
populares, como se observou com o PT no Brasil, e como tem ocorrido na Europa
nos dias atuais. Isso, naturalmente, se tais governos não contam com apoios políticos
internos suficientemente fortes para resistirem às pressões do capital financeiro.
Em outras palavras, as circunstâncias políticas e econômicas em que o Presidente
Lula assumiu o governo em 2003 fizeram com que o "poder de fogo do mercado" se
configurasse claramente como variável tão ou mais decisiva quanto as demandas do
eleitorado. É nesse quadro que devem ser entendidas as alterações na previdência
efetuadas no início de seu primeiro mandato, em continuidade às do governo FHC.
196
TÓPICO 3 | OS DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS NA POLÍTICA DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
197
UNIDADE 3 | A TRAJETÓRIA E OS DESAFIOS DO MODELO DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
[...]
• fim das aposentadorias por tempo de contribuição, passando a exigir idade mínima
de 65 anos e o mínimo de 25 anos de contribuição para todos os trabalhadores, sem
distinção para mulheres, servidores públicos, trabalhadores rurais ou professores
da educação fundamental, como ocorre no regime atual. Isso implica que tais
segmentos deverão trabalhar e contribuir por mais dez anos;
• a idade mínima de 65 anos não é fixa, ou seja, sempre que a expectativa de vida
aumentar, a idade mínima também se elevará;
• o aposentado só terá direito a 76% do valor do seu salário na ativa. Se continuar
trabalhando, ele agrega nesse percentual 1% por ano de trabalho adicional,
ou seja, terá de trabalhar 24 anos a mais, chegando à idade de 89 anos para se
aposentar com o valor integral, com o agravante de que o cálculo do valor de
sua aposentadoria se fará pela média de todos os seus salários e não mais pela
média dos 80% mais elevados, como é hoje;
198
TÓPICO 3 | OS DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS NA POLÍTICA DE SAÚDE E PREVIDÊNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
199
RESUMO DO TÓPICO 3
• A previdência social sofreu com a visão neoliberal, na qual o Estado deve agir
como instrumento de promoção e regulação do desenvolvimento econômico e
social. Esse papel passa a ser protagonizado por agentes privados, tornando o
reconhecimento da dignidade humana um desafio para a seguridade social.
200
AUTOATIVIDADE
a) F – V – F – V.
b) V – F – V – V.
c) F – F – F – V.
d) V – V – V – F.
201
3 A seguridade social remete à expectativa da população em relação ao
comprometimento do Estado no atendimento dos sujeitos em situação de
vulnerabilidade social. Partindo desse pressuposto, assinale a alternativa
correta:
a) Esse ideal visava criar uma concepção universal e de caráter privado para
essa política.
b) O propósito da seguridade social na Constituinte foi de unificar e qualificar
ações e estratégias no entorno da gestão e financiamento das políticas.
c) A seguridade social nos países desenvolvidos está a cargo do setor privado e
é apenas regulada pelo Estado.
d) A seguridade social deve atender às pessoas das classes mais baixas e não
todos que dela necessitarem.
202
REFERÊNCIAS
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Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0102-88392004000300004>. São Paulo
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em: <www.scielo.br/pdf/reben/v62n2/a14v62n2.pdf>. Acesso em: 10 set. 2012.
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204
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deficiencia e grau de incapacidade para fins de concessão do BPC e suas
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HOBSBAWM, Eric J. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo:
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206