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CAPITULO 1

Observando e Problematizando a Escola

1.1 01 ~,CUS!;ãO

:j u C!,16 í:,ul ;J<fo 11<>


/\ ~.il,1 dl' ,1111.l <'111 q1w 11111 profl'~so r WJÍ rrn halh íJr 11
l' M..'OlíJ qtJ<• rc,n <,<' U'> val<> rt ·\ l,vrn
1n1111<lo, d,1 Sl' c1K0 Jllr< 1 den tro d<.: 111r1í l
<..:SIJ (:~ lrei1 arrH ·nr c
l'Slt-l hck <.: idos . O pro f<•sso r sa l>(· q1H· o s c1 1 1ra l,all10
rdJ ci<>11Jdn co111 o dcsc11volvído pdo coor ckn
ado r g('ra l, p<.:lo coor d c.: -
a da da~sc:, a
11ad or dt· :í rca e pda din \ ·5o, (·111ho ra, após f<.:d1 ar a porr
n·sp on sa hilid Jd(' do cnsi110 <.: cfa a pn·ndi:r,élg<.:rn
dos alun os :,l·ju '> UíJ .
~, a\ id e ia~
A org;:i rii1.J ção dr,s ('Scola s ori c.:nr a <:m r<.: laç5 () ~s a rir ucJ<:
o~. Um prof<.:~-
e a os mod os de ng ir ranr o dos prof<.:sso n.:s corn o dt al11n
c~ta bdc cim c.:n -
sor 11 50 dese n volv e s<.: 11 s c1irsos da mes ma m an eira <: rn
10s de e nsin o difcn..·nre s, pois JS form as d<.
: orgJ riiza ç5o e gc.:stãc, rém
11111 JHlfH:1 edU<.:aliv o sobre: os aLOr
cs soci ais que es Lão na esco la. Estu -
se u!> va lo res,
dos ,nos1ran 1 qu(· a hi src',r ia da <.:scola, sua con sLru ção,
rc:su lléldos da
seu form al o organizacion al d<: Lc:rmlnarn a qu J lidad e do~
apre ndiz agem (Libânio c: I. ai., 2003).
r cn lão imporla 111 e q11e, na forma ção dos licen cian dos, a doc énd a
grad Len Lar 1d <>
e a g<.:st ão cd11cado nal sejam conc<.:bidas· dL' forma ,·ntc a
fragrnen 1ada <: simplista da f)ra' t1·c·a J)ed agog , · . t~ r..,
supe rar uma visão . · ,ca prc-
. . em qu,· a sal d e a u 1a, a c<,coJa e
oso form ar pro kssorL's cm uma direr·ão . ,_ .... a

3
Os Estágios nos Cursos de Licenc iatura

as políticas educacionais possa m _ser_ conte xtual izada s dentro dos problc
:-
ducac ionai s brasi leiros (Oliveira, 2009 ) e, busc ando esse obJ· .
mas e . .
ropomos um estágio para que os hcen nand os anali.sem além det1vrJ,
P , , ,
de aula e de seu conte udo espeo fico, ta111bem a gesta_o escola '
r.
a sala
A gestão do proje to polít ico-p edag ógico (PPP) da escola pode ser
enten dida a parti r de dois pont os de vista bem diferenciados·
• 0 es-
tratégico empr esari al e o eman cipat ório (Veiga, 2001). A gestão
do
prim eiro tem sua base na admi nistr ação clássica, em que existe
uma
rígida separ ação das estru turas de pode r e na qual a regulação
e0
contr ole estão bem defin idos. Nesse caso exist e uma separação entre
quem pens a ou orien ta, quem exec uta e quen 1 avalia. Tem por finali-
dade 'serv ir ao clien te'.
A gestã o eman cipat ória objet iva garan tir o processo democrático
na escola, cons truin do quali dade técni ca e política (Veiga, 2001 ). Nesse
caso a escola é enten dida como organ izaçã o socio cultu ral marcada
pela
diver sidad e e pelos confr ontos , busc ando no processo democrático
a
unici dade teori a/prá tica, proc uran do tamb ém a participação efetiv
a da
comu nidad e e o enga jame nto da famíl ia na vida escolar e promovend
o
reflex ões coletivas. Ela tem um gran de desafio, que é a construção
do
traba lho colet ivo. As lider ança s educ acion ais apare cem nessas discus
-
sões e, não raro, os profe ssore s dos conte údos específicos são eleitos
para os cargo s de coor dena dor e diret or do estabelecimento de ensino
.
Mais uma razão para que, em sua form ação , os problemas admin
iSlra-
tivo- peda gógic o-fin ancei ros de uma escol a sejam estudados.
A gesta- o d emoc rat1c
, .
a esta, garan ti'da cons ntun . . 11alm ente nas es-
o · .
. . . . . - d rofessor nos diver-
colas o fi oa1s e conc retiz a-se na parn cipaç ao o P
e
sos cons elhos escol ares, na cons truçã o do sujei to co1eu·vo escola r, qu
d , oicos
admi nistr a recur sos diver sos na cons e cuçã o de o bJetIV . · os pe ª0Oº0

.,.,0 (Paro , 1984).


, uocra, uc· as 7.
<
V-
Mas sera que noss as escol as ofioa is sao m . . ~ esmo d e1
E ial encon-
GI Quan to de gestã o demo cráti ca e quan to de gesta~o empresar que .
VI
O seJª
"'
'iii 1 r
tram os em cada escol a? O estud o da gestã o esco ~ '. f rá os esta810 mesrn , . s
:E
0 some nte de uma escol a - daqu ela em que o e stª"o ia fl O .'a a esse r1cen-
'"'
V"
GI
.
Junto aos profe ssore s de seu cont e údo espe nfico - ' rraIa
,
8
4
CAPIT ULO 1 Observando e Proble matizando a
Escola

(iando melhores condições de


ent endim en to de seu futuro loc
nahalho e das relaçõe s en tre a ge al de
stão escolar e os valor es transmi
de rnodo implícito aos pro[essores tidos
e aos aluno s de sse es tabelecim en
A prática de gestão democrá to.
tica se revela em vária s ativid
como na elaboração do planejamen ades,
to escolar qu an do é feito o pro
jeto político-pedagógico da esc -
ola; na própria gestão desse PP
planejamento anual; na gestão do P; no
s processos adn1inistrativos e ec
mico-financeiros; na gestão do s onô-
meca nismo s instituintes da gestã
mocrática; nas relações com a leg o de-
islação educacional (Oliveira, 20
A viv ência dos dif erentes co 09 ).
nselhos escolares é uma parte im
tante na análise das práticas da po r-
gestão da escola básica e da cons
tização do papel do profes so r em cien-
cada um de sses conselhos. Parti
de pelo menos um desses conselh cipar
os e analisá-los 'de [ora', en qu
estagiário e nã o ainda professor, an to
é urna experiência bastante educ
para esse fu tur o docente. ativa

1.2 Proposição de problemas para


os estágios de gestão escolar
Os problemas propostos para ess
e estágio devem ser resolvidos
mitantemente aos ou tro s tipos conco-
de estágios, pois o licenciando
ganhar a confiança dos atores da precisa
escola - professores, co or de na do
direção - pa ra qu e os do cu me nto res e
s escolares lhe sejam fornecido
portas sejam abertas para fre qu s e as
en tar suas reuniões.

Caracterização da escola

1º Problema

Caracterize a escola: nome, loc


alização, níveis de ensino, ho-
rário de funcionamento, nú me
ro de turmas, nú me ro de pro-
fessores , nú me ro de alunos, rec 0
ursos materiais - salas de aula,
laboratórios, biblioteca, sala de 'ct"'
U'

computação etc. E
GI
111

O conhecimento de u1na escola ·;;"'


passa pelo conhecimento de sua :2
parte física e humana. Descrev
a o melhor possível a escola, com 0
os da- 'GIv-°
õ
u

5
Os Estágios nos Cursos de Licenciatura

dos Jcima , lllil S principJlmcntl' com él sua sensibilidade EI , .


um ambiente agradável fi sica ment e? Um membro . a e 1irnpa,
, da c·q · . ·É
esta se mpre prl' scn tc na escola? e lllpc d1re1 0
ra

Analisando os documentos oficiais da escola

19 Problema

L~ia o Regimento Esco lar procurando con hecer: (a)


quem O orga.
rnzo u; {b) qual a concepção de ava liação, recupera
ção, promoção
que esse regimento mmtra; (c) quais as atribuiçf
ü:.., dada s pelo
regimento à direção, à coordenaçã o, aos proft:..,sorcs
e aos aluno
S.

Ao analisar esse primeiro docum ent o, pro cu


re faLcr um ret rato
oficial da esco la. Se for possível, sistemat ize esse
s trés ponto'> e procure
estabelecer com seus colegas estagiários, qu e
estão cm outrac, e~colas
semelhança s e dife renças entre o~ regime nt
os, com a finali dade de
verificar se são meras cópias de um padrão ofic
ial ou !>e realme nte re -
fletem o estabele cimento de ensino .

2QProblema
Procure conversar com prnl<:'>sorc.., t· aluno-, da
e~wla com o
obje ti vo de veriíi car o co11hl'ciml'nto dl'll'.., . . obre
l) rq.:unen w
esco lar.

Quase sempre os pro lesso res e alun o~ !> abe m


4Ul' l'\ i,1t um regi•
men to esco lar, mas só o procu ram quJ ndo al
go tk g r.1\ l' JuH Hl·n· Ihl
esco la. En tretanto, os pon tm fund il 111c111 ah uo
rt·gi mt·1Ho ,5o u Hlh t ci•
dos por rodo s, tais como os pro cessos de ,wa lit1,
.i ll L' dl· rn uper.1,,io t'
as f unçõcs de cada membro dJ eq uipe c1d111in1
s1rath"<1. ( um u Hlhl'lt ·
menro implícit0 que é transmiti do orn lrn en1 L'
pl'l.1comu 11iu t1dl' t\l Ul,u

311 Problema
Lei u l> projL"I() polí1ico -pedJgugirn dJ t''> t
ul.1 1'11 1tu1 r , .1b1·1 (,l)
qu<·rn o elJbon>11 : ..1 t"qu 1pt· d i1l·t 1v,1 11u
11 l<>1q1111111 d1h p t P

6
CAPÍTU LO 1 Observand 0 p
e roblernatízando a Lscola

fcssore~; (b) onde: e.1e r·ict1 guard d .


J

escolar Lc:m ace\so a ele; (e . a o, i,st~> ( <;e a com unidade:


) quantas copias exi<;tcm.
. •
O PPP de uma e~cola deve na representa r 0 "
jdade escolar e, por isso m.esmo deveria pen<;amento da comu-
n st r e J aborado na s reuniõ es
de planej amen to com a part' . '_ . .
iopaçao da equ · , cJ' . · , dos profes so-
. ipc
es e de representan tes de a.1un os e, pais Uma .- ireuva
r .
e>
vez elaborado, esse e um
,

ocumento que deve est


d . ar ao alcance de tod
tenha entra do na e 1a apos , os. Um professor novo,
qu e sco a el b -
ª oraçao do PPP, tem a obrigação
,.,
de con 11ece- 1o.

4QProblema

Ainda sobre o PPP·· Jeia-o · _


com atençao para conhecer seus ob-
. .
Jetivo. s .e prinóp . ,-lo com o planejamento
ios · Procure re1aoona
.
em que voce~ esta, estagia . ue
. ndo. Verifiq
da d1sop . .!ina específ1·ca
na~ atividades escolares, principalmente nas aulas a que vocé
assiste para os estágios de observação, se elas contemplam es-
ses objetivos.

É bastante comu m o PPP ter objetivos bem progressistas que não são
contemplados no dfa a clia da escola. Podemos tomar como exemplo a
recuperação dos alunos: é possível que no PPP seja proposta uma recupe-
ração contínua dos alunos com dificuldade de aprendizagem ; entret.anto,
na prática, é preciso verificar se isso realmente acontece. Outro ponto
importante a ser comparado é o que se refere à discip lina /inclisciplina.

Participando das reuniõ es

52 Problema
Procure participar da s reuniões dos professores, tais como as
reuniõ es de coordenação, os conselhos de classe ou de sé ries
ou outras reuniõ es em que estejam presentes professores e a
equi pe diretiva (coordenadores e direção) da escola . Anali se a
pauta dessas reuniõ es verificando o tempo destinad o à pa n e
admini strativa : informes, recado s etc.; à part e forma tiva: prá-
7
. Licenciatura
Os Estag10s no 5cursos de

, . , ·wra de textos,
ticas pedagog1Cas, 1efi1 a11c di scussão de ativid
. eira: modo de gestão dos rec
ensino e\c., ª- Parte 1nda ades dt
Ur
escola para dar conta ' ta refa educativa. s
asda
.-
-
Sao essas 1•eurno es que garantem os mecanismos de urna
, · Entretanto, ein muitas escolas, as reun,o ._ ge
democranca. _ es são re stà
. G
d . nsformam em , a1tza
r obrioO açao e se na um penodo para tran
as po .·
d direção ou da Secret . srn lli
aria da Educaçã r
_
recados e informaçoe s ª
rolessores. Nesse caso, uma atividade pensada para 0
P - uma gestão ao d
s
mocrática acaba sen d tilizada para uma gestao auto . , .
° e.
u ntana.

62 Problema
Assista a uma reunião de
pais e mestres da esco
pauta dessa reunião ve la . Analise a
rificando o tempo de
administrativa, à parte stinado à pane
formativa (agora em re
dizagem dos alunos) e lação à apren-
à parte financeira. Pres
relacionamento que exis te atenção no
te entre os pais e a dire
os professores. ção e deles com

Arelação da escola com os


pais de alunos e com a
maneira geral é um dos comunidade de
pilares de uma gestão
isso é preciso ouvir essa democrática, mas para
comunidade e trabalha
dentro da escola. Um tr r para trazê-la para
abalho conjunto de co
beneficia a educação do munidade e escola só
s alunos.

72 Problem a

Acompanhe a escolha do
s representant es de clas
deles com a equipe dire se e o trabalho
tiva da escola. Acompa
0 funcionamento do grêm nh e também o
lfV io estudantil.
""
e(
E
QI
A participação dos alun
Ili
ftl os como re presentant
ãi atuações nas atividades es de cl asse e suas
~ de um grêmio estuda
o portantes para a formaç ntil são ca minhos irn·
tftl
V' ão de cidadãos co nsci en
QI uma democracia. tes e part icipativos ern
õ
u

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