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VOO DT MUDANÇA 180° - COMUNICAÇÃO DA PRESIDENTE DO CA

26 de Agosto de 2022
Caros colegas,
Parece-nos oportuno partilhar algumas mensagens e considerações
com todos vós.
Estou aqui para em nome do Conselho de Administração para
responder a questões que preocupam a família TAAG, e sobretudo para
vos transmitir serenidade e confiança. Por isso decidimos nesta
comunicação, agregar um conjunto de questionamentos levantados
ultimamente em canais não formais, aos quais daremos resposta a fim
de manter os colaboradores devidamente informados, mitigando
qualquer tipo de especulações.
Agradeço, pois, que reserve um tempo para ler e reflectir sobre os pontos aqui apresentados num formato
de perguntas e respostas e peço desde já a todos os directores que assegurem que todos os colegas que
por qualquer motivo não tenham acesso ao email recebam a versão impressa desta comunicação.

A TAAG foi vendida a um grupo espanhol?


Não. A TAAG é uma entidade SA (Sociedade Anónima) cuja estrutura accionista é composta pelo IGAPE
50%, ENNA 40% e Fundo Social dos Funcionários e Trabalhadores do Sector dos Transportes com 10%.
Apesar de ser do domínio público a intenção do executivo de Angola, a privatização da TAAG dentro de
um lote de outras companhias a serem privatizadas, a concretização deste processo dependerá de várias
condicionantes do contexto de mercado (volatilidade global no pós-pandemia) e do que nos cabe a todos
fazer no sentido da valorização da companhia e dos seus activos. O processo de transformação e
reestruturação da TAAG em curso visa valorizar a empresa no médio e longo prazo, sendo prematuro falar
da venda da TAAG.

A TAAG em Portugal vai fechar e a escala de Lisboa passa a adoptar o formato de GSA?
A TAAG em Portugal não vai fechar, porém será mantido um núcleo mínimo e essencial de colaboradores
TAAG na escala de Lisboa. A exemplo de outras escalas internacionais Espanha / Brasil / África do Sul, onde
a TAAG já adoptou o modelo de agenciamento, também Lisboa irá adoptar o mesmo modelo em
substituição de escritórios próprios, dando continuidade a sua operação no formato GSA (General Sales
Agent) e com um mínimo de colaboradores. A escala de Lisboa será então gerida por uma entidade
denominada Summerwind GSA. Estamos também a acautelar os direitos legais dos colaboradores e a
tratar dos mesmos com a dignidade que merecem.

A empresa que irá actuar como GSA em Lisboa é de um familiar do PCE da TAAG?
Não. É Importante realçar que «Soria» é um nome muito comum em Espanha. É como Silva, António ou
Costa em Angola/Portugal. Não existe nenhuma ligação familiar entre o CEO da Summerwind, Federico
Lledo Soria e o nosso CEO da TAAG, Eduardo Fairen Soria.

Porquê é que se optou pela empresa Summerwind?


A Summerwind possui mais de 25 anos de experiência nos domínios da representação de companhias
aéreas e um registo de excelência quanto a qualidade de serviço e atendimento personalizado ao cliente,
tendo merecido a confiança de mais de 15 companhias aéreas, enquanto clientes de diversos países do
mundo incluindo na américa latina onde a TAAG antecipa crescer.

Porquê é que se optou pelo formato de SGA nas escalas internacionais?


Ao analisarmos a estrutura de custos da TAAG foi diagnosticado que as escalas internacionais no modelo
tradicional (escritório próprio + staff) eram bastante onerosas e pouco flexíveis para situações de crise
(como a pandemia de Covid-19) ou a volatilidade do mercado, que é uma característica da fase pós-
pandemia. Estudos mais recentes validaram igualmente que tendo em conta os custos e os benefícios a
melhor opção é a adopção do modelo de representação através de um GSA. O modelo de GSA já foi
aplicado com sucesso pela TAAG em outras geografias, nomeadamente no Brasil e África do Sul onde, a
exemplo de Portugal, se mantém uma equipa mínima essencial da TAAG. O modelo GSA demonstra ser o
formato mais eficiente, com maior economia de custos e mais ágil para lidar com volatilidade actual de
mercados externos. A implementação deste modelo tem trazido resultados bastante positivos ao nível do
desenvolvimento do negócio, entre os quais, maior volume de receitas, mais atractividade comercial nas
escalas e mais eficiência no atendimento ao Cliente.

As decisões tomadas pela TAAG e com impacto ao nível do capital humano podem ser questionadas?
Entendemos que é legitimo que os nossos colaboradores tenham preocupações quanto a estabilidade do
seu emprego e quanto ao seu futuro dentro da empresa. Há um colaborador que um dia veio falar comigo
e disse que estava disposto a pôr o seu lugar a disposição se isso contribuísse para garantir a sobrevivência
da TAAG e para que os seus netos possam um dia conhecer o lugar que o fez homem. Esperamos não ser
preciso tanto sacrifício. Mas, as decisões estratégicas que estão a ser tomadas pela Administração visam
garantir a sustentabilidade da empresa e adequar as equipas e as competências ao tamanho da operação
actual para que possamos crescer tendo em vista esse legado para as gerações vindouras. Em todas as
matérias e sobretudo em temas relacionados com o capital humano, todas as diligências são feitas dentro
da legislação em vigor em Angola e em qualquer outro país onde a TAAG tem operações. Entendemos agir
de modo a não sermos questionados quanto a legalidade dos nossos actos de gestão. É para isso que
dentro da sua estrutura orgânica a TAAG conta com o Jurídico, novo comité de Capital humano e está a
implementar a nova área de Políticas corporativas e os sistemas de governança, controlo e compliance.

A TAAG é uma empresa entregue aos estrangeiros?


Não. A TAAG é uma empresa com sede em Angola, e mais de 95% da sua força de trabalho é angolana.
Importa, todavia, dizer, que a TAAG é igualmente uma empresa internacional com aspirações de
crescimento a escala global e implantada em diversas geografias. Por outro lado, com o novo aeroporto à
TAAG e com a implementação dos acordos de “Céus Abertos”, coloca-se um grande desafio de
internacionalização e globalização para responder não apenas a privatização, mas também a competição
agressiva que já se começa a fazer sentir. Como tal, aceitamos a diversidade e respeitamos todos os
colaboradores expatriados e consultores que temporariamente trabalham e contribuem para a reerguer
a TAAG e não pactuamos com expressões de xenofobia, racismo e discriminação de nenhuma forma.

Mas se a Administração prevê crescer porquê que a TAAG está a despedir Pessoal Navegante de Cabine?
A TAAG não está a despedir pessoal, tão pouco pessoal do PNC.
Existem, contudo, alguns poucos colaboradores (PNC) sem vínculo permanente, ou seja, com contrato de
trabalho por tempo determinado, tendo estes contratos atingido a sua data de término, não foram os
mesmos renovados, a luz da legislação em vigor e com o devido aviso prévio. Tal não significa que os
mesmos não possam ser reintegrados no futuro quando a operação crescer e assim se justificar. A
administração é chamada a tomar medidas de gestão alinhadas com as boas práticas. Não faria sentido
num momento em que temos que optimizar o quadro de pessoal da empresa renovar contratos
temporários.

Como a Administração da TAAG recebeu as declarações públicas da Sra. Ondina Costa Secretaria-Geral
Sindicato do Pessoal Navegante de Cabine (SINPROPNC)?
Entendemos que as suas ideias sobre os assuntos referenciados nas redes sociais extrapolam o âmbito do
Pessoal Navegante de Cabine a que o Sindicato se deve vincular. Notamos também que o seu discurso
contém muitas opiniões de caracter pessoal, suposições, politizações, inverdades e falta de objetividade
ou desconhecimento sobre o plano da Companhia e a estratégia que esta administração está a executar e
a procurar comunicar tanto interna como externamente.
Por outro lado, a sua opinião de não dialogar com a Administração certamente não pode ser uma opinião
conscientemente assumida por todo o SINPROPNC, na medida em que o sindicato não pode abster-se das
suas obrigações de representação e defesa dos constituintes perante a Administração apenas por no
entender da Sra. Ondina Costa terem sido adiadas duas reuniões de trabalho.

Porquê que a Administração da TAAG está a comunicar com o SPLA-Sindicato dos Pilotos e com o Bureau
Sindical e não comunica com o SINPROPNC?
A Administração da TAAG está aberta a receber todas as forças sindicais e mantém firme o compromisso
com uma escuta activa das preocupações dos nossos colaboradores. Foi criada na Direcção de Capital
Humano uma área de Relações Laborais para equacionar as questões imediatas e correntes e o Director
de Recursos Humanos iniciou já contactos regulares com os sindicatos nesse âmbito, tendo reunido pelo
menos duas vezes com o SINPROPNC durante o mês de Julho. Contudo, tanto o SPLA como Bureau Sindical
enviaram-nos Cadernos Reivindicativos e estamos a dialogar nesse âmbito de forma muito produtiva, por
isso acreditamos que iremos alcançar compromissos sólidos e de longo prazo que possam corresponder a
expectativa de todas partes. Provam isso as reuniões de trabalho mantidas com o Sindicato dos Pilotos
onde trocamos informações, não apenas sobre remunerações, mas também sobre os resultados
financeiros da empresa e sobre o plano de negócios em vias de finalização. Isto permitiu ao SPLA entender
a realidade da empresa e o que a Administração pretende fazer para mudar o curso das coisas.
Acreditamos que o SIMPROPNC e todo o Pessoal Navegante de Cabine (PNC) têm o mesmo interesse e
necessidade de diálogo, pois isso beneficia toda a classe. Enquanto Administração estamos abertos e
trabalharemos com o SINPROPNC.
No essencial, importa dizer que estamos disponíveis para realizar com o Sindicato do PNC a mesma linha
de diálogo construtivo que iniciamos com o SPLA e o Bureau Sindical, mas isso não o vamos fazer na praça
pública, e sim dentro dos canais formais e corporativos para o efeito.

Esta administração está a afundar a empresa?


Não. Conseguimos finalizar e auditar as contas da TAAG do primeiro semestre de 2022. O relatório e contas
o acompanhamento da execução financeira desse período é claro sobre o percurso que estamos a fazer.
De uma forma global, podemos dizer que a Companhia está a reduzir a sua exposição à divida à
fornecedores-chave, a reportar cada vez em menor volume resultados negativos, à medida que a
atractividade comercial e receita está a evoluir favoravelmente. A nível de operação estamos a crescer em
novas rotas, mais frequências de voo, mais parcerias de negócios e a recuperar certificações-chave que
expandem a nossa reputação junto das entidades locais e internacionais.
Porque se alugou aviões da companhia Hi Fly em formato wet lease? A TAAG celebrou um acordo ACMI
(Aircraft, Crew, Maintenance and Insurance) com a companhia aérea HiFly para leasing de Airbus A330 por
períodos de curto-prazo (passível de renovação) de forma a assegurar a continuidade da operação e o
plano de crescimento previsto (mais frequências e maior disponibilidade de aeronaves), na mesma medida
em que trabalhos de manutenção que deveriam ter sido devida e antecipadamente planeados estão a
decorrer agora com parte da frota Boeing. Este tipo de acordo foi o formato mais mais ágil, célere, e
“chave-na-mão” para responder de imediato a necessidade emergente de termos aeronaves disponíveis
num período de pico no mercado.

Porquê que ao invés de se alugar os aviões da HIFLY que são modelos de aviões que nunca fizeram parte
da frota TAAG não se alugou aviões Boeing 777-3ER que não requer formação da tripulação?
O aluguer de Boeing 773 foi também considerado. O processo de aluguer iria ser mais moroso em termos
de tempo, pois os aviões seriam entregues em dry lease (sem tripulação incluída) contando para o efeito
com as nossas tripulações. Porém isso faria com que perdêssemos oportunidades durante o pico do verão.
Assim, e como as necessidades eram imediatas, avançamos pelo formato de wet lease até porque, se trata
de aluguer de curta duração e com preço competitivo.

Qual o racional da escolha de Airbus em detrimento de Boeing para certas operações?


As nossas decisões sobre a frota não tomam em consideração apenas um único factor como seja o da
tripulação. As condições financeiras, a operacionalidade e eficiência da aeronave são alguns elementos
que tomamos em conta. Temos elevado a nossa credibilidade no mercado e isso permite-nos negociar
com aqueles que não exigem de nós garantias financeiras do estado, pois não temos disponibilidade de
garantias financeiras que oneram ainda mais o estado angolano. Isso certamente tem influenciado as
decisões. Por outro lado, importa realçar que o modelo Airbus apresenta índices de economia de
combustível muito interessantes reduzindo em boa medida o custo da operação, são igualmente
modernos, com espaço de carga apreciável e têm entertainment funcional.

Toda a frota Boeing da TAAG será substituída por Airbus?


Não. A TAAG vai apostar e de forma pioneira numa estratégia «multimarca» ao incorporar a Airbus na sua
operação, juntamente com a Boeing e Dash. Temos uma frota muito envelhecida Boeing (e até os nossos
passageiros sentem isso), razão pela qual é necessário preparar um phase out.

A TAAG está a alugar aviões Airbus e a colocar apenas tripulação estrangeira?


Não. A TAAG celebrou um acordo comercial com a ALC (Air Lease Corporation) para a disponibilização de
6 aeronaves Airbus A220-300 com entregas faseadas a partir de Agosto de 2023. A operação dessas
aeronaves Airbus A220-300 contará exclusivamente com pilotos e pessoal de cabine angolano, bem como,
a gestão da manutenção será feita por equipas locais.

Porquê é que se está a apostar no segmento de carga e qual a lógica de utilizar o Boeing 777-3R ao invés
do Boeing 777-200?
O segmento de carga tem evidenciado uma demanda significativa e é um nicho de mercado que nos está
a trazer receita, o que justifica plenamente a nossa aposta e atenção bem como a transição/utilização de
algumas aeronaves de passageiros para o segmento de carga. Os B777-200 ainda não estão totalmente
operacionais devido a manutenção e por isso temos utilizado o 773, para responder a demanda de clientes.

Porquê transitar os voos comerciais de passageiros operados por aviões TAAG para a HIFLY operados
por Airbus para rotas como Lisboa?
O racional é que precisamos alocar mais aeronaves para responder ao elevado fluxo de passageiros em
trânsito para os destinos na Europa, sendo o Airbus A330 uma aeronave mais económica para essa ligação.
Sendo, esta uma rota muito competitiva com concorrência de outros operadores é importante
conseguirmos garantir as ligações e ao mesmo tempo obter eficiência operacional (redução de custos e
índices de consumo de combustível). Paralelamente e de forma estratégica a frota Boeing vai reforçar as
ligações para Havana/Cuba e São Paulo/Brasil onde não há competição. É, portanto, uma decisão que
aporta ganhos para a TAAG.

A actual Administração da TAAG vai converter todas aeronaves 777 em cargueiros?


Não. A TAAG não vai a abandonar actividade de transporte de passageiros, pelo contrário, a ideia é
continuar a alimentar mais rotas e frequências bem como aumentar a conectividade com o resto do
mundo. Para isso contamos com o nosso pessoal de cabine e tripulação. Estão a decorrer negociações
neste momento e oportunamente iremos comunicar sobre as novidades.

É vosso objectivo transformar a companhia de bandeira nacional numa TAAG unicamente de carga, e
oferecer as nossas rotas de passageiros para outra companhia?
Nunca. A carga tem tido um papel importante no contexto pós-Covid e a TAAG não é a única companhia a
apostar mais na carga. Mas isso em circunstância alguma retira o valor e o carinho que temos pelos nossos
passageiros.
Esta Administração da TAAG vai desistir?
Essa opção não nos foi dada. Nós temos um rumo para a TAAG, e apenas uma direcção a seguir, para
frente! Os desafios são enormes, mas a equipa está preparada e capacitada. Contamos com todos nesta
jornada. Temos que ter consciência que muitas das decisões a tomar não serão fáceis mas, serão
indispensáveis para a Companhia sobreviver, bem como para o legado que todos queremos deixar para a
geração do amanhã.
Esteja a bordo e atento neste voo da mudança, para que possamos chegar ao destino comum e
aterraremos em segurança.
Transpor, Transformar e Transcender

Ana Major
Presidente do Conselho de Administração da TAAG
27.08.2022

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