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26 de Agosto de 2022
Caros colegas,
Parece-nos oportuno partilhar algumas mensagens e considerações
com todos vós.
Estou aqui para em nome do Conselho de Administração para
responder a questões que preocupam a família TAAG, e sobretudo para
vos transmitir serenidade e confiança. Por isso decidimos nesta
comunicação, agregar um conjunto de questionamentos levantados
ultimamente em canais não formais, aos quais daremos resposta a fim
de manter os colaboradores devidamente informados, mitigando
qualquer tipo de especulações.
Agradeço, pois, que reserve um tempo para ler e reflectir sobre os pontos aqui apresentados num formato
de perguntas e respostas e peço desde já a todos os directores que assegurem que todos os colegas que
por qualquer motivo não tenham acesso ao email recebam a versão impressa desta comunicação.
A TAAG em Portugal vai fechar e a escala de Lisboa passa a adoptar o formato de GSA?
A TAAG em Portugal não vai fechar, porém será mantido um núcleo mínimo e essencial de colaboradores
TAAG na escala de Lisboa. A exemplo de outras escalas internacionais Espanha / Brasil / África do Sul, onde
a TAAG já adoptou o modelo de agenciamento, também Lisboa irá adoptar o mesmo modelo em
substituição de escritórios próprios, dando continuidade a sua operação no formato GSA (General Sales
Agent) e com um mínimo de colaboradores. A escala de Lisboa será então gerida por uma entidade
denominada Summerwind GSA. Estamos também a acautelar os direitos legais dos colaboradores e a
tratar dos mesmos com a dignidade que merecem.
A empresa que irá actuar como GSA em Lisboa é de um familiar do PCE da TAAG?
Não. É Importante realçar que «Soria» é um nome muito comum em Espanha. É como Silva, António ou
Costa em Angola/Portugal. Não existe nenhuma ligação familiar entre o CEO da Summerwind, Federico
Lledo Soria e o nosso CEO da TAAG, Eduardo Fairen Soria.
As decisões tomadas pela TAAG e com impacto ao nível do capital humano podem ser questionadas?
Entendemos que é legitimo que os nossos colaboradores tenham preocupações quanto a estabilidade do
seu emprego e quanto ao seu futuro dentro da empresa. Há um colaborador que um dia veio falar comigo
e disse que estava disposto a pôr o seu lugar a disposição se isso contribuísse para garantir a sobrevivência
da TAAG e para que os seus netos possam um dia conhecer o lugar que o fez homem. Esperamos não ser
preciso tanto sacrifício. Mas, as decisões estratégicas que estão a ser tomadas pela Administração visam
garantir a sustentabilidade da empresa e adequar as equipas e as competências ao tamanho da operação
actual para que possamos crescer tendo em vista esse legado para as gerações vindouras. Em todas as
matérias e sobretudo em temas relacionados com o capital humano, todas as diligências são feitas dentro
da legislação em vigor em Angola e em qualquer outro país onde a TAAG tem operações. Entendemos agir
de modo a não sermos questionados quanto a legalidade dos nossos actos de gestão. É para isso que
dentro da sua estrutura orgânica a TAAG conta com o Jurídico, novo comité de Capital humano e está a
implementar a nova área de Políticas corporativas e os sistemas de governança, controlo e compliance.
Mas se a Administração prevê crescer porquê que a TAAG está a despedir Pessoal Navegante de Cabine?
A TAAG não está a despedir pessoal, tão pouco pessoal do PNC.
Existem, contudo, alguns poucos colaboradores (PNC) sem vínculo permanente, ou seja, com contrato de
trabalho por tempo determinado, tendo estes contratos atingido a sua data de término, não foram os
mesmos renovados, a luz da legislação em vigor e com o devido aviso prévio. Tal não significa que os
mesmos não possam ser reintegrados no futuro quando a operação crescer e assim se justificar. A
administração é chamada a tomar medidas de gestão alinhadas com as boas práticas. Não faria sentido
num momento em que temos que optimizar o quadro de pessoal da empresa renovar contratos
temporários.
Como a Administração da TAAG recebeu as declarações públicas da Sra. Ondina Costa Secretaria-Geral
Sindicato do Pessoal Navegante de Cabine (SINPROPNC)?
Entendemos que as suas ideias sobre os assuntos referenciados nas redes sociais extrapolam o âmbito do
Pessoal Navegante de Cabine a que o Sindicato se deve vincular. Notamos também que o seu discurso
contém muitas opiniões de caracter pessoal, suposições, politizações, inverdades e falta de objetividade
ou desconhecimento sobre o plano da Companhia e a estratégia que esta administração está a executar e
a procurar comunicar tanto interna como externamente.
Por outro lado, a sua opinião de não dialogar com a Administração certamente não pode ser uma opinião
conscientemente assumida por todo o SINPROPNC, na medida em que o sindicato não pode abster-se das
suas obrigações de representação e defesa dos constituintes perante a Administração apenas por no
entender da Sra. Ondina Costa terem sido adiadas duas reuniões de trabalho.
Porquê que a Administração da TAAG está a comunicar com o SPLA-Sindicato dos Pilotos e com o Bureau
Sindical e não comunica com o SINPROPNC?
A Administração da TAAG está aberta a receber todas as forças sindicais e mantém firme o compromisso
com uma escuta activa das preocupações dos nossos colaboradores. Foi criada na Direcção de Capital
Humano uma área de Relações Laborais para equacionar as questões imediatas e correntes e o Director
de Recursos Humanos iniciou já contactos regulares com os sindicatos nesse âmbito, tendo reunido pelo
menos duas vezes com o SINPROPNC durante o mês de Julho. Contudo, tanto o SPLA como Bureau Sindical
enviaram-nos Cadernos Reivindicativos e estamos a dialogar nesse âmbito de forma muito produtiva, por
isso acreditamos que iremos alcançar compromissos sólidos e de longo prazo que possam corresponder a
expectativa de todas partes. Provam isso as reuniões de trabalho mantidas com o Sindicato dos Pilotos
onde trocamos informações, não apenas sobre remunerações, mas também sobre os resultados
financeiros da empresa e sobre o plano de negócios em vias de finalização. Isto permitiu ao SPLA entender
a realidade da empresa e o que a Administração pretende fazer para mudar o curso das coisas.
Acreditamos que o SIMPROPNC e todo o Pessoal Navegante de Cabine (PNC) têm o mesmo interesse e
necessidade de diálogo, pois isso beneficia toda a classe. Enquanto Administração estamos abertos e
trabalharemos com o SINPROPNC.
No essencial, importa dizer que estamos disponíveis para realizar com o Sindicato do PNC a mesma linha
de diálogo construtivo que iniciamos com o SPLA e o Bureau Sindical, mas isso não o vamos fazer na praça
pública, e sim dentro dos canais formais e corporativos para o efeito.
Porquê que ao invés de se alugar os aviões da HIFLY que são modelos de aviões que nunca fizeram parte
da frota TAAG não se alugou aviões Boeing 777-3ER que não requer formação da tripulação?
O aluguer de Boeing 773 foi também considerado. O processo de aluguer iria ser mais moroso em termos
de tempo, pois os aviões seriam entregues em dry lease (sem tripulação incluída) contando para o efeito
com as nossas tripulações. Porém isso faria com que perdêssemos oportunidades durante o pico do verão.
Assim, e como as necessidades eram imediatas, avançamos pelo formato de wet lease até porque, se trata
de aluguer de curta duração e com preço competitivo.
Porquê é que se está a apostar no segmento de carga e qual a lógica de utilizar o Boeing 777-3R ao invés
do Boeing 777-200?
O segmento de carga tem evidenciado uma demanda significativa e é um nicho de mercado que nos está
a trazer receita, o que justifica plenamente a nossa aposta e atenção bem como a transição/utilização de
algumas aeronaves de passageiros para o segmento de carga. Os B777-200 ainda não estão totalmente
operacionais devido a manutenção e por isso temos utilizado o 773, para responder a demanda de clientes.
Porquê transitar os voos comerciais de passageiros operados por aviões TAAG para a HIFLY operados
por Airbus para rotas como Lisboa?
O racional é que precisamos alocar mais aeronaves para responder ao elevado fluxo de passageiros em
trânsito para os destinos na Europa, sendo o Airbus A330 uma aeronave mais económica para essa ligação.
Sendo, esta uma rota muito competitiva com concorrência de outros operadores é importante
conseguirmos garantir as ligações e ao mesmo tempo obter eficiência operacional (redução de custos e
índices de consumo de combustível). Paralelamente e de forma estratégica a frota Boeing vai reforçar as
ligações para Havana/Cuba e São Paulo/Brasil onde não há competição. É, portanto, uma decisão que
aporta ganhos para a TAAG.
É vosso objectivo transformar a companhia de bandeira nacional numa TAAG unicamente de carga, e
oferecer as nossas rotas de passageiros para outra companhia?
Nunca. A carga tem tido um papel importante no contexto pós-Covid e a TAAG não é a única companhia a
apostar mais na carga. Mas isso em circunstância alguma retira o valor e o carinho que temos pelos nossos
passageiros.
Esta Administração da TAAG vai desistir?
Essa opção não nos foi dada. Nós temos um rumo para a TAAG, e apenas uma direcção a seguir, para
frente! Os desafios são enormes, mas a equipa está preparada e capacitada. Contamos com todos nesta
jornada. Temos que ter consciência que muitas das decisões a tomar não serão fáceis mas, serão
indispensáveis para a Companhia sobreviver, bem como para o legado que todos queremos deixar para a
geração do amanhã.
Esteja a bordo e atento neste voo da mudança, para que possamos chegar ao destino comum e
aterraremos em segurança.
Transpor, Transformar e Transcender
Ana Major
Presidente do Conselho de Administração da TAAG
27.08.2022