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Paradise Hell

Capítulo 1
Richard acordou com um barulho vindo do lado de fora de sua casa. Ele se levanta da
cama e acende uma vela, abre a janela e olha para o lado de fora.
- Está muito escuro lá fora. O que e não daria para ter uma lanterna.
Saí de seu quarto e desce as escadas, depois vai até a cozinha, abre um armário e tira
um lampião a querosene. Após lutar muito para achar os fósforos no escuro, ele acende
o lampião.
- Agora sim, vamos ver o que tem lá fora.
Richard abre a porta e se dirige ao local de onde veio o som, apesar da forte luz do
lampião ainda está muito escuro para ver.
- O que diabos é isso!?
Se assustando ao ver um par de olhos brilhando no escuro, ele força a vista e aproxima
o lampião da criatura escondida na noite, que pula em sua direção.
- Mais que caralho!!!
Gritou ao cair no chão, mas se levanta e mira a luz no rosto da criatura, era um gato
que estava mexendo na composteira.
- Droga! Sua bola de pelo ambulante, você me deu um baita susto!
Ele resmunga para o gato que mia e vai embora, desaparecendo na escuridão.
- É isso aí, acho melhor você fugir mesmo!! E não volte mais aqui, se não, eu te faço de
gato e sapato!!!
Grita enfurecido para o gato, enquanto entra dentro de sua casa. Ao amanhecer
Richard sai de sua casa para uma nova busca por suprimentos.
- Que droga, a comida tinha que acabar justo hoje. Preciso tomar cuidado, o rádio disse
que tem uma horda vindo para cá. Americanos desgraçados, não bastava ter iniciado
uma 3º guerra mundial, eles tinham que fazer uma arma biológica que transformar
qualquer animal em mutantes sedentos por carne, será que eles não assistem filmes
não?!
Aínda acredita que foram os Estados Unidos que causaram tudo isso, pois quando esse
inferno começou, eles estavam em guerra com a Rússia e avia boatos que tinham criado
uma nova arma experimental.
- Sabe de uma coisa? Eu sempre odiei os americanos, sempre se achando melhores que
os outros.
Pensou em voz alta. Sentia-se mais louco a cada dia que passava, não via um ser
humano como ele a quase 3 anos, a última vez que fez isso o inferno avia começado no
terra.
Após muito tempo caminhando, Richard chega em uma cidade abandonada e dominada
pela natureza, achava aquilo lindo e assustador ao mesmo tempo. Após vasculhar várias
casas e carros com esperança de achar algo útil, perceberá que tinha feito tudo aquilo
por nada.
- O que eu pensei que iria encontrar aqui? Eu sou um idiota.
Diz pra se mesmo após sair de uma casa onde uma grande árvore crescia em seu
interior, a natureza era linda, fazia o esquecer que vivia em um mundo assolado por
morte e dor. Desistira de achar algo após percebe vários infectados vindo em sua
direção, ele começa a correr e entra em uma casa.
- Droga!! Hoje não é o meu dia, pensei que eles iriam demorar para passar por aqui.
Diz espiando pela a janela para ver o que estava acontecendo do lado de fora.
- Meu Deus!!!
O medo o consome ao ver a quantidade de infectados passando pela rua. Avia 50,
100? Não, tinha pelo menos 200 infectados ali, não virá uma horda tão grande em
todos esses anos. “Eu achei que seria uma horda pequena, se essas coisas me
encontrarem? Eu estou ferrado, lascado, assado, frito...” pensava essas coisas enquanto
subia as escadas da casa onde estava. Ao ameaçar a abrir uma porta levará um tiro
de espingarda, que por sorte acertará apenas a porta, o autor do disparo era uma
garota, usava uma blusa suja e desbotada, o capôs cobria seu rosto, longos cabelos
escuros saíam do capôs, sua calça jeans era toda rasgada, e seus tênis, rosas e gastos,
já aviam visto dias melhores carregava com sigo uma mochila com várias coisas
penduradas, panelas, um cantil, e coisas que você normalmente levaria em um
acampamento. O olhava dos pés à cabeça, procurado saber se ele era um infectado. A
garota engatilhou novamente a espingarda e apontou para Richard.
- PERA, PERA, PERA!!! NÃO ATIRA EU SOU HUMANO!!!!
Gritou em desespero para que não atirasse nele, o coração quase saltara da boca,
então ela abaixou a arma e o questionou.
- Quem é você e o que está fazendo aqui !?
- Eu... He...
Antes que pudesse responder, um barulho de madeira e vidro quebrando assustou os
dois.
- Que barulho foi esse?
Perguntou a garota assustada.
- São os infectados, ouviram o tiro e agora estão tentando entrar na casa.
Respondeu desesperado, olhava de um lado para o outro procurando um lugar para se
esconder.
- Rápido, tem um banheiro ali, acho que a gente pode se esconder lá!!
Disse a garota puxando-o pelo braço, entraram no banheiro e trancaram a porta, um
ruído de vários passos subindo as escadas fez com que ele prendesse a respiração.
- Faça silencio, eles estão aqui.
Disse a garota para Richard que tampou a boca com as duas mãos. Era possível ouvir
grunhidos e gritos vindo do outro lado da porta “Sai da panela para cair no fogo”
pensou, não parava de tremer, achava que esses eram seus últimos minutos de vida. O
tempo foi passando e os barulhos e ruídos começavam a se afastar, ficando cada vez
mais baixos até o silêncio dominar o local.
- Eu acho que eles foram embora. Porque você não vai dar uma espiadinha, só para ter
certeza?
Disse a garota.
- Por que eu? Vai você.
Disse ele.
- Porque você que é o homem aqui.
- Por isso que eu digo mulheres primeiro e além disso é você que tem uma 12 eu só
tenho essa pistolinha aqui.
Disse mostrando sua pistola silenciada.
- Se tiver um deles lá e eu dar um tiro nele, iram aparecer 15 mil deles do chão, já você
tem um silenciador você pode atirar neles de boa, agora vai lá e seja homem.
Disse a garota, com um olhar irritado e apontando para a porta.
- Certo, eu vou.
Richard abre a porta devagar e olha para fora.
- Não tem ninguém aqui, a barra está limpa, acho que a gente pode dar o fora
daqui..., ...eh?, como você se chama mesmos?
- Meu nome é Charlotte, e você, como você se chama?
Disse ela, pela primeira vez ele estava tendo uma “conversa” normal, apesar de ser
apenas uma troca de nomes, com alguém em 3 anos, não conversava com ninguém,
principalmente com uma garota.
- Como eu me chamo? Quero dizer, meu nome... meu nome é Richard, isso, meu nome é
Richard, é um prazer te conhecer Charlotte.
Disse ele, sem graça, estendendo a mão para cumprimentar Charlotte que faz o mesmo
gesto.
- O prazer é meu Richard, e agora? O que vamos fazer.
- Deixe me ver que horas são.
Ele tirou um celular do bolso da calça e o ligou, mas o aparelho desligou e não volto a
“vida”.
- Mas que droga, essa porcaria não quer ligar!!
Ele disse, tentando várias vezes ligar o aparelho.
- O que você estava pensando? Que essa coisa velha iria funcionar, sem bateria,
magicamente?
- Eu recarreguei hoje de manhã.
- Mentiroso, não tem mais energia elétrica em lugar nenhum faz, não sei quanto tempo.
- Eu sei disso, foi por isso que a primeira coisa que fiz quando a energia acabou, foi
achar um gerador a gasolina.
Foi até a janela do cômodo onde estavam e olhou para o céu, estava anoitecendo,
“Ótimo” ele pensou e virou para Charlotte e disse.
- Vamos aproveitar que está escurecendo e vamos embora, a gente pode ir para...
- Tá ficando maluco?
Ela o interrompeu.
- Aquelas coisas vão nos pegar se formos a noite.

- Calma, eles não saem a noite.


- Como você sabe disso?
- Pois eles são iguais a gente, eles precisão dormir e comer para conseguirem se manter
vivos. Por isso é mais seguro irmos a noite para minha casa.
- E porque a gente vai para a sua casa, hem?
Disse a garota.
- Por que minha casa é mais perto daqui e pelo que seus sapatos me dizem, parece que
você está andando sem rumo a um tempo.
- Ok Sherlock, você me convenceu.

Após uma longa caminhada eles finalmente chegam na casa de Richard.


- Benvinda a minha humilde casinha.
Disse ele após abrir a porta da casa e acender as luzes. Charlotte começou a olhar
tudo em volta.
- Você disse a verdade sobre o gerador!
- Você achou que tinha mentido só para você vir até aqui comigo?!!
- Para falar a verdade, sim.
- Se quiser checar a onde ele está, ele fica lá na garagem.
Ele disse entrando na cozinha.
- Não precisa, só de ver as luzes acessas eu já me convenci, o que você está fazendo?
- Eu estou vendo quanto de comida eu ainda tenho, quero disser, nós temos.
- E quanto NÓS temos?
Perguntou ela com um ar de preocupação.
- Não muito, na verdade não temos praticamente nada. Vou ter que sair de novo para
vasculhar ou caçar alguma coisa.
- Caçar? Caçar o que, tatus?
Ela olha para ele com cara de deboche, mas Richard nem presta atenção na
brincadeira.
- Tinha um zoológico não muito longe daqui e alguns animais fugiram de lá e agora
estão livres, inclusive um bando de cervos, por que você não se senta ali no sofá da sala
enquanto eu vou no meu quarto buscar o mapa, beleza?
- Beleza.
Disse ela, indo em direção da sala, enquanto isso Richard subiu as escadas, em direção
ao seu quarto, após um bom tempo de procura, ele desceu até a sala, se sentou no sofá
ao lado de Charlotte e colocou o mapa em uma mesinha no centro da sala.
- Pronto esse é um mapa da cidade que eu imprimi a alguns anos, bem aqui é a onde
eles aparecem mais vezes.
Ele disse apontando para um ponto circulado de vermelho no mapa.
- Parque São Francisco? Por que ele estariam aí, exatamente nesse lugar?
- Porque é lá que fica a principal fonte de água deles e de outros animais, mas caçar é
a ultima coisa que eu quero, além de dar trabalho carregar, limpar e assar a carne, um
tiro e o cheiro de sangue pode atrair os infectados.
Ele encosta no sofá e olha para o teto tentando pensar em outra solução para o
problema.
- Ei, eu conheço essa área aqui, é lá que fica o “atacado e varejo da família”.
Disse Charlotte apontando para uma área do mapa.
- Sério?
Richard olhou para ela com uma alegria no rosto.
- Sim, ele é enorme deve ter um monte de comida lá, algumas já devem estar vencidas,
mais mesmo assim é comida.
- Ótimo, amanhã cedo a gente vai até lá.
- Por que não vamos hoje?
- Pois esta tarde e precisamos dormir.
- Ok, aonde eu vou dormir?
- Você pode dormir no meu quarto eu vou ficar na sala.
- Beleza, boa noite.
- Boa noite.
Ele olha para o mapa e circula a área onde fica o atacado.
- Espero que você não esteja vazio.
Dobrou o mapa e o guardou, ele se deitou no sofá e tentou dormir. Então um pesadelo,
que a muito tempo ele não tinha, uma lembrança do passado que veio atormentar seu
sono.

Richard estava lendo seu livro quando seu amigo, Mateus o único e melhor amigo dele,
entrou na sala de aula e foi até ele.
- Eae mano beleza?
- Tudo beleza e você?
- Estou bem, você viu aquela reportagem de ontem?
Disse Mateus se sentando na carteira atrás de Richard.
- Aquela sobre o surto de raiva nos Estados Unidos?
Ele fechou o livro e se virou para olhar o amigo.
- Sim, essa mesmo.
- E qual o problema? É só um surto de raiva, além disso não moramos nos Estados
Unidos.
- Pode ser mas tem gente relatando o mesmo surto de raiva em outras partes do mundo,
até mesmo aqui.
Richard encarou o amigo.
- E você está insinuando que?
- E se não for apenas um surto normal de raiva e se for algo maior tipo uma arma
biológica.
Richard balançou a cabeça em negativa e começou a mexer na mochila.
– Você não acredita em mim né?
- Eu acho que você está vendo filmes demais, você tem que parar de trocar ideia com
aqueles caras do Discord.
- Acho que você tem razão.
- Eu sempre tenho razão.
Um estrondo irrompeu pelo ar assim que Richard terminou de falar, vários alunos
correram em direção a janela mais próxima, um aglomerado de adolescentes curiosos,
murmurando e cochichando sobre o que acabara de acontecer.
- O que acabou de acontecer!?
Richard se levantou da cadeira, olhou para o amigo e depois para a multidão na
janela.
- Eu sei lá.
Mateus também se levantou e depois se direcionou para a janela, Richard o seguiu,
abriram caminho entre os estudantes curiosos e olharam pela janela, a sala ficava no
segundo andar, seja lá o que for que tenha acontecido seria possível ver daquela
janela, a poucos metros dali um posto de combustível avia explodido causando uma
enorme nuvem de fumaça preta.
- Eu te falei.
Disse Mateus ao amigo.
- Nada a ver foi só uma explosão do posto de gasolina, não uma bomba com gás
venenoso ou com o vírus da raiva.
- Pode ser mais... ei olha, o que que tá acontecendo lá em baixo.
- Em baixo?
- Sim, na rua da escola.
Os olhares se voltaram para a rua logo abaixo, uma multidão de pessoas apavoradas
fugia de alguma coisa, de repente uma pessoa saltou sobre a outra e começou a
aranhar e a morder.
- Eu te falei cara é o surto de raiva que passou na tv, tá acontecendo aqui e agora.
- Caramba, me lembra de nunca mais duvidar de você.
Um grito vindo do corredor desviou a atenção de Richard que, quando se deu conta, já
estava para fora da sala fazendo a curva para a direita do corredor, ele parou e
Mateus apareceu do seu lado, os dois olharam aterrorizados para o corredor, uma
garota estava sendo espancada por um garoto, Richard não pensou duas vezes e
correu para socorrer a garota, ele tirou o agressor de cima dela e o jogou no chão, ele
olhou para a garota que estava sendo ajuda por Mateus, Richard olhou de volta para o
agressor, que já se encontrava em pé, ele tinha um olhar de raiva, espuma saia de sua
boca, tinha a respiração pesada e os olhos tremiam e tinham a cor vermelho sangue, ele
gritou e correu na direção de Richard, que deu alguns passos para trás antes de cair no
chão com o agressor encima de seu peito, ele perdeu o ar, e antes que pudesse fazer
qualquer coisa o garoto desconhecido lê desferiu um soco no rosto, o gosto de ferrugem
tomou conta da boca de Richard, que tentou devolver o soco mas errou e foi atingido
novamente, dessa vez no lado direito da cabeça, perto da orelha, Richard tenta
proteger o rosto com os braços, de repente Mateus grita e desfere um chute no queixo
do agressor que cai para trás saindo de cima de Richard, que se levanta em um pulo, o
garoto que o agredia está deitado em posição fetal, com as mãos no rosto.
– você tá bem?
Mateus perguntou ao amigo.
– sim, graças a você, mas eu acho que eu quebrei meu nariz.
Richard colocou a mão no nariz para tentar parar o sangramento, seu uniforme branco
tinha ganhado uma grande mancha vermelha, ele e o amigo ajudaram a garota a se
levantar, passaram pelo garoto caído e seguiram pelo corredor.
– eu esqueci de agradecer vocês por me ajudarem, meu nome é Avell.
A garota disse quando eles chegaram perto das escadas.
– não foi nada, meu nome e Mateus e esse cabeludo aqui é o meu amigo Richard.
Disse Mateus apontando para Richard que acenou com a mão livre para a garota. Eles
desceram as escadas correndo quando chegaram no primeiro andar viram vários alunos
e funcionários correndo em direção a saída da escola. Alguém colidiu com Richard
fazendo-o perder o equilíbrio e quase cair no chão, ele se recompôs e viu Mateus e
Avell correndo na mesma direção que os demais, ele foi logo atrás. Quando saíram da
escola se depararam com um caos, pessoas correndo e sendo atacadas, um carro
passou por eles a toda velocidade e colidiu com um poste derrubando-o causando um
apagão. Os três adolescentes caíram em si e começaram a correr.
– Para onde estamos indo?
Mateus gritou para o amigo.
– Para qualquer lugar longe daqui e dessas pessoas.
Richard avia parado de tentar estancar o sangue do nariz com a mão, estava ocupado
demais tentando sair daquela rua, olhou para trás e viu Avell logo atrás dele. Virou
para a esquerda e entrou em um beco, os outros dois logo atrás dele. Parou de correr,
Mateus passou por ele e também parou, Avell veio logo atrás e se sentou no chão,
nunca tinha corrigido tanto, Mateus deitou no chão, colocou as mãos no rosto e gritou,
sua respiração era pesada e ofegante, Richard colocou as mãos nos joelhos, estava
ensopado de suor, respirava pesado e quase não conseguia puxar o ar para os
pulmões, suas pernas tremiam e estavam moles, encostou em uma parede, o beco
conectava uma rua a outra, ele pegou o celular e tentou ligar para o pai.

Capítulo 2

Richard abriu os olhos, estava deitado de lado no sofá, olhava fixamente para uma
velha poltrona, tinha dormido em cima do próprio braço, se sentou e balançou o braço
que começou a formigar e depois começou a ter cãibras, ele fez uma careta de dor e
balançou o braço novamente. Se levantou foi até a cozinha e ligou um rádio e
sintonizou, o rádio começou a tocar uma música, voltou para a sala e pegou o mapa um
lápis e uma caderneta e se sentou novamente no sofá e começou a trabalhar no mapa.
Após alguns cálculos perceberá que levaria 12 horas para percorrer a distância entre
sua casa e o atacado.
– Droga. É perigoso de mais ficar vagando por tanto tempo. Será que deveríamos
pegar um atalho para demorar menos tempo, o que você acha?
– Acho que você está louco.
Richard deu um pulo no sofá, Charlotte estava parada perto das escadas olhando para
ele com um rosto de curiosidade e estranheza.
– Você me deu um susto.
Disse ele pegando o lápis que avia derrubado.
– Me desculpe, eu acordei com o rádio e vim ver o que estava fazendo. Com quem você
estava falando?
– Eu só estava pensando em voz alta ou como minha mãe dizia “estava falando com
meus botões”.
Ele se levantou e foi para a cozinha.
– O que vai fazer.
Perguntou a garota.
– Vou escutar as notícias do rádio.
– Espera um pouco. Ainda existem estações de rádio?
Richard ficou tão surpreso quanto ela, todos os sobreviventes sabiam das estações de
rádio, achava aquilo muito estranho.
– Sim, elas ainda existem. Agora fique em silêncio para eu ouvir o rádio.
A música parou de tocar, então alguém começou a falar no rádio.
– Bom dia sobrevivente, aqui quem fala é seu DJ favorito, JJ.
Uma voz masculina começou a falar, era meio rouca, parecia que o dono dela teria uma
crise de tosse a qualquer momento.
– Vocês acabaram de ouvir “Into the Sun”, para alegrar o seu dia, pois, só porque
estamos no fim do mundo que não podemos mais ouvir boa música. Bom, vamos deixar
as festividades de lado e falar um pouco mais sério, se você está passando por
dificuldades por falta de suprimentos não se preocupem, a cidade da nova república
está distribuindo suprimentos para os sobreviventes, basta você ir até lá e se apresentar
em um posto de atendimento, mas se bancar o esperto e Tentar roubar alguma coisa ou
levar mais do que necessário levará uma punição, o mundo acabou mas as leis não.
– Uma cidade? Podemos ir lá para pegar suprimentos, o que acha?
Charlotte perguntou para Richard, tinha um grande sorriso de esperança no rosto.
– Bem que eu queria, mas a cidade fica cerca de três meses de viajem daqui, dóis se
não pararmos para descansar, se tivéssemos um carro poderíamos chegar em duas
semanas.
A notícia vez com que o sorriso morresse e virasse uma cara de tristeza e decepção.
– Mas. – Ele completou. – o carro nós já temos.
– Sério!?
Dessa vez ela estava mais animada.
– só preciso de algumas peças e ele pode voltar a andar.
De repente o rádio começou a emitir sons de estatística, os dois voltaram a atenção
para o aparelho.
– Mas que porcaria.
Richard resmungou, começou mexer na antena e trocar as estações, alguns minutos
depois o rádio voltou ao normal.
– Agora vamos dar as más notícias.
A voz de JJ voltou a falar.
– Uma horda foi vista indo para o sul, se você mora no assentamento vila velha ou nos
arredores, tome cuidado, eles são mais espertos do que você pode imaginar. Bem essas
foram as notícias do dia, continue ligados na rádio 23 FM, agora fiquem com essa
música maravilhosa.

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