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Raphaela Sousa
Copyright © 2023 Raphaela Sousa
Raphaela Sousa
Comprado pela ORC Herdeira
São Paulo, 2023
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são
produtos da imaginação do autor qualquer semelhança com acontecimentos reais é mera
coincidência.
Todos os direitos desta edição reservados pela autora.
Contents
Title Page
Copyright
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Epílogo
Agradecimentos e um recadinho
Outros livros da autora
Como Aprendi a Amar (Duologia Amar Livro 1)
Como Encontrei o Amor (Duologia Amar Livro 2)
Uma nova chance de recomeçar
Companheiro Inusitado (Vol. 1.0)
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Desafiando a Maldição (Vol. 1) (Irmãs Russo)
Presos na Maldição (Vol. 2) (Irmãs Russo)
Capítulo 1
Lidith
-Filha, você está cometendo um erro! - Meu pai rosna ao meu lado
com seu peito estufado e seus dentes à mostra, principalmente as
presas, algo que deixaria qualquer um com medo. Exceto por mim e
minha mãe.
-Pai, eu já me decidi - Declarei ao cruzar os braços e avançar
para sair da caverna que ele e seus conselheiros, administradores e
engenheiros do nosso clã trabalham, para manter nosso povo e
nossas minas funcionando perfeitamente - Estou passando aqui
apenas para me despedir, estarei de volta amanhã.
-Vamos tentar outro macho! - Meu pai fala com tom de comando,
fazendo as janelas vibram com sua intensidade - Kaell era o macho
errado, vou encontrar um macho digno de estar com você!
-Kaell é quem ele é e está muito bem acasalado agora,
provavelmente é melhor assim - Respondo sem arrependimento ou
raiva do macho que acasalou com a minha prima na noite do nosso
noivado - Essa página está virada, o que você não se dá conta é
que isso sempre acontece. Não importa o quanto o macho seja
honrado, minha prima ou a irmã dela, ou até uma amiga dela.
Tentam roubá-lo em troca de me humilhar, não tenho mais paciência
para essa situação. Da próxima vez que acontecer vou acabar
cometendo um crime e antes que isso aconteça vou resolver as
coisas do meu jeito.
-Filha, você não precisa encontrar um noivo entre os machos
humanos, eles não são dignos de você! - Meu pai explode mais uma
vez e dessa vez até a porta maciça de madeira treme nas
dobradiças - Podemos encontrar um macho orc que não cederia e
….
-Pai machos orcs podem lidar com muita coisa, mas aceitar que
a companheira será sua líder não é uma delas, além de terem que
lidar com tantas fêmeas querendo enganá-los para acasalar com
ele, como sempre acontece com o macho que você encontra para
mim não vai dar certo! - Grito perdendo a cabeça completamente, a
única coisa que me impede de ser mais agressiva é que esse
macho na minha frente é o meu pai e eu o respeito.
-Isso porque você insiste em ser minha sucessora você poderia
aceitar que seu companheiro trabalhe em pé de igualdade com
você… - Meu pai declara com menos intensidade enquanto coloca
as mãos de cada lado do quadril - Eu também sei que não é justo
você ter que lidar com a inveja e a relação complicada que você tem
com os membros da nossa família, mas isso não quer dizer que
você precisa fazer isso. Vamos tomar mais algum tempo para
pensar, tem machos que aceitariam sua proposta ou talvez você se
apaixone por alguém nesse meio tempo…
-Pai estou decidida - Respondo tomando a frente para sair da
sala dele - Preciso de filhos e preciso fazer o meu trabalho, mas
ainda preciso ter um macho ao meu lado. Não preciso confiar nele,
só preciso garantir que ele vai aceitar seu lugar e não importa o
preço que eu tenha que pagar.
-Podemos encontrar um macho do nosso povo que aceite o
acordo então! - Meu pai tenta novamente.
Sua pele cinza escura só o torna mais ameaçador, em contraste
com os músculos e peito de barril largo, ele é um dos machos mais
altos do nosso clã e graças a sua força física e de liderança
conseguiu tirar nosso povo das mãos de um capitão corrupto. Meu
pai se tornou conhecido pela honra e por ter se casado com a filha
do seu inimigo, algo que diminuiu as reclamações daqueles que
achavam injusto ele estar no cargo. Infelizmente não foi suficiente
para que a família do antigo capitão, meu avô, aceitasse a mim e ao
meu pai.
Sempre acabamos lidando com alguma situação graças às
tramoias deles, algo que mesmo aqueles que eram a favor de que
outro assumisse a liderança do clã, já não aceitam mais. Depois de
sessenta anos como um bom líder meu pai mostrou seu valor o
povo o ama, os negócios maiores do centro do clã estão em
crescimento e se expandido cada vez mais.
Algo que eu me orgulho de fazer parte, comecei a trabalhar com
ele a muito tempo e desde que posso me lembrar eu sempre sonhei
em ser tão boa líder quanto ele, sonho que eu vou realizar. Não
importa quantos noivos eu precise conseguir até finalmente ter um
acasalamento que me permita ter mais responsabilidade, por mais
que nosso povo caminhe para o progresso ainda estamos presos a
leis antigas.
Principalmente pelo que aconteceu com o clã Kerminn, a fêmea
que assumiu a 300 anos atrás sem um companheiro, criou um
sistema onde não existe igualdade entre machos e fêmeas, ela criou
um clã matriarcal onde os machos são submissos às mulheres.
Muitos foram exilados ao longo dos anos, recentemente até o filho
da Capitã foi exilado e vive em Wraog. Depois disso, para evitar que
acontecesse com os outros clãs, os líderes criaram uma condição
para que um capitão ou capitã assumisse a liderança do clã.
Qualquer um que se qualifica por direito de sucessão ou por
conquistar o cargo quando não existem herdeiros, deve estar
acasalado.
Ou seja, eu preciso de um noivo, um acasalamento estável antes
de assumir o posto do meu pai quando ele decidir se aposentar, ele
já falou por diversas vezes como gostaria de poder viver sua vida
tranquilamente com a minha mãe no campo. Ele nunca fez pausas
ou tirou férias, ele nunca se afastou do trabalho e sempre lutou pelo
povo, meu pai precisa de um descanso.
Duvido até que ele tenha uma relação sadia com a minha mãe,
eles quase nunca conseguem se ver e verdade seja dita eu não
tenho irmãos, o que em uma família orc quer dizer alguma coisa
importante. Eu me preocupo com eles e com o nosso povo, o que
mais uma vez me motiva a continuar com a decisão que eu tomei.
-Pai, você sabe que um macho orc não aceitaria isso por muito
tempo… - Respondo calmamente - Um macho humano pode não
aceitar também, mas tem uma carta na manga ainda maior para
escolher um noivo. Eu só preciso que ele fique por alguns anos, que
eu tenha alguns filhos quem sabe. Mas o mais importante, minhas
primas não se interessariam nele, um macho humano não é
considerado atraente na maioria dos casos e pelos boatos que
espalharam até agora só vai diminuir as tentativas delas.
-Esse plano é insano filha! - Meu pai tenta mais uma vez - Você
espera se casar com alguém que nem ao menos acha atraente!
Quando foi que você enlouqueceu de vez?
-Foi quando perdi meu décimo noivo por ele não pensar com a
cabeça de cima, só com a cabeça do pau! - Grito cansada da
conversa - Já estou farta e estou de saída, o portal será aberto em
breve para a montanha. Te amo pai, amanhã estarei de volta.
Capítulo 2
Lidith
Quando sai do banho escutei toda a conversa delas e meu ego não
me deixou ignorar aquela conversa humilhante sobre mim, Lidith
estava certa quando disse que elas me achariam feminino e por
mais que isso não seja importante vindo de mulheres orcs, ainda
mexeu com meu ego e eu decidi ensinar um pouco a elas sobre
anatomia humana e a diferença de um homem para uma mulher.
Começando com um tipo que sabe como causar um efeito, na
verdade não achei que seria tão efetivo a minha cena toda de
aparecer com a toalha baixa e ainda molhado, queria apenas
mostrar que não sou uma mulher como elas fizeram questão de
sugestionar. Contudo o efeito foi ainda melhor quando elas reagiram
como qualquer mulher humana também reagiria e meu ego se
sentiu melhor depois disso.
Tanto que resolvi alfineta-las quando tentaram me elogiar para
provocar Lidith, ainda não entendi essa relação delas e não é algo
que me interesse, mas vê-las a desrespeitando abertamente depois
de terem tentado me diminuir como homem, fez com que eu
reagisse e deixando claro que sei jogar esse jogo.
Depois que elas saíram senti a pressão que a presença delas se
dissipar, consegui relaxar e processar as coisas a ponto de
perguntar para Lidith se ela iria querer continuar com o contrato,
algo que eu não ofereceria já que posso diminuir meus ganhos, mas
ela parecia querer desistir e eu me senti tocado pela situação dela.
Uma mulher que escolhe um homem que não a atrai para um
propósito e depois percebe que nem isso ajudaria, é tão triste
quanto a minha situação de estar casado com uma mulher orc.
Talvez possa ter me visto na pele dela tenha feito meu coração
amolecer, mas não o suficiente para insistir, porque se ela aceitasse
finalizar o contrato eu teria que encontrar outra esposa orc e não
estou disposto a me colocar nesse papel novamente, mesmo que
isso seja a cartada final para que eu me afaste da minha família.
Contudo Lidith não pediu o fim do contrato e por mais que eu
queira, não posso fingir que isso não me trouxe satisfação, por
algum motivo eu gosto da ideia de ela querer que eu continue como
seu marido de contrato. Gosto mais ainda porque também vi seu
olhar de apreciação, algo que indica que ela com certeza vê algum
atrativo em mim e isso massageou ainda mais meu ego ferido, mais
do que mostrar as primas malucas que eu sou um homem de
verdade.
Enquanto ela se ocupa com o cabelo vou para o closet, ele não
tem portas e imagino que depois que ela simplesmente saiu
completamente nua do banho não faria sentido eu tentar me cobrir,
nudez não parece ser um problema para os orcs e para mim não era
um problema também, até descobrir que não são tão atraentes
assim e que provavelmente vou ser comparado com a forma e
tamanho de um orc em todos os sentidos. Será que Lidith já esteve
com algum homem orc? Provavelmente sim, ouvi falar que os orcs
são muito ativos nesse quesito e apenas orcs casados não se
relacionam com outros orcs nesse sentido.
Preciso focar na minha tarefa, disse que iria me vestir com algo
que combinasse com seu vestido e eu sei que coloquei em alguma
dessas malas um paletó cor de off-White que combinaria
perfeitamente com o brilho colorido do vestido dela, com uma
camisa de botões de linho e uma calça de alfaiataria de azul
petróleo que vai ficar quase que no mesmo tom do azul do vestido
dela. Lidith está parecendo uma camponesa moderna, da realeza eu
diria e combina perfeitamente com sua pele cinza claro.
Encontro cada peça que estava procurando, incluindo os sapatos
e começo a procurar os produtos de cabelo. Acabo encontrando
entre alguns anéis e brincos que eu trouxe uma das joias da minha
mãe, uma gargantilha dourada que ela ganhou do pai dela no dia
em que eu nasci. A única coisa que guardei dela, porque
representava a alegria do meu nascimento, provavelmente foi a
única vez que celebraram isso e por isso me sinto apegado à essa
coisa.
-Jonas você pode me ajudar… - Lidith fala enquanto entra no
closet segurando seu cabelo em um ângulo estranho com as duas
mãos - Preciso prender todo o meu cabelo no topo da cabeça e
fazer isso sem as tranças é mais complicado do que estou
acostumada…
-Você quer fazer um rabo de cavalo? - Pergunto tentando
entender o que ela quer, porque posso acabar piorando a situação
dela.
-O que seria um rabo de cavalo? - Ela pergunta de volta e eu uso
meu cabelo para simular e expliquei como seria com o cabelo dela.
Isso parece ser suficiente e ela acena antes de responder - Exato!
Preciso de um rabo de cavalo, mas meu cabelo é muito pesado para
ficar no lugar enquanto tento prendê-lo.
Ajudei segurando o cabelo com as duas mãos enquanto ela
prende uma tira de couro muito firme para manter tudo no lugar, ela
definitivamente tem muito cabelo e é muito comprido, agora que ela
conseguiu prender eu lembro de um penteado que vi em uma
revista e tento explicar como acho que é feito e ela faz, puxou uma
mecha de baixo e faz uma trança simples para enrolar em volta da
tira de couro.
Ficou encantador, Lidith com certeza é uma orc atraente e
quando dei um passo para trás fiquei encantado com sua beleza
agora, ela tem uma postura de confiança que exala força e
sensualidade do jeito certo. Algo que eu admiro em uma mulher
humana e pelo jeito em mulheres orcs também, lembro do colar e
não penso duas vezes em colocá-lo nela.
-O que é isso? - Ela pergunta enquanto estou atrás dela
fechando a gargantilha.
-Um presente - Respondo rapidamente sem dar muitos detalhes.
-Como estou? - Ela pergunta sorrindo e percebo que seus olhos
estão pintados com algum esfumado escuro realçando seu olhar
com suavidade, tudo nela exala sofisticação e mais uma vez sinto
meu corpo reagir a essa mulher orc.
-Deslumbrante… - Respondi com a voz mais grave do que
pretendia, mas é impossível manter a compostura. Lidith está de
fato deslumbrante.
Seu sorriso aumenta brilhantemente e ela cheira o ar
significativamente parecendo confusa de repente, seus olhos me
varrem dos pés à cabeça e sinto que estou sendo analisada.
-E eu estou à sua altura Lidith? - Perguntei tentando tirar sua
atenção do meu pau, ela com certeza deu mais que uma olhada
para minha virilha e a ideia de que ela pode perceber minha
excitação faz meu membro pulsar ansiosamente na calça - Ou ainda
estou feminino demais para parecer um homem?
-Você está perfeito para um macho Jonas - Ela responde
suavemente mordendo suavemente o lábio, me olhando do mesmo
jeito que ela fez quando eu apareci de toalha fazendo meu pau
pulsar mais e ficar a meio caminho de uma ereção.
-Filha! - Uma batida alta na porta de fora e o grito da mãe dela
nos tira dessa tensão quente e sensual que surgiu entre nós tão
rápido quanto começou.
-Estou indo! -Lidith fala rapidamente enquanto foge do closet
com passos rápidos eu fico para trás tentando recuperar minha
sanidade.
Só passei um dia com essa mulher orc o que diabos está
acontecendo comigo?
Esse pensamento me persegue pelo resto da noite e enquanto
sua família continua a chegar, conheço outras primas e primos. Sou
apresentado aos tios e tias todos orcs e alguns são de uma raça
chamada de athneun, que aparentemente foram os que ensinaram
os orcs a usarem a tecnologia.
A festa foi organizada ao ar livre com mesas cheias de comida,
com crianças orcs correndo entre elas e volta e meia algumas delas
fazendo perguntas sobre mim. Pacientemente eu respondi a todas,
estranhamente estar perto das crianças é mais reconfortante do que
estar com os adultos seja qual for a raça ou espécie crianças
sempre são os únicos que agem como desejam e não escondem o
que pensam.
Em algum momento acabei brincando com eles em um jogo que
poderia ser pega-pega, se não fosse pela luta que acontecia sempre
um encontrava o outro. Também acabei em uma conversa com um
athneun chamado Jharno e ele esclareceu algumas perguntas que
eu tinha sobre a tecnologia deles. A conversa correu tão bem que
ele me convidou para conhecer seu mundo e se eu quisesse
poderia estudar a fundo a área que eu quisesse quando estivesse
por lá. Entramos em vários outros assuntos até mais crianças
chegarem e eu brincar novamente, em algum momento não sabia
mais quanto tempo tinha passado e nem me importou.
Estranhamente nunca me senti tão bem em meio a criaturas que
são tão diferentes e ainda assim estão me acolhendo, desde que eu
conheci Lidith hoje de manhã a minha visão dos orcs tem mudado a
cada momento e eu me pergunto o quanto eu estava sendo injusto
no meu julgamento.
Eu até cheguei a esquecer das primas diabólicas da minha noiva
orc, mas infelizmente quando a noite estava parecendo que
chegaria ao fim percebo uma das primas dela se aproximar de mim
enquanto estou com as crianças e como uma jogada bem colocada
antes que ela tente alguma coisa a faço entrar na brincadeira no
meu lugar enquanto eu caminho para procurar minha noiva. Passei
quase que a noite toda longe dela e pelo andar da carruagem, tenho
o pressentimento de que ficar perto dela agora seria mais seguro.
Capítulo 10
Lidith
Estou irritado desde que atravessei o portal e acredito que isso não
é apenas por estar aflito com a situação do meu pai, escutei meu
irmão e sua esposa orc que estava usando um vestido muito
humano… é ridículo que um orc use roupas assim… ridículo e ainda
assim me perguntei como seria se Lidith estivesse usando um
vestido assim, como o vestido que ela usou na festa do nosso
casamento.
Estou rangendo meus dentes novamente, com esse
pensamento. Estamos no carro a caminho do shopping e estou
mantendo minha boca fechada, enquanto Lidith e a orc Shiara
conversam animadamente sobre a vida na cidade. Meu irmão
parece ter entrado de cabeça nessa coisa de estar casado com uma
mulher orc, afinal de nós três ele foi o que pegou o melhor contrato
e ainda por cima continua vivendo a vida do jeito que bem entender.
Elias parece bem e feliz, apesar da situação com o nosso pai,
ele e a esposa orc sempre estão se olhando com carinho enquanto
se tocam o tempo todo. É muito irritante. Ele é burro o suficiente
para agir como se tudo isso fosse durar… Ele não sabe que nossa
familia ferrada vai acabar destruindo essa ideia de relacionamento
feliz que ele tem agora?
Além disso, como ele pode estar feliz com essa mulher orc? Eu
estou morando a dois meses com uma delas e não é como se fosse
a melhor experiência da minha vida. Passo a maior parte do meu
tempo jogado e procurando o que fazer. O que não é tão diferente
do meu dia-a-dia em casa…
-Eu realmente preciso ver essa loja com roupas íntimas! - Lidith
fala animada entre risos com a Shiara e meu humor azeda ainda
mais.
Ela não precisa ir a uma loja assim… Mulheres orcs não usam
roupa íntima de qualquer forma, seria ridículo que ela tentasse usar
uma calcinha ou um sutiã! Seus seios são grandes demais e seu
traseiro também acabariam espremidos contra o material delicado
da roupa íntima… Seus mamilos acabariam ficando enrugados de
se esfregar contra um material desses. Só seria um incômodo para
ela e para quem acabasse vendo, que nesse caso provavelmente
seria eu… E eu não quero vê-la assim! Deus me livre da visão…
Tudo isso é o que eu penso para forçar minha mente a voltar ao
normal, mas o que eu imagino é outra história. A imagem que se
formou na minha cabeça envolve Lidith usando tiras de renda para
segurar sem sucesso suas curvas cheias fazendo todas as partes
certas dela ficarem expostas para mim… E o pensamento dela estar
assim só para mim faz coisas comigo que não deveria acontecer!
Inferno!
Respiro fundo e abro a janela do carro, não quero que ela venha
com aquela coisa de cheirar e acabe percebendo que estou
rapidamente crescendo duro. Não apenas porque é errado pensar
essas coisas sobre ela, mas também porque eu não quero pensar
assim. Ela é uma mulher orc com muitas curvas, orelhas pontudas e
a pele cinza claro… Exceto pelos seus mamilos que são grandes
redondos, de um cinza mais profundo e que fica perfeito na minha
boca quando eu chupo com força…
-Chegamos! - Elias declara ao desligar o carro no
estacionamento do shopping.
Não espero por ninguém ao descer do carro com a minha
carteira no bolso, caminho para a loja que preciso comprar algumas
coisas, começando por aparelhos que possam ser usados para ser
um clone do aparelho original do meu pai e de mais alguém
envolvido nessa merda. Preciso de um notebook para acesso
remoto e também uma CPU para manter as gravações e códigos
fora da rede. Preciso de cabos, nobreak e mais centenas de coisas
que vão ser pagas da minha conta reserva.
Imagino que se eu movimentar o dinheiro da minha conta
principal meu pai será alertado e isso é a última coisa que preciso
agora, manter minha chegada na cidade como um segredo é
imprescindível. Até mesmo meu celular convencional continua
desligado, preciso manter o foco. Lidith começa a rir novamente
com Shiara que entram juntas em uma loja deixando Elias comigo.
-Shiara tem meu número, vou mandar o nome da loja quando
chegarmos lá - Elias comenta com um sorriso bobo enquanto
assiste as mulheres orcs entrarem na loja. Eu por outro lado assisto
o olhar de nojo de outras pessoas ao verem que elas estão
conosco, fazendo meu humor azedar ainda mais. Porque eu
compartilho esse sentimento deles… ou compartilhava até estar
com a mulher orc que ferrou com a minha cabeça em dois meses
estando com ela e sua família.
Inferno! Inferno! Minha irritação é quase palpável e até sinto o
começo de uma dor de cabeça se instalar na minha têmpora e ao
redor do meu crânio, fazendo parecer que alguma coisa está
espremendo meu cérebro.
Ignoro meu irmão e mantenho meu foco no que preciso comprar,
com toda a conversa delas sobre roupas me dei conta de que deixei
tudo no clã da Lidith e não posso voltar para casa para pegar o que
deixei para trás. Então além de comprar o essencial para descobrir
a merda que meu pai fez, dessa vez, também vou precisar comprar
roupas.
Estou esperando que processem o pedido e que o vendedor
traga os produtos do estoque quando elas aparecem com algumas
sacolas. Shiara parece ter convencido Lidith a comprar um aparelho
celular e agora o vendedor correu para atendê-la, por algum motivo
o fato dela ser orc parece incentivar os vendedores a correr atrás
dela para fazer sua venda.
A história que corre desde que os casamentos foram
incentivados pelos governos, é de que os orcs são ricos no nosso
mundo e por isso são grandes clientes. Fico ainda mais irritado
quando o vendedor joga todo o charme falso para fazê-la comprar o
aparelho mais caro da loja, fiquei ainda mais enfurecido quando ela
escolhe uma cor que não tem nessa filial, mas em uma que fica
próxima e ela paga uma taxa extra para trazerem até aqui em pouco
tempo.
Acabo deixando Elias encarregado de retirar meu pedido da loja
e aviso a ele o nome da loja que vou a seguir, preciso comprar
muitos periféricos e itens que na primeira loja não tinham todos.
Quando Elias e as mulheres orcs aparecem estou no caixa pagando
pelas coisas que escolhi, só então seguimos para uma loja na qual
eu possa comprar algumas roupas para mim e Lidith decide
conhecer a loja também.
Ela escolhe várias peças para si e até presenteia Shiara com
outras, essa loja não é barata e com certeza tem um público mais
sofisticado, mas assim como na loja de eletrônicos as vendedoras
voam para fazer com que as mulheres orc comprem mais coisas. Ao
mesmo tempo que lançam olhares desdenhosos quando elas se
viram, pior ainda é o olhar de julgamento que recebo ao se darem
conta de que eu e Elias estamos com elas. Como Elias consegue
conviver com todo esse julgamento acerca de estar com uma
mulher orc?
É óbvio que essas pessoas assistiram a transmissão da nossa
seleção que aconteceu a dois meses, todos sabem quem somos e
que provavelmente aceitamos fazer parte daquilo pelo dinheiro.
Como a maioria das mulheres fizeram na primeira seleção e depois
com os homens também.
Quando finalmente saímos de lá estou a um fio de perder a linha,
decidi focar no motivo de estarmos de volta na cidade e começo a
trabalhar no aparelho que servirá para clonar o celular do meu pai,
ainda vou precisar terminar de configurar ele quando estiver
conectado no computador, mas por enquanto posso limpar e deixa-
lo do jeito que preciso para instalar o que preciso depois.
Converso rapidamente com Elias explicando que provavelmente
nosso pai tem outro aparelho que não seja o que ele usa no dia a
dia, é comum pessoas como ele terem outro celular para separar os
assuntos ou apenas para manter coisas escondidas. No caso do
meu pai imagino que sejam as duas opções.
Elias acabou comentando que descobriu sobre o André ter
engravidado sua esposa orc e isso fez a conversa entre nós morrer,
porque eu não quero conversar com meu irmão sobre o que
aconteceu da última vez que falamos com nosso pai, menos ainda
com as duas orcs no banco de trás. Também não conto que André
entrou em contato avisando que pretende voltar para casa em
breve, por isso digo para Elias fazer o que bem entender sobre o
assunto.
Mesmo elas parecendo alheias à nossa conversa eu sei que
Lidith está mantendo sua atenção em alerta, ela sempre faz isso ao
meu redor e tenho certeza que não é uma conversa casual que a
faria agir de forma diferente.
Quando chegamos na casa da Emilie eu ainda me sinto irritado
por tudo o que aconteceu hoje, é como se o dia nunca fosse
terminar. Começando com a história da mãe da Lidith ter tentado
ajudar as primas a me dar um golpe e terminando com o fato de
estar na casa da minha prima que me odeia desde sempre.
Sei que parte desse ódio é culpa minha, mas ela não ajuda em
nada com a postura de Madre Tereza e salvadora da pátria!
Ninguém é tão santo assim e eu sou o tipo de pessoa que faz
questão de ver o outro lado das pessoas. O lado real.
Elias está fazendo um tour pela casa da Emilie e eu já estou
cansado da voz dele, já estou cansado desse dia. Minha cabeça
está pulsando, eu estou ainda mais irritado e frustrado. Por isso
acabo fazendo o que faço de melhor quando o assunto são meus
irmãos.
-Você conhece muito bem a casa da nossa prima, irmão... -
Comentei pela décima vez, talvez até mais do que isso.
-Jonas, se você quer perguntar alguma coisa - Elias fala depois
de parecer cansado com todos os meus comentários -Pergunte de
uma vez…
Ele sempre foi o mais fácil de se tirar do sério!
-Para alguém que alegava não ser próximo da nossa prima, você
conhece muito bem a casa dela e provavelmente sabe mais da vida
dela do que demonstrou para nós. - Falo com a voz mais exaltada,
deixando claro que Elias é um idiota por ter omitido essa relação
entre eles - Eu sou o único que deveria perguntar se tem algo que
você gostaria de dizer. Irmão!
-Você espera que eu diga que menti sobre ser próximo da
Emilie? - Elias tenta se defender cruzando os braços na defensiva -
Que diferença isso faz agora?
-Agora não faz diferença nenhuma, mas antes teria feito! -
Respondo feliz comigo mesmo, por ter conseguido fazer ele assumir
o que fez e ainda parecer perto de perder a cabeça - O que mais
você esqueceu de nos contar sobre ela? Sabe como as coisas
poderiam ter sido diferentes?
-Diferentes como? - Elias pergunta quase fora de si e eu poderia
sorrir agora, se não fosse o sentimento ainda persistente de que não
é suficiente - A diferença que teria acontecido é que agora a Emilie
estaria sem nada e provavelmente na rua! Porque nenhum de nós
teria ajudado ela depois de sugar até o último centavo do que era
direito dela de receber sozinha!
-Você só está falando isso porque quer se sentir melhor! Você
quer fazer a cena do bom moço para sua esposa orc? - Agora estou
gritando assim como Elias, sentindo meu sangue ferver e toda a
frustração do dia e dos últimos meses explodir de mim direcionado a
ele - Não finja que não quis o dinheiro e que não quer agora! Não
finja que é superior a nós Elias! Porque você não é! Você é tão
mesquinho e egoísta quanto qualquer um de nós quatro!
Sinceramente você deve ser ainda pior que o nosso pai!
Meu irmão tem feito toda essa cena de bom moço na frente das
mulheres orcs e dos orcs na montanha, mas ele não é tão diferente
assim de mim! Eu não acredito nessa cena e até mesmo essa
tentativa de fazer nosso pai sair desse buraco, essa atitude de bom
samaritano tem data de validade para acabar e essa máscara cair!
Porque é assim que nós somos! É assim que fomos criados e é
assim que vivemos!
Elias não é melhor do que eu e com certeza não merece coisas
boas acontecendo com ele, assim como eu não mereço. Nenhum de
nós merece!
Estou vendo pontos pretos de tanta raiva que estou sentindo
agora, por isso quando Elias acerta meu rosto eu não reajo a tempo
para desviar. Recebo o golpe com força e cambaleio para trás com
o impacto, ao me dar conta do que acabou de acontecer eu avanço
para frente finalmente feliz em extravasar esses sentimentos
conflitantes que estão em ebulição dentro de mim.
Tenho certeza de que estou sorrindo quando avanço, mas
infelizmente não consigo atacar de volta. Lidith me arrasta para
longe, tento me soltar dela, mas seu aperto é tão firme que no final
deixo ela me levar sem tirar os olhos de onde meu irmão ficou
parado me olhando, com um sorriso no rosto.
Capítulo 16
Jonas
Elias está a caminho daqui com André, nosso irmão mais novo
voltou para a cidade hoje. Ainda não sei o que motivou ele a voltar e
dado as condições do casamento dele, acredito que ele tenha
voltado sozinho e estranhamente me sinto mal por isso. De nós três
ele é o que mais se fechou enquanto crescia, ele sempre foi uma
criança quieta e não mudou durante os anos, o tempo que ele
pareceu mais como uma criança normal foi quando ele ficou com
nosso avô.
Eu e Elias não tínhamos interesse em brincar com ele, ou um
com o outro. Sempre fazíamos nossas coisas separadas, eu não
tinha paciência para lidar com as reclamações dele e ele não tinha
paciência para lidar com as minhas explosões. Juntando isso, nosso
pai também não estava por perto por muito tempo para ser um pai,
os empregados da casa cuidavam para que a gente não acabasse
morto de fome e de resto poderíamos fazer o que quiséssemos.
André ficou muito irritado com a ameaça do nosso pai para fazê-
lo aceitar a demanda da sua noiva orc e eu sei que ela ficou grávida,
mas me pergunto o que isso custou ao meu irmão mais novo… Ele
não deve ter ficado ileso de sentir alguma coisa. Inferno! Eu mesmo
não fiquei imune a minha própria esposa e eu tentei evitar sentir,
mas como posso dizer que não sinto quando ando atrás dela como
um cachorrinho em uma coleira e para piorar adoro a ideia de ser o
cachorrinho dela!
Elias é outro que cedeu ainda mais rápido para sua esposa orc e
os dois parecem como um casal de adolescente, que roubam
carícias um do outro quando acham que ninguém está vendo. Eu
até cheguei a pensar na possibilidade de estar sob algum tipo de
feitiço, mas porque Lidith faria isso se no início ela não me achava
atraente o suficiente?
Aliás esse tópico ainda é sensível para mim e a mulher sabe
disso, sempre me provocando dizendo que minha beleza é em ser
um idiota todo dela. Ranjo os dentes irritado com a lembrança da
provocação dela, mas deixo passar rapidamente, porque isso é
apenas uma provocação e Lidith adora me provocar, minha linda
mulher orc solta gargalhadas altas sempre que fala alguma gracinha
que me faz ficar cheio de tesão para fazê-la rir o tempo todo.
Sinceramente eu estou sempre fazendo o que ela quer, basta ela
pedir e eu faço, a mulher até me fez deixar a barba crescer. Nunca
em toda a minha vida eu deixei que a minha barba cresceu tanto
como agora, é estranho e nos primeiros dias coçava até me deixar
irritado e quando eu ameaçava parar ela fazia um bom trabalho para
me distrair do incômodo, além disso eu percebi que ela se arrepia
inteira quando minha nova penugem na cara arranhar sua pele
macia que a faz dar gritinhos deliciosos para meu próprio deleite.
-Você está aqui! - Lidith canta animada ao chegar em casa, ela
tem estado muito ocupada fazendo entrevistas nos últimos dias e
hoje ela voltou mais cedo para estar aqui quando meu irmão
chegasse com Elias.
-Sempre por aqui doçura… - Resmungo enquanto me levanto da
cadeira para dar lugar a ela, peguei esse costume de sempre ceder
meu lugar para ela depois de ouvir ela comentar que gosta de ficar
onde já tem meu cheiro, faço para agradá-la e porque secretamente
me sinto possessivo dela, por saber que ela está cercada pelo meu
cheiro e não de outro cara qualquer homem ou orc.
-Conseguiu descobrir alguma coisa hoje? - Ela pergunta,
enquanto afunda no assento e eu me apoio na mesa de frente para
ela.
-Não, mas estou pensando em entrar em contato com os
advogados para estudar algumas possibilidades… - Respondo
esperando-a se aconchegar antes de me inclinar para beijá-la -
Senti sua falta doçura… Você saiu antes que eu pudesse provar
você…
-Macho insaciável! Você precisa me dar alguma pausa ou eu vou
começar a andar engraçado durante o dia - Ela responde sorrindo,
mas acaba soltando um suspiro doce e depois rindo quando eu
esfrego minha barba no seu pescoço.
-Você cheira cada vez melhor, sabia? - Comento ao deixar minha
língua se arrastar na sua pele deliciosa.
-Sé-sério? - Ela pergunta gaguejando um pouco - Você acha que
meu cheiro mudou?
-Seu cheiro e seu mel estão a cada dia mais deliciosos para mim
doçura… - Respondo deixando minhas mãos varrerem por sua pele
e seu cabelo com tranças finas - Eu sou viciado em você mulher…
aliás você se lembra de como eu provei você na minha mesa
naquele dia? Vamos fazer isso de novo, o que acha? Fique aí onde
está eu vou me ajoelhar…
-Por mais que eu queira isso… - Ela comenta com a voz
embargada de desejo fazendo meu pau latejar em antecipação - A
sua família acabou de chegar… estou escutando o portão se abrir e
eu conheço o barulho que o motor do veículo do seu irmão faz...
-Eu posso ser rápido, eu só quero provar seu mel doçura… -
Devolvo tentando convencê-la a me deixar colocar meus dedos no
meio das suas pernas, mas ela se levanta e se afasta rapidamente.
Eu suspiro alto antes de segui-la um pouco emburrado e tentando
ajustar o volume da minha calça para não atrapalhar enquanto eu
ando seguindo-a para fora.
Lidith
-Você sentiu não foi? - Perguntei nervosamente para Shiara, ela e
os irmãos do Jonas chegaram.
-Você mentiu ao dizer isso para ele? - Ela pergunta de volta sem
se importar com meu tom e cruza os braços enquanto parece um
pouco confusa com a minha pergunta - Por acaso você não gosta
que ele use a barba assim? É um costume do nosso povo, não acho
que ele se importe de não usar a barba assim…
-Por que você está escondendo isso dele? - Ela pergunta depois
de sorrir com entendimento para minha pequena cena de irritação.
-Um filho não é problema, mas eu entendo bem o que quer dizer
- Shiara comenta com um tom carinhoso para me reconfortar - Se
você não sente que é o momento de dividir isso com ele não tem
problema, você é uma fêmea forte que sabe o que é melhor para
você e sua família. Além disso, eu acredito que Jonas vai entender,
quando você explicar porque não contou antes.
-Você pode dizer isso, mas se tem uma coisa que eu aprendi
sobre os machos humanos é que eles não são diferentes assim dos
nossos machos - Shiara fala com empolgação e até um certo brilho
travesso no olhar - Quer saber… vamos planejar algo para quando a
hora chegar…
Jonas
Deixei que André fosse atendido, assim como Jonas e Shiara foram
atendidos por outro orc. Os policiais estavam ao redor recolhendo
provas e tirando fotos. Assim como as equipes de televisão
continuam criando um alvoroço do lado de fora, fiquei fora do
caminho assistindo tudo desenrolar como se assistisse há
programação de um programa policial sobrenatural, com portais
abertos, orcs andando de lado para o outro, pessoas sendo presas.
Resumindo um dos episódios bons de qualquer série e que nesse
caso era tudo muito real.
-Por que você está se escondendo aqui? - Lidith pergunta ao se
aproximar sorrateiramente de mim, ou talvez ela tenha feito barulho
e eu não ouvi por estar muito distraído.
-Tentando não atrapalhar enquanto espero meus irmãos -
Respondo ao me virar para ela. Cacete, eu tenho uma esposa linda!
-O que acha de conhecer meu quarto? Essa é a casa que passei a
maior parte da minha vida, mesmo quando meu pai quase a perdeu
em uma aposta mal feita…
-Eu adoraria conhecer seu quarto - Lidith fala rapidamente, me
impedindo de continuar divagando.
-Você não precisa ajudá-los a se organizar? - Pergunto antes de
guiá-la pela casa - Você estava fazendo um bom trabalho antes e
parece que você continua sendo útil agora…
-Eles podem se virar sem mim, estou mais interessada em ficar
em um quarto sozinha com meu companheiro… - Lidith respondeu
baixo fazendo vibrações de ansiedade dançarem na minha barriga
enquanto minha mente viaja com imagens do que podemos fazer
sozinhos.
No meu quarto e antes que eu perceba estou correndo pela
escada puxando Lidith pela mão, ela está logo atrás de mim
acompanhando meu passo dando risadas fofas e tão malditamente
sexy que quando chego na porta do quarto estou mais do que
pronto para ter alguma atividade na cama e em todo maldito lugar.
-Quanto tempo demora para um curandeiro orc examinar
alguém? - Pergunto antes de ceder ao desejo de puxá-la contra meu
peito e beijar sua boca deliciosa e macia… tão macia quanto sua
pele e suas curvas…
Minhas mãos estão varrendo sua silhueta, percorrendo seu
corpo esperando sua resposta ansiosamente, Lidith arfa antes de
responder deixando minha mente a um fio de atacá-la e esquecer o
que está acontecendo porta a fora desse quarto.
-O suficiente para você fazer o que tem em mente… - Ela
responde com um sorriso e eu finalmente a beijo sem deixar que ela
termine o que estava falando.
-O que eu tenho em mente envolve nós dois em um lugar muito
longe de tudo, por dias a fio com nada além de uma geladeira cheia
e uma cama resistente… - Resmungo contra sua pele ao arrastar
beijos molhados pela sua pele até alcançar o topo dos seus seios,
deixando minha mão vagar pelo broto sensível do seu mamilo por
cima do tecido das suas roupas, por um momento senti saudade de
quando ela usava apenas um top que era facilmente removido do
seu corpo bonito.
Lidith resmunga um gemido abafado, fazendo seus dedos
mágicos trabalharem dentro da minha calça deixando minha
atenção vagar me deixando sem reação.
-Nesse caso eu vou fazer o que eu tenho em mente… - Lidith
fala com um sorriso provocante e delicioso em seus lábios macios,
tento segurá-la com a minha mão indo para sua nuca, mas ela me
impede - Sente-se…
Seus dedinhos sorrateiros me guiam para sentar na cama atrás
de mim, ela não ordenou exatamente e eu ainda estou obedecendo.
Seu sorriso aumenta e eu me sinto louco para obedecer a ela
completamente me perguntando como seria se ela realmente
ordenasse. Droga eu deveria ter trazido aquele chicote e as
algemas…
-O que você tem em mente doçura? - Pergunto tentando soar
coerente, quando na minha mente tudo o que consigo assimilar são
seus dedos percorrendo meu peito enquanto ela se ajoelha na
minha frente lambendo os lábios em sinal de antecipação, inferno eu
sei o que ela quer fazer, mas eu ainda quero ouvir ela falar.
-Nesse momento quero prová-lo… - Ela responde com sua mão
na minha braguilha desabotoando o botão e baixando o zíper com
uma lentidão me faz sentir arrepios de antecipação varrerem meu
corpo com o simples roçar dos seus dedos no pouco que eu sinto do
seu contato com a minha pele - Você cheira tão bem que estou
desejando tomar sua semente na minha boca para provar você
completamente…
-Cacete, como eu posso pensar direito quando você fala assim?
- Pergunto com a voz grave e tão baixa que eu mesmo quase não
escuto.
-Você pode não o macho mais bonito, mas com certeza tem o
pau mais bonito… - Ela fala brincando e antes que eu pudesse
responder sua provocação sua língua atrevida percorre a fenda na
cabeça do meu membro que faz eu contrair todo o corpo para me
conter de lançar mais rápido do que eu teria imaginado.
Lidith é tão malditamente sexy em cada pequena coisa que faz
que me deixa muito consciente dela e do que ela faz,
consequentemente o esforço para não me derramar como um
adolescente, não importa quantas vezes eu esteja com ela eu
sempre sinto que é como se fosse a primeira vez, mesmo sabendo
que não é. Aliás a cada vez fica ainda melhor, por isso tanta
ansiedade da minha parte.
Quando ela abre sua boca para levar tudo em sua boca eu
engulo com força e tento respirar pela boca, mas é quase
impossível não me sentir impactado pelo calor da sua boca, sua
língua brincando para explorar como se estivesse tentando
entrelaçar meu pau e inferno até mesmo as presas dela raspando
levemente provoca arrepios na minha pele. Todo o aviso que tenho
dela antes de sentir sua boca sugar meu pau enquanto ela retira sua
cabeça, chupando muito. Muito. Muito devagar é o olhar de triunfo
que ela me lança.
Sem quebrar o contato visual ela repete a ação até me deixar
ofegante e com as bolas apertadas para lançar, mas ela parou para
e lambe meu comprimento, minhas bolas e chupando uma de cada
vez antes de voltar para meu pau. A essa altura eu já estou com a
mão na sua nuca segurando um punhado do seu cabelo com mais
força do que eu deveria, para guiá-la.
A única coisa que me segura é o olhar satisfeito dela e o sorriso
travesso que ela tem de satisfação de me ver à mercê dela, até que
ela mergulha meu pau na sua boca mais uma vez e eu cedi ao
desejo, movendo sua cabeça de encontro com a base do meu pau.
Ela geme uma reclamação por eu ter ido tão fundo e eu quase me
senti culpado, mas quase é a palavra. Lidith repetiu o movimento
por vontade própria, me levando muito profundamente antes de sair,
aumentando o ritmo gradativamente, até que minha mão em seu
cabelo estava praticamente solta. Acariciei seu couro cabeludo
enquanto ela se movia me ordenhando e gemendo, ela parece estar
tão alta em seu prazer por me levar que eu fico ainda mais excitado
por ter uma mulher tão ansiosa para me fazer gozar na sua boca.
-Eu. Estou. Muito. Perto! - Tento articular as palavras, mas tudo o
que consigo falar sai cortado, eu perco totalmente a linha quando
ela suga. Minhas bolas se apertarem. Meu corpo tencionou e o jato
explosivo derramou na sua boca.
-Vem cá deixa eu cuidar de você doçura… - Falo ansiosamente,
depois de assistir ela lamber todo o meu sêmen até meu pau estar
limpo. Tão limpo que é difícil não reagir quando ela continua
lambendo, mas eu ainda preciso de um minuto ou dois para me
recuperar, por isso tentei arrastá-la para fazer o mesmo com ela. Na
verdade, estou ansioso para fazer o mesmo por ela. Eu amo provar
seu mel, lambendo toda a sua doçura, eu sou viciado em levar ela
na minha boca. Não apenas pela forma como ela vem rebolando na
minha cara, mas também pelo manjar que ela derrama quando
chega em seu ápice. Uma boceta não deveria ser tão saborosa! Em
todos os sentidos o sentido da palavra.
-Por mais que eu queira isso, acho que nosso tempo acabou -
Ela declara ao se levantar, mas ainda me provocando lambendo os
dedos.
-Eu não me importo - Eu rosno uma resposta ao ficar em pé
rapidamente e puxá-la pela cintura contra meu peito desesperado
por continuar.
-Estou ouvindo seu irmão, o Elias, chamar por você no andar de
baixo - Ela fala com um sorriso divertido pela minha reação.
-Tudo bem, vamos descer. - Respondo entre os dentes frustrado
pela interrupção - Mas vamos terminar isso depois, em um lugar no
meio do nada, com uma cama resistente, uma geladeira cheia e um
banheiro com aquela água curadora.
-Por que a água tem que ser curadora? - Lidith perguntou com
curiosidade.
-Porque eu só vou de deixar longe das minhas mãos, quando
estiver dolorida e mesmo esses momentos quero que sejam
mínimos… - Expliquei sem tirar minhas mãos dos seus quadris
quando ela se vira para sair do quarto - Preciso de pelo menos três
dias com você longe de tudo, vai ser a lua de mel que nunca
tivemos.
-Quem te ouvisse agora, diria que você está apaixonado por mim
Jonas. - Lidith fala e posso ouvir o humor em sua voz.
-Talvez eu esteja esposa… - Respondo me sentindo realmente
feliz, até perceber que ela ficou em silêncio sobre isso e eu estava
pronto para questioná-la, mas a batida na porta me impediu e ela
logo respondeu. Me deixando sem tempo para entender se o que eu
percebi foi coisa da minha cabeça ou não.
Capítulo 31
Jonas
-Como assim eu vou ser avô e você só me conta isso agora? - Meu
sogro perguntou para Lidith depois de chegarmos na caverna que
ele está morando, viemos diretamente para cá e Lidith não perdeu
tempo para contar a novidade.
Eu vou ser pai! Eu vou ser pai… Eu vou ser pai? Inferno, eu?
Pai?
Eu apenas acenei confirmando cada palavra que Lidith dizia
enquanto minha cabeça continuava rodando com a informação, ela
me contou ontem à noite e desde então eu não consigo tirar essa
informação da cabeça. Afinal tudo o que eu conheço de paternidade
é um grande nada e meu exemplo não foi dos melhores.
Acabei comprando mais livros do que deveria, comprei até
coisas que não sei para que servem e mesmo tendo dito para Lidith
que não finalizei as compras do carrinho que em um site, eu com
certeza finalizei a compra de um outro site que tinha um grande
aparato de coisas para facilitar a vida da mãe e do bebê, como
carrinhos, cestos, trocadores, cantinho para o desenvolvimento e a
lista é quase sem fim.
Por que eu preciso me preparar! Eu vou ser pai! Cacete, eu vou
ser pai! Eu? Meu Deus, eu vou ser pai!
Respira Jonas! Eu digo para mim mesmo toda vez que a notícia
começa a nublar minha mente, acho que nunca fiquei tão
preocupado e esperançoso por uma coisa como agora e não
consigo parar de surtar!
-Pai eu fiz um relatório de tudo o que aconteceu na cidade,
incluindo as reuniões e a conversa com a representante do clã
Kerminn e tudo o que você se prendeu foi nisso? - Lidith perguntou
com uma respiração pesada e um olhar consternado para o pai,
mas eu entendo o homem. Ela fez a mesma coisa comigo.
Contou várias coisas ao mesmo tempo que me dava a notícia!
Como no mundo ela acha que qualquer outra notícia é mais
importante do que essa?
-Você vai me dar um neto e acha que qualquer outra notícia é
mais importante do que essa? - Muzgonk pergunta para a filha ainda
mais consternada do que ela e eu aceno para concordar com o ele,
mas Lidith me olha de forma atravessada e eu começo a negar até
ela lançar seu olhar de volta para o pai.
-Tanto faz, agora você pode nos atualizar do que aconteceu aqui
nos últimos dias - Lidith pediu com um rolar de olhos franzindo o
cenho. Tão adorável… Pena que se eu disser isso agora ela pode
não gostar e seu pai muito menos, o orc ainda não vai com a minha
cara.
-Tudo bem! - Muzgonk declara depois de fitar os olhos da filha,
os dois se encararam por um longo minuto antes de ele ceder e
acenar para a filha - Sua mãe e a família dela sumiram, não
apareceram desde… enfim, é estranho e também não encontramos
nenhuma maldita coisa que possa explicar o que eles têm em
mente.
-E sobre a caverna da família? - Lidith perguntou preocupada -
Eles não foram para lá?
-Pedi que alguns guerreiros de confiança fizessem a guarda do
lugar, com a desculpa de querer preservar a segurança deles agora
que eu não moro mais lá, mas nenhum deles reportou qualquer
visita a caverna - Muzgonk responde rapidamente me olhando
quando fala sobre a situação que o fez ficar em a barba, que agora
que ele mantém seu rosto limpo é como se ele fosse um irmão mais
velho da minha companheira e não o seu pai.
-As nossas coisas ainda estão lá, então vamos buscá-las e ver o
que acontece - Lidith fala pensativa sem se importar com o olhar
irritado do pai que transitava da barriga dela e depois para mim.
-Lidith porque você não fala com a assistente e pede algum
veículo de carga e talvez alguma ajuda extra para ajudar na sua
mudança - Muzgonk pede casualmente e Lidith está focada demais
no que precisa fazer para perceber a intenção do pai dela - A
caverna que você comprou está pronta e a sua avó prometeu não
mexer na decoração além de colocar os móveis essenciais que você
pediu antes de ir.
-Eu vou esperar aqui se não se importa, quero terminar aquele
capítulo do livro sobre o parto - Completo olhando para meu sogro,
enquanto Lidith acena e sai sem perceber o que havíamos feito para
que ela saísse.
-Livro sobre parto? - Meu sogro pergunta antes de se sentar
atrás da sua mesa -Não importa, eu estou feliz que minha filha me
dará um neto, mas você. Sinceramente não gosto da ideia de você
como pai do meu neto, principalmente com seu histórico familiar…
-Muz… - Tento dizer para impedir que ele me insulte e torne as
coisas piores, mas ele se levanta e ergue a mão para me impedir.
-Deixe-me terminar garoto - Muzgonk fala rapidamente e em um
tom duro - Com seu histórico a ideia só me faz ficar ainda mais
preocupado. Contudo com o que você e seus irmãos fizeram para
corrigir as coisas, me faz acreditar que você não é um arranjo tão
ruim assim. Principalmente quando você não se deixa levar pelos
instintos como um macho orc faria, estranhamente acredito que
você é o macho certo para minha filha.
-Obrigado senhor. - Respondo ainda mais duramente do que o
tom dele, porque meu corpo parece congelado no lugar com a
sensação estranha que tomou conta de mim. Tão estranha…
Foi a primeira vez na minha vida que senti a profundeza de algo,
como a necessidade de ser reconhecido por outra pessoa. As
palavras do meu sogro atingiram meu núcleo do jeito que me fez
engolir com força pensando em como teria sido se em algum
momento da minha vida meu pai fosse mais como ele. O homem
diante de mim me teria me feito ser um homem melhor?
Provavelmente, mas isso não vai fazer diferença agora. Porque
enquanto olho para ele agora tenho exatamente o tipo de exemplo
do pai que eu quero ser para o meu filho que está por nascer e
próximos que virão.
-Não agradeça, se você sair da linha vou dilacerar você e minha
filha nunca irá saber - Muzgonk responde com um sorriso predatório
e eu sorrio de volta, por algum motivo a ameaça não me faz ter
medo, apenas me enche de certeza do quão feroz um pai precisa
ser para cuidar dos seus filhos.
-Eu não espero menos que isso do senhor - Respondo com um
aceno e o orc sorri de volta para mim.
Capítulo 35
Lidith
-Não sei se ela fez com os noivos anteriores, mas todos eles
acabaram na cama das minhas primas, que estão se encolhendo
logo ali atrás - Respondo quando minha mãe continua calada, por
mais tempo que alguém inocente ficaria - E se ela estava por trás
dos planos quando tentou fazer isso com meu companheiro, só
posso acreditar que ela fez isso antes.
-Eu… Eu não fiz isso. Você não tem provas - Minha mãe fala
tentando manter sua postura mais reta tentando remediar sua
reação ao macho.
-Sinceramente não me importo se você fez ou não, porque agora
eu conheço você de verdade mãe e como eu falei antes, não vou
mais dar ouvidos ao que você diz - Digo com firmeza, sem deixar
que ela tente me atacar novamente, deixando claro que sua filha
submissa não existe mais. Decido que também preciso colocar um
ponto final nessa relação bizarra com o lado da família da minha
mãe e termino de falar me dirigindo a eles, e principalmente para as
minhas primas - E vocês é bom que mantenham um bom braço de
distância de mim e da minha família, ou seja, meu companheiro e
qualquer parente de sangue da família do meu pai. A partir desse
momento, estou cortando a minha relação com vocês.
-Delammia… - O macho fala chamando a atenção novamente
para si e eu começo a ficar irritada com sua presença.
-Quanto a você Lauz, não sei que tipo de macho você é e não
sei que tipo de acordo vocês firmaram para estarem acasalados
agora, mas caso não tenha sido informado ainda minha mãe e seus
familiares são conhecidos por criarem planos mirabolantes para
manter a boa vida. Caso você seja um macho honrado aconselho
que se afaste deles - Falei diretamente ao macho, querendo
encerrar essa conversa. Se me der licença, tenho coisas para
fazer…
-Você não vai sair desse lugar menina! - Minha fala ao se afastar
para impedir que eu lhe de as costas - Você não vai me humilhar
assim! Você é minha filha e me deve respeito!
-Ouça sua mãe Lidith… - Escuto um dos tios da minha mãe falar
de longe. Covarde!
-Você vai pedir desculpas ou se explicar? - Pergunto sem me
virar completamente, com meu companheiro ainda pairando sobre
mim com preocupação, seus olhos não saem do macho athneun.
-Você vai me ouvir, porque o que eu tenho para falar é
importante! - Ela fala com mais raiva tentando se impor.
-Vamos ouvi-la… - Jonas fala antes que eu diga que isso não vai
acontecer e eu olharia para ele para tentar repreendê-lo pela
sugestão absurda, mas quando ele apoia a mão nas minhas costas
com um aperto suave na minha cintura, percebi que ele tem algo em
mente e por isso eu aceno positivamente incentivando que ela fale.
-A minha relação com seu pai nunca foi boa, sim começamos
com do jeito errado, mas as coisas poderiam ter sido diferentes se
ele não houvesse sido tão distante e… - Minha mãe começa falando
tentando diminuir meu pai e eu quase a cortei para defender meu
pai, mas a mão de Jonas na minha cintura faz outro aperto suave e
eu respiro fundo para manter meu temperamento no controle - Nós
não éramos certos um para o outro filha e agora eu estou indo atrás
da minha felicidade! Lauz é o macho que eu amo e eu vim até aqui
para apresentá-lo a você… com o coração aberto…
Delammia começa com a encenação de parecer vítima
novamente, ela faz toda uma cena de ficar com os olhos cheios de
lágrimas enquanto se aproxima do macho, mas não a toca. Percebo
que ela olha de relance para ele sob os cílios como se avaliasse a
reação do macho.
-Nós viemos aqui com a melhor das intenções filha, porque meu
companheiro é um macho honrado e desejava conhecê-la… Minha
única filha… - Minha mãe continua fazendo uma pausa para secar
uma única lágrima gorda que escorreu completamente antes que ela
secasse - Ele não tem filhos e depois que contei sobre a filha
maravilhosa que você é ele quis conhecê-la, ele queria vir e
demonstrar apoio a você como sucessora do seu pai…
-O que quer dizer com apoio? - Pergunto sem deixar que ela
continue divagando, ao mesmo tempo que Jonas aperta minha
cintura novamente e acaricia. Será que era isso que ele queria? Que
minha mãe revelasse suas intenções com o falatório sem fim?
-Lauz é um macho athneun que lidera quase metade de seu
povo… Eu o conheci depois de uma excursão ao mundo deles eu
nunca me senti tão extasiada de conhecer alguém como foi com
ele… - Minha mãe responde, mas claramente dando voltas para
serpentear a verdade e eu mantenho minha mente livre para captar
todas as suas palavras até ela revelar o que realmente importa em
seu discurso - Nós apenas conversamos por um longo tempo…
Lauz sempre respeitou meu acasalamento com seu pai e eu
respeitei sua união com, mas a única faleceu a alguns meses e
desde então não pude deixar de pensar que não era justo
permanecer infeliz… amando e sendo amada…
-Mãe, porque Lauz iria me apoiar? - Pergunto antes que ela
continue divagando para enrolar com o assunto.
-Filha, você não vê como seu pai é inapto para ser capitão? -
Minha mãe responde sem rodeios, agora que ela exaltou seu atual
companheiro e a relação deles, durante todo o seu discurso anterior
ela avaliou o macho e agora ela parece satisfeita o suficiente para
tentar manter a postura de superioridade novamente.
-Meu pai não está em pauta nessa conversa - Respondo
tentando manter a calma e lutando contra o desejo de rosnar, pena
que Jonas parece pensar diferente já que um pequeno rosnado
escapa dele, mesmo com sua postura e expressão inalteradas.
-Seu pai colocou todo o peso de ser capitão em seus ombros
cedo demais… -Minha mãe fala com um tom paternalista e
finalmente eu entendo onde ela quer chegar.
Leva quase todo meu autocontrole para evitar respondê-la como
ela merece e Jonas também parece perceber porque sua postura
finalmente muda e ele se coloca ao meu lado apoiando a mão sob
meu ombro calorosamente. Ele até tem um pequeno sorriso
presunçoso no rosto que me faz querer ronronar para ele,
imaginando todas as ideias que ele deve ter agora de como
desmascarar a minha mãe.
-Lauz tem me ensinado tanto durante esses meses e eu também
lidei por muito tempo com toda a burocracia que seu pai se
recusava a lidar… - Minha mãe continua alheia à pequena mudança
no clima ao redor dela - Ele também tem muita influência com os
líderes das minas e do seu próprio povo…
-Então você quer se livrar do seu ex, da sua filha e da sua
família, para ser a nova capitã do clã? - Jonas é quem pergunta com
um tom tão casual que chega a aparecer inocente.
-Não estou me livrando de ninguém! - Minha mãe rebate com
frieza para o Jonas antes de voltar seu olhar de gelo para mim -
Como você pode deixar esse macho falar assim comigo?
-Ele é o meu companheiro, tem tanta voz quanto eu nessa
família e nesse clã - Declarei com firmeza apoiando o Jonas - E
você não respondeu a ele ainda, você pretende se livrar de todos
por poder mãe?
-Eu não estou fazendo nada disso! - Minha mãe tenta novamente
com um ar dócil novamente e a voz quase embargada.
-Lauz, espero que esteja preparado para vivenciar mais
situações como essas, onde a palavra dela não parece ser
verdadeira, mesmo quando seu olhar e voz demonstram o contrário.
- Minhas palavras são tão duras e afiadas que Lauz me olha
profundamente antes de voltar sua atenção apenas com os olhos
para a minha mãe.
-Eu estou tentando ser uma boa mãe, para aliviar sua carga… -
Minha mãe continua tentando e dessa vez Lauz não a olha, ele
respira profundamente finalmente demonstrando algo além da
dureza em sua postura de antes.
-Você e sua família podem permanecer no lar que forneci, mas a
partir desse momento não somos mais nada. Lidith obrigada por
abrir meus olhos, eu sou um macho que valoriza a honra e a
verdade - Lauz fala com a voz cortante olhando para a família da
minha mãe que está se encolhendo contra o veículo - Quando
aceitei ser seu companheiro, deixei claro que não aceitaria nenhum
tipo de artimanha, independentemente do que eu sinto. lamento ter
sido tão leviano ao acabar nessa situação, mas a fraqueza dos
sentimentos são algo que meu povo ainda luta para não interferir em
nossas decisões.
O macho faz uma pausa ao voltar seus olhos para minha mãe
que agora está prestes a entrar na cena de berrar e chorar
copiosamente.
-A história da sua família chegou até mim, mas queria dar uma
chance para vocês, infelizmente vocês falharam. - Lauz conclui
antes de voltar seu olhar para mim - Lidith você tem meu apoio e do
meu povo hoje e sempre, assim como seu pai sempre teve.
-Espero poder encontrá-lo em um momento mais propício - Digo
rapidamente com um aceno, antes de vê-lo abrir um portal quadrado
perfeito com um aceno de sua mão. Os athneuns criaram um
dispositivo de pulso pequeno e simples para abrirem portais rápidos
e o único clã onde são autorizados a usá-lo livremente é o nosso,
por isso não me surpreendo quando ele parte para seu mundo.
-O que você fez! - Minha mãe gritou avançando para mim ao
mesmo tempo que a família sai do estupor do choque e avançam na
minha direção.
-Essa vadia! - Um dos meus tios grita passando ainda mais
rápido pelos outros para avançar e não tenho tempo de desviar da
sua mão erguida para me golpear, já que estou tentando desviar da
minha mãe que pulou com as mãos para apertar meu pescoço.
Fecho os olhos esperando o golpe, mas ele não vem.
-Nunca mais levante a mão para a minha companheira! - Jonas
ruge derrubando meu tio a uma distância considerável depois de se
jogar nele com o peso do corpo.
-O que vocês estão fazendo? - Minha avó gritou pulando de
outro veículo, dessa vez cheio dos parentes do meu pai saltando
para fora com expressões furiosas. Hokk isso não vai acabar bem! -
Você fêmea tentou humilhar meu filho e agora tentou agredir minha
neta!
Minha avó, que é tão velha quanto a origem do clã, avançou
sobre a minha mãe como se fosse um guerreiro jovem no auge da
sua força.
Capítulo 37
Lidith
@ raphaelasousa.autora/ -
https://www.instagram.com/raphaelasousa.autora/
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Uma nova chance de recomeçar
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Comprado pela ORC Graciosa (Seleção
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