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Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof. Amanda de Ávila Bicca Martins
a
M386i
ISBN 978-65-5663-616-0
ISBN Digital 978-65-5663-615-3
CDD 610
Impresso por:
Apresentação
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático em Imunologia
Clínica, que trata da imunologia em um contexto aplicado, ou seja, a
imunologia no laboratório clínico. Assim, todos os conceitos aprendidos
em disciplinas de imunologia básica serão a base para compreender como
funcionam as principais metodologias utilizadas na rotina laboratorial, bem
como o significado clínico dos resultados obtidos.
Bons estudos!
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 53
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E
PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL....................................................................... 57
TÓPICO 2 — TOXOPLASMOSE........................................................................................................ 69
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 69
2 TOXOPLASMOSE.............................................................................................................................. 69
2.1 CICLO BIOLÓGICO...................................................................................................................... 70
2.2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS.................................................................................................... 72
2.3 LABORATÓRIO CLÍNICO NA TOXOPLASMOSE................................................................. 74
2.3.1 Infecção recente..................................................................................................................... 75
2.3.2 Transição imunológica......................................................................................................... 76
2.3.3 Infecção latente ou crônica ................................................................................................. 76
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 79
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 80
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 113
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES........................... 117
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 195
UNIDADE 1 —
APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DE
DOENÇAS REUMÁTICAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Entre os vários sistemas que possuímos, vamos destacar a importância do
sistema imunológico e seu papel em todo nosso organismo.
Em uma analogia com o corpo humano, podemos dizer que, para desfrutar
de coisas simples, como assistir a um filme, existe uma “orquestra biológica” não
apenas gigante, mas também bastante diversa, que, com uma sinergia singular,
faz com que todos os sistemas funcionem de modo coordenado, 24 horas por dia,
para manter a estabilidade interna, chamada homeostase.
3
UNIDADE 1 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
Para que todos esses passos sejam executados com sucesso, contamos com
diferentes tipos celulares pertencentes ao sistema imune. A medula óssea é a fonte
de origem de células-tronco hematopoiéticas pluripotentes, que, após sucessivas
diferenciações, podem originar diferentes células com diferentes funções (Figura 1).
4
TÓPICO 1 — CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA CLÍNICA
Epítopo
Antígeno
Anticorpo
FONTE: <https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/patologia/HELIOJOSEMONTASSIER/
aula-8-interacao-ag-ac-testes-sorologicos-primarios-e-secundarios.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2021.
5
UNIDADE 1 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
6
TÓPICO 1 — CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA CLÍNICA
2.1.3 Fagócitos
Células responsáveis por reconhecer, englobar e destruir patógenos,
além de sinalizarem ao sistema imunológico que esses patógenos estão atacando
órgãos e tecidos. Os fagócitos mononucleares podem ser:
7
UNIDADE 1 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
8
TÓPICO 1 — CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA CLÍNICA
DICAS
NTE
INTERESSA
Você já parou para pensar como são realizados os testes que indicam se você
está passando por um processo infeccioso e como o médico consegue, através de exames,
saber se a vacina estimulou a produção de anticorpos suficientes para o proteger de um
vírus ou se você está passando por um processo infeccioso recente?
A chave para essas perguntas está relacionada ao tipo de reação que ocorre nas
técnicas usadas em ensaios imunológicos: a interação entre antígeno e anticorpos.
Por exemplo, quando você realiza uma técnica que busca identificar
um determinado anticorpo, à composição do reagente utilizada para o teste
será adicionado um antígeno, sendo esse tipo de teste classificado como ensaio
indireto. Por outro lado, quando o objetivo é identificar a presença de determinado
antígeno o reagente deverá conter o anticorpo para esse antígeno, e esse teste será
classificado como um ensaio direto.
9
UNIDADE 1 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
UNI
Sabemos que, muitas vezes, é difícil visualizar alguns conceitos descritos. Para
facilitar sua compreensão sobre a aglutinação resultante da reação antígeno e anticorpo,
indicamos o vídeo “Reação de Aglutinação”, disponibilizado pelo Canal Butantan. Assista ao
vídeo sugerido em: https://www.youtube.com/watch?v=PAxlKvpTT5Y.
10
TÓPICO 1 — CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA CLÍNICA
11
UNIDADE 1 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
E
IMPORTANT
Diluições seriadas
Uma diluição seriada é uma técnica na qual são realizadas várias diluições
progressivas; assim, inicia com a solução mais concentrada chegando a soluções menos
concentradas, amplificando o fator de diluição rapidamente. A fonte do material de diluição
(soluto) para cada etapa é proveniente do material diluído da etapa anterior. Em uma
diluição em série, o fator de diluição total é o produto dos fatores de diluição em cada
etapa. Logo, em uma diluição 1/2, o fator de diluição é 2 e todas as diluições seguintes
serão multiplicadas por 2. Para ter 1 mL de solução, como mostra a figura a seguir, tem-se
a adição de 0,1 ml do concentrado mais 0,9 mL do diluente.
Diluições em série são usadas para criar, com precisão, soluções extremamente
diluídas, bem como soluções para experimentos que exigem uma curva de concentração
com uma escala exponencial ou logarítmica. A técnica é útil quando há escassez do
volume do concentrado ou do diluente, havendo necessidade de minimizar seu uso, ou
quando há necessidade de diversas diluições, por exemplo, na determinação de um título
ou na contagem de microrganismos.
12
TÓPICO 1 — CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA CLÍNICA
FONTE: <https://kasvi.com.br/preparo-de-solucoes-laboratorio-concentracao-fator-
diluicao-seriada/>. Acesso em: 14 jan. 2021.
13
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
14
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Célula NK.
b) ( ) Linfócito B.
c) ( ) Células da macroglia.
d) ( ) Linfócito T.
a) ( ) Monócitos e eliptócitos.
b) ( ) Macrófagos e linfócitos efetores.
c) ( ) Linfócitos efetores e células de memória.
d) ( ) Células de memória e macrófagos.
15
16
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
É muito comum que, ao apresentar dores nas articulações, as pessoas
relacionem esse sintoma ao reumatismo. Apesar desse entendimento fazer parte
do senso comum, trata-se de uma ideia distorcida. Isso porque reumatismo não é
uma doença específica, mas, sim, um grupo de “diferentes doenças que acometem
o aparelho locomotor, ou seja, ossos, articulações, cartilagens, músculos, tendões e
ligamentos” (BRASIL, 2013) manifestando eventos dolorosos. Assim, neste tópico,
abordaremos os mecanismos etiopatológicos atrelados a essas doenças.
3 OSTEOARTRITE
Nossos ossos são revestidos em suas extremidades por uma estrutura
chamada cartilagem, cuja função é absorver o impacto gerado pelos movimentos
que fazemos. Assim, quando um ginasta executa um salto e cai em pé, por exemplo,
a cartilagem é um componente essencial para que o choque do solo com o pé do
atleta não gere um evento doloroso considerável (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
REUMATOLOGIA, 2019).
ATENCAO
E
IMPORTANT
18
TÓPICO 2 — COMPREENDENDO AS DINÂMICAS SOBRE DOENÇAS REUMÁTICAS
FIGURA 7 – OSTEOARTRITE
Cartilagem
articular Esporões
ósseos
Menisco
Perda de
cartilagem
Redução
do espaço
Espaço articular
articular
normal
FONTE: <https://drmarciosilveira.com/artrose-no-joelho-descricao-doenca/#Artrose_no_
joelho_Primaria>. Acesso em: 20 dez. 2020.
19
UNIDADE 1 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
ATENCAO
Além dos fatores de risco que podemos mudar, existem também fatores
relacionados à hereditariedade, ou seja, a fatores genéticos. Na artrite reumatoide,
os genes HLA estão associados ao estímulo para que os linfócitos B autorreativos
produzam anticorpos contra proteínas citrulinizadas. Os macrófagos também
são um importante elemento fisiopatológico na artrite reumatoide, uma vez
que secretam fator de necrose tumoral α (TNF-α) e interleucina 1 (IL-1), que
são citocinas estimuladoras da inflamação, processo envolvido intimamente na
patogenia da AR (CARVALHO et al., 2014).
20
TÓPICO 2 — COMPREENDENDO AS DINÂMICAS SOBRE DOENÇAS REUMÁTICAS
E
IMPORTANT
Assim como a IL-1, o TNF-α também é uma citocina que atua promovendo a
resposta imune e a inflamatória por meio do recrutamento de neutrófilos e monócitos
na região da infecção, além de apresentar mecanismos com a capacidade de ativar essas
células imunes.
FIGURA 8 – COMPARAÇÃO ENTRE JOELHO NORMAL (A) E JOELHO COM ARTRITE (B)
osteoclasto
fibroblasto
cápsula articular
macrófafo
Pannus
membrana sinovial célula dendritica
linfócito T
célula B plasma
linfócito B
espaço articular
neutrófilo angiogênese
cartilagem
mastócito
sinoviócitos
Hiperplasia sinovial
osso
21
UNIDADE 1 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
Deformidade em botoeira
Deformidade
pescoço de ganso
FONTE: <https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-dos-tecidos-
conjuntivo-e-musculoesquel%C3%A9tico/dist%C3%BArbios-das-m%C3%A3os/deformidade-em-
pesco%C3%A7o-de-cisne>. Acesso em: 21 dez. 2020.
22
TÓPICO 2 — COMPREENDENDO AS DINÂMICAS SOBRE DOENÇAS REUMÁTICAS
5 FEBRE REUMÁTICA
A febre reumática é uma doença autoimune que acomete pacientes
geneticamente predispostos (em torno de 1 a 2% da população), quando
infectados pela bactéria Streptococcus pyogenes. Via de regra, trata-se de uma
doença precedida por um caso de infecção de via aérea superior (RACHID, 2003).
UNI
23
UNIDADE 1 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
M. PROTOPLASMAT.
(↓ag) SARCOLEMA
(Miocárdio e vasos)
CITOPLASMA
(Neuron. N. Caucato)
FONTE: <https://medifoco.com.br/febre-reumatica-o-que-e-quais-seus-sintomas/>.
Acesso em: 5 fev. 2021.
24
TÓPICO 2 — COMPREENDENDO AS DINÂMICAS SOBRE DOENÇAS REUMÁTICAS
NTE
INTERESSA
25
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
26
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Sinoviose hiperplásica.
b) ( ) Pannus.
c) ( ) Deformação de boutonnière.
d) ( ) Valvulite.
27
28
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Quando se trata do diagnóstico, estamos falando em evidências que,
em conjunto, apontam o estabelecimento de alguma patologia. Nesse contexto,
estudaremos um dos mais importantes elementos que estruturam um diagnóstico:
as análises laboratoriais – também conhecidas como provas ou exames
laboratoriais. Sabe-se que, atualmente, os exames laboratoriais constituem um
importante elemento balizador de mais da metade das decisões médicas.
2 PROTEÍNA C-REATIVA
A proteína C-reativa (PCR) foi descrita pela primeira vez na década de
1930. A indicação “C-reativa” foi dada, inicialmente, por ter sido identificada a
sua reação com o polissacarídeo C da cápsula da bactéria Streptococcus pneumoniae
em casos de pacientes com pneumonia pneumocócica. Após essa descoberta, novos
estudos identificaram sua presença em outras condições clínicas. Isso fez com que
a PCR se tornasse um exame amplamente utilizado, em função da variedade de
doenças em que sua mensuração aparece alterada. Por isso, a PCR é classificada
como inespecífica (CARVALHO et al., 2007). Dessa maneira, a detecção da PCR
não é considerada patognomônica, ou seja, não é própria e característica de
nenhuma doença específica.
E
IMPORTANT
29
UNIDADE 1 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
A PCR é uma pentraxina (Figura 12) de origem hepática, que atua ligando-
se a potenciais agressores, células em apoptose ou com alguma lesão, causando a
sua destruição por intermédio da ativação de fagócitos e do sistema complemento.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/creactive-protein-crp-human-
molecule-chemical-117136327>. Acesso em: 5 fev. 2021.
E
IMPORTANT
Ao longo deste livro, alguns termos serão recorrentes, por isso, vamos relembrar
as diferenças entre os seguintes conceitos:
• Análise qualitativa: indica se há ou não quantidade relevante do analito que está sendo
investigado na amostra. O critério que estabelece se existe uma quantidade significativa
do analito chama-se cut-off, que corresponde ao ponto de corte predeterminado. Nesse
tipo de metodologia, não identificamos a concentração do analito.
30
TÓPICO 3 — MARCADORES DE DOENÇAS REUMÁTICAS
E
IMPORTANT
NTE
INTERESSA
3 FATOR REUMATOIDE
O fator reumatoide (FR) é um autoanticorpo descrito inicialmente na
década de 1940 por Waller Rose. A denominação FR se deve ao fato de que esses
autoanticorpos foram identificados pela primeira vez em pacientes com artrite
reumatoide. Após essa descoberta, novos estudos identificaram sua presença em
outras condições clínicas. Assim, embora o nome remeta à artrite reumatoide,
esse não é um marcador patognomônico para a doença. Apesar de não se tratar
de um exame confirmatório para artrite reumatoide, ele faz parte das evidências
clínicas que compõem o diagnóstico diferencial dessa doença.
32
TÓPICO 3 — MARCADORES DE DOENÇAS REUMÁTICAS
33
UNIDADE 1 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
NTE
INTERESSA
4 ANTIESTREPTOLISINA O
A estreptolisina O é uma exotoxina (proteínas que podem ser produzidas
por bactérias, capazes de gerar prejuízo a uma célula hospedeira) produzida por
Streptococcus pyogenes. Quando ativada, tem ação hemolítica, ou seja, desencadeia
a lise (quebra) das hemácias. É importante esclarecer que o que leva à ativação
biológica dessa toxina bacteriana é a ausência de oxigênio (RACHID, 2003).
34
TÓPICO 3 — MARCADORES DE DOENÇAS REUMÁTICAS
FONTE: <https://www.sanarmed.com/casos-clinicos-dor-de-garganta-ha-6-dias-ligas>.
Acesso em: 5 fev. 2021.
35
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
36
AUTOATIVIDADE
37
38
TÓPICO 4 —
UNIDADE 1
1 AGLUTINAÇÃO EM LÁTEX
A técnica de aglutinação em látex é baseada nas reações de precipitação.
Os imunoensaios, desenvolvidos pelo princípio das reações de precipitação,
estão baseados na interação entre antígeno e anticorpo solúveis que produzem
complexos insolúveis visíveis. A formação desses complexos visíveis é realizada
a partir da utilização de partículas inertes (que não reagem quimicamente), como
o látex. Em casos de técnicas que utilizam a aglutinação em látex, é possível
realizar a análise qualitativa e semiquantitativa de marcadores imunológicos,
como a PCR, o fator reumatoide e a ASO. De acordo com Voltarelli (2009, p. 78):
Com relação à possibilidade de esse tipo de teste ser usado tanto para pesquisa
de antígenos quanto de anticorpos, fazemos referência a testes diretos (partículas
de látex sensibilizadas com anticorpos – Figura 15) ou indiretos (partículas de látex
sensibilizadas com antígeno). Assim, quando existe na amostra uma concentração
mínima do marcador que está sob investigação, é possível observar a formação de
pequenos grumos (imunocomplexos), resultantes da aglutinação.
E
IMPORTANT
39
UNIDADE 1 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
Antígeno
Anticorpo (ligado a protéico Precipitados
partícula de látex)
UNI
40
TÓPICO 4 — METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA INVESTIGAÇÃO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
• Tempo de execução: nas instruções, consta o tempo que a reação deve ocorrer
e o intervalo que o analista deve avaliar a presença ou ausência de grumos.
Passado esse tempo, podem ocorrer aglutinações inespecíficas, resultando
falso-positivos.
• Condições da amostra: alguns kits utilizados para aglutinação em látex podem
ter seu desempenho prejudicado pela presença de hemólise (rompimento
das hemácias com liberação de hemoglobina no soro) e lipemia (presença de
lipídeos na amostra de soro), apresentando resultados falso-positivos pelo
estabelecimento de aglutinações inespecíficas.
• Altas concentrações do marcador investigado: as instruções de uso dos kits
indicam sempre os limites de concentração do marcador investigado que
podem gerar efeito prozona (LABTEST, 2018).
2 NEFELOMETRIA
A nefelometria é uma técnica quantitativa utilizada para mensurar a
concentração dos marcadores de doenças reumáticas. Para sua execução, é
utilizado um nefelômetro, equipamento que mede a dispersão de luz gerada em
soluções contendo imunocomplexos. O nefelômetro mensura a luz dispersa pelos
imunocomplexos, pois possui, em sua estrutura, um detector posicionado em um
ângulo de 70° em relação à fonte de luz. Segundo Voltarelli (2009, p. 76):
41
UNIDADE 1 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
3 TURBIDIMETRIA
O princípio do método turbidimétrico quantitativo para análise de
marcadores de doenças reumáticas funciona, assim como na nefelometria, a partir
da emissão de feixe de luz na amostra previamente preparada com reagente. Com a
incidência desse feixe de luz, as partículas sólidas existentes no líquido refletem os
raios luminosos. De acordo com Voltarelli (2014, p. 77):
42
TÓPICO 4 — METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA INVESTIGAÇÃO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
NOTA
43
UNIDADE 1 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
INTRODUÇÃO
HISTÓRICO
Sistema de Coagulação/Fibrinólise
Fibrinogênio
Plasminogênio
Ativador de plasminogênio tecidual
Uroquinase
Proteína S
Vitronectina
Inibidor do ativador de plasminogênio tecidual 1
Sistema Complemento
C3; C4; C9
Fator B
Inibidor C1 (C1 INH)
Proteína ligadora C4b
Lectina ligadora de manose (MBL)
Proteínas de Transporte
Ceruloplasmina
Haptoglobina
Hemopexina
Participantes da Resposta Inflamatória
Fosfolipase A2 secretória (sPLA2-IIA)
Proteína ligadora de lipopolissacarídeo (LPS)
Antagonista do receptor de interleucina-1 (IL-1 RA)
Fator estimulador de colônias – granulócitos (G-CSF)
Antiproteases
α1-Antiprotease
α1-Antiquimiotripsina
Inibidor da tripsina pancreática
Inibidor da interalfatripsina
Outros
Proteína C-reativa (PCR)
Proteína sérica amiloide A (SAA)
α1-glicoproteína ácida (AGP)
Fibronectina
Ferritina
Angiotensinogênio
Proteína Ligadora do Retinol
45
UNIDADE 1 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
Albumina
Transferrina
α2-HS glicoproteína
Alfafetoproteína (AFP)
Globulina ligadora de tiroxina
Fator de crescimento insulina-símile-1 (IGF-1)
Fator XII
Alterações neuroendócrinas
Alterações hematopoéticas
Alterações metabólicas
46
TÓPICO 4 — METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA INVESTIGAÇÃO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
Alterações hepáticas
CLASSIFICAÇÃO
47
UNIDADE 1 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
PROTEÍNA C-REATIVA
48
TÓPICO 4 — METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA INVESTIGAÇÃO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
49
UNIDADE 1 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
50
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
51
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Solução coloidal.
b) ( ) Solução ácida.
c) ( ) Solução não inerte.
d) ( ) Solução precipitadora.
52
REFERÊNCIAS
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; POBER, J. S. Imunologia celular e
molecular. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2008.
DOLES. PCRTEST. Bula de Kit Reagente. Goiânia: Doles, 2018. Disponível em:
http://www.doles.com.br/produtos/instrucoes/PCRTEST.pdf. Acesso em: 9 fev.
2021.
53
GEERTS, I. et al. The clinical-diagnostic role of antistreptolysin O antibodies.
Acta Clin Belg., v. 66, n. 6, p. 410-415, 2011.
GOELDNER, I. et al. Artrite reumatoide: uma visão atual. J Bras Patol Med Lab.,
v. 47, n. 5, p. 495-503, 2011.
LABORCLIN. ASO Látex. Bula de Kit Reagente. São José dos Pinhais: Laborclin
Produtos para Laboratórios, 2018. Disponível em: https://www.laborclin.com.
br/wp-content/uploads/2019/06/Aso_latex_551018_551020_551021.pdf. Acesso
em: 26 abr. 2021.
54
MONTES, G. C. Derivado N-metil-acilidrazônico (LASSBio-1359) reduz dor e
inflamação em modelo de monoartrite. Tese (Doutorado) – Instituto de Ciências
Biomédica, Programa de Pós-graduação em Farmacologia e Química Medicinal,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. Disponível
em: https://farmacologia.icb.ufrj.br/posgraduacao/Doc_Pat/Defesas/2014/
D2014GuilhermeCarneiroMontes.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.
55
SMITH, G.; HOLMAN, R. P. The prozone phenomenon with syphilis and HIV-1
co-infection. South Med J., v. 97, p. 379-382, 2004.
56
UNIDADE 2 —
APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO
PRÉ-NATAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
TÓPICO 2 – TOXOPLASMOSE
CHAMADA
57
58
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Sob o aspecto imunológico, a gestação é semelhante à invasão do
organismo por um patógeno, pois, ao longo de 9 meses, o feto se nutre e cresce
consideravelmente até estar apto a viver fora do ambiente que propiciou o
seu desenvolvimento – afinal, se existe essa semelhança entre a gestação e um
processo infeccioso, por que o sistema imune da gestante não ataca o feto? Neste
tópico, veremos por que isso não ocorre.
A ideia de que uma mulher tem a capacidade de gerar uma nova vida
é vista como um milagre, que é resultado de diversas mudanças no corpo da
gestante. Adaptações fisiológicas, anatômicas e endócrinas permitem que o feto
se desenvolva em sua completude. Entretanto, algo também deveria acontecer
no sistema imunológico da mãe, uma vez que as características genéticas do feto
diferem das genéticas da mãe. Assim, ele deveria ser reconhecido pelo sistema
imune como um agente agressor.
Sabemos que, de alguma forma, o feto não é percebido dessa maneira pelo
sistema imune. Isso acontece porque nós, mamíferos placentários, possuímos
estruturas que protegem o desenvolvimento embrionário, do ponto de vista
imunológico, como a decídua. Decídua é um nome que deriva do termo em
latim deciduus, traduzido como “que se desprende”. Trata-se do endométrio
do tecido gravídico, que possui funções relacionadas à composição estrutural e
nutricional embrionária. No aspecto imunológico, Nancy et al. (2012) descobriram
que a decídua é capaz de silenciar a expressão de genes responsáveis pela
produção citocinas mediadoras de inflamação. Essas citocinas, por sua vez,
atuam recrutando linfócitos T. Com o silenciamento desses genes, os linfócitos
não recebem sinalização na decídua, o que impede que eles se acumulem nesta
estrutura placentária. Essa descoberta indica que um dos mecanismos associados
à imunotolerância materno-fetal permite que o feto se desenvolva sem ser atacado
pelo sistema imune materno. Mesmo sabendo que a gestante é imunotolerante, e
o feto não é visto como um “inimigo”, é importante tratarmos de outro assunto
importante: o acompanhamento pré-natal.
59
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
NTE
INTERESSA
Importância do pré-natal
Para saber mais sobre o tema, sugerimos a leitura do texto Importância do pré-natal,
do Ministério da Saúde, que aborda a relevância da realização do pré-natal para a saúde da
gestante e do bebê, acesse: http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2198-importancia-
do-pre-natal.
60
TÓPICO 1 — DEMANDAS IMUNOLÓGICAS E A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO IMUNOLÓGICO
NO PERÍODO PRÉ-NATAL
FONTE: <https://www.indagacao.com.br/2018/12/famema-2019-o-grafico-ilustra-variacao-dos-
niveis-de-tres-hormonios-durante-uma-gravidez.html>. Acesso em: 20 jan. 2021.
61
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
E
IMPORTANT
62
TÓPICO 1 — DEMANDAS IMUNOLÓGICAS E A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO IMUNOLÓGICO
NO PERÍODO PRÉ-NATAL
1° trimestre: até
150.000 mUI/ml
2° trimestre:
Sangue 3.500 a 20.000
mUI/mL
3° trimestre:
BETA-hCG 5.000 a 50.000
mUI/mL
Urina Positivo
Negativo
NTE
INTERESSA
63
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
FONTE: <https://eigierdiagnosticos.com.br/blog/doencas/o-que-e-cromossomopatia-fetal/>
Acesso em: 17 fev. 2021.
64
TÓPICO 1 — DEMANDAS IMUNOLÓGICAS E A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO IMUNOLÓGICO
NO PERÍODO PRÉ-NATAL
DICAS
Como visto, uma solicitação de exame de BhCG para homens está relacionada
com a investigação da presença de coriocarcinoma. A detecção de BhCG pode ser realizada
por metodologias diferentes, cada uma com vantagens e desvantagens relacionadas a
sua especificidade e sensibilidade, assim como interferentes presentes na amostra, que
podem prejudicar os resultados dos testes, reduzindo sua capacidade de indicar a condição
dos pacientes.
65
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
66
AUTOATIVIDADE
67
5 O teste que detecta, seletivamente, a presença do hCG é usada como
diagnóstico de gravidez. Reagentes imunológicos secos são dispostos em
uma membrana e reagem à medida que as amostras migram. Considerando
o resultado válido indicativo de ausência de gestação, assinale a alternativa
CORRETA:
68
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
TOXOPLASMOSE
1 INTRODUÇÃO
A toxoplasmose integra um grupo de doenças infecciosas investigadas
durante o período pré-natal. Por ser uma doença que, na maioria dos infectados,
é assintomática, pode trazer grandes prejuízos ao desenvolvimento fetal. É
essencial identificar se a gestante foi infectada, e se ela está no estágio agudo ou
crônico da infecção.
Por isso, surgem questões como quem é o agente infeccioso por trás de
uma doença que pode acarretar prejuízos ao feto, como evitar a contaminação
por esse agente infeccioso, como os imunoensaios podem auxiliar o corpo clínico
na identificação dessa condição e qual o estado imunológico da paciente. A
seguir, descobriremos mais sobre as dinâmicas relacionadas à toxoplasmose e
sua importância no contexto gestacional.
2 TOXOPLASMOSE
A toxoplasmose é uma doença causada por um protozoário chamado
Toxoplasma gondii, que infecta a maioria das espécies endotérmicas, incluindo
os seres humanos. Os únicos hospedeiros definitivos para Toxoplasma gondii
são os membros da família Felidae (que compreende principalmente os
gatos domésticos).
NOTA
• Animais endotérmicos: utilizam todo o calor que produzem internamente para manter
a temperatura corporal estável. É importante lembrar que o corpo depende de uma série
de reações químicas que dependem de uma temperatura ideal. Por termos a capacidade
de manter a nossa temperatura estável, nossas reações podem ocorrer e a homeostase
é mantida.
• Protozoário: microrganismos compostos por apenas uma célula, dotado de núcleo, e
que precisam de outros seres vivos para obter nutrição.
• Hospedeiros definitivos: são seres em que o toxoplasma é capaz de se amadurecer e
passar por reprodução sexuada.
• Hospedeiros intermediários: são seres em que o toxoplasma é capaz de se reproduzir
apenas de forma assexuada.
• Ciclo heteróxeno: é um ciclo que necessita de um ou mais hospedeiros intermediários.
69
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
A B C
FONTE: Hornink et al. (2013, p. 86)
70
TÓPICO 2 — TOXOPLASMOSE
71
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
(1) Apesar da eliminação dos oocistos produzidos ocorrer somente após 1 a 3 semanas, um grande
número deles é eliminado nas fezes de gatos. No ambiente, os oocistos levam de 1 a 5 dias para
esporular e se tornar infectantes.
(2) Estágio em que os hospedeiros intermediários presentes na natureza se tornam infectados após
ingerir solo, água ou plantas contaminadas com esses oocistos.
(3) Após a ingestão, os oocistos originam taquizoítos nos enterócitos (intestino). Essa forma
evolutiva localiza-se, predominantemente, no tecido nervoso e muscular, e forma cistos tissulares
denominados bradizoítos.
(4) Os gatos se tornam infectados após consumir hospedeiros intermediários, como roedores que
contenham bradizoítos. Além disso, também podem ser infectados diretamente pela ingestão de
oocistos esporulados.
(5) Animais criados para consumo humano também podem ser infectados após ingestão de oocistos
esporulados no ambiente.
(6) Os humanos podem ser infectados pela ingestão de carnes malcozidas contendo bradizoítos.
(7) Os humanos podem ser infectados pelo consumo de alimentos e/ou água contaminados com
fezes de gatos ou oriundos de solo contaminado.
(8) Os humanos podem ser infectados via transplante de órgãos ou transfusão sanguínea (mais raro).
(9) Os humanos podem ser infectados via transplacentária, ou seja, a infecção presente na mãe
passa para o feto.
Com base nas etapas descritas sobre o ciclo de vida do T. gondii, é possível
compreender como podemos prevenir a infecção por este parasita. Assim, os
cuidados profiláticos estão relacionados a evitar beber água não tratada, usar
luvas ao realizar jardinagem ou qualquer tipo de contato com o solo ou areia,
ensinar as crianças a importância da lavagem de mãos na prevenção de infecções,
manter caixas de areia externas cobertas (uma vez que gatos podem defecar
nelas), alimentar gatos apenas com rações ou alimentos bem cozidos, não fornecer
alimentos crus ou com pouco cozimento aos gatos, manter a liteira (caixa de areia
do gato) higienizada diariamente.
E
IMPORTANT
• aborto;
• nascimento prematuro;
• redução ou aumento da cabeça do feto.
73
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
Anticorpo
Período de detecção
anti-Toxoplasma gondii
Detectável no soro da paciente em até duas semanas após a infecção,
IgM podendo atingir seu pico de concentração em até um mês após a
infecção
FONTE: O autor
74
TÓPICO 2 — TOXOPLASMOSE
E
IMPORTANT
FONTE: <http://www.proexame.com.br/painel/informativos/images/MzY=/lab.com%20agosto
%20%202015-%20Avidez%20de%20anticorpos%20IgG.pdf.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2021.
75
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
Início dos
Sintomas
IgG Avidez
IgM IgG
Estímulo
'Antigênico
Infecção Infecção
Dias Semanas Meses secundária ou
Primária
reativação
FONTE: <http://www.proexame.com.br/painel/informativos/images/MzY=/lab.com%20
agosto%20%202015-%20Avidez%20de%20anticorpos%20IgG.pdf.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2021.
76
TÓPICO 2 — TOXOPLASMOSE
E
IMPORTANT
77
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
UNI
E
IMPORTANT
78
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
79
AUTOATIVIDADE
CITOMEGALOVÍRUS E RUBÉOLA
1 INTRODUÇÃO
Além da toxoplasmose, vimos que a investigação de anticorpos para
citomegalovírus e rubéola também integra o grupo de exames solicitados no
período pré-natal. Esses vírus têm especial importância pelo potencial prejuízo
que podem causar ao feto, uma vez que as mães infectadas que podem não
apresentar quaisquer sintomas, como é o caso do citomegalovírus. Nesse sentido,
todos os esforços diagnósticos são voltados principalmente para proteger o feto e
permitir que ele se desenvolva sem qualquer efeito deletério.
2 CITOMEGALOVÍRUS
O citomegalovírus (CMV) é um vírus que pertence à família herpesviridae,
sendo considerado um herpesvírus humano. De acordo com Stephens et al.
(2015, p. 54), “O nome da família vem de um verbo grego herpein, que significa
‘rastejamento’”, logo, refere-se ao fato de os membros da família causarem
infecções latentes recorrentes com progressão lenta. Por isso, também pode ser
encontrado na literatura como herpesvírus humano tipo 5 (HHV-5). Os agentes
virais pertencentes a esse grupo possuem algumas características que merecem
destaque, como:
81
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
E
IMPORTANT
Acadêmico, ao longo dos conteúdos apresentados, podemos perceber que
novos conceitos surgem. É importante que você saiba diferenciá-los com clareza. Por isso,
precisamos relembrar das diferenças entre os conceitos de reinfecção e reativação:
82
TÓPICO 3 — CITOMEGALOVÍRUS E RUBÉOLA
• febre prolongada;
• sudorese;
• hepatomegalia;
• dor muscular;
• fraqueza.
83
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
3 RUBÉOLA
A rubéola é uma doença causada por um vírus que pertence à família
togaviridae, chamado de rubivírus. Os seres humanos são os únicos hospedeiros
desse vírus, que se dissemina por via respiratória, a partir de secreções
nasofaríngeas contaminadas.
• febre baixa;
• nódulos e gânglios linfáticos inchados na nuca, pescoço e atrás das orelhas;
• mal-estar;
• cefaleia;
• coriza;
• dores músculo-articulares.
84
TÓPICO 3 — CITOMEGALOVÍRUS E RUBÉOLA
E
IMPORTANT
Existem duas formas de se tornar imune à doença: por infecção natural ou por
meio da vacinação, que dura por quase toda a vida. Além disso, a vacina contra a rubéola
é o meio mais seguro e eficaz de prevenir a doença, sendo eficiente em quase 100% dos
casos. Por fim, as pessoas que não tomaram a vacina ou o seu reforço na infância podem
se imunizar durante qualquer fase da vida, com exceção do período da gravidez ocorre
porque a vacina contra rubéola pode levar ao aborto ou malformações no bebê, como
sinalizamos anteriormente.
• Vacina tríplice viral: protege contra três doenças causadas por vírus (sarampo, caxumba
e rubéola).
• Vacina tetra viral: protege contra quatro doenças causadas por vírus (sarampo, caxumba,
rubéola e catapora).
85
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
Esquema vacinal
86
TÓPICO 3 — CITOMEGALOVÍRUS E RUBÉOLA
87
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• IgG antiCMV indica que houve infecção em algum momento da vida, porém,
não determina quando ocorreu esta infecção.
• Quando paciente possui anticorpos IgM antiCMV e anticorpos IgG antiCMV com
baixa avidez, temos resultados confiáveis que evidenciam infecção primária.
• Rubéola é uma doença causada por um vírus que pertence à família Togaviridae,
chamado rubivírus.
88
AUTOATIVIDADE
89
5 A infecção congênita por citomegalovírus tem, na maioria dos casos, recém-
nascidos assintomáticos. Considerando a sequela tardia dessa infecção,
que pode ser reduzida com o diagnóstico laboratorial precoce e terapia
medicamentosa, assinale a alternativa CORRETA:
90
TÓPICO 4 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Anteriormente, conhecemos as características relacionadas aos marcadores
imunológicos investigados durante o período pré-natal, tanto para diagnóstico
quanto para acompanhamento das pacientes.
2 IMUNOCROMATOGRAFIA
Um teste de gravidez, daqueles de farmácia, é capaz de indicar se uma
mulher está grávida através da metodologia imunocromatografia, também
conhecida como teste rápido, a partir de uma amostra de urina. Entretanto,
além dos testes de farmácia, a imunocromatografia também faz parte da rotina
laboratorial. Trata-se de uma metodologia qualitativa, utilizada em laboratório
como triagem para identificar os mais diferentes tipos de substâncias, como o
próprio hormônio hCG, e para detecção de agentes patogênicos, como vírus
(HIV, SARS-CoV2 e hepatite) e bactérias (Helicobacter pylori) (BRASIL, 2018).
FONTE: <https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/12046/
Disserta%C3%A7%C3%A3o_JCL.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 28 jan. 2021.
92
TÓPICO 4 — METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
FONTE: <https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22168/mod_resource/content/2/
HIV%20-%20Manual%20Aula%206%20%281%29.pdf> Acesso em: 28 jan. 2021.
2.3 IMUNOCONCENTRAÇÃO
Nesse teste, a amostra é depositada sobre uma membrana de nitrocelulose,
que a absorve (Figura 9). Ao entrar em contato com o antígeno ou anticorpo
presente no dispositivo, ocorre a formação do complexo antígeno-anticorpo. Em
seguida, o conjugado com marcador de cor é depositado na mesma membrana
que, se houver formação do complexo antígeno-anticorpo, apresentará um ponto
colorido visível na área teste (T) (Figura 10).
93
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
FONTE: <https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22168/mod_resource/content/2/
HIV%20-%20Manual%20Aula%206%20%281%29.pdf>. Acesso em: 28 jan. 2021.
FONTE: <https://www.completesafetysupplies.co.uk/images/products/medium/
1444739842-07632800.jpg>. Acesso em: 28 jan. 2021.
94
TÓPICO 4 — METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
Reagente:
Quando houver formação de duas linhas
coloridas: uma na área de teste (T) e outra na
área de controle (C).
Não reagente:
Quando houver formação de uma linha
colorida, somente na área de controle (C).
Inválido:
Quando não houver linha colorida, na área de
controle (C).
FONTE: <https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22168/mod_resource/content/2/
HIV%20-%20Manual%20Aula%206%20%281%29.pdf> Acesso em: 28 jan. 2021
E
IMPORTANT
95
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
96
TÓPICO 4 — METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
ELISA INDIRETO
ELISA COMPETIÇÃO
97
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
FONTE: <https://www.lojanetlab.com.br/acessorios-para-laboratorios/microplacas-de-microtitulacao/
microplaca-para-elisa-96-pocos-fundo-chato-esteril-ref-k30-5096p-olen>. Acesso em: 16 mar. 2021.
FONTE: <https://www.medicalexpo.com/pt/prod/awareness-technology/
product-67695-431705.html>. Acesso em: 16 mar. 2021.
98
TÓPICO 4 — METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
99
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
100
TÓPICO 4 — METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
FONTE: <https://static.biotek.com/images/products/800TS/800TS_right_open_door-apps.jpg>.
Acesso em: 15 mar. 2021.
E
IMPORTANT
101
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
FONTE: <https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22167/mod_resource/content/1/
HIV%20-%20Manual%20Aula%205.pdf> Acesso 28 jan. 2021
102
TÓPICO 4 — METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
5 HEMAGLUTINAÇÃO
Nessa metodologia, são utilizados fragmentos de antígenos recobrindo
glóbulos vermelhos. Essa solução contendo hemácias e antígenos específicos para
o marcador investigado é distribuída em poços de microplaca. A presença de
anticorpos específicos interage com o antígeno presente na solução dispensada na
placa, recobrindo o poço como uma espécie de “tapete” vermelho (amostras 1 a
3 na Figura 19); caso a amostra de soro não apresente os anticorpos investigados,
as hemácias ficam depositadas no fundo do poço formando um botão vermelho
(amostras 4 a 7 da Figura 19) (FERREIRA; MORAES, 2013).
103
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
LEITURA COMPLEMENTAR
Elza Uberti
José Mauro Madi
Antonio Braga
Bruno Grillo
Maurício Viggiano
104
TÓPICO 4 — METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
105
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
106
TÓPICO 4 — METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
107
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL
Figura 2 – Curva semilogarítmica de regressão do hCG proposta por Schlaerth et al. (média ± 2
desvios padrões), adaptada para mostrar o valor considerado normal (inferior a 5 mUI/mL)
108
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
109
AUTOATIVIDADE
FONTE: <http://www.nano-macro.com/2015/09/a-magica-do-diagnostico-post-2.html>.
Acesso em: 16 mar. 2021.
I- Antígeno de interesse.
II- Substrato.
III- Soro de paciente.
IV- Anticorpo secundário.
110
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) II – IV – I – III.
b) ( ) I – III – IV – II.
c) ( ) II – IV – I – III.
d) ( ) III – I – IV – II.
111
112
REFERÊNCIAS
AFTER, R. A. et al. Kuby Immunology. 4. ed. New York: WH Freeman &
Company; 2000.
113
FERREIRA, A. W; MORAES, S. L. Diagnóstico laboratorial das principais doenças
infecciosas e auto-imunes. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2013.
114
SOUZA, W.; BELFORT JR., R. (Orgs.). Toxoplasmose e Toxoplasma gondii. Rio
de Janeiro: Editora Fiocruz; 2014.
115
116
UNIDADE 3 —
DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS
E AUTOIMUNES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
TÓPICO 1 – SÍFILIS
TÓPICO 4 – CORONAVÍRUS
CHAMADA
117
118
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
SÍFILIS
1 INTRODUÇÃO
Nesta unidade, apresentaremos as principais doenças infecciosas e
autoimunes, abordando suas principais características e os testes imunológicos
mais utilizados no diagnóstico e no acompanhamento dessas doenças. Neste
tópico, aprofundaremos nosso conhecimento a respeito da sífilis.
2 SÍFILIS
A sífilis é uma doença sistêmica que tem como agente etiológico o
Treponema pallidum. Esse microrganismo apresenta forma de espiroqueta e
característica microaeróbia (que cresce sob baixa tensão de oxigênio), com parede
celular semelhante às bactérias Gram-negativas. Apesar da semelhança, o T.
pallidum não se cora na coloração de Gram. São os componentes estruturais da
bactéria (Figura 1) (FERREIRA, 2013):
E
IMPORTANT
120
TÓPICO 1 — SÍFILIS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/syphilitic-ulcers-ulcus-durum-
close-view-465543644>. Acesso em: 8 fev. 2021.
121
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
NTE
INTERESSA
Uma doença que não escolhe idade, sexo nem classe social. É assim que especialistas
descrevem a sífilis, transmitida pela bactéria treponema pallidum, principalmente por
via sexual, mas também da mãe para o filho, durante a gravidez. A falta de tratamento
pode causar cegueira, demência e más formações, no caso de fetos. Mas infectologistas
destacam que o tratamento é rápido, assim como o diagnóstico, que pode ser feito com
um teste rápido, com resultado pronto em dez minutos. No caso da sífilis primária, uma
única dose de penicilina benzatina intramuscular já o suficiente para a cura. O aumento dos
casos da doença preocupa especialistas. O Dr. Alexandre Chieppe, subsecretário Estadual
de Vigilância em Saúde, afirma que, desde 2011, vem sendo observado um aumento de
casos de sífilis congênita e do número de casos na população geral. Desde o início dos
anos 2000, a comunidade médica internacional já vinha alertando para o aumento do
número de casos da doença. No Brasil, especialmente nos grandes centros urbanos, a
infecção dava sinais de avanço rápido e preocupava as autoridades. Tanto que, em meados
de 2007, a ONG do Rio de Janeiro “Centro de Educação Sexual”, junto com outros parceiros,
lançou uma campanha de prevenção, estrelada por artistas como Glória Pires e o marido
Orlando Moraes.
FONTE: <http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2017/04/sifilis-volta-ser-uma-epidemia-no-
brasil-apesar-do-tratamento-rapido.html>. Acesso em: 20 fev. 2021.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/secondary-stage-syphilis-sores-lesions-
on-1024557601>. Acesso em: 5 fev. 2021.
122
TÓPICO 1 — SÍFILIS
E
IMPORTANT
123
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
E
IMPORTANT
124
TÓPICO 1 — SÍFILIS
125
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
FONTE: <https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22193/mod_resource/content/1/
S%C3%ADfilis%20-%20Manual%20Aula%202.pdf>. Acesso em: 7 abr. 2021.
126
TÓPICO 1 — SÍFILIS
E
IMPORTANT
Para ilustrar todas as etapas, assista ao vídeo VDRL – O que todo biomédico
precisa saber, que mostra o passo a passo da técnica. Utilize esse material como instrumento
facilitador para visualização e compreensão dos passos previamente descritos. Acesse:
https://www.youtube.com/watch?v=G_mcKz03LoA.
127
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
FONTE: <https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22193/mod_resource/content/1/
S%C3%ADfilis%20-%20Manual%20Aula%202.pdf>. Acesso em: 7 abr. 2021.
Situações que podem gerar resultados falso Situações que podem gerar resultados
positivos transitórios falso-positivos permanentes
• Portadores de lúpus eritematoso sistêmico;
• Algumas infecções; • Síndrome antifosfolipídica e outras
• Após vacinações; colagenoses;
• Uso concomitante de medicamentos; • Hepatites virais crônica;
• Após transfusões de hemoderivados; • Usuários de drogas ilícitas injetáveis;
• Gravidez; • Hanseníase;
• Em idosos. • Malária;
• Em idosos.
128
TÓPICO 1 — SÍFILIS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/stanbio-rpr-test-kit-add-
serum-463825115> Acesso em: 26 abr. 2021.
129
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
E
IMPORTANT
130
TÓPICO 1 — SÍFILIS
Anticorpo Conjugado
treponêmico fluorescente
da amostra
FONTE: <https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22197/mod_resource/content/1/
S%C3%ADfilis%20-%20Manual%20Aula%206.pdf>. Acesso em: 7 abr. 2021.
131
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
E
IMPORTANT
132
TÓPICO 1 — SÍFILIS
Amostra
Realizar Teste
não
Treponêmico
não
Amostra
Resultado
sim Reagente
Reagente?
para Sífilis
Amostra
Não Reagente
para Sífilis não
Amostra
Não Reagente
para Sífilis
133
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
Amostra
Realizar Teste
Treponêmico
Realizar Teste
Resultado
sim não
Reagente?
Treponêmico
não
Amostra
Resultado sim Reagente
Amostra Reagente?
para Sífilis
Não Reagente
para Sífilis
não
Realizar Teste
Treponêmico*
Amostra
Resultado
sim Reagente
Reagente?
para Sífilis
não
Amostra
Não Reagente
para Sífilis
134
TÓPICO 1 — SÍFILIS
135
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Sífilis é uma doença sistêmica que tem como agente etiológico o Treponema
pallidum, uma bactéria com parede celular semelhante às Gram-negativas que
apresenta forma de espiroqueta microaeróbia. Os seres humanos são os únicos
hospedeiros dessa bactéria.
• Treponema é transmitido por contato sexual, mas também pode ser transmitido
por transmissão vertical e contato com secreções.
136
AUTOATIVIDADE
4 Por que são utilizados testes não treponêmicos para sífilis, apesar de sua
inespecificidade? Justifique sua resposta.
137
138
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
No início da década de 1980, um dos primeiros registros do que, ao
final do mesmo ano, seria definido pelo Center for Disease Control (CDC) como a
síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA ou, do inglês, AIDS), resultante
da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), foi:
139
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
140
TÓPICO 2 — SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (SIDA OU AIDS)
E
IMPORTANT
É importante ressaltarmos que existem dois tipos de HIV: o HIV tipo 1 e o HIV
tipo 2. O primeiro é um retrovírus mais disperso por todo o mundo, enquanto o segundo é
o principal causador de infecções por HIV na região central da África.
E
IMPORTANT
141
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
142
TÓPICO 2 — SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (SIDA OU AIDS)
• Fase sintomática inicial: por conta da redução das células CD4+, o paciente
infectado se torna imunologicamente vulnerável, o que favorece o aparecimento
de outras doenças, quando os linfócitos T-CD4+ apresentam concentrações
abaixo de 500 células/mm3 (em condições normais, os indivíduos apresentam
entre 500 e 1200 células/mm3 de linfócitos T-CD4+). Entre as manifestações
clínicas possíveis, temos: tuberculose pulmonar, herpes-zoster, candidíase
genital de repetição e dermatoses.
• AIDS: um paciente é enquadrado nessa fase quando a contagem de linfócitos
T-CD4+ é inferior a 200 células/mm3. Nessa etapa, a redução drástica das células
de defesa favorece o aparecimento de doenças oportunistas como sarcoma
de kaposi (Figura 12), caquexia, neurocriptococose, neurotoxoplasmose,
candidíase, tuberculose extrapulmonar, diarreia crônica, entre outras (FURRER;
FUX, 2002).
FONTE: <https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/dst/sarcoma-kaposi/>.
Acesso em: 20 fev. 2021.
NTE
INTERESSA
143
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
NOTA
144
TÓPICO 2 — SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (SIDA OU AIDS)
E
IMPORTANT
145
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
NOTA
Antígeno p24 é uma proteína que compõe a cápsula protetora que guarda os
genes e enzima viral, chamada de capsídeo, na zona central do vírus.
ANTÍGENO P24
FONTE: <http://docplayer.com.br/11719439-Francisco-andre-marques-de-oliveira-cariri.html>.
Acesso em: 27 fev. 2021.
146
TÓPICO 2 — SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (SIDA OU AIDS)
147
FIGURA 13 – DOIS TESTES RÁPIDOS REALIZADOS EM SEQUÊNCIA COM AMOSTRAS DE SANGUE
Amostra
Realizar Teste
Rápido 1 (TR1)
Válido? sim
não
Amostra
Resultado Realizar Teste Resultado
sim Válido? sim sim Reagente
Repetir Teste Reagente? Rápido 2 (TR2) Reagente?
Rápido 1 (TR1)1 para HIV2,3,5
148
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
não não
não
Amostra
Não Reagente Repetir Teste Primeira
Válido? sim sim
para HIV4 Rápido 2 (TR2)1 discordância?
não
Coletar uma amostra por punção venosa e
encaminhá-la para ser testada com um dos não Válido? sim
fluxogramas definidos para laboratório.
FONTE: Brasil (2018, p. 67)
TÓPICO 2 — SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (SIDA OU AIDS)
• Um teste rápido utilizando fluido oral seguido por um teste rápido utilizando
sangue: neste fluxo de trabalho, também são utilizados dois testes rápidos
diferentes, em que um deles utilizamos amostra de fluido oral enquanto o
segundo é realizado com amostra de sangue (Figura 14). Sua aplicação é
indicada principalmente em ações e campanhas de testagem que ocorrem fora
dos estabelecimentos de saúde. Este fluxograma é semelhante ao anterior, com
a diferença de que um teste é realizado com fluído oral (BRASIL, 2018).
FIGURA 14 – DOIS TESTES RÁPIDOS: UM UTILIZANDO A AMOSTRA DE FLUÍDO ORAL E OUTRO A AMOSTRA DE SANGUE
para HIV2,4
Reagente
Amostra
sim
sim
discordância?
Reagente?
Resultado
Primeira
não
sim
sim
Válido?
Rápido 2 (TR2)1
Repetir Teste
Válido?
não
não
(Sangue)
Amostra
Não Reagente
para HIV3
Reagente?
Resultado
Amostra
não
sim
sim
Rápido 1 (TR1-FO)1
Rápido 1 (TR1-FO)
Realizar Teste
Repetir Teste
Oral - FO)
Amostra
Válido?
Válido?
(Fluido
não
não
149
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
Amostra
(soro ou
plasma)
Realizar IE 4aG
(T1)
Amostra
Resultado não Não Reagente
Reagente?
para HIV1
sim
Realizar Teste
Molecular
(T2)
sim
sim
150
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
151
AUTOATIVIDADE
152
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
HEPATITES VIRAIS
1 INTRODUÇÃO
“Em todo o mundo, 290 milhões de pessoas vivem com hepatite viral e
desconhecem que estão contaminadas”, esta afirmação é do Ministério da Saúde
e destaca a importância de diagnosticar pessoas que vivem com hepatite viral e
desconhecem esse fato. A seguir, conheceremos mais sobre as hepatites virais,
bem como as metodologias utilizadas para diagnóstico e o significado clínico dos
resultados obtidos.
2 HEPATITES VIRAIS
Hepatite é um termo que vem da palavra grega Hepar, que significa
fígado. Associada ao sufixo “ite”, que refere a inflamação, indica que se trata de
um processo inflamatório localizado no fígado. Este quadro inflamatório hepático
pode ter diferentes causas, como:
• doenças metabólicas;
• doenças autoimunes;
• uso excessivo de álcool;
• substâncias tóxicas;
• medicamentos;
• infecção viral.
153
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
FONTE: <https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22180/mod_resource/content/3/
Hepatites-Manual-Aula-1.pdf>. Acesso em: 11 fev. 2021.
• Vírus da hepatite B (HBV): vírus de DNA que é revestido com duas camadas,
compostas por diferentes antígenos (Figura 17). A camada interna composto
por HBcAg, que representa o antígeno core (do inglês, núcleo) e o antígeno
HBeAg, conhecido como antígeno “e”, que é um produto do gene do cerne
viral. Já a camada externa (envelope) é composta por HBsAg, que corresponde
ao antígeno de superfície desse vírus. É transmitido por contato com fluídos
corporais contaminados. Indivíduos com infecção recente por HBV nem
sempre apresentam sintomas. Contudo, quando existem sintomas nessa fase, o
indivíduo pode manifestar fadiga, icterícia, dor estomacal, náusea e redução do
apetite. A evolução do processo inflamatório desencadeado por esse vírus
pode ocorrer de duas formas: como uma doença de curto prazo ou como
uma infecção crônica com complicações clínicas como câncer de fígado ou
cirrose (lesão hepática crônica que formam tecido cicatricial gerando
insuficiência hepática). A vacinação é a principal via de prevenção desta
infecção (BRASIL, 2015).
FONTE: <https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22180/mod_resource/content/3/
Hepatites-Manual-Aula-1.pdf>. Acesso em: 11 fev. 2021.
154
TÓPICO 3 — HEPATITES VIRAIS
FONTE: <https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22180/mod_resource/content/3/
Hepatites-Manual-Aula-1.pdf>. Acesso em: 11 fev. 2021.
• Vírus da hepatite D (HDV): vírus responsável pela hepatite delta, que possui
envoltório composto por HBsAg, que é o mesmo antígeno de superfície presente
no HBV (Figura 19). O HDV depende deste antígeno para completar seu ciclo
biológico e sua capacidade de invadir a célula e se replicar (FONSECA, 2002).
Assim, a infecção por HDV depende de coinfecção (infecção simultânea) ou
superinfecção, que é quando ocorre a infecção por HDV após o indivíduo ter
sido contaminado por HBV. A transmissão acontece quando sangue ou fluidos
corporais contaminados entram em contato com o indivíduo. A contar pela
relação de dependência que o HDV tem com o HBV, a vacinação para HBV é
uma via de prevenção de infecção por HDV (FONSECA, 2002).
155
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
FONTE: <https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22180/mod_resource/content/3/
Hepatites-Manual-Aula-1.pdf>. Acesso em: 11 fev. 2021.
• Vírus da hepatite E (HEV): vírus de RNA com capsídeo formado pelo antígeno
HEVAg, que pode ser encontrado nas fezes de indivíduos infectados (Figura
20). Assim, a infecção se dá pelo consumo de alimentos e água contaminados.
Pode ocorrer de modo assintomático, mas em casos sintomáticos, as
manifestações clínicas são semelhantes àquelas presentes em infecções por
HAV. Manifestações clínicas de perfil crônico por HEV são raras e ocorrem em
pacientes com sistema imune comprometido (CDC, 2020).
FONTE: <https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22180/mod_resource/content/3/
Hepatites-Manual-Aula-1.pdf>. Acesso em: 11 fev. 2021.
156
TÓPICO 3 — HEPATITES VIRAIS
• Testes rápidos de triagem com resultado não reagente para hepatite: resultado
liberado com base nesse único teste aplicado. A repetição dessa análise é
sugerida apenas em casos em que o paciente apresenta manifestações clínicas
que reforçam a suspeita de hepatite, após 30 dias da primeira análise realizada.
A recomendação de repetição após 1 mês da primeira análise tem como objetivo
eliminar a possibilidade de o paciente estar passando pelo período de janela
diagnóstica, que corresponde ao tempo entre a infecção e o período de detecção do
marcador infeccioso investigado.
• Testes de triagem com resultado reagente para hepatite: testes de triagem
reagente para hepatite devem ser acompanhados de outro teste confirmatório.
A aplicação deste segundo teste é realizada com o objetivo de aumentar o valor
preditivo positivo (VPP), que corresponde à probabilidade de o indivíduo
avaliado de fato estar doente (BRASIL, 2015).
157
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
3.1 HEPATITE A
Causada pelo vírus HAV, sua detecção ocorre por sorologia IgM e IgG
para HAV. De 5 a 10 dias após infecção, o IgM anti-HAV passa a ser detectável,
permanecendo, assim, por até meio ano após o momento da infecção. Após o
término da fase aguda, é possível que este marcador se torne indetectável. No caso
dos anticorpos IgG, uma vez reagente, este anticorpo permanecerá detectável ao
longo de toda vida do paciente. Sua aplicabilidade está associada principalmente
ao acompanhamento epidemiológico da doença (BRASIL, 2015).
3.2 HEPATITE B
O antígeno e os anticorpos utilizados para diagnóstico de hepatite B
permitem compreender qual o estágio da infecção. Inicialmente, a triagem é
realizada pelos seguintes marcadores (BRASIL, 2015):
158
TÓPICO 3 — HEPATITES VIRAIS
FONTE: <https://www.biomedicinapadrao.com.br/2013/11/marcadores-sorologicos-da-
hepatite-b.html>. Acesso em: 15 fev. 2021.
3.3 HEPATITE C
O diagnóstico da hepatite C é realizado pela investigação de anticorpos
anti-HCV como metodologia de triagem. A presença de resultado reagente indica
que, em algum momento, o paciente teve contato com o vírus. Esse marcador,
contudo, não é capaz de especificar em qual fase (aguda ou crônica) da infecção o
paciente se encontra (BRASIL, 2015).
3.4 HEPATITE D
A investigação de infecção por HVD é realizada pela dosagem de anticorpos
totais anti-HVD (IgM e IgG juntos). É importante lembrar que, nesse caso, trata-
se de um vírus que depende da presença do HVB para se reproduzir, seja via
superinfecção ou coinfecção (BRASIL, 2015). A interpretação dos marcadores para
hepatite B, em conjunto com os resultados da dosagem de anticorpos totais para
HVD, permite diferenciar se o quadro do paciente é resultado de superinfecção ou
coinfecção, conforme mostram os Quadros 4 e 5.
159
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
Marcador Resultado
HbsAg Reagente
anti-HBc Reagente
anti-HBc IgM Não reagente
anti-HDV Reagente
antiHBs Não reagente
FONTE: A autora
Marcador Resultado
HbsAg Reagente
anti-HBc Reagente
anti-HBc IgM Reagente
anti-HDV Reagente
antiHBs Não reagente
FONTE: A autora
3.5 HEPATITE E
A infecção pelo HVE é possível pela pesquisa de anticorpos anti-HVE IgM
e anticorpos anti-HVE totais no soro do paciente, cuja presença de anticorpos IgM
indica infecção recente e a presença de anticorpos totais indica exposição prévia ao
HVE (BRASIL, 2015).
160
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Hepatites virais são causadas por vírus hepatotrópicos (que têm maior
afinidade com o tecido hepático) que se dividem em cinco tipos: A, B, C, D e E.
161
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Anti-HBs.
b) ( ) Anti-HBc.
c) ( ) Anti-HVA.
d) ( ) Anti-HVB.
I- HBsAg.
II- Anti-HBc IgM.
III- Anti-HBc total.
IV- HBeAg.
V- Anti-HBe.
VI- Anti-HBs.
162
5 Paciente do sexo feminino, 36 anos de idade, procura banco de sangue para
fazer doação de sangue. Os exames de triagem utilizados para avaliar se a
paciente está apta a doação de sangue indicam alterações na sorologia para
hepatite B. Com relação ao padrão de resultados em que o sangue doado
poderá ser utilizado sem oferecer riscos para o paciente que receberá a
transfusão sanguínea, assinale a alternativa CORRETA:
163
164
TÓPICO 4 —
UNIDADE 3
CORONAVÍRUS
1 INTRODUÇÃO
No final de 2019, a China foi marcada pela presença de uma pneumonia
de origem desconhecida. Assim, em 31 de dezembro, as festividades de ano novo
vieram acompanhadas da emissão de um alerta para Organização Mundial da
Saúde (OMS) sobre essa situação. A partir daí, teve início uma investigação para
descobrir o agente causador dessa pneumonia que, em poucos dias, apontou ser
um novo tipo de coronavírus. Esse relato sucinto é apenas uma fração do que, em
11 de março de 2020, seria declarado pelo Dr. Tedros Adhanom, diretor geral da
OMS, como uma pandemia causada pelo novo coronavírus.
2 CORONAVÍRUS
Coronavírus (COVs) é um termo que se refere à vasta família de vírus
Coronaviridae, que compreende os gêneros Alpha coronavírus, Beta coronavírus,
Gama coronavírus e Delta coronavírus (MCBRIDE; VAN ZYL; FIELDING, 2014).
Esses vírus estão presentes no mundo todo e são comuns também em diferentes
espécies animais, entre eles, os seres humanos. Nos seres humanos, esses
vírus acometem principalmente o trato respiratório superior, resultando em
manifestações de diferentes gravidades, como resfriados (em casos brandos)
até infecções pulmonares graves, conhecidas como síndrome respiratória aguda
grave. Ainda sobre as características da família Coronaviridae, Gruber (2020, p. 1)
aponta que:
165
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
E
IMPORTANT
E
IMPORTANT
166
TÓPICO 4 — CORONAVÍRUS
FONTE: <http://cienciaviva.org.br/index.php/2021/01/01/corridavacinascov2/>.
Acesso em: 25 fev. 2021.
2.1 SARS-COV-1
Desde o início dos anos 2000, os coronavírus têm apresentado novas cepas
infectantes tanto em populações humanas quanto animais. Em 2003, uma dessas
cepas de coronavírus foi identificada como causadora da epidemia de Síndrome
Respiratória Aguda Grave, comumente identificada pela sigla SARS-CoV-1
(do inglês, acute respiratory syndrome coronavirus), responsável pela morte de 10 a
50% das pessoas infectadas, com porcentagem variando conforme a faixa etária
(GRAHAM; DONALDSON; BARIC, 2013).
167
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
• mal-estar;
• tosse seca;
• febre persistente;
• calafrio;
• dor muscular;
• dor de cabeça;
• dispneia (dificuldade de respirar).
168
TÓPICO 4 — CORONAVÍRUS
2.2 SARS-COV-2
Segundo o fragmento da matéria da BBC News Brasil, que apresenta uma
resumida linha do tempo de uma pandemia que chegou ao Brasil em fevereiro de
2020, o agente infeccioso dessa doença é o SARS-CoV-2, conhecido como o novo
coronavírus (CEVIK et al., 2020).
169
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
E
IMPORTANT
• R superior a 1: indica que cada pessoa infectada transmite a doença para, no mínimo,
mais um pessoa, disseminando o vírus.
• R inferior a 1: indica que a transmissão da infecção está menor e o número de contágios
está diminuindo.
Esse índice é utilizado para estimar a demanda hospitalar e, com isso, adequar
a infraestrutura para dar conta da demanda e também auxiliar os governantes no
entendimento das medidas necessárias para proteção da população.
E
IMPORTANT
170
TÓPICO 4 — CORONAVÍRUS
• febre;
• dor no corpo;
• cefaleia;
• fadiga;
• dificuldades respiratórias;
• disfunção olfatória (perda temporária do olfato e do paladar);
• diarreia;
• infarto do miocárdio.
171
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
E
IMPORTANT
FONTE:<https://pebmed.com.br/o-sistema-renina-angiotensina-aldosterona-versus-a-infeccao-
pelo-coronavirus-2019/>. Acesso em: 26 abr. 2021.
172
TÓPICO 4 — CORONAVÍRUS
DICAS
Assista ao vídeo, produzido pelo Instituto Butantã, que fala sobre as características
que temos conhecimento do SARS-CoV-2 até o momento: https://www.youtube.com/
watch?v=wC3r4Lcm1Sw.
E
IMPORTANT
O que é o RT-PCR?
173
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
FONTE: <https://www.medicina.ufmg.br/rt-pcr-ou-sorologico-entenda-as-diferencas-entre-
os-testes-para-a-covid-19/>. Acesso em: 25 fev. 2021.
DICAS
174
TÓPICO 4 — CORONAVÍRUS
FONTE: <https://www.febrasgo.org.br/es/covid19/item/977-como-utilizar-os-testes-de-covid-19-
ag-fia-e-igg-igm>. Acesso em: 26 fev. 2021.
175
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
E
IMPORTANT
176
TÓPICO 4 — CORONAVÍRUS
177
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
• Testes rápidos que diferenciam IgM e IgG: são aqueles que apresentam três
bandas (faixas) – controle, IgM e IgG –, permitindo discernir qual anticorpo
está ou não reagente. Ressalta-se que resultados que não apresentarem a banda
controle serão sempre considerados testes inválidos (Figura 25).
• Testes rápidos que não diferenciam anticorpos são aqueles que apresentam
duas bandas (faixas): controle e teste, permitindo apenas determinar a
presença de anticorpos, sem diferenciá-los. Ressalta-se que resultados que não
apresentarem a banda controle serão sempre considerados testes inválidos
(Figura 26).
FONTE: <https://guiadafarmacia.com.br/wp-content/uploads/2020/04/PROTOCOLO-
ABRAFARMA-TESTES-RAPIDOS-COVID19-V-1.1-30ABR2020.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2021.
178
TÓPICO 4 — CORONAVÍRUS
179
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
180
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• Esses vírus estão presentes no mundo todo e são comuns também em diferentes
espécies animais, entre eles os seres humanos.
• O SARS-Cov-1 tem seu pico de carga viral na segunda semana após o início
dos sintomas, o que permite que a infecção já tenha sido determinada e o
paciente isolado, reduzindo, assim, sua capacidade de contágio, enquanto o
SARS-Cov-2 tem seu pico de carga viral no trato respiratório observado no
início da manifestação dos sintomas ou durante a primeira semana da doença,
o que denota maior potencial infectante imediatamente antes ou durante os
primeiros dias do início dos sintomas.
181
• A compreensão do tempo de evolução clínica do paciente permite que as
provas sorológicas sejam realizadas dentro dos períodos passíveis detecção de
anticorpos IgM e IgG.
• A detecção de antígeno deve ser realizada nos primeiros dias após o início dos
sintomas.
182
AUTOATIVIDADE
183
184
TÓPICO 5 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, conheceremos a doença autoimune lúpus. Doenças
autoimunes ocorrem quando nosso sistema imune ataca as células do próprio
corpo, como se elas fossem patógenos (como vírus e bactérias). Dessa forma,
condições autoimunes são aquelas em que o sistema imune não é capaz de
discernir entre células saudáveis do próprio corpo e organismos estranhos.
185
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
186
TÓPICO 5 — LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
E
IMPORTANT
Mas atenção: a exposição solar desencadeia uma reação inflamatória que pode
afetar não apenas a pele, mas estruturas como articulações, cérebro e rins. Dessa maneira, a
exposição à luz do sol pode comprometer todos os órgãos envolvidos na doença. Quando
a crise se instala, geralmente é necessário entrar com medicação, que na maioria das vezes
é à base de corticoides. Como o uso dessa classe de medicamentos deve ser moderado, o
ideal é prevenir.
• Sempre utilize bloqueadores solares com fator mínimo de proteção número 30. Reaplique
a cada duas ou três horas, com antecedência de 15 a 30 minutos antes da exposição ao
sol. Lembre-se de que os raios UV são mais intensos entre 10 e 15 horas.
• A dica é passar o equivalente a uma colher de chá de protetor no rosto e pescoço; uma
colher de chá na parte da frente do tronco e a mesma medida na parte de trás; uma
colher de chá em cada braço; uma colher de chá na parte da frente das coxas e pernas
e a mesma medida na parte de trás.
• O uso de óculos escuros, com 99% a 100% de proteção, ajuda a prevenir problemas na
região dos olhos que podem afetar os portadores de lúpus. Não se esqueça de utilizar
chapéus e roupas leves sempre que possível.
• A prática de atividade física é muito importante para controlar e estabilizar a doença,
além de fornecer resistência aos portadores. Se você for adepto de caminhada ou
corrida, saia cedo de casa. Evite exposição solar depois das dez da manhã.
187
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
DICAS
Para ilustrar todas as etapas necessárias para execução da técnica de FAN, assista
ao vídeo Técnica de FAN – Imunofluorescência Indireta, que pode auxiliar na visualização
e compreensão de cada etapa. Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=fblyi4r-N7w.
188
TÓPICO 5 — LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Antigênico/
Patologia
Padrão FAN
Anti-DNA de cadeia Encontrados primariamente no LES numa frequência de 70 a 80% dos
dupla (ds-DNA, DNA casos concentração de antígenos (título) correlaciona se bem com a
nativo) atividade da doença: Presença de anticorpos anti-DNA correlaciona-se
Padrão: Homogêneo particularmente com a atividade da nefrite lúpica.
Estão presentes em 96% dos pacientes com lúpus induzido por
Anti-histona medicamentos e em 30% do LES.
Padrão: Homogêneo Hidralazina, procainamida e anticonvulsivantes.
Ocorre em 15 a 20% dos pacientes com AR.
Altos títulos de RNP, na ausência de anti-Sm, são fortemente sugestivos
de doença mista do tecido conjuntivo (DMTC), que se manifesta
Anti-snRNP
clinicamente por acometimento cutâneo do tipo esclerodérmico, miosite
Padrão: Pontilhado
e sinovite tipo reumatoide, que aparece em 100% dos casos; surge em
(grosso)
baixos títulos em LES, lúpus discoide, artrite reumatoide, síndrome de
Sjögren e lúpus induzido por medicamentos.
Anti-Sm (Smith, Possui alta especificidade para o LES, porém sua sensibilidade nesses
nome do primeiro pacientes é de apenas 25 a 30%, geralmente durante a fase aguda
paciente em que foi da doença; raramente aparece em outras desordens; alguns estudos
reconhecido) Padrão associam a sua presença com nefrite branda de surto benigno, outros ao
pontilhado (grosso) envolvimento do SNC, quando manifestação única do LES.
189
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES
FONTE: <https://www.sanarmed.com/dicas-para-a-interpretacao-dos-resultados-de-fator-
antinuclear-fan-colunistas>. Acesso em: 20 fev. 2021.
FONTE: <https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/2496/exames_
laboratoriais_%E2%80%93_autoanticorpos.htm>. Acesso em: 9 abr. 2021.
190
TÓPICO 5 — LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
LEITURA COMPLEMENTAR
Reinaldo Guimarães
Uma lição deve ser tirada a partir da descrição feita acima. Não haverá
apenas uma medida ou mesmo o ataque a uma das dimensões descritas acima que
seja capaz de resolver, per se, o problema em seu conjunto. O seu enfrentamento
deve ser organizado a partir de ações articuladas nas múltiplas dimensões
apontadas. O corolário dessa assertiva é que uma ou mais boas vacinas serão
importantíssimas para contribuir para enfrentar a COVID 19, mas é muito pouco
provável que possam sozinhas resolver o problema em sua totalidade. Por outro
lado, para que uma ou mais boas vacinas cumpram seu importante papel, serão
necessárias várias etapas e vários aspectos intrínsecos e extrínsecos às mesmas
que deverão ser estabelecidos antes que elas possam cumprir a sua missão. Este
texto tem o objetivo de discutir a complexidade no campo das vacinas.
191
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu que:
• O lúpus é uma doença autoimune que afeta diferentes tecidos no corpo humano.
Por ser uma doença que acomete principalmente o tecido conjuntivo, o lúpus é
classificado como uma condição clínica pertencente ao grupo das colagenoses.
CHAMADA
192
AUTOATIVIDADE
193
194
REFERÊNCIAS
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