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Alimentação Vegana
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Conteúdo
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Essa fala não foi proferida por Pitágoras, visto que Ovídio nasceu
quase quinhentos anos depois dele, mas reflete sua forma de pensar e os
ensinamentos que passava a outras pessoas. O trecho do livro mostra a
indignação do filósofo grego perante as mortes de animais que serviam de
alimentos para outras pessoas.
Mas há quem tenha optado por deixar de comer carne por outros
motivos. O filósofo Thomas Tyron, em um ato de negação dos desejos do
ego, decidiu mudar radicalmente alguns hábitos.
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Para ele, seria sinal de sabedoria se ele se isolasse do mundo e se
privasse de comer carne e peixe. Tyron também não tomava outro líquido
além de água.
O médico aderiu com tanta garra a essa nova dieta que publicou a
obra “Ensaio sobre Saúde e Vida Longeva” em 1724. Por ser muito influente
em Londres, Cheyne conseguiu fazer com que pessoas importantes
aderissem ao vegetarianismo, entre elas o poeta britânico Alexander Pope, o
escritor irlandês Jonathan Swift, dentre muitos outros.
Outro médico que teve contato com a obra de Cheyne foi o italiano
Antonio Cocchi. Cocchi também publicou um livro chamado “Del vitto
pitagorico per uso della medicina”, cuja tradução para o português é “Da
alimentação pitagórica para o uso da medicina”.
“Disse-lhes mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que
produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra,
bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-
vos-ão para mantimento”.
Com base no trecho citado, Cowherd entendeu que Deus deu aos
homens todas as ervas, árvores, frutos para que os homens se
alimentassem, não citando a alimentação com carne. Por isso, para fazer
parte da seita de Cowherd só era necessário ser vegetariano há, pelo
menos, seis meses.
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Cowherd faleceu em 1816, mas seus discípulos deram continuidade à
seu trabalho, mantendo sua seita em atividade. Os mais notórios eram
James Simpson e Joseph Brotherton, cuja esposa Martha escreveu o
primeiro livro de receitas vegetarianas.
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Ele também foi nomeado porta-voz da Sociedade Vegetariana
Americana em 1886, quando esta se instituiu novamente. Em 1923, Kellogg
publicou um livro chamado “Dieta Natural para o Homem” que teve grande
repercussão entre os americanos.
A mãe do vegetarianismo
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Anna tinha o desejo de se tornar médica, entretanto, em seu país as
mulheres eram proibidas de cursar a faculdade de medicina. Para conseguir
alcançar seus ideais, Anna viajou à Paris, na França, e lá cursou medicina
com o objetivo de aprofundar seus estudos sobre a dieta vegetariana.
Ela queria provar que deixar de comer carne era saudável para o ser
humano e, se fosse médica, suas afirmações teriam maior valor. Essas
pesquisas sobre o vegetarianismo foram o objeto de estudo de sua tese,
defendida em 1880, com o título em francês “De l’Alimentation Végétale chez
l’Homme”, o qual seria em português “Da Alimentação Vegetal do Ser
Humano”.
Na tese, cujo título em inglês foi “The Perfect Way in Diet” (em
português “O Caminho Perfeito na Dieta”), Anna pregava os benefícios de
não comer carne, o que agregava de positivo para a saúde humana, para o
meio ambiente e para os animais.
Ela afirmava que matar animais para comer era um ato bárbaro e
cruel e que as pessoas só poderiam ser consideradas civilizadas quando
parassem de se alimentar de carne.
Vegetarianismo no Brasil
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A foto retrata a leitura de “20 argumentos em favor do
vegetarianismo”, por Juan Esteve Dulin em uma palestra organizada pela
Sociedade Vegetariana Brasileira, a SVB.
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Essa Sociedade é filiada à International Vegetarian Union (IVU), em
português União Vegetariana Internacional, que é uma união de várias
sociedades vegetarianas ao redor do mundo.
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Marly é vegetariana desde 1982 e, além de ser presidente da SVB,
ela é coordenadora da União Vegetariana Internacional para a América
Latina e o Caribe. É autora do livro “Vegetarianismo – Elementos para uma
Conversa Sobre”, e tradutora de uma obra muito importante para o
movimento vegetariano, a “Libertação Animal” de Peter Singer.
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Leitura Complementar
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Existe algum indício de que o vegetarianismo está crescendo no Brasil?
Não temos pesquisas específicas sobre isto no Brasil, mas há muitos indícios de
que o vegetarianismo está crescendo. Temos tranquilamente 5% da população
que é vegetariana ou simpatizante e estamos caminhando, como nos países da
Europa e Estados Unidos, para os 10% ou 12%. E esses indícios são os sites que
são visitados. O site que criei em 1999, hoje tem 3 mil visitas por dia. O próprio
mercado está oferecendo um leque de produtos que antes nós não
encontrávamos, tanto para vegetarianos como para veganos, abordando no rótulo
que é um produto sem ingredientes de origem animal e que não é testado em
animais.
Estive com o presidente da Associação dos Supermercadistas de São Paulo e ele
me disse que os únicos setores que estão em crescimento nos supermercados
são as seções de produtos orgânicos e naturais. Esses são os setores onde o
vegetariano se abastece. Outro indício de crescimento é que as duas grandes
indústrias de carne do Brasil estão com produtos para vegetarianos. De repente
eles começaram a ter pena dos animais? Não. É porque eles viram que é um
nicho de mercado e querem estar presentes nesse segmento. Alias, é o que eu
digo sempre: eles não matam os animais porque eles têm gosto por isso. No
momento em que você mostrar as vantagens do vegetarianismo para a saúde,
para o planeta, para a preservação do meio ambiente e para os próprios animais,
mais pessoas irão se tornar vegetarianas e a indústria terá que transferir seus
interesses para outras áreas.
Como está o Brasil em relação aos outros países na área de proteção dos
direitos dos animais?
Acho que o debate sobre os direitos dos animais está mais do que na hora de ser
feito. A sociedade tem o direito de saber que, por trás de quase todos os produtos
que ela consome, são feitos testes muito cruéis com animais, muitas vezes
desnecessários. Esses testes não são imprescindíveis para que a ciência avance.
O Brasil, em algumas áreas, tem uma legislação muito boa. Mas ela precisa ser
implementada e cumprida. Há muitos grupos se organizando hoje e a coisa está
avançando. Os Estados Unidos já fizeram esse debate da vivissecção, e a Europa
em sua maioria, mas é um assunto no qual ainda assim estão atrasados. Eles não
atingiram o que é desejável. Recentemente, um menino organizou um protesto em
favor dos testes e isto teve uma repercussão muito grande. A sociedade não foi à
raiz do problema e não está toda posicionada.
Como surgiu a ideia de criar a Sociedade Vegetariana Brasileira?
A Sociedade Vegetariana Brasileira, a SVB, é o resultado de um processo de
vários anos. Tive a felicidade de ser pioneira em certas coisas, como criar a
primeira lista de discussão na internet sobre vegetarianismo no Brasil e o primeiro
site em português. Isso foi um processo que foi arregimentando os vegetarianos,
até chegar o momento em que sentimos a necessidade de criar a Sociedade.
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Como funciona a SVB?
A Sociedade é organizada em grupos e departamentos. Para criar um grupo da
SVB, e cada cidade pode ter vários, bastam três sócios. Os sócios criam um
grupo, dão um nome, escolhem um coordenador e podem começar a sua vida
como um grupo da SVB. Existem grupos pequenos e grupos com mais de 50
sócios. O objetivo é organizar toda a "teia" da Sociedade.
A ideia, como na cidade de São Paulo, por exemplo, é que cada bairro tenha o seu
grupo. Assim, ele estará disponível à comunidade fornecendo informações, tendo
um centro onde a pessoa possa fazer um curso de culinária, aprender a cultura
vegetariana e conviver nesse meio. Temos os departamentos nacionais para
qualificar nossa ação, como o de medicina e nutrição, com uma pessoa preparada
para coordená-los e apta para dar suporte nessa área para todos os grupos,
sócios, a mídia e etc. Além disso, os grupos organizam encontros periódicos, pois
nada substitui o contato pessoal.
Você acha que a mídia e os veículos em geral dão o devido espaço para o
vegetarianismo?
Eu acho que menos do que deveria. A mídia tem a obrigação de considerar o
vegetarianismo com a importância que ele tem. Nós temos uma mensagem que
não é vazia. O vegetarianismo tem implicações importantíssimas na vida da
sociedade e na preservação do meio ambiente. Essa dieta eleita no Brasil, que é a
Standard American Diet, a dieta americana padrão, cujo acrônimo em inglês é
SAD, que traduzindo significa triste, ela é triste mesmo. Essa dieta centrada na
carne está ligada a uma destruição do planeta. As produções de carne e de soja
estão destruindo as florestas. A soja produzida no País é utilizada para ser ração
para o gado. O brasileiro, tirando o óleo, não consome soja. Não é um produto que
faz parte da sua dieta. A soja produzida é para dar de ração ou para exportar,
também para uso como ração. São necessários de 7 a 9 quilos de soja para
produzir 1 quilo de carne. Essa é uma dieta que tem um desperdício embutido
muito grande num mundo onde existe fome. Um quinto da população é desnutrida
e tem muita morte por causa da fome.
A cada dois segundos uma criança morre de fome. Isto é uma realidade. Hoje,
temos abundância de alimentos. É uma questão mais política de distribuição. Mas
em um mundo futuro de 12 ou 14 bilhões de habitantes, essa dieta não daria para
todos. Ela é antiética porque não pode ser estendida para todos. Não fica bem
você defendê-la. Além disso, ela está ligada às principais doenças que levam ao
óbito da sociedade ocidental. E tem também a questão fundamental que é como
estamos criando e abatendo os animais. Tudo isso é muito bem escondido por trás
dos frigoríficos e dessa indústria toda para que a população não veja. E nós
queremos colocar esse debate em pauta. A população tem o direito de se
posicionar, tendo conhecimento de causa. A realidade é que a dieta vegetariana é
saudável, adequada em termos nutricionais e benéfica para o planeta e para os
animais.
Que conselho você daria para uma pessoa que está abolindo a carne do
cardápio?
Primeiro, procure se unir a um dos grupos da internet que estão por aí. Ali, você
vai encontrar apoio e discutir todas as questões com que nos deparamos ao
adotar uma dieta vegetariana. Em segundo, procure uma organização, como a
Sociedade Vegetariana Brasileira, que vai fornecer um subsídio correto sobre
nutrição, para você não ficar desassistido e se sentir mais tranquilo e fortalecido na
sua opção.
1.2 – O que é ser vegetariano?
São eles:
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É um sistema bastante restrito e não se devem cozinhar os alimentos,
ou seja, tirá-los de sua forma naturais, caso contrário, nutrientes seriam
perdidos. Não se deve acrescentar nem sal nem açúcar nos alimentos.
Mas quem decidir seguir esse tipo de dieta não deve fazê-lo de um
dia para o outro. A transição deve ser lenta e gradativa. Mestre DeRose
recomenda que um vegetariano que queira se tornar frugívoro faça a
transição em cinco anos. Um onívoro (que se alimenta de tudo) levaria, em
média, dez anos para alcançar essa dieta.
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A alimentação macrobiótica é baseada no equilíbrio entre alimentos.
Alguns são considerados yin, outros são considerados yang. O yin-yang é
uma filosofia chinesa que prega a existência de duas forças opostas, sendo
que o yin representa o lado escuro, noturno, frio, passivo e é associado à
força feminina; o yang é o lado mais claro, quente, ativo e associado à força
masculina.
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- Carniceirismo: os animais carniceiros, diferentemente dos animais
carnívoros, não matam suas presas, mas comem carne quando ela já está
em início de putrefação, ou seja, virando carniça. Podemos citar entre os
animais carniceiros os abutres, os urubus e as hienas.
Todos eles vão possuir adeptos e pessoas que criticam. Cabe a cada
um saber discernir os argumentos e escolher sua dieta com sabedoria.
Afinal, tudo aquilo que comemos reflete em nosso organismo.
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A ilustração acima mostra os deuses Anúbis, Thot e Hórus, muito
cultuados pela civilização egípcia antiga.
Mas Parvati viu que seu marido sentia falta de suas viagens e o
aconselhou a reviver suas aventuras. Shiva aceitou seus conselhos, colocou
uma pele de tigre nas costas, enrolou duas cobras no pescoço, montou em
sua vaca e foi para as montanhas.
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Lá ele meditou, entretanto, quando Shiva meditava nada conseguia
acordá-lo. Por isso, passou anos meditando e quando acordou, sentiu falta
da esposa e foi para sua casa.
O que Shiva não sabia é que sua esposa estava grávida quando
partiu. Ela deu a luz a um menino chamado Ganapati. Parvati também
melhorou sua casa deixando-a mais confortável.
Mas o primeiro animal que apareceu, não era humano, mas sim um
filhote de elefante. Quando Ganapati recebeu a cabeça do elefante, se
tornou, então, Ganesha. Ele é conhecido como o deus da sabedoria e seu
nome significa “senhor de todos os seres”.
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Por terem os deuses hindus formas animais, o povo que adorava a
esses deuses respeitava os animais e também não os comiam, afinal, eles
eram sagrados.
Essa adoração por animais transcendeu o tempo e pode ser vista até
os dias atuais em algumas culturas. É o caso dos indianos que consideram a
vaca (e o boi) como um animal sagrado, sendo mais puro que um indivíduo
da casta mais alta, um brâmane (a sociedade indiana é dividida em castas).
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O budismo também tem uma dieta vegetariana por acreditar no
carma. O carma, em sânscrito, significa “ato”, “ação”. Ele funciona mais ou
menos como uma lei de causa e efeito, ou seja, tudo o que se faz terá suas
consequências.
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Veja o que consta na Declaração:
PREÂMBULO
Considerando que o respeito dos homens pelos animais está ligado ao respeito
dos homens pelo seu semelhante,
PROCLAMA-SE O SEGUINTE:
Art. 1º - Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos
à existência.
Art. 2º
Art. 3º
1. Nenhum animal será submetido nem a maus tratos nem a atos cruéis.
Art. 4º
1. Todo o animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre
no seu próprio ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático e tem o direito de se
reproduzir.
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2. Toda a privação de liberdade, mesmo que tenha fins educativos, é contrária a
este direito.
Art. 5º
2. Toda a modificação deste ritmo ou destas condições que forem impostas pelo
homem com fins mercantis é contrária a este direito.
Art. 6º
1. Todo o animal que o homem escolheu para seu companheiro tem direito a uma
duração de vida conforme a sua longevidade natural.
Art. 7º
Art. 8º
Art. 9º
Quando o animal é criado para alimentação, ele deve de ser alimentado, alojado,
transportado e morto sem que disso resulte para ele nem ansiedade nem dor.
Art. 10º
Art. 11º
Art. 12º
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2. A poluição e a destruição do ambiente natural conduzem ao genocídio.
Art. 13º
Art. 14º
2. Os direitos do animal devem ser defendidos pela lei como os direitos do homem.
A primeira afirma que os animais são seres que possuem uma vida e
habilidades cognitivas, ou seja, sentem, se comunicam, entre outras
capacidades.
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O escritor norte-americano Gary Francione pontua que não existem
atualmente leis de proteção animal, visto que eles são propriedades dos
humanos. O que existem, para ele, são leis que visam o bem-estar e
protegem o animal enquanto for propriedade de algum ser humano.
Para fazer um pasto, árvores são cortadas e algumas vezes são feitas
queimadas para limpar o campo. Com isso, há a diminuição da fauna local,
ou seja, dos animais que habitavam aquele espaço antes de haver o
desmatamento.
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Quando os excrementos animais vão para os rios, eles podem matar
os peixes e outros animais que dependem daquela água e podem, até
mesmo, contaminar os humanos.
Outro gás poluente que contribui muito para o efeito estufa é o óxido
nitroso. Esse gás é mais poderoso que o CO2 em efeitos poluentes e grande
parte desse gás sai do esterco do gado.
O solo do pasto, depois de algum tempo, passa a não servir nem mais
para a pastagem, pois sofreu muita erosão. Torna-se, então, uma área
inutilizada.
Aqueles que são contra a criação de gado afirmam que essas áreas
onde são cultivados pastos poderiam servir para plantação de diversos
outros alimentos que seriam fornecidos a um grande número de pessoas.
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Tudo isso faz com que o preço da carne seja muito alto em
comparação ao preço dos produtos de origem vegetal. Afinal, antes de
chegar ao consumidor, o animal precisa ser morto, limpo, cortado,
transportado, conservado, embalado e isso requer muitos profissionais
envolvidos, além de outros gastos como energia elétrica.
Para aquele que compra e faz sua própria comida, talvez seja mais
fácil se alimentar de tudo aquilo que gosta. Entretanto, quando não há essa
possibilidade, tudo se torna mais difícil.
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Isso porque, muitas pessoas ainda acreditam que um vegetariano se
alimenta somente de salada ou carne de soja, o que reduziria muito seu
cardápio. E nem todos estão dispostos a mudar seus hábitos e aprenderem
novas receitas, somente para satisfazer as preferências de outra pessoa.
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Nos relacionamentos amorosos também pode haver divergências por
conta dos sistemas alimentares diferentes, especialmente se os casais
moram juntos.
Como nem todas as pessoas sabem lidar com alguém que seja
diferente, se o vegetariano não quiser ter problemas, é melhor deixar essa
informação em segredo em certas ocasiões.
Isso que ocorreu com o Mestre DeRose pode acontecer com outras
pessoas quando mencionarem que são vegetarianas, não só em viagens
aéreas, mas até mesmo em casa de amigos e parentes.
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2.2 – Crianças vegetarianas
Se ela não abre mão de ser vegetariana, deve buscar suprir todas as
necessidades que ela e o bebê precisam, encontrando todos os nutrientes
em fontes vegetais.
Após o parto e até que a criança complete seis meses, ela deve ser
alimentada apenas com o leite materno. Essa é uma recomendação da
Organização Mundial de Saúde, a OMS.
Se uma criança tem uma alimentação que não supre todas as suas
necessidades, certamente terá problemas de aprendizado, de crescimento,
de coordenação motora, de concentração, entre outros problemas que terão
reflexos por toda a vida.
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“as principais preocupações em relação às crianças vegetarianas se
concentram no ferro, no cálcio, na vitamina B12, no zinco e, quando
não há suficiente exposição ao sol, na vitamina D. Alimentos de origem
animal, fontes mais ricas desses nutrientes, são muito importantes
nessa fase de grande desenvolvimento. Os ovo-lacto-vegetarianos
ingerem mais proteínas de origem animal e cálcio, além de outras
vitaminas e minerais, ao passo que as dietas mais restritas trazem
mais riscos, principalmente se seguidas sem orientação.”
Segundo Slywitch:
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Os ovo-lacto-vegetarianos que consomem ovos e leite têm uma
carência menor dessa vitamina em relação aos veganos. É por isso que os
pais que decidem que seus filhos devem seguir uma dieta vegetariana, seja
a vegana ou a ovo-lacto-vegetariana, precisam fazer uma complementação
de vitamina B12, e para isso, devem consultar um médico que indicará onde
encontrar essa vitamina.
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Para que os vegetarianos não tenham deficiência de ferro, devem
consumir com frequência os alimentos vegetais que o contém, além de
ingerir alimentos que contenham vitamina C, que ajuda o organismo a
absorver o ferro.
Esses alimentos podem ser feijão, lentilha, soja, grão de bico, agrião,
couve, damasco, açúcar mascavo, aveia, jabuticaba, entre outros.
Caso isso ocorra na escola, os pais não devem procurar a escola para
críticas, mas sim para orientações. A escola deve estar ciente de que aquela
criança segue uma dieta vegetariana.
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Entretanto, não são todos os professores que se dão conta desses
detalhes. Por isso, os pais devem procurar os professores dos filhos e a
direção da escola e pedir que a criança seja respeitada por ter escolhido a
dieta vegetariana.
Leitura Complementar
Vegetarianismo na Escola
Fevereiro de 2008
Todos estes aspectos podem ser pesquisados com antecedência junto aos
professores, diretores e conversando com outros pais, mas será muito difícil
encontrar a escola perfeita. Diante desta realidade, o melhor que se tem a fazer é
posicionar-se sobre como ajudar a escola em vez de buscar simplesmente criticá-
la. Algumas linhas pedagógicas já partem de um lugar melhor com relação à
questão da alimentação, como é o caso, por exemplo, da pedagogia Waldorf,
ligada à antroposofia, que já tem em sua filosofia muitos aspectos relacionados à
alimentação integral, orgânica e saudável.
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Enviar o lanche de casa é certamente o primeiro passo para cuidar da alimentação
do seu filho na escola. Mas será que o seu filho será o único a levar alimentos
"diferentes" para a escola? Provavelmente não, uma vez que há tantas crianças
com alergias e preferências familiares específicas hoje em dia. Talvez ela não terá
muitos ou sequer um colega vegetariano, mas é improvável que ela seja a única
criança a levar um lanche diferenciado. Seja como for, ao planejar o lanche que
ele levará à escola, inove, faça do lanche vegetariano do seu filho não o mais
"diferente" de todos, mas o mais atraente de todos. Com isso você poderá inspirar
outros a também oferecerem lanches saudáveis para seus próprios filhos.
Em reuniões e festas, não leve apenas a marmita exclusiva da família. Ao
contrário, aproveite a oportunidade para oferecer aos pais e professores um
lanche vegetariano que seja tão criativo quanto saboroso. Vá além do pão integral
com geleia e ofereça a eles torradas integrais com tahine, arroz com lentilhas,
tortas, quibes, vegetais ao molho de tofu com ervas, bolos de frutas... Para o
lanche da criança, aquele pão mais escuro do que o dos colegas ficará mais
interessante se for cortado em formato de estrela e aquelas sementes de girassol
podem vir acompanhadas de um recorte de uma foto da flor de onde essas
sementes vieram, o que despertará o interesse e mudará o alimento de "comida de
passarinho" para "comida florida". Quando se tratam de alimentos vegetais, as
possibilidades de se trabalhar com formas, imagens e histórias são muitas.
Isso tudo inicia o trabalho de mudança dentro da escola por via da curiosidade.
Uma vez conquistada esta fase, é necessário ir além e fornecer informações tanto
para os professores e para a lanchonete da escola quanto para os outros pais e
crianças. Isso pode ser feito criando ou usando as oportunidades de palestras ou
simplesmente oferecendo mão de obra voluntária em eventos. Você pode ainda
pedir a um especialista que analise o cardápio que está sendo oferecido
atualmente. Isso te dará base para argumentar que a sua opção alimentar é uma
opção mais saudável. Com isso, ofereça a ajuda que puder para que algumas
mudanças sejam implantadas.
O que quer que você faça, faça com uma postura positiva, sendo o menos crítico
possível, oferecendo soluções ao invés de simplesmente apontar erros. Se for
fazer uma palestra, pesquise bem o assunto antes e não queira falar tudo o que
sabe sobre vegetarianismo em uma palestra de 30 minutos. Faça uma palestra
que desperte o interesse dos outros sem que eles se tornem defensivos, pois é
somente assim que eles se abrirão para as suas ideias. Lembre-se de que eles, a
princípio, não te solicitaram nada disso e, portanto, vá devagar para não assustá-
los. Procure pela escola por aquelas pessoas que tenham ideais comuns aos
seus, ainda que seja algo apenas próximo ao vegetarianismo, pois eles poderão
ser seus aliados no processo de mudança que você venha a propor.
Fonte: http://www.nutriveg.com.br/vegetarianismo-na-escola.html
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2.3 – Algumas mentiras sobre a alimentação vegetariana
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- Vegetarianos podem comer peixe e frango.
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Dos atletas famosos alguns são vegetarianos. Podemos citar o
pugilista Éder Jofre, o corredor Carl Lewis e o triatleta Dave Scott.
Mentira. Isso só ocorre com aqueles que querem seguir uma dieta
vegetariana sem antes consultar um especialista para obter informações de
como substituir os nutrientes de origem animal.
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Outra doença que pode ser evitada com a dieta vegetariana é a
cardiovascular. Um vegetariano consome menos gordura saturada, que é
encontrada em carnes e outros produtos de origem animal.
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Com muita gordura nos vasos e artérias vai ocorrer um entupimento,
impedindo a circulação normal do sangue, o que vai causar falta de irrigação
e oxigenação nos tecidos do corpo, já que o sangue leva oxigênio e
nutrientes aos tecidos. Observe a ilustração:
Fonte: http://www.mdsaude.com/2008/11/colesterol-bom-hdl-e-colesterol-ruim.html
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Na teníase, quando se come a carne contaminada, o embrião do
parasita, popularmente conhecido por tênia, se fixa na parede do intestino da
pessoa absorvendo os alimentos que vão para lá. Os sintomas podem ser
enjoos, dores de cabeça, fraqueza, diminuição no peso, insônia e momentos
de irritabilidade.
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Há outras desvantagens associadas ao vegetarianismo que não têm
relação com a saúde. Para os mais vaidosos, uma dieta vegetariana que não
supra a quantidade necessária de ferro nem de vitamina B12, pode causar
queda de cabelo, além de fios brancos. O ferro garante que os cabelos não
caiam e a vitamina B12 ajuda a mantê-los em sua cor natural.
Isso pode parecer insignificante para alguns, mas para outros pode
ser motivo suficiente para abandonar a dieta vegetariana. Nem todos têm
disposição e força de vontade para enfrentar esses obstáculos.
Quando uma pessoa decide, por algum motivo, mudar sua dieta, ela
pode fazer isso gradualmente, ou mesmo de um dia para o outro. A
transição de dietas pode ser, por exemplo, passar de onívoro para ovo-lacto-
vegetariano, ou de ovo-lacto-vegetariano para vegano. Tudo depende da
escolha.
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Seja uma mudança repentina, seja uma mudança gradual, o primeiro
passo depois da decisão de mudar é consultar um nutricionista e um médico.
Se você pretende se tornar vegetariano, procure especialistas que tenham
conhecimento sobre uma dieta sem carnes.
Escolha uma ou duas de suas refeições e tire tudo aquilo que for
carne. Troque os temperos feitos à base de carne pelos feitos à base de
legumes. Experimente novos sabores de acordo com seus gostos. É menos
radical passar de uma dieta onívora para uma ovo-lacto-vegetariana, mas
nada impede que, com o tempo, se consiga alcançar uma dieta vegana.
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Se a pessoa pretende alcançar uma dieta vegetariana mais restrita
como a vegana, que não há o consumo de nenhum alimento de origem
animal, ela pode fazer uma transição de ovo-lacto-vegetariana para lacto-
vegetariana, e depois passar de lacto-vegetariana para vegana.
Seja qual for sua decisão, é preciso que se sinta confortável com a
mudança. Mudar sempre exige força de vontade e determinação do
indivíduo. Para mudar seus hábitos alimentares é necessário ter
responsabilidade e fazer acompanhamento com profissionais capacitados
para que seu novo estilo de vida não se torne prejudicial a sua saúde.
49
3.1 – Pirâmide alimentar vegetariana
Assim, como cada sociedade tem a sua pirâmide, seria ideal que cada
indivíduo tivesse a sua, pois as necessidades de cada um são diferentes.
Isso significa que uma pessoa que deseja ganhar peso terá uma pirâmide
alimentar diferente de uma que almeje o contrário, ou seja, perder peso.
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Aqueles que seguem uma dieta onívora, que podem comer de tudo,
terão uma pirâmide alimentar diferente de quem segue uma alimentação
vegetariana. Já os veganos terão outra pirâmide onde não entrarão produtos
de origem animal.
51
Na base da pirâmide acima temos o grupo “pães, cereais, arroz e
massas”. A Associação Dietética Americana recomenda na base de sua
pirâmide que se coma, por dia, de seis a onze porções de:
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O grupo ao lado é dos feijões, nozes, sementes, ovos, e substitutos
da carne. A recomendação é a ingestão de 2 a 3 porções diárias de:
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Os alimentos estão sugeridos na pirâmide para serem consumidos em
doses diárias. Essas doses podem vir ao longo do dia e não somente em
uma refeição. Se uma de suas refeições incluiu mais alimentos ricos em
carboidratos, a próxima refeição pode ter maiores taxas de proteína. Assim,
ao final do dia, foram consumidos todos os nutrientes necessários para uma
dieta balanceada.
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No grupo localizado acima das frutas e outros vegetais, estão os
alimentos que conferem proteína e cálcio à dieta vegana. Em uma dieta
onívora, as maiores fontes de proteína vêm de carnes e produtos de origem
animal. Mas nas dietas vegetarianas e, no caso da pirâmide acima, das
veganas, é preciso substituir esses alimentos.
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É possível citar como exemplo o sal, a margarina e a manteiga. O
açúcar mascavo é fonte de ferro e outros minerais, entretanto, deve ser
consumido em pequena quantidade.
Nesse grupo também está o óleo de linhaça que deve ser consumido
diariamente, pois fornece ômega-3, um ácido graxo que auxilia o bom
funcionamento do cérebro, nervos, olhos, além de outros benefícios. Uma
colher de chá do óleo por dia já é capaz de suprir as necessidades do
organismo. O ômega-3 é muito encontrado nos peixes, por isso, precisa de
um alimento que faça a substituição, no caso, o óleo de linhaça.
A exposição ao sol faz com que a vitamina D seja ativada, já que uma
dieta vegetariana possui poucas fontes dessa vitamina. Com o auxílio da luz
solar em horário adequado, o próprio organismo se encarrega de ativar a
vitamina D.
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Veja as tabelas disponibilizadas pela ANVISA:
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É importante esclarecer as seguintes siglas:
- mg significa miligrama;
- g significa grama;
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Vitamina K mcg 5 10 15 20 30
Cálcio mg 400 600 800 800 800
Fósforo mg 300 500 800 800 800
Magnésio mg 40 60 80 120 170
Ferro mg 6 10 10 10 10
Flúor mg 0,1-0,5 0,2-1,0 0,5- 1,0- 1,5-
1,5 2,5 2,5
Zinco mg 5 5 10 10 10
Cobre mg 0,4-0,6 0,6-0,7 0,7- 1,0- 1-2
1,0 1,5
Iodo mcg 40 50 70 90 120
Selênio mcg 10 15 20 20 30
Molibdênio mcg 15-30 20-40 25- 30- 50-
50 75 150
Cromo mcg 10-40 20-60 20- 30- 50-
80 120 200
Manganês mg 0,3-0,6 0,6-1,0 1,0- 1,5- 2-3
1,5 2,0
59
Vitamina B6 mg 2,2 2,1 2,1
(Piridoxina)
Vitamina B12 2,2 2,6 2,6
(Cianoco- mcg
balamina)
Vitamina C mg 70 95 90
Vitamina E 10 12 11
mg a -TE
(Tocoferóis)
Biotina mcg 30-100 30-100 30-100
Ácido Fólico mcg 400 280 260
Vitamina K mcg 65 65 65
Cálcio mg 1.200 1.200 1.200
Fósforo mg 1.200 1.200 1.200
Magnésio mg 300 355 340
Ferro mg 30 15 15
Flúor mg 1,5-4,0 1,5-4,0 1,5-4,0
Zinco mg 15 19 16
Cobre mg 1,5-3,0 1,5-3,0 1,5-3,0
Iodo mcg 175 200 200
Selênio mcg 65 75 75
Molibdênio mcg 75-250 75-250 75-250
Cromo mcg 50-200 50-200 50-200
Manganês mg 2-5 2-5 2-5
60
Alimentos que fornecem vitamina A ao organismo são o agrião, a
couve, o espinafre e frutas e legumes de cor alaranjada como a cenoura, a
manga, a abóbora, entre outros.
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Boas fontes de cálcio podem ser os vegetais de folhas verde-escuras
como o brócolis e a couve, o leite, as amêndoas, o tofu, e outros alimentos.
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3.3 – Alimentos derivados da soja
Com esse grão é possível fazer diversos outros alimentos que podem
estar inclusos ou não em uma dieta vegetariana, mas isso depende do gosto
do consumidor, pois há quem não se agrade pelo sabor dos produtos
derivados da soja.
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Agora veja a imagem da proteína já hidratada e cortada em fatias:
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- Leite de soja: o leite de soja pode ser usado para substituir o leite
de origem animal, já que sua textura é muito semelhante. Ele pode ser
líquido, ou em pó, assim como os leites de origem animal.
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- Tofu: é o queijo oriundo do leite de soja. Ele pode ser consumido em
sua forma original, ou ser usado em receitas. É um queijo rico em proteínas.
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- Tempeh: o tempeh é um alimento originário da Indonésia, mais
denso e conseguido por meio da fermentação de grãos de soja. O processo
de fermentação da soja faz com que o alimento seja mais facilmente
digerível e adquira proteínas que não são conseguidas em outros processos.
A soja e seus derivados são uma boa opção para substituir alguns
alimentos de origem animal em receitas. Entretanto, eles não são itens
obrigatórios em uma dieta vegetariana, ao contrário do que muitos podem
pensar.
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3.4 – É preciso substituir a carne?
Nas dietas onívoras, a carne era tida como o prato principal. Nas
dietas vegetarianas, os pratos principais serão outros, o que faz o
vegetariano ir em busca de variedades alimentares, e essa é uma das
vantagens da dieta vegetariana: a variedade.
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A carne possui proteínas mais completas, ou seja, com um maior
número de aminoácidos. Os aminoácidos são moléculas que se juntam para
formar as proteínas em nosso organismo.
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A carne e produtos de origem animal como ovos e leite são ricos em
aminoácidos essenciais, por isso, diz-se que suas proteínas são mais
completas. Somente um tipo de alimento de origem vegetal não será capaz
de suprir todas as necessidades que o organismo tem desses aminoácidos.
No caso de uma dieta vegetariana, para que o corpo não fique carente
dessas substâncias, é necessário ingerir uma grande variedade de
alimentos.
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Existe também o cloro em pó indicado para essa finalidade. As
medidas devem ser as que estiverem no rótulo. As folhas devem ficar
submersas por quinze minutos, seja na solução com cloro ou água sanitária.
Esse alimento não está pronto para o consumo, ele ainda deve ser
cozido. Não há a necessidade de descongelamento prévio, ele pode ser
cozido assim que retirado do freezer ou congelador.
O sal também não deve ser usado em excesso, pois ele retém
líquidos e pode fazer com que a pessoa adquira hipertensão, ou seja,
pressão alta, e problemas nos rins. A Organização Mundial de Saúde, a
OMS, recomenda que um adulto consuma apenas seis gramas de sal por
dia.
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Algumas pessoas preferem usar o sal marinho em suas receitas por
conter mais minerais. O refino do sal faz com que ele perca esses minerais.
Há alguns sais modificados que possuem menos sódio, componente que
mais influencia na aquisição da hipertensão.
Bife de Lentilha
Ingredientes:
- sal marinho
- salsinha, cebolinha
Modo de preparo:
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Coloque a lentilha em um vasilhame – amasse com um garfo – amasse
muito bem. Acrescente o gérmen, a cebola e os temperos que quiser, e o sal
marinho. Se precisar, acrescente um pouco da água do cozimento.
Abobrinhas recheadas
Ingredientes:
- 4 abobrinhas médias
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- 2 colheres (sopa) de salsinha picada
Modo de preparo:
Estrogonofe Vegano
Ingredientes:
- sal
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- 1 vidro grande de cogumelos
- 1 pitada de curry
Modo de preparo:
Junte o curry. Misture bem e sirva, acompanhado com arroz e batata palha.
Creme de tofu
Bata no liquidificador:
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Ingredientes da Massa:
- 2 xícaras de açúcar
Ingredientes da cobertura:
- 1 xícara de açúcar
- 1 pitada de sal
Modo de preparo:
Adicione a baunilha e bata bem. Deite a massa numa forma untada com um
pouco de óleo e polvilhada com farinha. Asse no forno, a 350º C, durante 45-
50 minutos.
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Para a cobertura, misture a farinha e a água numa panela. Cozinhe em fogo
médio, mexendo bem, até se tornar espesso e suave.
Bibliografia
OVÍDIO. Metamorfoses.
DEROSE, Luis Sérgio Álvares. Alimentação Vegetariana: Chega de Abobrinha! São Paulo: Nobel.
2004.
Portal Vegetarianismo.
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