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CASO 1:
CASO 2:
CASO 3:
Montara seu consultório fazia algum tempo, mas não conseguia passar de
um minguado número de clientes e isso, sequer, lhe permitia arcar com as
despesas do próprio consultório.
Tivera o cuidado prévio de saber quanto os colegas estavam cobrando por
serviços similares e, portanto, não estava fora da base. Fizera um cartão de
participação da abertura do consultório e mandara para todos os amigos,
conhecidos e parentes.
Colocara, inclusivamente, pequenos anúncios em jornal. O que estava
faltando, afinal, — pensava ele — se eu fiz tudo o que achava que devia fazer?
Trocando ideias com amigos, recebia sugestões as mais desencontradas,
de como fazer para resolver aquele problema. Até que, certa vez, um de seus
amigos, assumindo ares de seriedade e de conselheiro, abordou vários pontos
que poderiam sanar aquela situação:
Olha, fulano, o mercado não está fácil para qualquer profissão. A concorrência é
acirrada. Talvez os preços cobrados sejam elevados demais e isso afasta ou
impede o possível cliente. Você precisa ser mais agressivo em matéria de
propaganda. É um direito que lhe assiste o de cobrar o que você quiser. Acho que,
num próximo anúncio, você deveria mencionar o preço da consulta mas, faça um
preço bem bara-tinho para servir de chamarisco. Diga, até, que poderá fazer
descontos especiais em certos casos. Afinal, sua profissão é de servir ao próximo
e de que maneira você poderá servi-lo se os clientes não aparecem? Talvez não
apareçam porque não sabem que você cobra bem baratinho. Faça esse anúncio,
mas mencione claramente o preço. Isso é importante.
O Psicólogo, ante aquele arrazoado aparentemente tão sensato, começou
a pensar seriamente naquilo tudo. Alimentava apenas uma dúvida: o que os seus
colegas pensariam, e como eles receberiam esse tipo de divulgação profissional?
Finalmente, convenceu-se de que o amigo estava com a razão. Precisava,
mesmo, ser mais agressivo e objetivo e "comover" o público.
Rascunhou um anúncio e foi cortando aquilo que achava que poderia ser
cortado, para que o anúncio ficasse o menor possível, porque era caro. Chegou,
após inúmeros rabiscos, à forma final.
Dias depois saía o anúncio. Entre outras coisas, avultava o citado
"chamarisco": "Consulta:R$10,00. Desconto de 50% a estudantes. Gratuita, aos
reconhecidamente pobres".