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Disciplina: LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL

Professora: Ana Sandra Fernandes Arcoverde Nóbrega


Aluno 1: Raphael Patrício de Andrade Falcão
Aluno 2: Luis Filipe Alves Vieira do Nascimento

Considere os casos a seguir e em acordo com código de ética e legislação da


profissão, estabeleça o enquadre.

CASO 1:

Determinado jornal, achando que sua seção de "consultório sentimental" já


estava bastante desgastada, e pretendendo proprocionar algo mais científico aos
seus leitores, convidou Psicólogo para esse setor. E a coluna passou a chamar-se
Consultório Psicológico. O Psicólogo era realmente bom de redação. Conciso,
prático, objetivo. E as cartas dos leitores aumentavam dia a dia. O Psicólogo
analisava cada uma e, através de sua coluna, dava o psicodiagnóstico individual.
Aliás, dado o volume de cartas, passou até a dar, por carta mesmo,
psicodiagnóstico individual, porque sua coluna era pequena.
O sucesso da coluna estava comprovado. Assim, foi ele convidado para
esse mesmo trabalho no "Rádio" e, a seguir, na Televisão. Sua facilidade de
comunicação e a maneira precisa com que apresentava os diagnósticos,
transformaram-no num verdadeiro "oráculo". Com o tempo, mercê da aceitação,
passou também para o prognóstico.
O bom do programa era o fato de ele fazer psicodiagnósticos individuais.
Falar "em tese", isto é, genericamente, segundo diziam, já estava superado. Em
determinados dias, pessoas compareciam ao programa, expunham seus
problemas e ele diagnosticava e os aconselhava. As pessoas se retiravam e
terminava o programa.
Os patrocinadores, cientes e conscientes de que estavam prestando um serviço
público, queriam aprimorar cada vez mais esse tipo de ajuda ao próximo, segundo
eles diziam. E assim, surgiram os avisos, através do rádio e da televisão: Se você
tem problemas compareça no dia tal, que o Psicólogo dirá, "ao vivo", como
livrar-se desses problemas.
A par disso, o Psicólogo trabalhava normalmente em sua clínica, atendendo
regularmente seus próprios clientes. Clientes de verdade, conforme ele dizia. Os
clientes de rádio, televisão ou jornal pertenciam aos programas que ele fazia. E o
fazia bem, diga-se de passagem.
Acontece que, de repente, sem quaisquer outras explicações, os programas
foram interrompidos e a sua coluna, no jornal, passou a ter outra roupagem.
Algumas pessoas, mais renitentes, chegaram a telefonar às emissoras
querendo saber as razões do "corte" dos programas do Psicólogo. E as respostas
eram evasivas. Aqueles "clientes" que se dirigiam às "estações", ficavam sem
atendimento e, aborrecidos, retornavam às casas.
Até que se soube, por alto, a razão: "o Psicólogo não pode mais fazer os
programas porque, parece que está impedido. . ."

O terapeuta estava desrespeitando o valor da profissão à medida em que


fazia diagnósticos e dava prognósticos com uma “consulta” ao vivo. Assim, ele
quebrou o sexto princípio fundamental do código de ética, que fala: “O psicólogo
zelará para que o exercício profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando
situações em que a Psicologia esteja sendo aviltada.”

CASO 2:

Não era cliente há muito tempo mas já estava relativamente


satisfeito com os resultados. Sentia-se melhor, mais firme, menos
ansioso, etc. O seu Psicólogo, profissional competente, culto, seguro,
compreensivo, até aquele momento não lhe dera o menor motivo para
desistir do acompanhamento. Pelo contrário, as sessões eram
produtivas e agradáveis e isso lhe dava a segurança que estava
buscando.
O Psicólogo, pelos seus estudos, pela sua formação e pelo seu
interesse em aprender sempre, possuía conhecimentos sólidos em
outras áreas também. Notadamente no setor religioso. Era praticante e
pautava sua vida dentro de princípios rígidos.
Assim,analisando a ficha daquele cliente, notou que o mesmo
professava religião "diferente da sua. Achou que devia, oportunamente,
abordar o assunto. Isso lhe parecia da sua alçada também porque,
segundo entendia, orientação precisa ser "orientação integral".
Aos poucos, aproveitando alguns minutos de cada sessão, foi
colocando esse assunto em pauta. A princípio, o cliente vacilou um
pouco. Mas, com o decorrer do tempo passou a falar sobre sua religião,
embora de maneira superficial. Ao que o Psicólogo, de maneira suave,
refutava sem impor.
O tempo se encarregará disso, pensava. Com o crescer do
assunto, como não podia deixar de acontecer, atingiu-se a parte
doutrinária e, nessa altura, o cliente já não tinha tantos argumentos de
defesa. Aliás, ele não procurara um Teólogo, procurara um Psicólogo.
E o Psicólogo, paulatina e comparativamente, procurava incutir no
cliente, que certos princípios deveriam ser interpretados de outra
maneira. Caso contrário, a religião se tornaria falha porque,
doutrinariamente, ele. Psicólogo, poderia fazê-lo entender que estava
seguindo algo duvidoso.
Diga-se de passagem, que o Psicólogo estava satisfeito com o
trabalho de proselitismo que vinha desenvolvendo junto ao cliente.
O cliente, que confiava no Psicólogo, passou a aceitar aquelas
inserções durante cada sessão. Tendo certas dúvidas na religião que
professava, passou, portanto, a aceitar aquela doutrinação. Entendendo
que aquilo fazia parte integrante da tarefa terapêutica, não lhe restava
outra alternativa senão concordar, embora receoso da reação de sua
família quando soubesse de sua nova abordagem no setor religioso,
melhor dizendo, de suas novas dúvidas a respeito do assunto.

Não cabe ao terapeuta questionar a religião do seu paciente. Nesse caso, o


terapeuta infringiu o artigo número 2, parágrafo B a respeito das responsabilidades
do psicólogo, onde está escrito que é vedado ao psicólogo: “Induzir a convicções
políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a
qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais”.

CASO 3:

Montara seu consultório fazia algum tempo, mas não conseguia passar de
um minguado número de clientes e isso, sequer, lhe permitia arcar com as
despesas do próprio consultório.
Tivera o cuidado prévio de saber quanto os colegas estavam cobrando por
serviços similares e, portanto, não estava fora da base. Fizera um cartão de
participação da abertura do consultório e mandara para todos os amigos,
conhecidos e parentes.
Colocara, inclusivamente, pequenos anúncios em jornal. O que estava
faltando, afinal, — pensava ele — se eu fiz tudo o que achava que devia fazer?
Trocando ideias com amigos, recebia sugestões as mais desencontradas,
de como fazer para resolver aquele problema. Até que, certa vez, um de seus
amigos, assumindo ares de seriedade e de conselheiro, abordou vários pontos
que poderiam sanar aquela situação:
Olha, fulano, o mercado não está fácil para qualquer profissão. A concorrência é
acirrada. Talvez os preços cobrados sejam elevados demais e isso afasta ou
impede o possível cliente. Você precisa ser mais agressivo em matéria de
propaganda. É um direito que lhe assiste o de cobrar o que você quiser. Acho que,
num próximo anúncio, você deveria mencionar o preço da consulta mas, faça um
preço bem bara-tinho para servir de chamarisco. Diga, até, que poderá fazer
descontos especiais em certos casos. Afinal, sua profissão é de servir ao próximo
e de que maneira você poderá servi-lo se os clientes não aparecem? Talvez não
apareçam porque não sabem que você cobra bem baratinho. Faça esse anúncio,
mas mencione claramente o preço. Isso é importante.
O Psicólogo, ante aquele arrazoado aparentemente tão sensato, começou
a pensar seriamente naquilo tudo. Alimentava apenas uma dúvida: o que os seus
colegas pensariam, e como eles receberiam esse tipo de divulgação profissional?
Finalmente, convenceu-se de que o amigo estava com a razão. Precisava,
mesmo, ser mais agressivo e objetivo e "comover" o público.
Rascunhou um anúncio e foi cortando aquilo que achava que poderia ser
cortado, para que o anúncio ficasse o menor possível, porque era caro. Chegou,
após inúmeros rabiscos, à forma final.
Dias depois saía o anúncio. Entre outras coisas, avultava o citado
"chamarisco": "Consulta:R$10,00. Desconto de 50% a estudantes. Gratuita, aos
reconhecidamente pobres".

O terapeuta errou ao acidentalmente fazer uma forma de discriminação ao


anunciar o seu serviço. Além disso, ele não parece ter colocado um valor realista
para a sua atividade profissional, de certa maneira desmerecendo os serviços da
prática psicológica. Por conta desses fatores, ele infringiu o segundo e o sexto
princípio fundamental do código de ética, que falam respectivamente: “O psicólogo
trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das
coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão” e “O psicólogo zelará
para que o exercício profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando
situações em que a Psicologia esteja sendo aviltada.”

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