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REGIMENTO INTERNO DO SENADO FEDERAL ESQUEMATIZADO

Módulo IX – Professor Gabriel Dezen

Sumário
REGIMENTO INTERNO DO SENADO FEDERAL ESQUEMATIZADO

CAPÍTULO VI – DA COMPETÊNCIA..................................................................................3

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REGIMENTO INTERNO DO SENADO FEDERAL ESQUEMATIZADO
Módulo IX – Professor Gabriel Dezen

Gabriel Dezen
Gabriel Dezen Junior é bacharel em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina. Especialista
em Direito Constitucional, é, atualmente, Consultor Legislativo do Senado Federal, concursado. Foi,
sempre por concurso público, Delegado de Polícia Federal e Analista de Jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal. É professor de Direito Constitucional e, também, conferencista e parecerista nessa
área jurídica. É autor de diversas obras sobre esse ramo do Direito Público, a principal delas sendo a
Constituição Federal Interpretada (Ed. Impetus, 1.520 pág, 1ª edição 2010). Professor do Gran Cursos
Online nas disciplinas: Regimento Interno do Senado Federal; Regimento Comum; Regimento Interno
da Câmara dos Deputados; Processo Legislativo; Técnica Legislativa; e Direito Constitucional.

CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA

Seção I
Disposições Gerais

As comissões do Senado Federal são detentoras de compe-


tências que se dividem em dois grupos:
– as constitucionais gerais, comuns a todas as comissões,
Ponto importante! repetidas no art. 90 do RISF.
– as regimentais específicas, elencadas comissão a comis-
são, a partir do art. 98.

As comissões do Senado são formadas por Senadores e Senadoras, indicados pelos


líderes dos respectivos partidos políticos e blocos parlamentares. Esses órgãos fracionários
podem ser permanentes ou temporários.
Entre as comissões permanentes, temos a Comissão Diretora e as Comissões Técnicas.
As competências da Comissão Diretora constam no art. 98 e serão examinadas à frente.
Quanto às Comissões Técnicas, o RISF divide suas competências em dois grupos:
– as gerais, exercitáveis por todas elas;
– as específicas, que são próprias e peculiares de cada uma, em razão de matéria.

Art. 90. Às comissões compete:


I – discutir e votar projeto de lei nos termos do art. 91 (Const., art. 58, § 2º, I);
Em quadro:

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A competência para “discutir” significa analisar proposições e respectivas


emendas e emitir o parecer da comissão sobre a matéria, estritamente
relativo aos aspectos ligados à respectiva área temática.

“DISCUTIR”
ATENÇÃO

Quando a comissão se limita a analisar uma proposição e emitir parecer,


a votação, como regra, incumbirá ao Plenário.

A competência para “votar” proposições é excepcional e foi inaugurada


pela vigente Constituição Federal de 1988.
Designada no SF como competência terminativa, significa a atribuição
reconhecida às comissões para, substituindo o Plenário do Senado, vo-
tar e decidir sobre a proposição (processo legislativo abreviado).
A decisão da Comissão, qualquer que seja, admite recurso a Plenário.
“VOTAR”
ATENÇÃO

O RISF, erradamente, limita o poder de comissão votar a “projetos de


lei”, quando o art. 91, a seguir, admite a votação em comissão de outras
proposições, como projetos de decretos legislativos e projetos de reso-
lução do Senado.

II – realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil (Const., art. 58,
§ 2º, II);

Como determinado pelo art. 93, a audiência pública será realizada pela comissão para
instruir matéria sob sua apreciação ou tratar de assunto de interesse público relevante. Essas
audiências serão sempre prévias às deliberações da comissão, e somente podem versar
sobre matéria de sua respectiva competência. Nelas, são ouvidos especialistas e entidades
que tenham informações ou elementos importantes a dar ao Senado para orientar a decisão
legislativa.

Sobre as audiências públicas:

Matéria conexa Art. 93. A audiência pública será realizada pela comissão para:
I – instruir matéria sob sua apreciação;
II – tratar de assunto de interesse público relevante.

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A expressão “entidades da sociedade civil” abrange qualquer


entidade organizada, com personalidade jurídica ou não,
Ponto importante! como associações, sindicatos, agremiações, entidades repre-
sentativas, grupos e afins.

III – convocar Ministros de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente


subordinados à Presidência da República para prestarem informações sobre assuntos
inerentes a suas atribuições e ouvir os Ministros quando no exercício da faculdade
prevista no art. 50, § 1º, da Constituição (Const., arts. 50 e 58, § 2º, III);

No caso de convocação, o comparecimento do Ministro é obrigatório, sob pena de come-


timento de crime de responsabilidade, se a ausência não for adequadamente justificada.
É indispensável que a matéria que justifica a convocação seja situada na área de compe-
tência do Ministério cujo titular é convocado e, também, que se insira entre aquelas de com-
petência da comissão que está formalizando a convocação.

IV – receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa


contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas (Const., art. 58, § 2º, IV);
O recebimento de tais documentos é regulado pelos arts. 409 a 411 deste Regimento.

Sobre documentos:

Art. 409. As petições, memoriais, representações ou outros do-


Matéria conexa cumentos enviados ao Senado serão recebidos pelo Serviço de
Protocolo e, segundo a sua natureza, despachados às comissões
competentes ou arquivados, depois de lidos em plenário, quando
o merecerem, a juízo da Presidência.

V – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão (Const., art. 58, § 2º, V);
Ao contrário da convocação prevista pelo inciso III, quando o comparecimento é obrigató-
rio, a solicitação de depoimento pode ser ignorada pela autoridade ou cidadão demandados,
configurando uma faculdade constitucional destes.

Essa solicitação poderá ser dirigida, inclusive, a autoridades


Ponto importante! distritais, estaduais ou municipais, não sujeitas à competência
fiscalizatória do Senado Federal.

VI – apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desen-


volvimento e sobre eles emitir parecer (Const., art. 58, § 2º, VI);
Essa competência abrange a análise, discussão e emissão de parecer técnico, evidente-
mente sempre limitadas ao campo temático de cada comissão.

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VII – propor a sustação dos atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
poder regulamentar (Const., art. 49, V);
Essa competência se traduz na possibilidade de apresentação formal de projeto de
decreto legislativo do Congresso Nacional cujo objetivo seja a suspensão (e não revogação
ou anulação), total ou parcial, de ato do Poder Executivo, sob qualquer designação formal,
cujo conteúdo seja exorbitante das suas atribuições regulamentares. Consubstancia o que
doutrinariamente é chamado de veto legislativo.

ATENÇÃO

O veto legislativo configura, tecnicamente, controle de constitucionalidade político e


repressivo, exercido pelo Congresso Nacional por meio de decreto legislativo, conforme
autorizado pela Constituição Federal, no art. 49, V.

VIII – acompanhar junto ao Governo a elaboração da proposta orçamentária, bem


como sua execução;
Essa atuação é feita por cada comissão no âmbito da respectiva área temática, e também,
de forma abrangente, pela Comissão com competência para fiscalização e controle.
Trata-se de uma atuação acessória à da Comissão Mista de Orçamento.

IX – acompanhar, fiscalizar e controlar as políticas governamentais pertinentes às


áreas de sua competência;
Essa competência, assim, admite exercício concomitante e posterior da implementação
das políticas públicas.

Nos termos do art. 96-B, as comissões deverão selecionar, na sua


área de competência – muitas delas com áreas múltiplas – as po-
líticas que deverão ser avaliadas:

Art. 96-B. No desempenho da competência prevista no inciso IX


do art. 90, as comissões permanentes selecionarão, na área de
sua competência, políticas públicas desenvolvidas no âmbito do
Poder Executivo, para serem avaliadas.
§ 1º Cada comissão permanente selecionará as políticas públicas
Matéria conexa até o último dia útil do mês de março de cada ano.
§ 2º Para realizar a avaliação de que trata o caput, que se esten-
derá aos impactos das políticas públicas e às atividades meio de
suporte para sua execução, poderão ser solicitadas informações e
documentos a órgãos do Poder Executivo e ao Tribunal de Contas
da União, bem como a entidades da sociedade civil, nos termos
do art. 50 da Constituição Federal.
§ 3º Ao final da sessão legislativa, a comissão apresentará relatório
com as conclusões da avaliação realizada.

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X – exercer a fiscalização e controle dos atos do Poder Executivo, incluídos os


da administração indireta, e quanto às questões relativas à competência privativa do
Senado (Const., arts. 49, X, e 52, V a IX);
Essas competências são desempenhadas principalmente pela comissão com competên-
cia para fiscalização e controle.
As competências privativas do Senado, referidas, são todas exercidas por resolução.

XI – estudar qualquer assunto compreendido nas atribuições do Senado, propondo


as medidas legislativas cabíveis;
Esses estudos podem ser de iniciativa da própria comissão, provocados por Senador, por
meio de indicação, ou por entidades ou órgãos externos ao Senado Federal.

As “medidas legislativas cabíveis” podem ser quaisquer


delas, desde proposição (proposta de emenda à Constituição,
Ponto importante! projeto de lei, projeto de decreto legislativo ou de resolução)
até comissão parlamentar de inquérito, audiência pública ou
arguição de autoridade.

XII – opinar sobre o mérito das proposições submetidas ao seu exame, emitindo o
respectivo parecer;
Essa é uma das principais atribuições de comissões técnicas, diretamente relacionada ao
processo legislativo, e será examinada detidamente quando abordarmos, em aula própria, o
processo legislativo ordinário regimental.

XIII – realizar diligência.


São diligências a requisição de documentos, a arguição de autoridade, a audiência pública
e a fiscalização, entre outras.

Parágrafo único. Ao depoimento de testemunhas e autoridades aplicam-se, no que


couber, as disposições do Código de Processo Civil.
Esses depoimentos podem ser obtidos mediante convite de comissão, intimação ou com-
parecimento espontâneo.

Art. 91. Às comissões, no âmbito de suas atribuições, cabe, dispensada a compe-


tência do Plenário, nos termos do art. 58, § 2º, I, da Constituição, discutir e votar:
Esse art. 91 veicula o chamado poder terminativo (ou competência terminativa)
de comissão.

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A competência terminativa de Comissão tem base no art. 58, § 2º, I, da Constituição


Federal e consiste fundamentalmente na possibilidade de comissão, em vez de votar apenas
parecer, votar proposição, substituindo o Plenário do Senado.

ATENÇÃO

1 – Como regra, Comissão não vota projeto; vota parecer a projeto. A competência
de decidir sobre projetos e outras proposições é do Plenário do Senado.
2 – A competência de Comissão votar proposição, substituindo o Plenário é identifi-
cada pelo RISF como competência terminativa, e constitui, tecnicamente, o procedimen-
to legislativo abreviado.

O RISF trabalha a questão da competência terminativa em três grupos:


– as proposições de tramitação terminativa obrigatória;
– as proposições de tramitação terminativa proibida;
– as proposições de tramitação terminativa facultativa.

Em quadro:

– Projetos de lei ordinária de autoria de Senador (RISF, art. 91, I);


– Projetos de resolução que versem sobre a suspensão da execução,
no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão
Tramitação definitiva do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 52, X) (RISF, art. 91, II);
terminativa – Projetos de decreto legislativo relativos à concessão ou renovação
obrigatória de concessão de canais de rádio ou de televisão, de que trata o § 1º
do art. 223 da Constituição Federal (RISF, art. 91, III);
– Parecer de avaliação do Sistema Tributário Nacional, de que trata do
art. 52, XV, da CF (RISF, art. 393-F).

– Proposta de Emenda à Constituição;


– Projeto de lei complementar;
– Projeto de código;
– Projeto de lei de consolidação;
– Projeto de resolução que altere o Regimento Interno;
– Projetos de resolução a que se referem os arts. 52, V a IX, e 155, §§ 1º,
IV, e 2º, IV e V, da Constituição Federal. Essas resoluções versam sobre:
Tramitação Art. 52, V – autorizar operações externas de natureza financei-
terminativa ra, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
proibida Territórios e dos Municípios;
VI – fixar, por proposta do Presidente da República, limites glo-
bais para o montante da dívida consolidada da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII – dispor sobre limites globais e condições para as operações
de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entida-
des controladas pelo Poder Público federal;

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VIII – dispor sobre limites e condições para a concessão de ga-


rantia da União em operações de crédito externo e interno;
IX – estabelecer limites globais e condições para o montante da dí-
vida mobiliária dos Esatados, do Distrito Federal e dos Municípios;
As referidas no art. 155 da Constituição Federal dizem respeito ao esta-
belecimento de alíquotas dos impostos estaduais (ICMS, IPVA e Imposto
de Transmissão Causa Mortis e Doações). Essas resoluções estão referi-
das no art. 394 do RISF e serão analisadas em aula própria.

Quaisquer outras proposições que não estejam entre as vedadas.


Segundo o § 1º do art. 91 do RISF, a decisão pela tramitação terminativa
facultativa é do Presidente do Senado, ouvidos os Líderes.
Entre as proposições que podem vir a tramitar terminativamente, o RISF
elenca:
– projeto de decreto legislativo relativo a tratados ou acordos interna-
cionais (CF, art. 49, I);
Tramitação
– projeto de decreto legislativo relativo à autorização para a exploração
terminativa
e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de rique-
facultativa
zas minerais em terras indígenas (CF, art. 49, XVI);
– projeto de decreto legislativo relativo à alienação ou concessão de ter-
ras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares (CF,
art. 49, XVII);
– projetos de lei da Câmara de iniciativa parlamentar que tiverem sido
aprovados, em decisão terminativa, por comissão daquela Casa;
– outras indicações e proposições diversas.

ATENÇÃO

No caso de projeto de lei ordinária de autoria de Senador, para fins de tramita-


ção terminativa, é irrelevante que o autor seja um ou vários Senadores.

Ao se compreender que, nesse tipo de procedimento legislativo,


comissão votará proposição, faz-se necessária uma abordagem
objetiva acerca dos detalhes dessa atribuição de comissão.
Assim:
– nenhuma comissão temporária tem competência terminativa;
– somente comissões permanentes são detentoras dessa com-
petência;
Ponto importante! – não há hipótese regimental de mais de uma comissão per-
manente ter competência terminativa;
– a comissão terminativa será a de maior afinidade com o
mérito da proposição a ser votada. Havendo mais de uma
comissão de mérito, o Presidente do Senado indicará, em seu
despacho, qual será a terminativa;
– a comissão terminativa será sempre a última do despacho
do Presidente.

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I – projetos de lei ordinária de autoria de Senador, ressalvado projeto de código;


A autoria pode ser de um só Senador ou de vários. Para fins de tramitação terminativa, é
irrelevante a matéria contida no projeto de lei.

ATENÇÃO

Projeto de lei complementar de autoria de Senador não se submete à tramitação ter-


minativa.

II – projetos de resolução que versem sobre a suspensão da execução, no todo ou


em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal
Federal (Const., art. 52, X).
Essas resoluções do Senado Federal são aptas à suspensão (e não revogação ou anu-
lação) de leis nacionais, federais, estaduais, distritais ou municipais, no todo ou em parte,
declaradas inconstitucionais por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal em controle
concreto incidental de inconstitucionalidade.

ATENÇÃO

Essa competência do Senado Federal teve a sua eficácia enormemente reduzida por
decisão recente do Supremo Tribunal Federal que, em mutação constitucional, retirou
praticamente todo o efeito útil da intervenção suspensiva de lei declarada inconstitu-
cional.
Para uma análise mais profunda e completa desse aspecto, veja o que consta no meu
Curso de Poder Legislativo na Constituição Federal, no Módulo Competências
Privativas do Senado Federal, disponível nos formatos Aulas em PDF e em Videoaulas
aqui no Gran Cursos Online.

III – projetos de decreto legislativo de que trata o § 1º do art. 223 da Constitui-


ção Federal.
Esse projeto de decreto legislativo versa sobre a concessão ou renovação de concessão
de canais de rádio e televisão pelo Poder Executivo da União, e que dependem de autoriza-
ção do Congresso Nacional.

§ 1º O Presidente do Senado, ouvidas as lideranças, poderá conferir às comissões


competência para apreciar, terminativamente, as seguintes matérias:
Como dito acima, nos comentários ao caput deste art. 91, este § 1º estabelece proposi-
ções de tramitação terminativa facultativa.

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Nessas situações, a tramitação terminativa é decisão singular do


Presidente do Senado Federal.
Ponto importante! A consulta aos Líderes deve ocorrer, mas não condiciona a deci-
são do Presidente.

ATENÇÃO

Para um exame mais técnico e profundo das matérias referidas nos incisos deste parágra-
fo, veja o meu curso Poder Legislativo na Constituição Federal, no Módulo Compe-
tências Exclusivas do Congresso Nacional, aqui no Gran Cursos Online, nos formatos
Aulas em PDF e Videoaulas.

I – tratados ou acordos internacionais (Const., art. 49, I);


O RISF veicula equívoco nesse inciso. O que tramitará no Senado Federal, podendo ser
em processo terminativo, é o projeto de decreto legislativo que internaliza ato internacional,
e não esses atos.

II – autorização para a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pes-


quisa e lavra de riquezas minerais em terras indígenas (Const., art. 49, XVI);
Esta autorização depende de decreto legislativo do Congresso Nacional.

III – alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e qui-
nhentos hectares (Const., art. 49, XVII);
Essas operações são de competência do Poder Executivo e dependem de autorização
do Congresso Nacional, por decreto legislativo.

IV – projetos de lei da Câmara de iniciativa parlamentar que tiverem sido aprova-


dos, em decisão terminativa, por comissão daquela Casa;
Com essa previsão, vê-se que projetos de lei aprovados em procedimento legislativo abre-
viado pela Câmara dos Deputados (chamada de tramitação conclusiva nessa Casa) podem
vir a tramitar de forma terminativa no Senado Federal, atuando como Casa Revisora.

V – indicações e proposições diversas, exceto:


A melhor interpretação aponta para a necessidade de se excluir as proposições citadas,
e concluir-se que todas as demais podem vir a ter tramitação terminativa no Senado Federal.

a) projeto de resolução que altere o Regimento Interno;


Esses projetos de resolução têm tramitação especial, como consta no art. 401.

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b) projetos de resolução a que se referem os arts. 52, V a IX, e 155, §§ 1º, IV, e 2º, IV
e V, da Constituição;
As matérias do art. 155, referido, são alíquotas de impostos estaduais.

Consta nos incisos do art. 52 da Constituição Federal, referidos:

Art. 52, V – autorizar operações externas de natureza finan-


ceira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral, dos Territórios e dos Municípios;
VI – fixar, por proposta do Presidente da República, limites
globais para o montante da dívida consolidada da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
Matéria conexa VII – dispor sobre limites globais e condições para as ope-
rações de crédito externo e interno da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e
demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII – dispor sobre limites e condições para a concessão de ga-
rantia da União em operações de crédito externo e interno;
IX – estabelecer limites globais e condições para o montan-
te da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios;

c) proposta de emenda à Constituição.


Proposta de Emenda à Constituição se sujeita a processo legislativo especial, regulado
pelo art. 354 e seguintes.
§ 2º Encerrada a apreciação terminativa a que se refere este artigo, a decisão da
comissão será comunicada ao Presidente do Senado Federal para ciência do Plenário
e publicação no Diário do Senado Federal.
§ 3º No prazo de cinco dias úteis, contado a partir da publicação da comunicação
referida no § 2º no avulso eletrônico da Ordem do Dia da sessão seguinte, poderá ser
interposto recurso para apreciação da matéria pelo Plenário do Senado.
§ 4º O recurso, assinado por um décimo dos membros do Senado, será dirigido ao
Presidente da Casa.
§ 5º Esgotado o prazo previsto no § 3º, sem interposição de recurso, o projeto será,
conforme o caso, encaminhado à sanção, promulgado, remetido à Câmara ou arquivado.
Veja essa matéria em fluxograma:

Apresentação
leitura publicação numeração autuação
da proposição

À comissão Prazo de
Pres. do SF Despacho discussão
terminativa emendas

1 2

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Nota 1 – o despacho do Presidente do Senado indicará a comissão terminativa, que será


sempre a última indicada.
Nota 2 – o prazo de emendas é de cinco dias úteis, e aberto a todos os Senadores,
membros da comissão ou não. São admitidas emendas individuais, quer de redação, quer
de mérito.

rejeição

Votação do Pres.
Comunicação Pres. do SF
projeto Comissão

aprovação 3

Nota 3 – conforme o art. 91:

Art. 91, § 2º Encerrada a apreciação terminativa a que se refere este artigo, a


decisão da comissão será comunicada ao Presidente do Senado Federal para ciência
do Plenário e publicação no Diário do Senado Federal.

Com
Ao Plenário
recurso
Leitura ao Prazo para
Publicação
Plenário recurso
Sem
Encaminhamento
4 5 recurso

6
Nota 4 – o prazo de recurso é de cinco dias úteis. Esse recurso terá de ser assinado por
pelo menos um décimo do Senado, deve ser apresentado por escrito e deve ser dirigido ao
Presidente do Senado. Como consta no art. 91:

Art. 91, § 3º No prazo de cinco dias úteis, contado a partir da publicação da comuni-
cação referida no § 2º no avulso eletrônico da Ordem do Dia da sessão seguinte,
poderá ser interposto recurso para apreciação da matéria pelo Plenário do Senado.
§ 4º O recurso, assinado por um décimo dos membros do Senado, será dirigido ao
Presidente da Casa.

Nota 5 – o recurso cabe tanto contra a aprovação quanto contra a rejeição da proposição
na comissão. Caso tenha recurso contra a decisão terminativa, a proposição será submetida
ao Plenário. Nessa hipótese, será aberta nova fase de emendas, perante a Mesa. É o que
determina o art.

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Art. 235. A apresentação de proposição será feita:


(...)
II – perante a Mesa, no prazo de cinco dias úteis, quando se tratar de emenda a:
(...)
c) projetos apreciados pelas comissões com poder terminativo, quando houver in-
terposição de recurso;
(...)

Nota 6 – o encaminhamento dependerá da decisão da comissão, do tipo da proposição


e da posição do Senado na tramitação. Dispõe o art. 91:

Art. 91, § 5º Esgotado o prazo previsto no § 3º, sem interposição de recurso, o


projeto será, conforme o caso, encaminhado à sanção, promulgado, remetido à
Câmara ou arquivado.

Art. 92. Aplicam-se à tramitação dos projetos e demais proposições submetidas


à deliberação terminativa das comissões as disposições relativas a turnos, prazos,
emendas e demais formalidades e ritos exigidos para as matérias submetidas à apre-
ciação do Plenário do Senado.
Nos demais eventos que compõem o processo legislativo, serão aplicadas as prescrições
do RISF relativas ao processo ordinário.

As deliberações terminativas de comissões serão feitas em vota-


ção necessariamente nominal:
Matéria conexa Art. 109. A comissão deliberará por maioria de votos, presente a
maioria de seus membros, sendo as deliberações terminati-
vas tomadas pelo processo nominal.

Art. 93. A audiência pública será realizada pela comissão para:


Uma das ferramentas de que dispõem as comissões para buscar elementos e subsídios
às suas decisões sobre as proposições que estejam estudando é a audiência pública.
Como regra, o uso da palavra em reunião de comissão é limitado aos Senadores e Sena-
doras, apenas, quer sejam membros da comissão, quer não.
Excepcionalmente, contudo, a comissão poderá convidar estudiosos, especialistas,
representantes de entidades e outras pessoas que tenham, ou possam ter, informações
úteis às decisões legislativas, para que falem perante a comissão. Isso ocorre nas audiên-
cias públicas.

I – instruir matéria sob sua apreciação;


Essa “matéria” será, em geral, uma proposição em tramitação (projeto de lei, projeto de
decreto legislativo, projeto de resolução do Senado).

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II – tratar de assunto de interesse público relevante.


Esse assunto deve, necessariamente, situar-se no campo temático de competência da
Comissão que irá realizar a audiência pública, sendo contrário ao RISF que uma comissão
incursione pela área de competência de outra.

§ 1º A audiência pública poderá ser realizada por solicitação de entidade da socie-


dade civil.
Além de a própria comissão ter a iniciativa de realização de audiência pública, poderá
esta também ser solicitada pela entidade interessada.

§ 2º A audiência prevista para o disposto no inciso I poderá ser dispensada por


deliberação da comissão.
A audiência pública destinada à instrução de matéria em tramitação na comissão pode
ser dispensa.
A decisão da comissão será pela maioria simples de sua composição, presente a respec-
tiva maioria absoluta.

§ 3º No dia previamente designado, a comissão poderá realizar audiência pública


com a presença de, no mínimo, 2 (dois) de seus membros.
O quórum de realização de reunião de comissão destinado a audiência pública é diferen-
ciado em relação ao quórum regular.

Sobre essa exceção:

Matéria conexa Art. 108. As reuniões das comissões serão iniciadas com a pre-
sença de, no mínimo, um quinto de sua composição, salvo o dis-
posto no § 3º do art. 93.

Art. 94. Os depoimentos serão prestados por escrito e de forma conclusiva.


Embora o RISF autorize o uso da palavra por representantes das entidades interessadas,
deverá ser entregue à comissão documento escrito sobre a manifestação.

O § 3º deste artigo deixa claro que os oradores externos à co-


Ponto importante! missão deverão ler um discurso previamente preparado.

A exigência de ser “conclusivo” impõe que a entidade se posicione objetivamente


sobre o tema.

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§ 1º Na hipótese de haver defensores e opositores, relativamente à matéria objeto


de exame, a comissão procederá de forma que possibilite a audiência de todas as
partes interessadas.
Este dispositivo rege a audiência pública quando, em relação à matéria tratada, houver
representantes de entidades favoráveis e de entidades contrárias.

§ 2º Os membros da comissão poderão, terminada a leitura, interpelar o orador


exclusivamente sobre a exposição lida, por prazo nunca superior a três minutos.
Este dispositivo, portanto, veda que o orador representante de entidade discurse de
improviso.

Embora o RISF autorize qualquer Senador a estar presente a


reunião de comissão, membro desta ou não, o uso da palavra
Ponto importante! para interpelação de oradores em audiência pública é res-
trito aos respectivos membros.

§ 3º O orador terá o mesmo prazo para responder a cada Senador, sendo-lhe vedado
interpelar os membros da comissão.
Uma vez interpelado por membro da comissão, o orador representante de entidade em
audiência pública terá três minutos para responder ao Senador interpelante.

ATENÇÃO

A vedação de “interpelar” membro da comissão proíbe que o orador representante de


entidade faça qualquer tipo de pergunta a qualquer Senador.

De forma esquemática:
Os oradores convidados manifestar-se-ão oralmente, mas de-
Forma de prestação verão trazer seus discursos por escrito, para a feitura de cópia
dos depoimentos aos Senadores interessados e para documentação, como cons-
ta no art. 95.

A exigência regimental de que tenham que ser “conclusivos”


Formato dos impõe que os oradores convidados não se limitem a prestar
depoimentos informações, mas que se posicionem objetivamente sobre
a matéria, deixando fora de dúvida seu apoio ou oposição.

Nesse caso, a comissão ouvirá ambos os segmentos, na mes-


Com defensores e
ma ou em mais de uma audiência pública, devendo assegurar
opositores
o mesmo tempo aos oradores dos dois polos.

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Módulo IX – Professor Gabriel Dezen

Pela letra do RISF, apenas Senadores membros da comissão


Debate sobre o poderão interpelar o orador. O tempo do debate é de:
depoimento – três minutos para o Senador interpelar;
– três minutos para o depoente responder.

É exclusivo para:
– expor o conteúdo do depoimento;
Uso da palavra pelo – responder ao Senador interpelante, se e quando interpelado.
depoente no debate É expressamente vedado ao orador usar a palavra para inda-
gar a qualquer Senador, provocar o debate ou interpelar
qualquer Senador.

Art. 95. Da reunião de audiência pública será lavrada ata, arquivando-se, no âmbito
da comissão, os pronunciamentos escritos e documentos que os acompanharem.
Toda a documentação produzida na audiência pública será arquivada pela comissão,
inclusive os discursos proferidos pelos oradores externos.

Parágrafo único. Será admitido, a qualquer tempo, a requerimento de Senador, o


traslado de peças.
O traslado de peça é a incorporação de novos documentos à documentação da audiência
pública arquivada pela comissão.

Art. 96. A comissão receberá petições, reclamações, representações ou queixas


de qualquer pessoa contra ato ou omissão de autoridade ou entidade pública sobre
assunto de sua competência.
Quaisquer documentos enviados às comissões deverão ser endereçados à Presidência
do Senado, incumbindo ao Presidente a distribuição, por despacho.
Na comissão, o Presidente desta designará um dos membros para relatar o material.
Esse relatório do relator será discutido e votado, convertendo-se, após aprovação, em pare-
cer da Comissão.

§ 1º Os expedientes referidos neste artigo deverão ser encaminhados por escrito,


com identificação do autor e serão distribuídos a um relator que os apreciará e apre-
sentará relatório com sugestões quanto às providências a serem tomadas pela comis-
são, pela Mesa ou pelo Ministério Público.
A distribuição ao relator é da competência do Presidente da Comissão que recebeu os
documentos.

§ 2º O relatório será discutido e votado na comissão, devendo concluir por projeto


de resolução se contiver providência a ser tomada por outra instância que não a da
própria comissão.
A aprovação do relatório o transforma em parecer da comissão.

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ATENÇÃO

Entre as conclusões da comissão sobre documentos, não são possíveis, por descabidas, a
aprovação ou a rejeição. As mais usuais são, conforme o art. 133:
– arquivamento;
– apresentação de proposição;
– orientação a seguir sobre a matéria.
Consta desse artigo:
Art. 133. Todo parecer deve ser conclusivo em relação à matéria a que se referir, po-
dendo a conclusão ser:
I – pela aprovação, total ou parcial;
II – pela rejeição;
III – pelo arquivamento;
IV – pelo destaque, para proposição em separado, de parte da proposição principal,
quando originária do Senado, ou de emenda;
V – pela apresentação de:
a) projeto;
b) requerimento;
c) emenda ou subemenda;
d) orientação a seguir em relação à matéria.
e) indicação, nos termos do art. 227-A, inciso II; (Incluído pela Resolução n. 14, de 2019)

Apesar de o art. 96, § 2º, fazer referência apenas a “projeto de


resolução”, é lícito à comissão concluir pela apresentação:
– de requerimento;
Ponto importante! – de projeto de lei, de decreto legislativo ou de resolução do
Senado;
– de emenda ou de subemenda a proposição tramitando no Se-
nado.

O tratamento regimental dessa matéria é completado pelos arts.


409 a 411:

Art. 409. As petições, memoriais, representações ou outros do-


cumentos enviados ao Senado serão recebidos pelo Serviço de
Protocolo e, segundo a sua natureza, despachados às comissões
Matéria conexa competentes ou arquivados, depois de lidos em plenário, quando
o merecerem, a juízo da Presidência.
Art. 410. Não serão recebidas petições e representações sem
data e assinaturas ou em termos desrespeitosos, podendo as as-
sinaturas, a juízo da Presidência, ser reconhecidas.
Art. 411. O Senado não encaminhará à Câmara ou a outro órgão
do poder público documento compreendido no art. 409.

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Art. 96-A. Os dirigentes máximos das agências reguladoras comparecerão ao


Senado Federal, em periodicidade anual, para prestar contas sobre o exercício de suas
atribuições e o desempenho da agência, bem como para apresentar avaliação das polí-
ticas públicas no âmbito de suas competências.

Veja-se, por importante, que o dispositivo obriga o compareci-


Ponto importante! mento dos “dirigentes máximos” das agências reguladoras, ou
seja, necessariamente dos seus respectivos Presidentes.

Parágrafo único. O comparecimento de que trata o caput ocorrerá em reunião con-


junta da comissão temática pertinente e das Comissões de Assuntos Econômicos e de
Constituição, Justiça e Cidadania.
As agências reguladoras são órgãos do Poder Executivo formadas para avaliar, conce-
ber e implementar políticas públicas, fiscalizar e regulamentar áreas estratégicas de atuação
estatal, como águas, petróleo, aviação civil e correlatas.
Seus dirigentes têm a nomeação submetida à aprovação do Senado Federal, por força
da Constituição Federal (art. 52, III, f) e legislação específica.

O parágrafo único do art. 96-A veicula uma importante previsão


regimental de reunião conjunta obrigatória entre três Comis-
Ponto importante! sões: a CCJ, a CAE e a Comissão temática mais afeta à área de
competência da agência.

O conteúdo da oitiva dos presidentes de agências reguladoras consta expressamente


no art. 96-A:
– relato e justificação das ações do presidente no exercício de suas atribuições de con-
dução da agência;
– apresentação de informações sobre o desempenho da agência no ano findo;
– apresentação da avaliação da implementação das políticas públicas a cargo da agência.

Art. 96-B. No desempenho da competência prevista no inciso IX do art. 90, as


comissões permanentes selecionarão, na área de sua competência, políticas públicas
desenvolvidas no âmbito do Poder Executivo, para serem avaliadas.
Cada comissão técnica permanente está limitada, nessa seleção, ao respectivo
campo temático.

No art. 90, citado:

Art. 90. Às comissões compete:


Matéria conexa (...)
IX – acompanhar, fiscalizar e controlar as políticas governamentais
pertinentes às áreas de sua competência;

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§ 1º Cada comissão permanente selecionará as políticas públicas até o último dia


útil do mês de março de cada ano.
A seleção de matéria de política pública é, portanto, anual.

§ 2º Para realizar a avaliação de que trata o caput, que se estenderá aos impactos
das políticas públicas e às atividades meio de suporte para sua execução, poderão ser
solicitadas informações e documentos a órgãos do Poder Executivo e ao Tribunal de
Contas da União, bem como a entidades da sociedade civil, nos termos do art. 50 da
Constituição Federal.
Este dispositivo consagra os aspectos que deverão ser analisados, e as providências e
diligências possíveis à comissão.

§ 3º Ao final da sessão legislativa, a comissão apresentará relatório com as conclu-


sões da avaliação realizada.

ATENÇÃO

A sessão legislativa ordinária se encerra em 22 de dezembro de cada ano.

§ 4º A Consultoria Legislativa e a Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Con-


trole do Senado Federal elaborarão estudos e relatórios técnicos que subsidiarão os
trabalhos da avaliação de que trata o caput.
As Consultorias referidas são formadas por servidores do quadro do Senado Federal,
aprovados em concursos públicos de provas e títulos.

§ 5º O Instituto de Pesquisa DataSenado produzirá análises e relatórios estatísticos


para subsidiar a avaliação de que trata o caput.

Seção II
Das Atribuições Específicas

Art. 97. Às comissões permanentes compete estudar e emitir parecer sobre os


assuntos submetidos ao seu exame.
Além dessas competências, e como visto no exame do art. 91, essas comissões perma-
nentes podem vir a votar e decidir proposições, atuando de forma terminativa, e substituindo
o Plenário.

Art. 98. À Comissão Diretora compete:


A Comissão Diretora é uma comissão permanente formada pelos membros titulares da
Mesa (Presidente, os dois Vice-Presidentes e os quatro Secretários).

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Sobre a composição da Comissão Diretora:

Matéria conexa Art. 77. A Comissão Diretora é constituída dos titulares da Mesa,
tendo as demais comissões permanentes o seguinte número de
membros:

I – exercer a administração interna do Senado nos termos das atribuições fixadas


no seu Regulamento Administrativo;
Essas funções de administração interna referem-se a toda a estrutura administrativa do
Senado, seus servidores, serviços e órgãos, incluindo comissões e órgãos especiais.

II – regulamentar a polícia interna;


A Polícia do Senado Federal é composta por servidores concursados e tem competên-
cia variada em relação à vigilância e segurança do Senado, que vai desde a prevenção de
incêndios e segurança de portas e janelas até a proteção da integridade física dos Senadores
tanto nas instalações do Senado quanto fora, passando por controle de ingresso, controle de
comportamento no Plenário e Comissões e vigilância de instalações.

III – propor ao Senado projeto de resolução dispondo sobre sua organização, fun-
cionamento, polícia, criação, transformação ou extinção de cargos, empregos e fun-
ções de seus serviços e a iniciativa de lei para a fixação da respectiva remuneração,
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias (Const.,
art. 52, XIII);
Cargos, empregos e funções do Senado Federal são criados, transformados e extintos
por resolução da Casa, cuja autoria do projeto é atribuída por este dispositivo à Comis-
são Diretora.
A fixação e alteração de remuneração desses cargos exige lei, cujo projeto é, também,
atribuído à exclusiva autoria da Comissão Diretora.

IV – emitir, obrigatoriamente, parecer sobre as proposições que digam respeito ao


serviço e ao pessoal da Secretaria do Senado e as que alterem este Regimento, salvo
o disposto no art. 401, § 2º, II;
As alterações do RISF exigem necessariamente resolução do Senado, e a Comissão
Diretora poderá ser autora dessa proposição. Sendo autora, volta a se manifestar sobre as
emendas apresentadas a esse PRS (projeto de resolução do Senado).

A exceção da parte final, referente ao § 2º, II, do art. 401, diz res-
peito à hipótese de a autoria do projeto de resolução do Senado
Ponto importante! que altera o RISF ser de autoria de comissão temporária interna.
Nesse caso, o parecer não será da Comissão Diretora, mas des-
sa Comissão temporária autora.

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Se não for autora, deverá se manifestar, em parecer, tanto sobre o PRS quanto sobre
as emendas a ele oferecidas. Isso decorre da interpretação conjunta deste dispositivo com
o art. 401.

Art. 401. O Regimento Interno poderá ser modificado ou re-


formado por projeto de resolução de iniciativa de qualquer
Senador, da Comissão Diretora ou de comissão temporária
para esse fim criada, em virtude de deliberação do Senado,
e da qual deverá fazer parte um membro da Comissão Di-
retora.
(...)
Matéria conexa § 2º Decorrido o prazo previsto no § 1º, o projeto será envia-
do:
I – à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, em qual-
quer caso;
II – à comissão que o houver elaborado, para exame das
emendas, se as houver recebido;
III – à Comissão Diretora, se de autoria individual de Senador.

V – elaborar a redação final das proposições de iniciativa do Senado e das emen-


das e projetos da Câmara dos Deputados aprovados pelo Plenário, escoimando-os
dos vícios de linguagem, das impropriedades de expressão, defeitos de técnica legis-
lativa, cláusulas de justificação e palavras desnecessárias.
A finalidade da redação final consta da própria redação desse inciso: eliminar da propo-
sição aprovada em Plenário ou em Comissão, com emendas, os vícios de linguagem, as
impropriedades de expressão, os defeitos de técnica legislativa, as cláusulas de justi-
ficação e as palavras desnecessárias.
Essa redação final será submetida ao Plenário para aprovação. Isso será objeto de estudo
quando formos analisar o processo legislativo regimental.

Como regra, a competência para redação final é da Comissão


Diretora.Excepcionalmente, no entanto, será:
– da CCJ, no caso de proposta de emenda à Constituição;
Ponto importante! – da comissão temporária interna, no caso de projeto de có-
digo;
– da comissão temporária interna autora, no caso de proje-
to de resolução de alteração do RISF.

VI – apreciar requerimento de tramitação em conjunto de proposição regulando a


mesma matéria e o recurso de que trata o art. 48, § 3º, exceto se a proposição constar
da Ordem do Dia ou for objeto de parecer aprovado em comissão (art. 258).

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A tramitação conjunta de proposições sobre a mesma matéria pode ser determinada


pelo Presidente do Senado ou requerida por comissão ou por Senador.
Se requerida, a decisão sobre esse requerimento será de competência da Comis-
são Diretora.

ATENÇÃO

Caso a proposição que se quer apensar já esteja em pauta de Ordem do Dia ou já


tenha parecer, a competência para decidir esse requerimento será do Plenário.

Parágrafo único. Os esclarecimentos ao Plenário sobre atos da competência da


Comissão Diretora serão prestados, oralmente, por relator ou pelo Primeiro-Secretário.
O relator referido é um membro da Comissão Diretora designado pelo Presidente.

Art. 99. À Comissão de Assuntos Econômicos compete opinar sobre proposições


pertinentes aos seguintes assuntos:
I – aspecto econômico e financeiro de qualquer matéria que lhe seja submetida por
despacho do Presidente, por deliberação do Plenário, ou por consulta de comissão, e,
ainda, quando, em virtude desses aspectos, houver recurso de decisão terminativa de
comissão para o Plenário;
A decisão terminativa referida pode ter ocorrido em qualquer outra comissão permanente.

A competência da CAE, no caso de decisão terminativa, exige:


– que a proposição decidida por comissão contenha aspectos
Ponto importante! situados na competência regimental da CAE.
– que tenha havido recurso de um décimo do Senado no sen-
tido de apreciação da proposição pelo plenário do Senado.

II – (Revogado);
III – problemas econômicos do País, política de crédito, câmbio, seguro e trans-
ferência de valores, comércio exterior e interestadual, sistema monetário, bancário e
de medidas, títulos e garantia dos metais, sistema de poupança, consórcio e sorteio e
propaganda comercial;
IV – tributos, tarifas, empréstimos compulsórios, finanças públicas, normas gerais
sobre direito tributário, financeiro e econômico; orçamento, juntas comerciais, confli-
tos de competência em matéria tributária entre a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios, dívida pública e fiscalização das instituições financeiras;
V – escolha dos Ministros do Tribunal de Contas da União (Const., arts. 49, XIII, e
52, III, b), e do presidente e diretores do Banco Central (Const., art. 52, III, d);

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A decisão do Plenário do Senado sobre indicado para as vagas do Tribunal de Contas


da União a serem providas por escolha do Presidente da República será tomada após oitiva
realizada na CAE.

VI – matérias a que se referem os arts. 389, 393 e 394;

Os dispositivos citados contêm:

Art. 389. O Senado apreciará pedido de autorização para ope-


rações externas, de natureza financeira, de interesse da União,
dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios
(Const., art. 52, V), instruído com:
Art. 393. Compete ao Senado:
I – fixar limites globais para o montante da dívida consolidada da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (Const.,
art. 52, VI);
II – dispor sobre limites globais e condições para as operações
de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades
controladas pelo poder público federal (Const., art. 52, VII);
III – dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia
da União em operações de crédito externo e interno (Const., art.
Matéria conexa 52, VIII);
IV – estabelecer limites globais e condições para o montante da
dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
(Const., art. 52, IX).
Art. 394. Ao Senado Federal, no que se refere à competência tri-
butária dos Estados e do Distrito Federal, compete:
I – fixar alíquotas máximas do imposto sobre transmissão causa
mortis e doação de quaisquer bens ou direitos (Const., art. 155, §
1º, IV);
II – estabelecer as alíquotas aplicáveis às operações e prestações
interestaduais e de exportação (Const., art. 155, § 2º, IV);
III – estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas (Const.,
art. 155, § 2º, V, a);
IV – fixar alíquotas máximas nas operações internas para resolver
conflito específico que envolva interesse de Estados e do Distrito
Federal (Const., art. 155, § 2º, V, b).

VII – outros assuntos correlatos.


§ 1º A Comissão promoverá audiências públicas regulares com o Presidente do
Banco Central do Brasil para discutir as diretrizes, implementação e perspectivas futu-
ras da política monetária.

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§ 2º As audiências de que trata o § 1º deste artigo ocorrerão na primeira quinzena


de fevereiro, abril, julho e outubro, podendo haver alterações de datas decorrentes de
entendimento entre a Comissão e a Presidência do Banco Central do Brasil.
§ 3º A Comissão promoverá 2 (duas) audiências públicas por ano para a prestação de
contas do andamento das ações coordenadas pelo Poder Executivo que afetam a agenda
da produtividade e da melhoria do ambiente de negócios, a ser realizada pelo Ministro
de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República ou por outra autoridade com
status ministerial a quem tenha sido delegada expressamente essa competência.
Dessas competências, destacam-se:
– a previsão das quatro audiências públicas regulares com o Presidente do Banco Cen-
tral (em fevereiro, abril, julho e outubro);
– a previsão das duas audiências públicas anuais com autoridade com nível de Ministro,
relativa ao ambiente econômico e produtivo.

ATENÇÃO

Das autoridades escolhidas e nomeadas pelo Presidente da República, mas de-


pendentes de aprovação do Senado, serão arguidos pela CAE:
– os candidatos a Ministro do Tribunal de Contas da União;
– os candidatos à Presidência e Diretorias do Banco Central.

Art. 99-A. À Comissão de Assuntos Econômicos compete, ainda, avaliar periodica-


mente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus com-
ponentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
Essa competência está regulada pelos arts. 393-A a 393-F.

Art. 393-A. A avaliação de que trata o art. 99-A será realizada anu-
almente por grupo de Senadores da Comissão de Assuntos Eco-
nômicos designados pelo Presidente da Comissão.
Art. 393-B. Para atender aos objetivos da avaliação prevista no
art. 52, XV, da Constituição Federal, o Senado poderá solicitar in-
formações e documentos à União, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios, compreendidos os três Poderes e os órgãos e
Matéria conexa entidades da administração direta e indireta, além do Conselho
Nacional de Política Fazendária (Confaz) e de outras instituições
da sociedade organizada.
Art. 393-C. Serão observados os seguintes prazos nos trabalhos
de avaliação periódica do Sistema Tributário Nacional:
I – para recebimento de documentos e informações, até 15 de
março;
II – para realização de audiências públicas, até 30 de abril;

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III – para apresentação do relatório final, até 30 de junho. Parágrafo


único. Os prazos estabelecidos no caput deste artigo poderão ser
modificados por deliberação da Comissão de Assuntos Econômicos.
Art. 393-D. A funcionalidade do Sistema Tributário Nacional será
avaliada considerando-se, entre outros, os seguintes aspectos:
I – complexidade e qualidade da legislação;
II – custos de conformidade à normatização tributária;
III – qualidade dos tributos, especialmente quanto:
a) à justiça fiscal;
b) ao atendimento aos princípios constitucionais tributários;
c) ao atendimento às necessidades orçamentárias;
d) ao custo das obrigações acessórias;
IV – carga tributária;
V – equilíbrio federativo, especialmente quanto:
a) à participação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios no total da receita tributária, antes e depois das trans-
ferências constitucionais e legais;
b) à participação das transferências constitucionais e legais na re-
ceita tributária dos entes federados;
VI – renúncias fiscais;
VII – harmonização normativa;
VIII – redução das desigualdades regionais;
IX – compatibilidade com a legislação de outros países ou blocos
Matéria conexa econômicos.
Parágrafo único. As Consultorias do Senado Federal elaborarão
estudos e pareceres técnicos que subsidiarão os trabalhos de
avaliação periódica do Sistema Tributário Nacional.
Art. 393-E. O desempenho das administrações tributárias da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios será ava-
liado considerando-se, entre outros, os seguintes aspectos:
I – relação entre o custo da administração e o montante arreca-
dado;
II – exercício efetivo das competências tributárias pelos entes fe-
derados;
III – desempenho da fiscalização;
IV – relação entre pagamento espontâneo e coercitivo dos tributos;
V – desempenho da cobrança judicial e extrajudicial da dívida ativa
tributária;
VI – efetividade dos programas de recuperação fiscal, especial-
mente quanto a parcelamento, anistia e remissão;
VII – grau de integração das administrações tributárias;
VIII – gastos e resultados com educação fiscal;
IX – qualidade do atendimento ao contribuinte;
X – grau de informalidade da economia.
Art. 393-F. O grupo de Senadores de que trata o art. 393-A elabora-
rá relatório conclusivo, que será submetido à deliberação do Plená-
rio da Comissão de Assuntos Econômicos, em caráter terminativo.

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§ 1º Cópia integral do relatório aprovado será enviada ao Presi-


dente da República, à Câmara dos Deputados, aos Governadores
dos Estados e do Distrito Federal, às Assembleias Legislativas Es-
Matéria conexa taduais, à Câmara Legislativa do Distrito Federal e aos Tribunais
de Contas.
§ 2º Resumo executivo com as principais conclusões será enviado
aos Municípios.

ATENÇÃO

O art. 393-F prevê uma importante competência terminativa em favor da CAE, relativa
à produção do relatório conclusivo sobre a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional.

Art. 100. À Comissão de Assuntos Sociais compete opinar sobre proposições que
digam respeito a:
I – relações de trabalho, organização do sistema nacional de emprego e condição
para o exercício de profissões, seguridade social, previdência social, população indí-
gena e assistência social;
II – proteção e defesa da saúde, condições e requisitos para remoção de órgãos, tecidos
e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa, tratamento e coleta de sangue
humano e seus derivados, produção, controle e fiscalização de medicamentos, sanea-
mento, inspeção e fiscalização de alimentos e competência do Sistema Único de Saúde;
III – (Revogado);
IV – outros assuntos correlatos.
Em termos sintéticos, incumbem à CAS os temas:
– trabalho;
– seguridade social;
– previdência social;
– assistência social;
– população indígena;
– saúde;
– saneamento.

ATENÇÃO

Em termos constitucionais, a Seguridade Social é composta do conjunto de três


áreas:
– previdência social;
– assistência social;
– saúde.
Assim, as três áreas da Seguridade Social inserem-se na competência da CAS.

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Art. 101. À Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania compete:


I – opinar sobre a constitucionalidade, juridicidade e regimentalidade das matérias
que lhe forem submetidas por deliberação do Plenário, por despacho da Presidência,
por consulta de qualquer comissão, ou quando em virtude desses aspectos houver
recurso de decisão terminativa de comissão para o Plenário;
No exercício dessa competência importantíssima, a CCJ exerce controle de constitu-
cionalidade político preventivo de todas as proposições que tramitem no Senado.
Exerce também os controles de legalidade, juridicidade e regimentalidade dessas
mesmas proposições.

A atuação da CCJ no caso de recurso a plenário de decisão termi-


nativa de qualquer comissão permanente exige que haja aspectos
Ponto importante! relativos à constitucionalidade, legalidade, regimentalidade, juridi-
cidade ou técnica legislativa na proposição votada pela comissão.

ATENÇÃO

Além de ter competência para o exame da constitucionalidade, juridicidade e


regimentalidade das proposições em curso no Senado, a CCJ também tem com-
petência para as questões relativas à técnica legislativa.

II – ressalvadas as atribuições das demais comissões, emitir parecer, quanto ao


mérito, sobre as matérias de competência da União, especialmente as seguintes:
a) criação de Estado e Territórios, incorporação ou desmembramento de áreas a
eles pertencentes;
b) estado de defesa, estado de sítio e intervenção federal (Const., art. 49, IV), requi-
sições civis e anistia;
c) segurança pública, corpos de bombeiros militares, polícia, inclusive marítima,
aérea de fronteiras, rodoviária e ferroviária;
d) direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, aeronáutico, espacial, marí-
timo e penitenciário;
e) uso dos símbolos nacionais, nacionalidade, cidadania e naturalização, extradi-
ção e expulsão de estrangeiros, emigração e imigração;
f) órgãos do serviço público civil da União e servidores da administração direta e
indireta do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Territórios;
g) normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Dis-
trito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, da Constituição, e para
as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1º, III,
também da Constituição (Const., art. 22, XXVII);

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h) perda de mandato de Senador (Const., art. 55), pedido de licença de incorpora-


ção de Senador às Forças Armadas (Const., art. 53, § 7º);
i) escolha de Ministro do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e
de Governador de Território, escolha e destituição do Procurador-Geral da República
(Const., art. 52, III, a, c e e);
j) transferência temporária da sede do Governo Federal;
l) registros públicos, organização administrativa e judiciária do Ministério Público
e Defensoria Pública da União e dos Territórios, organização judiciária do Ministério
Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal;
m) limites dos Estados e bens do domínio da União;
n) desapropriação e inquilinato;
o) criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas, assistência
jurídica e defensoria pública, custas dos serviços forenses;
p) matéria a que se refere o art. 96, II, da Constituição Federal;
III – propor, por projeto de resolução, a suspensão, no todo ou em parte, de leis
declaradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (Const., art. 52, X);
Essa competência é regulada pelos arts. 386 a 388 do RISF.

Art. 386. O Senado conhecerá da declaração, proferida em deci-


são definitiva pelo Supremo Tribunal Federal, de inconstitucionali-
dade total ou parcial de lei mediante:
I – comunicação do Presidente do Tribunal;
II – representação do Procurador-Geral da República;
III – projeto de resolução de iniciativa da Comissão de Constitui-
ção, Justiça e Cidadania.
Art. 387. A comunicação, a representação e o projeto a que se
Matéria conexa refere o art. 386 deverão ser instruídos com o texto da lei cuja
execução se deva suspender, do acórdão do Supremo Tribunal
Federal, do parecer do Procurador-Geral da República e da versão
do registro taquigráfico do julgamento.
Art. 388. Lida em plenário, a comunicação ou representação será
encaminhada à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania,
que formulará projeto de resolução suspendendo a execução da
lei, no todo ou em parte.

ATENÇÃO

O projeto de resolução suspensiva de lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribu-


nal Federal é decidido pela CCJ de forma terminativa, na forma do art. 91, II.

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IV – opinar, em cumprimento a despacho da Presidência, sobre as emendas apre-


sentadas como de redação, nas condições previstas no parágrafo único do art. 234;
V – opinar sobre assunto de natureza jurídica ou constitucional que lhe seja sub-
metido, em consulta, pelo Presidente, de ofício, ou por deliberação do Plenário, ou por
outra comissão;
VI – opinar sobre recursos interpostos às decisões da Presidência;
VII – (Revogado).
§ 1º Quando a Comissão emitir parecer pela inconstitucionalidade e injuridicidade
de qualquer proposição, será esta considerada rejeitada e arquivada definitivamente,
por despacho do Presidente do Senado, salvo, não sendo unânime o parecer, recurso
interposto nos termos do art. 254.
A CCJ, nesse caso, não atua como comissão de mérito, mas apenas é responsável pela
avaliação da constitucionalidade e juridicidade da proposição.

Art. 254. Quando os projetos receberem pareceres contrários,


quanto ao mérito, serão tidos como rejeitados e arquivados defi-
nitivamente, salvo recurso de um décimo dos membros do Sena-
Matéria conexa do no sentido de sua tramitação.Parágrafo único. A comunicação
do arquivamento será feita pelo Presidente, em plenário, poden-
do o recurso ser apresentado no prazo de dois dias úteis contado
da comunicação.

Se o parecer da CCJ for unânime, não cabe recurso, e o proces-


Ponto importante! so legislativo é encerrado.Se o parecer for por maioria, é admi-
tido o recurso de um décimo dos membros do Senado.

Assim, em síntese:

– leva ao arquivamento da proposição, por des-


Parecer da CCJ pela
pacho do Presidente do Senado.
inconstitucionalidade, unânime:
– não cabe recurso.

– leva ao arquivamento da proposição, por des-


Parecer da CCJ pela injuridicidade,
pacho do Presidente do Senado.
unânime:
– não cabe recurso.

Pareceres da CCJ pela – levam ao arquivamento da proposição, salvo se


inconstitucionalidade ou houver recurso de um décimo do Senado, no
injuridicidade, não unânimes: sentido do prosseguimento de sua tramitação.

Parecer da CCJ pela não – não impede o prosseguimento da tramitação


regimentalidade, unânime ou não: da proposição.

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ATENÇÃO

O prazo para o recurso contra o arquivamento da proposição por conta do pare-


cer da CCJ é de dois dias úteis, contados da comunicação.

§ 2º Tratando-se de inconstitucionalidade parcial, a Comissão poderá oferecer


emenda corrigindo o vício.
Nesse caso, tem-se emenda de membro da comissão ou do relator, cujo objeto é eliminar
a inconstitucionalidade parcial detectada.

Art. 101-A. O Ministro de Estado da Justiça comparecerá anualmente à Comissão


de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal para prestar informações e
esclarecimentos a respeito da atuação de sua Pasta, bem como para apresentar ava-
liação das políticas públicas no âmbito de suas competências.
Art. 102. À Comissão de Educação, Cultura e Esporte compete opinar sobre propo-
sições que versem sobre:
I – normas gerais sobre educação, cultura, ensino e desportos, instituições educa-
tivas e culturais, diretrizes e bases da educação nacional e salário-educação;
II – diversão e espetáculos públicos, criações artísticas, datas comemorativas e
homenagens cívicas;
III – formação e aperfeiçoamento de recursos humanos;
IV – (Revogado);
V – (Revogado);
VI – outros assuntos correlatos.

Art. 102-A. À Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e


Defesa do Consumidor, além da aplicação, no que couber, do disposto no art. 90 e sem
prejuízo das atribuições das demais comissões, compete:

ATENÇÃO

O art. 90, referido, veicula as competências gerais das comissões, a partir de previsão
constitucional.

I – exercer a fiscalização e o controle dos atos do Poder Executivo, incluídos os da


administração indireta, podendo, para esse fim:
a) avaliar a eficácia, eficiência e economicidade dos projetos e programas de
governo no plano nacional, no regional e no setorial de desenvolvimento, emitindo
parecer conclusivo;

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b) apreciar a compatibilidade da execução orçamentária com os planos e progra-


mas governamentais e destes com os objetivos aprovados em lei;
c) solicitar, por escrito, informações à administração direta e indireta, bem como
requisitar documentos públicos necessários à elucidação do ato objeto de fiscalização;
d) avaliar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros,
bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e
sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, notadamente quando
houver indícios de perda, extravio ou irregularidade de qualquer natureza de que
resulte prejuízo ao erário;
e) providenciar a efetivação de perícias, bem como solicitar ao Tribunal de Contas
da União que realize inspeções ou auditorias de natureza contábil, financeira, orça-
mentária, operacional e patrimonial nas unidades administrativas da União e demais
entidades referidas na alínea d;
f) apreciar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social
a União participe de forma direta ou indireta, bem assim a aplicação de quaisquer
recursos repassados mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos con-
gêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
g) promover a interação do Senado Federal com os órgãos do Poder Executivo
que, pela natureza de suas atividades, possam dispor ou gerar dados de que necessite
para o exercício de fiscalização e controle;
h) promover a interação do Senado Federal com os órgãos do Poder Judiciário e
do Ministério Público que, pela natureza de suas atividades, possam propiciar ou gerar
dados de que necessite para o exercício de fiscalização e controle;
i) propor ao Plenário do Senado as providências cabíveis em relação aos resulta-
dos da avaliação, inclusive quanto ao resultado das diligências realizadas pelo Tribu-
nal de Contas da União;
II – opinar sobre matérias pertinentes aos seguintes temas:
a) prevenção à corrupção;
b) acompanhamento e modernização das práticas gerenciais na administração
pública federal direta e indireta;
c) prestação eficaz, efetiva e eficiente de serviços públicos;
d) transparência e prestação de contas e de informações à população, com foco na
responsabilidade da gestão fiscal e dos gastos públicos, bem como nas necessidades
dos cidadãos;
e) difusão e incentivo, na administração pública, de novos meios de prestação de
informações à sociedade, tais como redes, sítios e portais eletrônicos, e apoio a Esta-
dos e Municípios para a implantação desses meios;
III – opinar sobre assuntos pertinentes à defesa do consumidor, especialmente:
a) estudar, elaborar e propor normas e medidas voltadas à melhoria contínua das
relações de mercado, em especial as que envolvem fornecedores e consumidores;

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b) aperfeiçoar os instrumentos legislativos reguladores, contratuais e penais, refe-


rentes aos direitos dos consumidores e dos fornecedores, com ênfase em condições,
limites e uso de informações, responsabilidade civil, respeito à privacidade, aos direi-
tos autorais, às patentes e similares;
c) acompanhar as políticas e as ações desenvolvidas pelo Poder Público relativas à
defesa dos direitos do consumidor, à defesa da concorrência e à repressão da forma-
ção e da atuação ilícita de monopólios;
d) receber denúncias e denunciar práticas referentes a abuso do poder econômico,
qualidade e apresentação de produtos, técnicas de propaganda e publicidade nocivas
ou enganosas;
e) avaliar as relações entre custo e preço de produtos, bens e serviços, com vistas
a estabelecer normas de repressão à usura, aos lucros excessivos, ao aumento indis-
criminado de preços e à cartelização de segmentos do mercado;
f) analisar as condições de concorrência com ênfase na defesa dos produtores e
dos fornecedores nacionais, considerados os interesses dos consumidores e a sobe-
rania nacional;
g) gerar e disponibilizar estudos, dados estatísticos e informações, no âmbito de
suas competências.
Parágrafo único. No exercício da competência de fiscalização e controle prevista no
inciso I do caput, a Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle
e Defesa do Consumidor:
I – remeterá cópia da documentação pertinente ao Ministério Público, a fim de que
este promova a ação cabível, de natureza cível ou penal, se for constatada a existência
de irregularidade;
Essa remessa não é feita diretamente pela Comissão, mas pelo Presidente do
Senado Federal.
II – poderá atuar, mediante solicitação, em colaboração com as comissões perma-
nentes e temporárias, incluídas as comissões parlamentares de inquérito, com vistas
ao adequado exercício de suas atividades.
Art. 102-B. A fiscalização e o controle dos atos do Poder Executivo, inclusive os da
administração indireta, pela Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e
Controle e Defesa do Consumidor obedecerão às seguintes regras:
I – a proposta de fiscalização e controle poderá ser apresentada por qualquer
membro ou Senador à Comissão, com específica indicação do ato e fundamentação
da providência objetivada;

A proposta de fiscalização e controle não se qualifica regimental-


Ponto importante! mente como proposição.

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II – a proposta será relatada previamente, quanto à oportunidade e conveniência


da medida e ao alcance jurídico, administrativo, político, econômico, social ou orça-
mentário do ato impugnado, definindo-se o plano de execução e a metodologia de
avaliação;
III – aprovado o relatório prévio pela Comissão, o relator poderá solicitar os recur-
sos e o assessoramento necessários ao bom desempenho da Comissão, incumbindo
à Mesa e à Administração da Casa o atendimento preferencial das providências reque-
ridas. Rejeitado o relatório, a matéria será encaminhada ao Arquivo;
IV – o relatório final da fiscalização e controle, em termos de comprovação da lega-
lidade do ato, avaliação política, administrativa, social e econômica de sua edição, e
quanto à eficácia dos resultados sobre a gestão orçamentária, financeira e patrimonial,
obedecerá, no que concerne à tramitação, as normas do art. 102-C.
Parágrafo único. A Comissão, para a execução das atividades de que trata este
artigo, poderá solicitar ao Tribunal de Contas da União as providências ou informa-
ções previstas no art. 71, IV e VII, da Constituição Federal.
Art. 102-C. Ao termo dos trabalhos, a Comissão apresentará relatório circuns-
tanciado, com suas conclusões, que será publicado no Diário do Senado Federal e
encaminhado.
I – à Mesa, para as providências de alçada desta, ou ao Plenário, oferecendo, con-
forme o caso, projeto de lei, de decreto legislativo, de resolução ou indicação;

Este dispositivo consagra essa comissão como autora possível


Ponto importante! das proposições referidas.Tem-se aqui, portanto, hipótese de
projeto de comissão.

II – ao Ministério Público ou à Advocacia-Geral da União, com cópia da documen-


tação, para que promova a responsabilidade civil ou criminal por infrações apuradas e
adote outras medidas decorrentes de suas funções institucionais;
III – ao Poder Executivo, para adotar as providências saneadoras de caráter disci-
plinar e administrativo decorrentes do disposto no art. 37, §§ 2º a 6º, da Constituição
Federal, e demais disposições constitucionais e legais aplicáveis;
IV – à comissão permanente que tenha maior pertinência com a matéria, a qual
incumbirá o atendimento do prescrito no inciso III;
V – à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização e ao Tribunal
de Contas da União, para as providências previstas no art. 71 da Constituição Federal.
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, III e V a remessa será feita pelo Presidente
do Senado.

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ATENÇÃO

Todos os relatórios e conclusões da Comissão que devam ser remetidos para fora do Se-
nado (art. 102-C) deverão, necessariamente, ser enviados pelo Presidente do Senado.
A Comissão, assim, só envia diretamente seus relatórios e pareceres:
– à Mesa;
– à Comissão técnica permanente do Senado com maior afinidade temática com
a matéria.

Art. 102-D. Aplicam-se à Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e


Controle e Defesa do Consumidor as normas regimentais pertinentes às demais comis-
sões permanentes, no que não conflitarem com os termos das disposições constantes
dos arts. 102-A a 102-C.
§ 1º Ocorrendo a hipótese de exercício concorrente de competência fiscalizadora
por duas ou mais comissões sobre os mesmos fatos, os trabalhos se desdobrarão em
reuniões conjuntas, por iniciativa do Presidente de um dos órgãos ou de um ou mais
de seus membros.
§ 2º A Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa
do Consumidor poderá, se houver motivo suficiente, comunicar fatos investigados à
comissão correspondente da Câmara dos Deputados, para que esta adote a providên-
cia que considerar cabível.
Art. 102-E. À Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa compete
opinar sobre:
A competência para “opinar” se traduz como manifestar-se em parecer.

I – sugestões legislativas apresentadas por associações e órgãos de classe, sindi-


catos e entidades organizadas da sociedade civil, exceto partidos políticos com repre-
sentação política no Congresso Nacional;
No caso de sugestão legislativa que receba parecer favorável da CDH, a autoria da pro-
posição será da Comissão, e tramitará como projeto de comissão.
Esta competência é desempenhada nos termos do parágrafo único deste artigo.

ATENÇÃO

Não deve ser confundida a autoria popular de projetos de lei com a competência da
CDH para aproveitar sugestões legislativas formuladas por entidades ou pessoas.
– No caso de autoria popular de projeto de lei, o autor será o grupo de cidadãos sig-
natários.
– No caso de sugestão legislativa aproveitada pela CDH, a autora do projeto será a
própria Comissão.

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II – pareceres técnicos, exposições e propostas oriundas de entidades científicas e


culturais e de qualquer das entidades mencionadas no inciso I;
III – garantia e promoção dos direitos humanos;
IV – direitos da mulher;
V – proteção à família;
VI – proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiências e de pro-
teção à infância, à juventude e aos idosos;
VII – fiscalização, acompanhamento, avaliação e controle das políticas governa-
mentais relativas aos direitos humanos, aos direitos da mulher, aos direitos das mino-
rias sociais ou étnicas, aos direitos dos estrangeiros, à proteção e integração das
pessoas portadoras de deficiência e à proteção à infância, à juventude e aos idosos.
Parágrafo único. No exercício da competência prevista nos incisos I e II do caput
deste artigo, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa observará:
I – as sugestões legislativas que receberem parecer favorável da Comissão serão
transformadas em proposição legislativa de sua autoria e encaminhadas à Mesa, para
tramitação, ouvidas as comissões competentes para o exame do mérito;
Neste caso, ter-se-á, conceitualmente, “projeto de comissão”.
A tramitação será a ordinária para a espécie, como determina o inciso III deste parágrafo
único, devendo ser ouvidas as comissões indicadas no despacho do Presidente do Senado
e, a seguir, sendo decidida pelo Plenário do Senado.
II – as sugestões que receberem parecer contrário serão encaminhadas ao Arquivo;
III – aplicam-se às proposições decorrentes de sugestões legislativas, no que
couber, as disposições regimentais relativas ao trâmite dos projetos de lei nas comis-
sões, ressalvado o disposto no inciso I, in fine, deste parágrafo único.
Art. 102-F. À Comissão de Meio Ambiente compete opinar sobre assuntos pertinen-
tes à defesa do meio ambiente, especialmente:
A competência para “opinar” se traduz como manifestar-se em parecer.
I – proteção do meio ambiente, controle da poluição, conservação da natureza e
defesa do solo, dos recursos naturais e genéticos, das florestas, da caça, da pesca, da
fauna, da flora e dos recursos hídricos;
II – política e sistema nacional de meio ambiente;
III – preservação, conservação, exploração e manejo de florestas e da biodiversidade;
IV – conservação e gerenciamento do uso do solo e dos recursos hídricos, no
tocante ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável;
V – fiscalização dos alimentos e dos produtos e insumos agrícolas e pecuários, no
tocante ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável;
VI – direito ambiental;
VII – agências reguladoras na área de meio ambiente, inclusive a Agência Nacional
de Águas (ANA);

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VIII – outros assuntos correlatos.


Art. 103. À Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional compete emitir
parecer sobre:
Essa competência para “emitir parecer” não impede que a CRE venha a atuar terminati-
vamente, quando houve amparo regimental para a votação de proposição pelo seu plenário.

I – proposições referentes aos atos e relações internacionais (Const., art. 49, I) e ao


Ministério das Relações Exteriores;
II – comércio exterior;
III – indicação de nome para chefe de missão diplomática de caráter permanente
junto a governos estrangeiros e das organizações internacionais de que o Brasil faça
parte (Const., art. 52, IV);
IV – (Revogado);
V – Forças Armadas de terra, mar e ar, requisições militares, passagem de forças
estrangeiras e sua permanência no território nacional, questões de fronteiras e limites
do território nacional, espaço aéreo e marítimo, declaração de guerra e celebração de
paz (Const., art. 49, II);
VI – assuntos referentes à Organização das Nações Unidas e entidades internacio-
nais de qualquer natureza;
VII – autorização para o Presidente ou o Vice-Presidente da República se ausenta-
rem do território nacional (Const., art. 49, III);
VIII – outros assuntos correlatos.
§ 1º A Comissão integrará, por um de seus membros, as comissões enviadas pelo
Senado ao exterior, em assuntos pertinentes à política externa do País.
§ 2º A Comissão promoverá audiências públicas, no início de cada sessão legisla-
tiva, com os Ministros das Relações Exteriores e da Defesa para prestarem informa-
ções no âmbito de suas competências.
Dessas competências, destacam-se:
– a de a CRE realizar a oitiva de indicados pelo Presidente da República para a chefia
de missões diplomáticas de caráter permanente, como as Embaixadas e Consulados.

ATENÇÃO

Essa arguição, no âmbito da CRE, deve, por imposição constitucional, ser realiza-
da em reunião secreta, e a votação do relatório deverá ser secreta.

– a de um de seus membros, obrigatoriamente, integrar comissão temporária externa


do Senado se enviadas a território estrangeiro e se a atuação dessa comissão de represen-
tação tiver relação com atos de política externa do Brasil.

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– a de realizar audiência pública obrigatória, no início de cada SLO, com o Ministro


de Estado das Relações Exteriores e Defesa Nacional.

Art. 104. À Comissão de Serviços de Infraestrutura compete opinar sobre matérias


pertinentes a:
A competência para “opinar” se traduz como manifestar-se em parecer.

I – transportes de terra, mar e ar, obras públicas em geral, minas, recursos geoló-
gicos, serviços de telecomunicações, parcerias público-privadas e agências regulado-
ras pertinentes;
II – outros assuntos correlatos.
Art. 104-A. À Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo compete opinar
sobre matérias pertinentes a:
A competência para “opinar” se traduz como manifestar-se em parecer.

I – proposições que tratem de assuntos referentes às desigualdades regionais e às


políticas de desenvolvimento regional, dos Estados e dos Municípios;
II – planos regionais de desenvolvimento econômico e social;
III – programas, projetos, investimentos e incentivos voltados para o desenvolvi-
mento regional;
IV – integração regional;
V – agências e organismos de desenvolvimento regional;
VI – proposições que tratem de assuntos referentes ao turismo;
VII – políticas relativas ao turismo;
VIII – outros assuntos correlatos.
Art. 104-B. À Comissão de Agricultura e Reforma Agrária compete opinar sobre
proposições pertinentes aos seguintes temas:
A competência para “opinar” se traduz como manifestar-se em parecer.

I – direito agrário;
II – planejamento, acompanhamento e execução da política agrícola e fundiária;
III – agricultura, pecuária e abastecimento;
IV – agricultura familiar e segurança alimentar;
V – silvicultura, aquicultura e pesca;
VI – comercialização e fiscalização de produtos e insumos, inspeção e fiscalização
de alimentos, vigilância e defesa sanitária animal e vegetal;
VII – irrigação e drenagem;
VIII – uso e conservação do solo na agricultura;
IX – utilização e conservação, na agricultura, dos recursos hídricos e genéticos;

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X – política de investimentos e financiamentos agropecuários, seguro rural e endi-


vidamento rural;
XI – tributação da atividade rural;
XII – alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e qui-
nhentos hectares, aquisição ou arrendamento de propriedade rural por pessoa física
ou jurídica estrangeira, definição da pequena e da média propriedade rural;
XIII – uso ou posse temporária da terra e regularização dominial de terras rurais e
de sua ocupação;
XIV – colonização e reforma agrária;
XV – cooperativismo e associativismo rurais;
XVI – emprego, previdência e renda rurais;
XVII – políticas de apoio às pequenas e médias propriedades rurais;
XVIII – política de desenvolvimento tecnológico da agropecuária, mediante estímu-
los fiscais, financeiros e creditícios à pesquisa e experimentação agrícola, pesquisa,
plantio e comercialização de organismos geneticamente modificados;
XIX – extensão rural;
XX – organização do ensino rural;
XXI – outros assuntos correlatos.
Art. 104-C. À Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informá-
tica compete opinar sobre proposições pertinentes aos seguintes temas:
A competência para “opinar” se traduz como manifestar-se em parecer.

I – desenvolvimento científico, tecnológico e inovação tecnológica;


II – política nacional de ciência, tecnologia, inovação, comunicação e informática;
III – organização institucional do setor;
IV – acordos de cooperação e inovação com outros países e organismos interna-
cionais na área;
V – propriedade intelectual;
VI – criações científicas e tecnológicas, informática, atividades nucleares de qual-
quer natureza, transporte e utilização de materiais radioativos, apoio e estímulo à pes-
quisa e criação de tecnologia;
VII – comunicação, imprensa, radiodifusão, televisão, outorga e renovação de
concessão, permissão e autorização para serviços de radiodifusão sonora e de sons
e imagens;
VIII – regulamentação, controle e questões éticas referentes a pesquisa e desen-
volvimento científico e tecnológico, inovação tecnológica, comunicação e informática;
IX – outros assuntos correlatos.

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Art. 104-D. À Comissão Senado do Futuro compete promover discussões sobre


grandes temas e o futuro do País, bem como aprimorar a atuação do Senado
nessas questões.
A enorme subjetividade da previsão da competência dessa comissão impede a compre-
ensão exata de sua finalidade. Falta a esse dispositivo uma definição mais objetiva sobre
quais seriam os “grandes temas” e o “futuro do País”, e a indicação dos instrumentos dispo-
níveis para “aprimorar a atuação do Senado”.

Art. 104-E. (Revogado).


Art. 105. Às comissões temporárias compete o desempenho das atribuições que
lhes forem expressamente deferidas.
As comissões temporárias podem ser externas ou internas.
As comissões temporárias externas têm como atribuições a representação oficial do
Senado Federal em eventos no País ou no exterior.
As comissões temporárias internas têm suas atribuições expressamente atribuídas pelo
próprio Regimento (parecer a projeto de código, processamento de impeachment ou altera-
ção do RISF).

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