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Enem

Semana

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Sumário
Faixa base

Glicídios.............................................................................................................................5

Relações ecológicas harmônicas.......................................................................................15

Política para Platão..........................................................................................................29

Gráficos do MUV...............................................................................................................41

Lançamento vertical no vácuo: queda livre.......................................................................57

Calor sensível e Capacidade térmica................................................................................68

Terceira e Quarta Revolução Industrial e o futuro do trabalho..........................................81

Growth mindset: não crie limites para seu aprendizado...................................................93

A conquista da América espanhola..................................................................................99

A Expansão Marítima.......................................................................................................114

Gêneros literários hoje....................................................................................................127

Pediu pra parar, parou: Fevereiro....................................................................................141

Regra de três composta..................................................................................................147

Estudo dos polígonos: definição, classificação, soma dos ângulos internos e externos,
diagonais..........................................................................................................................157

Conjunções (conceito, locução conjuntiva)....................................................................173

Conjunções: coordenativas x subordinativas + valores das coordenativas......................184

Classificação periódica dos elementos.............................................................................197


Sumário

=Distribuição eletrônica..................................................................................................209

Introdução: funções e estratégias...................................................................................224

Émile Durkheim: fato social.............................................................................................233

Aprofundamento
O que é Biodiversidade?.................................................................................................246

Sofistas e Sócrates..........................................................................................................254

Gráficos do MU e MUV...................................................................................................264

Tipos de mão de obra, desemprego e mercado formal..................................................277

Formação dos Estados Modernos...................................................................................289

Grandezas proporcionais, escala e regra de três simples...............................................302

Morfologia e texto..........................................................................................................309

Tratamento de água, esgoto e cromatografia.................................................................316

A redação do Enem como projeto..................................................................................327

Como começar a produzir o texto: estratégias de organização......................................333


Biologia

Glicídios

Objetivo
Aprender quais são as características dos glicídios e suas funções nos sistemas biológicos.

Curiosidade
Os carboidratos são a base da nossa alimentação, muito importantes para conseguirmos a energia para a
síntese de ATP, principal molécula que carrega a energia química utilizada em diversas reações que ocorrem
nas células.

Teoria

Os glicídios (também conhecidos como carboidratos) são compostos orgânicos, e têm função de fornecer
energia ou compor estruturas. São constituídos basicamente de carbono, hidrogênio e oxigênio, e podem ser
encontrados nas seguintes formas:

Monossacarídeos
São a menor estrutura glicídica, considerada uma estrutura básica (monômero). São absorvidos diretamente
pela célula. Sua fórmula química básica é Cn(H2O)n. Entre os principais monossacarídeos, podemos citar as
pentoses e as hexoses:
• Pentoses: apresentam cinco átomos de carbono. Têm fórmula C5H10O5 para a ribose (que forma o RNA) e
C5H10O4 para a desoxirribose (que forma o DNA) — nota-se que há perda de um oxigênio;
• Hexoses: possuem seis átomos de carbono. Têm fórmula química C6H12O6. Exemplos de hexoses: frutose,
glicose e galactose, todos com fórmula química C6H12O6. O que os difere é o posicionamento de alguns
átomos — são estruturas isômeras; ou seja, apresentam a mesma fórmula, mas são diferentes entre si).

Estruturas químicas das pentoses (desoxirribose e ribose) e das hexoses (glicose, frutose e galactose).
Biologia

Oligossacarídeos
São a junção de dois a seis monossacarídeos. Entre eles, os mais importantes são os dissacarídeos,
formados pela ligação glicosídica entre dois monossacarídeos. São exemplos deles: sacarose (frutose +
glicose), maltose (glicose + glicose) a lactose (galactose + glicose).

Estruturas químicas dos dissacarídeos.

Polissacarídeos
A junção de muitos monossacarídeos gera polímeros chamados de polissacarídeos. Têm função energética
ou estrutural:
• Energética: apresentam moléculas que serão utilizadas na obtenção de energia para o metabolismo. São
exemplos de polissacarídeos energéticos: amido (que é uma reserva energética encontrada em plantas) e
glicogênio (uma reserva energética encontrada em animais e fungos). Esses polissacarídeos se
diferenciam principalmente pelo tamanho e quantidade de ligações — o glicogênio é maior que o amido.
• Estrutural: apresentam moléculas resistentes, que formam estruturas físicas. São exemplos de
polissacarídeos estruturais: celulose (presente na parede celular de algas e plantas), quitina (presente na
parede celular de fungos e no exoesqueleto de artrópodes) e peptidoglicanos (presente na parede celular
de algumas bactérias).

Estruturas químicas dos polissacarídeos.


Biologia

Em nossa nutrição, os polissacarídeos são digeridos graças à ação enzimática, e formam dissacarídeos —
estes também podem ser digeridos, para formar os monossacarídeos, ao rompermos as ligações
glicosídicas. O rompimento é importante, para que os monossacarídeos sejam absorvidos pelo nosso trato
digestivo e, assim, possamos utilizá-los no metabolismo.

O principal monossacarídeo energético é a glicose, usada diretamente no processo de respiração celular. Ela
pode ser encontrada circulante no nosso sangue ou armazenada no fígado e nos músculos, sob a forma de
glicogênio. A celulose não é digerida pelo nosso corpo; então, a ingestão desse polissacarídeo ajuda na
formação do bolo fecal, auxiliando na eliminação das fezes.
Biologia

Exercícios de fixação

1. Qual destes é um monossacarídeo de seis carbonos?


a) Frutose
b) Quitina
c) Ribose
d) Celulose

2. Qual dissacarídeo é formado por duas glicoses?


a) Sacarose
b) Lactose
c) Maltose
d) Desoxirribose

3. Qual polissacarídeo apresenta função estrutural?


a) Sacarose
b) Quitina
c) Glicogênio
d) Amido

4. Diga qual a importância de produzir glicogênio para armazenar carboidratos.

5. Em relação à nutrição e aos carboidratos, por que é importante comer vegetais?


Biologia

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2007) Ao beber uma solução de glicose (C 6H12O6), um corta-cana ingere uma substância
a) que, ao ser degradada pelo organismo, produz energia que pode ser usada para movimentar o corpo.
b) inflamável que, queimada pelo organismo, produz água para manter a hidratação das células.
c) que eleva a taxa de açúcar no sangue e é armazenada na célula, o que restabelece o teor de oxigênio
no organismo.
d) insolúvel em água, o que aumenta a retenção de líquidos pelo organismo.
e) de sabor adocicado que, utilizada na respiração celular, fornece CO2 para manter estável a taxa de
carbono na atmosfera

2. (UEMA, 2014) Os glicídios são as principais fontes de energia diária para seres humanos e são
classificados em monossacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos, de acordo com o tamanho da
molécula. Polissacarídeos são polímeros de glicose constituídos fundamentalmente por átomos de
carbono, hidrogênio e oxigênio que desempenham diversas funções essenciais ao bom funcionamento
do organismo. Os polissacarídeos mais conhecidos são o glicogênio, a celulose, o amido e a quitina.
As funções atribuídas a essas moléculas são, respectivamente
a) estrutural, reserva, estrutural, reserva.
b) reserva, reserva, estrutural, estrutural.
c) reserva, estrutural, reserva, estrutural.
d) estrutural, estrutural, reserva, reserva.
e) reserva, estrutural, estrutural, reserva.

3. (FAG, 2014) Sabe-se que o carboidrato é o principal fator a contribuir para a obesidade, por entrar mais
diretamente na via glicolítica, desviando-se para a produção de gordura, se ingerido em excesso. Uma
refeição composta de bolacha (amido processado industrialmente) e vitamina de sapoti (sapoti, rico
em frutose), leite (rico em lactose) e açúcar (sacarose processada industrialmente) pode contribuir
para o incremento da obesidade, por ser, conforme a descrição acima, visivelmente rica em
a) lipídios.
b) proteínas.
c) glicídios.
d) vitaminas.
e) Ácidos nucleicos
Biologia

4. (Enem, 2014) Com o objetivo de substituir as sacolas de polietileno, alguns supermercados têm
utilizado um novo tipo de plástico ecológico, que apresenta em sua composição amido de milho e uma
resina polimérica termoplástica, obtida a partir de uma fonte petroquímica.
ERENO, D. Plásticos de vegetais. Pesquisa Fapesp, n. 179, jan. 2011 (adaptado).

Nesses plásticos, a fragmentação da resina polimérica é facilitada porque os carboidratos presentes.


a) dissolvem-se na água.
b) absorvem água com facilidade.
c) caramelizam por aquecimento e quebram.
d) são digeridos por organismos decompositores.
e) decompõem-se espontaneamente em contato com água e gás carbônico.

5. (UEMA, 2014) Os animais retiram dos alimentos os nutrientes necessários para a sua sobrevivência.
Cada nutriente apresenta uma determinada finalidade, e, aos glicídios, pode ser atribuída a função de:
a) produzir anticorpos.
b) participar da composição de hormônios sexuais.
c) funcionar como isolante térmico.
d) fornecer energia às células.
e) proteger nosso corpo contra impactos.

6. (UEA, 2014) A tabela lista três glicídios e seus componentes.


Glicídio Componentes
Maltose Glicose + Glicose
Sacarose Glicose + Frutose
Lactose Glicose + Galactose
Sobre os glicídios da tabela, é correto afirmar que
a) a maltose é um monossacarídeo resultante da digestão do amido.
b) a sacarose é um dissacarídeo encontrado em abundância na cana-de-açúcar.
c) a lactose é um polissacarídeo que não pode ser digerido pelo ser humano.
d) a maltose, a sacarose e a lactose são classificados como polissacarídeos.
e) os três glicídios são dissacarídeos encontrados nos vegetais.
Biologia

7. (Enem Digital, 2020) O cultivo de células animais transformou-se em uma tecnologia moderna com
inúmeras aplicações, dentre elas testes de fármacos visando o desenvolvimento de medicamentos.
Apesar de os primeiros estudos datarem de 1907, o cultivo de células animais alcançou sucesso na
década de 1950, quando Harry Eagle conseguiu definir os nutrientes necessários para o crescimento
celular.
Componentes básicos para manutenção celular
em meio de cultura
H2O
Fonte de carbono
Elementos inorgânicos
Aminoácidos
Vitaminas
Antibióticos
Indicadores de pH
Soro
CASTILHO, L. Tecnologia de biofármacos. São Paulo, 2010.

Qual componente garante o suprimento energético para essas células?


a) H2O
b) Vitaminas
c) Fonte de carbono
d) Indicadores de pH
e) Elementos inorgânicos

8. (Fuvest 2009)

Os animais que consomem as folhas de um livro alimentam-se da celulose contida no papel. Em uma
planta, a celulose é encontrada
a) armazenada no vacúolo presente no citoplasma.
b) em todos os órgãos, como componente da parede celular.
c) apenas nas folhas, associada ao parênquima.
d) apenas nos órgãos de reserva, como caule e raiz.
e) apenas nos tecidos condutores do xilema e do floema.
Biologia

9. (UNIFOR, 2013) O propósito principal dos carboidratos na dieta humana é a produção de energia
metabólica. Os açúcares simples são metabolizados diretamente na via glicolítica. E os carboidratos
complexos são degradados em açúcares simples que então podem entrar na via glicolítica. Embora os
lipídios na forma de triacilgliceróis possam representar uma fonte liberadora de energia duas vezes
maior que os carboidratos, são estes últimos que representam a primeira opção para os organismos
extraírem energia.
LEHNINGER, A.L., NELSON, D.L. & COX, M.M. Princípios de bioquímica. São Paulo: Sarvier, 2011. (com adaptações)

Os organismos preferem carboidratos aos lipídios para liberação de energia porque:


a) Os carboidratos não podem ser utilizados para a síntese de lipídios.
b) Existe deficiência em concentração no sistema enzimático que hidrolisa lipídios.
c) Os carboidratos são hidrossolúveis assim como as enzimas que os hidrolisam.
d) Os lipídios possuem estruturas mais complexas que os carboidratos.
e) Os lipídios são hidrofílicos e as enzimas que os hidrolisam são hidrofóbicas.

10. (Contemax, 2020 - adaptada) Observe a imagem abaixo que representa uma molécula de sacarose.

http://www.ufal.edu.br/usinaciencia/multimidia/livros-digitais-caderno-tematicos/A_Quimica_dos_Alimentos.pdf
Sobre o carboidrato apresentado é correto afirmar que:
a) como os outros materiais fibrosos, é resistente às enzimas digestivas humanas, não sendo digerido.
b) este polímero de glicose fornece energia devido ao mecanismo enzimático que ocorre no intestino,
até sua forma mais simples, glicose.
c) encontrada na cana-de-açúcar e na beterraba. É o açúcar mais comum, açúcar branco, formado por
glicose e frutose.
d) é um polissacarídeo encontrado nos vegetais, como cereais, raízes, tubérculos, leguminosas e
outros.
e) principal açúcar presente no leite, sendo de 5 a 8% no leite humano e de 4 a 5% no leite de vaca.

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Biologia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
A frutose é um carboidrato monossacarídeo do tipo hexose, ou seja, apresenta seis carbonos em sua
molécula.

2. C
A maltose é formada pela união de duas glicoses.

3. B
A quitina é um polissacarídeo com função estrutural, presente no exoesqueleto de insetos e parede
celular de fungos.

4. O glicogênio é uma forma de armazenamento de glicose, para que esta possa ser liberada em casos de
demanda energética.

5. Os vegetais, quando ingeridos, não têm sua parede celular digerida, e esta estrutura forma a fibra que
compõe o bolo alimentar. Esta fibra ajuda quando as fezes estão sendo formadas, para unir os restos da
digestão e fazer com que eles passem mais lentamente pelo intestino, permitindo melhor reabsorção de
água.

Exercícios de vestibulares

1. A
A glicose é absorvida na célula e participa da respiração celular, que irá gerar energia sob a forma de ATP
para o seu funcionamento.

2. C
As moléculas citadas são os polissacarídeos: glicogênio, celulose, amido e quitina. O glicogênio é uma
substância de reserva energética encontrada em animais e fungos; a celulose tem função estrutural, e
forma parede celular de vegetais e algas; o amido é a reserva energética das plantas e das algas; a quitina
forma a parede celular dos fungos e o exoesqueleto de artrópodes, tendo função estrutural.

3. C
A refeição descrita na questão é rica em glicídios. O amido é um carboidrato constituído principalmente
de glicose com ligações glicosídicas. A frutose, também conhecida como açúcar das frutas, é um
monossacarídeo, com os carbonos dispostos em anel, muito encontrado em frutas. A lactose é o açúcar
presente no leite e seus derivados; é um hidrato de carbono, mais especificamente um dissacarídeo, que
é composto por dois monossacarídeos: a glicose e a galactose. A sacarose é um tipo de glicídio formado
por uma molécula de glicose produzida pela planta ao realizar o processo de fotossíntese mais uma de
frutose. Encontra-se em abundância em cana-de-açúcar, frutas e beterraba.

4. D
A fragmentação será facilitada, pois os carboidratos presentes são moléculas orgânicas, por isso podem
ser digeridos por organismos decompositores. As demais opções não correspondem ao processo de
decomposição do componente em questão.

5. D
A principal função dos carboidratos é fornecer energia, participando do processo de respiração celular
ou fermentação.
Biologia

6. B
Todos os glicídios da tabela são dissacarídeos, pois são formados pela união de dois monossacarídeos.
A sacarose é encontrada em grande quantidade em diversos vegetais, como a cana-de-açúcar. Já a
lactose é encontrada no leite produzido por animais.

7. C
A principal fonte de energia para o metabolismo dos organismos vivos é a glicose, presente em
compostos glicídicos. Ou seja, o componente que garante o suprimento energético é a fonte de carbono.

8. B
A celulose é o polissacarídeo que forma a parede celular das plantas, e está presente em todas as células
e órgãos destes organismos.

9. C
Os carboidratos são solúveis em água, o que facilita a sua utilização pelas enzimas que também são
hidrossolúveis. Dessa forma, o uso para a gerar energia é mais rápida que o dos lipídios.

10. C
A sacarose é um dissacarídeo constituído por glicose e frutose. É comum em vegetais, principalmente
os doces, e pode ser usado para formar o açúcar branco.
Biologia

Relações ecológicas harmônicas

Objetivo
Classificar relações ecológicas em harmônicas e desarmônicas, bem como em intraespecíficas e
interespecíficas. Aprender sobre as relações ecológicas harmônicas, com pelo menos um exemplo específico
de cada relação.

Curiosidade
As relações harmônicas podem beneficiar ambas as espécies ou somente uma delas, sem trazer prejuízo à
outra.

Teoria

A ecologia pode ser dividida em dois ramos de estudos: a ecobiose, que estuda a relação dos seres vivos com
o meio ambiente, e a alelobiose, que são as relações ecológicas dos seres vivos entre eles.
As relações ecológicas podem ser harmônicas (nenhum dos indivíduos é prejudicado) ou desarmônicas (pelo
menos um dos indivíduos é prejudicado). Podem, ainda, ser intraespecíficas (mesma espécie) ou
interespecíficas (espécies diferentes). São utilizados símbolos para identificar as relações, e esses símbolos
são o de positivo + (para indicar uma vantagem na relação), de negativo – (para indicar um prejuízo para o
indivíduo) e o 0 (zero, representando uma indiferença na relação, ou seja, os indivíduos não são afetados nem
positivamente nem negativamente).
Veja a seguir uma tabela, resumindo as principais relações ecológicas harmônicas:

Colônia (+, +)

Intraespecíficas Gregarismo (+, +)

Sociedade (+, +)

Mutualismo (+, +)
Relações
harmônicas
Protocooperação (+, +)
Interespecíficas
Comensalismo (+, 0)

Inquilinismo (+, 0)

Foresia (+, 0)

1
Biologia

Relações Harmônicas Intraespecíficas


Colônia (+,+): indivíduos da mesma espécie são anatomicamente ligados, formando uma nova entidade. Os
indivíduos podem apresentar organismos idênticos que desempenham a mesma função (formam colônias
isomorfas, como os corais e bactérias) ou com forma e funções diferentes (formam colônias heteromórficas,
como a caravela-portuguesa, um Cnidário).

Caravela-portuguesa, exemplo de colônia heteromórfica, flutuando no mar.


Fonte: Bengt Nyman. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Physalia_physalis_EM1B0679_(40827501481).jpg.
Acessado em 04/05/2021

Sociedade (+,+): são organismos que vivem juntos, sem ser anatomicamente ligados, porém apresentam uma
hierarquia, com divisão de trabalho. São exemplos as abelhas, com a divisão de trabalhos na colmeia entre a
abelha rainha, o zangão e as abelhas operárias.

Representação de várias abelhas em sua colmeia com mel. Os insetos Himenópteros, como as abelhas e as formigas, são exemplos
de animais que vivem em sociedade.
Fonte: Jean Beaufort. Disponível em: https://www.publicdomainpictures.net/pt/view-image.php?image=160442&picture=dentro-da-
colmeia-da-abelha&__cf_chl_jschl_tk__=pmd_15179e7f24cd23501290908660669dbcaf091baa-1630890582-0-
gqNtZGzNAmKjcnBszQfi. Acessado em 04/09/2021.

2
Biologia

Gregarismo (+,+): indivíduos da mesma espécie vivem juntos, porém sem ligações anatômicas ou sem
hierarquia social. Esse aglomerado ajuda na proteção da população, seja para enganar predadores, confundi-
los ou mesmo assustá-los, como, por exemplo, grandes cardumes ou manadas.

Imagem mostrando cardume de peixes, em gregarismo, que muitas vezes ajuda a escapar dos ataques de predadores.
Fonte: MrChris89. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/cardume-peixe-gal%C3%A1pagos-mergulho-2202921/. Acessado
em 04/09/2021

Relações Harmônicas Interespecíficas


Mutualismo (+,+): indivíduos de espécies diferentes se relacionam de maneira obrigatória, e ambos são
beneficiados. Ou seja, sozinhos, esses indivíduos não sobrevivem. São exemplos os líquens, em que a alga
ou as cianobactérias fornecem matéria orgânica ao fungo, que dá sais minerais e gás carbônico em troca. Os
ruminantes também são animais que vivem em mutualismo com as bactérias que digerem celulose,
presentes em seu estômago.

Nessa imagem temos um tronco de árvore recoberto por líquens e folhas. Líquens representam uma associação mutualística entre
fungos e algas ou cianobactérias.
Fonte: Liou Yin. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:L%C3%ADquen_verde_e_vermelha.jpg. Acessado em
04/09/2021.

3
Biologia

Protocooperação (+,+): indivíduos de espécies diferentes se relacionam em benefício mútuo, porém não é
uma relação obrigatória; ou seja, separados, eles conseguem sobreviver. Pode ser considerada por alguns
autores como um tipo de mutualismo facultativo. Dentre alguns exemplos temos o pássaro-palito, que
consegue alimento dos restos na boca de um crocodilo, e o crocodilo se beneficia ficando com menos
bactérias e problemas bucais. Outro exemplo seria o crustáceo paguro com uma anêmona em sua concha: a
anêmona consegue mais alimento, pois há uma maior correnteza de água passando conforme o paguro anda,
e o paguro recebe proteção da anêmona, por conta de seus tentáculos urticantes.

Pássaro se alimentando de carrapatos que estão na pele de um mamífero. Pássaros que comem carrapatos de outros animais são
um exemplo de protocooperação, pois essas aves conseguem alimentos e os animais ficam livres dos parasitas.
Fonte: Bernard Dupont. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Red-
billed_Oxpecker_(Buphagus_erythrorhynchus)_(6040706283).jpg. Acessado em 05/04/2021

Comensalismo (+,0): um dos indivíduos envolvidos é beneficiado, enquanto o outro não recebe nem
benefícios nem malefícios, sendo indiferente para ele. Um dos exemplos é o tubarão e as rêmoras, em que o
tubarão se alimenta normalmente, e o resto da comida é ingerido pelas rêmoras e outros peixes que nadam
próximo. Outro exemplo seria dos leões e das hienas. Os leões, após comerem, abandonam a carcaça, e as
hienas se alimentam destes restos deixados pelo animal.

Tubarão nadando no mar e, logo abaixo dele, um peixe rêmora. As rêmoras que comem resto de comida de tubarões indicam uma
relação de comensalismo
Fonte: Albert Kok. Disponível em: http://salvador-nautico.blogspot.com/2015/03/remora.html. Acessado em 05/09/2021

4
Biologia

Inquilinismo (+,0): um ser vivo vive ou se abriga em outro, sem causar nenhum prejuízo. Um exemplo é o
peixe-agulha vivendo no reto de pepinos do mar. Quando se trata de plantas, chamamos essa relação de
epifitismo, em que uma planta fica sobre galhos de outras para conseguir mais luz. Dentre os exemplos
podemos citar as bromélias e as orquídeas.

Peixe agulha vivendo dentro de um pepino do mar. A presença desse peixe não afeta negativamente o pepino do mar.
Fonte: Vista al Mar. Disponível em: https://www.vistaalmar.es/especies-marinas/peces-extranos/2049-pez-perla-busca-refugio-ano-
pepino-mar.html. Acessado em 05/09/2021

A Bromélia é uma epífita e vive sobre um tronco de árvore, sem causar prejuízos à esta.
Fonte: CIMVI. Disponível em: https://cimvi.sc.gov.br/a-importancia-das-epifitas-nas-arvores/. Acessado em 05/04/2021

5
Biologia

Foresia (+,0): ocorre quando organismos utilizam outros para sua locomoção, sem atrapalhar a
movimentação ou causar quaisquer prejuízos a eles. São exemplos alguns ácaros e carrapatos, que se
prendem em pernas de insetos para serem transportados, e também sementes que se prendem no pelo ou
penas de animais, sofrendo dispersão para outros locais.

Um aracnídeo preso na pata de um inseto, sem causar danos, para ser transportado por foresia.
Fonte: Sean McCann. Disponível em: https://spiderbytes.org/2015/05/25/pseudoscorpions-small-strange-arachnids/. Data de acesso
05/09/2021.

6
Biologia

Exercícios de fixação

1. O que é uma relação intraespecífica? E interespecífica?

2. O que significa relação harmônica?

3. Qual a diferença de mutualismo e protocooperação?

4. Qual a principal diferença entre colônia e sociedade, quando falamos de indivíduos?

5. Qual a diferença entre inquilinismo e epifitismo?

7
Biologia

Exercícios de vestibulares

1. (ETEC 2017) O filme Procurando Nemo é uma produção que se baseia na vida de dois peixes-palhaço,
pai e filho, habitantes da Grande Barreira de Coral. Do ponto de vista biológico, o filme apresenta
algumas imprecisões. Por exemplo: Marlin é um pai zeloso e protetor, que cuida cautelosamente do
filhote Nemo, único sobrevivente da ninhada. Porém, esse cuidado parental na espécie dos peixes-
palhaço não ocorre na natureza, pois o macho só cuida dos ovos até o momento da eclosão.

No entanto, tal como no filme, na natureza, os peixes-palhaço ganham proteção e alimento vivendo
entre os tentáculos das anêmonas-do-mar. Essa proximidade entre essas espécies é facilitada porque
a pele desses peixes possui uma defesa especial, que os protege de serem atingidos pelo veneno dos
tentáculos das anêmonas, que também se beneficiam dos restos de alimento deixados pelos peixes-
palhaço.
É correto afirmar que a relação descrita entre esses seres vivos de espécies diferentes denomina-se:
a) competição.
b) mimetismo.
c) parasitismo.
d) predação.
e) protocooperação.

8
Biologia

2. (Enem PPL 2019) Pesquisadores descobriram que uma espécie de abelha sem ferrão nativa do Brasil
— a mandaguari (Scaptotrigona depilis) — cultiva um fungo nos ninhos dentro da colmeia. Após
observações, verificaram que a sobrevivência das larvas da abelha depende da ingestão de filamentos
do fungo, que produz metabólitos secundários com ação antimicrobiana, antitumoral e imunológica,
além da alimentação convencional. Por sua vez, o fungo depende da abelha para se reproduzir e garante
a sua multiplicação ao longo das gerações.
MIURA, J. Pequenas agricultoras: abelhas Mandaguari cultivam fungos para alimentar suas larvas. Disponível em:
www.embrapa.br. Acesso em: 3 maio 2019 (adaptado).

O uso de fungicida ocasionaria à colmeia dessa espécie o(a)


a) controle de pragas.
b) acúmulo de resíduos.
c) ampliação de espaço.
d) redução da população.
e) incremento de alimento

3. (Enem 2014) A celulose, presente nos vegetais, é um alimento importante para muitas espécies de
animais herbívoros, como os ruminantes. Eles próprios não têm capacidade de digerir a celulose e, para
que ela seja aproveitada, necessária uma associação com microrganismos, que ficam na parte
aglandular do estômago dos ruminantes. Esses microrganismos são capazes de produzir a celulase,
uma enzima que digere a celulose, possibilitando o aproveitamento da matéria orgânica vegetal, tanto
pelos ruminantes como pelos microrganismos. A relação descrita e um exemplo de
a) predatismo.
b) competição
c) mutualismo.
d) inquilinismo.
e) Comensalismo.

4. (FAG 2015) As esponjas desempenham papéis importantes em muitos habitats marinhos. A natureza
porosa das esponjas as torna uma habitação ideal para vários crustáceos, equinodermos e vermes
marinhos. Além disso, alguns caramujos e crustáceos têm, tipicamente, esponjas grudadas em suas
conchas e carapaças, tornando-os imperceptíveis aos predadores. Nesse caso, a esponja se beneficia
por se nutrir de partículas de alimento liberadas durante a alimentação de seu hospedeiro. As relações
ecológicas presentes no texto são
a) protocooperação e competição.
b) inquilinismo e protocooperação.
c) inquilinismo e parasitismo.
d) competição e predação.
e) parasitismo e predação.

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Biologia

5. (UFRGS 2019)

A interação ecológica apresentada entre os animais do segundo quadro é harmônica, interespecífica,


do tipo.
a) protocooperação
b) sociedade
c) inquilinismo
d) comensalismo
e) amensalismo

6. (Enem 2009 - adaptada) Um formigueiro inicia-se com uma rainha jovem que, após ser fecundada pelo
macho, voa e escolhe um lugar para cavar um buraco no chão. Ali dará origem a milhares de formigas,
constituindo um novo formigueiro. As fêmeas geradas poderão ser operárias, vivendo cerca de um ano,
ou novas rainhas. Os machos provêm de óvulos não fertilizados e vivem aproximadamente uma
semana. As operárias se dividem nos trabalhos do formigueiro. Há formigas forrageadoras que se
encarregam da busca por alimentos, formigas operárias que retiram dejetos do local e são
responsáveis pela manutenção ou que lidam com o alimento e alimentam as larvas, e as formigas
patrulheiras. Um formigueiro pode durar anos e dificilmente uma formiga social consegue sobreviver
sozinha.
(MELO, A. Como funciona uma sociedade de formigas? Disponível em:
http://www.cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 21 fev. 2009 (adaptado).)

Uma característica que contribui diretamente para o sucesso da organização social dos formigueiros
é
a) a divisão de tarefas entre as formigas e a organização funcional do formigueiro.
b) o fato de as formigas machos serem provenientes de óvulos não fertilizados.
c) a alta taxa de mortalidade das formigas solitárias ou das que se afastam do formigueiro.
d) a existência de patrulheiras, que protegem o formigueiro do ataque de herbívoros.
e) o fato de as rainhas serem fecundadas antes do estabelecimento de um novo formigueiro.

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Biologia

7. (UEMG 2019) Algumas plantas desenvolvem-se bem em terrenos ricos em bactérias do gênero
Rhizobium, que se associam às suas raízes, formando nódulos macroscópicos. Determinados
mamíferos herbívoros abrigam, em seu tubo digestório, bactérias que digerem a celulose,
transformando-a em carboidratos aproveitáveis. As associações descritas são harmônicas, por meio
das quais:
a) as espécies envolvidas são beneficiadas, estabelecendo uma interdependência fisiológica entre
si.
b) um dos indivíduos é beneficiado, utilizando os restos alimentares do outro, e este não é
prejudicado.
c) ambos são beneficiados, mas podem viver de modo independente, sem prejuízo para qualquer um
deles.
d) uma das espécies é beneficiada, sendo abrigada pela espécie hospedeira, e esta não é
prejudicada.
e) dois indivíduos da mesma espécie mostram-se fortemente ligados um ao outro, e não conseguem
viver isoladamente.

8. (Enem PPL 2019) Algumas espécies de orquídeas apresentam flores que mimetizam vespas fêmeas,
de forma que vespas machos são atraídas na tentativa de acasalamento. Ao chegarem às flores, os
machos frequentemente entram em contato com o pólen da flor, sem prejuízo de suas atividades.
Contudo, como não conseguem se acasalar, esses machos procuram novas fêmeas, podendo
encontrar novas flores e polinizá-las. Essa interação ecológica pode ser classificada como
a) comensalismo.
b) amensalismo.
c) mutualismo.
d) parasitismo.
e) simbiose.

9. (PUC-RJ 2016) Corais em todo o mundo estão sofrendo de um fenômeno conhecido como
branqueamento, que consiste na perda de algas unicelulares que vivem no interior dos tecidos, podendo
ocasionar a morte desses animais. Sobre o tipo de interação entre os corais e as algas é correto afirmar
que:
a) é uma interação de parasitismo, pois as algas vivem no interior dos corais.
b) é uma relação desarmônica interespecífica pois os corais predam as algas.
c) é uma relação harmônica intraespecífica pois animais e algas formam colônias.
d) é uma interação de mutualismo onde as algas fornecem gás carbônico para os corais e estes
fornecem glicose para as algas.
e) é uma interação de mutualismo, onde as algas fornecem boa parte do alimento para os corais e
estes fornecem sais minerais e gás carbônico.

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Biologia

10. (FATEC-SP 2002) Abelhas apresentam três castas sociais: as operárias, fêmeas estéreis que realizam
o trabalho da colmeia, a rainha e o zangão, encarregados da reprodução. Essa divisão de trabalho
caracteriza:
a) Sociedade isomorfa com relações intraespecíficas harmônicas;
b) Sociedade heteromorfa com relações intraespecíficas harmônicas;
c) Colônia heteromorfa com relações interespecíficas harmônicas;
d) Colônia isomorfa com relações interespecíficas harmônicas;
e) Colônia heteromorfa com relações intraespecíficas harmônicas.

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12
Biologia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Relação intraespecífica significa relação entre indivíduos da mesma espécie. Relação interespecífica
significa relação entre indivíduos de espécies diferentes.

2. Relações harmônicas ocorrem quando nenhum dos indivíduos da relação é prejudicado; podem ser
relações +/+, em que os dois indivíduos são beneficiados, ou +/0, em que somente um indivíduo é
beneficiado, e o outro indivíduo não é nem prejudicado e nem beneficiado.

3. Tradicionalmente, a protocooperação não é uma relação obrigatória, já o mutualismo é uma relação


obrigatória, ou seja, um indivíduo não sobrevive sem o outro.

4. Colônia e sociedade são relações que acontecem com indivíduos da mesma espécie. O que difere esses
indivíduos é que, na colônia, o indivíduo sozinho não sobrevive; já na sociedade, se um indivíduo se isolar,
ele consegue sobreviver sozinho.

5. Em ambas, um ser vivo vive ou se abriga em outro, sem causar nenhum prejuízo. Quando a relação ocorre
em animais, damos o nome de inquilinismo, e, em plantas, epifitismo.

Exercícios de vestibulares

1. E
O texto descreve um benefício para as duas espécies envolvidas nessa relação; no entanto, uma espécie
não depende de outra para a sobrevivência. Essa é a definição de protocooperação.

2. D
Pelo texto, vemos que a relação entre o fungo e as abelhas é de dependência, caracterizando uma relação
de mutualismo. Por isso, caso se use fungicida na colmeia, o fungo irá morrer pelo veneno e as abelhas
terão seu tamanho populacional reduzido pela falta da interação harmônica.

3. C
A relação entre os ruminantes e os microrganismos é obrigatória para a sobrevivência de ambos, sendo
positiva para os envolvidos. É um exemplo de uma relação mutualística.

4. B
Neste inquilinismo, a esponja abriga o crustáceo e, quando está aderida a conchas, o protege, tornando-
o imperceptível aos predadores, e se alimenta de seus restos alimentares, ou seja, é uma relação positiva
para ambos.

13
Biologia

5. A
A relação representada é a protocooperação, em que ambos os animais são beneficiados (o crocodilo
fica com dentes limpos, evitando cáries e infecções, e os pássaros obtêm alimento) e não é uma relação
obrigatória.

6. A
O nome correto para relação ecológica presente entre indivíduos de um mesmo formigueiro é sociedade.
Em sociedade, as formigas se beneficiam umas às outras com a divisão de tarefas.

7. A
Nos dois casos descritos, a relação entre os organismos é essencial para a sobrevivência deles,
mostrando ser um caso de interdependência fisiológica, ou seja, para que o metabolismo de ambos
funcione, é necessário que eles estejam se relacionando.

8. A
Apesar de não conseguir acasalar, o macho não sofre prejuízos quando chega à flor. Isso mostra que a
relação é neutra para ele. Porém a flor consegue dispersar o seu pólen, a partir da polinização pela vespa,
portanto é positivo para a vespa. Logo, é uma relação (+,0), sendo então uma interação de comensalismo.

9. E
A relação entre as algas e os corais é um caso de mutualismo, pois ambas as espécies se beneficiam,
com dependência de uma em relação à outra.

10. B
Nesta relação há divisão de trabalho ou funções dentro da população, o que caracteriza uma sociedade.
Como no caso das abelhas cada casta social possui uma forma corporal e anatomia diferente, dizemos
que ela é heteromorfa (ex.: rainhas maiores, zangão menor, operárias de tamanho mediano).

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Filosofia

Política para Platão

Teoria

A República: Um diálogo sobre a justiça


Acredita-se que Platão tenha escrito A República como uma resposta à morte injusta de Sócrates. De fato, a
busca pela natureza da justiça é o fio condutor que perpassa todos os dez livros que compõem a obra. Crítico
à democracia ateniense, que condenou Sócrates, pelo voto da maioria, a ingerir cicuta, Platão se propôs a
formular por si mesmo uma cidade justa.

As partes da alma
Para compreender a estrutura dessa cidade idealizada por Platão, é preciso ter em mente que o homem se
divide em corpo e alma. E que a alma, por sua vez, é constituída por três partes distintas, quais sejam, a parte
apetitiva (relativa aos desejos e às necessidades do corpo), a parte irascível (relativa à força física e à
coragem) e a parte racional (relativa à capacidade intelectual).

Nessa perspectiva, de acordo com a sua natureza, cada pessoa nasce com as partes da alma aprimoradas
de maneiras diferentes. Por isso, aqueles que possuem a parte apetitiva mais desenvolvida têm aptidão para
produzir e comercializar os bens que satisfazem as necessidades do corpo, como a alimentação, as
vestimentas e os utensílios em geral.

No entanto, aqueles cuja parte irascível é mais desenvolvida têm aptidão para garantir a segurança da cidade,
protegendo-a seja de ataques externos, como guerras e invasões, seja de conflitos internos, como brigas e
desentendimentos. Por fim, aqueles que possuem a parte racional da alma mais desenvolvida (os filósofos)
têm aptidão para as atividades intelectuais, como elaborar as leis, por exemplo.

Desse modo, para o bom funcionamento da cidade, cada cidadão deve exercer as funções que estejam de
acordo com a sua aptidão pessoal. Portanto, tal como a alma humana é constituída por três partes, a cidade
justa é composta por três classes distintas, são elas:
● a classe dos artesãos e comerciantes: é responsável pela produção dos bens materiais, bem como de
tudo o que é necessário à manutenção da cidade.
● a classe dos guerreiros: é responsável pela defesa da cidade, seja de ataques externos, seja de conflitos
internos.
● a classe dos guardiões (ou magistrados, a depender da tradução): é responsável pelo governo da cidade
e pela elaboração das leis.

1
Filosofia

Sofocracia: O governo dos sábios


Partindo da ideia de que: "a cidade não será justa enquanto os reis não forem filósofos ou os filósofos não
forem reis", Platão estabelece a chamada sofocracia, isto é, o governo dos sábios. Assim, retomando as
metáforas presentes no mito da caverna, é possível notar que o prisioneiro que se libertou e foi capaz de
contemplar a realidade corresponde à figura do filósofo.

Nesse sentido, o filósofo é aquele que realizou a ascensão dialética, superando a aparência das imagens do
mundo sensível, para acessar a verdade do mundo inteligível. Justamente por contemplar a ideia do bem, o
filósofo é o único capaz de conduzir os seus concidadãos tendo em vistas o bem e a justiça. Por isso mesmo,
ele é o mais apto a governar a cidade. Portanto, a justiça na cidade, assim como na alma humana, corresponde
a uma harmonia entre as partes, preservando-se a ideia de que a razão exerce uma função de comando, de
coordenação e de educação das outras partes.

Educação da cidade justa: A expulsão dos poetas


Após estabelecer a estrutura da cidade, Platão refletiu acerca da educação dos cidadãos. Para isso, ele
retomou a base educacional do mundo grego, que se fundamentava em dois pilares básicos, a saber, a
ginástica, cujo objetivo era aprimorar as qualidades do corpo e a música (do grego musiké, que em sentido
amplo, se refere às artes das musas e engloba não só o canto e a harmonia, mas também a poesia), cujo
objetivo era aprimorar as qualidades da alma, como o intelecto e as virtudes.

Mas, apesar de retomar as concepções tradicionais, Platão dirigiu diversas críticas à poesia tal como era
ensinada no seu tempo. A primeira delas, de caráter ético e moral, estava relacionada à maneira como os
poetas descreviam os deuses. Segundo ele, nas poesias de Homero e Hesíodo, por exemplo, os deuses eram
apresentados de modo ambíguo. Ou seja, ora agiam como deuses, ora agiam de maneira passional, isto é, se
vingavam, traíam e seduziam. Com isso, era necessário censurar as poesias a que os jovens teriam acesso.

A segunda crítica, de caráter ontológico (referente à realidade das coisas, dos entes), estava ligada à
concepção platônica de que a poesia é imitação (mimese) do mundo sensível, que por si mesmo já é uma
cópia imperfeita do mundo inteligível. Portanto, a poesia está a três graus de distância da Verdade. Há ainda,
a crítica aos efeitos nocivos da poesia sobre o público, de modo a prejudicar a formação do cidadão. Sendo
assim, era necessário expulsar os poetas da cidade justa.

2
Filosofia

Exercícios de fixação

1. De acordo com Platão, qual era o sistema político ideal?


a) Democracia
b) Tirania
c) Oligarquia
d) Sofocracia

2. Para Platão, aqueles que possuem a parte irascível da alma mais desenvolvida têm aptidão para:
a) Elaborar as leis
b) Produzir e comercializar os bens
c) Garantir a segurança da cidade
d) Governar a cidade

3. Segundo Platão, quem deve governar a cidade justa?


a) Os guerreiros
b) Os filósofos
c) Os comerciantes
d) Os poetas

4. Explique a relação entre o mito da caverna e a teoria política de Platão.

5. Por que Platão expulsa os poetas da cidade justa?

3
Filosofia

Exercícios

1. (Enem 2020) Se os filósofos não forem reis nas cidades ou se os que hoje são chamados reis e
soberanos não forem filósofos genuínos e capazes e se, numa mesma pessoa, não coincidirem poder
político e filosofia e não for barrada agora, sob coerção, a caminhada das diversas naturezas que, em
separado buscam uma dessas duas metas, não é possível, caro Glaucon, que haja para as cidades uma
trégua de males e, penso, nem para o gênero humano.
PLATÃO. A República. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

A tese apresentada pressupõe a necessidade do conhecimento verdadeiro para a


a) superação de entraves dialógicos.
b) organização de uma sociedade justa.
c) formação de um saber enciclopédico.
d) promoção da igualdade dos cidadãos.
e) consolidação de uma democracia direta.

2. (UFF 2010) Segundo Platão, as opiniões dos seres humanos sobre a realidade são quase sempre
equivocadas, ilusórias e, sobretudo, passageiras, já que eles mudam de opinião de acordo com as
circunstâncias. Como agem baseados em opiniões, sua conduta resulta quase sempre em injustiça,
desordem e insatisfação, ou seja, na imperfeição da sociedade.

Em seu livro A República, ele, então, idealizou uma sociedade capaz de alcançar a perfeição, desde que
seu governo coubesse exclusivamente
a) aos guerreiros, porque somente eles teriam força para obrigar todos a agirem corretamente.
b) aos tiranos, porque somente eles unificariam a sociedade sob a mesma vontade.
c) aos mais ricos, porque somente eles saberiam aplicar bem os recursos da sociedade.
d) aos demagogos, porque somente eles convenceriam a maioria a agir de modo organizado.
e) aos filósofos, porque somente eles disporiam de conhecimento verdadeiro e imutável.

4
Filosofia

3. (UEPA 2015) “A massa popular é assimilável por natureza a um animal escravo de suas paixões e de
seus interesses passageiros, sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus ódios; confiar-lhe
o poder é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do menor rigor. Quanto às pretensas
discussões na Assembleia, são apenas disputas contrapondo opiniões subjetivas, inconsistentes, cujas
contradições e lacunas traduzem bastante bem o seu caráter insuficiente.”
(PLATÃO. Citado por: CHATELET, F. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17)

Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade, evidenciam uma forte crítica à:


a) oligarquia
b) república
c) democracia
d) monarquia
e) plutocracia

4. (IFSP 2011) “– Mas escuta, a ver se eu digo bem. O princípio que de entrada estabelecemos que devia
observar-se em todas as circunstâncias, quando fundamos a cidade, esse princípio é, segundo me
parece, ou ele ou uma das suas formas, a justiça. Ora nós estabelecemos, segundo suponho, e
repetimo-lo muitas vezes, se bem te lembras, que cada um deve ocupar-se de uma função na cidade,
aquela para qual a sua natureza é mais adequada.”
(PLATÃO. A República. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 2001, p. 185.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção platônica de justiça, na cidade ideal,
assinale a alternativa correta.
a) Para Platão, a cidade ideal é a cidade justa, ou seja, a que respeita o princípio de igualdade natural
entre todos os seres humanos, concedendo a todos os indivíduos os mesmos direitos perante a
lei.
b) Platão defende que a democracia é fundamento essencial para a justiça, uma vez que permite a
todos os cidadãos o exercício direto do poder.
c) Na cidade ideal platônica, a justiça é o resultado natural das ações de cada indivíduo na
perseguição de seus interesses pessoais, desde que esses interesses também contribuam para o
bem comum.
d) Para Platão, a formação de uma cidade justa só é possível se cada cidadão executar, da melhor
maneira possível, a sua função própria, ou seja, se cada um fizer bem aquilo que lhe compete,
segundo suas aptidões.
e) Platão acredita que a cidade só é justa se cada membro do organismo social tiver condições de
perseguir seus ideais, exercendo funções que promovam sua ascensão econômica e social.

5
Filosofia

5. (UEL 2005) “- Mas a cidade pareceu-nos justa, quando existiam dentro dela três espécies de naturezas,
que executavam cada uma a tarefa que lhe era própria; e, por sua vez, temperante, corajosa e sábia,
devido a outras disposições e qualidades dessas mesmas espécies.
-É verdade.
-Logo, meu amigo, entenderemos que o indivíduo, que tiver na sua alma estas mesmas espécies,
merece bem, devido a essas mesmas qualidades, ser tratado pelos mesmos nomes que a cidade”.
(PLATÃO. A república. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. p. 190.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a justiça em Platão, é correto afirmar:
a) As pessoas justas agem movidas por interesses ou por benefícios pessoais, havendo a
possibilidade de ficarem invisíveis aos olhos dos outros.
b) A justiça consiste em dar a cada indivíduo aquilo que lhe é de direito, conforme o princípio universal
de igualdade entre todos os seres humanos, homens e mulheres.
c) A verdadeira justiça corresponde ao poder do mais forte, o qual, quando ocupa cargos políticos,
faz as leis de acordo com os seus interesses e pune a quem lhe desobedece.
d) A justiça deve ser vista como uma virtude que tem sua origem na alma, isto é, deve habitar o interior
do homem, sendo independente das circunstâncias externas.
e) Ser justo equivale a pagar dívidas contraídas e restituir aos demais aquilo que se tomou
emprestado, atitudes que garantem uma velhice feliz.

6. (UPE 2015) Segundo Platão, na sequência de Sócrates, a sociedade nasce do homem, isto é, de sua
condição natural. O Bem e a Justiça se realizam no exercício da cidadania.
PEGORARO, Olinto. Ética dos maiores mestres através da história. Petrópolis, 2006. p. 31.

Sobre esse assunto, está CORRETO o que se afirma na alternativa:


a) Compreender o que são o bem e a justiça proporciona subsídios para julgar melhor a concepção
de cidadania.
b) O bem e a justiça são categorias indiferentes para o entendimento e a prática da cidadania.
c) O campo da justiça se configura como secundário para subsidiar o exercício da cidadania.
d) O homem é um animal social, apenas dotado de individualidade. Isso se constitui questão singular
no exercício da cidadania.
e) A sociedade é a base de toda forma de existência humana. Nela, o bem tem um coeficiente ínfimo
para o efetivo exercício da cidadania.

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Filosofia

7. (UEL 2009) Para Platão, no livro IV da República, a Justiça, na cidade ideal, “Baseia-se no princípio em
virtude do qual cada membro do organismo social deve cumprir, com a maior perfeição possível, a sua
função própria. Tanto os guardiões’ como os ‘governantes’ e os industriais’ têm a sua missão
estritamente delimitada, e se cada um destes três grupos se esforçar por fazer da melhor maneira
possível o que lhes compete, o Estado resultante da cooperação destes elementos será o melhor
Estado concebível.”
(JAEGER, W. Paideia: a formação do homem grego. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 556.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Platão, assinale a alternativa correta.
a) A cidade, de origem divina, encontra sua perfeição quando reina o amor verdadeiro entre os
homens, base da concórdia total das classes sociais.
b) A justiça, na cidade ideal, consiste na submissão de todas as classes ao governante que, pela
tirania, promove a paz e o bem comum.
c) A cidade se torna justa quando os indivíduos de classes inferiores, no cumprimento de suas
funções, ascendem socialmente.
d) A justiça, na cidade ideal, manifesta-se na igualdade de todos perante a lei e na cooperação de
cada um no exercício de sua função.
e) Na cidade ideal, a justiça se constitui na posse do que pertence a cada um e na execução do que
lhe compete.

8. (UEL 2010) No pensamento ético-político de Platão, a organização no Estado Ideal reflete a justiça
concebida como a disposição das faculdades da alma que faz com que cada uma delas cumpra a
função que lhe é própria. No Livro V de A República, Platão apresentou o Estado Ideal como governo
dos melhores selecionados. Para garantir que a raça dos guardiões se mantivesse pura, o filósofo
escreveu: “É preciso que os homens superiores se encontrem com as mulheres superiores o maior
número de vezes possível, e inversamente, os inferiores com as inferiores, e que se crie a descendência
daqueles, e a destes não, se queremos que o rebanho se eleve às alturas”.
(Adaptado de: PLATÃO. A República. 7. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993, p.227-228.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento ético-político de Platão é correto afirmar:
a) No Estado Ideal, a escolha dos mais aptos para governar a sociedade expressa uma exigência que
está de acordo com a natureza.
b) O Estado Ideal prospera melhor com uma massa humana difusamente misturada, em que os
homens e mulheres livremente se escolhem.
c) O reconhecimento da honra como fundamento da organização do Estado Ideal torna legítima a
supremacia dos melhores sobre as classes inferiores.
d) A condição necessária para que se realize o Estado Ideal é que as ocupações próprias de homens
e mulheres sejam atribuídas por suas qualidades distintas.
e) O Estado Ideal apresenta-se como a tentativa de organizar a sociedade dos melhores fundada na
riqueza como valor supremo.

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Filosofia

9. (UEL 2018) Leia o texto a seguir.

Os melhores de entre nós, quando escutam Homero ou qualquer poeta trágico a imitar um herói que
está aflito e se espraia numa extensa tirada cheia de gemidos, ou os que cantam e batem no peito,
sabes que gostamos disso, e que nos entregamos a eles, e os seguimos, sofrendo com eles, e com
toda seriedade elogiamos o poeta, como sendo bom, por nos ter provocado até o máximo, essas
disposições. […] Mas quando sobrevém a qualquer de nós um luto pessoal, reparaste que nos gabamos
do contrário, se formos capazes de nos mantermos tranquilos e de sermos fortes, entendendo que esta
atitude é característica de um homem […]?
PLATÃO. A República. 605 d-e. Trad. Maria Helena da Rocha Pereira. 12. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010. p. 470.

Com base no texto, nos conhecimentos sobre mimesis (imitação) e sobre o pensamento de Platão,
assinale a alternativa correta:
a) A maneira como Homero constrói seus personagens retratando reações humanas deve ser
imitada pelos demais poetas, pois é eticamente aprovada na Cidade Ideal platônica.
b) O fato de mostrar as emoções de maneira exagerada em seus personagens faz de Homero e de
autores de tragédia excelentes formadores na Cidade Ideal pensada por Platão.
c) Reagir como os personagens homéricos e trágicos é digno de elogio, pois Platão considera que a
descarga das emoções é benéfica para a formação ética dos cidadãos.
d) Poetas como Homero e autores de tragédia provocam emoções de modo exagerado em quem os
lê ou assiste, não sendo bons para a formação do cidadão na Cidade Ideal platônica.
e) A imitação de Homero e dos trágicos das relações humanas difere da dos pintores, pois, segundo
Platão, não estão distantes em graus da essência, por isso podem fazer parte da cidade justa.

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Filosofia

10. (UEL 2010) Leia o texto a seguir.

Platão, em A República, tem como objetivo principal investigar a natureza da justiça, inerente à alma,
que, por sua vez, manifesta-se como protótipo do Estado ideal. Os fundamentos do pensamento ético-
político de Platão decorrem de uma correlação estrutural com constituição tripartite da alma humana.
Assim, concebe uma organização social ideal que permite assegurar a justiça. Com base neste
contexto, o foco da crítica às narrativas poéticas, nos livros II e III, recai sobre a cidade e o tema
fundamental da educação dos governantes. No Livro X, na perspectiva da defesa de seu projeto ético-
político para a cidade fundamentada em um logos crítico e reflexivo que redimensiona o papel da
poesia, o foco desta crítica se desloca para o indivíduo ressaltando a relação com a alma,
compreendida em três partes separadas, segundo Platão: a racional, a apetitiva e a irascível.

Com base no texto e na crítica de Platão ao caráter mimético das narrativas poéticas e sua relação com
a alma humana, é correto afirmar:
a) A parte racional da alma humana, considerada superior e responsável pela capacidade de pensar,
é elevada pela natureza mimética da poesia à contemplação do Bem.
b) O uso da mímesis nas narrativas poéticas para controlar e dominar a parte irascível da alma é
considerado excelente prática propedêutica na formação ética do cidadão.
c) A poesia imitativa, reconhecida como fonte de racionalidade e sabedoria, deve ser incorporada ao
Estado ideal que se pretende fundar.
d) O elemento mimético cultivado pela poesia é justamente aquele que estimula, na alma humana,
os elementos irracionais: os instintos e as paixões.
e) A reflexividade crítica presente nos elementos miméticos das narrativas poéticas permite ao
indivíduo alcançar a visão das coisas como realmente são.

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Filosofia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. D
Partindo da ideia de que: "a cidade não será justa enquanto os reis não forem filósofos ou os filósofos
não forem reis", Platão estabelece a chamada sofocracia, isto é, o governo dos sábios.

2. C
Para Platão, aqueles cuja parte irascível é mais desenvolvida têm aptidão para garantir a segurança da
cidade, protegendo-a seja de ataques externos, como guerras e invasões, seja de conflitos internos, como
brigas e desentendimentos.

3. B
Segundo Platão, a cidade justa deve ser governada por aqueles que possuem a parte racional da alma
mais desenvolvida, ou seja, os filósofos.

4. Retomando as metáforas presentes no mito da caverna, é possível notar que o prisioneiro que se libertou
e foi capaz de contemplar a realidade corresponde à figura do filósofo. Nesse sentido, o filósofo é aquele
que realizou a ascensão dialética, superando a aparência das imagens do mundo sensível, para acessar
a verdade do mundo inteligível. Justamente por contemplar a ideia do bem, o filósofo é o único capaz de
conduzir os seus concidadãos tendo em vistas o bem e a justiça. Por isso mesmo, ele é o mais apto a
governar a cidade.

5. Platão dirigiu diversas críticas à poesia tal como era ensinada no seu tempo. A primeira delas, de caráter
ético e moral, estava relacionada à maneira como os poetas descreviam os deuses. Segundo ele, nas
poesias de Homero e Hesíodo, por exemplo, os deuses eram apresentados de modo ambíguo. Ou seja,
ora agiam como deuses, ora agiam de maneira passional, isto é, se vingavam, traíam e seduziam. Com
isso, era necessário censurar as poesias a que os jovens teriam acesso.

Exercícios

1. B
A tese apresentada pressupõe a necessidade do conhecimento verdadeiro para a organização de uma
sociedade justa. Nesse sentido, o filósofo é aquele que realizou a ascensão dialética, superando a
aparência das imagens do mundo sensível, para acessar a verdade do mundo inteligível. Justamente por
contemplar a ideia do bem, o filósofo é o único capaz de conduzir os seus concidadãos tendo em vistas
o bem e a justiça. Por isso mesmo, ele é o mais apto a governar a cidade.

10
Filosofia

2. E
A República de Platão, pensada como a cidade ideal, divide-se em três classes. A primeira classe é a dos
comerciantes e artesãos (responsável pelas atividades econômicas). A segunda classe é a dos
guerreiros (responsável pela defesa da cidade). A terceira classe é a dos guardiões ou magistrados
(responsável pelo governo da cidade). A cada uma dessas classes corresponde um tipo de alma. Aos
comerciantes e artesãos, a alma de bronze; aos guerreiros, a alma de prata; aos magistrados, a alma de
ouro. Note-se que, para Platão, os filósofos são sempre os mais aptos a governar e, portanto, estão na
classe dos magistrados (alma de ouro).

3. C
Acredita-se que Platão tenha escrito A República como uma resposta à morte injusta de Sócrates. De
fato, a busca pela natureza da justiça é o fio condutor que perpassa todos os dez livros que compõem a
obra. Crítico à democracia ateniense, que condenou Sócrates, pelo voto da maioria, a ingerir cicuta,
Platão se propôs a formular por si mesmo uma cidade justa.

4. D
Atualmente, nós entendemos a justiça como uma forma de igualdade, de tratamento igual para todos.
Segundo Platão, isto está errado. Para o filósofo, a justiça não consiste em todos terem os mesmos
direitos e deveres, mas sim em que cada um cumpra aquilo que lhe é devido, uma tarefa específica,
segundo as suas aptidões, para o bem de toda a comunidade.

5. D
Toda filosofia política platônica se constrói a partir dos paralelos entre a alma ideal e a cidade ideal. De
fato, antes de ser uma virtude da sociedade, a justiça é uma virtude do indivíduo, que lhe permite ordenar
sua alma, de modo que cada uma de suas partes cumpra a sua respectiva tarefa, para o bem do todo.

6. A
Para Platão, compreender o que é o Bem e a Justiça é fundamental para julgar melhor a concepção de
cidadania. Por isso, aquele que tem aptidão para governar deve receber uma educação adequada para
tal. Essa educação só pode ser uma educação filosófica, porque só a filosofia capacita o governante a
contemplar a ideia do Bem, que é a ideia máxima no plano das ideias.

7. E
Sócrates define a justiça como “a harmonia entre as partes da cidade, cada qual cumprindo a sua
função”. Nesse sentido, a função é dada pela aptidão de cada cidadão exercer as suas tarefas na cidade.
Desse modo, assim como a cidade é dividida em três classes, a alma do homem também tem três partes,
são elas: a parte apetitiva ou concupiscente (alma de bronze, relativa à classe dos artesãos e
comerciantes), a parte irascível ou impetuosa (alma de prata, relativa à classe dos guerreiros) e a parte
racional (alma de ouro, relativa à classe dos guardiões). Disso decorre que a justiça na alma também
corresponde a uma harmonia entre as partes, preservando-se a ideia de que a razão realiza uma função
de comando, de coordenação e de educação das outras parte.

11
Filosofia

8. A
Platão faz uma analogia em A República entre a alma e a cidade. A alma humana possui três partes
principais que correspondem às três classes sociais existentes na cidade. As três partes da alma são: a
parte apetitiva (alma de bronze), a parte irascível (alma de prata) e a parte racional (alma de ouro). A
parte apetitiva diz respeito aos desejos e paixões que todo ser humano possui, a parte irascível diz
respeito à sua força, energia, sua coragem, e a parte racional tem a ver com a sua inteligência, a sua
sabedoria. Note que o enunciado cobra conhecimentos sobre o pensamento ético-político de Platão,
relacionando-se, portanto, à ideia de governo e à divisão da sociedade em classes, que se dá de acordo
com a natureza da alma dos habitantes. Por isso, a alternativa A responde à questão de maneira mais
completa do que a alternativa D, que trata apenas das ocupações próprias a homens e mulheres e que
são atribuídas de acordo com as suas qualidades.

9. D
Platão faz diversas críticas à poesia, mas as mais contundentes são as de caráter ético e moral e as de
caráter ontológico. A crítica de caráter ético e moral está relacionada à maneira como os poetas
descrevem os deuses. Para Platão, não é pio apresentar os deuses praticando atos indignos como
traições, crueldades e injustiças. A crítica de caráter ontológico (referente à realidade das coisas, dos
entes) está ligada à concepção platônica de que a poesia é a representação (imitação) da representação
(as coisas do mundo sensível) e, portanto, está dois níveis mais distante do mundo real. Há ainda, a
crítica aos efeitos nocivos da poesia sobre o público, isto é, ao modo como ela prejudica a formação do
cidadão. Primeiro, Platão propõe uma espécie de censura. Depois, termina por expulsar os poetas da
cidade idealizada na República.

10. D
De acordo com Platão, a poesia é essencialmente mimese, isto é, "imitação" da realidade. Por isso, ela
afasta a alma do conhecimento verdadeiro. Além disso, a poesia estimula os instintos e as paixões, que
são manifestações irracionais. Note que Platão era um grande crítico dos poetas, propondo inclusive
expulsá-los da cidade ideal. Nesse sentido, a alternativa D é a única que expressa esse caráter crítico.

12
Física

Gráficos do MUV

Objetivo
Alfabetização gráfica: analisar e colher dados de um gráfico, relacionando-os com o movimento uniforme
variado.

Se liga
Antes de começar a ler o material, você pode assistir a este vídeo, para entender melhor o assunto (caso não
seja direcionado, pesquise por “Movimento uniformemente variado (M.U.V)” na biblioteca)!

Curiosidade
As retas e curvas dos gráficos no MUV têm as mesmas propriedades das funções de 1º e 2º grau.

Teoria

Gráficos dos MUV


Antes de desenvolver os gráficos, vamos lembrar o que é MUV. O movimento uniformemente variado é o
movimento de um corpo que assume diferentes valores de velocidade em cada ponto, ou seja, é o movimento
de um corpo com aceleração constante. Esse movimento foi estudado na aula de MUV, e apresentou os
seguintes gráficos:

V = V0 + at (equação horária da velocidade)


at 2
S = S0 + V0 t + (equação horária da posição)
2
2 2
V = V0 + 2a∆S (equação de Torricelli)

Essas equações nos permitem montar um gráfico para cada uma dessas grandezas. Então, vamos montar
um gráfico S x t, V x t e a x t.

Gráfico da posição por tempo (S x t)


A equação horária da posição, como foi visto acima, é representada pela equação

at 2
S = S0 + V0 t +
2

Essa equação pode ser comparada à equação geral de uma função do segundo grau:

y = ax 2 + bx + c,

mostrando que a equação horária da posição é descrita como uma função do segundo grau, por isso seu
gráfico é uma parábola.
Física

Figura 01 – Gráfico S x t.

O gráfico S x t (posição por tempo) pode apresentar concavidade voltada para cima (U) ou para baixo (∩).
Para a física, a concavidade é controlada pelo valor da aceleração (a), como mostrado na Figura 01.

Gráfico da velocidade por tempo (V x t)


A equação horária da velocidade, como foi visto acima, é representada pela equação

V = V0 + at

Essa equação pode ser comparada à equação geral de uma função do primeiro grau:

y = ax + b,

mostrando que a equação horária da posição é descrita como uma função do primeiro grau, por isso seu
gráfico é uma reta.

Figura 02 – Gráfico V x t.

O gráfico V x t (velocidade por tempo) pode apresentar inclinação para cima ou para baixo. Para a física, a
inclinação é controlada pelo valor da aceleração (a), como mostrado na Figura 02.

OBS.: caso você se depare um gráfico V x t, saiba que a área desse gráfico representa o deslocamento desse
corpo.

Figura 03 – Calculado ∆S por área.


Física

Gráfico da aceleração por tempo (a x t)


Como o MUV descreve um movimento de aceleração constante, o gráfico será sempre uma reta paralela ao
eixo do tempo. Se essa reta estiver acima do eixo das abscissas, tem-se aceleração positiva (a > 0); se estiver
abaixo, tem-se aceleração negativa (a < 0); e, se a reta estiver sobre o eixo das abscissas, tem-se aceleração
nula.

Figura 04 – Gráfico a x t

Sei o que você está pensando: “A equação de Torricelli também não gera um gráfico?”. Ela gera, sim! Mas não
é um gráfico muito comum de aparecer no vestibular, então não vamos focar nela.

Que tal conferir um mapa mental sobre movimento retilíneo e uniforme?

Clique na imagem, para ver o “QUER QUE DESENHE?” deste mapa mental no canal do Descomplica no YouTube.
Física

Exercícios de fixação

1. Uma partícula se move em linha reta com aceleração positiva e constante, afastando-se de um
referencial. Com relação ao referencial citado, o gráfico da posição em função do tempo para essa
partícula deve ser:
a) uma reta descendente.
b) uma reta ascendente.
c) uma parábola com a concavidade voltada para cima.
d) uma reta paralela ao eixo horizontal.
e) não podemos dizer nada sobre isso.

Analise o gráfico abaixo e responda às questões 2, 3 e 4.

2. Qual é o valor da velocidade inicial, em m/s?


a) 5
b) 20
c) 1,15
d) 12
e) 0

3. Qual é o valor da aceleração, em m/s²?


a) 5
b) 20
c) 1,25
d) 12
e) 0
Física

4. Calcule a variação de espaço no intervalo entre 0s e 12s, em m:


a) 180
b) 120
c) 30
d) 15
e) 12

5. Observe o gráfico de velocidade em função do tempo mostrado a seguir:

Em relação ao movimento descrito por esse gráfico, assinale somente a alternativa correta.
a) Trata-se de um movimento regressivo com aceleração positiva.
b) Trata-se de um movimento progressivo e com aceleração constante.
c) Trata-se de um movimento uniforme e progressivo.
d) Trata-se de um movimento retilíneo uniformemente retardado.
e) Trata-se de um movimento retilíneo de aceleração variável.
Física

Exercícios de vestibulares

1. (Unicamp, 2020) A volta da França é uma das maiores competições do ciclismo mundial. Num treino,
um ciclista entra num circuito reto e horizontal (movimento em uma dimensão) com velocidade
constante e positiva. No instante t1 ,ele acelera sua bicicleta com uma aceleração constante e positiva
até o instante t 2 . Entre t 2 e t 3 , ele varia sua velocidade com uma aceleração também constante, porém
negativa. Ao final do percurso, a partir do instante t 3 , ele se mantém em movimento retilíneo uniforme.
De acordo com essas informações, o gráfico que melhor descreve a velocidade do atleta em função do
tempo é

a) c)

b) d)
Física

2. (Enem, 2012) Para melhorar a mobilidade urbana na rede metroviária é necessário minimizar o tempo
entre estações. Para isso, a administração do metrô de uma grande cidade adotou o seguinte
procedimento entre duas estações: a locomotiva parte do repouso em aceleração constante por um
terço do tempo de percurso, mantém a velocidade constante por outro terço e reduz sua velocidade
com desaceleração constante no trecho final, até parar.
Qual é o gráfico de posição (eixo vertical) em função do tempo (eixo horizontal) que representa o
movimento desse trem?

a) d)

b) e)

c)
Física

3. (Enem, 2017) Em uma colisão frontal entre dois automóveis, a força que o cinto de segurança exerce
sobre o tórax e abdômen do motorista pode causar lesões graves nos órgãos internos. Pensando na
segurança do seu produto, um fabricante de automóveis realizou testes em cinco modelos diferentes
de cinto. Os testes simularam uma colisão de 0,30 segundo de duração, e os bonecos que
representavam os ocupantes foram equipados com acelerômetros. Esse equipamento registra o
módulo da desaceleração do boneco em função do tempo. Os parâmetros como massa dos bonecos,
dimensões dos cintos e velocidade imediatamente antes e após o impacto foram os mesmos para
todos os testes. O resultado final obtido está no gráfico de aceleração por tempo.

Qual modelo de cinto oferece menor risco de lesão interna ao motorista?


a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Física

4. (Enem, 2016) Dois veículos que trafegam com velocidade constante em uma estrada, na mesma
direção e sentido, devem manter entre si uma distância mínima. Isso porque o movimento de um
veículo, até que ele pare totalmente, ocorre em duas etapas, a partir do momento em que o motorista
detecta um problema que exige uma freada brusca. A primeira etapa é associada à distância que o
veículo percorre entre o intervalo de tempo da detecção do problema e o acionamento dos freios. Já a
segunda se relaciona com a distância que o automóvel percorre enquanto os freios agem com
desaceleração constante.
Considerando a situação descrita, qual esboço gráfico representa a velocidade do automóvel em
relação à distância percorrida até parar totalmente?

a) d)

b) e)

c)
Física

5. (Enem 2ª aplicação, 2010) Rua da Passagem


Os automóveis atrapalham o trânsito.
Gentileza é fundamental.
Não adianta esquentar a cabeça.
Menos peso do pé no pedal.

O trecho da música, de Lenine e Arnaldo Antunes (1999), ilustra a preocupação com o trânsito nas
cidades, motivo de uma campanha publicitária de uma seguradora brasileira. Considere dois
automóveis, A e B, respectivamente conduzidos por um motorista imprudente e por um motorista
consciente e adepto da campanha citada. Ambos se encontram lado a lado no instante inicial t = 0 s,
quando avistam um semáforo amarelo (que indica atenção, parada obrigatória ao se tornar vermelho).
O movimento de A e B pode ser analisado por meio do gráfico, que representa a velocidade de cada
automóvel em função do tempo.

As velocidades dos veículos variam com o tempo em dois intervalos: (I) entre os instantes 10s e 20s;
(II) entre os instantes 30s e 40s. De acordo com o gráfico, quais são os módulos das taxas de variação
da velocidade do veículo conduzido pelo motorista imprudente, em m/s2, nos intervalos (I) e (II),
respectivamente?
a) 1,0 e 3,0
b) 2,0 e 1,0
c) 2,0 e 1,5
d) 2,0 e 3,0
e) 10,0 e 30,0

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Em uma prova de 100 m rasos, o desempenho típico de um corredor padrão é representado pelo gráfico a
seguir:
Física

6. (Enem, 1998) Baseado no gráfico, em que intervalo de tempo a velocidade do corredor é


aproximadamente constante?
a) Entre 0 e 1 segundo.
b) Entre 1 e 5 segundos.
c) Entre 5 e 8 segundos.
d) Entre 8 e 11 segundos.
e) Entre 12 e 15 segundos.

7. (Enem PPL, 2018) Um piloto testa um carro em uma reta longa de um autódromo. A posição do carro
nessa reta, em função do tempo, está representada no gráfico.

Os pontos em que o módulo da velocidade do carro é menor e maior são, respectivamente,


a) K e M.
b) N e K.
c) M e L.
d) N e L.
e) N e M.
Física

8. (EPCAR AFA, 2022) Foram apresentados a um aluno de física, os seguintes gráficos representativos de
movimentos retilíneos.

Ao analisar os gráficos o aluno percebeu que podem representar um mesmo movimento, os gráficos
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.
Física

9. (Unesp, 2021) Um veículo (I) está parado em uma rodovia retilínea quando, no instante t = 0,outro
veículo (II) passa por ele com velocidade escalar de 30 m/s. Depois de determinado intervalo de tempo,
os dois veículos passam a trafegar com velocidades escalares iguais, conforme demonstra o gráfico.

Desprezando as dimensões dos veículos, a distância que os separava no instante em que suas
velocidades escalares se igualaram é de
a) 600 m.
b) 650 m.
c) 550 m.
d) 500 m.
e) 700 m.
Física

10. (FAMEMA. 2021) Um motociclista, partindo do repouso, acelera uniformemente sua motocicleta até
atingir uma velocidade desejada que, atingida, é mantida constante, de acordo com o gráfico.

O deslocamento realizado pela motocicleta no período de tempo em que ela é uniformemente


acelerada foi de
a) 200 m.
b) 500 m.
c) 400 m.
d) 300 m.
e) 100 m.

Sua específica é naturezas e quer continuar treinando esse conteúdo?


Clique aqui, para fazer uma lista extra de exercícios.
Física

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
Como dito no enunciado, o movimento é acelerado; logo, o gráfico da posição é representado por uma
parábola, uma vez que a posição do móvel é expressa por uma função do 2º grau. Além disso, já que a
aceleração é positiva, a concavidade dessa parábola é voltada para cima.

2. A
Como temos um gráfico V x t, o ponto de início no eixo y é a velocidade inicial.

3. C
a = dV / dt
a = V - Vo / t - to
a = 20 - 5 / 12 - 0
a = 1,25m/s²

4. B
Para calcular a variação de espaço, basta calcular a área do gráfico abaixo da reta. Temos o formato de
um triângulo, então:
dS = A = b . h / 2
dS = 12 . 20 / 2
dS = 120 m

5. B
O gráfico apresenta a velocidade variando de forma linear em relação ao tempo, indicando que a
aceleração desse móvel é constante. Além disso, por estar disposta acima do eixo das abscissas (eixo
t), a velocidade é positiva, indicando que o movimento é progressivo.

Exercícios de vestibulares

1. A
Como o movimento é uniforme entre 0 e t1 e a partir de t 3 ; nesses trechos, a reta de v x t deve ser
horizontal (a = 0) .
Entre t1 e t 2 , a reta deve ser crescente (a > 0). E, entre t 2 e t 3 , a reta deve ser decrescente (a < 0).
Portanto, a alternativa [A] é a que representa corretamente estas condições.

2. C
1º trecho: movimento acelerado (a > 0)
O gráfico da posição em função do tempo é uma curva de concavidade para cima.

2º trecho: movimento uniforme (a = 0)


O gráfico da posição em função do tempo é um segmento de reta crescente.

3º trecho: movimento desacelerado (a < 0)


O gráfico da posição em função do tempo é uma curva de concavidade para baixo.

3. B
Pelo gráfico, o cinto que apresenta o menor valor de amplitude para a aceleração é o 2, sendo portanto
o mais seguro.
Física

4. D
Durante o tempo de reação do condutor, a velocidade escalar é constante. Portanto, durante esse
intervalo de tempo, o gráfico da velocidade escalar em função da distância é um segmento de reta
horizontal.

A partir da aplicação dos freios, se a desaceleração tem intensidade constante, o movimento é


uniformemente variado (MUV). Então, o módulo da velocidade escalar varia com a distância percorrida
(D) de acordo com a equação de Torricelli:
v² = v0 ² + 2 ∙ a ∙ D
v = √v0 ² − 2 ∙ a ∙ D

O gráfico dessa expressão é um arco de parábola de concavidade para baixo.

5. D
Pelo gráfico, percebe-se que o motorista imprudente é o condutor do veículo A, que recebe acelerações
e desacelerações muito bruscas.
30 − 10 20
De 10s a 20s: |a (I) | = = ⇒ |a (I) | = 2,0m/s 2
20 − 10 10

0 − 30 −30
De 30s a 40s: |a (II) | = | |=| | ⇒ |a (II) | = 3,0m/s 2
40 − 30 10

6. C
Entre aproximadamente 5,0s e 7,5s, a velocidade permanece em torno dos 11km/h.

7. C
No gráfico dado, de posição em função do tempo, o módulo da velocidade é dado pela declividade da
reta tangente à curva em cada ponto.
Assim, entre os pontos considerados, aquele em que a velocidade tem menor módulo é M, no qual a
curva é menos inclinada; e o de maior velocidade é L, no qual a curva é mais inclinada.

8. C
Como o gráfico I representa uma reta crescente, o movimento descrito é uniforme. Já nos gráficos II e III
temos uma velocidade com crescimento a uma taxa constante e uma aceleração constante não nula, o
que caracteriza um movimento uniformemente variado. Portanto, o mesmo movimento pode ser
representado pelos gráficos II e III.

9. B
Cálculo das distâncias percorridas por cada veículo de 0 a 30 s (dadas pelas áreas sob os seus gráficos):
30,10
ΔS1 = = 150m
2
(30 + 10) ∙ 10
ΔS2 = 20 ∙ 30 + = 800m
2

Portanto, a distância que os separava era de:


d = 800 − 150 = 650 m

10. A
O deslocamento pedido é numericamente equivalente à área sob o gráfico da velocidade de 0 a 40 s.
Logo:
40 ∙ 10
ΔS = = 200m
2
Física

Lançamento vertical no vácuo: queda livre

Objetivo
Aprender como partículas/corpos se comportam em queda livre e as principais características desse
movimento.

Se liga
Antes de começar a ler o material, você pode assistir a este vídeo, para entender melhor o assunto (caso
não seja direcionado, pesquise por “Movimento uniformemente variado (M.U.V)” na biblioteca)!

Curiosidade
As equações utilizadas para calcular queda livre são as mesmas de movimento uniformemente variado, com
a diferença da mudança de referencial.

Teoria

A queda livre consiste no abandono de um corpo a uma determinada altura. Esse corpo, ao ser abandonado,
descreverá um movimento acelerado em direção e sentido para baixo até cair no chão.

Figura 01 – Queda livre. Ilustração. Na imagem vemos uma bola solta em queda livre a uma certa altura em relação ao chão.

Vamos analisar os pontos que definem um movimento de queda livre:


• Esse corpo está em movimento acelerado graças à aceleração da gravidade (g), imposta pelo planeta.
Logo, a = g;
• Esse corpo é abandonado. Logo, V0 = 0;
• O movimento acontece exclusivamente na vertical. Logo, vamos trocar ∆S = H;
• Vamos adotar um referencial para baixo. Logo, todo os vetores que apontam para baixo ganham sinal
positivo (+).
Física

Com isso bem definido, podemos atribuir essas características às equações de MUV que desenvolvemos nas
aulas anteriores. As equações de queda livre são:

V = gt

gt 2
H=
2

V 2 = 2gH
Física

Exercícios de Fixação

1. Uma esfera de massa igual a 3kg é solta do alto de um prédio, cuja altura é 40m. Calcule a velocidade
da esfera quando ela atinge o chão, considerando a aceleração da gravidade como 10m/s².

2. Um objeto é abandonado do alto de um prédio e inicia uma queda livre. Sabendo que esse objeto leva
3s para atingir o chão, calcule a altura desse prédio, considerando a aceleração da gravidade como
10m/s².

3. Um garoto, na sacada de seu apartamento, a 20 metros de altura, deixa cair um biscoito; quando tem,
então, a ideia de medir o tempo de queda desse biscoito. Desprezando a resistência do ar e adotando
g = 10m/s², determine o tempo gasto pelo corpo para chegar ao térreo.

4. Abandonando um corpo do alto de uma montanha de altura H, esse corpo levará 9 segundos para
atingir o solo. Considerando g = 10m/s², calcule a altura da montanha.

5. Um corpo é abandonado do alto de um prédio e chega ao solo exatamente 3s após ter sido solto. Sendo
a gravidade local igual a 10m/s², a altura do prédio, em metros, é de:
a) 90m
b) 45m
c) 30m
d) 150m
e) 100m
Física

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2011) Para medir o tempo de reação de uma pessoa, pode-se realizar a seguinte experiência:
I. Mantenha uma régua (com cerca de 30 cm) suspensa verticalmente, segurando-a pela extremidade
superior, de modo que o zero da régua esteja situado na extremidade inferior.
II. A pessoa deve colocar os dedos de sua mão, em forma de pinça, próximos do zero da régua, sem
tocá-la.
III. Sem aviso prévio, a pessoa que estiver segurando a régua deve soltá-la. A outra pessoa deve
procurar segurá-la o mais rapidamente possível e observar a posição onde conseguiu segurar a
régua, isto é, a distância que ela percorre durante a queda.
O quadro seguinte mostra a posição em que três pessoas conseguiram segurar a régua e os
respectivos tempos de reação.
Distância percorrida pela Tempo de
régua durante a queda reação
(metro) (segundo)
0,30 0,24
0,15 0,17
0,10 0,14
Disponível em: http://br.geocities.com. Acesso em: 1 fev. 2009.

A distância percorrida pela régua aumenta mais rapidamente que o tempo de reação porque a
a) energia mecânica da régua aumenta, o que a faz cair mais rápido.
b) resistência do ar aumenta, o que faz a régua cair com menor velocidade.
c) aceleração de queda da régua varia, o que provoca um movimento acelerado.
d) força peso da régua tem valor constante, o que gera um movimento acelerado.
e) velocidade da régua é constante, o que provoca uma passagem linear de tempo.

2. (Enem PPL, 2018) Ao soltar um martelo e uma pena na Lua em 1973, o astronauta David Scott
confirmou que ambos atingiram juntos a superfície. O cientista italiano Galilei Galilei (1564-1642), um
dos maiores pensadores de todos os tempos, previu que, se minimizarmos a resistência do ar, os
corpos chegariam juntos à superfície.
OLIVEIRA, A. A influência do olhar Disponível em: www.cienciahoje.org.br. Acesso em: 15 ago. 2016 (adaptado).

Na demonstração, o astronauta deixou cair em um mesmo instante e de uma mesma altura um martelo
de 1,32 kg e uma pena de 30 g. Durante a queda no vácuo, esses objetos apresentam iguais
a) inércias.
b) impulsos.
c) trabalhos.
d) acelerações.
e) energias potenciais.
Física

3. (EEAR, 2019) Um atleta pratica salto ornamental, fazendo uso de uma plataforma situada a 5m do nível
da água da piscina. Se o atleta saltar desta plataforma, a partir do repouso, com que velocidade se
chocará com a água?
Obs.: despreze a resistência do ar e considere o módulo da aceleração da gravidade g = 10 m/s².
a) 10 m/s
b) 20 m/s
c) 30 m/s
d) 50 m/s
e) 40 m/s

4. (UERJ, 2015) Uma ave marinha costuma mergulhar de uma altura de 20 m para buscar alimento no mar.
Suponha que um desses mergulhos tenha sido feito em sentido vertical, a partir do repouso e
exclusivamente sob ação da força da gravidade.
Desprezando-se as forças de atrito e de resistência do ar, a ave chegará à superfície do mar a uma
velocidade, em m/s, aproximadamente igual a:
a) 20
b) 40
c) 60
d) 80
e) 70
Física

5. (CPS G1, 2012) O café é consumido há séculos por vários povos não apenas como bebida, mas
também como alimento. Descoberto na Etiópia, o café foi levado para a Península Arábica e dali para
a Europa, chegando ao Brasil posteriormente.
(Revista de História da Biblioteca Nacional, junho de 2010. Adaptado)

(http://4.bp.blogspot.com/_B_Fq5YJKtaM/SvxFUVdAk4I/AAAAAAAAAIs/KrRUUfw... Acesso em: 03.09.2011.)

No Brasil, algumas fazendas mantêm antigas técnicas para a colheita de café. Uma delas é a de
separação do grão e da palha que são depositados em uma peneira e lançados para cima.
Diferentemente da palha, que é levada pelo ar, os grãos, devido à sua massa e forma, atravessam o
ar sem impedimentos, alcançando uma altura máxima e voltando à peneira.
Um grão de café, após ter parado de subir, inicia uma queda que demora 0,3 s chegando à peneira
com velocidade de intensidade, em m/s,
Dado: Aceleração da gravidade: g = 10 m/s²
a) 1.
b) 3.
c) 9.
d) 10.
e) 30.

6. (Udesc, 2015) Deixa-se cair um objeto de massa 500 g de uma altura de 5 m acima do solo. Assinale
a alternativa que representa a velocidade do objeto, imediatamente, antes de tocar o solo,
desprezando-se a resistência do ar.
a) 10 m/s
b) 7,0 m/s
c) 5,0 m/s
d) 15 m/s
e) 2,5 m/s

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Recentemente, uma equipe de astrônomos afirmou ter identificado uma estrela com dimensões comparáveis
às da Terra, composta predominantemente de diamante. Por ser muito frio, o astro, possivelmente uma estrela
anã branca, teria tido o carbono de sua composição cristalizado em forma de um diamante praticamente do
tamanho da Terra.
Física

7. (Unicamp, 2015) Considerando que a massa e as dimensões dessa estrela são comparáveis às da
Terra, espera-se que a aceleração da gravidade que atua em corpos próximos à superfície de ambos
os astros seja constante e de valor não muito diferente. Suponha que um corpo abandonado, a partir
do repouso, de uma altura h = 54 m da superfície da estrela, apresenta um tempo de queda t = 3,0 s.
Desta forma, pode-se afirmar que a aceleração da gravidade na estrela é de
a) 8,0 m/s²
b) 10 m/s²
c) 12 m/s²
d) 18 m/s²
e) 22 m/s²

8. (Unesp, 2017) No período de estiagem, uma pequena pedra foi abandonada, a partir do repouso, do
alto de uma ponte sobre uma represa e verificou-se que demorou 2,0 s para atingir a superfície da
água. Após um período de chuvas, outra pedra idêntica foi abandonada do mesmo local, também a
partir do repouso e, desta vez, a pedra demorou 1,6 s para atingir a superfície da água.

Considerando a aceleração gravitacional igual a 10 m/s² e desprezando a existência de correntes de


ar e a sua resistência, é correto afirmar que, entre as duas medidas, o nível da água da represa elevou-
se
a) 5,4 m
b) 7,2 m
c) 1,2 m
d) 0,8 m
e) 4,6 m
Física

9. (Fuvest, 2018) Em uma tribo indígena de uma ilha tropical, o teste derradeiro de coragem de um jovem
é deixar-se cair em um rio, do alto de um penhasco. Um desses jovens se soltou verticalmente, a partir
do repouso, de uma altura de 45 m em relação à superfície da água. O tempo decorrido, em segundos,
entre o instante em que o jovem iniciou sua queda e aquele em que um espectador, parado no alto do
penhasco, ouviu o barulho do impacto do jovem na água é, aproximadamente,
Note e adote:
- Considere o ar em repouso e ignore sua resistência.
- Ignore as dimensões das pessoas envolvidas.
- Velocidade do som no ar: 360 m/s
- Aceleração da gravidade: 10 m/s²
a) 3,1
b) 4,3
c) 5,2
d) 6,2
e) 7,0

10. (Enem, 2021) No seu estudo sobre a queda dos corpos, Aristóteles afirmava que se abandonarmos
corpos leves e pesados de uma mesma altura, o mais pesado chegaria mais rápido ao solo. Essa ideia
está apoiada em algo que é difícil de refutar, a observação direta da realidade baseada no senso
comum.
Após uma aula de física, dois colegas estavam discutindo sobre a queda dos corpos, e um tentava
convencer o outro de que tinha razão:
Colega A: “O corpo mais pesado cai mais rápido que um menos pesado, quando largado de uma
mesma altura. Eu provo, largando uma pedra e uma rolha. A pedra chega antes. Pronto! Tá provado!”.
Colega B: Eu não acho! Peguei uma folha de papel esticado e deixei cair. Quando amassei, ela caiu
mais rápido. Como isso é possível? Se era a mesma folha de papel, deveria cair do mesmo jeito. Tem
que ter outra explicação!”.
HÜLSENDEGER, M. Uma análise das concepções dos alunos sobre a queda dos corpos. Caderno Brasileiro de Ensino
de Física, n. 3, dez. 2004 (adaptado).
O aspecto físico comum que explica a diferença de comportamento dos corpos em queda nesta
discussão é o(a)
a) peso dos corpos.
b) resistência do ar.
c) massa dos corpos.
d) densidade dos corpos.
e) aceleração da gravidade.

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Física

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Dados:
h = 40m
g = 10m/s2
v0 = 0

Para encontrar a velocidade final, podemos utilizar a equação de Torricelli: v 2 = v02 + 2 . g . Δs.
Substituindo os dados, temos:
v2 = v02 + 2 . g . Δs
v2 = 02 + 2 . 10 . 40
v2 = 800
v = 28,3m/s

2. Dados:
v0 = 0 m/s
t=3s
g = 10 m/s²
S – S0 = h (altura do prédio)

Por meio da equação horária do espaço, temos:


S = S0 + v0 t + ½gt²
S - S0 = v0t + ½gt²
h = 0 . 2 + ½ . 10 . 3²
h=0+5.9
h = 45m
1
3. S = So + vo t + gt²
2
20 = 0 + 0 . t + ½ .10 t²
20 = 5 t²
20 ÷ 5 = t²
t² = 4
t = 2s

4. Calculando a velocidade de queda do corpo:


v = vo + gt
v = 0 + 10 ∙ 9 = 90m/s

Agora vamos calcular a altura da montanha:


vo2
h=
2g
90²
h=
2 ∙ 10
h = 405m
Física
5. B
Quando um corpo em repouso inicia o seu movimento, passando a descrever um movimento de queda
livre, é possível calcular a sua altura pela equação a seguir:
gt²
H =
2

Substituindo as variáveis da equação acima pelos dados fornecidos pelo exercício, teremos a seguinte
igualdade:
10 . 3²
H =
2
90
H = = 45m
2

Exercícios de vestibulares

1. D
O peso da régua é constante (P = mg). Desprezando a resistência do ar, trata-se de uma queda livre,
que é um movimento uniformemente acelerado, com aceleração de módulo a = g.
A distância percorrida na queda (h) varia com o tempo conforme a expressão:
1
h = ∙ g ∙ t²
2

Dessa expressão, conclui-se que a distância percorrida é diretamente proporcional ao quadrado do


tempo de queda, por isso ela aumenta mais rapidamente que o tempo de reação.

2. D
Corpos em queda livre caem com a mesma aceleração, igual à aceleração da gravidade local.

3. A
Aplicando a equação de Torricelli, obtemos:
v² = v0 ² + 2 ∙ a ∙ ΔS
v² = 0 + 2 ∙ 10,5 = 100
v = 10m/s

4. A
Usando a equação de Torricelli com a = g = 10m/s2 e ΔS = h = 20m:
v² = vo ² + 2 ∙ g ∙ h = 0 + 2 ∙ 10 ∙ 20 = 400
v = 20m/s

5. B
Dados: v0 = 0; g = 10m/s2; t = 0,3s
v = v0 + a ∙ t = 0 + 10 ∙ (0,3) = 3m/s

6. A
Sabendo que se trata de uma queda livre (velocidade inicial v0 é nula), altura inicial de 5 metros e massa
do corpo de 0,5kg, podemos resolver de duas formas distintas.
Utilizando a equação de Torricelli, temos que: v² = v0 ² + 2 ∙ a ∙ ΔS, sendo:
a=g
ΔS = h
v0 = 0

Temos que,
v² = 2 ∙ g ∙ h
v² = 2 ∙ 10 ∙ 5
v = √100
v = 10m/s
Física
7. C
g
h= ∙ t²
2
2 ∙ h 2 ∙ 54
g= = = 12m/s²
t² 3²

8. B
Da equação da altura percorrida na queda livre, temos:
g
h = ∙ t²
2
10
h1 = ∙ 2² = 20m
2
10
h2 = ∙ 1,6² = 12,8m
2

Portanto, o nível da água elevou-se em:


Δh = 20 − 12,8 = 7,2m

9. A

Cálculo do tempo de queda livre do jovem (t1 ):


g
h = ∙ t1 ²
2
2h 2 ∙ 45
t1 = √ =√ = 3s
g 10

Cálculo do tempo de subida do som (t 2 ):


h = v ∙ t2
h 45 1
t2 = = = = 0,125s
v 360 8

O tempo total é:
Δt = t1 + t 2 = 3 + 0,125 = 3,1s

10. B
O aspecto comum que explica a diferença nos tempos de queda dos corpos é a força de resistência do
ar, que depende principalmente do próprio ar e da forma geométrica (aerodinâmica) de cada corpo.
Física

Calor sensível e Capacidade térmica

Objetivo
Entender o conceito de calor e as reações que os corpos irão apresentar ao receber ou ceder calor.

Se liga
Que tal complementar seus estudos com um aulão que mostra as principais fórmulas da Calorimetria? Clique
aqui.

Curiosidade
Você sabia que a utilização do termômetro consiste em uma aplicação prática da calorimetria? Nesta aula
vamos estudar o equilíbrio térmico, elemento fundamental para entender como acontece a troca de calor
entre o corpo da pessoa e o aparelho que vai medir a temperatura.

Teoria

Calor é definido como um processo de transferência espontânea de energia da região de maior temperatura
(maior concentração de energia cinética média por partícula) para a região de menor temperatura (menor
concentração de energia cinética média por partícula).

Capacidade Térmica (C)


A capacidade térmica de um objeto é o quanto este deve ceder ou receber de energia por calor para variar sua
temperatura. Também pode ser o produto da massa do corpo vezes o calor específico do material que o
constitui. Assim, temos:
𝑄
𝐶 = ∆𝑇 = 𝑚. 𝑐
A unidade de capacidade térmica é cal/°C, ou, no Sistema Internacional, J/K. Já a unidade de calor específico
é cal/g°C, que no SI é J/g.K. É muito comum o uso da caloria como unidade fora do SI. Nas unidades atuais,
1 cal ≈ 4,2 J. Não se preocupe em decorar esse valor. Caso necessário, ele será fornecido, e a aproximação
mais comum de aparecer em provas é a de 1 caloria = 4 joules.
A quantidade de calor calculada dessa maneira é denominada calor sensível (Qs). Dessa forma, juntando as
duas equações acima, temos que:
𝑄𝑠 = 𝑚𝑐∆𝑇
Em que “m” é a massa do corpo, “c” é o calor específico do material que o constitui e ∆𝑇é a variação de
temperatura correspondente. Cada corpo é constituído de uma substância/material que, por sua vez, possui
um valor de calor específico para cada estado físico. Esses valores são tabelados, e você não precisa gravar
nenhum deles.
Física

Resumindo, o calor sensível é todo o calor cedido ou recebido por algum corpo, e essa energia é revertida em
variação de temperatura.
𝑐𝑎𝑙
Exemplo: calor específico da água líquida à pressão atmosférica ao nível do mar: 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1,0 =
𝑔,°𝐶
𝐽
4,0 × 103 .
𝑘𝑔.𝐾

É bom ter o conhecimento do calor específico da água, já que é bem comum sua utilização. A primeira unidade
é usualmente usada, enquanto a segunda é a adotada pelo Sistema Internacional de Unidades.

Equilíbrio térmico
Quando colocamos dois objetos em contato um com o outro e esperamos tempo suficiente, eles tendem a
atingir a mesma temperatura. Dizemos então que eles estão em equilíbrio térmico e a energia foi transferida
de um ao outro, por meio do processo calor. Para dois ou mais corpos, vale a seguinte expressão:

𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 + 𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 = 0

Ou seja, a soma das quantidades de calor entre os corpos deve ser nula.
Normalmente, o corpo que está a uma temperatura mais elevada deve ceder calor para o corpo que está a
uma temperatura mais baixa.

http://fisica.hi7.co/fisica/fisica-56cb6d8f03243.png
Figura 01 – Equilíbrio térmico
Física

Exercícios de fixação

1. Ao fornecer 300 calorias de calor para um corpo, verifica-se como consequência uma variação de
temperatura igual a 50 ºC. Determine a capacidade térmica desse corpo.
a) 10 cal/°C
b) 20 cal/°C
c) 6 cal/°C
d) 5° cal/°C
e) 1 cal/°C

2. Para aquecer 500 g de certa substância de 20 ºC para 70 ºC, foram necessárias 4.000 calorias. A
capacidade térmica e o calor específico valem respectivamente:
a) 8 cal/ ºC e 0,08 cal/g .ºC
b) 80 cal/ ºC e 0,16 cal/g. ºC
c) 90 cal/ ºC e 0,09 cal/g. ºC
d) 95 cal/ ºC e 0,15 cal/g. ºC
e) 120 cal/ ºC e 0,12 cal/g. ºC

3. Em uma manhã de céu azul, um banhista na praia observa que a areia está muito quente e a água do
mar está muito fria. À noite, esse mesmo banhista observa que a areia da praia está fria e a água do
mar está morna. O fenômeno observado deve-se ao fato de que:
a) a densidade da água do mar é menor que a da areia.
b) o calor específico da areia é menor que o calor específico da água.
c) o coeficiente de dilatação térmica da água é maior que o coeficiente de dilatação térmica da areia.
d) o calor contido na areia, à noite, propaga-se para a água do mar.
e) a agitação da água do mar retarda seu resfriamento.

4. Em uma xícara de capacidade térmica desprezível, despeja-se 200 ml (200 g) de água a 50 ºC, então,
dois cubos de açúcar de 5 g, à temperatura de 25 ºC, e de calor específico igual a 0,280 cal/gºC, são
mergulhados na água quente. Determine a temperatura de equilíbrio do sistema água e cubo de açúcar,
despreze as perdas de calor para o ar, e assinale a alternativa correta:
Dados:𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔º𝐶
a) 42,5 ºC
b) 49,6 ºC
c) 35 ºC
d) 47,2 ºC
e) 45,6 ºC
Física

5. Uma barra de ferro de massa de 4kg é exposta a uma fonte de calor e tem sua temperatura aumentada
de 30 ºC para 150 ºC. Sendo o calor específico do ferro c = 0,119 c/g.ºC, a quantidade de calor recebida
pela barra é aproximadamente:
a) 45 kcal
b) 57,1 kcal
c) 100 kcal
d) 12,2 kcal
e) 250,5 kcal
Física

Exercícios de vestibulares

1. (Enem 2006) Uma garrafa de vidro e uma lata de alumínio, cada uma contendo 330mL de refrigerante,
são mantidas em um refrigerador pelo mesmo longo período de tempo. Ao retirá-las do refrigerador
com as mãos desprotegidas, tem-se a sensação de que a lata está mais fria que a garrafa. É correto
afirmar que:
a) a lata está realmente mais fria, pois a cidade calorífica da garrafa é maior que a da lata.
b) a lata está de fato menos fria que a garrafa, pois o vidro possui condutividade menor que o
alumínio.
c) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, possuem a mesma condutividade térmica, e a
sensação deve-se à diferença nos calores específicos.
d) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, e a sensação é devida ao fato de a condutividade
térmica do alumínio ser maior que a do vidro.
e) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, e a sensação é devida ao fato de a condutividade
térmica do vidro ser maior que a do alumínio.

2. (Enem digital 2020) Um fabricante de termômetros orienta em seu manual de instruções que o
instrumento deve ficar três minutos em contato com o corpo para aferir a temperatura. Esses
termômetros são feitos com o bulbo preenchido com mercúrio conectado a um tubo capilar de vidro.
De acordo com a termodinâmica, esse procedimento se justifica, pois é necessário que
a) o termômetro e o corpo tenham a mesma energia interna.
b) a temperatura do corpo passe para o termômetro.
c) o equilíbrio térmico entre os corpos seja atingido.
d) a quantidade de calor dos corpos seja a mesma.
e) o calor do termômetro passe para o corpo.

3. (Enem 2015) Às altas temperaturas de combustão e o atrito entre suas peças móveis são alguns dos
fatores que provocam o aquecimento dos motores à combustão interna. Para evitar o
superaquecimento e consequentes danos a esses motores, foram desenvolvidos os atuais sistemas
de refrigeração, em que um fluido arrefecedor com propriedades especiais circula pelo interior do
motor, absorvendo o calor que, ao passar pelo radiador, é transferido para a atmosfera.
Qual propriedade o fluido arrefecedor deve possuir para cumprir seu objetivo com maior eficiência?
a) Alto calor específico.
b) Alto calor latente de fusão.
c) Baixa condutividade térmica.
d) Baixa temperatura de ebulição.
e) Alto coeficiente de dilatação térmica.
Física

4. (Enem 2013) Aquecedores solares usados em residências têm o objetivo de elevar a temperatura da
água até 70°C. No entanto, a temperatura ideal da água para um banho é de 30°C. Por isso, deve-se
misturar a água aquecida com a água à temperatura ambiente de um outro reservatório, que se
encontra a 25°C.
Qual a razão entre a massa de água quente e a massa de água fria na mistura para um banho à
temperatura ideal?
a) 0,111.
b) 0,125.
c) 0,357.
d) 0,428.
e) 0,833.

5. (Uerj simulado 2018) Em um estudo sobre fenômenos térmicos, foram avaliados quatro objetos
distintos, cujos valores de massa 𝑚, de quantidade de calor Q e de variação de temperatura 𝛥𝜃 estão
apresentados na tabela abaixo.

Objeto m(g) Q (cal) 𝛥𝜃(°C)

I 20 100 10

II 30 120 20

III 60 150 10

IV 40 180 15

Com base nesses dados, o objeto com o maior calor específico está identificado pelo seguinte número:
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) n.d.a.

6. (Uerj 2018) Para explicar o princípio das trocas de calor, um professor realiza uma experiência,
misturando em um recipiente térmico 300 g de água a 80°C com 200 g de água a 10°C.
Desprezadas as perdas de calor para o recipiente e para o meio externo, a temperatura de equilíbrio
térmico da mistura, em °C é igual a:
a) 52
b) 45
c) 35
d) 28
e) 29
Física

7. (Uerj 2014) Um sistema é constituído por uma pequena esfera metálica e pela água contida em um
reservatório. Na tabela, estão apresentados dados das partes do sistema, antes de a esfera ser
inteiramente submersa na água.

Capacidade
Temperatura
Partes do sistema térmica
inicial (°C)
(cal/°C)
esfera
50 2
metálica
água do
30 2000
reservatório

A temperatura final da esfera, em graus Celsius, após o equilíbrio térmico com a água do reservatório,
é cerca de:
a) 20
b) 30
c) 40
d) 50
e) 60

8. (Eear 2018) Um corpo absorve calor de uma fonte a uma taxa constante de 30 cal/min e sua
temperatura (T) muda em função do tempo (t)de acordo com o gráfico a seguir.

A capacidade térmica (ou calorífica), em cal/°C desse corpo, no intervalo descrito pelo gráfico, é igual
a
a) 1
b) 3
c) 10
d) 30
e) 15
Física

9. (Enem 2019) Em uma aula experimental de calorimetria, uma professora queimou 2,5 g de castanha-
de-caju crua para aquecer 350 g de água, em um recipiente apropriado para diminuir as perdas de calor.
Com base na leitura da tabela nutricional a seguir e da medida da temperatura da água, após a queima
total do combustível, ela concluiu que 50% da energia disponível foi aproveitada. O calor específico da
água é 1 cal/g. °C e sua temperatura inicial era de 20 °C.

Quantidade por porção de 10 g (2 castanhas)

Valor energético 70 kcal

Carboidratos 0,8 g

Proteínas 3,5 g

Gorduras totais 3,5 g

Qual foi a temperatura da água, em grau Celsius, medida ao final do experimento?


a) 25
b) 27
c) 45
d) 50
e) 70
Física

10. (Enem 2015) Uma garrafa térmica tem como função evitar a troca de calor entre o líquido nela contido
e o ambiente, mantendo a temperatura de seu conteúdo constante. Uma forma de orientar os
consumidores na compra de uma garrafa térmica seria criar um selo de qualidade, como se faz
atualmente para informar o consumo de energia de eletrodomésticos. O selo identificaria cinco
categorias e informaria a variação de temperatura do conteúdo da garrafa, depois de decorridas seis
horas de seu fechamento, por meio de uma porcentagem do valor inicial da temperatura de equilíbrio
do líquido na garrafa.
O quadro apresenta as categorias e os intervalos de variação percentual da temperatura.

Tipo de selo Variação de temperatura


A menor que 10%
B entre 10% e 25%
entre 25% e 40%
C
D entre 40%e 55%
E maior que 55%

Para atribuir uma categoria a um modelo de garrafa térmica, são preparadas e misturadas, em uma
garrafa, duas amostras de água, uma a 10°C e outra a 40°C na proporção de um terço de água fria para
dois terços de água quente. A garrafa é fechada. Seis horas depois, abre-se a garrafa e mede-se a
temperatura da água, obtendo-se 16°C.
Qual selo deveria ser posto na garrafa térmica testada?
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
Física

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
Podemos calcular a capacidade térmica do corpo a partir da seguinte expressão:

𝑄 300
𝐶= = = 6𝑐𝑎𝑙/°𝐶
∆𝑇 50

2. B
Inicialmente, vamos calcular a capacidade térmica do corpo.
𝑄 4000
𝐶= = = 80𝑐𝑎𝑙/°𝐶
∆𝑇 50

Agora podemos calcular o calor específico sensível utilizando o dado calculado.


𝐶 = 𝑚. 𝑐
80 = 500. 𝑐
𝑐 = 0,16 𝑐𝑎𝑙/𝑔. °𝐶

3. B
Se as massas iguais de água e areia receberem ou perderem quantidades iguais de calor, a variação de
temperatura da água será menor em módulo que a da areia, porque a água tem maior calor específico.

4. B
O equilíbrio térmico é alcançado com a troca de calor entre os corpos envolvidos. Podemos equacionar
isso da seguinte forma:
𝑚á𝑔𝑢𝑎 . 𝑐á𝑔𝑢𝑎 . ∆𝑇á𝑔𝑢𝑎 + 𝑚𝑎çú𝑐𝑎𝑟 . 𝑐𝑎çú𝑐𝑎𝑟 . ∆𝑇𝑎çú𝑐𝑎𝑟 = 0
200.1. (𝑇𝐹 − 50) + 10.0,280. (𝑇𝐹 − 25) = 0
200𝑇𝐹 − 10000 + 2,8𝑇𝐹 − 70 = 0
202,8𝑇𝐹 = 10070
𝑇𝐹 = 49,6°𝐶

5. B
Utilizando a equação do calor sensível.
𝑄 = 𝑚. 𝑐. ∆𝑇
𝑄 = 4000 . 0,119 . (150 − 30)
𝑄 = 57120 𝑐𝑎𝑙 = 57,12 𝑘𝑐𝑎𝑙

Exercícios de vestibulares

1. D
A garrafa e a lata estão à mesma temperatura, e a sensação é devida ao fato de a condutividade térmica
do alumínio ser maior que a do vidro.

2. C
Para que o termômetro possa aferir a temperatura do indivíduo, é necessário que se tenha estabelecido
o equilíbrio térmico entre eles, motivo pelo qual há a necessidade de três minutos de contato.
Física

3. A
Da expressão do calor específico sensível:
𝑄 = 𝑚 . 𝑐 . 𝛥𝜃

𝑄
𝛥𝜃 =
𝑚 .𝑐

O fluido arrefecedor deve receber calor e não sofrer superaquecimento. Para tal, de acordo com a
expressão acima, o fluido deve ter alto calor específico.

4. B
Considerando o sistema termicamente isolado, temos:
𝑄á𝑔𝑢𝑎1 + 𝑄á𝑔𝑢𝑎2 = 0

𝑚𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 . 𝑐á𝑔𝑢𝑎 . (30 − 70) + 𝑚𝑓𝑟𝑖𝑎 . 𝑐á𝑔𝑢𝑎 . (30 − 25)

𝑚𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 5 1
= = = 0,125
𝑚𝑓𝑟𝑖𝑎 40 8

5. A
Isolando o calor específico da expressão do calor sensível, temos:

𝑄 = 𝑚 . 𝑐 . 𝛥𝑇

𝑄
𝑐 =
𝑚 . 𝛥𝑇

Usando os dados da tabela e calculando para cada objeto, temos:

𝑄 100
𝑐𝐼 = = = 0,5 𝑐𝑎𝑙/𝑔 . °𝐶
𝑚 . 𝛥𝑇 20 . 10

𝑄 120
𝑐 𝐼𝐼 = = = 0,2 𝑐𝑎𝑙/𝑔 . °𝐶
𝑚 . 𝛥𝑇 30 . 20

𝑄 150
𝑐 𝐼𝐼𝐼 = = = 0,25 𝑐𝑎𝑙/𝑔 . °𝐶
𝑚 . 𝛥𝑇 60 . 10

𝑄 180
𝑐 𝐼𝑉 = = = 0,2 𝑐𝑎𝑙/𝑔 . °𝐶
𝑚 . 𝛥𝑇 40 . 20
Física

6. A
Como não há perdas de calor para o meio externo, então a soma dos calores sensíveis é igual a zero;
assim:
𝑄 = 𝑚 . 𝑐 . 𝛥𝑇

𝑄1 + 𝑄2 = 0

𝑚1 . 𝑐 . 𝛥𝑇1 + 𝑚2 . 𝑐 . 𝛥𝑇2 = 0

300 (𝑇 − 80) + 200 . (𝑇 − 10) = 0

(300 + 200) . 𝑇 = 24000 + 2000

26000
𝑇 = = 52 °𝐶
500

7. B
A análise dos dados dispensa cálculos. A capacidade térmica da esfera metálica é desprezível em
relação à da água contida no reservatório; portanto, a temperatura da água praticamente não se altera,
permanecendo a cerca de 30 °C.
Mas comprovamos com os cálculos.
Considerando o sistema água-esfera termicamente isolado:
𝑄𝑒𝑠𝑓 + 𝑄á𝑔𝑢𝑎 = 0
𝐶𝑒𝑠𝑓 . 𝛥𝑇𝑒𝑠𝑓 + 𝐶á𝑔𝑢𝑎 𝛥𝑇á𝑔𝑢𝑎 = 0
2(𝑇 − 50) + 2000(𝑇 − 30) = 0
2002 𝑇 − 60 . 100 = 0
60 . 100
𝑇= = 30,0998 °𝐶
2002

𝑇 = 30°𝐶

8. D
Para 𝛥𝑡 = 30 𝑚𝑖𝑛, temos:
𝛥𝑡 = 50 − 20 = 30°𝐶
𝑄 = 30 . 30 = 900 𝑐𝑎𝑙

Portanto:
𝑄 900
𝐶= = = 30 𝑐𝑎𝑙/°𝐶
𝛥𝑇 30
Física

9. C
Energia liberada na queima de 2,5 g de castanha-de-caju:

70000
𝑄 = 2,5 = 17500 𝑐𝑎𝑙
10

Energia aproveitada para aquecer 350 g de água:

50
𝑄′ = . 17500 𝑐𝑎𝑙 = 8750 𝑐𝑎𝑙
100

Logo, a temperatura final da água foi de:


𝑄′ = 𝑚. 𝑐. 𝛥𝑇
8750 = 350 . 1. (𝑇𝑓 − 20)
𝑇𝑓 = 45 ° 𝐶

10. D
Desprezando a capacidade térmica da garrafa, pela equação do sistema termicamente isolado
calculamos a temperatura de equilíbrio (𝑇𝑒 ):
𝛴𝑄=0
𝑄á𝑔𝑢𝑎 1 + 𝑄á𝑔𝑢𝑎 2 = 0
𝑚1 𝑐(𝑇𝑒 − 𝑇1 ) + 𝑚2 𝑐(𝑇𝑒 − 𝑇2 ) = 0
𝑚 2𝑚
𝑐(𝑇𝑒 − 10) + 𝑐(𝑇𝑒 − 40) = 0
3 3
𝑇𝑒 − 10 + 2𝑇𝑒 − 80 = 0
𝑇𝑒 = 30°𝐶

O módulo da variação de temperatura é:


|𝛥𝑇| = |16 − 30| = 14°𝐶

Calculando a variação percentual (x%):


|𝛥𝑇| 14
𝑥% = . 100 = . 100 = 46,7%
𝑇𝑒 30
Geografia

Terceira e Quarta Revolução Industrial e o futuro do trabalho

Objetivo
Você aprenderá as características da Terceira e da Quarta Revolução Industrial, além das atuais
transformações no mundo do trabalho.

Curiosidade
A Terceira Revolução Industrial é resultado do desenvolvimento técnico e científico ao longo da segunda
metade do século XX. Possui direta relação com a ascensão do Toyotismo e com a consolidação do processo
de globalização.

Teoria

Terceira Revolução Industrial


A Terceira Revolução Industrial, também conhecida como Revolução Técnico-Científico-Informacional, tem
início em meados do século XX, após a Segunda Guerra Mundial. Surge no Vale do Silício, Califórnia, Estados
Unidos. Esse é um importante tecnopolo americano, que abriga grandes empresas do setor de informática e
telecomunicações. Essa fase corresponde ao processo de inovações tecnológicas e informacionais na
produção e é responsável pela integração entre a ciência, a tecnologia e a informação. Nesse aspecto, a
pesquisa e desenvolvimento (P&D) de novas tecnologias possibilita às empresas desenvolverem novos
produtos, obtendo maior lucratividade. Essas empresas reinvestem parte dos lucros em P&D, gerando um
ciclo que os países não desenvolvidos e outras empresas não conseguem superar com facilidade. Na
atualidade, possuir indústria não é mais sinônimo de riqueza, e sim capacidade de desenvolver tecnologia.
É importante destacar que essa fase está vinculada à evolução do modelo produtivo para uma lógica mais
flexível. É fundamental associar a terceira fase da Revolução Industrial ao Toyotismo. Além disso, a revolução
nos transportes e comunicações, possibilitada pelas novas tecnologias desenvolvidas nesse contexto,
expandiu o fluxo de pessoas, capitais e informações, inaugurando um processo denominado globalização. A
evolução industrial não parou por aí.

Quarta Revolução Industrial


A Quarta Revolução Industrial tem início nos anos 2010, caracterizada principalmente pelo uso da Internet
das Coisas (IOT), impressão 3D e inteligência artificial. É importante destacar que ainda não é consenso entre
os estudiosos a existência dessa quarta fase. No Fórum Econômico Mundial, realizado em 2016, na cidade
de Davos, Suíça, a Quarta Revolução Industrial foi muito debatida, especialmente o fato de que, após a crise
de 2008, muitos países adotaram políticas protecionistas bem fortes, o que dificulta a expansão dessa fase.
Ela também é conhecida como Indústria 4.0. Outras características que podem ser destacadas são:
● Rastreabilidade dos produtos, o que permite que o consumidor tenha informações sobre o ciclo de vida
do produto;
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● Visão artificial, utilizada no controle de qualidade da produção ou na assistência para a fabricação;


● Cloud computing, conhecido como armazenamento em nuvem (exemplo: Google Drive), que permite o
armazenamento de informações;
● Cyber security, medidas de segurança usadas para proteger a infraestrutura cibernética de ameaças,
como os hackers;
● Realidade aumentada, que possibilita o fornecimento de informações adaptadas ao contexto, mescladas
ao campo de visão;
● Manufatura aditiva, que recria cópias tridimensionais de peças e protótipos;
● Robô colaborativo, utilizado na produção no mesmo espaço que os operadores.
Acredita-se que essas e outras inovações trarão ganhos de produtividade, manufatura enxuta e
personalização da produção em escala sem precedentes, além da redução de custos e maior economia de
energia. É importante destacar que essa revolução é marcada pela evolução dos sistemas digitais e
tecnologias da revolução anterior, e ocasionará mudanças profundas, sendo a mais perceptível a
automatização total das fábricas, que é considerada uma nova revolução industrial.
Parece existir um consenso de que as repercussões dessa revolução impactarão as mais diversas esferas.
Ela chegará até os lugares mais distantes do planeta, afetará o mercado de trabalho, o futuro do trabalho, a
segurança geopolítica, além de carregar consigo novas questões e debates éticos.

Síntese das quatro fases da Revolução Industrial e suas respectivas características. Disponível em:
<https://engeteles.com.br/industria-4-0/>. Acessado em: 31/08/2021.

Futuro do trabalho
Com a modernização da produção e uma exigência cada vez maior da qualificação da mão de obra, é possível
observar diferentes mudanças na questão do trabalho. Imagine uma fábrica que funciona de forma totalmente
automática, os trabalhadores manuais substituídos pela robótica inteligente e poucos trabalhadores muito
bem qualificados por trás disso tudo. Claro que, do ponto de vista econômico, um robô pode ser mais rentável
que um trabalhador humano, mas a crise do desemprego pode ter graves consequências. Essa revolução
industrial promete mudanças significativas nas relações de trabalho, gerando desemprego e novas formas
de contratação.
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Tipos de desemprego:
● Desemprego conjuntural: aquele que ocorre devido às crises econômicas e é superado com o
crescimento econômico, ou seja, de acordo com a conjuntura.
● Desemprego estrutural: aquele gerado pela introdução de novas tecnologias, lógicas e processos
produtivos. Ele passa a fazer parte da estrutura organizacional da sociedade produtiva e é mais difícil de
ser superado.

Novas formas de contratação


Em meio a essas mudanças, surgem diversas formas de contratação; entre elas, podemos citar:
● Terceirização trabalhista: terceirizar é passar a terceiros uma parte do trabalho necessário a um
empreendimento. Por exemplo, numa escola, é comum que os trabalhadores da segurança e da limpeza
sejam parte de uma empresa de fora, que presta esse serviço de maneira terceirizada. Dessa forma,
empresas se organizam para captar essa mão de obra, no geral não qualificada, e distribuir os
terceirizados nos diversos setores que demandam isso. Além disso, são empresas que tomam conta de
um setor essencial, mas que encara muita precariedade no Brasil. Assim, com a alta procura, a baixa
qualificação e remuneração, a rotatividade tende a ser maior nessas empresas, e as condições de
trabalho instáveis.

● Trabalhador 0h (zero hora): o trabalho 0h é uma forma de contratação que distribui tarefas de acordo
com a demanda. Em algumas semanas, o trabalhador receberá da empresa uma quantidade de tarefas
e ganhará o equivalente às horas trabalhadas. Em outras semanas, não haverá demanda nem salário.

● Home office: trabalhadores são contratados, mas trabalham de suas casas, o que economiza para o
dono da empresa todo um gasto de infraestrutura e pode dar maior autonomia ao trabalhador.

● Subcontratações ou “trabalhador parceiro”: são empregos por aplicativo que difundem, por meio de um
discurso eufêmico de empreendedorismo e autonomia, o cenário do desemprego e da precarização
trabalhista, com baixíssimos ganhos e ausência de direitos trabalhistas e sociais. É a chamada
“uberização” das relações de trabalho. Sabemos que o Uber tem sido uma empresa que dá autonomia
para o trabalhador escolher sua carga horária e sua jornada de trabalho, sendo ele responsável também
pela obtenção e manutenção do seu instrumento de trabalho, o carro. Além disso, esse fato cria um
distanciamento entre empresa e trabalhador, de modo que questões como segurança do trabalho se
tornam precárias. Também não há direitos trabalhistas básicos, como férias e contribuição
previdenciária. Com o crescente número de desalentados – pessoas que desistem de procurar emprego
– no Brasil, devido à recessão econômica, ou estagnação do crescimento, que enfrentamos desde 2013,
muitas pessoas precisam recorrer a esses empregos para obter renda. O que foi criado para fazer parte
de uma renda extra, uma complementação, acaba se tornando o trabalho oficial. Além disso, estamos
falando de um serviço que surge suprindo partes vitais do funcionamento urbano, como a questão da
mobilidade e transporte.
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Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/economia/proletariado-digital-apps-promovem-trabalhos-precarios-a-brasileiros/>.


Acessado em: 31/08/2021.
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Exercícios de fixação

1. São conceitos, práticas e lógicas produtivas associadas à Terceira Revolução Industrial:


a) Fordismo – Just in time – Pesquisa e desenvolvimento.
b) Toyotismo – Just in case – Produção em massa.
c) Toyotismo – Just in time – Pesquisa e desenvolvimento.

2. A Quarta Revolução Industrial ainda não se confirmou como conceito. Explique o motivo disso.

3. Quais inovações associadas à Quarta Revolução Industrial poderiam ajudar no combate ao


desmatamento?

4. Qual o principal impacto da Quarta Revolução Industrial no mundo do trabalho?


a) Automação das fábricas resultando no desemprego estrutural.
b) Automação parcial das fábricas resultando no desemprego conjuntural.
c) Automação total das fábricas resultando na criação de novos empregos.

5. São, respectivamente, uma vantagem e desvantagem da terceirização do trabalho:


a) Maior foco na atividade-fim da empresa e precarização do trabalho.
b) Menor foco na atividade-fim da empresa e flexibilização do trabalho.
c) Menor autonomia com contratações e ampliação do teletrabalho.
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Exercícios de vestibulares

1. A Terceira Revolução Industrial promoveu o aumento da produtividade e a aceleração dos fluxos de


mercadorias, capitais, informações e pessoas. Também conhecida como Revolução Técnico-Científica
ou Revolução Informacional, caracterizou-se:
a) Pelo protecionismo alfandegário, pelo aumento da capacidade de transformação da natureza e
pelo desenvolvimento dos motores à combustão.
b) Por centros industriais de alta tecnologia, pela internacionalização da economia e pela ampliação
do setor financeiro.
c) Pelo desenvolvimento em torno das bacias carboníferas, por monopólios em muitos setores da
economia e por centro de decisões em nível supranacional.
d) Por relações não comerciais de produção, pela intervenção estatal nas relações comerciais e pela
expansão dos mercados consumidores.
e) Pela expansão das rotas marítimas de comércio, pelo uso intensivo do petróleo como fonte de
energia e pela produção em massa padronizada.

2. (Fatec, 2019) Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial (FEM), escreveu, em artigo
publicado na “Foreign Affairs”, que:
A 1a revolução industrial usou água e vapor para mecanizar a produção entre o meio do século XVIII e
o meio do século XIX.
A 2a revolução industrial usou a eletricidade para criar produção em massa a partir do meio do século
XIX.
A 3a revolução industrial usou os eletrônicos e a tecnologia da informação para automatizar a produção
na segunda metade do século XX.
Agora, no século XXI, a 4a revolução industrial é caracterizada pela fusão de tecnologias entre as
esferas física, digital e biológica.
Disponível em: https://tinyurl.com/y72sm8v5> Acesso em: 17.09.2018. Adaptado.

De acordo com a tendência expressa no texto, a última revolução industrial citada pelo autor
caracteriza-se por
a) redes aéreas de comunicação e pela intensificação do uso do fordismo.
b) viagens interespaciais e pelo grande emprego de carvão mineral.
c) cabeamento telegráfico submarino e pela adoção do taylorismo.
d) computadores a válvula e pela utilização de linhas de produção.
e) internet móvel e pela inteligência artificial.
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3. (Enem, 2015) Um carro esportivo é financiado pelo Japão, projetado na Itália e montado em Indiana,
México e França, usando os mais avançados componentes eletrônicos, que foram inventados em Nova
Jérsei e fabricados na Coreia. A campanha publicitária é desenvolvida na Inglaterra, filmada no Canadá,
a edição e as cópias, feitas em Nova Iorque para serem veiculadas no mundo todo. Teias globais
disfarçam-se com o uniforme nacional que lhes for mais conveniente.
REICH, R. O trabalho das nações', preparando-nos para o capitalismo no século XXI. São Paulo: Educador, 1994 (adaptado).

A viabilidade do processo de produção ilustrado pelo texto pressupõe o uso de


a) linhas de montagem e formação de estoques.
b) empresas burocráticas e mão de obra barata.
c) controle estatal e infraestrutura consolidada.
d) organização em rede e tecnologia da informação.
e) gestão centralizada e protecionismo econômico.

4. (Enem, 2019) No sistema capitalista, as muitas manifestações de crise criam condições que forçam a
algum tipo de racionalização. Em geral, essas crises periódicas têm o efeito de expandir a capacidade
produtiva e de renovar as condições de acumulação. Podemos conceber cada crise como uma
mudança do processo de acumulação para um nível novo e superior.
HARVEY, D. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005 (adaptado).

A condição para a inclusão dos trabalhadores no novo processo produtivo descrito no texto é a
a) associação sindical.
b) participação eleitoral.
c) migração internacional.
d) qualificação profissional.
e) regulamentação funcional.

5. “A Nissan inventa o automóvel à la carte”


“O sistema Answer, [...] é um sistema de informática de ponta que coordena a produção e a venda [...]
isso significa que a fábrica produz carros ‘já comprados’, e que a fabricação se aproxima de uma
produção segundo a demanda”.
La Courrier Internacional apud Becouche, 1995.

O texto sugere que


a) O modelo fordista trabalha sem estoques e com defeito zero.
b) O nosso modelo industrial está centrado nas indústrias petroquímicas e automobilísticas.
c) Entramos na terceira revolução industrial, centrada na produção flexível, modelo Just in time,
viabilizado pela ciência, a tecnologia e a informação.
d) A produção de carros nos países desenvolvidos se faz por encomendas.
e) A indústria automobilística japonesa baseada no just in time conquistou os mercados mundiais.
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6. (Unesp, 2019) A vigilância alienada é praticada pelas companhias de tecnologias dos Estados Unidos
(Microsoft, Google, Facebook, Amazon, Apple, entre outras), sem que a maioria de seus usuários saiba
ou tenha conhecimento. Para essas companhias, o fato de o usuário ou cliente assinar o termo de
aceitação de uso de um software tem sido considerado suficiente, como permissão consentida, para
que essas companhias possam utilizar informações sem autorização explicita ou formal.
(Hindenburgo Pires. "Indústrias globais de vigilância em massa”. In: Floriano J. G. Oliveira et ai (orgs.). Geografia urbana,
2014. Adaptado.)

As informações geradas pelos consumidores, quando espacializadas, permitem estabelecer padrões


que interessam, particularmente, às grandes empresas. A “vigilância alienada" abordada pelo excerto,
bem como o emprego do geomarketing, contribui para
a) alimentar bancos de dados que colaboram com a reprodução do capital.
b) orientar políticas públicas para diminuir a concentração desigual de renda.
c) coibir práticas abusivas na veiculação de propagandas enganosas.
d) fiscalizar as formas de uso de produtos que possam invalidar garantias.
e) estabelecer áreas prioritárias para a distribuição de bens de caráter humanitário.

7. (Enem, 1999) Um dos maiores problemas da atualidade é o aumento desenfreado do desemprego. O


texto abaixo destaca esta situação.
O desemprego é hoje um fenómeno que atinge e preocupa o mundo todo. (...) A onda de desemprego
recente não é conjuntural, ou seja, provocada por crises localizadas e temporárias. Está associada a
mudanças estruturais na economia, daí o nome de desemprego estrutural.
O desemprego manifesta-se hoje na maioria das economias, incluindo a dos países ricos. A OIT estima
em 1 bilhão - um terço da força de trabalho mundial - o número de desempregados em todo o mundo
em 1998. Desse total, 150 milhões encontram-se abertamente desempregados e entre 750 e 900
milhões estão sub em pregados.
([CD-ROM], Almanaque Abril. 1999. São Paulo: Abril.)

Pode-se compreender o desemprego estrutural em termos da internacionalização da economia


associada
a) a uma economia desaquecida que provoca ondas gigantescas de desemprego, gerando revoltas
e crises institucionais.
b) ao setor de serviços que se expande provocando ondas de desemprego no setor industrial,
atraindo essa mão de obra para este novo setor.
c) ao setor industrial que passa a produzir menos, buscando enxugar custos provocando, com isso,
demissões em larga escala.
d) a novas formas de gerenciamento de produção e novas tecnologias que são inseridas no processo
produtivo, eliminando empregos que não voltam.
e) ao emprego informal que cresce, já que uma parcela da população não tem condições de
regularizar o seu comércio.
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8. (Enem Digital, 2020) Ao mesmo tempo que as novas tecnologias inseridas no universo do trabalho
estão provocando profundas transformações nos modos de produção, tornam cada vez mais plausível
a possibilidade de liberação do homem do trabalho mecânico e repetitivo.
JORGE, M. T. S. Será o ensino escolar supérfluo no mundo das novas tecnologias? Educação e Sociedade, v. 19, n. 65, dez.
1998 (adaptado).

O paradoxo da relação entre as novas tecnologias e o mundo do trabalho, demonstrado no texto, pode
ser exemplificado pelo(a)
a) utilização das redes sociais como ferramenta de recrutamento e seleção.
b) transferência de fábricas para locais onde estas desfrutem de benefícios fiscais.
c) necessidade de trabalhadores flexíveis para se adequarem ao mercado de trabalho.
d) fenômeno do desemprego que aflige milhões de pessoas no mundo contemporâneo.
e) conflito entre trabalhadores e empresários por conta da exigência de qualificação profissional.

9. (UFG, 2006) Nas últimas décadas do século XX, a intensificação do uso de alta tecnologia induziu uma
nova lógica de localização industrial. Os atuais espaços industriais caracterizam-se pela capacidade
organizacional e tecnológica de distribuir o processo produtivo em diferentes localidades. A
espacialização do processo produtivo revela que
a) os atuais espaços industriais, espalhados pelo globo, utilizam muita força de trabalho qualificada
e poucos trabalhadores semiqualificados.
b) as novas indústrias foram instaladas considerando-se a abundância de mão de obra e a
proximidade do mercado consumidor.
c) as empresas instalaram unidades produtivas em alguns países de industrialização tardia,
incentivadas pela política de substituição de importações.
d) a criação de espaços industriais, nos países do Terceiro Mundo, foi promovida pelas políticas
estatais de incentivo ao consumo dos países centrais.
e) os novos espaços industriais organizam-se em torno de fluxos de informação que reúnem e
distribuem, ao mesmo tempo, as fases da produção.
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10.

A Terceira Revolução Industrial foi responsável por uma nova configuração espacial do mundo, a qual
o geógrafo Milton Santos denominou de meio técnico-científico-informacional. Os objetos técnicos
passam a ser, ao mesmo tempo, técnicos e informacionais, reorganizando o espaço com
a) uma intencionalidade que extrapola os limites nacionais, permitindo uma organização do espaço
geográfico através de redes que ampliam os fluxos possíveis.
b) uma ampliação das desigualdades em escala global, reduzindo a importância das infraestruturas
e dos bens de produção.
c) uma maior propagação da informação e menor difusão das técnicas em escala global, fazendo
com que as especializações produtivas sejam solidárias em nível mundial.
d) uma coexistência de pontos contínuos e contíguos que garantem certa homogeneidade na forma
que os lugares se inserem na estrutura produtiva.
e) um conteúdo técnico e científico, substituindo um meio técnico por um meio cada vez menos
artificializado.

Sua específica é humanas e quer continuar treinando esse conteúdo?


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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
A Terceira Revolução Industrial é caracterizada pela adoção de práticas mais flexíveis de produção, como
o Toyotismo. Dentro desse modelo produtivo predomina a prática do just in time, isto é, produção sob
demanda. O ciclo de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias possibilita a constante inovação
dos produtos, adicionando mais e mais informação e aumentando a margem de lucro.

2. As inovações propostas pela Quarta Revolução Industrial proporcionam uma mudança significativa na
forma de produzir, o que justificaria esse conceito. Porém, a adoção de práticas protecionistas, limitando
o comércio global, dificulta a expansão e consolidação dessa quarta fase.

3. A rastreabilidade dos produtos é uma das principais inovações que poderiam ajudar a combater o
desmatamento. A utilização de blockchain, recurso técnico que funciona como protocolo de confiança,
possibilitaria identificar a origem de um produto. Assim, seria possível para comerciantes, empresas e
consumidores identificar se aquela madeira é legal ou não. A rastreabilidade facilitaria a fiscalização da
madeira extraída ilegalmente das florestas tropicais, o que tornaria mais fácil o combate a esse crime.

4. A
O principal impacto é que essa revolução pode levar ao processo de automatização completa das
fábricas, transformando significativamente o mercado de trabalho e resultando no desemprego
estrutural. Diferente do desemprego conjuntural, não é possível recuperar as vagas eliminadas pela
automação.

5. A
A terceirização, quando adotada por uma empresa, possibilita que ela foque sua atenção no coração de
sua atividade (atividade-fim), uma vez que não precisa se preocupar com a contratação de funcionários
para outros setores. Em grandes empresas, isso pode ocupar todo um departamento, diminuindo a
produtividade e aumentando os custos, enquanto para o trabalhador a terceirização sem a correta
regularização de suas ações leva à precarização do trabalho.

Exercícios de vestibulares

1. B
Entre as características mais importantes da Terceira Revolução Industrial, a formação de tecnopolos, a
ampliação das relações e trocas econômicas e a evolução para o capitalismo financeiro destacam-se
como pontos fundamentais de sustentação.

2. E
Tema de debates no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, nos últimos anos, a 4ª Revolução
Industrial já avança nos países desenvolvidos centrais, como Estados Unidos, Japão e Alemanha, bem
como na principal potência emergente, a China. É caracterizada por avanços na fronteira da ciência, com
destaque para as inovações tecnológicas nas áreas de nanotecnologia e biotecnologia. As aplicações
são múltiplas: informática, telecomunicações, química, física, medicina e engenharia.
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3. D
É importante lembrar que essa produção globalizada típica da terceira fase da Revolução Industrial só
consegue se organizar em rede a partir dos transportes e da comunicação. Tal condição possibilitou às
indústrias se espalharem pelo mundo buscando as melhores vantagens produtivas de cada lugar.

4. D
A expansão da capacidade produtiva e a renovação das condições de acumulação, citadas no texto,
sugerem maior tecnificação da produção, o que demanda, por sua vez, maior qualificação para que haja
a inserção do profissional no mercado de trabalho.

5. C
O trecho citado na questão aponta para uma produção de acordo com a demanda, ou seja, a procura
define a oferta, o que é chamado just in time, uma das características do modelo produtivo industrial
toyotista, que surge em um contexto de Terceira Revolução Industrial. A alternativa E está incorreta, pois
tal lógica não se limita ao setor automobilístico e muito menos a uma única empresa. Diversos outros
setores e empresas incorporam tal lógica produtiva, ao mesmo tempo que o texto não afirma que o
mercado mundial foi dominado por uma empresa japonesa.

6. A
As informações geradas permitem que a engenharia social trace o perfil dos usuários. Ao serem
repassadas para as grandes empresas, formam o perfil dos consumidores. Essa característica da
produção atualmente pode ser associada à Quarta Revolução Industrial.

7. D
A incorporação de novas formas de gerenciamento da produção aliadas à introdução de novas
tecnologias, como a automação das fábricas e o gerenciamento remoto, explicam o atual contexto de
desemprego estrutural. Isso significa que o desemprego faz parte do sistema capitalista de produção.

8. D
A inserção de novas tecnologias na esfera da produção tem provocado significativas mudanças no
mundo do trabalho. À medida que a mão de obra destinada a tarefas mecânicas e repetitivas é liberada
pela automação das fábricas, estas passam a exigir maior qualificação. Quando a oferta de qualificação
da mão de obra de um país não é ampla, observa-se o crescimento do desemprego.

9. E
A localização das indústrias antes da Terceira Revolução Industrial priorizava a proximidade das fontes
de energia e mercados consumidores. Após a Revolução, a informação e a necessidade de uma
infraestrutura de comunicações passam a ocupar um papel importante.

10. A
Com os avanços científicos, os objetos técnicos passaram a reorganizar o espaço em um ritmo
acelerado, extrapolando o nacional até alcançar o global. Isso foi possível a partir de um complexo
conjunto de redes (transportes e comunicações) que possibilitaram os fluxos (informações) em uma
escala nunca vista. A produção também passou a ser reorganizada nesse sentido, com a
desterritorialização produtiva.
Guia do Estudo Perfeito

Growth mindset: não crie limites para seu aprendizado

Teoria

Growth mindset
O termo Growth Mindset, em uma tradução direta, significa mentalidade de crescimento. Esse conceito foi
desenvolvido pela psicóloga Carol Dweck, em seu livro Mindset: a nova psicologia do sucesso, para explicar
que:

o sucesso e a inteligência podem ser alcançados com dedicação e esforço, e que o erro é parte
fundamental desse processo.

Para entender um pouco mais sobre esse conceito, assista ao resumo ilustrado do livro Mindset: a nova
psicologia do sucesso.

Vídeo: “Livro Mindset, a nova psicologia do sucesso - Seja Uma Pessoa Melhor”.

Logo a seguir, outro vídeo explicando o conceito.

Vídeo: “Growth Mindset vs. Fixed Mindset - John Spencer”.


Guia do Estudo Perfeito

Caso você deseje ir direto à fonte, o livro Mindset: a nova psicologia do sucesso está disponível para compra
no Brasil. Clicando na capa do livro a seguir é possível até visualizar algumas páginas.

Capa do livro Mindset: A nova psicologia do sucesso.

O poder da garra
No livro Garra: o poder da paixão e da perseverança, a pesquisadora Angela Duckworth destaca a importância
do esforço na conquista dos seus objetivos.

O esforço é muito mais importante que o talento ou a habilidade.

Nesse sentido, os conceitos de growth mindset e garra estão diretamente relacionados. Ao adotar uma
mentalidade de crescimento e se esforçar o suficiente, mesmo errando durante esse caminho, o sucesso será
uma parte integrante do seu resultado. Clique no link a seguir, e assista ao TED da pesquisadora Duckworth
sobre garra.

Vídeo: “Angela Lee Duckworth: A chave para o sucesso? A determinação”.


Guia do Estudo Perfeito

Em seu livro, Angela exemplifica muito bem a importância do esforço, a partir do exemplo do lendário atleta
do time San Francisco 49ers Steve Young. Ele entrou para o time da Universidade Brigham Young (BYU) como
oitavo quarterback. Durante a temporada daquele ano, após seu pai convencê-lo de que desistir não era o
caminho, o atleta foi o primeiro a chegar aos treinos e o último a sair. Em dois meses, tinha lançado mais de
dez mil espirais. Nos próximos anos, não diminuiu o ritmo. Na segunda temporada, Steve passou da oitava
para a segunda posição no time; na terceira, tornou-se o quarterback titular da BYU; e, na quarta, recebeu o
prêmio Davey O’Brien de melhor quarterback do país. Mas seu desafio não parou por aí. Durante esse tempo,
o próprio Steve relata que fracassou inúmeras vezes. Durante quatro anos, esteve no banco de reserva do
San Francisco 49ers. Para uma pessoa normal, o fracasso o acompanhava todo dia, mesmo assim ele não
desistiu. Procurou aprender mais com Joe Montana, o quarterback titular do 49ers. Buscava evoluir todo dia.
No Super Bowl XXIX, foi eleito o melhor jogador, registrando o recorde de seis passes para touchdowns. Ao
se aposentar do esporte, era o mais bem classificado quarterback da história da NFL. Ah, esse livro também
está disponível para compra no Brasil.

Capa do livro Garra: o poder da paixão e da perseverança.

Autoavaliações
Todo o treino de Steve Young para alcançar o sucesso não foi feito de qualquer maneira. Meticulosamente,
ele decidiu seguir uma estratégia. Cada passo, movimento e arremesso era calculado, sempre buscando
melhorar um elemento após o outro. A análise de performance, ao chegar no 49ers, era realizada todo dia,
com o objetivo de revelar quais pontos precisavam ser desenvolvidos.

• Aprender;

A autoavaliação possui • Aplicar;


• Testar;
como objetivo: • Avaliar;
• Revisar;
• Melhorar.

Nesse sentido, é muito importante que você mensure sua produção e descubra no que precisa evoluir. Não
desanime com seus erros, pois é possível aprender com eles. Essa é a mentalidade do growth mindset.
Guia do Estudo Perfeito

Diagnóstico de exercícios
O diagnóstico é uma forma de se autoavaliar. Ao fazer a lista de exercícios, busque responder às seguintes
perguntas:
• Quantas questões você acertou e errou?
• Quais são os temas das questões que errou?
• Quais erros foram por falta de atenção e quais foram por falta de conhecimento?

A partir disso você pode planejar uma estratégia, para aprimorar sua performance. Sabendo que parte daquele
tema ainda é difícil para você, busque assistir aos módulos gravados ou a uma aula ao vivo, aprofundando
seus conhecimentos. Naquele conteúdo que você tiver um nível alto de acertos, não há muita necessidade de
assistir a outros vídeos; assim, você economizará tempo. Seu desempenho está diretamente relacionado ao
seu empenho.

• Resolva mais exercícios sobre o determinado tema;

Para • Complemente seu resumo ou busque transformá-lo em


um mapa mental;
melhorar seu • Assista a mais vídeos gravados sobre aquela aula;
• Explique aquele conteúdo para você mesmo ou para
desempenho: alguém;
• Participe de grupos de estudos e se espelhe em casos
de sucesso.

Uma dica é utilizar as checklists das matérias para monitorar seu desempenho e evolução, além da
quantidade de exercícios que resolveu e suas respectivas dúvidas. O link está disponível na imagem seguinte:
Guia do Estudo Perfeito

Teste de verificação
Quem nunca ficou com aquela sensação de ter estudado muito, mesmo assim não ter aprendido? Acontece!
É por isso que em diversas aulas, ao lado do ícone para baixar o material de apoio, você encontra o link do
teste de verificação. São dez perguntinhas rápidas, direto ao ponto, com três alternativas curtinhas, para você
fixar o conteúdo da aula. Então, não deixe de fazer o teste, para verificar suas dificuldades. Anote no resumo
aquilo que você errou, para não precisar voltar ao teste. Isso se chama estudo ativo.

Avaliação semanal
A melhor forma de avaliar sua evolução nos estudos é visualizando seu resultado nas provas. Por isso o
Descomplica preparou as avaliações semanais (AS). São simulados curtos, em que você resolve questões
misturadas das disciplinas. São divididas em dois grupos: quinzenalmente temos avaliações de biologia,
história, matemática e português/literatura; intercalando com química, geografia, física e filosofia/sociologia.
Guia do Estudo Perfeito

Exercícios

Elabore um documento, a fim de acompanhar e mensurar seu desempenho. Pode ser em uma planilha ou em
um caderno de fácil acesso. A seguir, um exemplo (clique no link da imagem, para acessar a tabela):

Exemplo de tabela, para acompanhar o rendimento por disciplina e assunto, produzida pelo aluno Cleiton Felipe.
História

A conquista da América espanhola

Objetivo
Compreender o processo de conquista e colonização da América pelos espanhóis, destacando as formas de
dominação sobre os nativos, o impacto da colonização para as civilizações americanas, o interesse dos
espanhóis no território e os mecanismos usados para administrar a colônia.

Se liga
Para mandar bem nesse conteúdo, é essencial ter visto as aulas sobre a formação dos Estados modernos e
a Expansão Marítima.

Curiosidade
Os europeus trouxeram para a América muitas doenças com as quais, até então, os nativos jamais tiveram
contato; como a gripe, a varíola e a sífilis, que logo foram responsáveis pela morte de milhões de pessoas.

Teoria

O processo de expansão marítima e comercial de reinos como Espanha e


Portugal durante o século XV resultou em profundas mudanças no mundo; entre
elas, a chegada dos europeus na América. Entre os séculos XV e XIX, os
colonizadores europeus construíram um complexo sistema de ocupação,
administração e exploração do chamado “Novo Mundo” que, ao longo desses
anos, dizimou povos nativos, escravizou africanos, explorou riquezas e construiu
identidades regionais que não existiam até então.

A conquista da América espanhola foi o processo de ocupação desse


continente pelos espanhóis e consequente controle sobre as áreas até o
momento ocupadas pelos povos nativos – entre os quais podemos destacar os pertencentes aos impérios
Asteca e Inca.

A primeira expedição de espanhóis à América chegou no dia 12 de outubro 1492, nas Ilhas Caraíbas (Antilhas),
e foi liderada por Cristóvão Colombo. O famoso navegador genovês morreu em 1506, depois de fazer mais
três viagens à América. Até o último momento, ele acreditou ter chegado às Índias; o erro foi corrigido alguns
anos depois, pelo também navegador e cartógrafo Américo Vespúcio, quem constatou que o território se
tratava de um “novo” continente. Após a morte de Américo, em 1512, o território foi batizado seu nome, como
homenagem. Mesmo assim, por muito tempo a América continuou a ser chamada também de Índias
Ocidentais.
História

Inicialmente os aventureiros espanhóis não encontraram muitas riquezas que pudessem satisfazer as
práticas mercantilistas que vigoravam nos Estados europeus. Como o próprio Colombo já havia, no final do
século XV, se empenhado na captura e escravidão de alguns nativos na América Central, outros exploradores
também seguiram esse caminho e passaram a buscar na terra riquezas e formas de explorar a população
autóctone.

Tendo em vista que os espanhóis contavam apenas com um limitado número de soldados em um território
gigantesco, que os povos americanos resistiram à presença estrangeira e que o novo continente também era
biologicamente hostil aos europeus, toda essa aventura não foi algo simples. Logo, para consolidar a
ocupação e enfrentar a resistência dos povos nativos – que eram a imensa maioria –, os espanhóis se
aproveitaram de sua superioridade bélica, com a utilização de armas de fogo e cavalos.

Neste cenário de dominação, a Coroa espanhola criou os chamados adelantados, que eram grandes
extensões de terras entregues aos conquistadores, que tinham autonomia sobre a administração desses
territórios. Assim, a violência foi uma marca desse processo de dominação, o que pode ser percebido por
meio dos textos de Bartolomeu de Las Casas:

“Seu lugar-tenente assassinou a muitos índios enforcando-os e queimando-os vivos. Lançando outros aos
cães, cortando-lhes as mãos, a cabeça, a língua, estando eles em paz, isto somente para lhes incutir terror, a
fim de que os servissem e lhes dessem ouro.”
(LAS CASAS, Bartomlomé de. O paraíso destruído: A sangrenta história da conquista da América espanhola. Porto Alegre: L&PM,
2011, p. 72.)

Pega a visão: em alguns momentos, neste material, pode ser que você se depare com a palavra “índio”, para
se referir aos povos originários do continente americano, por conta de fontes externas. Entretanto é
importante frisar que a nomenclatura correta é “indígenas”.

Também podemos destacar a questão do medo: há a possibilidade de alguns povos da América terem
associado aos espanhóis a encarnação de deuses. Os astecas, por exemplo, teriam acreditado que os
conquistadores, liderados por Hernán Cortez, seriam mensageiros de Quetzacoatl. Como as principais fontes
sobre esse ponto são as próprias crônicas espanholas, esse debate sobre a crença asteca ainda se encontra
em curso.

A vitória espanhola também pode ser explicada pela questão biológica e pelas alianças militares. Logo, a
disseminação de doenças que não existiam na América, provocando epidemias fatais, e a aliança com povos
dominados pelos impérios Asteca e Inca, estimulando as desavenças que já existiam entre os nativos, foram
importantes fatores que auxiliaram na vitória e na dominação.

Apesar de estudarmos principalmente os povos astecas e incas, é importante lembrar que nesse período os
diversos nativos do continente jamais formaram uma unidade cultural, linguística, étnica ou religiosa. Havia,
portanto, um mosaico étnico na América, com civilizações se organizando de diversas formas, como: os
grandes impérios, com alto desenvolvimento tecnológico, vida urbana, comércio com outros povos e
administração complexa; pequenas sociedades sedentárias, que viviam de subsistência, caça e comércios,
mas sem muito desenvolvimento urbano ou tecnológico; grupos nômades, que dependiam principalmente da
caça e da coleta e preferiam vagar do que se estabelecer em único território; entre diversos outros exemplos.
História

No caso do território que viríamos a conhecer como Brasil, os grupos que aqui viviam dependiam sobretudo
da caça, da coleta, da pequena agricultura de subsistência e de pequenos comércios, sem formarem, portanto,
complexas civilizações urbanas. Essa realidade, entretanto, foi diferente da que podemos observar em
regiões como a Cordilheira dos Andes e a Mesoamérica.

O Império Asteca e a conquista de Hernán Cortez


Na região que conhecemos hoje como Mesoamérica, sobretudo na extensão do atual território do México,
destacou-se entre os séculos XIV e XV o grande Império Asteca. Essa civilização se formou ao longo desses
anos por meio da união de diversas cidades-Estados que formaram império, com capital definida na cidade
de Tenochtitlán.

A grande capital do império demonstrava toda a riqueza dessa civilização, e chegou a surpreender os
espanhóis quando chegaram no século XVI. A notável arquitetura dos grandes templos religiosos, a complexa
configuração urbana e a construção de uma rede de diques e canais demonstravam toda a grandeza
tecnológica do império. Além disso, os astecas também se destacaram nas ciências, com importantes
estudos sobre medicina, matemática e astronomia – construindo, inclusive, surpreendentes calendários.

Apesar da vida urbana no meio dos grandes templos, do expansionismo e da força do comércio dessa
civilização, os astecas se dedicaram muito à agricultura, que era uma das principais atividades econômicas
desse período. Como formavam uma sociedade de base hidráulica, dependiam muito dos rios da região, para
irrigar suas plantações – nas quais cultivavam feijões, pimentões e principalmente milho. Foi graças a esse
sistema de irrigação que os astecas desenvolveram complexas redes de canais e aquedutos e um sistema
de coleta de lixo que era voltado à produção de adubo para os campos.

No aspecto religioso, os astecas apresentavam uma cosmovisão politeísta, que entendia a origem do mundo,
da vida e do tempo sempre relacionada às ações de deuses. Assim, entre as principais entidades astecas,
destacavam-se Tlaloc, Huitzilopochtli, Tezcatlipoca e o já mencionado Quetzalcoatl, que teria oferecido o
próprio coração em um ato de autossacrifício.

A forte devoção dos astecas se refletia na própria política, que se organizava de maneira teocrática, com um
imperador que era considerado um representante de Tezcatlipoca. Assim, os imperadores detinham não só
as funções administrativas e militares, como também religiosas; por isso, junto aos outros membros da elite
asteca, como militares e sacerdotes, os imperadores tinham alguns luxos e privilégios. Um deles era a própria
cobrança de tributos, principalmente sobre os servos que viviam nos campos.

Sendo assim, as famílias camponesas, que compunham a base dessa sociedade, apesar de viverem em terras
comunais, deveriam destinar parte da produção agrícola ao imperador e à elite asteca como forma de
pagamento de tributos. Nas terras conquistadas, homens de outros grupos étnicos também deveriam pagar
impostos, que iam desde os produtos agrícolas até riquezas pessoais e entrega de membros da comunidade
para os sacrifícios. Enfim, aqueles que não pagassem os tributos, que ficassem endividados ou que
cometessem algum crime ainda poderiam ser escravizados.

Toda essa situação criou uma forte rivalidade entre o Império Asteca e outros povos mesoamericanos, os
quais não concordavam com a dominação. Dessa forma, com a chegada dos espanhóis, sobretudo de Hernán
Cortez, em 1519, muitos desses grupos passaram a se aliar aos europeus como forma de lutar contra o
domínio asteca.
História

Na época, o Império era então liderado por Montezuma II, famoso por suas
conquistas e pela expansão do território. Contudo, seu reinado não durou
tanto tempo, pois o conflito contra os espanhóis o destronou ainda em
1520, após ser assassinado. É importante destacar que, antes desses
conflitos explodirem, a chegada dos espanhóis havia sido amistosa, com
Cortez sendo recebido por embaixadores astecas e, até mesmo,
presenteado com ouro – o que naturalmente aguçou a cobiça espanhola.

Segundo alguns autores, Montezuma teria recebido Cortez em 1519 acreditando que este fosse o deus
Quetzalcoatl. Por conta disso Cortez foi inicialmente tratado com muita diplomacia e logo conseguiu
conquistar o imperador, a ponto de roubar suas riquezas e de torná-lo um prisioneiro em seu próprio palácio.

A essa altura, o contato dos milhares de nativos com os poucos espanhóis já havia sido o bastante para
disseminar doenças, como a varíola, entre os astecas, assim como já havia possibilitado a realização de
alguns acordos militares com grupos rivais. Assim, quando os astecas finalmente iniciaram uma tentativa de
resistência contra os europeus, Cortez conseguiu liderar um exército de 500 espanhóis e mais ou menos 25
mil nativos inimigos dos astecas contra o grande império.

Com o apoio militar, as doenças e o uso de armas de fogo contra lanças e flechas, os europeus facilmente
derrotaram as principais tropas astecas e sitiaram a capital Tenochtitlán, derrubando a resistência em 1521
e iniciando um longo processo de colonização. Os astecas, por sua vez, foram derrotados e cristianizados e
viram seus antigos templos e artefatos religiosos serem destruídos, para darem origem a igrejas e peças
católicas.

O Império Inca e a conquista de Francisco Pizarro


No caso dos Andes, a região era historicamente ocupada por povos como: os Huari, no Vale do Mantaro
(Peru); os Tiahuanaco, do Lago Titicaca (fronteira entre Peru e Bolívia;) e os Chimu, do vale do Moche (Peru).
Por volta do século XII, por meio de um processo de unificação de antigos reinos da região, dominados
principalmente por membros da etnia quíchua, originou-se o grande Império Inca.

Os incas, ao longo dos séculos XIII, XIV e XV, expandiram-se e passaram a ocupar grande parte dos Andes,
formando complexas cidades, conectadas por estradas – entre elas, a célebre Machu Picchu e a própria
capital do império, a cidade de Cuzco. Era na capital que se localizava o imperador, conhecido como o Sapa
Inca. Este exercia importante função militar nessa civilização expansionista, sendo seu principal legislador e
uma figura religiosa fundamental, pois era considerado um deus na Terra, o “filho do sol”.

Foram nessas cidades que os incas se desenvolveram de forma bastante complexa, com sistemas de
comunicação, avançados mecanismos de irrigação e plantio nos chamados “terraços cultiváveis” – projetos
arquitetônicos complexos, como os que podem ser observados nos templos, e até um expressivo artesanato.
Essa sociedade também era extremamente hierarquizada e de difícil mobilidade social, tendo o Sapa Inca no
topo, como o detentor de terras e chefe de Estado. Abaixo do imperador encontravam-se as demais lideranças
político-administrativas e a própria família real, que possuía privilégios e terras.

Na base da sociedade havia os trabalhadores urbanos comuns, que viviam principalmente do comércio; e,
enfim, os camponeses, fundamentais para a movimentação econômica e subsistência dessa civilização. No
campo, os trabalhadores rurais eram divididos em diversas comunidades de camponeses, denominadas de
ayllus. Nos ayllus, as famílias que ali viviam, em diferentes regiões, eram chefiadas por um curaca, que era o
responsável pela organização do trabalho e pela distribuição das terras em cada ayllu.
História

Vale destacar que os agricultores incas ainda estavam submetidos a um sistema compulsório de trabalho,
conhecido como mita. Assim, por meio desse sistema, os camponeses escolhidos pelos curacas eram
obrigados a trabalhar para o Estado durante um período do ano em obras públicas. Essas obras poderiam ser
em irrigações ou na criação de terraços cultiváveis nas montanhas. Também havia a presença de
escravizados nessa sociedade, que eram normalmente inimigos de guerra que haviam sido derrotados.

Apesar do auge dessa civilização ter sido no século XV, o início do processo de decadência também pode ser
percebido nesse período, antes mesmo da chegada dos espanhóis. Isso ocorreu, pois, em 1525, o imperador
Huayna Cápac morreu, deixando no império uma crise sucessória, pois seus dois filhos, de mulheres
diferentes, Huascar e Atahualpa, passaram a disputar o poder.

Enquanto essa guerra civil se iniciava, trazendo conflitos sangrentos entre os incas, uma nova surpresa surgiu
no horizonte. Em 1526, exploradores espanhóis, liderados por Francisco Pizarro, encontraram o rico Império
Inca imerso em uma disputa. A chegada de Pizarro serviu como um fator fundamental para ampliar ainda
mais a decadência dessa civilização no meio da guerra, pois os colonizadores espanhóis espalharam doenças
até então desconhecidas pelos nativos, como a varíola.

Nesse contexto de guerra, os espanhóis se aproximaram das tropas de Huascar, apoiando-o como novo
imperador, e realizaram alianças com grupos nativos rivais dos incas. Foi assim que, em 1532, os homens de
Pizarro capturaram Atahualpa, após este ter negado sua conversão ao cristianismo e sua submissão a Carlos
I da Espanha. Na ocasião, os soldados incas de Atuhalpa ainda prenderam Huascar; logo, os dois possíveis
líderes eram prisioneiros no meio de uma guerra e da invasão espanhola.

Os dois não tardaram a morrer; ainda com poderes, mesmo estando preso, Atuhalpa mandou que Huascar
fosse executado. Após esse evento, Pizarro decidiu punir o antigo imperador, sentenciando-o à morte e
colocando em seu lugar, como novo chefe de Estado inca, seu outro irmão, Túpac Hualpa.

A indicação de Hualpa por Pizarro demonstrava, portanto, o grande enfraquecimento do riquíssimo Império
Inca no século XVI, assim como o início de um domínio político espanhol na região, que passou a decidir quem
seriam os novos líderes nativos. Desta forma, os espanhóis massacraram as populações, com a transmissão
de doenças e com a violência; exploraram os povos por meio de trabalhos compulsórios, como a mita e a
encomienda; destruíram as culturas locais, com a imposição de práticas europeias e do cristianismo; e
aprofundaram toda a crise dessa sociedade, causando ainda mais fome e miséria.

Os incas, por sua vez, ainda tentaram resistir de diversas formas aos ataques e à exploração espanhola, mas
não tiveram sucesso. A última das grandes revoltas incas foi liderada pelo último imperador, Túpac Amaru,
em 1572; que, como visto, não alcançou a vitória definitiva e possibilitou, enfim, a consolidação do domínio
espanhol sobre o império.

A administração espanhola na América colonial


À medida que se ampliou a dominação espanhola sobre a América, surgiu a necessidade de montar um
aparelho administrativo que se associasse aos interesses mercantilistas da Espanha, especialmente após a
descoberta de grandes quantidades de ouro na área do Império Asteca e de prata no Inca. Assim, a principal
instituição responsável pela administração colonial era o chamado Conselho Real e Supremo das Índias, que
atuava direto da metrópole, auxiliando o rei.
História

Já na América, o território foi dividido em vice-reinos e capitanias gerais, que eram chefiados
respectivamente por vice-reis e capitães-gerais nomeados pelo Conselho das Índias. Assim, os vice-reinos
eram as importantes regiões de exploração de riquezas e de comércio. Por isso tornavam-se fundamentais
para o projeto de exploração colonial e eram chefiadas por um vice-rei, que era um espanhol subordinado
diretamente ao rei. Visto isso, ao longo dos séculos, existiram quatro vice-reinos: Nova Espanha (México),
Nova Granada (Colômbia e Equador), Peru (Bolívia e Peru) e Rio da Prata (Paraguai, Uruguai e Argentina).

Nos vice-reinos foi possível observar o desenvolvimento de instituições administrativas locais, que regulavam
a convivência entre colonos e nativos. Dessa forma, as cidades mais importantes dos vice-reinos contavam
com câmaras municipais, também eram chamadas de cabildos, que foram controladas majoritariamente pela
elite criolla – a qual, embora tivesse poder local, não tinha direito de controlar as grandes instituições ou
participar das maiores decisões políticas.

As capitanias gerais, por outro lado, não possuíam uma importância econômica tão grande, mas eram regiões
de estratégia militar para a dominação do território, combate à pirataria e, consequentemente, para a garantia
de um deslocamento seguro das riquezas à Espanha. Assim, Cuba, Guatemala, Venezuela e Chile foram
importantes capitanias-gerais durante a colonização.

Ainda sobre a administração colonial, em uma esfera menor, a Coroa espanhola criou, em 1503, a chamada
Casa de Contratação, que controlava e monopolizava o comércio espanhol e arrecadava os impostos. Tendo
em vista que a pirataria era algo muito comum na época e que o contrabando de metais preciosos ocorria até
mesmo entre os colonos e nativos, a Coroa instalou também um regime de exclusivo colonial metropolitano
e de porto único.

Assim, todas as riquezas encontradas na colônia, sobretudo o ouro e a prata, pertenceriam à metrópole e
deveriam deixar a América apenas pelos portos permitidos, como os de Vera Cruz (México), Porto Belo
(Panamá) e Cartagena das índias (Colômbia). Saindo desses portos, os produtos deveriam ir direto para a
Espanha, desembarcando exclusivamente no porto de Sevilha e, posteriormente, no de Cádis.

É importante destacar também que, além do comércio e da exploração de riquezas


como o ouro e a prata, que contemplavam os interesses mercantilistas da nobreza e
da burguesia espanhola, havia ainda um importante fator que impulsionou a
colonização espanhola: a religião. Em um contexto de expansão das religiões
protestantes, a Igreja Católica percebeu na colonização uma forma de expandir sua fé
para além dos territórios europeus, alcançando, assim, os povos indígenas. Dessa
maneira, a catequização dos nativo-americanos foi parte fundamental do processo de
colonização e, até mesmo, de imposição dos valores europeus aos povos da América.

Portanto, foi mediante a conversão e do próprio sincretismo que muitos nativos e seus
descendentes conseguiram sobreviver às violências físicas e culturais desse processo ao longo dos séculos.

Com a consolidação da colonização, a América Espanhola foi marcada por uma sociedade estratificada, em
que a elite de nascimento detinha privilégios. A sociedade era dividida nos seguintes grupos:
• Chapetones: os homens brancos, nascidos na Espanha e que vivendo na colônia representavam os
interesses metropolitanos, ocupando altos cargos administrativos, jurídicos, militares e no comércio
externo;
• Criollos: elite econômica colonial, descendentes de espanhóis, nascidos na América, que eram grandes
proprietários rurais;
História

• Mestiços: homens livres, trabalhadores geralmente superexplorados;


• Indígenas: grande maioria da população, foram submetidos ao trabalho forçado mediante a mita ou a
encomienda;
• Escravizados africanos: foram mandados sobretudo ao Caribe (Antilhas) e trabalhavam principalmente
na agricultura.

Embora o processo de conquista tenha dizimado muitas populações nativas, a exploração por meio dessas
formas de trabalho também foi responsável pela morte de milhares de pessoas, que se deu principalmente
por dois meios trabalho:
• Mita: instituição de origem inca, utilizada por essa civilização – portanto, antes da chegada dos europeus.
Essa forma de trabalho foi adotada especialmente nas regiões do México e da Bolívia (Potosí), e consistia
na exploração das comunidades dominadas utilizando uma parte de seus homens no trabalho nas minas.
Os homens eram sorteados e em geral trabalhavam quatro meses, recebendo um pagamento irrisório.
Cumprido o prazo, deveriam retornar à comunidade; que, por sua vez, deveria enviar um novo grupo de
homens. Apesar de sua origem Inca, os espanhóis também se apropriaram da mita para impor um ritmo
de trabalho compulsório aos nativos americanos;
• Encomienda: sistema criado pelos espanhóis, consistia na exploração de um grupo ou comunidade de
indígenas por um colono espanhol conhecido como encomendero. Em troca, o colono deveria pagar um
tributo à metrópole e promover a cristianização dos indígenas.
História

Exercícios de fixação

1. Ao chegar à América, os espanhóis se depararam com uma gigantesca população que já habitava o
continente há milênios. Apesar da pluralidade cultural, quais foram os dois grandes impérios
americanos derrotados pelos espanhóis no século XVI?

2. Uma questão que sempre inquietou os historiadores foi como algumas centenas de espanhóis
puderam derrotar em pouco tempo grandes impérios da América. Tendo em vista seus estudos, quais
motivos podemos citar como fundamentais para a vitória dos espanhóis contra os impérios da
América?

3. Ao chegarem na América, Portugueses e Espanhóis se depararam com algumas possibilidades que


logo despertaram o interesse nas novas terras. Visto isso, cite ao menos dois interesses dos espanhóis
na colonização da América.

4. A divisão social da América Colonial demonstrava uma rígida hierarquia, que impactava, inclusive, nas
tomadas de decisões políticas. Neste período, destacaram-se os chapetones e criollos, que tinham
como características:

5. Das opções a seguir, qual delas podemos citar como formas de trabalho utilizadas durante a
colonização espanhola na América?
a) Mita e encomienda.
b) Cabildos e ayullus.
c) Encomienda e cabildos.
História

Exercícios de vestibulares

1. (Enem PPL, 2013) Devem ser bons serviçais e habilidosos, pois noto que repetem logo o que a gente
diz e creio que depressa se fariam cristãos; me pareceu que não tinham nenhuma religião. Eu,
comprazendo a Nosso Senhor, levarei daqui, por ocasião de minha partida, seis deles para Vossas
Majestades, para que aprendam a falar.
(COLOMBO, C. Diários da descoberta da América: as quatro viagens e o testamento. Porto Alegre: L&PM, 1984.)

O documento destaca um aspecto cultural relevante em torno da conquista da América, que se


encontra expresso em:
a) Deslumbramento do homem branco diante do comportamento exótico das tribos autóctones.
b) Violência militarizada do europeu diante da necessidade de imposição de regras aos ameríndios.
c) Cruzada civilizacional frente à tarefa de educar os povos nativos pelos parâmetros ocidentais.
d) Comportamento caridoso dos governos europeus diante da receptividade das comunidades
indígenas.
e) Compromisso dos agentes religiosos diante da necessidade de respeitar a diversidade social dos
índios.

2. (Enem, 2018) O encontro entre o Velho e o Novo Mundo, que a descoberta de Colombo tornou possível,
é de um tipo muito particular: é uma guerra — ou a Conquista —, como se dizia então. E um mistério
continua: o resultado do combate. Por que a vitória fulgurante, se os habitantes da América eram tão
superiores em número aos adversários e lutaram no próprio solo? Se nos limitarmos à conquista do
México — a mais espetacular, já que a civilização mexicana é a mais brilhante do mundo pré colombiano
— como explicar que Cortez, liderando centenas de homens, tenha conseguido tomar o reino de
Montezuma, que dispunha de centenas de milhares de guerreiros?
(TODOROV. T. A conquista da América. São Paulo: Martins Fontes. 1991 (adaptado).)

No contexto da conquista, conforme análise apresentada no texto, uma estratégia para superar as
disparidades levantadas foi:
a) implantar as missões cristãs entre as comunidades submetidas.
b) utilizar a superioridade física dos mercenários africanos.
c) explorar as rivalidades existentes entre os povos nativos.
d) introduzir vetores para a disseminação de doenças epidêmicas.
e) comprar terras para o enfraquecimento das teocracias autóctones.
História

3. (Enem, 2012) Mas uma coisa ouso afirmar, porque há muitos testemunhos, e é que vi nesta terra de
Veragua [Panamá] maiores indícios de ouro nos dois primeiros dias do que na Hispaniola em quatro
anos, e que as terras da região não podem ser mais bonitas nem mais bem lavradas. Ali, se quiserem
podem mandar extrair à vontade.
(Carta de Colombo aos reis da Espanha, julho de 1503. Apud AMADO, J.; FIGUEIREDO, L. C. Colombo e a América: quinhentos
anos depois. São Paulo: Atual, 1991 (adaptado).)

O documento permite identificar um interesse econômico espanhol na colonização da América a partir


do século XV. A implicação desse interesse na ocupação do espaço americano está indicada na:
a) expulsão dos indígenas para fortalecer o clero católico.
b) promoção das guerras justas para conquistar o território.
c) imposição da catequese para explorar o trabalho africano.
d) opção pela policultura para garantir o povoamento ibérico.
e) fundação de cidades para controlar a circulação de riquezas.

4. (Enem 3ª aplicação, 2014) À primeira vista que encontrei as ilhas, dei o nome de San Salvador, em
homenagem à Sua Alta Majestade, que maravilhosamente deu-me tudo isso. Os índios chamam esta
ilha de Guanaani. À segunda ilha dei o nome de Santa Maria de Concepción, à terceira, Fernandina, à
quarta, Isabela, à quinta, Juana, e assim a cada uma delas dei um novo nome.
Cristóvão Colombo. Carta a Santangel, 1493. In: TODOROV, T. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo:
Martins Fontes, 1996.

O processo de nomeação e renomeação realizado pelos europeus no contexto da conquista da América


expressa:
a) a valorização da natureza americana, uma vez que ela era considerada por europeus o prêmio pela
conquista e colonização.
b) o desejo de estabelecer comunicação com os indígenas, uma vez que a busca pelo ouro dependia
do contato com os nativos.
c) a tomada de posse do Novo Mundo, uma vez que renomear era impor aos povos indígenas os signos
culturais europeus.
d) o caráter sagrado da América, uma vez que fora considerada pelos europeus o paraíso terrestre em
virtude da bondade dos nativos.
e) a necessidade de orientação geográfica, uma vez que o ato de nomear permitia criar mapas para
futuras viagens na América.
História

5. (Famema, 2019) A varíola cruzou pela primeira vez o oceano Atlântico, chegando, especificamente, à
ilha Hispaniola no final de 1518 ou início de 1519. Durante os quatro séculos seguintes, a doença
desempenhou um papel tão essencial quanto a pólvora no avanço do imperialismo branco do ultramar
– um papel talvez até mais importante, pois os indígenas acabaram voltando o mosquete, e depois o
rifle, contra os invasores, mas a varíola pouquíssimas vezes lutou do lado dos primeiros habitantes.
(Alfred W. Crosby. Imperialismo ecológico: a expansão biológica da Europa, 900-1900, 2011. Adaptado.)

Depreende-se do excerto que


a) o uso de armas de fogo foi o fator principal da vitória dos ameríndios sobre os europeus.
b) a vulnerabilidade dos europeus decorreu da tecnologia bélica dos ameríndios.
c) o controle sobre o avanço da varíola trazida pelos europeus fortaleceu os ameríndios.
d) a suscetibilidade dos ameríndios a novas doenças facilitou o domínio dos europeus.
e) a passividade dos ameríndios diante da conquista europeia consolidou a colonização.

6. (Enem 2ª aplicação, 2016) Quando surgiram as primeiras notícias sobre a presença de seres estranhos,
chegados em barcos grandes como montanhas, que montavam numa espécie de veados enormes,
tinham cães grandes e ferozes e possuíam instrumentos lançadores de fogo, Montezuma e seus
conselheiros ficaram pensando: de um lado, talvez Quetzalcóatl houvesse regressado, mas, de outro,
não tinham essa confirmação.
PINSKY, J. et. al. História da América através de textos. São Paulo: Contexto, 2007 (adaptado).

A dúvida apresentada inseria-se no contexto da chegada dos primeiros europeus à América, e sua
origem estava relacionada ao:
a) domínio da religião e do mito.
b) exercício do poder e da política.
c) controle da guerra e da conquista.
d) nascimento da filosofia e da razão.
e) desenvolvimento da ciência e da técnica.

7. (Enem PPL, 2018) Embora a compra de cargos e títulos fosse bem difundida na América, muitos nobres,
aí moradores, receberam títulos da monarquia devido a suas qualidades e serviços. Desde o século
XVI, os títulos de marquês e conde (títulos de Castela) eram concedidos, sobretudo, aos vice-reis e
capitães-gerais nascidos na Espanha. Com menor incidência, esta mercê régia também podia ser
remuneração de serviços militares, de feitos na conquista, colonização e fundação de cidades.
(RAMINELLI, R. Nobreza e riqueza no Antigo Regime ibérico setecentista. Revista de História, n. 169, jul.-dez. 2013.)

Segundo o texto, as concessões da Coroa espanhola visavam o fortalecimento do seu poder na


América ao:
a) restringir os privilégios dos comerciantes.
b) reestruturar a organização das tropas.
c) reconhecer os opositores do regime.
d) facilitar a atuação dos magistrados.
e) fortalecer a lealdade dos súditos.
História

8. (Enem PPL, 2009) Na América espanhola colonial, a primeira prioridade dos invasores foi extrair
riquezas dos conquistados. Essa extração foi realizada mediante a apreensão direta de excedentes
previamente acumulados de metais ou pedras preciosas. Isso tomou a forma de saques e pilhagens,
uma maneira oficialmente aceita de pagar soldados ou expedicionários voluntários.
(MACLEOD, Murdo J. Aspectos da economia interna da América espanhola colonial. In: BETHELL, Leslie. História da América.
São Paulo: Edusp; Brasília: Funag, 1999, v. II, p. 219–220.)

Tendo em vista as características citadas, conclui-se que a América espanhola colonial começou como
uma sociedade:
a) escolhida para representar o espírito da modernidade europeia na América.
b) engajada no comércio do qual provinham especiarias para serem distribuídas na Europa.
c) centrada na extração e beneficiamento mineral de recursos como ouro, prata e pedras preciosas, ali
encontrados.
d) fundada na lógica da conquista, ao se fazer uso da violência contra a população indígena para a
apropriação de riquezas.
e) voltada para o cultivo da cana-de-açúcar, produto bastante valorizado, tal como se verificou nas
colônias portuguesas.

9. (Enem, 2010) O Império Inca, que corresponde principalmente aos territórios da Bolívia e do Peru,
chegou a englobar enorme contingente populacional. Cuzco, a cidade sagrada, era o centro
administrativo, com uma sociedade fortemente estratificada e composta por imperadores, nobres,
sacerdotes, funcionários do governo, artesãos, camponeses, escravos e soldados. A religião contava
com vários deuses, e a base da economia era a agricultura, principalmente o cultivo da batata e do
milho.
A principal característica da sociedade inca era a:
a) ditadura teocrática, que igualava a todos.
b) existência da igualdade social e da coletivização da terra.
c) estrutura social desigual compensada pela coletivização de todos os bens.
d) existência de mobilidade social, o que levou à composição da elite pelo mérito.
e) impossibilidade de se mudar de extrato social e a existência de uma aristocracia hereditária.
História

10. (Enem, 2013) O canto triste dos conquistados: os últimos dias de Tenochtitlán
Nos caminhos jazem dardos quebrados:
os cabelos estão espalhados.
Destelhadas estão as casas,
Vermelhas estão as águas, os rios, como se alguém as tivesse tingido,
Nos escudos esteve nosso resguardo,
mas os escudos não detêm a desolação...
(PINSKY, J. et al. História da América através de textosSão Paulo: Contexto, 2007 (fragmento).)

O texto é um registro asteca, cujo sentido está relacionado ao(à):


a) tragédia causada pela destruição da cultura desse povo.
b) tentativa frustrada de resistência a um poder considerado superior.
c) extermínio das populações indígenas pelo Exército espanhol.
d) dissolução da memória sobre os feitos de seus antepassados.
e) profetização das consequências da colonização da América.

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História

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Incas e Astecas.

2. A disseminação involuntária de doenças, como a varíola, entre os nativos; o uso de armas de fogo pelos
espanhóis; a mobilização de alianças militares com grupos rivais aos incas e astecas; e as crises geradas
pelas guerras, ocasionando fome e miséria.

3. Expansão da fé cristã; exploração de riquezas, como ouro e prata; conquista de novas rotas comerciais;
e conquista de monopólios comerciais.

4. Os chapetones eram os espanhóis que tinham importantes cargos políticos na América, configurando-
se como uma elite social responsável pela administração e tomadas de decisão. Os criollos eram filhos
de espanhóis nascidos na América, que chegaram a formar uma elite econômica, mas sem muitos
poderes políticos e sem acesso a grandes cargos administrativos.

5. A
A mita e a encomienda foram formas de trabalho compulsórios usadas pelos espanhóis na América.

Exercícios de vestibulares

1. C
A carta de Colombo revela que ele acreditava que não seria difícil converter os nativos em cristãos;
demonstrando, portanto, interesse do colonizador em catequizar e difundir a fé católica, em uma missão
cruzadística.

2. C
O Império Asteca tinha características expansionistas e submeteu diversos povos vizinhos ao seu
controle e tributações, criando relações de rivalidades. Essa realidade foi explorada pelos espanhóis, que
fizeram alianças militares com os grupos inimigos e utilizoram o apoio militar desses nativos contra os
próprios astecas.

3. E
A administração colonial pela Espanha teve como um dos seus focos uma complexa organização do
território, delimitando vice-reinos, capitanias-gerais e construindo cidades que possibilitassem uma
administração racional do território. As cidades podiam servir como importantes centros administrativos,
pontos de comércio, portos e fortes no combate à pirataria.

4. C
Ao nomear as terras encontradas os espanhóis ignoraram completamente as identidades e
conhecimentos dos nativos, impondo sobre eles seus próprios valores, símbolos e identificações.

5. D
As trocas biológicas durante a expansão marítima foram de suma importância para compreender o
sucesso da colonização europeia. Muitos indígenas foram dizimados, devido a uma série de doenças
trazidas pelo colonizador, como varíola, gripe e tuberculose.

6. A
A dúvida de Montezuma sobre a origem divina dos espanhóis estava associada à crença dos astecas no
retorno de seus deuses; o que teria, portanto, influenciado o primeiro contato entre os dois povos.
História

7. E
Muitos espanhóis na América receberam títulos de nobreza dos monarcas como forma de manter a
lealdade dos súditos no além-mar e os gratificar pelas conquistas realizadas em nome da Coroa.

8. D
O texto de apoio apresentado foca na questão da conquista da América pelos espanhóis por meio da
violência, que foi fundamental para a exploração dos territórios antes ocupados pelos nativos; visando,
portanto, saques, pilhagens e extração de metais preciosos. A letra C fala de um “beneficiamento
mineral”, que é um processo que prepara os minerais extraídos para o uso na indústria, o que ainda não
ocorria; além do mais, essa alternativa também não contempla a violência.

9. E
A civilização inca que vivia nos Andes tinha como uma de suas principais características a cristalizada
divisão social, que se mostrava extremamente difícil de permitir algum tipo de ascensão. O imperador,
conhecido como o Sapa Inca, era visto como um deus; e, abaixo dele, uma elite composta por sacerdotes
e militares tinha seus cargos transmitidos de forma quase hereditária.

10. B
Nos últimos versos do poema podemos perceber que ele fala sobre a resistência dos nativos ao se referir
aos escudos como arma de resguardo. O texto não foca na violência material e cultural, mas na violência
física; e vale destacar que os astecas não foram inicialmente exterminados, e sim conquistados pelos
espanhóis após a queda da capital.
História

A Expansão Marítima

Objetivo
Você aprenderá sobre a chegada dos europeus no continente americano e sobre a mudança de eixo para o Oceano
Atlântico.

Curiosidade
Nesta reportagem você pode conferir algumas teorias sobre a chegada dos portugueses no continente
americano.

Teoria

A Expansão Marítima foi o processo de exploração e navegação no Oceano Atlântico empreendido pelos
europeus durante os séculos XV e XVI.

No período de transição entre a Idade Média e a Idade Moderna (XV–XVI), a Europa passou por uma fase de
reformulação cultural, social, política e econômica que acarretou na chegada dos europeus à América. Fruto
também de uma crise do sistema feudal e das suas contradições, a onda de mudanças que atingiu a Europa
ultrapassou as barreiras físicas e se materializou em uma expansão territorial.

O principal objetivo das Grandes Navegações era encontrar uma rota alternativa para as Índias, a fim de
romper com o monopólio comercial das cidades italianas de Gênova e Veneza, no Mar Mediterrâneo. É
importante compreender que o movimento de se voltar para navegar o Oceano Atlântico está ligado ao
domínio das atividades mercantis pelas cidades italianas.

A retomada da Antiguidade como uma fonte de inspiração e o aumento das atividades comerciais no Mar
Mediterrâneo impulsionaram um avanço científico em termos náuticos e cartográficos. As novas questões
levantadas por pensadores renascentistas, a exploração da costa litorânea do continente africano, as novas
rotas comerciais, o acesso aos oceanos Índico e Pacífico e o conhecimento de novos territórios aprimoraram
esses estudos e possibilitaram a travessia para o outro lado do Atlântico. Além disso, a superação de crenças
medievais e o estímulo renascentista à descoberta e à aventura fizeram com que esses homens europeus se
livrassem do medo de supostos monstros e aberrações que existiam nessas águas.

As circunstâncias favoráveis às expansões marítimas são resultado de um processo composto por diversos
fatores construídos durante a Baixa Idade Média e que acarretaram na necessidade da descoberta e
apropriação de novos territórios, para suprir o novo modelo econômico: o capitalismo comercial. Logo, é
importante lembrarmos que alguns fatores foram essenciais para que os europeus pudessem se aventurar
no além-mar, uma vez que as Grandes Navegações foram resultado de uma série de condições políticas,
econômicas, comerciais e geográficas. Entre os fatores que explicam, podemos citar:
• Monarquia consolidada, que centralizou o poder político e foi crucial para o financiamento de uma
empreitada tão grande quanto a Expansão Marítima;
História

• Desenvolvimento de conhecimento náutico português, uma referência para estudiosos como


cosmógrafos, cartógrafos, mercadores, aventureiros, entre outros.
• Interesse de diversos grupos na expansão (nobreza, em busca de terras; burguesia, em busca de rotas de
comércio; e a Igreja, visando expandir a fé);
• Posição geográfica favorável. No caso português, isso foi essencial, já que o seu litoral era ponto de
chegada e partida de embarcações.

Pioneirismo português
Dentro do processo de formação das monarquias nacionais, Portugal se destacou por concretizar a sua
unificação de forma “precoce” (ainda no século XIV), o que foi essencial para que o país se tornasse potência
comercial e marítima. Com uma boa parte do território ocupado por muçulmanos após a invasão árabe no
século VIII, a saga pela constituição dos reinos de Portugal e Espanha passou pela expulsão dos mouros do
território da Península Ibérica, por meio de guerras – que também tinham um aspecto sagrado (Guerras de
Reconquista) –, para retomar o controle político, econômico e religioso do território.

Após a expansão territorial e a separação do Reino de Leão, promovida pela dinastia de Borgonha, a morte do
último rei ocasionou uma crise de sucessão, uma vez que ele não havia deixado herdeiro direto. Essa situação
despertou o interesse do reino de Castela em ocupar o território, com o intuito de anexá-lo ao seu reinado;
entretanto a possível unificação não foi bem aceita por uma parcela da população. Temendo perder sua
autonomia, alguns setores, como a burguesia e uma parte da nobreza, declararam seu apoio ao irmão
bastardo do rei falecido, João – conhecido também como Mestre de Avis. A burguesia portuguesa, que já se
encontrava em um crescente sucesso econômico, proveu os recursos financeiros para a manutenção do
Exército, o que levou à vitória do Reino de Portugal na Batalha de Aljubarrota.

A vitória consolidou o poder monárquico em Portugal e unificou o país em torno da figura de Dom João I. O
rei, então, iniciou uma política de favorecimento à expansão econômica dos burgueses, que mudaram de
patamar ao levar a sua expansão para o Atlântico, abrindo caminho para novas rotas comerciais.

As rotas marítimas
A rota escolhida rumo às Índias foi o périplo africano, ou seja, contornando a África. Em 1415, dominaram
Ceuta, no litoral africano, considerado o primeiro território ocupado durante a Expansão Marítima. Após o
domínio de Ceuta, Portugal foi conquistando várias possessões na África, onde comumente eram
estabelecidas feitorias, fundamentais para o abastecimento dos navios e de relações comerciais com o
continente africano.

Diferentemente de como aconteceu no continente americano, Portugal e os outros países europeus não
colonizaram o território africano de primeira, porque ali já havia sociedades organizadas em torno da atividade
mercantil – o que facilitou as trocas comerciais – e porque existiam doenças no continente africano que
afetavam absurdamente os europeus. Enquanto a América sofreu um processo contrário, de mortes em
grande escala, devido a epidemias de doenças vindas da Europa, os europeus sofriam com as doenças que
existiam na África.

Em 1433, quando o navegador Gil Eans conseguiu ultrapassar o Cabo Bojador, estimulou os europeus a se
lançarem em novas viagens e possibilitou a chegada dos europeus à costa Ocidental da África. O local,
conhecido como “Cabo do Medo”, era reconhecido pelas suas fortes ondas e por viagens que não chegavam
ao seu destino, alimentando as teorias de que haviam monstros desconhecidos no mar e a suposição de que
existia um abismo que se localizava exatamente ali.
História

Dando continuidade à Expansão Marítima, em 1488 Bartolomeu Dias conseguiu chegar ao Cabo da Boa
Esperança; e, por fim, o navegador Vasco da Gama alcançou as Índias, no ano de 1498. Atualmente existem
evidências de que Pedro Álvares Cabral não foi o primeiro europeu a chegar na região que é o Brasil hoje, em
1500. Alguns historiadores defendem que Duarte Pacheco teria chegado aqui anteriormente, no ano de 1498,
a mando da Coroa portuguesa.

Enquanto Portugal se lançava ao mar, a Espanha ainda estava fazendo o seu processo de unificação, que só
se concretizou em 1492. No mesmo ano, a Coroa espanhola se lançou ao mar, com o investimento na viagem
de Cristóvão Colombo, que conseguiu apoio financeiro para sua empreitada. Colombo queria provar ser
possível chegar às Índias por meio da circunavegação; ou seja, navegando em direção ao Ocidente, uma vez
que a Terra é redonda. Ainda em 1492, o navegador chegou a um território totalmente desconhecido,
acreditando ter chegado às Índias; se tornou, em teoria, o primeiro europeu a chegar na América,
especificamente nas Bahamas.

A chegada dos portugueses e dos espanhóis levou a alguns conflitos acerca da posse do novo território por
isso, em 1493, o Papa Alexandre VI intermediou um acordo entre os Estados ibéricos conhecido como Bula
Intercoetera. Na resolução ficou combinado que uma linha imaginária a 100 léguas da Ilha de Cabo Verde
dividiria o território entre ambos: o lado leste pertenceria a Portugal, enquanto o lado Oeste ficaria na posse
da Espanha.

Sentindo-se prejudicados, os portugueses pediram a revisão do acordo, e o Papa estabeleceu uma nova
divisão territorial, com o Tratado de Tordesilhas, em 1494 – que promoveu um aumento significativo do
território português. Com o novo tratado, ficou estabelecido que as terras descobertas e a descobrir no lado
oeste da linha demarcada a 370 léguas do arquipélago de Cabo Verde pertenceriam a Espanha, enquanto a
parte Leste ficaria para Portugal.

Durante o século XVI, outros Estados europeus já haviam concluído a sua unificação política, fator essencial
para a Expansão Marítima, e passaram a contestar a divisão do mundo entre as potências ibéricas. França,
Inglaterra, Holanda, entre outros, passaram a promover invasões e saques ao continente americano, na
tentativa de conquistar um pedaço de terra para explorar e chamar de seu.

A Expansão Ultramarina permitiu a ampliação do comércio europeu para os oceanos Atlântico, Pacífico e
Índico, inaugurando um período de intensas trocas culturais e comerciais e de avanço do conhecimento
zoológico, medicinal, entre outros. Por outro lado, o período também foi marcado por intensa exploração
física e material dos novos territórios descobertos, além do que é chamado por alguns historiadores de o
maior genocídio já conhecido pela história, com a aniquilação física e cultural de milhões de nativos.

Se liga nisso aqui: a Reforma Protestante foi grande propulsora da imigração de protestantes para a América,
principalmente para o norte. A intensa perseguição ao protestantismo em Estados como Inglaterra e França
fez toda a diferença na colonização de ambas no território americano. As invasões francesas ao território
português na América durante o século XVI foram impulsionadas pela Contrarreforma e a fuga dos
huguenotes do reino francês.
História

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História

Exercícios de fixação

1. Quais fatores podem ser considerados essenciais para o processo das Grandes Navegações?

2. Enumere os interesses de cada grupo social na Expansão Marítima:


I. Burguesia (__) Expandir a fé cristã por meio da evangelização.
II. Nobreza (__) Busca por novos territórios.
III. Clero (__) Abertura de novas rotas comerciais.

3. De que forma a superação das crenças medievais auxiliou no processo de navegação e exploração do
Oceano Atlântico?

4. Cite duas causas para o pioneirismo português.

5. Diferencie as rotas marítimas utilizadas por Portugal e Espanha nas Grandes Navegações.
História

Exercícios de vestibulares

1. (FDB, 2016) O historiador Fernand Braudel é o pai da expressão economia-mundo. O conceito de


Braudel não deve ser confundido com a noção de “economia do mundo inteiro”. A economia-mundo é,
nas suas palavras, um “fragmento do universo” que se estrutura como uma unidade econômica. Desde
a Antiguidade, existiram economias-mundo: a Fenícia antiga, o Império Romano e a China, por exemplo,
configuram espaços econômicos autônomos e integrados pelo comércio e pela divisão do trabalho.
Globalização é o processo pelo qual a economia-mundo identifica-se com a economia mundial. Ou, dito
de outro modo, é o processo pelo qual o espaço mundial adquire unidade.
(MAGNOLLI, Demétrio. Globalização; Estado nacional e espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2. ed., p. 10-11. Adaptado.)

A interligação econômica entre diversos continentes e a formação de trocas mercantis internacionais


podem ser identificadas
a) no renascimento comercial e urbano decorrente das Cruzadas, quando o poderio econômico das
cidades italianas estabeleceu, de uma forma pioneira no ocidente, trocas comercias que
extrapolavam o continente europeu.
b) na expansão marítima e comercial que criou um circuito mercantil, envolvendo o Oriente –
fornecedor de especiarias –, a América – produtora de matéria-prima e metais preciosos –, a África,
com o comércio de escravos, e a Europa.
c) na corrida imperialista do século XIX que provocou o processo de colonização da África e sua
divisão através da Conferência de Berlim e o abandono dos interesses sobre a América Latina,
contribuindo para sua independência política.
d) na eclosão da Primeira Guerra Mundial, que levou as trocas comerciais entre as metrópoles
europeias e suas colônias afro-asiáticas e a consequente obtenção da autonomia política como
compensação aos colonos pela participação na guerra.
e) na coincidência entre uma economia-mundo e a economia do mundo inteiro após a Segunda Guerra
Mundial quando os Estados Unidos passaram a dominar o mercado do oeste e leste europeu.
História

2. (UNICID, 2012) As especiarias desempenharam um papel especial na vida econômica, política e


culinária da Europa. Os europeus eram carnívoros de preferência, mas a oferta de carne era sazonal. A
escassez de forragem no inverno obrigava a matar muito gado no outono. A carne se deteriorava logo,
mesmo quando preservada com sal; os temperos ajudavam a torná-la mais palatável. Além disso,
muitas especiarias tinham fama de serem medicinais, sendo que algumas inspiravam uma reverência
quase mística. (...) Em meados do século XV, a Europa tinha uma população crescente e um mercado
em expansão para muitas mercadorias, inclusive uma demanda quase insaciável de especiarias por
parte de quem tinha condições de pagar por elas. (...) A pimenta comprada por menos de três ducados
na Índia, custava 68 no Cairo e cerca do dobro disso em Veneza – um aumento de quase cinquenta
vezes.
(História em Revista. Viagens de descobrimento, 1996.)

A busca de acesso à fonte das especiarias foi um dos fatores que motivou a expansão marítima
europeia. Essa busca era motivada pela
a) urgência em se conseguir produtos medicinais que atendessem às necessidades de uma população
às voltas com epidemias recorrentes.
b) necessidade de realocar a crescente população do continente, de preferência cultivando produtos
que pudessem ser absorvidos pelo mercado europeu.
c) visão mística dos intelectuais europeus do século XV, influenciados pelos alquimistas árabes, em
busca de substâncias com propriedades raras.
d) necessidade de se conseguir substâncias que auxiliassem na conservação dos alimentos,
aumentando a oferta de comida, principalmente para os mais pobres.
e) possibilidade de grandes lucros não só para o mercador que conseguisse adquiri-las diretamente
do produtor, mas também para a instituição que o financiasse.

3. (Enem, 2014) Todo homem de bom juízo, depois que tiver realizado sua viagem, reconhecerá que é um
milagre manifesto ter podido escapar de todos os perigos que se apresentam em sua peregrinação;
tanto mais que há tantos outros acidentes que diariamente podem aí ocorrer que seria coisa pavorosa
àqueles que aí navegam querer pô-los todos diante dos olhos quando querem empreender suas
viagens.
J. P. T. Histoire de plusieurs voyages aventureux. 1600. In: DELUMEAU, J. História do medo no Ocidente: 1300-1800. São
Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).

Esse relato, associado ao imaginário das viagens marítimas da época moderna, expressa um
sentimento de:
a) gosto pela aventura
b) fascínio pelo fantástico
c) temor do desconhecido
d) interesse pela natureza.
e) purgação dos pecados.
História

4. (Enem PPL, 2013) Devem ser bons serviçais e habilidosos, pois noto que repetem logo o que a gente
diz e creio que depressa se fariam cristãos; me pareceu que não tinham nenhuma religião. Eu,
comprazendo a Nosso Senhor, levarei daqui, por ocasião de minha partida, seis deles para Vossas
Majestades, para que aprendam a falar.
(COLOMBO, C. Diários da descoberta da América: as quatro viagens e o testamento. Porto Alegre: L&PM, 1984.)

O documento destaca um aspecto cultural relevante em torno da conquista da América, que se


encontra expresso em:
a) Deslumbramento do homem branco diante do comportamento exótico das tribos autóctones.
b) Violência militarizada do europeu diante da necessidade de imposição de regras aos ameríndios.
c) Cruzada civilizacional frente à tarefa de educar os povos nativos pelos parâmetros ocidentais.
d) Comportamento caridoso dos governos europeus diante da receptividade das comunidades
indígenas.
e) Compromisso dos agentes religiosos diante da necessidade de respeitar a diversidade social dos
índios.

5. (Enem, 2007) A identidade negra não surge da tomada de consciência de uma diferença de
pigmentação ou de uma diferença biológica entre populações negras e brancas e(ou) negras e
amarelas. Ela resulta de um longo processo histórico que começa com o descobrimento, no século XV,
do continente africano e de seus habitantes pelos navegadores portugueses, descobrimento esse que
abriu o caminho às relações mercantilistas com a África, ao tráfico negreiro, à escravidão e, enfim, à
colonização do continente africano e de seus povos.
K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e a identidade negra no Brasil.In: Diversidade na educação:
reflexões e experiências. Brasília: SEMTEC/MEC, 2003, p. 37.

Com relação ao assunto tratado no texto acima, é possível inferir que:


a) a colonização da África pelos europeus foi simultânea ao descobrimento desse continente.
b) a existência de lucrativo comércio na África levou os portugueses a desenvolverem esse continente.
c) o surgimento do tráfico negreiro foi posterior ao início da escravidão no Brasil.
d) a exploração da África decorreu do movimento de expansão europeia do início da Idade Moderna.
e) a colonização da África antecedeu as relações comerciais entre esse continente e a Europa.
História

6. (Enem, 2013) De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos
pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com
arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata,
nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares [...].
Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente.
Carta de Pero Vaz de Caminha. In: MARQUES, A.; BERUTTI. F.; FARIA, R. História moderna através de textos. São Paulo:
Contexto, 2001.

A carta de Pero Vaz de Caminha permite entender o projeto colonizador para a nova terra. Nesse
trecho, o relato enfatiza o seguinte objetivo:
a) Valorizar a catequese a ser realizada sobre os povos nativos.
b) Descrever a cultura local para enaltecer a prosperidade portuguesa.
c) Transmitir o conhecimento dos indígenas sobre o potencial econômico existente.
d) Realçar a pobreza dos habitantes nativos para demarcar a superioridade europeia.
e) Criticar o modo de vida dos povos autóctones para evidenciar a ausência de trabalho.

7. (Enem 3a aplicação, 2014) À primeira vista que encontrei as ilhas, dei o nome de San Salvador, em
homenagem à Sua Alta Majestade, que maravilhosamente deu-me tudo isso. Os índios chamam esta
ilha de Guanaani. À segunda ilha dei o nome de Santa Maria de Concepción, à terceira, Fernandina, à
quarta, Isabela, à quinta, Juana, e assim a cada uma delas dei um novo nome.
(Cristóvão Colombo. Carta a Santangel, 1493. In: TODOROV, T. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo:
Martins Fontes, 1996.)

O processo de nomeação e renomeação realizado pelos europeus no contexto da conquista da


América expressa
a) a valorização da natureza americana, uma vez que ela era considerada por europeus o prêmio pela
conquista e colonização.
b) o desejo de estabelecer comunicação com os indígenas, uma vez que a busca pelo ouro dependia
do contato com os nativos.
c) a tomada de posse do Novo Mundo, uma vez que renomear era impor aos povos indígenas os signos
culturais europeus.
d) o caráter sagrado da América, uma vez que fora considerada pelos europeus o paraíso terrestre em
virtude da bondade dos nativos.
e) a necessidade de orientação geográfica, uma vez que o ato de nomear permitia criar mapas para
futuras viagens na América.
História

8. (UP, 2019) Montaigne inaugurou dois modos complementares de conceber o homem encontrado no
novo mundo: remanescente da Idade do Ouro com quem o europeu teria muito o que aprender; criatura
frágil para quem o contato com os europeus seria devastador.
(FRANÇA, Jean Marcel. A construção do Brasil na literatura de viagem. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012. p. 28.)

Apesar de dirigidas ao homem encontrado no Novo Mundo, as reflexões do pensador francês, escritas
em meados do século XVI, falam do próprio homem europeu, porque:
a) interpretam as descobertas através de uma filosofia utilitarista.
b) mobilizam narrativas anteriores ao processo de colonização.
c) submetem a observação da realidade a preceitos religiosos.
d) refletem a natureza etnocêntrica do evolucionismo cultural.
e) traduzem o interesse político de dominação colonial.

9. (Enem, 2019) A ocasião fez o ladrão: Francis Drake travava sua guerra de pirataria contra a Espanha
papista quando roubou as tropas de mulas que levavam o ouro do Peru para o Panamá. Graças à
cumplicidade da rainha Elizabeth I, ele reincide e saqueia as costas do Chile e do Peru antes de
regressar pelo Oceano Pacífico, e depois pelo Índico. Ora, em Ternate ele oferece sua proteção a um
sultão revoltado com os portugueses; assim nasce o primeiro entreposto inglês ultramarino.
(FERRO, M. História das colonizações. Das colonizações às independências. Séculos XIII a XX. São Paulo: Cia. das Letras,
1996.)

A tática adotada pela Inglaterra do século XVI, conforme citada no texto, foi o meio encontrado para:
a) restabelecer o crescimento da economia mercantil.
b) conquistar as riquezas dos territórios americanos.
c) legalizar a ocupação de possessões ibéricas.
d) ganhar a adesão das potências europeias.
e) fortalecer as rotas do comércio marítimo.
História

10. (UPF, 2010) “Cada vez mais a nota tônica dos novos tempos percute sobre a navegação oceânica, em
direção a Flandres e, daí, para o norte da Europa, com garras ávidas em incursões no mundo árabe,
distanciando-se da renda fundiária e da circulação das feiras internas, inaptas a sustentar a grande
empresa marítima.”
(FAORO, R. Os donos do poder. v.1. Porto Alegre: Globo, 1979, p. 45.)

A citação acima diz respeito:


a) ao início da expansão ultramarina portuguesa, fortemente associada ao fortalecimento do poder
monárquico.
b) ao surgimento de uma burguesia comercial poderosa o suficiente para assumir o controle do Estado
português.
c) à consolidação do Império colonial português, que somava possessões na Europa, América, África
e Ásia.
d) ao declínio do colonialismo português, pressionado pelas novas potências industriais e pelo
liberalismo.
e) às transformações que desencadearam a Revolução dos Cravos, em Portugal.

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História

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Dentro os fatores primordiais que possibilitaram a Expansão Marítima, podemos citar: a centralização
política e a formação de monarquias nacionais; o desenvolvimento de conhecimentos náuticos e
geográficos; o movimento renascentista, que impulsionou o homem a sair em busca de novas
descobertas; o fortalecimento da burguesia; e o monopólio das cidades italianas sobre o comércio de
especiarias.

2. (III) Expandir a fé cristã por meio da evangelização.


(II) Busca por novos territórios e novas fontes de metais preciosos.
(I) Abertura de novas rotas comerciais.

A expansão marítima ocorreu a partir da reunião dos diversos interesses de cada grupo social. Enquanto
a Igreja precisava expandir a fé porque havia perdido fiéis para o protestantismo, a nobreza buscava se
apropriar de novas terras e a burguesia precisava encontrar novas rotas comerciais, para o comércio de
especiarias.

3. A superação das crenças medievais foi essencial, para que os europeus conseguissem promover a
Expansão Marítima, uma vez que se acreditou por muito tempo que o planeta fosse plano e que a
navegação até determinado local provocaria uma queda no centro da Terra. Além disso, existia uma série
de mitos acerca da existência de monstros e maldições nos mares, o que fazia com que esses homens
ficassem receosos com a navegação em águas desconhecidas.

4. Unificação precoce, localização geográfica, necessidade de romper com o monopólio das cidades
italianas, desenvolvimento de conhecimentos náuticos e geográficos e interesses diversos de cada
grupo social.

5. A rota escolhida pelos portugueses rumo às Índias foi o périplo africano, ou seja, contornando o litoral
africano. Os espanhóis escolheram a rota da circunavegação, porque Colombo queria comprovar que era
possível chegar às Índias navegando em direção ao Ocidente, uma vez que a Terra é redonda.

Exercícios de vestibulares

1. B
Para muitos autores, a Expansão Marítima inaugurou o processo de globalização ao conectar diversas
regiões e continentes em torno da atividade mercantil. A partir do século XVI, principalmente o Oceano
Atlântico passou a ser um dos principais locais de trocas comerciais, por meio do sistema colonial e do
tráfico negreiro.

2. E
Articulando vários interesses das diversas camadas sociais, como a burguesia, o clero e a nobreza, o
principal interesse das Grandes Navegações era encontrar uma rota alternativa para chegar às
especiarias nas Índias. Essa busca se justifica pelo fato de os produtos serem extremamente lucrativos,
uma vez que eram itens de luxo na Europa.

3. C
Ao afirmar que é um “milagre manifesto ter podido escapar de todos os perigos que se apresentam em
sua peregrinação”, o autor deixa explícito seu temor pelo desconhecido: o medo do que pode ser
encontrado no vasto Oceano Atlântico.
História

4. C
A Expansão Marítima tinha, além do caráter comercial, um aspecto religioso, uma vez que a expansão
da fé era uma das principais ambições da Igreja Católica na empreitada. Logo, esses homens estavam
em buscas de terras, especiarias e riquezas, mas também estavam em uma missão civilizadora e
evangelizadora.

5. D
O continente africano passou a ser sistematicamente explorado pelos europeus a partir da Idade
Moderna, com a expansão marítima portuguesa e o contato lusitano com o comércio no litoral africano.

6. A
Ao afirmar na carta que o melhor fruto que se pode tirar da terra encontrada seria “salvar essa gente”,
Caminha está se referindo a um dos propósitos da Expansão Marítima, que era o da difusão do
cristianismo – nesse caso, com a catequização dos nativos.

7. C
Ao chegar na América renomeando os locais e chamando a todos os nativos americanos de índios, os
europeus dominaram o continente descoberto, sem considerar a existência de grupos preexistentes, de
seus conhecimentos e de suas culturas, impondo-lhes a cultura europeia.

8. B
Montaigne se refere aos nativos americanos como povos remanescentes da “idade do ouro”, como
pessoas ingênuas e inocentes, que caíram na maldade do homem branco. Sendo assim, o autor se
remete a aspectos do passado, para explicar as relações de dominação colonial.

9. B
Enquanto Portugal e Espanha dividiram “as terras do novo mundo” com o Tratado de Tordesilhas, as
demais nações europeias encontraram caminhos para conquistar as riquezas dos territórios
americanos. No caso da Inglaterra, a pirataria foi o caminho encontrado, inclusive com o respaldo da
coroa.

10. C
O trecho se refere às possessões territoriais que Portugal foi conquistando ao longo do seu processo de
Expansão Marítima, com territórios que iam desde a Europa, passando pela América e pela África,
chegando até a Ásia; criando, assim, um império colonial.
Literatura

Gêneros literários hoje

Objetivo
Você aprenderá sobre os gêneros literários presentes na contemporaneidade.

Curiosidade
A discussão sobre gênero literário iniciou com Platão e Aristóteles. Desde então, a literatura vivenciou
diversas transformações e, no mundo atual, há uma ampla gama de variedades textuais. Vamos estudar
algumas delas?

Teoria

Relembrando os conceitos de gêneros literários

Não é novidade que os gêneros literários clássicos eram dispostos em 3: lírico, épico e dramático. No entanto,
desde antes de Cristo – época em que tais definições se estabeleceram, a partir de Platão e Aristóteles –, até
a atualidade, tais gêneros sofreram diversas modificações, ampliações e, até mesmo, processos de
hibridização (ou seja, um mesmo texto apresentando traços de diferentes gêneros). A seguir, veremos
algumas manifestações literárias recorrentes na contemporaneidade.

(In)Definição de gênero

Antes de investigarmos os novos segmentos literários, é válido considerar algumas teorias que questionam
o conceito de gênero como uma classificação literária a ser seguida à risca. De acordo com o crítico Todorov,
na obra Os Gêneros do Discurso, pontua: “Todos sabemos que nos velhos tempos dos clássicos havia baladas,
odes e sonetos, tragédias e comédias, mas... hoje? Mesmo os gêneros do século XIX – que apesar de tudo
não são mais inteiramente gêneros aos nossos olhos –, poesia, romance, parecem se desagregar, pelo menos
na literatura “que conta” (...). A evolução da literatura moderna consiste precisamente em fazer de cada obra
uma interrogação sobre o próprio ser da literatura”.

Sendo assim, é questionada a ênfase atribuída a essas classificações, pois, para o escritor, são definições
datadas. À medida que a produção literária foi se aproximando da contemporaneidade, tais estruturas pré-
estabelecidas sofreram mais e mais transformações.

Os variados gêneros do texto narrativo


A partir da noção clássica de gênero épico, houve, como desdobramento, o texto narrativo. Cabe pontuar que,
dentro deste tipo textual, há uma ampla variedade de gêneros e subgêneros com distintas características
entre si. Alguns destes gêneros são: contos, novelas e romances.

No Brasil, a narrativa prosaica surge apenas a partir do século XIX, com os Romances de folhetim, no período
do Romantismo. Tal ocorrência é um marco, visto que ilustra a possibilidade de disseminação literária. Hoje,
temos um amplo mercado literário, a presença de best-sellers, e até mesmo diversas possibilidades online.
Literatura

Já em relação às temáticas apresentadas nos textos narrativos, a literatura contemporânea segue inúmeros
caminhos. Um deles é a discussão de temas direcionados à sociedade, em especial garantindo voz aos
indivíduos que ocupam posições marginalizadas.

Prosa poética
Tal manifestação híbrida entre prosa e poesia é bem recorrente a partir do Modernismo brasileiro. Trata-se
da interferência poética (como figuras de linguagem, recursos sonoros, exploração de imagens e
simbologias) em narrativas. Confira três trechos abaixo de histórias prosaicas influenciadas por traços
poéticos.

“Reze o senhor por essa minha alma. O senhor acha que a vida é tristonha? Mas ninguém não pode me impedir
de rezar; pode algum? O existir da alma é a reza... Quando estou rezando, estou fora de sujidade, à parte de
toda loucura. Ou o acordar da alma é que é?”
(Guimarães Rosa, Grande Sertão Veredas)

“Meu pai sempre dizia que o sofrimento melhora o homem, desenvolvendo seu espírito e aprimorando sua
sensibilidade; ele dava a entender que quanto maior fosse a dor tanto ainda o sofrimento cumpria sua função
mais nobre; ele parecia acreditar que a resistência de um homem era inesgotável.”
(Raduan Nassar, Lavoura Arcaica)

“(...) Contemplava extasiada o céu cor de anil. E eu fiquei compreendendo que eu adoro o meu Brasil. O meu
olhar posou nos arvoredos que existe no início da rua Pedro Vicente. As folhas movia-se. Pensei: elas estão
aplaudindo este meu gesto de amor a minha Pátria. (...) Toquei o carrinho e fui buscar mais papeis. A Vera ia
sorrindo. E eu pensei no Casemiro de Abreu, que disse: “Ri criança. A vida é bela”. Só se a vida era boa naquele
tempo. Porque agora a época está apropriada para dizer: “Chora criança. A vida é amarga”.”
(Carolina Maria de Jesus, Quarto de Despejo)

Microcontos
Os microcontos (ou minicontos, nanocontos) são, como o próprio nome indica, contos marcados pelo traço
de concisão. Ainda que o próprio conto seja qualificado, originalmente, pela ausência proposital de algumas
informações, a fim de induzir o leitor a preencher as “lacunas” deixadas por essa narrativa, o microconto eleva
essa característica até a última potência. Muitas vezes compostos por uma única linha, ou por um parágrafo,
estes textos se tornam bastante recorrentes na contemporaneidade. Um dos principais nomes da produção
de microcontos é a autora Marina Colasanti, conforme é possível observar em um dos textos de apoio.

Observação: se você quiser assistir à autora Marina Colasanti lendo um de seus minicontos, clique aqui.
Literatura

Textos de apoio

TEXTO I
NA FUNDAÇÃO CASA...
- Quem gosta de poesia?
-Ninguém senhor.
Aí recitei Negro drama dos Racionais.
- Senhor, isso é poesia?
-É.
-Então nóis gosta.
É isso. Todo mundo gosta de poesia.
Só não sabe que gosta.
(Sérgio Vaz)

TEXTO II
— A senhora está gravida?
— Não senhora — respondi gentilmente.
E lhe chinguei interiormente. Se estou gravida não é de sua conta. Tenho pavor destas mulheres da favela.
Tudo quer saber! A lingua delas é como os pés de galinha. Tudo espalha. Está circulando rumor que eu estou
gravida! E eu, não sabia!
Saí a noite, e fui catar papel. Quando eu passava perto do campo do São Paulo, varias pessoas saiam do
campo. Todas brancas, só um preto. E o preto começou insultar-me:
— Vai catar papel, minha tia? Olha o buraco, minha tia.
Eu estava indisposta. Com vontade de deitar. Mas, prossegui. Encontrei varias pessoas amigas e parava para
falar. Quando eu subia a Avenida Tiradentes encontrei umas senhoras. Uma perguntou-me:
— Sarou as pernas?
Depois que operei, fquei boa, graças a Deus. E até pude dançar no Carnaval, com minha fantasia de penas.
Quem operou-me foi o Dr. José Torres Netto. Bom médico. E falamos de politicos. Quando uma senhora
perguntou-me o que acho do Carlos Lacerda, respondi concientemente:
— Muito inteligente. Mas não tem iducação. É um politico de cortiço. Que gosta de intriga. Um agitador.
Uma senhora disse que foi pena! A bala que pegou o major podia acertar no Carlos Lacerda.
— Mas o seu dia… chegará — comentou outra.
Carolina Maria de Jesus, Quarto de despejo.

TEXTO III
POR AQUELA
Apaixonou-se por aquela mulher. Por aquela, como nunca pelas outras. Juntou então suas lembranças, deixou
todo o resto para trás, e mudou-se para dentro dela.
COLASANTI, Marina. Hora de alimentar serpentes. São Paulo: Global, 2013.
Literatura

TEXTO IV
OLHOS D’ÁGUA
Uma noite, há anos, acordei bruscamente e uma estranha pergunta explodiu de minha boca. De que cor eram
os olhos de minha mãe? Atordoada, custei reconhecer o quarto da nova casa em eu que estava morando e
não conseguia me lembrar de como havia chegado até ali. E a insistente pergunta martelando, martelando.
De que cor eram os olhos de minha mãe? Aquela indagação havia surgido há dias, há meses, posso dizer.
Entre um afazer e outro, eu me pegava pensando de que cor seriam os olhos de minha mãe. E o que a princípio
tinha sido um mero pensamento interrogativo, naquela noite se transformou em uma dolorosa pergunta
carregada de um tom acusativo. Então eu não sabia de que cor eram os olhos de minha mãe?

Sendo a primeira de sete filhas, desde cedo busquei dar conta de minhas próprias dificuldades, cresci rápido,
passando por uma breve adolescência. Sempre ao lado de minha mãe, aprendi a conhecê-la. Decifrava o seu
silêncio nas horas de dificuldades, como também sabia reconhecer, em seus gestos, prenúncios de possíveis
alegrias. Naquele momento, entretanto, me descobria cheia de culpa, por não recordar de que cor seriam os
seus olhos. Eu achava tudo muito estranho, pois me lembrava nitidamente de vários detalhes do corpo dela.
Da unha encravada do dedo mindinho do pé esquerdo... da verruga que se perdia no meio uma cabeleira
crespa e bela... Um dia, brincando de pentear boneca, alegria que a mãe nos dava quando, deixando por uns
momentos o lava-lava, o passa-passa das roupagens alheias e se tornava uma grande boneca negra para as
filhas, descobrimos uma bolinha escondida bem no couro cabeludo dela. Pensamos que fosse carrapato. A
mãe cochilava e uma de minhas irmãs, aflita, querendo livrar a boneca-mãe daquele padecer, puxou rápido o
bichinho. A mãe e nós rimos e rimos e rimos de nosso engano. A mãe riu tanto, das lágrimas escorrerem. Mas
de que cor eram os olhos dela?
Conceição Evaristo, Olhos D’água
Literatura

Exercícios de fixação

1. Assinale uma característica pertencente aos atuais gêneros literários.


a) Limitação estética
b) Semelhança com os gêneros clássicos
c) Hibridismo

2. Marque a alternativa que NÃO apresenta um traço do microconto.


a) Narrativas concisas
b) Espaço para a imaginação do leitor
c) Ausência de informações
d) Prolixidade

3. Qual das alternativas abaixo ilustra um traço da prosa poética?


a) Obrigatoriedade de rimas no texto em questão
b) Presença de elementos poéticos de diferentes naturezas na prosa
c) Necessidade de versos decassílabos e alexandrinos
d) Importância de narrativas objetivas, como no Realismo

Leia o texto a seguir e responda às questões 4 e 5.

NA MEDIDA
Tinha só meia sombra. Nenhum espanto. Era apenas meio homem.

4. É possível classificar este texto em um gênero contemporâneo? Se sim, qual?

5. Qual dos gêneros literários clássicos deu origem ao texto “Na medida”? Justifique.
Literatura

Exercícios de vestibulares

Leia os textos a seguir e responda às questões 1 e 2.

PORTO
E o navio fantasma atracou na terceira margem do rio.
COLASANTI, Marina. Hora de alimentar serpentes. São Paulo: Global, 2013.

A TERCEIRA MARGEM DO RIO


Nosso pai era homem cumpridor, ordeiro, positivo; e sido assim desde mocinho e menino, pelo que
testemunharam as diversas pessoas sensatas, quando indaguei a informação. Do que eu mesmo me alembro,
ele não figurava mais estúrdio nem mais triste do que os outros, conhecidos nossos. Só quieto. Nossa mãe
era quem regia, e que ralhava no diário com a gente - minha irmã, meu irmão e eu. Mas se deu que, certo dia,
nosso pai mandou fazer para si uma canoa.
Era a sério. Encomendou a canoa especial, de pau de vinhático, pequena, mal com a tabuinha da popa, como
para caber justo o remador. Mas teve de ser toda fabricada, escolhida forte e arquejada em rijo, própria para
dever durar na água por uns vinte ou trinta anos. Nossa mãe jurou muito contra a ideia. Seria que, ele, que
nessas artes não vadiava, se ia propor agora para pescarias e caçadas? Nosso pai nada não dizia. Nossa
casa, no tempo, ainda era mais próxima do rio, obra de nem quarto de légua: o rio por aí se estendendo grande,
fundo, calado que sempre. Largo, de não se poder ver a forma da outra beira. E esquecer não posso, do dia
em que a canoa ficou pronta.
Sem alegria nem cuidado, nosso pai encalcou o chapéu e decidiu um adeus para a gente. Nem falou outras
palavras, não pegou matula e trouxa, não fez nenhuma recomendação. Nossa mãe, a gente achou que ela ia
esbravejar, mas persistiu somente alva de pálida, mascou o beiço e bramou:
- "Cê vai, ocê fique, você nunca volte!" Nosso pai suspendeu a resposta. Espiou manso para mim, me acenando
de vir também, por uns passos. Temi a ira de nossa mãe, mas obedeci, de vez de jeito. O rumo daquilo me
animava, chega que um propósito perguntei: - "Pai, o senhor me leva junto, nessa sua canoa?" Ele só retornou
o olhar em mim, e me botou a bênção, com gesto me mandando para trás. Fiz que vim, mas ainda virei, na
grota do mato, para saber.
Nosso pai entrou na canoa e desamarrou, pelo remar. E a canoa saiu se indo - a sombra dela por igual, feito
um jacaré, comprida longa. Nosso pai não voltou. Ele não tinha ido a nenhuma parte. Só executava a invenção
de se permanecer naqueles espaços do rio, de meio a meio, sempre dentro da canoa, para dela não saltar,
nunca mais. [...]
GUIMARÃES ROSA, João. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. p. 79-80.

arqueado: com forma de arco, curvado


bramar: falar colericamente, enfurecer-se
encalcar: apertar, comprimir
estúrdio: estranho, esquisito
grota: cavidade próxima à margem de um rio
matula: comida, provisões para viagem
popa: parte posterior de uma embarcação
rijo: rígido, duro
vinhático: espécie de árvore de excelente madeira de cor amarela
Literatura

1. (Uerj, 2019) O miniconto de Marina Colasanti faz referências explícitas ao conto de Guimarães Rosa.
Essa estratégia presente em diversos outros momentos do livro configura um recurso da linguagem
conhecido como:
a) ironia
b) designação
c) verossimilhança
d) intertextualidade

2. (Uerj, 2019) Segundo o Dicionário de símbolos, de Jean Chevalier e Alan Gheerbrant, "o simbolismo do
rio e do fluir de suas águas é, ao mesmo tempo, o da possibilidade universal e o da fluidez das formas,
o da fertilidade, da morte e da renovação." A partir dessa simbologia, tendo em vista a leitura de Hora
de alimentar serpentes e o fragmento de Guimarães Rosa, é possível afirmar que o rio
a) é uma metáfora dos desejos do ser humano.
b) seria um elemento que mostra a harmonia da sua vida.
c) pode revelar a necessidade de manutenção de suas raízes.
d) representa o desprezo do ser humano pela vida.

3. (Enem, 2018) Quebranto


às vezes sou o policial que me suspeito
me peço documentos
e mesmo de posse deles
me prendo e me dou porrada
às vezes sou o porteiro
não me deixando entrar em mim mesmo
a não ser
pela porta de serviço
[…]
às vezes faço questão de não me ver
e entupido com a visão deles
sinto-me a miséria concebida como um eterno
começo
fecho-me o cerco
sendo o gesto que me nego
a pinga que me bebo e me embebedo
o dedo que me aponto
e denuncio
o ponto em que me entrego.
às vezes!…
CUTI. Negroesia. Belo Horizonte: Mazza, 2007 (fragmento).

Na literatura de temática negra produzida no Brasil, é recorrente a presença de elementos que traduzem
experiências históricas de preconceito e violência. No poema, essa vivência revela que o eu lírico
a) incorpora seletivamente o discurso do seu opressor.
b) submete-se à discriminação como meio de fortalecimento.
c) engaja-se na denúncia do passado de opressão e injustiças.
d) sofre uma perda de identidade e de noção de pertencimento.
e) acredita esporadicamente na utopia de uma sociedade igualitária.
Literatura

4. (Enem, 2017) Zé Araújo começou a cantar num tom triste, dizendo aos curiosos que começaram a
chegar que uma mulher tinha se ajoelhado aos pés da santa cruz e jurado em nome de Jesus um grande
amor, mas jurou e não cumpriu, fingiu e me enganou, pra mim você mentiu, pra Deus você pecou, o
coração tem razões que a própria razão desconhece, faz promessas e juras, depois esquece.
O caboclo estava triste e inspirado. Depois dessa canção que arrepiou os cabelos da Neusa, emendou
com uma valsa mais arretada ainda, cheia de palavras difíceis, mas bonita que só a gota serena. Era a
história de uma boneca encantadora vista numa vitrine de cristal sobre o soberbo pedestal. Zé Araújo
fechava os olhos e soltava a voz:

Seus cabelos tinham a cor/ Do sol a irradiar/


Fulvos raios de amor./ Seus olhos eram circúnvagos/
Do romantismo azul dos lagos/ Mãos liriais, uns braços divinais,/
Um corpo alvo sem par/ E os pés
muito pequenos./Enfim eu vi nesta boneca/ Uma perfeita Vênus.
CASTRO, N. L. As pelejas de Ojuara o homem que desafiou o diabo. São Paulo: Arx, 2006 (adaptado).

O comentário do narrador do romance “[…] emendou com uma valsa mais arretada ainda, cheia de
palavras difíceis, mas bonita que só a gota serena” relaciona-se ao fato de que essa valsa é
representativa de uma variedade linguística
a) detentora de grande prestígio social.
b) específica da modalidade oral da língua.
c) previsível para o contexto social da narrativa.
d) constituída de construções sintáticas complexas.
e) valorizadora do conteúdo em detrimento da forma.
Literatura

5. (Enem digital, 2020) Carlos é hoje um homem dividido, Mário, e isso graças às suas cartas. Às vezes
ele torce pelas palmeiras paródicas do Oswald de Andrade (a ninguém cá da erra passou despercebido
o título que quer dar ao seu primeiro livro de poemas — Minha terra tem palmeiras). Às vezes não quer
esquecer o gélido cinzel de Bilac e a prosa clássica dos decadentistas franceses, e à noite, ao ouvir o
chamado da moça-fantasma, fica cismando ismálias em decassílabos rimados. Às vezes sucumbe ao
trato cristão da condição humana e, à sombra dos rodapés de Tristão de Ataíde, tem uma recaída
jacksoniana. Às vezes não sabe se prefere o barulho do motor do carro em disparada, ou se fica
contemplando o sinal vermelho que impõe stop ao trânsito e silêncio ao cidadão. Às vezes entoa loas
à vida besta, que devia jazer para sempre abandonada em Itabira. Mas na maioria das vezes sai
saracoteando ironicamente pela rua macadamizada da poesia, que nem um pernóstico malandro
escondido por detrás dos óculos e dos bigodes, ou melhor, que nem a foliona negra que você tanto
admirou no Rio de Janeiro por ocasião das bacanais de Momo.
SANTIAGO, S. Contos antológicos de Silviano Santiago. São Paulo: Nova Alexandria, 2006.

Inspirado nas cartas de Mário de Andrade para Carlos Drummond de Andrade, o autor dá a esse
material uma releitura criativa, atribuindo-lhe um remetente ficcional. O resultado é um texto de
expressividade centrada na
a) hesitação na escolha de um modelo literário ideal.
b) colagem de estilos e estéticas na formação do escritor.
c) confluência de vozes narrativas e de referências biográficas.
d) fragmentação do discurso na origem da representação poética.
e) correlação entre elementos da cultura popular e de origem erudita.
Literatura

6. (Enem digital, 2020)

GUARNIERI, A. Suplemento Literário de Minas Gerais, n. 1 338, set.-out. 2011.

Ao correlacionar o trabalho humano ao da máquina, o autor vale-se da disposição visual do texto para
a) expressar a ideia de desumanização e de perda de identidade.
b) ironizar a realização de tarefas repetitivas e acríticas.
c) realçar a falta de sentido de atividades burocráticas.
d) sinalizar a alienação do funcionário de repartição.
e) destacar a inutilidade do trabalhador moderno.

7. (Enem, 2020) Viajo Curitiba das conferências positivistas, elas são onze em Curitiba, há treze no mundo
inteiro; do tocador de realejo que não roda a manivela desde que o macaquinho morreu; dos bravos
soldados do fogo que passam chispando no carro vermelho atrás do incêndio que ninguém não viu,
esta Curitiba e a do cachorroquente com chope duplo no Buraco do Tatu eu viajo.
Curitiba, aquela do Burro Brabo, um cidadão misterioso morreu nos braços da Rosicler, quem foi? Quem
não foi? foi o reizinho do Sião; da Ponte Preta da estação, a única ponte da cidade, sem rio por baixo,
esta Curitiba viajo.
Curitiba sem pinheiro ou céu azul, pelo que vosmecê é — província, cárcere, lar—, esta Curitiba, e não a
outra para inglês ver, com amor eu viajo, viajo, viajo.
TREVISAN. D. Em busca de Curitiba perdida. Rio de Janeiro: Record. 1992.

A tematização de Curitiba é frequente na obra de Dalton Trevisan. No fragmento, a relação do narrador


com o espaço urbano é caracterizada por um olhar
a) destituido de afetividade, que ironiza os costumes e as tradições da sociedade curitibana.
b) marcado pela negatividade, que busca desconstruir perspectivas habituais de representação da
cidade.
c) carregado de melancolia, que constata a falta de identidade cultural diante dos impactos da
urbanização.
d) embevecido pela simplicidade do cenário, indiferente à descrição de elementos de reconhecido
valor histórico.
e) distanciado dos elementos narrados, que recorre ao ponto de vista do viajante como expressão de
estranhamento.
Literatura

8. (Enem, 2015) Primeiro surgiu o homem nu de cabeça baixa. Deus veio num raio. Então apareceram os
bichos que comiam os homens. E se fez o fogo, as especiarias, a roupa, a espada e o dever. Em seguida
se criou a filosofia, que explicava como não fazer o que não devia ser feito. Então surgiram os números
racionais e a História, organizando os eventos sem sentido. A fome desde sempre, das coisas e das
pessoas. Foram inventados o calmante e o estimulante. E alguém apagou a luz. E cada um se vira como
pode, arrancando as cascas das feridas que alcança.
BONASSI, F. 15 cenas do descobrimento de Brasis. In: MORICONI, Í. (Org.). Os cem melhores contos do século. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2001.

A narrativa enxuta e dinâmica de Fernando Bonassi configura um painel evolutivo da história da


humanidade. Nele, a projeção do olhar contemporâneo manifesta uma percepção que
a) recorre à tradição bíblica como fonte de inspiração para a humanidade.
b) desconstrói o discurso da filosofia a fim de questionar o conceito de dever.
c) resgata a metodologia da história para denunciar as atitudes irracionais.
d) transita entre o humor e a ironia para celebrar o caos da vida cotidiana.
e) satiriza a matemática e a medicina para desmistificar o saber científico.
Literatura

9. (Enem, 2019) Ela nasceu lesma, vivia no meio das lesmas, mas não estava satisfeita com sua condição.
Não passamos de criaturas desprezadas, queixava-se. Só somos conhecidas por nossa lentidão. O
rastro que deixaresmos na História será tão desprezível quanto a gosma que marca nossa passagem
pelos pavimentos.
A esta frustração correspondia um sonho: a lesma queria ser como aquele parente distante, o escargot.
O simples nome já a deixava fascinada: um termo francês, elegante, sofisticado, um termo que as
pessoas pronunciavam com respeito e até com admiração. Mas, lembravam as outras lesmas, os
escargots são comidos, enquanto nós pelo menos temos chance de sobreviver. Este argumento não
convencia a insatisfeita lesma, ao contrário: preferiria exatamente terminar sua vida desta maneira,
numa mesa de toalha adamascada, entre talheres de prata e cálices de cristal. Assim como o mar é o
único túmulo digno de um almirante batavo, respondia, a travessa de porcelana é a única lápide digna
dos meus sonhos.
SCLIAR, M. Sonho de lesma. In: ABREU, C. F. et al. A prosa do mundo. São Paulo: Global, 2009.

Incorporando o devaneio da personagem, o narrador compõe uma alegoria que representa o anseio de
a) rejeitar metas de superação de desafios.
b) restaurar o estado de felicidade pregressa.
c) materializar expectativas de natureza utópica.
d) rivalizar com indivíduos de condição privilegiada.
e) valorizar as experiências hedonistas do presente.

10. (Enem, 2019) Os subúrbios do Rio de Janeiro foram a primeira coisa a aparecer no mundo, antes
mesmo dos vulcões e dos cachalotes, antes de Portugal invadir, antes do
Getúlio Vargas mandar construir casas populares. O bairro do Queím, onde nasci e cresci, é um deles.
Aconchegado entre o Engenho Novo e Andaraí, foi feito daquela argila primordial, que se aglutinou em
diversos formatos: cães soltos, moscas e morros, uma estação de trem, amendoeiras e barracos e
sobrados, botecos e arsenais de guerra, armarinhos e bancas de jogo do bicho e um terreno enorme
reservado para o cemitério. Mas tudo ainda estava vazio: faltava gente.
Não demorou. As ruas juntaram tanta poeira que o homem não teve escolha a não ser passar a existir,
para varrê-las. À tardinha, sentar na varanda das casas e reclamar da pobreza, falar mal dos outros e
olhar para as calçadas encardidas de sol, os ônibus da volta do trabalho sujando tudo de novo.
HERINGER, V. O amor dos homens avulsos. São Paulo: Cia. das Letras, 2016.

Traçando a gênese simbólica de sua cidade, o narrador imprime ao texto um sentido estético
fundamentado na
a) excentricidade dos bairros cariocas de sua infância.
b) perspectiva caricata da paisagem de traços deteriorados.
c) importância dos fatos relacionados à história dos subúrbios.
d) diversidade dos tipos humanos identificados por seus hábitos.
e) experiência do cotidiano marcado pelas necessidades e urgências.

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Literatura

Gabaritos
Exercícios de fixação

1. C
Os gêneros literários contemporâneos podem apresentar misturas entre diferentes traços estéticos,
como é o caso da prosa poética.

2. D
Prolixidade é exatamente o oposto do conceito de microconto, visto que este é marcado pela ausência
de informações, enquanto um texto prolixo indica excesso de palavras.

3. B
A prosa poética define-se pela apresentação de diferentes traços poéticos (como figuras de linguagem,
traços sonoros, simbologias e afins) em um texto narrativo, prosaico.

4. O texto ilustra um microconto, uma das manifestações literárias da contemporaneidade.

5. O gênero literário épico deu origem aos textos narrativos que, por consequência, trouxeram o gênero
conto e seu desdobramento contemporâneo, o microconto.

Exercícios de vestibulares

1. D
A intertextualidade define-se como uma referência, em um texto, a outro texto já existente. No caso de
“Porto”, ao mencionar a “terceira margem do rio”, Marina Colasanti estabelece uma relação explícita com
o conto homônimo de Guimarães Rosa.

2. A
O rio representa, metaforicamente, o desejo do pai de família no conto de Guimarães Rosa. Sem
comunicar seus familiares ou dar satisfações, o homem segue, silenciosamente, em direção ao rio, de
acordo com seus desejos individuais em buscar o desconhecido dentro de si.

3. A
O poema apresenta a vivência do eu lírico com situações de discriminação. Dessa forma, ele incorpora
o papel de policial e de porteiro e seus discursos opressores devido à persistência histórica de
preconceito e violência.

4. A
A expressão “palavras difíceis e desconhecidas” pelo narrador-personagem reforçam um exemplo de
variação linguística às classes de maior prestígio, as quais ele não pertence e por isso ele acha bonito.

5. B
Na carta fictícia, o autor responsabiliza Mário de Andrade pelas diversas influências de Carlos Drummond
de Andrade, apresentando sua obra como uma mescla das características de Oswald de Andrade, Olavo
Bilac, entre outros. Assim, a formação literária de Drummond é uma “colagem de estilos e estéticas”.

6. A
A organização visual do texto, o qual exibe palavras que vão se aglomerando até virarem uma só
(“convulsionamosnúmeros(necessárioédiscá-lostodos)”) é semelhante a imagem do trabalhador, que
perde sua individualidade, preso às máquinas.
Literatura

7. B
Trevisan aborda, nesse fragmento, a sua relação com a Curitiba banal, das pessoas e lugares comuns
(“Curitiba sem pinheiro ou céu azul”), não a que interessa aos turistas (“a outra para inglês ver”).

8. D
O autor faz uma revisão da história evolutiva da humanidade, se utilizando de expressões e imagens
como “bichos que comiam os homens”, “organizando os eventos sem sentido”, “cada um se vira como
pode”, que transitam entre humor e ironia.

9. C
A alegoria da lesma, que sonha em se tornar escargot, representa algo inalcançável (utopia) que se
deseja atingir/realizar.

10. B
Há uma descrição caricata dos subúrbios cariocas a partir de um cenário deteriorado como sugere, por
exemplo, nos trechos “Mas tudo estava vazio: faltava gente” e “As ruas juntaram tanta poeira que o
homem não teve escolha a não ser passar a existir, para varrê-las”.
Matemática

Pediu pra parar, parou: Fevereiro

1. (Enem, 2009) No depósito de uma biblioteca há caixas contendo folhas de papel de 0,1mm de
espessura, e em cada uma delas estão anotados 10 títulos de livros diferentes. Essas filhas foram
empilhadas formando uma torre vertical de 1m de altura. Qual a representação, em potência de 10,
correspondente à quantidade de títulos de livros registrados nesse empilhamento?
a) 102
b) 104
c) 105
d) 106
e) 107

2. (Ifpe, 2020) Os produtos notáveis podem ser utilizados para facilitar o cálculo de expressões numéricas,
por exemplo: 51 × 49 = (50 + 1)(50 − 1) = 502 − 12 = 2500 − 1 = 2499.
Na conta acima, podemos aplicar o produto notável, 𝑎2 − 𝑏 2 = (𝑎 + 𝑏)(𝑎 − 𝑏). Com a ajuda dos
produtos notáveis, determine, aproximadamente, o valor de 𝑥 na seguinte equação:
𝒙𝟐 + 𝟔. 𝟒𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎𝟐 = 𝟔. 𝟒𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟐𝟐
a) 5.000
b) 8.000
c) 2
d) 400
e) 20

3. (UPF, 2018) Considere as afirmações abaixo, onde 𝑎 e 𝑏 são números reais.


I. √𝑎2 = 𝑎
II. √𝑎2 + 𝑏 2 = 𝑎 + 𝑏
III. √𝑎2 × 𝑏 2 = √𝑎2 × √𝑏 2
𝑎2 √𝑎2
IV. √ = ,  𝑏 ≠ 0
𝑏2 √𝑏 2

a) Apenas III e IV são verdadeiras.


b) Apenas IV é verdadeira.
c) Apenas II é falsa.
d) Apenas I, II e IV são verdadeiras.
e) Todas são verdadeiras.

8
Matemática

𝑎
4. (Ucpel, 2017) Sendo 𝑚 + 𝑛 = −2 e = 2, pode-se afirmar que a expressão
𝑏
1 𝑚 1 𝑛
(𝑎 + ) ⋅ (𝑎 − )
𝑏 𝑏
1 𝑚 1 𝑛
(𝑏 + ) ⋅ (𝑏 − )
𝑎 𝑎
é igual a
1
a)
2
1
b)
4
c) 0
d) 4
e) 2

5. (Unicamp, 2021) Duas impressoras funcionando simultaneamente imprimem certa quantidade de


páginas em 36 segundos. Sozinha, uma delas imprime a mesma quantidade de páginas em 90
segundos. Funcionando sozinha, para imprimir a mesma quantidade de páginas, a outra impressora
gastaria.
a) 48 segundos.
b) 54 segundos.
c) 60 segundos.
d) 72 segundos.

6. (UFPR, 2019) Suponha que a carga suportada por uma viga seja diretamente proporcional à sua largura
e ao quadrado de sua espessura e inversamente proporcional ao seu comprimento. Sabendo que uma
viga de 2 𝑚 de comprimento, 15 𝑐𝑚 de largura e 10 𝑐𝑚 de espessura suporta uma carga de 2.400 𝑘𝑔,
qual é a carga suportada por uma viga de 20 𝑐𝑚 de largura, 12 𝑐𝑚 de espessura e 2,4 𝑚 de
comprimento?
a) 2.880 𝑘𝑔.
b) 3.200 𝑘𝑔.
c) 3.456 𝑘𝑔.
d) 3.840 𝑘𝑔.
e) 4.608 𝑘𝑔.

8
Matemática

7. (Encceja, 2020) Uma pessoa realizou consultas em um aplicativo para verificar a distância do ponto P,
onde se localizava, a quatro diferentes locais: X, Y, Z e W. O aplicativo que utilizou informou a distância,
em centímetro, do ponto P a cada um desses locais e, além disso, especificou as escalas em que essas
imagens foram exibidas.

Qual dos quatro locais está mais próximo do ponto onde essa pessoa se localizava?
a) X
b) Y
c) Z
d) W

8. (Ifpe, 2020) As escalas apresentam uma razão entre a representação através de um mapa, um modelo,
uma foto, e a medida real correspondente. Por exemplo, quando, na planta de uma casa, temos a escala
1: 100, queremos dizer que cada 1 𝑐𝑚 representado na planta corresponde a 100 𝑐𝑚 na realidade.
Acerca desse assunto, analise a situação seguinte: um grupo de cartógrafos decide imprimir um mapa
das regiões da Zona da Mata e do Agreste do estado de Pernambuco. Eles querem que, no mapa, a
distância entre as cidades Recife e Caruaru seja de 7 𝑐𝑚. Sabendo que a distância real é de,
aproximadamente, 140 𝑘𝑚, qual deve ser a escala utilizada no mapa?
a) 1:20.000
b) 1:200.000
c) 1:2.000.000
d) 1:2.000
e) 1:200

9. (FMP, 2021) Um recém-nascido com peso de 3600 𝑔 foi internado com quadro de infecção. O médico
prescreveu um antibiótico na dose de 50 𝑚𝑔 para cada quilograma de peso do paciente, a cada 12
horas, por via endovenosa.
A diluição da medicação é de 1 grama para cada 25 𝑚𝐿 de água destilada.
A dose que deve ser prescrita por dia, é de, em 𝑚𝐿,
a) 4,5
b) 6,0
c) 9,0
d) 5,0
e) 7,2

8
Matemática

10. (FCMSCSP, 2021) Um anestesista prescreve 1 litro de solução salina para diminuir os efeitos colaterais
indesejáveis da anestesia em um paciente. Se a solução salina prescrita deve ser administrada ao longo
de 8 horas, ao final de 6 horas e 15 minutos o paciente terá recebido, dessa solução,
a) 762,75 mL.
b) 775,25 mL.
c) 765,25 mL.
d) 768,75 mL.
e) 781,25 mL.

8
Matemática

Gabarito
1. C
1𝑚 = 1000𝑚𝑚
10 𝑡í𝑡𝑢𝑙𝑜𝑠______________0,1𝑚𝑚
𝑥 𝑡í𝑡𝑢𝑙𝑜𝑠_______________1000𝑚𝑚
Logo, 𝑥 = 100.000 = 105

2. A
Calculando:
𝑥 2 + 6.400.0002 = 6.400.0022
𝑥 2 = 6.400.0022 − 6.400.0002
𝑥 2 = (6.400.002 + 6.400.000)(6.400.002 − 6.400.000)
𝑥 2 = 12.800.002 ⋅ 2
𝑥 = √25.600.004 ≅ √25.000.000
∴ 𝑥 ≅ 5.000

3. A
[I] Falsa. Se 𝑎 = −4, então √(−4)2 = √42 = 4. Contradição.
[II] Falsa. Se 𝑎 = 1 e 𝑏 = 2, então √12 + 22 = √5. Mas 1 + 2 = 3.
[III] Verdadeira. De fato, seja 𝑟 ∈ ℝ tal que 𝑟 = √𝑎2 × √𝑏 2 . Logo, temos
2
r 2 = (√a 2 ∙ √b 2 )
2 2
= (√a2 ) ∙ (√b 2 )
= a2 ∙ b2

Portanto, segue que 𝑟 = √𝑎2 × 𝑏 2 .

[IV] Verdadeira. Com efeito, de acordo com raciocínio inteiramente análogo ao aplicado em [III].

4. B
Calculando:
1 𝑚 1 𝑛 1 𝑚 1 𝑛 𝑎𝑏 + 1 𝑚 𝑎𝑏 − 1 𝑛
(𝑎 + ) ⋅ (𝑎 − ) 𝑎 + 𝑎 − 𝑚 𝑛 𝑚+𝑛
𝑏 𝑏 =( 𝑏) ⋅ ( 𝑏 ) = ( 𝑏 ) ⋅ ( 𝑏 ) = (𝑎 ) ⋅ (𝑎 ) = (𝑎 ) = 2−2 =
1
1 𝑚 1 𝑛 𝑏+
1
𝑏−
1 𝑎𝑏 + 1 𝑎𝑏 − 1 𝑏 𝑏 𝑏 4
(𝑏 + ) ⋅ (𝑏 − ) 𝑎 𝑎 𝑎 𝑎
𝑎 𝑎

5. C
Seja 𝑡 o resultado pedido. Logo, se a primeira impressora realiza 1/90 da tarefa por segundo e a segunda
impressora realiza 1/𝑡 da tarefa por segundo, então

1 1 1 1 5−2
= + ⇔ = ⇔ 𝑡 = 60𝑠
36 90 𝑡 𝑡 180

6. D
Sejam 𝑞,  ℓ,  𝑒 e 𝑐, respectivamente, a carga suportada pela viga, a largura, a espessura e o comprimento
ℓ⋅𝑒 2
da mesma. Tem-se que 𝑞 = 𝑘 ⋅ , com 𝑘 sendo a constante de proporcionalidade.
𝑐
Logo, vem
15 ⋅ 102
2400 = 𝑘 ⋅ ⇔ 𝑘 = 320.
200

8
Matemática

Em consequência, a resposta é dada por


20 ∙ 122
𝑞 = 320 ∙
240
= 3840 kg

7. C
Valor das distâncias:
Do ponto X:
100000 ⋅ 1 𝑐𝑚 = 100000 𝑐𝑚

Do ponto Y:
30000 ⋅ 2 𝑐𝑚 = 60000 𝑐𝑚

Do ponto Z:
20000 ⋅ 2 𝑐𝑚 = 40000 𝑐𝑚

Do ponto W:
10000 ⋅ 7 𝑐𝑚 = 70000 𝑐𝑚

Portanto, o local mais próximo é o Z.

8. C
Calculando a razão entre as distâncias, obtemos:
7 𝑐𝑚 7 𝑐𝑚 1
= =
140 𝑘𝑚 14.000.000 𝑐𝑚 2.000.000

Ou seja, a escala deve ser de 1: 2.000.000.

9. C
Quantidade em gramas a ser dada por dose do antibiótico:
50 𝑚𝑔
⋅ 3600 𝑔 = 0,18 𝑔
1000 𝑔

Como a dose deve ser dada a cada 12 ℎ, são necessárias 2 doses por dia. Logo, a dose que deve ser
prescrita por dia, é de, em 𝑚𝐿, igual a:
     1 𝑔             25 𝑚𝐿
2 ⋅ 0,18 𝑔          𝑥
∴ 𝑥 = 9 𝑚𝐿

10. E
Temos que:
15
6 ℎ15  𝑚𝑖𝑛 = 6 ℎ +  ℎ = 6,25 ℎ
60

Logo, a quantidade administrada ao final deste período é de:


1 𝐿            8 ℎ
𝑥              6,25 ℎ

6,25
𝑥= = 0,78125
8
∴ 𝑥 = 781,25 𝑚𝐿

8
Matemática

Regra de três composta

Objetivo
Aprender a utilizar a regra de três para cálculos de proporção entre mais de duas grandezas.

Se liga
Para entender melhor esta aula, é importante que você tenha assistido à aula de regra de três simples.

Curiosidade
Você sabia que é possível transformar a regra de três composta na regra de três simples? Se você tiver
dificuldade em calcular a regra de três composta, você pode transformá-la na simples, só deve ter muita
atenção com a proporcionalidade das grandezas (se são direta ou inversamente proporcionais).

Teoria

A regra de três composta se diferencia da regra de três simples pela quantidade de grandezas envolvidas na
situação-problema. Enquanto na regra de três simples apenas duas grandezas são relacionadas, as técnicas
de resolução para regra de três composta se adequam para qualquer quantidade de grandezas.
Para solucionar um problema com três ou mais grandezas proporcionais, deve-se aplicar o seguinte passo a
passo:
1º passo: identificar as grandezas envolvidas no problema, em especial a grandeza prioritária (à qual
atribuiremos uma variável para seu valor desconhecido);
2º passo: determinar se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais à grandeza prioritária;
3º passo: montar uma proporção onde se igualam a razão entre os valores da grandeza prioritária de um lado
e o produto entre as demais grandezas (mantendo ou invertendo cada fração, a depender se as grandezas
são diretamente ou inversamente proporcionais à grandeza prioritária, respectivamente) do outro. Por fim,
efetuar os cálculos necessários.

Exemplo:

Em uma fábrica, duas máquinas carregam cinco caminhões em 2,5 horas. Supondo que o rendimento das
máquinas se mantenha constante nessa fábrica, determine quanto tempo será gasto para dez dessas
máquinas carregarem 60 caminhões.

1º passo: Determinando as grandezas.


● Tempo (2,5 / x) → grandeza prioritária
● Máquinas 2/10
● Caminhões 5/60

2º passo: Avaliando suas relações de proporcionalidade.

1
Matemática

● “Tempo” e “máquinas” são inversamente proporcionais, pois, quanto mais máquinas, menos tempo elas
levam para encher os caminhões.
● “Tempo” e “caminhões” são diretamente proporcionais, pois, quanto mais caminhões precisam ser
abastecidos, maior é o tempo para enchê-los.

3º passo:
Normalmente, montamos uma tabela com os dados do enunciado, usando setas de mesmo sentido para
representar grandezas diretamente proporcionais e setas em sentidos opostos para expressar grandezas
inversamente proporcionais. Isto é visto abaixo.

Tempo (horas) ↑ Máquinas ↓ Caminhões ↑


2,5 2 5
𝑥 10 60

Devemos inverter a razão do número de máquinas (por ser inversamente proporcional ao tempo) e manter a
de caminhões (por ser diretamente proporcional ao tempo) ao fazer a proporção:

2,5 2 5 2,5 10 2,5 1


𝑥
= 10 ∙ 60 → 𝑥
= 600 → 𝑥
= 60 → 𝑥 = 150 horas

Logo, levar-se-ia (mesóclise bonita, né?) 150 horas.

Regra de três é ótimo, não é? Quase uma benção. Só tenha cuidado para não utilizar errado! É verdade que a
regra de três aparece em muitos vestibulares e questões (no Enem então, nem se fala!). Porém, só devemos
usá-la em problemas com grandezas proporcionais (direta ou inversamente)! Ou seja, em que, ao
aumentarmos um grandeza, a outra aumenta/diminui na mesma proporção/na proporção inversa − se uma
dobra, a outra dobra (exemplo do caso de diretamente proporcionais), se uma triplica, a outra cai pela terça
parte (exemplo do caso de inversamente proporcionais).

2
Matemática

Exercícios de fixação

1. Doze máquinas produzem 2000 peças em 80 minutos. Quanto tempo é necessário para que metade
dessas máquinas produzam 4000 peças?
a) 320 minutos
b) 280 minutos
c) 240 minutos
d) 200 minutos

2. Em uma construção, 4 pedreiros levam 18 dias para realizar a construção de um muro com 2 metros
de altura. Caso houvesse 2 pedreiros a mais e a altura do muro fosse de 4 metros, quanto tempo esses
pedreiros levariam?
a) 20 dias
b) 24 dias
c) 28 dias
d) 30 dias
e) 22 dias

3. Em uma fábrica de perfumes, 3 máquinas produzem 900 perfumes em 12 dias. Quantos dias serão
necessários para 8 máquinas produzirem 1200 perfumes?
a) 2
b) 4
c) 6
d) 8
e) 10

4. A quantidade de ração utilizada para alimentar 10 cachorros em um canil, durante 15 dias, é de 60 kg.
Caso cheguem mais 8 cachorros no canil, quantos dias 80% dessa ração duraria um pouco mais de:
a) 6 dias
b) 5 dias
c) 4 dias
d) 8 dias
e) 10 dias

5. Uma lanchonete produz 480 sanduíches em 6 dias quando 4 funcionários estão trabalhando. Quantos
funcionários são necessários para que essa lanchonete faça 600 sanduíches em 4 dias?
a) 4
b) 5
c) 6
d) 7
e) 8

3
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. (UNB) Com 16 máquinas de costura, uma fábrica aprontou 720 uniformes em 6 dias de trabalho.
Quantas máquinas serão necessárias para confeccionar 2.160 uniformes em 24 dias?
a) 12 máquinas
b) 15 máquinas
c) 18 máquinas
d) 20 máquinas
e) 22 máquinas

2. (Cefet – MG, 2012) Uma fábrica de calçados, localizada em Nova Serrana, emprega 16 operários, os
quais produzem 120 pares de calçados em 8 horas de trabalho diárias. A fim de ampliar essa produção
para 300 pares por dia, a empresa mudou a jornada de trabalho para 10 horas diárias. Nesse novo
contexto, o número de operários será igual a:
a) 16.
b) 24.
c) 32.
d) 48.
e) 50.

8
3. Três máquinas imprimem 9.000 cartazes em uma dúzia de dias. Em quantos dias dessas máquinas
3
4
imprimem dos cartazes, trabalhando o mesmo número de horas por dia?
3
a) 4 dias.
b) 6 dias.
c) 9 dias.
d) 12 dias.
e) 15 dias.

4. (Cefet – RJ) Carol pretende preparar um enorme bolo. Sua receita, entre outros ingredientes, leva 500
g de trigo, 300 g de chocolate e 150g de açúcar. Sabendo que Carol usará 2,5 kg de trigo na receita,
quanto deverá usar de chocolate e açúcar, respectivamente?
a) 1 kg e 400 g
b) 1,5 kg e 750 g
c) 1,5 kg e 800 g
d) 1,6 kg e 800 g
e) 1,6 kg e 750 g

4
Matemática

5. (Una – RS, 2015) Uma empresa gasta R$ 3.600,00 com 12 funcionários, trabalhando em uma obra 6
horas por dia durante 5 dias. Com a crise, a empresa demitiu 3 funcionários e aumentou a carga horária
para 8 horas por dia. Quanto essa empresa irá gastar com o pagamento desses funcionários em uma
semana?
a) R$ 5.040,00
b) R$ 6.000,00
c) R$ 4.500,00
d) R$ 2.000,00
e) R$ 1.500,00

6. (BNB – FGV, 2014) Em uma agência bancária, dois caixas atendem em média seis clientes em 10
minutos. Considere que, nesta agência, todos os caixas trabalham com a mesma eficiência e que a
média citada sempre é mantida. Assim, o tempo médio necessário para que cinco caixas atendam 45
clientes é de:
a) 45 minutos;
b) 30 minutos;
c) 20 minutos;
d) 15 minutos;
e) 10 minutos.

7. (Enem, 2009) Uma escola lançou uma campanha para seus alunos arrecadarem, durante 30 dias,
alimentos não perecíveis para doar a uma comunidade carente da região. Vinte alunos aceitaram a
tarefa e nos primeiros 10 dias trabalharam 3 horas diárias, arrecadando 12 kg de alimentos por dia.
Animados com os resultados, 30 novos alunos somaram-se ao grupo, e passaram a trabalhar 4 horas
por dia nos dias seguintes até o término da campanha. Admitindo-se que o ritmo de coleta tenha se
mantido constante, a quantidade de alimentos arrecadados ao final do prazo estipulado seria de
a) 920 kg.
b) 800 kg.
c) 720 kg.
d) 600 kg.
e) 570 kg.

5
Matemática

8. (Unicamp, 2001) Uma obra será executada por 13 operários (de mesma capacidade de trabalho)
trabalhando durante 11 dias com jornada de trabalho de 6 horas por dia. Decorridos 8 dias do início da
obra 3 operários adoeceram e a obra deverá ser concluída pelos operários restantes no prazo
estabelecido anteriormente. Qual deverá ser a jornada diária de trabalho dos operários restantes nos
dias que faltam para a conclusão da obra no prazo previsto?
a) 7h 42 min
b) 7h 44 min
c) 7h 46 min
d) 7h 48 min
e) 7h 50 min

9. Numa gráfica existem 3 impressoras off set que funcionam ininterruptamente, 10 horas por dia, durante
4 dias, imprimindo 240 000 folhas. Tendo-se quebrado umas das impressoras e necessitando-se
imprimir, em 6 dias, 480 000 folhas, quantas horas por dia deverão funcionar ininterruptamente as duas
máquinas restantes?
a) 20
b) 8
c) 15
d) 10
e) 8

2
10. 24 operários fazem 5 de determinado serviço em 10 dias, trabalhando 7 horas por dia. Em quantos dias
a obra estava terminada, sabendo-se que foram dispensados 4 operários e o regime de trabalho diminui
uma hora por dia.
a) 8
b) 11
c) 12
d) 21
e) 18

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6
Matemática

Gabaritos

1. A
Temos aqui três grandezas: quantidade de máquinas, número de peças e tempo.
12 − 2000 − 80 6 − 4000 − 𝑥

Tomando o número de peças como referencial, temos que a grandeza quantidade de máquinas é
inversamente proporcional e o tempo é diretamente proporcional, logo, invertemos uma das frações:
6 − 2000 − 80 12 − 4000 − 𝑥

Calculando, temos
80 6 2000
= ⋅
𝑥 12 4000
80 1 2
= ⋅
𝑥 2 4
80 2
=
𝑥 8
2𝑥 = 640
𝑥 = 320

2. B
As grandezas são: quantidade de pedreiros, tempo em dias e altura do muro em metros.
4 − 18 − 2 6 − 𝑥 − 4

Tomando a quantidade de pedreiros como referencial, o tempo é inversamente proporcional e a altura


do muro também é inversamente proporcional, logo, temos:
4 − 𝑥 − 4 6 − 18 − 2

Calculando, temos:
𝑥 4 4
= ⋅
18 6 2
𝑥 16
=
18 12
12𝑥 = 288
𝑥 = 24

3. C
As grandezas são: quantidade de máquinas, quantiadde de perfumes e tempo em dias.
3 − 900 − 12 8 − 1200 − 𝑥

Tomando o tempo como referencial, temos que a quantidade de máquinas é inversamente proporcional
e a quantidade de perfumes é diretamente proporcional. Logo, teremos:
8 − 900 − 12 3 − 1200 − 𝑥

Calculando, temos:
12 8 900
= ⋅
𝑥 3 1200
12 8 3
= ⋅
𝑥 3 4
12 24
=
𝑥 12
24𝑥 = 144
𝑥=6

7
Matemática

4. A
As grandezas que temos são: quantidade de ração, quantidade de cachorros e tempo.
Para o cálculo da questão precisamos saber que 80% de 60 = 0,8 x 60 = 48 kg.
Então temos:
10 − 15 − 60 18 − 𝑥 − 48

Tomando o tempo como referencial, temos que a quantidade de ração é diretamente proporcional e a
quantidade de cachorros é inversamente proporcional. Logo teremos:
18 − 15 − 60 10 − 𝑥 − 48

Calculando, temos:
15 18 60
= ⋅
𝑥 10 48
15 1080
=
𝑥 480
1080𝑥 = 7200
𝑥 = 6,666 …

A questão pede quantos dias, aproximadamente, logo a resposta é: aproximadamente 6 dias.

5. E
Temos três grandezas: quantidade de sanduíche, tempo (em dias) e quantidade de funcionários:
480 − 6 − 4 600 − 4 − 𝑥

Tomando a quantidade de funcionários com referencial, a quantidade de sanduíche é diretamente


proporcional e a quantidade de dias é inversamente proporcional, logo teremos:
480 − 4 − 4 600 − 6 − 𝑥

Calculando, temos:
4 4 480 4 1920
= ⋅ ⇒ = ⇒ 𝑥 = 7,5
𝑥 6 600 𝑥 3600

A questão pergunta quantos funcionários serão necessários. Com 7,5 o objetivo não é atingido. Logo,
precisaremos de 8 funcionários.

Exercícios de vestibulares

1. A
Máq Unif D
16 720 6
x 2160 24

16 720 24
= . ⇒ 𝑥 = 12
𝑥 2160 6

2. C
Operários e horas são inversamente proporcionais e operários e sapatos são diretamente proporcionais
Operário Horas sapatos
16 8 240
x 10 600

16 10 240
= . ⇒ 𝑥 = 32
𝑥 8 600

8
Matemática

3. B
Maq Cartazes d
3 9000 12
8 12000 x

12 8 9000
= . ⇒𝑥=6
𝑥 3 12000

4. B
As relações são diretamente proporcionais, pois aumentando a proporção de trigo, aumenta-se a de
chocolate e açúcar.
Trigo Chocolate Açúcar
500 300 150
2500 x y

500 300 500 150


= =
2500 x 2500 y
x = 1500 y = 750

5. A
A questão diz que a empresa demitiu 3 funcionários, logo, agora são 12 − 3 = 9. Aumentando a carga
horária para 8 horas por dia, em uma semana (7 dias), podemos montar a seguinte relação de proporção:
Funcionários Horas/dia dias Salário
12 6 5 3600
9 8 7 x
Todas as grandezas são diretamente proporcionais em relação ao salário
3600 12 6 5
= ∙ ∙
𝑥 9 8 7
3600 360
=
𝑥 504

Simplificando:
10 1
=
𝑥 504
𝑥 = 5040

6. B
Clientes Caixas Minutos
6 2 10
45 5 X

10 5 6
= . ⇒ 𝑥 = 30
𝑥 2 45

7. A
Alunos Dias Horas Alimento (kg)
20 10 3 120g
50 20 4 x

120 𝑥
= ⇔ 𝑥 = 800𝑘𝑔
20 ⋅ 10.3 50 ⋅ 20 ⋅ 4
Total arrecadado = 800 + 120 = 920 kg

9
Matemática

8. D
Aumentando o nº de horas por dia, diminui o número de dias. Inversamente proporcional.
Aumentando o numero de horas por dia, diminui o numero de operários. Inversamente proporcional.
Chamaremos o número de horas por dia de x e inverteremos as outras frações:
6 10 11
= ⋅
𝑥 13 11
𝑥 = 7,8
Transformando 0,8 horas em minutos: 0,8 x 60= 48
7 horas e 48 minutos.

9. A
Analisando as grandezas: horas/dia com dia é inversa, horas/dia com impressoras é inversa e horas/dia
com folhas é direta.
Impressoras Horas/dia Dias Folhas
3 10 4 240000
2 x 6 480000

10 2 6 240000
= ∙ ∙ ⇒ x = 20
x 3 4 480000

10. D
Supondo o trabalho inteiro sendo 5/5, 2/5 equivalem a 2 partes do trabalho, portanto ainda restam 3
partes para terminar o trabalho.
Operários Partes Dias Horas/dia
24 2 10 7
20 3 x 6

10 2 20 6
= ∙ ∙ ⇒ x = 21
x 3 24 7

10
Matemática

Estudo dos polígonos: definição, classificação, soma dos ângulos


internos e externos, diagonais

Objetivo
Compreender a definição de polígonos, tal como suas classificações e propriedades. Estabelecer um
significado para as propriedades angulares e o número de diagonais de um polígono.

Curiosidade
O prefixo poli significa muitos, enquanto o termo gonos faz referência ao número de lados. Assim, polígonos
carregam o sentido de serem “figuras de muitos lados”.

Teoria

Definição
Polígono é uma linha fechada formada pela união de segmentos de reta, de modo que os segmentos se
encontrem dois a dois em uma única extremidade comum e que não se cruzem no mesmo plano.

Polígonos convexos e não-convexos (côncavo)


O polígono 𝐴𝐵𝐶𝐷𝐸𝐹 é chamado de convexo se, ao tomarmos dois pontos quaisquer na região limitada pelo
polígono, o segmento de reta que os une sempre estará inteiramente contido nesta região. Uma outra maneira
de visualizar se um polígono é convexo ou não, é pelas suas diagonais: se uma diagonal passar por fora do
polígono, ele é não é convexo, sendo chamado de côncavo.

O polígono 𝐴𝐵𝐶𝐷𝐸𝐹 é convexo, uma vez que traçando qualquer segmento como extremidades em seu interior,
o segmento estará inteiramente contido no interior do polígono.

O polígono 𝑀𝑁𝑂𝑃𝑄𝑅𝑆 é não-convexo, uma vez que o segmento 𝑈𝑇, apesar de ter vértices no interior no
polígono, possui um trecho que é externo ao mesmo.
Matemática

Elementos de um polígono convexo


Um polígono convexo tem alguns elementos importantes a serem estudados como: vértices, lados, diagonais,
ângulos internos e ângulos externos.

Vértices
São os pontos 𝐴, 𝐵, 𝐶, 𝐷, 𝐸 e 𝐹. Cada um deles é comum às extremidades de exatamente dois segmentos que
formam o polígono.

Lados
São os segmentos de reta 𝐴𝐵, 𝐵𝐶, 𝐶𝐷, 𝐷𝐸, 𝐸𝐹 e 𝐹𝐴.

Diagonais
São os segmentos de reta que ligam um vértice a outro não consecutivo a ele: 𝐴𝐶, 𝐴𝐷, 𝐴𝐸, 𝐵𝐷, 𝐵𝐸, 𝐵𝐹, 𝐶𝐸, 𝐶𝐹
e 𝐷𝐹. Para encontrar o número de diagonais que um polígono possui, usamos a fórmula:

𝑛(𝑛 − 3)
𝐷=
2

E para encontrar o número de diagonais que partem de cada vértice, usamos a fórmula:
𝑑 =𝑛−3

Ângulos Internos
São formados por dois lados consecutivos contidos na região interna do polígono. São ângulos internos desse
polígono: 𝐴𝐵̂ 𝐶 ou 𝐵̂ , 𝐵𝐶̂ 𝐷 ou 𝐶̂ , 𝐶𝐷 ̂ , 𝐷𝐸̂ 𝐹 ou 𝐸̂ , 𝐸𝐹̂ 𝐴 ou 𝐹̂ e 𝐹𝐴̂𝐵 ou 𝐴̂.
̂ 𝐸 ou 𝐷

A soma dos ângulos internos de um polígono convexo é dada pela fórmula:


𝑆𝑖 = 180°(𝑛 − 2)
Onde 𝑛 é o número de lados do polígono.
Matemática

Ângulos Externos
São os ângulos formados por um lado e pelo prolongamento do seu lado consecutivo.

A soma dos ângulos externos é sempre 360°, qualquer que seja o polígono convexo.
𝑆𝑒 = 360°

Nome dos polígonos quanto ao número de lados

Número de lados Nome do polígono


3 Triângulo
4 Quadrilátero
5 Pentágono
6 Hexágono
7 Heptágono
8 Octógono
9 Eneágono
10 Decágono
11 Undecágono
12 Dodecágono
15 Pentadecágono
20 Icoságono

Observação:
O perímetro de um polígono, representado por 2p, é dado pela soma de todos os seus lados. E p é a
representação de semiperímetro.

Polígonos Regulares
Um polígono regular é aquele que todos os lados possuem mesmo comprimento (equilátero) e que todos os
ângulos internos possuem a mesma medida (equiângulo). Por essas características, eles possuem duas
fórmulas específicas:
Matemática

• Medida do ângulo interno de um polígono regular de 𝑛 lados:


Se a soma dos ângulos internos é 𝑆𝑖 = 180°(𝑛 − 2) e todos esses ângulos possuem mesma medida, cada
ângulo interno terá:
180°(𝑛 − 2)
𝑎𝑖 =
𝑛

• Medida do ângulo externo de um polígono regular de 𝑛 lados:


Se a soma dos ângulos externos é 𝑆𝑒 = 360° e todos esses ângulos possuem mesma medida, cada ângulo
externo terá:
360°
𝑎𝑒 =
𝑛
Matemática

Exercícios de fixação

1. Reflita e responda às seguintes perguntas. Dê exemplos que sustentem a sua resposta:


a) Todo polígono equiângulo (com ângulos de mesma medida) é equilátero?
b) Todo polígono equilátero é equiângulo?

2. Construa em seu caderno um polígono convexo qualquer, com quantos lados queira. Escolha um único
vértice e trace todas as suas diagonais.
a) Em quantos triângulos o polígono original ficou dividido?
b) Se tivéssemos um polígono de 𝑛 lados e fizéssemos a mesma construção, em quantos triângulos
o polígono estaria dividido?
c) Relembremos: a soma dos ângulos internos de um triângulo qualquer é sempre 180°. Volte ao
polígono que você construiu no início dessa questão. Quanto vale a soma dos ângulos internos de
todos os triângulos que foram obtidos por você, juntos?
d) E qual seria a soma dos ângulos internos de todos esses triângulos em um polígono de 𝑛 lados,
como pensado no item b?

3. Observe a figura abaixo que representa um parque na forma de um polígono convexo. Imagine-se agora
no vértice 𝐴 desse polígono. Sempre olhando em frente, você caminha sobre os lados do polígono, indo
de 𝐴 para 𝐵, de 𝐵 para 𝐶 e assim sucessivamente até retornar ao vértice 𝐴. Você sempre anda com o
seu pescoço reto, só girando o seu corpo o suficiente ao fazer uma curva. Ao final dessa caminhada, o
seu corpo fez um giro de quantos graus no total? Que propriedade de polígonos convexos podemos
concluir a partir desse experimento?
Matemática

4. Construa em seu caderno três polígonos convexos quaisquer, cada um com quantos lados queira, mas
cada um com um número diferente de lados. Em seguida, escolha um único vértice de cada um desses
polígonos e trace todas as diagonais que partem desse vértice.
a) Quantas diagonais você obteve a partir do vértice escolhido em cada polígono? Se escolhesse um
vértice diferente em cada polígono, esses valores ainda seriam os mesmos?
b) Agora, avalie o número de lados dos polígonos desenhados e o número de diagonais que partem
de cada vértice do respectivo polígono. Qual a relação entre esses valores? Para um polígono de
𝑛 lados, qual a relação entre o número 𝑛 de lados e de diagonais que partem de cada vértice?
c) Volte aos seus polígonos e termine de traçar todas as diagonais que saem de cada vértice. Se você
se deparar com uma diagonal que já foi traçada, mas agora ela está partindo de outro vértice, dê
um risco sobre ela para indicar que você a traçou duas vezes. Ao final desse experimento, quantas
diagonais estavam com um risco? Dessa forma, responda: o que aconteceria se, para contarmos
o número total de diagonais de um polígono de 𝑛 lados, simplesmente somássemos o número de
diagonais que partem de cada um dos 𝑛 vértices?
d) Lembre-se de que o número total de diagonais de um polígono convexo é dado pela relação 𝑑 =
𝑛(𝑛−3)
. Baseado no que foi feito nos itens anteriores, tente explicar com as suas palavras o porquê
2
de essa fórmula ser assim.

5. Observe os oito polígonos regulares abaixo, com lados variando de três (triângulo) à dez (decágono).

a) Atente-se para os polígonos regulares com número par de lados. Perceba que para cada um dos
vértices há um outro vértice que está “do outro lado” do polígono. Isto é, há pares de vértices
simétricos em relação ao centro do polígono. O mesmo ocorre para os polígonos com número
ímpar de lados?
b) Utilizando o item anterior, chegue a uma conclusão: qual o número de diagonais de um polígono
regular de 𝑛 lados, sendo 𝑛 um número par, que passam pelo centro do polígono? E se 𝑛 é ímpar?
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, PPL, 2016) Um gesseiro que trabalhava na reforma de uma casa lidava com placas de gesso
com formato de pentágono regular quando percebeu que uma peça estava quebrada, faltando uma
parte triangular, conforme mostra a figura.

Para recompor a peça, ele precisou refazer a parte triangular que faltava e, para isso, anotou as medidas
dos ângulos 𝑥 = 𝐸Â𝐷 𝑒 𝑦 = 𝐸𝐷𝐴 do triângulo ADE. As medidas x, y e z, em graus, desses ângulos são,
respectivamente,
a) 18, 18 e 108
b) 24, 48 e 108
c) 36, 36 e 108
d) 54, 54 e 72
e) 60, 60 e 60

2. (UTFPR, 2019) O valor de 𝑥 no pentágono abaixo é igual a:

a) 25°
b) 40°
c) 250°
d) 540°
e) 1.000°
Matemática

3. (IFPE, 2019) “Há uns dez anos, um aluno, cujo nome infelizmente não recordo, apareceu na escola com
algumas peças de seu artesanato. Trabalhando com madeira, pregos e linhas de várias cores, ele
compunhas paisagens, figuras humanas e motivos geométricos. Foi a primeira vez que vi esse tipo de
artesanato. Depois disso, vi muitos outros trabalhos na mesma linha (sem trocadilho!). Certo dia,
folheando um livro, vi o desenho de um decágono regular e suas diagonais.”

Observe que, no decágono que ilustra o texto acima, o aluno citado usou vários pedaço sde linha para
compor os lados e as diagonais do polígono. Cada lado e cada diagonal foi construído com,
exatamente, um pedaço de linha. A quantidade de pedaços de linha usados para formar as diagonais
do decágono é
a) 50
b) 70
c) 25
d) 40
e) 35

4. (IFCE, 2015) Um robô, caminhando em linha reta, parte de um ponto 𝐴 em direção a um ponto 𝐵, que
distam entre si cinco metros. Ao chegar ao ponto 𝐵, gira novamente 60° à esquerda e caminha mais
cinco metros, repetindo o movimento e o giro até retornar ao ponto de origem. O percurso do robô
formará um polígono regular de
a) 10 lados.
b) 9 lados.
c) 8 lados.
d) 7 lados.
e) 6 lados.
Matemática

5. (Enem, PPL, 2018) As Artes Marciais Mistas, tradução do inglês: MMA - mixed martial arts, são
realizadas num octógono regular. De acordo com a figura, em certo momento os dois lutadores estão
respectivamente nas posições G e F, e o juiz está na posição I. O triângulo IGH é equilátero e GIF é o
ângulo formado pelas semirretas com origem na posição do juiz, respectivamente passando pelas
posições de cada um dos lutadores.

A medida do ângulo GÎF é


a) 120°
b) 75°
c) 67,5°
d) 60°
e) 52,5°

6. (Unifesp, 2003) Pentágonos regulares congruentes podem ser conectados, lado a lado, formando uma
estrela de cinco pontas, conforme destacado na figura.

Nestas condições, o ângulo 𝜃 mede:


a) 108°.
b) 72°.
c) 54°.
d) 36°.
e) 18°.
Matemática

7. (Uerj, 2020) Três pentágonos regulares congruentes e quatro quadrados são unidos pelos lados
conforme ilustra a figura a seguir.

Acrescentam-se outros pentágonos e quadrados, alternadamente adjacentes, até se completar o


polígono regular 𝐴𝐵𝐶𝐷𝐸𝐹𝐺𝐻. . . 𝐴, que possui dois eixos de simetria indicados pelas retas 𝑟 e 𝑠. Se as
retas perpendiculares 𝑟 e 𝑠 são mediatrizes dos lados 𝐴𝐵 e 𝐹𝐺, o número de lados do polígono
𝐴𝐵𝐶𝐷𝐸𝐹𝐺𝐻. . . 𝐴 é igual a:
a) 18
b) 20
c) 24
d) 30
e) 36

8. (UFRGS, 2016) Um desenhista foi interrompido durante a realização de um trabalho, e seu desenho
ficou como na figura abaixo.

Se o desenho estivesse completo, ele seria um polígono regular composto por triângulos equiláteros
não sobrepostos, com dois de seus vértices sobre um círculo, e formando um ângulo de 40° como
indicado na figura. Quando a figura estiver completa, o número de triângulos equiláteros com dois de
seus vértices sobre o círculo é
a) 10.
b) 12.
c) 14.
d) 16.
e) 18.
Matemática

9. (Enem Libras, 2014) Um fabricante planeja colocar no mercado duas linhas de cerâmicas para
revestimento de pisos. Diversas formas possíveis para as cerâmicas foram apresentadas e decidiu-se
que o conjunto P de formas possíveis seria composto apenas por figuras poligonais regulares. Duas
formas geométricas que fazem parte de P são
a) triângulo e pentágono
b) triângulo e hexágono
c) triângulo e octógono
d) hexágono e heptágono
e) hexágono e octógono
Matemática

10. (Enem, 2002) Na construção civil, é muito comum a utilização de ladrilhos ou azulejos com a forma de
polígonos para o revestimento de pisos ou paredes. Entretanto, não são todas as combinações de
polígonos que se prestam a pavimentar uma superfície plana, sem que haja falhas ou superposições
de ladrilhos, como ilustram as figuras:

A tabela traz uma relação de alguns polígonos regulares, com as respectivas medidas de seus ângulos
internos.

Se um arquiteto deseja utilizar uma combinação de dois tipos diferentes de ladrilhos entre os polígonos
da tabela, sendo um deles octogonal, o outro tipo escolhido deverá ter a forma de um
a) triângulo.
b) quadrado.
c) pentágono.
d) hexágono.
e) eneágono.

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Matemática

Gabaritos
Exercícios de fixação
1. a) Não. Podemos pensar no retângulo, que possui todos os ângulos medindo 90°, mas seus lados não
necessariamente possuem a mesma medida.
b) Não. Podemos pensar no losango, que possui todos os lados de mesma medida, mas seus ângulos
não necessariamente possuem mesma medida.

2. a) Resposta pessoal. O número de triângulos é sempre duas unidades menor que o número de lados do
polígono.
b) O polígono teria 𝑛 − 2 triângulos.
c) Resposta pessoal. Deve ser o resultado do produto 180° ∙ (𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑖â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜𝑠)
d) A soma seria 180° ∙ (𝑛 − 2). Dessa forma, concluímos o porquê de a fórmula da soma dos ângulos
internos de um polígono convexo ser essa.

3. Ao longo do trajeto seu corpo terá dado um giro completo de 360°. Esse valor também corresponde ao
total que seu ângulo de visão percorreu durante todo o trajeto. Isso nos leva a concluir que a soma dos
ângulos externos de um polígono convexo sempre é 360°.

4. a) Resposta pessoal, mas a resposta independe de qual polígono você escolha.


b) O número de diagonais será sempre três unidades menor que o número de lados do polígono, uma
vez que um vértice não faz diagonal com si mesmo nem com os vértices adjacentes. Assim, de cada um
dos 𝑛 vértices partem 𝑛 − 3 diagonais.
c) Todas as diagonais devem ter um risco. Isto é, se traçamos todas as diagonais que partem de cada
vértice, vamos traçar todas as diagonais mais de uma vez (uma vez saindo de um vértice e chegando no
outro, a outra no caminho inverso). Assim, essa forma de contagem nos faria contar o dobro de
diagonais.
d) Se de cada vértice saem 𝑛 − 3 diagonais e temos 𝑛 vértices, teríamos 𝑛(𝑛 − 3) diagonais. Porém, esse
processo nos faz contar cada diagonal duas vezes, como visto no item anterior. Assim, o número de
𝑛(𝑛−3)
diagonais de um polígono é 𝑑 = .
2

5. a) Não ocorre a mesma coisa. Nenhum dos vértices tem um correspondente simétrico em relação ao
centro, do outro lado do polígono.
b) No caso de 𝑛 ser par, cada um dos vértices tem um correspondente simétrico, que está “do outro lado”
𝑛
do polígono regular. Por esse motivo, podemos dizer que temos pares de vértices simétricos. Note que
2
a diagonal que sai de um vértice e vai até o vértice oposto necessariamente passa pelo centro do
𝑛
polígono regular. Assim, diagonais passam pelo centro. No caso de 𝑛 ímpar, não há esse
2
correspondente simétrico e, com isso, nenhuma diagonal passa no centro do polígono regular.
Obs.: essas relações só valem para polígonos regulares.

Exercícios de vestibulares
1. C
Pentágono regular → 𝑧 é ângulo interno
𝑆{𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜𝑠} = 180°(𝑛 − 2) = 180° ∙ (5 − 2) = 540°
𝑆{𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜𝑠} 540°
𝑧= = = 108°
𝑛 5
𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 180°
𝑥=𝑦
2𝑥 + 108 = 180 → 2𝑥 = 72° → 𝑥 = 𝑦 = 36°
Matemática

2. B
A soma dos ângulos internos de um polígono convexo pode ser calculada por meio da fórmula a seguir,
onde 𝑛 é o número de lados do polígono.
𝑆𝑖 = 180° ∙ (𝑛 − 2)

Ou seja, a soma dos ângulos internos de um pentágono será


𝑆𝑖 = 180° ∙ (𝑛 − 2) = 180° ∙ (5 – 2) = 180° ∙ 3 → 𝑆𝑖 = 540°

Assim, sabendo que a soma dos ângulos internos do pentágono é 540°, podemos escrever que:
5
540 = 2𝑥 + 30 + 𝑥 + 2𝑥 + 2𝑥 + 50 + 4𝑥 – 40
2
5
540 = 10𝑥 + 𝑥 + 40 → 1000 = 25𝑥 → 𝑥 = 40°
2

3. E
Calculando o número de diagonais do decágono:
𝑛 ∙ (𝑛 − 3) 10 ∙ (10 − 3)
𝑑= = = 35
2 2

4. E

O trajeto do robô será um polígono regular de lado 5 𝑚 e ângulo externo 60°. Como 360° ∶ 6 = 60°
(usamos a fórmula de ângulo externo de um polígono regular), concluímos que o polígono pedido possui
6 lados.

5. E
Se o octógono é regular, então FG = GH e 𝐹𝐺̂ 𝐻 = 135°.
Ademais, sendo o triângulo GHI equilátero, vem GI = FG e 𝐻𝐺̂ 𝐼 = 60°.
Em consequência, triângulo FGI é isóscele de base FI, implicando, portanto, em 𝐺𝐹̂ 𝐼 ≡ 𝐺𝐼̂𝐹. Desse modo,
temos
𝐹𝐺̂ 𝐼 = 𝐹𝐺̂ 𝐻 − 𝐻𝐺̂ 𝐼
= 135° − 60°
= 75°

A resposta é
1 1
𝐺𝐼̂𝐹 = (180° − 𝐹𝐺̂ 𝐼) = ∙ 105° = 52,5°
2 2

6. D
Pela figura, a soma dos 3 ângulos internos dos pentágonos com o ângulo 𝜃 é igual a 360° (uma volta
completa). Logo, temos que descobrir a medida dos ângulos internos de um pentágono regular.
A fórmula da medida dos ângulos internos de um polígono regular é:
180° ∙ (𝑛 − 2)
𝑆𝑖 =
𝑛
Onde 𝑛 é a quantidade de lados do polígono.
Matemática

Desse modo, cada um dos pentágonos terá soma dos ângulos internos igual a:
180° ∙ (5 − 2)
𝑆𝑖 =
5
180° ∙ 3 540°
𝑆𝑖 = = = 108°
5 5

Agora, como a soma desses 3 ângulos de medida 108° com o ângulo 𝜃 deve ser 360°, temos que:
108° + 108° + 108° + 𝜃 = 360°
324° + 𝜃 = 360°
𝜃 = 360° − 324°
𝜃 = 36°

7. B
A questão nos diz que o polígono regular 𝐴𝐵𝐶𝐷𝐸𝐹𝐺𝐻. . . 𝐴 possui dois eixos de simetria.
1
A saber, as retas 𝑟 e 𝑠. Por isso, podemos afirmar que o quadrante mostrado no desenho representa do
4
polígono.
Contando os lados, vemos que, neste quadrante, temos 5 lados. Multiplicando por 4, por serem 4
quadrantes, temos como resultado 20. Ou seja, o polígono possui 20 lados.

8. E

A medida de cada um dos ângulos internos do polígono será 60° + 60° + 40° = 160°.
Portanto, cada um de seus ângulos externos será de 20°. Admitindo que 𝑛 é o número de lados do
polígono regular, podemos escrever:
360° 360°
= 20° → 𝑛 = → 𝑛 = 18
𝑛 20°

Logo, o número de triângulos será igual ao número de lados, ou seja 18.

9. B
Para o polígono revestir o piso, o seu ângulo interno deve ser divisor de 360º
No triângulo equilátero, temos que todos os ângulos internos é igual a 60°, logo é divisor de 360º.
Aplicando a fórmula do ângulo interno para os outros polígonos, temos
180(𝑛 − 2)
𝑎𝑖 =
𝑛

Logo,
180(5−2)
Pentágono - 𝑎5 = = 36 ∙ 3 = 108° ( 𝑛ã𝑜 é 𝑑𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟 𝑑𝑒 360°)
5
180(6−2)
Hexágono - 𝑎6 = = 30 ∙ 4 = 120° ( é divisor de 360°)
6
180(7−2) 900
Heptágono – 𝑎7 = = = 128,6° ( 𝑛ã𝑜 é 𝑑𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟 𝑑𝑒 360°)
7 7
180(8−2) 1080°
Octógono - 𝑎8 = = = 135° ( 𝑛ã𝑜 é 𝑑𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟 𝑑𝑒 360°)
8 8
Logo, só podemos revestir com triângulos equiláteros e hexágonos.
Matemática

10. B

Cada ângulo interno do octógono regular mede 135° e cada ângulo interno do quadrado mede 90°.
Somando, verificamos que 135° + 135° + 90° = 360°. Portanto, o polígono pedido é o quadrado.
Português

Conjunções (conceito, locução conjuntiva)

Objetivos
Reconhecer os usos da norma-padrão da língua nas diferentes situações de comunicação, perceber que o
emprego das conjunções auxilia na organização e progressão temática do texto e analisar que as conjunções
desempenham diferentes valores semânticos e podem ser polissêmicas.

Curiosidade
As conjunções são os principais operadores argumentativos e conectivos. Por isso, são extremamente
importantes para garantir a coesão textual e do discurso. Além disso, dentre as 5 competências, a partir das
quais a banca avalia a redação no Enem, existe uma (a competência IV) que exige, para que se alcance a nota
máxima, um repertório eficiente e variado de conjunções.

Teoria

Conjunção é uma classe de palavra invariável que tem como objetivo ligar termos ou orações de mesma
função sintática. Elas podem ser classificadas como coordenativas ou subordinativas, dependendo da
relação que estabeleçam entre as orações. As conjunções, junto com as preposições, são, genericamente,
chamadas de conectivos, visto que atuam na coesão textual.

Locução conjuntiva
A locução conjuntiva é a expressão formada por duas ou mais palavras que, juntas, exercem função de
conjunção. Vejamos algumas delas:
• Uma vez que
• Visto que
• Além disso
• A fim de
• Desde que
• Por mais que
• Apesar de
Português

• À medida que
• Já que

Ex.: Voltei cedo da praia já que estava chovendo.


Devido ao atraso, o voo foi cancelado.

Classificação das conjunções


As conjunções devem ser classificadas de acordo com duas perspectivas: a sintática e a semântica.
● Perspectiva sintática: devemos analisar se a conjunção está conectando duas orações independentes
sintaticamente (coordenativa) ou introduzindo uma oração que exerce função sintática em relação à
outra (subordinativa).

● Perspectiva semântica: essa é a principal análise que devemos fazer sobre essa classe gramatical, por
ser cobrada nos vestibulares e determinante para a produção textual. As conjunções ajudam a
estabelecer diferentes relações semânticas entre os termos ou orações que elas conectam. Essas
relações podem ser de adição, adversidade, alternância, conclusão, explicação, causa, consequência,
comparação, condição, concessão, conformidade, finalidade, proporção e temporalidade.

Atenção!
Existem, também, as conjunções integrantes (“que” e “se”), que não estabelecem valor semântico, apenas
unem sintaticamente as orações.
Veja alguns exemplos em relação ao uso e ao sentido das conjunções a partir dos enunciados a seguir:
I. João foi ao cinema e ao restaurante.
II. Mariana gostaria que seu namorado chegasse.
III. André comeu tanto que passou mal.

No primeiro caso, a conjunção “e” está ligando dois termos ("ao cinema", "ao restaurante") sintaticamente
independentes (coordenados), conferindo-lhes uma relação semântica de adição.
No segundo, a conjunção “que” não estabelece valor semântico entre as orações, apenas liga sintaticamente
a segunda oração (subordinada) à oração principal.
No terceiro, a locução conjuntiva “que” – em correlação com o advérbio "tanto" – evidencia que a segunda
oração representa a consequência da primeira.
Português

Exercícios de fixação

1. As conjunções são importantes para


a) Expressar sentimentos
b) Qualificar substantivos
c) Garantir a articulação das partes do texto

2. Qual dessas conjunções não desempenha valor semântico?


a) Coordenativas
b) Subordinativas
c) Integrantes

3. Quais são as conjunções integrantes?

4. Qual conjunção pode completar o espaço a seguir: Bruno foi para casa ______ estava se sentindo mal.
a) Embora
b) Pois
c) Contudo

5. Construa uma frase (é permitido fazer alterações, se necessário) empregando uma conjunção ou
locução conjuntiva a fim de unir as seguintes ideias:
i. João foi à festa.
ii. João estava cansado.
Português

Exercícios de vestibulares

1. Como o novo jogo “Pokémon Go” coloca pessoas para andar e já causou problemas com a polícia
Depois de muita espera, ele está causando um rebuliço nos países onde já foi lançado. Tanto é que até
a polícia precisou intervir. Pelo menos foi o que ocorreu na Austrália, onde as autoridades precisaram
emitir um alerta para que jogadores de “Pokémon Go” não se aventurassem em lugares perigosos,
como túneis, ou recomendar que os mesmos tirem “os olhos do telefone e olhem para os dois lados da
rua antes de atravessar”.
“Pokémon Go” é a atualização mais recente da franquia de jogos de videogame lançada pela Nintendo
há 20 anos. A nova versão começou a ser lançada mundialmente há poucos dias e leva jogadores a
procurar pokémons em museus, parques, esquinas, em seus banheiros e até no porta-luvas do carro.
Toda essa atividade, contudo, levou preocupações com a segurança.
Portal de notícias – R7.

Em “Toda essa atividade, contudo, levou a preocupações com segurança”, a conjunção destacada
estabelece uma ideia de:
a) causa.
b) condição.
c) conclusão.
d) adição.
e) oposição.

2. (Mackenzie) "De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem
as lrteas de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lrteas etejasm no
lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma ttaol bçguana que vcoê pdoe anida ler sem pobrlmea. Itso é poqrue
nós não lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo."
Não, o trecho acima não foi publicado por descuido. Trata-se de uma brincadeira que está circulando
na internet, mas que é baseada em princípios científicos: “O cérebro aplica um sistema de inferência
nos processos de leitura. Esse sistema, chamado ‘sistema de preenchimento’, baseia em pontos nodais
ou relevantes, a partir dos quais o cérebro completa o que falta ou coloca as partes corretas nos seus
devidos lugares”, explica o neurologista Benito Damasceno.
Silveira, Evanildo da.
Considere as seguintes afirmações sobre o segundo parágrafo:
I. A conjunção “mas” em “mas que é baseada” permite pressupor que conhecimentos científicos,
geralmente, não se manifestam em brincadeiras.
II. A negativa (“Não, o trecho [...]”) com que é iniciado tem a função de simular um diálogo com o
leitor.
III. Os dois-pontos em “é baseada em princípios científicos:” introduzem trecho que fundamenta a
informação enunciada anteriormente.

Assinale:
a) se todas as alternativas estiverem corretas.
b) se todas as alternativas estiverem incorretas.
c) se apenas I e II estiverem corretas.
d) se apenas I e III estiverem corretas.
e) se apenas II e III estiverem corretas.
Português

3. O Boi
Ó solidão do boi no campo,
ó solidão do homem na rua!
Entre carros, trens, telefones,
entre gritos, o ermo profundo.
Ó solidão do boi no campo,
ó milhões sofrendo sem praga!
Se há noite ou sol, é indiferente,
a escuridão rompe com o dia.
Ó solidão do boi no campo,
homens torcendo-se calados!
A cidade é inexplicável
e as casas não têm sentido algum.
Ó solidão do boi no campo!
O navio-fantasma passa
em silêncio na rua cheia.
Se uma tempestade de amor caísse!
As mãos unidas, a vida salva...
Mas o tempo é firme. O boi é só.
No campo imenso a torre de petróleo.
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Obra Completa. 2a Ed. Rio de Janeiro: José Aguilar Editora, 1967. p. 122.

Observe os versos:
“Se há noite ou sol, é indiferente,
a escuridão rompe com o dia.”

A expressão que, empregada para ligar esses versos, expressa noção adequada ao contexto é:
a) portanto, com sentido de conclusão.
b) desde que, com sentido de condição.
c) embora, com sentido de concessão.
d) pois, com sentido de explicação.
e) que, com sentido de consequência.

4. (PUC-RS) “Deboísta” é quem é adepto da filosofia do “ser de boa” – explica Carlos Abelardo, 19 anos,
estudante de Ciências Biológicas na Universidade Federal de Goiás e criador, ao lado da namorada,
Laryssa de Freitas, da página no Facebook “Deboísmo”. – É aquela pessoa que não se deixa levar por
problemas bestas, que, mesmo discordando de alguém, não parte para a agressão. É a pessoa calma,
que escolhe o lutar em vez de brigar. Segundo Abelardo, o movimento é apartidário, mas político. E
sobre a escolha do símbolo, que é uma preguiça, ele diz que a calmaria natural do animal passa uma
sensação automática de “ficar de boas”. – É o animal mais de boa – diz.
Disponível em: http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/ conheca-deboismo-nova-filosofia-de-boas-da-internet-
17392121. Acesso em 02 abr. 2016. Adaptado.

O emprego de “mas” em “o movimento é apartidário, mas político” permite afirmar que:


a) aderir a essa filosofia de vida implica não pertencer a partido político algum.
b) participar das manifestações políticas do país faz parte das ações apoiadas pelo movimento.
c) ser apartidário não significa eximir-se do envolvimento com a política.
d) não se envolver com partidos políticos é uma forma de negar a política.
e) discordar dos partidos políticos é uma das características do “Deboísmo”.
Português

5. (Fuvest) Nas frases abaixo, cada espaço pontilhado corresponde a uma conjunção retirada.
1. "Porém já cinco sóis eram passados (....) dali nos partíramos."
2. (....) estivesse doente faltei à escola.
3. (...) haja maus nem por isso devemos descrer dos bons.
4. Pedro será aprovado (...) estude.
5. (...) chova sairei de casa.

As conjunções retiradas são, respectivamente:


a) quando, embora, mesmo que, desde que, ainda que.
b) que, como, embora, desde que, ainda que.
c) como, que, porque, ainda que, desde que.
d) que, ainda que, embora, como, logo que.
e) que, quando, embora, desde que, já que

6. (Enem) Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de infarto,
mas também de problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter uma alimentação
saudável e praticar atividade física regularmente já reduz, por si só, as chances de desenvolver vários
problemas. Além disso, é importante para o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de
glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a capacidade física, fatores que,
somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se, nesses casos, com acompanhamento médico
e moderação, é altamente recomendável.
ATALIA, M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009.

As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na construção do


sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, que
a) a expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias.
b) o conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste.
c) o termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma generalização.
d) o termo “Também” exprime uma justificativa.
e) o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose no sangue”.
Português

7. (Simulado INEP) Aumento do efeito estufa ameaça plantas, diz estudo.


O aumento de dióxido de carbono na atmosfera, resultante do uso de combustíveis fósseis e das
queimadas, pode ter consequências calamitosas para o clima mundial, mas também pode afetar
diretamente o crescimento das plantas. Cientistas da Universidade de Basel, na Suíça, mostraram que,
embora o dióxido de carbono seja essencial para o crescimento dos vegetais, quantidades excessivas
desse gás prejudicam a saúde das plantas e têm efeitos incalculáveis na agricultura de vários países.
O Estado de São Paulo, 20 set. 1992, p.32.

O texto acima possui elementos coesivos que promovem sua manutenção temática. A partir dessa
perspectiva, conclui-se que
a) a palavra “mas”, na linha 2, contradiz a afirmação inicial do texto: linhas 1 e 2.
b) a palavra “embora”, na linha 4, introduz uma explicação que não encontra complemento no
restante do texto.
c) as expressões: “consequências calamitosas”, na linha 2, e “efeitos incalculáveis”, na linha 6,
reforçam a ideia que perpassa o texto sobre o perigo do efeito estufa.
d) o uso da palavra “cientistas”, na linha 3, é desnecessário para dar credibilidade ao texto, uma vez
que se fala em “estudo” no título do texto.
e) a palavra “gás”, na linha 5, refere-se a “combustíveis fósseis” e “queimadas”, nas linhas 1 e 2,
reforçando a ideia de catástrofe.

8. (Enem, PPL) Miss Universo: "As pessoas racistas devem procurar ajuda"
São Paulo - Leila Lopes, de 25 anos, não é a primeira negra a receber a faixa de Miss Universo. A
primazia coube a Janelle "Penny" Commissiong, de Trinidad e Tobago, vencedora do concurso em
1977. Depois dela vieram Chelsi Smith, dos Estados Unidos, em 1995; Wendy Fitzwilliam, também de
Trindad e Tobago, em 1998, e Mpule Kwelagobe, de Botswana, em 1999. Em 1986, a gaúcha Deise
Nunes, que foi a primeira negra a se eleger Miss Brasil, ficou em sexto lugar na classificação geral.
Ainda assim a estupidez humana faz com que, vez ou outra, surjam manifestações preconceituosas
como a de um site brasileiro que, às vésperas da competição, e se valendo do anonimato de quem o
criou, emitiu opiniões do tipo "Como alguém consegue achar uma preta bonita?" Após receber o título,
a mulher mais linda do mundo - que tem o português como língua materna e também fala fluentemente
o inglês - disse o que pensa de atitudes como essa e também sobre como sua conquista pode ajudar
os necessitados de Angola e de outros países.
COSTA, D. Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 10 set 2011 (adaptado)

O uso da expressão “ainda assim” presente nesse texto tem como finalidade
a) criticar o teor das informações fatuais até ali veiculadas.
b) questionar a validade das ideias apresentadas anteriormente.
c) comprovar a veracidade das informações expressas anteriormente.
d) introduzir argumentos que reforçam o que foi dito anteriormente.
e) enfatizar o contrassenso entre o que é dito antes e o que vem em seguida.
Português

9. (USS, adaptada) Considere parte da entrevista para responder à questão:


Entrevista com o escritor Mia Couto
1. Quais seus principais como cinetista?
Sou biólogo e ecologista. O que me fascina é a fronteira entre a descoberta científica e a margem de
mistério que sempre subsiste. Mas sobretudo a biologia me ajudou a repensar-me como pessoa
solidária e de identidades partilhadas. A biologia ensinou-me a entender outras linguagens, ensinou-
me a fala das árvores, a fala dos que não falam. Resgatei uma intimidade perdida com criaturas que
parecem muito distantes de nós. Hoje em nenhum lugar me sinto uma criatura solitária. Com ela
entendi a vida como uma história, uma narrativa perpétua de que somos apenas uma pequena parte.
2. O senhor afirmou uma vez que os cientistas estão perdendo o desafio de ter dúvidas. Quais são as
suas?
Mais do que dúvidas, tenho receios. Penso que aos poucos a ecologia tenha sido recuperada e
doemsticada. A ecologia oferecia uma visão inovadora e capaz de questionar o homem como centro e
proprietário do patrimônio natural. Hoje generalizou-se uma terminologia simplificada que confirma
esse lugar de pretensos administradores dos patrimônios naturais que curiosamente são designados
por “recursos”. As próprias pessoas são designadas por “recursos humanos”. O termo “ecológico”
passou a ser uma etiqueta de marketing. Há sabonetes ecológicos, palitos ecológicos. Não tarda que
haja armamento ecológico.
Adaptado de https://istoe.com.br/teremos-que-inventar-um-outro-modo-de-fazer-politica/, 15/06/2017

(i) Mas sobretudo a biologia me ajudou a repensar-me como pessoa solidária (l. 3)
(ii) Hoje em nenhum lugar me sinto uma criatura solitária. (l. 6)

Na resposta à pergunta 1, o trecho (ii) expressa em relação ao trecho (i) ideia de:
a) condição
b) concessão
c) conclusão
d) comparação
Português

10. (Enem, 2014) Tarefa


Morder o fruto amargo e não cuspir
Mas avisar aos outros quanto é amargo
Cumprir o trato injusto e não falhar
Mas avisar aos outros quanto é injusto
Sofrer o esquema falso e não ceder
Mas avisar aos outros quanto é falso
Dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a noção pulsar
— do amargo e injusto e falso por mudar —
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.
CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.

Na organização do poema, os empregos da conjunção “mas” articulam, para além de sua função
sintática,
a) a ligação entre verbos semanticamente semelhantes.
b) a oposição entre ações aparentemente inconciliáveis.
c) a introdução do argumento mais forte de uma sequência.
d) o reforço da causa apresentada no enunciado introdutório.
e) a intensidade dos problemas sociais presentes no mundo.

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Português

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
Como vimos no resumo, as conjunções são extremamente importantes para a coesão textual.

2. C
As conjunções integrantes apenas unem sintaticamente as orações.

3. As conjunções integrantes são “que” e “se”.

4. B
A segunda oração justifica a primeira.

5. Aqui, devemos estabelecer uma quebra de expectativa. Por isso, podemos construir de diferentes
maneiras, contanto que empreguemos conjunções e locuções conjuntivas adversativas ou concessivas.
João foi à festa, embora estivesse cansado.
João foi à festa, ainda que estivesse cansado.
João foi à festa, mesmo que estivesse cansado.
João estava cansado, mas foi à festa.
João estava cansado, no entanto, foi à festa.

Exercícios de vestibulares

1. E
A conjunção apresenta uma ideia de adversidade, oposição. Portanto, pode ser substituída, sem perda
de sentido, por conjunções como: “porém” e “entretanto”.

2. A
A conjunção “mas” estabelece uma relação de oposição, mostrando que, mesmo sendo uma brincadeira,
é baseada em princípios científicos.

3. D
Como o segundo verso explica uma condição expressa pelo primeiro, deve-se utilizar uma conjunção que
tenha valor explicativo, portanto, a conjunção “pois”.

4. C
A conjunção “mas” introduz o argumento mais forte. Dessa forma, podemos entender que o fato de essa
filosofia não pertencer a nenhum partido político específico não faz com que ela deixe de ser política.

5. B
“Que” – explicação; “Como” – causa; “Embora” – contraste/concessão; “Desde que” – condição; “Ainda
que” – concessão.

6. A
A expressão “além disso” marca a adição de uma ideia à outra. Ou seja, uma sequenciação.

7. C
As demais alternativas apresentam afirmações incorretas acerca da manutenção temática do texto. O
conectivo “mas” não exprime uma oposição de ideias, o que é afirmado na opção A, mas uma adição à
sequenciação anteriormente feita, assim como o conectivo “embora” introduz uma concessão, ao
contrário da explicação que a opção B sugere. Na opção C, no entanto, encontramos uma informação
Português

correta, já que as expressões relacionadas retomam o tema central do texto, as consequências do efeito
estufa. No entanto, nas opções D e E, novamente encontramos falsas assertivas, já que a expressão
“cientistas” é necessária para efeito de credibilidade da informação, e “gás” faz referência não a
combustíveis fósseis e queimadas, como sugere a opção E, mas a dióxido de carbono.

8. E
No contexto em questão, a expressão “ainda assim” possui valor adversativo, enfatizando o
contrassenso entre o que é dito anteriormente e o que será enunciado em seguida.

9. C
A frase ii pode ser entendida como uma conclusão em relação ao que foi dito na frase i. Para ter certeza,
é possível acrescentar conectivos conclusivos como “Dessa forma” e “Assim”.

10. C
Uma das características das conjunções adversativas é introduzir o argumento mais forte, além de
marcar a oposição.
Português

Conjunções: coordenativas x subordinativas + valores das coordenativas

Objetivos
Reconhecer os usos da norma-padrão da língua nas diferentes situações de comunicação, perceber que o
emprego das conjunções auxilia na organização e progressão temática do texto e analisar que as conjunções
desempenham diferentes valores semânticos e podem ser polissêmicas.

Curiosidade
As conjunções são os principais operadores argumentativos e conectivos. Por isso, são extremamente
importantes para garantir a coesão textual e do discurso. Além disso, dentre as 5 competências, a partir das
quais a banca avalia a redação no Enem, existe uma (a competência IV) que exige, para que se alcance a nota
máxima, um repertório eficiente e variado de conjunções.

Teoria

As conjunções podem ser classificadas em:


● Coordenativas - quando introduzem uma oração que não estabelece função sintática em relação à outra.
● Subordinativas - quando introduzem uma oração que exerce função sintática em relação à oração
principal.

Veja os exemplos:
a) Rodrigo dormiu cedo, mas acordou cansado.
b) Luana saiu de casa assim que começou a chover.

No primeiro exemplo, a conjunção “mas” apenas conecta duas orações independentes, estabelecendo
relação semântica de adversidade. No segundo exemplo, a locução conjuntiva “assim que” conecta uma
oração que exerce função sintática de adjunto adverbial em relação à outra, estabelecendo valor de
temporalidade.
Português

Vamos entender melhor?


Como vimos, as conjunções (ou operadores argumentativos) são palavras ou expressões que não só são
responsáveis pela ligação de duas orações, mas também são palavras que mostram a força argumentativa
dos enunciados. Os operadores argumentativos são utilizados para introduzir vários tipos de argumentos.
Quer ver como? Vamos a alguns exemplos:

Disponível em: https://descomplica.com.br/blog/materiais-de-estudo/portugues/lista-conjuncoes/ Acesso em: 06/09/2021

Como o valor semântico da conjunção “mas” é de oposição, nessa manchete a conjunção apresenta
argumentos que indicam ideias contrárias, de quebra de expectativa: como os crimes cresceram, a
expectativa era de que houvesse mais investigação para combatê-los, mas não é o que ocorre. Desse modo,
a conjunção é um operador argumentativo que se contrapõe a outro, visando a uma conclusão contrária.

Disponível em: https://descomplica.com.br/blog/materiais-de-estudo/portugues/lista-conjuncoes/. Acesso em: 06/09/2021


Português

Nessa manchete, a conjunção coordenativa aditiva “e” tem a função de somar elementos, sem acrescentar
qualquer outro significado. Assim, a conjunção funciona como um operador que soma argumentos, que soma
duas ideias.

Disponível em: https://twitter.com/capasderevistas/status/1051872140587352064/photo/1. Acesso em: 06/09/2021

Nessa manchete, a conjunção “por causa” é um operador que estabelece relação de justificativa, explicação
em relação a enunciado anterior (“Aluno é expulso”) e por isso poderia ser substituída por “porque” ou “por”,
por exemplo.

Classificação das coordenativas


Aditivas - Indicam soma dos conteúdos, de ideias, etc.
São elas: e, nem, não só... mas também, além disso, ademais, etc.
Ex.: Ela não dormiu nem estudou no final de semana.
Foram ao shopping além de ir à praia.

Adversativas (opositivas) - Indicam contraste, quebra de expectativa. Além disso, introduzem o argumento
mais forte.
São elas: mas, porém, contudo, entretanto, todavia, no entanto, etc.
Ex.: Acordou cedo, mas voltou a dormir.
Estudou muito para a prova; no entanto, tirou nota baixa.

Alternativas - Indicam exclusão ou alternância entre os conteúdos.


São elas: ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja, etc.
Ex.: Ele vai à praia ou ao cinema hoje.
Ora ouve música, ora estuda.

Conclusivas - Indicam conclusão lógica do conteúdo de um enunciado em relação ao outro.


São elas: portanto, pois (depois do verbo), logo, então, por isso, assim, por conseguinte, etc.
Ex.: Acordou cedo hoje, logo, conseguirá estudar mais.
Todos prestaram atenção à aula; portanto, farão a prova com facilidade.
Português

Explicativas - Indicam por que se pode declarar algo em um enunciado em relação ao outro.
São elas: porque, que, pois (antes do verbo), porquanto, etc.
Ex.: Deve ter chegado tarde, pois ainda não acordou.
Leve um casaco, porque vai esfriar.
Português

Exercícios de fixação

1. Não é um valor semântico das coordenativas:


a) Adversidade
b) Causa
c) Explicação

2. Complete o espaço com uma conjunção coordenativa adequada: “Tomei remédio, ___ não terei mais
dor de cabeça.”.

3. Na frase “Rita trouxe não só trouxe um bolo, como também uns salgados.”, temos uma expressão
conjuntiva com valor:
a) Aditivo
b) Adversativo
c) Alternativo

4. Para marcar uma quebra de expectativa/contraste, devemos empregar conjunções que


desempenham qual valor semântico?

5. Liste 3 conjunções alternativas.


Português

Exercícios de vestibulares

1. (PUC, SP) Em: “… ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas…” a partícula “como”
expressa uma ideia de:
a) comparação
b) causa
c) explicação
d) conclusão
e) proporção

2. (UFRJ) Esparadrapo
Há palavras que parecem exatamente o que querem dizer. “Esparadrapo”, por exemplo. Quem quebrou
a cara fica mesmo com cara de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de nobre sentido, que
parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo, “incunábulo* “.
QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio de Janeiro, Globo. 1987. p. 83.

*Incunábulo: [do lat. Incunabulu; berço]. Adj. 1- Diz-se do livro impresso até o ano de 1500./ S.m. 2 –
Começo, origem.

A locução “No entanto” tem importante papel na estrutura do texto. Sua função resume-se em:
a) ligar duas orações que querem dizer exatamente a mesma coisa.
b) separar acontecimentos que se sucedem cronologicamente.
c) ligar duas observações contrárias acerca do mesmo assunto.
d) apresentar uma alternativa para a primeira ideia expressa.
e) introduzir uma conclusão após os argumentos apresentados
Português

3. Também já fui brasileiro


Eu também já fui brasileiro
moreno como vocês.
Ponteei viola, guiei forde
e aprendi na mesa dos bares
que o nacionalismo é uma virtude.
Mas há uma hora em que os bares se fecham
e todas as virtudes se negam.
(...)
Carlos Drummond de Andrade

Assinale a alternativa que apresenta conjunção com sentido equivalente ao de “mas” presente no sexto
verso.
a) Anda que anda até que desanda.
b) Não só venceu mas também convenceu.
c) Mas que beleza, Dona Creuza!
d) Atirou-se do vigésimo sétimo andar e não se feriu.
e) Há sempre um “mas” em nossos discursos.

4. (IFBA) O Segundo Sol


Quando o segundo sol chegar
Para realinhar as órbitas dos planetas
Derrubando com assombro exemplar
O que os astrônomos diriam
Se tratar de um outro cometa
Não digo que não me surpreendi
Antes que eu visse você disse
E eu não pude acreditar
Mas você pode ter certeza
Nando Reis

Na primeira estrofe da letra de música “O Segundo Sol”, há duas conjunções subordinativas que,
respectivamente, dão ideia de:
a) causa e modo.
b) tempo e modo.
c) tempo e causa.
d) modo e finalidade.
e) tempo e finalidade.
Português

5. (Enem, 2010) O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer uma
forte marcação no meio campo e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os zagueiros
rubro-negros. Mesmo com mais posse de bola, o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de
chegar à área alvinegra por causa do bloqueio montado pelo Botafogo na frente da sua área.
No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após cruzamento da direita de Ibson, a zaga
alvinegra rebateu a bola de cabeça para o meio da área. Kléberson apareceu na jogada e cabeceou por
cima do goleiro Renan. Ronaldo Angelim apareceu nas costas da defesa e empurrou para o fundo da
rede quase que em cima da linha: Flamengo 1 a 0.
Disponível em: http://momentodofutebol.blogspot.com (adaptado).

O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol, realizado em 2009,
contém vários conectivos, sendo que:
a) “após” é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a bola de
cabeça.
b) “enquanto” tem um significado alternativo, porque conecta duas opções possíveis para serem
aplicadas no jogo.
c) “no entanto” tem significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo em ordem
cronológica de ocorrência.
d) “mesmo” traz ideia de concessão, já que “com mais posse de bola”, ter dificuldade não é algo
naturalmente esperado.
e) “por causa de” indica consequência, porque as tentativas de ataque do Flamengo motivaram o
Botafogo a fazer um bloqueio.

6. (ITA) O Brasil será, em poucas décadas, um dos países com maior número de idosos do mundo, e
precisa correr para poder atendê-los no que eles têm de melhor e mais saudável: o desejo de viver com
independência e autonomia. [...] O mantra da velhice no século XXI é “envelhecer no lugar”, o que os
americanos chamam de aging in place. O conceito que guia novas políticas e negócios voltados para
os longevos tem como principal objetivo fazer com que as pessoas consigam permanecer em casa o
maior tempo possível, sem que, para isso, precisem de um familiar por perto. Não se trata de apologia
da solidão, mas de encarar um dado da realidade contemporânea: as residências não abrigam mais
três gerações sob o mesmo teto e boa parte dos idosos de hoje prefere, de fato, morar sozinha,
mantendo-se dona do próprio nariz.
A conjunção em destaque na frase “Não se trata de apologia da solidão, mas de encarar um dado da
realidade contemporânea: ...” possui a função semântica de:
a) retificação.
b) compensação.
c) complementação.
d) separação.
e) acréscimo.
Português

7. (Enem, 2ª aplicação, 2010) Diego Souza ironiza torcida do Palmeiras


O Palmeiras venceu o Atlético-GO pelo placar de 1 a 0, com um gol no final da partida. O cenário era
para ser de alegria, já que a equipe do Verdão venceu e deu um importante passo para conquistar a
vaga para as semifinais, mas não foi bem isso que aconteceu.
O meia Diego Souza foi substituído no segundo tempo debaixo de vaias dos torcedores palmeirenses
e chegou a fazer gestos obscenos respondendo à torcida. Ao final do jogo, o meia chegou a dizer que
estava feliz por jogar no Verdão.
— Eu não estou pensando em sair do Palmeiras. Estou muito feliz aqui — disse.
Perguntado sobre as vaias da torcida enquanto era substituído, Diego Souza ironizou a torcida do
Palmeiras.
—Vaias? Que vaias? — ironiza o camisa 7 do Verdão, antes de descer para os vestiários.
Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 29 abr. 2010.

A progressão textual realiza-se por meio de relações semânticas que se estabelecem entre as partes
do texto. Tais relações podem ser claramente apresentadas pelo emprego de elementos coesivos ou
não ser explicitadas, no caso da justaposição. Considerando-se o texto lido,
a) no primeiro parágrafo, o conectivo já que marca uma relação de consequência entre os segmentos
do texto.
b) no primeiro parágrafo, o conectivo mas explicita uma relação de adição entre os segmentos do
texto.
c) entre o primeiro e o segundo parágrafos, está implícita uma relação de causalidade.
d) no quarto parágrafo, o conectivo enquanto estabelece uma relação de explicação entre os
segmentos do texto.
e) entre o quarto e o quinto parágrafos, está implícita uma relação de oposição.
Português

8. (Fuvest) Transforma-se o amador na cousa amada,


por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minh'alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
que, como um acidente em seu sujeito,
assi co a alma minha se conforma,
está no pensamento como ideia:
e o vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.
(Camões, ed. A. J. da Costa Pimpão)

A relação semântica expressa pelo termo “logo” no verso "não tenho, logo, mais que desejar" ocorre
igualmente em:
a) Não se lembrou de ter um retrato do menino. E LOGO o retrato que tanto desejara.
b) Acendia, tão LOGO anoitecia, um candeeiro de querosene.
c) É um ser humano, LOGO merece nosso respeito.
d) E era LOGO ele que chegava a esta conclusão.
e) Adoeceu, e LOGO naquele mês, quando estava cheio de compromissos.

9. (Enem)

Disponível em: http://clubedamafalda.blogspot.com.br. Acesso em: 21 set. 2011. (Foto: Reprodução)

Nessa charge, o recurso morfossintático que colabora para o efeito de humor está indicado pelo(a):
a) emprego de uma oração adversativa, que orienta a quebra da expectativa ao final.
b) uso de conjunção aditiva, que cria uma relação de causa e efeito entre as ações.
c) retomada do substantivo “mãe”, que desfaz a ambiguidade dos sentidos a ele atribuídos.
d) utilização da forma pronominal “la”, que reflete um tratamento formal do filho em relação à “mãe”.
e) repetição da forma verbal “é”, que reforça a relação de adição existente entre as orações.
Português

10. (Unesp) Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,


Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém, se acaba o Sol, por que nascia?


Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,


Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,


E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
Gregório de Matos (Poemas escolhidos, 2010.)

Em “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,” (1ª estrofe), a conjunção aditiva “e” assume valor:
a) causal.
b) alternativo.
c) conclusivo.
d) adversativo.
e) explicativo.

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Português

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. B
As conjunções coordenativas são: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

2. (Devemos empregar alguma conjunção/locução conjuntiva com valor conclusivo). Tomei remédio, logo
(por isso, portanto, assim) não terei dor de cabeça.

3. A
A expressão “como também” marca uma adição.

4. As adversativas/opositivas marcam contraste e quebra de expectativa.

5. Ou, ou … ou, ora … ora, quer … quer, seja … seja.

Exercícios de vestibulares

1. A
A conjunção “como” introduz uma comparação entre os elementos.

2. C
Como a locução “no entanto” tem valor adversativo, ou seja, de oposição, ela liga duas observações
opostas que fazem referência a um mesmo assunto.

3. D
A relação estabelecida pelo “e” é de oposição, já que cair do vigésimo sétimo andar e não se machucar é
algo inesperado.

4. E
As conjunções “quando” e “para” apresentam, respectivamente, a ideia de tempo, referindo-se ao
momento em que o segundo sol chega, enquanto a segunda expressa finalidade, referindo-se ao motivo
pelo qual esse sol chega.

5. D
A conjunção concessiva introduz um fato que deveria impedir outro, mas não o faz. Dessa forma, notamos
que ter mais posse de bola não impede que o time enfrente dificuldades.

6. A
O trecho nega uma apologia à solidão e afirma, em contraposição, que é um “dado da realidade
contemporânea” o fato de os idosos preferirem viver sozinhos.

7. C
“Já que” desempenha ideia de explicação; “mas”, de oposição; “enquanto” estabelece uma relação
temporal. Existe uma relação de ironia entre esses parágrafos.

8. C
Em “Não tenho, LOGO, mais que desejar", a conjunção “logo” tem valor conclusivo, assim como na
alternativa C. Na letra A, logo tem sentido de que o retrato do menino era muito importante; na letra B,
tem sentido de “imediatamente”; na letra D, de “justamente”; e, na letra E, de “neste momento”.
Português

9. A
O que gera o humor dessa charge é a quebra de expectativa sobre como devemos reagir à preguiça,
introduzida pela conjunção adversativa “mas”.

10. D
A conjunção coordenativa “e” normalmente tem a noção de adição, porém também pode apresentar
sentido adversativo quando exprime oposição ou contraste.
Química

Classificação periódica dos elementos

Objetivo
Vamos aprender como trabalhar com a tabela periódica. Seremos capazes de obter muitas informações sobre
vários elementos a partir da tabela.

Se liga
Para esse conteúdo é necessário saber sobre distribuição eletrônica. Tem dúvida nesse assunto? Então clica
aqui!

Curiosidade
Você sabia que a tabela periódica nem sempre foi organizada em ordem crescente de número atômico? Os
elementos já foram organizados em ordem crescente de massa.

Teoria
A Tabela Periódica dos elementos químicos está organizada em função dos seus números atômicos, suas
propriedades e características. Os elementos químicos estão em ordem crescente de seus números
atômicos.

Classificação
Metais: na temperatura de 25 °C e pressão de 1 atm eles são sólidos, com exceção do mercúrio (Hg), que é
líquido. São bons condutores de calor e eletricidade e possuem brilho, maleabilidade (capacidade de ser
moldados) e ductilidade (capacidade de formar fios).
Não metais ou Ametais: apresentam características opostas às dos metais, pois não são bons condutores de
calor e eletricidade e não possuem brilho, com exceção do iodo.
Gases Nobres: são gasosos na temperatura ambiente e encontrados na natureza em sua forma isolada por
serem estáveis; a nível médio não formam compostos com outros elementos espontaneamente.

Tabela periódica de classificação dos elementos, disponível em:


<https://cejarj.cecierj.edu.br/ava_arquivos/material_impresso/quimica/ceja_quimica_unidade_5.pdf>, acesso em 04/09/21 às 14h45
Química

Existem outras classificações para os elementos. Eles também são divididos em períodos e famílias.

Períodos → Linhas horizontais da tabela. No total são sete. Em termos de distribuição eletrônica, o período
refere-se às quantidades de camadas que um átomo eletricamente neutro (estado fundamental) possui.

Se liga nos exemplos:


Be – Situado no segundo período, possui duas camadas, K e L.
Cs – Situado no sexto período, possui seis camadas, K, L, M, N, O e P.

Grupo ou famílias → Linhas verticais da tabela. No total são dezoito. Atualmente os grupos são identificados
pelos números de 1 a 18, contudo há uma maneira mais antiga e ainda usual: divisão em subgrupos ou
famílias. Elementos representativos e de transição.

Nos elementos representativos, ou seja, os grupos 1, 2 e de 13 a 18, o elétron mais energético está no subnível
s ou p. Já os elementos de transição podem ser divididos em dois grupos distintos: os de transição externa,
estando o seu elétron de maior energia no subnível d (se encontram no centro da tabela periódica), e os de
transição interna, com o seu elétron de maior energia no subnível f (Se encontram nas duas linhas que
geralmente estão no inferior de cada tabela).

Subníveis na tabela periódica, disponívem em: <https://www.orbitalesmoleculares.com/como-se-nombran-los-elementos-


quimicos/>, acesso às15h08

Nomenclatura das famílias


Grupo 1 (1A) → Metais alcalinos;
Grupo 2 (2A) →Metais alcalino-terrosos;
Grupos 3 ao 12 (3B ao 2B) → Elementos ou metais de transição;
Grupo 13 (3A) →Família do boro;
Grupo 14 (4A) → Família do carbono;
Grupo 15 (5A) →Família do nitrogênio;
Grupo 16 (6A) →Calcogênios;
Grupo 17 (7A) →Halogênios;
Grupo 18 ou 0 (8A) →Gases nobres.
Química

Atente-se: o hidrogênio não possui família na tabela periódica.

Configuração eletrônica dos elementos na tabela periódica


Número de elétrons na camada de
Família
valência
Metais alcalinos 1
Metais alcalino-terrosos 2
Elementos ou metais de transição 1 ou 2
Família do boro 3
Família do carbono 4
Família do nitrogênio 5
Calcogênios 6
Halogênios 7
Gases nobres 8, com exceção do He, que possui 2

Mapa mental sobre tabela periódica

Quer assistir ao QQD desse mapa mental? Clique aqui.


Química

Exercícios de fixação

1. Em Goiânia, houve um acidente com contaminação com 𝐶é𝑠𝑖𝑜 137, o maior acidente nuclear do Brasil.
Sabendo que o número atômico do Césio é 55, como podemos classificar esse elemento na tabela
periódica?
a) Metal Alcalino
b) Actinídeo
c) Não Metal
d) Calcogênio

2. Na tabela periódica os elementos estão posicionados obedecendo uma ordem crescente de seus
números atômicos, sendo dispostos em filas horizontais (períodos) e em colunas verticais (grupos).
Baseado na sua distribuição eletrônica é possível localizar qualquer elemento na tabela, determinando
seu grupo e seu período. Determine o período e coluna do zinco (30 𝑍𝑛) na tabela periódica.

3. Considerando dois átomos, X e Y, a partir de suas configurações eletrônicas e com base nas
classificações periódicas, assinale o que for correto:
𝑋 (𝑍 = 16)
𝑌 (𝑍 = 20)
(01) X e Y estão no mesmo grupo da Tabela Periódica.
(02) X é um elemento de transição externa.
(04) Y é um elemento representativo.
(08) X é um ametal e Y um metal.
Soma: ( )
Química

4. Na premiação das Olimpíadas, o primeiro, o segundo e o terceiro colocados em cada competição


recebem, respectivamente, medalha de ouro (𝐴𝑢), de prata (𝐴𝑔) e de bronze. Sabe-se que o bronze é
uma liga metálica formada, entre outros elementos químicos, por cobre (𝐶𝑢) e estanho (𝑆𝑛). Dentre os
metais citados, qual deles pode ser classificado como elemento representativo?
Dado:

a) Au
b) Ag
c) Cu
d) Sn

5. Relacione as duas colunas a seguir:

Coluna I Coluna II

1. Cério ( ) Metal de transição externa

2. Rubídio ( ) Metal de transição interna

( ) Halogênio
3. Cloro

( ) Metal alcalino
4. Rutênio
Química

Exercícios de vestibulares

1. (Enem – 2018) Na mitologia grega, Nióbia era a filha de Tântalo, dois personagens conhecidos pelo
sofrimento. O elemento químico de número atômico (𝑍) igual a 41 tem propriedades químicas e físicas
tão parecidas com as do elemento de número atômico 73 que chegaram a ser confundidos. Por isso,
em homenagem a esses dois personagens da mitologia grega, foi conferido a esses elementos os
nomes de nióbio (𝑍 = 41) e tântalo (𝑍 = 73). Esses dois elementos químicos adquiriram grande
importância econômica na metalurgia, na produção de supercondutores e em outras aplicações na
indústria de ponta, exatamente pelas propriedades químicas e físicas comuns aos dois.
(KEAN, S. A colher que desaparece: e outras histórias reais de loucura, amor e morte a partir dos elementos químicos. Rio de
Janeiro: Zahar, 2011 (adaptado).)

A importância econômica e tecnológica desses elementos, pela similaridade de suas propriedades


químicas e físicas, deve-se a
a) terem elétrons no subnível 𝑓.
b) serem elementos de transição interna.
c) pertencerem ao mesmo grupo na tabela periódica.
d) terem seus elétrons mais externos nos níveis 4 e 5, respectivamente.
e) estarem localizados na família dos alcalinos terrosos e alcalinos, respectivamente.

2. (IFSUL 2019) Para que nosso organismo funcione bem, é fundamental a presença de alguns metais,
dentre eles: o Sódio, o Magnésio, o Ferro, o Zinco e o Cálcio.
Dados: 24Cr (𝑔𝑟𝑢𝑝𝑜 6);26 𝐹𝑒(𝑔𝑟𝑢𝑝𝑜 8);30 𝑍𝑛(𝑔𝑟𝑢𝑝𝑜 12).
11Na(𝑔𝑟𝑢𝑝𝑜1);12 𝑀𝑔(𝑔𝑟𝑢𝑝𝑜2);20 𝐶𝑎(𝑔𝑟𝑢𝑝𝑜2).
A respeito desses metais, é correto afirmar que o
a) cromo, o ferro e o zinco são metais de transição interna.
b) cálcio e o magnésio apresentam propriedades semelhantes.
c) ferro apresenta seis elétrons no subnível mais afastado do núcleo.
d) sódio e o magnésio são metais alcalinos e apresentam um elétron na camada de valência.
e) cálcio e o sódio apresentam propriedades semelhantes.
Química

3. (EAM – 2019) Em relação aos átomos dos elementos químicos 11X, 17Y e 18Z no estado fundamental,
analise as afirmações abaixo
I. Pertencem ao mesmo período da tabela periódica.
II. Pertencem ao mesmo grupo da tabela periódica.
III. X e Y são metais e Z é um ametal.
IV. X, Y e Z são elementos representativos.
V. X é um metal alcalino, Y é halogênio e Z é um gás nobre.
São verdadeiras apenas as afirmativas
a) I, III e V
b) I, II e IV
c) I, II e V
d) II, III e IV
e) I, IV e V

4. (IFSUL – 2012) A calagem é uma etapa do preparo do solo para o cultivo agrícola em que materiais de
caráter básico são adicionados ao solo para neutralizar a sua acidez, corrigindo o pH desse solo. Os
principais sais, adicionados ao solo na calagem, são o calcário e a cal virgem. O calcário é obtido pela
moagem da rocha calcária, sendo composto por carbonato de cálcio (𝐶𝑎𝐶𝑂3 ) e/ou de magnésio
(𝑀𝑔𝐶𝑂3 ). A cal virgem, por sua vez, é constituída de óxido de cálcio (𝐶𝑎𝑂) e óxido de magnésio (𝑀𝑔𝑂),
sendo obtida pela queima completa (calcinação) do carbonato de cálcio (𝐶𝑎𝐶𝑂3 ).
(Disponível em: https://bityli.com/97oUdE e https://bityli.com/MMJhY. Acesso em 21/03/2017. Adaptados.)

Os metais que aparecem no texto são classificados como


a) alcalinos.
b) halogênios.
c) calcogênios.
d) alcalinos terrosos.
e) gases nobres

5. (Enem – 2019) A poluição radioativa compreende mais de 200 nuclídeos, sendo que, do ponto de vista
de impacto ambiental, destacam-se o césio-137 e o estrôncio-90. A maior contribuição de
radionuclídeos antropogênicos no meio marinho ocorreu durante as décadas de 1950 e 1960, como
resultado dos testes nucleares realizados na atmosfera. O estrôncio-90 pode se acumular nos
organismos vivos e em cadeias alimentares e, em razão de sua semelhança química, pode participar
no equilíbrio com carbonato e substituir cálcio em diversos processos biológicos.
FIGUEIRA, R. C. L.; CUNHA, I. I. L. A contaminação dos oceanos por radionuclídeos antropogênicos. Química Nova, n. 21, 1998
(adaptado).

Ao entrar numa cadeia alimentar da qual o homem faz parte, em qual tecido do organismo humano o
estrôncio 90 será acumulado predominantemente?
a) Cartilaginoso.
b) Sanguíneo.
c) Muscular.
d) Nervoso.
e) Ósseo.
Química

6. (IFSUL – 2017) Segundo o Centro de Tecnologia Mineral, cerca de 70% dos metais pesados e demais
elementos potencialmente tóxicos encontrados em lixões e aterros sanitários são provenientes de
equipamentos eletrônicos, entre eles, computadores, celulares e baterias descartados, que
contaminam o solo e os lençóis freáticos, colocando em risco a saúde pública, pois causam muitas
doenças graves e a grande maioria também é cancerígeno. A tabela a seguir apresenta alguns destes
elementos.

Os elementos químicos que pertencem à família dos Calcogênios são:


a) 𝑍𝑛 e 𝐶𝑑.
b) 𝑆𝑒 e 𝑇𝑒.
c) 𝐴𝑙, 𝐺𝑎 e 𝐼𝑛.
d) 𝐴𝑠, 𝑆𝑏 e 𝐵𝑖.
e) Fe, Co e Ni

7. (IFCE – 2016) A tabela periódica é uma ferramenta muito útil para os químicos, embora ela tenha sido
pensada há mais de um século. Sobre a organização sistemática dos elementos, é verdadeiro afirmar-
se que
a) os elementos de um mesmo grupo apresentam propriedades químicas semelhantes, no entanto o
número de elétrons na camada de valência de átomos de um mesmo grupo sempre sofre variação.
b) os metais são elementos apresentados em todas as colunas da tabela periódica.
c) todos os gases nobres estão descritos em um único período na tabela periódica.
d) a tabela periódica atual ordena os elementos em ordem crescente de número atômico.
e) o raio atômico é a propriedade periódica que indica que, quanto mais elétrons presentes no átomo,
maior ele será.

8. (UERJ – 2019 Adaptada) Recentemente, cientistas conseguiram produzir hidrogênio metálico,


comprimindo hidrogênio molecular sob elevada pressão. As propriedades metálicas desse elemento
são as mesmas dos demais elementos do grupo 1 da tabela de classificação periódica.
Essa semelhança está relacionada com o subnível mais energético desses elementos, que corresponde
a:
a) 𝑛𝑠1
b) np²
c) nd³
d) 𝑛𝑓 4
e) 𝑛𝑓 8
Química

9. (PUC – 2015) A Tabela Periódica contém todos os elementos químicos já descobertos, os quais estão
organizados em função de sua estrutura e propriedades. Em relação aos elementos químicos, é correto
afirmar que
a) o mais leve da Tabela Periódica é um gás nobre.
b) o mais abundante na atmosfera terrestre é um calcogênio.
c) o mais abundante do Universo vem representado normalmente no primeiro período.
d) o que constitui o diamante está localizado no mesmo grupo do enxofre.
e) o mais abundante da crosta terrestre está localizado no terceiro período.

10. (Enem – 2016) O ambiente marinho pode ser contaminado com rejeitos radioativos provenientes de
testes com armas nucleares. Os materiais radioativos podem se acumular nos organismos. Por
exemplo, o 𝑒𝑠𝑡𝑟ô𝑛𝑐𝑖𝑜 − 90 é quimicamente semelhante ao cálcio e pode substituir esse elemento nos
processos biológicos.
(FIGUEIRA, R. C. L.; CUNHA, I. I. L. A contaminação dos oceanos por radionuclídeos antropogênicos. Química Nova na Escola,
n. 1, 1998 (adaptado).)

Um pesquisador analisou as seguintes amostras coletadas em uma região marinha próxima a um local
que manipula o estrôncio radioativo: coluna vertebral de tartarugas, concha de moluscos,
endoesqueleto de ouriços-do-mar, sedimento de recife de corais e tentáculos de polvo.
Em qual das amostras analisadas a radioatividade foi menor?
a) Concha de moluscos.
b) Tentáculos de polvo.
c) Sedimento de recife de corais.
d) Coluna vertebral de tartarugas.
e) Endoesqueleto de ouriços-do-mar.

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Química

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
O Césio pertence ao 1º grupo da Tabela Periódica, grupo dos metais alcalinos.

2. O zinco está no quarto período e na coluna ou grupo 12.


30Zn: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠 3𝑑
2 2 6 2 6 2 10

4𝑠 ⇒ o 4 indica que o elemento está localizado na quarta linha ou quarto período.


2

30Zn: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠 3𝑑
2 2 6 2 6 2 10

3𝑑10 ⇒ o 10 indica que o elemento está localizado no décimo grupo de transição externa, ou seja, coluna
12.

3. 04 + 08 = 12
X = 16𝑋: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝4
Y = 20𝑌: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2
X é o enxofre e Y o cálcio.
(01) X está no grupo 16 e Y no grupo 2.
(02) X é um elemento representativo.
(04) Y é um elemento representativo.
(08) X é um ametal e Y um metal.

4. D
Sn é o único que está na região dos elementos representativos.

Elementos de Transição Elementos representativos

5. ( 4 ) Metal de transição externa


( 1 ) Metal de transição interna
( 3 ) Halogênio
( 2 ) Metal alcalino
Química

Exercícios de vestibulares

1. C
A similaridade das propriedades químicas e físicas dos elementos químicos deve-se ao fato de eles
pertencerem a um mesmo grupo ou família da tabela periódica.
Observação teórica: tanto o nióbio (𝑁𝑏;  𝑍 = 41) como o tântalo (𝑇𝑎;  𝑍 = 73) estão localizados no grupo
5, ou, anteriormente denominado, grupo 𝑉𝐵 da tabela periódica.

2. B
a) Incorreta. Cromo, ferro e zinco são metais de transição externa.
b) Correta. Cálcio e magnésio apresentam propriedades semelhantes, pois pertencem ao mesmo
grupo da tabela periódica (grupo 2 ou família 𝐼𝐼 𝐴).
c) Incorreta. O ferro apresenta dois elétrons no subnível mais afastado do núcleo.
26𝐹𝑒: 1 𝑠 2 2 𝑠 2 2 𝑝6 3 𝑠 2 3 𝑝6 4 𝑠 2 ⏟𝑠𝑢𝑏𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑎𝑓𝑎𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑛ú𝑐𝑙𝑒𝑜 3 𝑑 6 ⏟𝑠𝑢𝑏𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑜
d) Incorreta. O sódio é um metal alcalino (grupo 1) e apresenta um elétron na camada de valência; já o
magnésio é um metal alcalino-terroso (grupo 2) e apresenta dois elétrons na camada de valência.

3. E
I- V, II- F, III- F, IV- V, V- V

11X = 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 (1 elétron na camada de valência, 3° nível)


17Y = 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 (7 elétrons na camada de valência, 3° nível)
2 2 6 2 5

18Z= 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 (8 elétrons na camada de valência, 3° nível)


2 2 6 2 6

Os três átomos possuem três níveis, portanto pertencem ao mesmo período da tabela periódica.
Entretanto, são de grupos/famílias distintas.

O elemento X, por possuir apenas 1 elétron na camada de valência, é um metal alcalino: 1º grupo da
tabela.

O elemento Y, por possuir 7 elétrons na camada de valência, é um halogênio: 17º grupo da tabela
periódica.

O elemento Z, por possuir 8 elétrons na camada de valência, é um gás nobre: 18º grupo da tabela
periódica.

4. D
O texto cita os elementos cálcio e magnésio, que pertencem à família dos alcalino-terrosos da tabela
periódica.

5. E
O estrôncio-90, por ser metal alcalino-terroso, substitui o cálcio em diversos tecidos corpóreos. Ossos
são o maior estoque de cálcio do organismo, sendo então o tecido onde ocorre o maior acúmulo do
estrôncio-90.
Química

6. B

Os elementos que pertencem à família 6A, ou grupo 16 (calcogênios), serão: Sêlenio (𝑆𝑒) e Telúrio (𝑇𝑒).

7. D
a) Incorreta. Em um grupo, todos os elementos apresentam a mesma quantidade de elétrons na última
camada.
b) Incorreta. A partir do grupo 16, todos os elementos presentes nos grupos são ametais.
c) Incorreta. Todos os gases nobres estão descritos em um único grupo da tabela periódica.
d) Correta. A tabela periódica está atualmente disposta em ordem crescente de número atômico.
e) Incorreta. O raio do átomo será maior quanto mais níveis energéticos ele possuir e menos prótons
no núcleo, que atrai de forma menos intensa os elétrons presente na eletrosfera.

8. A
A semelhança entre os elementos do grupo 1 da tabela periódica é esta: possuem um elétron no subnível
mais energético, sendo este o subnível s.

9. C
O elemento químico mais abundante do Universo é o hidrogênio, localizado acima do grupo 1, ou família
IA.

10. B
O estrôncio (família IIA, ou grupo 2) apresenta propriedades químicas semelhantes ao cálcio (família IIA,
ou grupo 2) e pode substituí-lo.
O cálcio pode ser encontrado em estruturas derivadas de carbonatos e fosfatos de cálcio, como nas
colunas vertebrais de tartarugas, conchas de moluscos, endoesqueletos de ouriços-do-mar e sedimentos
de recife de corais.
O estrôncio, assim como o cálcio, não poderá ser encontrado, em grandes quantidades, em tentáculos
de polvos.
Química

Distribuição eletrônica

Objetivo
Você irá compreender algumas simbologias importantes para realizar a distribuição eletrônica de um
elemento químico. Além disso, irá entender o conceito de energia do elétron e o porquê de essa característica
ter tanta relevância na química.

Se liga
Para esse conteúdo é necessário saber sobre a atomística. O que compõe um átomo. Tem alguma dúvida
nesse assunto? Clique aqui para assistir a uma aula e tirar suas dúvidas. Ou, caso não seja direcionado,
procure na biblioteca pela aula “Atomística, isótopos, isóbaros, isótonos e isoeletrônicos”.

Curiosidade
Você sabia que Linus Carl Pauling teve outras contribuições na ciência? Ele também é reconhecido
como cristalógrafo, biólogo molecular e pesquisador médico.

Teoria

Distribuição eletrônica
Para facilitar a distribuição eletrônica, um diagrama prático de distribuição eletrônica foi proposto. Nele, os
elétrons são distribuídos em ordem crescente de energia, em níveis e subníveis na eletrosfera do átomo.
Neste ponto é importante notar que os elétrons dos átomos conhecidos até hoje se distribuem em até 7 níveis
de energia, e cada nível contém um determinado número de subníveis. Além disso, todo átomo tem um certo
número de elétrons, que devem ser preenchidos seguindo o Diagrama.

Os níveis vão apresentam uma quantidade máxima de elétrons que ele pode suportar.
Nível Número máximo de elétrons
K 2
L 8
M 18
N 32
O 32
P 18
Q 8
Química

E os subníveis também. O subnível s comporta o máximo de 2 elétrons; o p, 6; o d, 10; e o f, 14.

Subnível Número máximo de elétrons


s 2
p 6
d 10
f 14

Com essas informações é possível construir o diagrama de Linus Pauling. Veja o Diagrama de energia
(popularmente conhecido como Diagrama de Linus Pauling) na figura abaixo, e perceba a ordem de
preenchimento expressa nas setas.

Veja o preenchimento de um átomo de Bário que possui 56 elétrons como exemplo:


1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2

O preenchimento da eletrosfera pelos elétrons em subníveis obedece à ordem crescente de energia definida
pelo diagrama. Sendo assim, no exemplo acima, o subnível mais energético é o 6s2.

ATENÇÃO!!!
O elétron diferenciador é o último elétron a entrar no subnível mais energético. No Bário o elétron diferenciador
é o segundo elétron do subnível 6s2.
Para saber o número de elétrons a preencher em um átomo neutro, lembre-se de que o número de prótons é
igual ao número de elétrons. Portanto, o número atômico indicará o número de elétrons. No caso de íons,
deve-se adicionar ou remover elétrons à quantidade de elétrons no átomo neutro; mas muito cuidado, alguns
podem gerar pequenas confusões.
Química

Em Cátions:
Faz-se o preenchimento do átomo em seu estado neutro e, depois, retira(m)-se o(s) elétron(s) da camada de
valência (a mais externa). No caso de ânions, adicionam-se os elétrons nas camadas seguintes.
Se liga nos exemplos!
Fe: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6
Fe2+: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6
S: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4
S2-: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6

Distribuição por camadas e por subníveis


Camadas serão representadas por letras ou números (de 1 a 7 ou de K a Q) e suportam um número definido
de elétrons:
Camada 1 ou K = 2;
Camada 2 ou L = 8;
Camada 3 ou M = 18;
Camada 4 ou N = 32;
Camada 5 ou O = 32;
Camada 6 ou P = 18;
Camada 7 ou Q = 8.

Perceba a diferença entre os tipos de preenchimento pelo exemplo do enxofre (S). Em uma das distribuições
mostram-se os subníveis, enquanto em outra mostram-se apenas as camadas preenchidas.

S: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4 → (por subníveis)


S: K = 2; L = 8; M = 6 → (por níveis ou camadas)

A camada de valência é o nível mais afastado do núcleo, que corresponde sempre ao maior valor em suas
camadas, e não necessariamente é a última da sequência, mas sim aquela que se encontra na camada mais
externa; no caso do Enxofre (S), acima, a camada 3 ou M, e no Fe é a camada 4 ou N.

Números quânticos
Podemos dizer que cada elétron da eletrosfera é identificado por seus quatro números quânticos; são eles:
• número quântico principal: n
• número quântico secundário: l
• número quântico magnético: m ou Ml
• número quântico do spin: s ou Ms
Química

Número quântico principal


O número quântico principal(n) corresponde às sete camadas (K, L, M, N, O, P e Q) do modelo de Rutherford-
Bohr. Ele é relacionado da seguinte forma:

Se liga no exemplo!
S: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4
Nesse caso, o elétron diferenciador está no 3p4, possuindo assim o seu número quântico principal igual a 3.

Número quântico secundário: corresponde ao subnível (s, p, d e f) no qual o elétron em análise se encontra.

Subnível do elétron Número quântico secundário (l)


s 0
p 1
d 2
f 3

Se liga no exemplo!
S: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4
Tem seu elétron diferenciador no 3p4, possuindo assim o seu número quântico secundário no subnível p e
sendo igual a 1.

Número quântico magnético


Os orbitais são identificados pelo chamado número quântico magnético (Ml ou m). Num dado subnível, o
orbital central tem o número quântico magnético igual a zero; os orbitais da direita têm m = "+1, "+2, "+3; os
da esquerda têm m = -1, -2, -3, como está exemplificado abaixo:
Química

Lembrando que o segundo elétron só entra em um orbital quando todos os orbitais estiverem com 1 elétron
cada, começando a distribuição da esquerda para a direita, e cada orbital só comporta no máximo 2 elétrons.
O quarto e último número quântico recebe o nome de spin (s); ele é responsável por indicar a rotação do
elétron. Se o orbital de um subnível for negativo, a rotação será no sentido negativo (representamos com uma
seta para cima). Mas se o sinal for positivo, a rotação será no sentido positivo (representamos com uma seta
para baixo).

Representação dos spins

Sabendo que a rotação irá influenciar um elétron e que esse movimento influencia no preenchimento dos
subníveis apresentados anteriormente, surge a necessidade de padronizar a distribuição dos elétrons; para
isso usamos a regra de Hund. Segundo essa regra, os orbitais deverão proceder de maneira a manter-se,
sempre que possível, o maior número de elétrons desemparelhados (elétrons ímpares, sozinhos em um
orbital).
Imagine que temos um átomo de nitrogênio no estado fundamental. Note que o número atômico dele é igual
a 7; isso quer dizer que esse elemento tem 7 elétrons. Sabendo que cada elétron será representado por uma
seta, observe o esquema abaixo, em que vamos determinar o spin.
Primeiramente vamos apresentar a maneira incorreta de distribuição eletrônica por orbitais, que é quando
desprezamos a regra de Hund:

Spins do Nitrogênio sem a regra de Hund.

Agora, aplicando a regra de Hund (obtendo as rotações corretas):

Spins do Nitrogênio com a regra de Hund.

Note que na regra de Hund foi deixado o maior número de elétrons desemparelhados, não permitindo a
existência de orbitais vazios. Esse rearranjo é necessário para que possamos ter a rotação correta do spin.
Química

Mapa mental sobre o Diagrama de Linus Pauling

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Química

Exercícios de fixação

1. As propriedades das substâncias químicas podem ser previstas a partir das configurações eletrônicas
dos seus elementos. Sabendo o número atômico, pode-se fazer a distribuição eletrônica e localizar a
posição de um elemento na tabela periódica. Sabendo que o Magnésio apresenta número atômico igual
a 12. Faça a sua distribuição eletrônica.

2. Para que as pessoas hipertensas (pressão alta) possam levar uma vida normal, além da medicação, os
médicos costumam prescrever dietas com baixo teor de sódio. Na verdade, essa recomendação
médica refere-se aos íons sódio (𝑁𝑎+ ) que são ingeridos quando se consome principalmente sal de
cozinha (𝑁𝑎+ 𝐶𝑙 − ) e não ao consumo de sódio. Apesar de o átomo (Na) e de o íon (𝑁𝑎+ ) apresentarem
nomes e símbolos semelhantes, eles apresentam comportamentos químicos muitos diferentes.
Qual a distribuição eletrônica do cátion Na+ presente no sal de cozinha?
Dado: Na Z = 11.
a) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6
b) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2
c) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2  3 𝑝6
d) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2  3 𝑝6  4 𝑠 2
e) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2  3 𝑝6  4 𝑠 2  4 𝑝2

3. A distribuição eletrônica do átomo de cálcio no seu estado fundamental por nível e subnível é:
Dado: Ca (Z=20).

4. O átomo de bismuto (83Bi) no seu estado fundamental, conforme o diagrama de Linus Pauling,
apresenta a seguinte distribuição eletrônica, _________________________________. Pode-se afirmar que
seu subnível mais energético é _____.
a) 1𝑠 2  2𝑠 2  2𝑝6  3𝑠 2  3𝑝6  4𝑠 2  3𝑑10  4𝑝6  5𝑠 2  4𝑑10  5𝑝6  6𝑠 2  4𝑓 14  5𝑑 5 e 5𝑑 5 .
b) 1𝑠 2  2𝑠 2  2𝑝6  3𝑠 2  3𝑝6  4𝑠 2  3𝑑10  4𝑝6  5𝑠 2  4𝑑10  5𝑝6  6𝑠 2  4𝑓 14  5𝑑 9 𝑒 5𝑑 9 .
c) 1𝑠 2  2𝑠 2  2𝑝6  3𝑠 2  3𝑝6  4𝑠 2  3𝑑10  4𝑝6  5𝑠 2  4𝑑10  5𝑝6  6𝑠 2  4𝑓 14  5𝑑10 𝑒 6𝑠 2 .
d) 1𝑠 2  2𝑠 2  2𝑝6  3𝑠 2  3𝑝6  4𝑠 2  3𝑑10  4𝑝6  5𝑠 2  4𝑑10  5𝑝6  6𝑠 2  4𝑓 14  5𝑑10 6𝑝5 𝑒 6𝑝5 .
e) 1𝑠 2  2𝑠 2  2𝑝6  3𝑠 2  3𝑝6  4𝑠 2  3𝑑10  4𝑝6  5𝑠 2  4𝑑10  5𝑝6  6𝑠 2  4𝑓 14  5𝑑10 6𝑝3 𝑒 6𝑝3
Química

5. Considere as espécies químicas listadas na tabela a seguir e assinale o que for correto:

Cálcio Enxofre Estrôncio Crômio


𝟐+ 2− 2+ 3+
20𝑪𝒂 16𝑆 38𝑆𝑟 24𝐶𝑟

(01) A distribuição eletrônica do 20𝐶𝑎2+ é 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6


(02) A distribuição eletrônica do 16𝑆 2− é 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝4
(04) A distribuição eletrônica do 38𝑆𝑟 2+ é 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑10 4𝑝6 5𝑠 2
(08) A distribuição eletrônica do 24𝐶𝑟 3+ é 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 3𝑑 3
Soma: ( )
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Exercícios de vestibulares

1. (EsPCEx 2017) Quando um átomo, ou um grupo de átomos, perde a neutralidade elétrica, passa a ser
denominado de íon. Sendo assim, o íon é formado quando o átomo (ou grupo de átomos) ganha ou
perde elétrons. Logicamente, esse fato interfere na distribuição eletrônica da espécie química. Todavia,
várias espécies químicas podem possuir a mesma distribuição eletrônica.
Considere as espécies químicas listadas na tabela a seguir:

I II III IV V VI
2+ 2− 1− 1− 2+ 3+
20 𝐶𝑎 16 𝑆 9𝐹 17 𝐶ℓ 38 𝑆𝑟 24 𝐶𝑟

A distribuição eletrônica 1𝑠 2 ,  2𝑠 2 ,  2𝑝6 ,  3𝑠 2 ,  3𝑝6 (segundo o Diagrama de Linus Pauling) pode
corresponder, apenas, à distribuição eletrônica das espécies
a) I, II, III e VI.
b) II, III, IV e V.
c) III, IV e V.
d) I, II e IV.
e) I, V e VI.

2. (UFPR 2017) As propriedades das substâncias químicas podem ser previstas a partir das
configurações eletrônicas dos seus elementos. De posse do número atômico, pode-se fazer a
distribuição eletrônica e localizar a posição de um elemento na tabela periódica, ou mesmo prever as
configurações dos seus íons.
Sendo o cálcio pertencente ao grupo dos alcalinos-terrosos e possuindo número atômico 𝑍 = 20, a
configuração eletrônica do seu cátion bivalente é:
a) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2
b) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2  3 𝑝6
c) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2  3 𝑝6  4 𝑠 2
d) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2  3 𝑝6  4 𝑠 2  3 𝑑 2
e) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2  3 𝑝6  4 𝑠 2  4 𝑝2
Química

3. (CESCEM) Para o valor do número quântico principal n igual a 4, os tipos de órbitas que podem existir
na configuração eletrônica de um átomo podem ser:
a) somente s.
b) somente s e p.
c) somente s, p, d
d) somente f.
e) s, p, d, f.

4. (Unaerp-2016) O fenômeno da supercondução de eletricidade, descoberto em 1911, voltou a ser objeto


da atenção do mundo científico com a constatação de Bednorz e Müller de que materiais cerâmicos
podem exibir esse tipo de comportamento, valendo um prêmio Nobel a esses dois físicos em 1987. Um
dos elementos químicos mais importantes na formulação da cerâmica supercondutora é o ítrio:
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d1. O número de camadas e o número de elétrons mais
energéticos para o ítrio, serão, respectivamente:
a) 4 e 1.
b) 5 e 1.
c) 4 e 2.
d) 5 e 3.
e) 4 e 3.

5. (UFRS) O íon monoatômico A2- apresenta a configuração eletrônica 3s2 3p6 para o último nível. O
número atômico do elemento A é:
a) 8
b) 10
c) 14
d) 16
e) 18
Química

6. (CESGRANRIO 2011) 0 O ferro é bastante utilizado pelo homem em todo o mundo. Foram identificados
artefatos de ferro produzidos em torno de 4000 a 3500 a.C. Nos dias atuais, o ferro pode ser obtido por
intermédio da redução de óxidos ou hidróxidos, por um fluxo gasoso de hidrogênio molecular (𝐻2 )ou
monóxido de carbono. O Brasil é atualmente o segundo maior produtor mundial de minério de ferro. Na
natureza, o ferro ocorre, principalmente, em compostos, tais como: hematita (𝐹𝑒2 𝑂3 ), magnetita
(𝐹𝑒3 𝑂4 ), siderita (𝐹𝑒𝐶𝑂3 ), limonita (𝐹𝑒2 𝑂3 ⋅ 𝐻2 𝑂)e pirita(𝐹𝑒𝑆2 ), sendo a hematita o seu principal mineral.
Assim, segundo o diagrama de Linus Pauling, a distribuição eletrônica para o íon ferro (+3), nesse
mineral, é representada da seguinte maneira:
Dado: Fe Z = 26.
a) 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 3𝑑 5
b) 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑 6
c) 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑 9
d) 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑 3
e) 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 3𝑑 2

7. (Uerj – 2019) Recentemente, cientistas conseguiram produzir hidrogênio metálico, comprimindo


hidrogênio molecular sob elevada pressão. As propriedades metálicas desse elemento são as mesmas
dos demais elementos do grupo 1 da tabela de classificação periódica.
Essa semelhança está relacionada com o subnível mais energético desses elementos, que corresponde
a:
Dado: Número atômico do hidrogênio = 1.
a) 𝑛𝑠1
b) 𝑛𝑝2
c) 𝑛𝑑 3
d) 𝑛𝑓 4
e) sp²

8. (Uerj 2010) O selênio é um elemento químico essencial ao funcionamento do organismo, e suas


principais fontes são o trigo, as nozes e os peixes. Nesses alimentos, o selênio está presente em sua
forma aniônica Se2-Existem na natureza átomos de outros elementos químicos com a mesma
distribuição eletrônica desse ânion. O símbolo químico de um átomo que possui a mesma distribuição
eletrônica desse ânion está indicado em:
Dados: Se Z = 34; Kr Z = 36; Br Z = 35; As Z = 33; Te Z = 52; Ca Z = 20.
a) Kr
b) Br
c) As
d) Te
e) Ca
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9. (Unioeste-2017) Um átomo possui configuração eletrônica, cujo orbital mais energético é o 3𝑑. Este
orbital se encontra semipreenchido. A respeito da configuração eletrônica deste átomo é CORRETO
afirmar.
a) A distribuição eletrônica da camada de valência é 2𝑠 2 e 2𝑝6 .
b) Todos os elétrons presentes neste átomo possuem spin eletrônico emparelhado, em sua
configuração de menor energia.
c) Apenas um elétron presente neste átomo possui spin eletrônico desemparelhado, em sua
configuração de menor energia.
d) Este átomo possui 25 elétrons, sendo 20 com spins emparelhados e 5 com spins
desemparelhados.
e) A promoção de um elétron do orbital 3𝑝 para um orbital de maior energia leva a configuração
eletrônica 3𝑝4  4𝑠1 .

10. (Uece 2017) Na distribuição eletrônica do , o 17º par eletrônico possui os seguintes valores dos
38 𝑆𝑟
88

números quânticos (principal, secundário, magnético e spin):


1 1
a) 4,  2,  0, − e + .
2 2
1 1
b) 4,  1, +1, − e + .
2 2
1 1
c) 4,  1,  0, − e + .
2 2
1 1
d) 4,  2, −1, − e + .
2 2
1 1
e) 4,  0, −1, + e − .
2 2

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Química

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Configuração eletrônica do magnésio:


1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2

2. A
Distribuição eletrônica do Na Z = 11:
1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠1
É um cátion monovalente, ou seja, perdeu um elétron, portanto:
1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6

3. Distribuição eletrônica completa do cálcio por nível e subnível.


2 2 6 2 6 2
20 𝐶𝑎 = 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠
K = 2; L = 8; M = 8; N = 2.

4. E
83𝐵𝑖: 1𝑠 2  2𝑠 2  2𝑝6  3𝑠 2  3𝑝6  4𝑠 2  3𝑑10  4𝑝6  5𝑠 2  4𝑑10  5𝑝6  6𝑠 2  4𝑓 14  5𝑑10 6𝑝3
𝐶𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎: 6𝑠 2  6𝑝3  (𝑛 = 6) ⇒ 𝑠𝑒𝑥𝑡𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜.
O átomo de bismuto (83Bi) no seu estado fundamental, conforme o diagrama de Linus Pauling, apresenta
a seguinte distribuição eletrônica: 1𝑠 2  2𝑠 2  2𝑝6  3𝑠 2  3𝑝6  4𝑠 2  3𝑑10  4𝑝6  5𝑠 2  4𝑑10  5𝑝6  6𝑠 2  4𝑓 14  5𝑑10 6𝑝3 .
Pode-se afirmar que seu subnível mais energético é 6p³ e o período é o 6º.

5. 01 + 08 = 09
(01) A distribuição eletrônica do 20𝐶𝑎2+ é 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 (02) A distribuição eletrônica do
16𝑆
2−
é 1𝑠 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 (04) A distribuição eletrônica do 38𝑆𝑟 2+ é 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑10 4𝑝6 (08) A
2

distribuição eletrônica do 24𝐶𝑟 3+ é 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 3𝑑 3 .

Exercícios de vestibulares

1. D
(𝐼) 20 𝐶𝑎: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 2+ 2 2
20 𝐶𝑎 : 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝
6 2 6
2 2
(𝐼𝐼) 16 𝑆: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝6 2 4 2− 2 2 6 2 6
16 𝑆 : 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝
2 2 5 1−
(𝐼𝐼𝐼) 𝐹: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 9𝐹 ∶ 1𝑠 2𝑠 2𝑝6
2 2

(𝐼𝑉) 17 𝐶𝑙: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝5


2 2 6 2 1− 2 2
17 𝐶𝑙 : 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝
6 2 6

(𝑉) 38 𝑆𝑟: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑10 4𝑝6 5𝑠 2 2+ 2 2 6 2 6 2


38 𝑆𝑟 : 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠 3𝑑 4𝑝
10 6
2 2 6 2 6 2 4 2
(𝑉𝐼)24 𝐶𝑟: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠 3𝑑 ⇒24 𝐶𝑟: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠 3𝑑 2 6 2 6 1 5
3+ 2 2 6 2 6 3
24 𝐶𝑟 : 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 3𝑑

2. B
Configuração eletrônica do cátion bivalente do cálcio:
20𝐶𝑎: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 20𝐶𝑎2+ : 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 0
20𝐶𝑎2+ : 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6
Química

3. E
Distribuição eletrônica completa:
1𝑠 2  2𝑠 2  2𝑝6  3𝑠 2  3𝑝6  4𝑠 2  3𝑑10  4𝑝6  5𝑠 2  4𝑑10  5𝑝6  6𝑠 2  4𝑓 14  5𝑑10 6𝑝6 7𝑠 2 5𝑓 14 6𝑑10 7𝑝6
Olhando para essa distribuição, podemos observar que, com o número quântico principal igual a 4, nós
temos os subníveis s, p, d e f.

4. B
Pela distribuição eletrônica:1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d1.
Note que os elétrons foram distribuídos até a camada 5 (5s2). Visto que essa distribuição já está na
ordem energética crescente, o subnível mais energético é o 4d, que possui 1 elétron.

5. D
Fazendo a distribuição de acordo com a camada de valência teremos:
1𝑠 2  2𝑠 2  2𝑝6  3𝑠 2  3𝑝6
Aqui há 18 elétrons. Mas como o elemento é um íon 2-, isso significa que ele ganhou 2 elétrons, então
sua camada no estado fundamental é: 3s2 3p4. Retirando 2 elétrons de 18, teremos como resposta 16.

6. A
A distribuição eletrônica do ferro atômico é:
1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑 6 ; retirando 3 elétrons, teremos(𝐹𝑒 3+ ):
1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 3𝑑 5 .

7. A
Configuração da camada de valência (coincidentemente do subnível mais energético) dos elementos do
grupo 1 ou família IA: 𝑛𝑠1 :
1 H: 1𝑠1 3 𝐿𝑖: 1𝑠 2 2𝑠1 2 2 6 1 2 2 6
11 𝑁𝑎: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 19 𝐾: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠
2 6 1

2 2 2 6 6 2 10 6 1 2 2 6 2 6
37 𝑅𝑏: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠 3𝑑 4𝑝 5𝑠 55 𝐶𝑠: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4

87 Fr: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠 3𝑑 4𝑝 5𝑠 4𝑑 5𝑝 6𝑠 4𝑓 5𝑑 6𝑝 7𝑠
2 2 6 2 6 2 10 6 2 10 6 2 14 10 6 1

8. A
2-
34Se = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6
n(elétrons) = 36 ⇒ 36Kr
Química

9. D
a) Incorreta. A distribuição eletrônica da camada de valência é 4𝑠 2 :
𝐴 2 2 6 2 6 2
𝑍𝐸 : 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠 ⏟𝐶𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 3𝑑
(10−𝑥)
.
b) Incorreta. Nem todos os elétrons presentes nesse átomo possuem spin eletrônico emparelhado em
sua configuração de menor energia, pois o orbital mais energético 3𝑑 se encontra semipreenchido.
c) Incorreta. Apenas o orbital mais energético 3𝑑 se encontra semipreenchido, por isso existem várias
possibilidades.
d) Correta. O átomo possui configuração eletrônica, cujo orbital mais energético é o 3𝑑, que se
encontra semipreenchido. Então: 𝐴𝑍𝐸 : 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑 (10−𝑥) .
𝐴 2 2 6 2 6 2 5
𝑍𝐸 : 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠 3𝑑
𝐴 2 2 6 2 6 2 5
𝑍𝐸 : 1𝑠 [↑↓] 2𝑠 [↑↓] 2𝑝 [↑↓↑↓↑↓] 3𝑠 [↑↓] 3𝑝 [↑↓↑↓↑↓] 4𝑠 [↑↓] 3𝑑 [↑↑↑↑↑]

1𝑠 2 [↑↓] 2𝑠 2 [↑↓] 2𝑝6 [↑↓↑↓↑↓] 3𝑠 2 [↑↓] 3𝑝6 [↑↓↑↓↑↓] 4𝑠 2 [↑↓] 20 𝑒𝑙é𝑡𝑜𝑛𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑠𝑝𝑖𝑛𝑠 𝑒𝑚𝑝𝑎𝑟𝑒𝑙ℎ𝑎𝑑𝑜𝑠
3𝑑 5 [↑↑↑↑↑] 5 𝑒𝑙é𝑡𝑜𝑛𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑠𝑝𝑖𝑛𝑠 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑎𝑟𝑒𝑙ℎ𝑎𝑑𝑜𝑠
e) Incorreta. A promoção de um elétron do orbital 3𝑝 para um orbital de maior energia, pertencente ao
mesmo nível energético, pode levar à configuração eletrônica 3𝑝4  3𝑑1 .

10. C
1
17 × 2 = 34 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛𝑠. 𝑆𝑢𝑝𝑜𝑛𝑑𝑜: ↓; − .38 𝑆𝑟: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑10 4𝑝6 5𝑠 2 4𝑝6 ⇒↓↑↓↑ ⏟17º 𝑝𝑎𝑟 ↓↑
2
1 1
𝑛 = 4; 𝑙 = 1; 𝑚 = 0; 𝑠 = − ; 𝑠 = +
2 2
Redação

Introdução: funções e estratégias

Objetivo
Aprender sobre as funções e as estratégias para a escrita da introdução de uma dissertação.

Se liga
Para saber quais serão as próximas etapas para a construção de uma redação exemplar, confira esse mapa
mental aqui.

Curiosidade
A introdução de uma dissertação-argumentativa é o trecho mais importante de uma redação, pois é nela em
que será apresentada a tese sobre o tema, ou seja, a sua opinião sobre a proposta da banca.

Teoria

Já vimos a necessidade de, buscando criar ideias consistentes que convençam o leitor, apresentarmos uma
estrutura dissertativo-argumentativa que divida as informações em introdução, desenvolvimento e conclusão.
De certa forma, tudo é muito semelhante ao que você já ouviu ao longo da vida: a introdução “resume", de
alguma maneira, as ideias do texto, o desenvolvimento “desembrulha" essas informações e a conclusão
retoma tudo e fecha a redação. Porém, veremos, aqui, algumas técnicas essenciais na construção desses
parágrafos, de forma que aproveitemos cada linha, cada espaço, tentando convencer a banca de correção.
Nesta aula, passaremos pela introdução, o cartão de visitas do nosso texto. Vamos lá?

O que é a introdução?
A introdução introduz a dissertação. Isso significa que, se estamos falando de um texto dissertativo-
argumentativo, o primeiro parágrafo deve ser responsável por despertar interesse no leitor, falando sobre a
temática e apresentar o que será defendido durante o texto. Se seu papel é convencer, não existe parágrafo
melhor para mostrar a sua opinião global e interessar o leitor.
Na sua etimologia, o verbo “introduzir” deriva de introducere (intro = dentro; duce = levar), que significa levar
para dentro. Se o foco do nosso texto é o convencimento de um leitor, já sabemos quem deve ser levado para
dentro de que lugar. Despertando o interesse da banca já no primeiro parágrafo, você cumpre a ideia da
própria introdução, de “levar o leitor para dentro do texto”. Para alcançá-la, utilizamos duas funções.

Funções e objetivos
Como acabamos de ver, uma introdução minimamente eficiente deve revelar apenas o necessário para situar
o leitor no texto, estimulando-o a prosseguir com a leitura. Para que isso aconteça, o parágrafo deve conter
os dois aspectos anteriormente mencionados:
• A explicitação do tema, ressaltando a relevância da questão em debate. Essa função é sobremaneira
importante, uma vez que é a partir dela que o enunciador revela para a banca ter compreendido
integralmente a proposta.
• A sugestão de uma abordagem para o tema, especificando qual o ponto de vista a ser defendido ao longo
do texto, ou seja, sua tese.
Redação

Elaboração de uma tese


A melhor forma de cumprir a segunda função, de direcionamento, é elaborar uma linha de raciocínio. Para
isso, podemos construir uma frase-tese. A tese é responsável por apresentar a opinião global do texto. Isso,
de certa forma, já justifica a sua presença na introdução, que deve levar o leitor para dentro da redação. Se
pudéssemos reduzir o texto a um único período, sobraria a sua essência, a sua ideia principal. Essa ideia é a
tese.

Leia o parágrafo abaixo sobre a redução da maioridade penal no Brasil:

“Impunidade. Esse é o sentimento que leva grande parte dos brasileiros a defender a redução da maioridade
penal para 16 anos. O estado de violência no qual estamos inseridos, somado à frequente associação de
menores aos atos de violência expostos pela mídia, gera um desejo de vingança, que se consuma com a prisão
desses transgressores das regras morais que regem a sociedade. Entretanto, estudiosos e entidades
internacionais condenam essa proposta, alegando que não reduz a criminalidade. Para compreender – e superar
– essa discussão, é importante analisar os fatores políticos, econômicos e sociais que sustentam a
problemática no Brasil.”

Note que não há um posicionamento bem definido. O texto apenas diz que, durante o desenvolvimento,
analisaremos diversos fatores a fim de alcançarmos uma conclusão. Essa é uma apresentação perigosa, uma
vez que, na introdução, não tem direcionamento, linha de raciocínio. Observe, agora, o mesmo parágrafo, com
uma tese bem elaborada:

“Impunidade. Esse é o sentimento que leva grande parte dos brasileiros a defender a redução da maioridade
penal para 16 anos. O estado de violência no qual estamos inseridos, somado à frequente associação de
menores aos atos de violência expostos pela mídia, gera um desejo de vingança, que se consuma com a prisão
desses transgressores das regras morais que regem a sociedade. Entretanto, estudiosos e entidades
internacionais condenam essa proposta, alegando que não reduz a criminalidade. Devemos, então, analisar os
dois extremos para resolver esse impasse e encontrar a melhor forma de mostrar que diminuir a maioridade
não é o caminho mais interessante.”

Perceba que, nesse outro exemplo, já há um posicionamento: o autor defenderá a manutenção da idade penal.
Dessa forma, fica mais fácil convencer o leitor, que, desde a introdução, já sabe o que será defendido pelo
autor do texto.

Tese analítica ou organizadora


Neste modelo, apresentamos, separadamente, os argumentos que serão desenvolvidos ao longo do texto. Se
seu texto tem 3 parágrafos de desenvolvimento, sua tese precisa ter três partes. Se seu texto tem 2 parágrafos
de desenvolvimento, sua tese precisa ter duas partes. Isso significa que cada informação apresentada na tese
precisa aparecer com desenrolar do texto. Veja:

“Certa vez, Paulo Freire, importante educador e filósofo brasileiro, destacou a necessidade de a leitura ser um
ato de amor. Em outra ocasião, Jorge Luis Borges, poeta argentino, apontou o ato de ler como uma forma de
felicidade. De fato, durante séculos, tal atividade foi fonte de conhecimento e desenvolvimento da sociedade,
trazendo importantes ensinamentos a quem a tinha como um hábito. Entretanto, nos dias de hoje, tal avidez
tem perdido seu espaço no meio social, vítima de uma falta de incentivo por parte dos setores responsáveis
por criá-lo (1) e do próprio mercado, que desestimula um hábito crucial na vida da população (2).”

Note que há um posicionamento global no texto: o hábito da leitura perdeu seu espaço nos dias de hoje. Para
fundamentar essa ideia, o autor apresenta, então, dois argumentos, em duas camadas da sociedade que, de
Redação

alguma forma, têm responsabilidade na criação desse hábito: a escola (1) e o mercado (2). No
desenvolvimento, cada um desses argumentos será “desembrulhado”, em busca de um convencimento já
citado algumas vezes.

Tese sintética ou sugestiva


Temos, aqui, um modelo de tese um pouco mais elaborado, mas que precisa de um bom planejamento de
texto, de forma que o desenvolvimento dê conta dos argumentos apresentados. A tese com sugestão dos
pontos de vista aparece quando, por meio de uma palavra ou expressão-chave, o autor sugere o seu
posicionamento. Veja um exemplo já apresentado, sobre a redução da maioridade penal no Brasil.

“Impunidade. Esse é o sentimento que leva grande parte dos brasileiros a defender a redução da maioridade
penal para 16 anos. O estado de violência no qual estamos inseridos, somado à frequente associação de
menores aos atos de violência expostos pela mídia, gera um desejo de vingança, que se consuma com a prisão
desses transgressores das regras morais que regem a sociedade. Entretanto, estudiosos e entidades
internacionais condenam essa proposta, alegando que não reduz a criminalidade. Nesse sentido, convém
analisar dados que deixem de lado a emoção e levem em consideração a razão, necessária em uma decisão
importante como essa.”

É possível perceber um posicionamento contrário à redução da maioridade penal. Porém, diferentemente do


parágrafo anterior, o que foi apresentado agora não divide a tese em argumentos bem organizados. Ele deixa,
apenas, o ponto de vista sugerido.

Estratégias de contextualização da proposta


Embora tendam ao infinito, há alguns modelos bem interessantes de contextualização do tema. De fato,
quando o aluno pergunta "qual a melhor estratégia para falar desse tema?”, milhares de ideias podem vir à
cabeça, mas, na falta de algo mais concreto, vamos apresentar algumas que podem ajudar.

1- Apresentação literal ou tradicional do tema


Tema: Os efeitos do Marco Civil da Internet na liberdade de expressão e privacidade dos brasileiros.

Em 2014, foi aprovado o Marco Civil da Internet, lei que atua sobre as principais problemáticas existentes na
rede, buscando uma navegação segura e produtiva por parte dos cidadãos. Dentre os objetivos da lei, a garantia
de liberdade de expressão e de privacidade são os principais pontos. Entretanto, em uma sociedade de perda
dos limites da livre manifestação de ideias e de crimes virtuais, é crucial perceber que tais resoluções propostas
pelo Marco podem trazer consequências negativas para a Internet e seus usuários, como o agravamento de tais
problemas já existentes na contemporaneidade.

2- Apresentação histórica do tema


Tema: Os limites da liberdade de expressão no mundo de hoje.

A eleição presidencial de 1989 ficou marcada pelo fervoroso embate entre os candidatos Brizola e Maluf. As
ofensas herdadas do período ditatorial permaneceram ao longo de todos os encontros e chegaram à boca do
povo. 25 anos depois, nada foi diferente: os debates presidenciais mostraram o quanto as palavras podem
definir posições, e, desta vez, não chegaram só à boca do povo, mas também aos dedos, às redes sociais. Diante
da falta de respeito em qualquer assunto e local, é válido refletir: há mesmo limites na liberdade de expressão
no mundo de hoje?
Redação

3- Apresentação cultural
Tema: Os entraves para o fortalecimendo do hábito da leitura no Brasil.

Certa vez, Paulo Freire, importante educador e filósofo brasileiro, destacou a necessidade de a leitura ser um
ato de amor. Em outra ocasião, Jorge Luis Borges, poeta argentino, apontou o ato de ler como uma forma de
felicidade. De fato, durante séculos, tal atividade foi fonte de conhecimento e desenvolvimento da sociedade,
trazendo importantes ensinamentos a quem a tinha como um hábito. Entretanto, nos dias de hoje, tal avidez
tem perdido seu espaço no meio social, vítima de uma falta de incentivo por parte dos setores responsáveis por
criá-lo e do próprio mercado, que desestimula um hábito crucial na vida da população.

4- Apresentação jornalística
Tema: A questão dos refugiados no mundo contemporâneo.

Uma imagem, recentemente, tomou conta das mídias do mundo inteiro: a de uma criança síria encontrada morta
numa praia turca, como resultado de uma tentativa de sua família de fugir do país de origem, em conflito. Essa
cena chocante representa uma situação trágica enfrentada por muitas pessoas que tentam fugir dos infernos
na terra que seus países se tornaram por conta de guerras, ditaduras, embates religiosos. No entanto, se por
um lado algumas nações se mostram dispostas a ajudar a resolver esse problema, outras, se esquivam da
responsabilidade, causando um grande desequilíbrio.

5- Apresentação por conceituação


Tema: Invisibilidade e registro civil: garantia do acesso à cidadania no Brasil.

A palavra “cidadania” desenvolve-se na sociedade desde os períodos clássicos. Hoje, ela está relacionada à
qualidade de ser um cidadão e, consequentemente, sujeito de direitos e deveres, os quais também são
garantidos pela Constituição Federal de 1988, denominada “cidadã”. Esta defende a participação ativa de um
ser humano na sociedade. No entanto, essa garantia não é plenamente efetivada na sociedade brasileira, uma
vez que a falta de registro civil perpetua uma invisibilidade social que necessita ser mitigada.

Dica: Uso da interdisciplinaridade


Em uma redação de vestibular que pede dos alunos certa informatividade e capacidade de conectar os
diversos conhecimentos adquiridos ao longo do Ensino Médio, é fundamental o uso da interdisciplinaridade.
Por isso, aproveite os seus conhecimentos sobre Filosofia, Sociologia, História, Geografia, Química, Física,
Biologia, Matemática e até o Português e faça boas conexões! Veja um exemplo interessante, no qual unimos
Redação e Literatura:
Na obra literária “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, é perceptível o contínuo anseio pela sobrevivência humana,
a fim de obter um direito universal inquestionável: a água. A escassez desse bem hídrico tornou-se um problema
atemporal e aflige a sociedade contemporânea à medida que sua demanda e consumo aumentam. Assim, torna-
se imprescindível alterar esse uso desregulado e combater a desigualdade na obtenção de tal recurso.

Fórmulas desgastadas
Uma “pitada” de originalidade é sempre bem-vinda em qualquer redação, conferindo uma espécie de bônus
(em termos de nota) ao enunciador. Do mesmo modo, evitar construções previsíveis, se não permite ganhos,
ao menos evita perdas. Por isso, procure ao máximo evitar construções com formato clichê, como “Desde a
Antiguidade, o homem (...)” ou “A humanidade, desde os primórdios, (...)”. Esse tipo de alusão, além de
desgastada, não revela qualquer tipo de base cultural do aluno, já que as referências são extremamente
genéricas ou inexatas.
Redação
Redação

Exercícios de fixação

Leia o fragmento abaixo sobre o tema “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira” e
responda às questões.

“O filme Nise – No coração da loucura conta a história da médica Nise da Silveira que revolucionou a tragetória
da psiquiatria brasileira, uma vez que propôs novas técnicas para tratar internos de hospitais psiquiátricos e
se recusou a usar eletrochoques e camisas de força nos pacientes. Estes tratamentos representavam a forma
como os doentes mentais estavam à margem da sociedade e os preconceitos em torno dessas enfermidades.
No entanto, por mais que a alagoana tenha proporcionado o debate sobre essa questão, estigmas
relacionados às doenças mentais ainda persistem na sociedade brasileira.”

1. Por que é importante apresentar as palavras chaves do tema na introdução da redação?

2. Qual estratégia de contextualização foi utilizada nesse parágrafo de introdução?

3. No parágrafo de introdução acima, a tese foi apresentada de maneira analítica ou sintética?

4. Como o parágrafo de introdução sobre o tema do Enem 2020 foi estruturado?

5. Quais palavras-chave são essenciais para evitar a fuga do tema no parágrafo?


Redação

Exercícios de vestibulares

Levando em consideração o parágrafo a seguir, responda:


“Em A literatura e a formação do homem, o sociólogo e professor Antônio Cândido fala sobre a função
humanizadora da literatura considerando as suas três funções: a psicológica, a formativa de tipo educacional
e a de conhecimento de mundo e de ser. Nesse sentido, ela é indispensável a quem quer que seja, pois
contribui não somente com o enriquecimento intelectual e cultural, mas também desenvolve o senso crítico
e amplia a visão de sociedade.”

1. Qual tema é abordado na introdução? É possível identificá-lo facilmente?

2. Qual trecho do parágrafo apresenta a contextualização do tema?

3. Qual trecho contém o posicionamento do autor?

Leia a introdução a seguir, sobre o tema "A cordialidade brasileira e suas consequências em questão no
século XXI":

“Em sua obra A casa e a rua, Roberto DaMatta revisita a ideia do homem cordial ao mostrar que, na teoria, o
ambiente privado é o lugar do uso da emoção acima da razão, enquanto, no meio público, a moral, as leis coletivas
regem o indivíduo. É possível, por meio de sua produção, discutir a cordialidade brasileira e seus efeitos hoje.”

4. Em relação às duas funções da introdução, pode-se afirmar que o parágrafo está completo?

5. Identifique a estratégia de contextualização utilizada no trecho.

Leia o parágrafo a seguir:


“No drama “Preciosa”, que se passa em 1987, a personagem Claireece comprova que, há 29 anos, os Estados
Unidos já discutiam o tão perigoso bullying. Violentada pelo pai e negligenciada pela mãe, a menina de 16 anos,
já com um filho, ainda precisava lidar com os duros deboches em sala de aula, alimentando o seu isolamento e,
consequentemente, o distanciamento do aprendizado escolar. No Brasil, a realidade não é diferente; porém, a
verdadeira preocupação só chegou às instituições de ensino em 2016, ano em que a prevenção e o combate à
prática virou lei no país. Isso confirma que, diferentemente da situação norte-americana, a luta aqui é recente e
precisa ser valorizada, tanto no ambiente escolar quanto no familiar.”

6. Identifique, no parágrafo, a contextualização e a estratégia apresentadas pelo autor.

7. Sabendo como se constrói uma tese, identifique o trecho que define o posicionamento e qual estratégia
foi utilizada na sua formulação.

8. Alguma outra estratégia poderia ter sido utilizada nessa mesma temática? Justifique sua resposta.

Analise o parágrafo para resolver as questões abaixo:


Redação

“Na obra “Dom Quixote”, do escritor Miguel de Cervantes, o personagem Alonso Quijano cultivava o prazer pela
leitura e explorava sua inclinação imaginária ao projetar seus sonhos, temores e emoções para o mundo fictício.
Assim como ocorre com Alonso, as crianças também usufruem da fantasia e, a partir dela, criam novas visões e
questionamentos; neste contexto, a literatura contribui na construção da formação infantil. No entanto, um
empecilho ao desenvolvimento dos pequenos é que nem sempre há o estímulo à leitura, ficando clara a
necessidade de alterações”

9. Sabendo que a introdução é exemplar, identifique elementos que a tornaram um parágrafo “nota mil”.

10. Apresente outras duas estratégias de contextualização que poderiam ser utilizadas no tema “A
importância da literatura na formação da criança”.
Redação

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. É importante apresentar as palavras-chave do tema na introdução para evidenciar o direcionamento da


discussão proposta pela banca e evitar a fuga ao tema.

2. A estratégia de contextualização do parágrafo de introdução foi a alusão cultural ao filme “Nise – No


coração da loucura”, o qual dialoga pertinentemente com o tema acerca das doenças mentais.

3. No parágrafo em questão, a tese foi apresentada de maneira sintética uma vez que apresenta, de maneira
direta, a opinião de que há entraves a serem superados em relação aos estigmas associados às doenças
mentais no Brasil.

4. O parágrafo apresenta a contextualização do assunto, fazendo referência à psiquiatra, depois há o recorte


temático e a apresentação da tese.

5. As palavras-chave essenciais para direcionar a discussão do texto são “estigma” e “doenças mentais”,
uma vez que o tema pede que o candidato disserte sobre os preconceitos relacionados a essas doenças
na sociedade brasileira, uma delimitação geográfica.

Exercícios de vestibulares

1. O tema fala sobre o papel da literatura na nossa formação, hoje.

2. De "Em 'A literatura'" até "e de ser".

3. De "Nesse sentido" até "de sociedade".

4. Não. Apesar de apresentar uma contextualização, não há posicionamento claro. É, portanto, expositivo.

5. A contextualização é cultural, uma vez que usa a obra de Roberto Da Matta na apresentação do tema.

6. A contextualização termina em "lei no país" e tem como estratégia a utilização de um filme, sendo, portanto,
reconhecida como cultural.

7. A tese, a partir de "isso confirma", tem construção de maneira analítica, visto que apresenta, na sua
formulação, os dois argumentos a serem defendidos no desenvolvimento: o que de (1) a escola e (2) a
família têm papel na resolução do problema.

8. O aluno poderia apresentar uma análise histórica da ideia de bullying nas escolas, comparando a
sua presença nesse meio ontem e hoje.

9. Além do cuidado gramatical, o parágrafo apresenta uma contextualização muito interessante, levando
em consideração a história e os desafios de Dom Quixote, além de uma tese bem construída e clara.

10. Dados sobre o hábito de leitura entre as crianças poderiam ser interessantes na contextualização. Além
disso, o aluno poderia criar uma comparação entre a forma como a leitura é levada em consideração aqui,
no Brasil, e fora do país (e os resultados disso).
Sociologia

Émile Durkheim: fato social

Objetivo
Vamos conhecer o conceito de fato social; entender por que ele é coercitivo, geral e coletivo; e conhecer os
fatos sociais normais e patológicos e as relações com os sujeitos e a sociedade.

Curiosidade
Esse é o conceito mais importante de Émile Durkheim. É com esse conceito que o pensador fundamenta a
Sociologia como uma disciplina autônoma e inicia o primeiro curso da área na Universidade.

Teoria

Se você estuda sociologia hoje, agradeça a Durkheim! Ele é o pensador responsável pela institucionalização
das ciências sociais. Para provar a existência de um campo de estudo exclusivo da sociologia, ele conceitua
sobre seu objeto por excelência, o fato social.

Tal como Comte, Émile Durkheim destacou-se pela explicação que desenvolveu
sobre a origem da sociedade capitalista moderna. Diferente de seu predecessor,
que via no surgimento da sociedade moderna a passagem de um estado
metafísico (dominado por explicações filosóficas) para um estado positivo,
(dominado por explicações científicas); Durkheim via na passagem das
sociedades tradicionais para a Modernidade, acima de tudo, uma mudança na
solidariedade social, isto é, no mecanismo de coesão que mantém unida a
sociedade através da consciência coletiva.

Fortemente influenciado pelas ciências naturais – seu modelo de pensamento –,


o sociólogo francês afirmava que as principais virtudes de um pesquisador social
são a neutralidade e a objetividade. Na prática, isso significa que um sociólogo jamais deve permitir que os
seus valores pessoais ou a sua visão de mundo interfiram no seu trabalho. Sua análise deve ser meramente
descritiva, nunca avaliativa, concentrada apenas em compreender a sociedade que está pesquisando, não em
julgá-la ou classificá-la. Por pensar a sociedade a partir da metáfora do organismo vivo, em que cada órgão
cumpre uma função, a metodologia durkheimiana ficou conhecida como funcionalismo. Para o autor,
importava perceber as relações sociais a partir de sua funcionalidade para a manutenção da sociedade.

Relação indivíduo x sociedade


Para Durkheim, os fenômenos sociais estudados de forma individual não são capazes de traduzir a realidade
social. A sociedade sempre prevalece sobre o indivíduo, dispondo de padrões de comportamento impostos.
Esses padrões visam à manutenção da sociedade, sua ordem e estrutura. Durkheim conceituava que, sem
esses padrões, a ordem social ruiria.

Essas regras, normas e costumes formam uma consciência coletiva, um conjunto de conhecimentos e
características compartilhadas que faz com que os indivíduos ajam e se comportem de maneira parecida.
Sociologia

Isso dá sentido à integração social e permite a convivência. A língua, a moral, a compreensão do mundo etc.
são exemplos de componentes dessa consciência coletiva. A vida em sociedade só é possível com um
mínimo de concordância entre os indivíduos e a forma como são e estão no mundo. As fronteiras entre a
consciência coletiva e individual não são claras, e muitas vezes acreditamos estar nos comportamos tal qual
nossa vontade – quando, na verdade, estamos seguindo o padrão imposto socialmente.

Esses componentes da consciência coletiva se realizam em instituições sociais, que são a base da sociedade
e correspondem às crenças e comportamentos instituídos pela coletividade. Família, escola, sistema
judiciário, Estado, Igreja etc. são exemplos de instituições sociais. Sua função é reproduzir a consciência
coletiva (o conjunto de regras, normas e costumes que dão sustentação à vida coletiva), formando e
mantendo a estrutura social. Se você pensar bem, perceberá que é no interior da sua família que você aprende
a estar em família, assim como é no interior da escola que aprendemos como estar na escola. É frequentando
determinado culto e professando qualquer fé que reproduzimos seus valores. As instituições sociais
produzem a sociedade; tanto que, para Durkheim, a Sociologia é “a ciência das instituições sociais, de sua
gênese e de seu funcionamento”.

O processo de aprendizado no interior das instituições sociais é o processo de socialização, a partir do qual
aprendemos as regras do jogo social, os limites e as expectativas de ação e comportamento , de acordo com
cada grupo social do qual fazemos parte”. As gerações mais velhas ensinam as mais futuras sobre o
funcionamento da sociedade e a possibilidade de mudança só se concretiza lentamente na mudança da
instituição em si.

O objeto da sociologia: fato social


Para chegar a essas conclusões, o sociólogo teve que desenvolver uma metodologia particular. Como
podemos observar, o foco de Durkheim na estrutura da sociedade era pensar o que a mantinha unida, como
produzia coesão. Mas, como observamos, a coesão das sociedades estudadas por Durkheim tem diferentes
origens, certo? Aprofundando um pouco mais no pensamento do autor, podemos elencar como gerador dessa
coesão o consenso em torno das regras assumidas pelo grupo social, para manter a sociedade de pé. Ou
seja, independentemente se por semelhança ou interdependência, o que promove a coesão social é a adesão
às normas, regras e valores sociais compartilhados pelo grupo. Essas regras, normas e valores, a partir da
adesão grupal, formam padrões observáveis de comportamento. Para Durkheim, assim como um físico
observa os objetos, um fenômeno social poderia ser observado como uma “coisa”, que existe sui generis, não
podendo ser reduzido à soma das partes e devendo ser estudado como externo aos indivíduos e único como
fenômeno. Elencando um conjunto de características para identificar essa coisa social, Durkheim chega ao
objeto de estudo: o fato social.

Os fatos sociais são justamente padrões observáveis de comportamento, que acabam se impondo de
maneira coercitiva aos indivíduos; são maneiras de agir, pensar e sentir na vida de um indivíduo inserido na
sociedade. Esse conjunto de dispositivos ocorre independentemente da vontade e existência das pessoas.
Os elementos característicos dos fatos sociais que usamos para os identificar são: exterioridade,
coercitividade e generalidade. Sua exterioridade pode ser explicada pelo fato de que não está no poder do
indivíduo modificar as regras sociais às quais está submetido por meio meramente de sua vontade. São
coercitivos, porque há punições e sanções para aqueles que não obedecem às regras. Os padrões possuem
poder ou força. Por fim, eles são gerais no sentido de que devem ser observados por todos aqueles que fazem
parte de certo grupo social. Alcançam toda a sociedade.

Podemos citar como fatos sociais: relações de parentesco, casamento, fidelidade, ter filhos, papéis
institucionais (formas de agir dentro das instituições), uso de vestimentas, rituais religiosos, fenômenos
culturais repetitivos (como o uso de talheres), organizar-se politicamente, crime, trabalho etc.
Sociologia

Os fatos sociais podem ser normais ou patológicos (olha a metáfora da sociedade como um organismo aí
outra vez!). Os fatos sociais normais são os que funcionam em harmonia com a função das instituições
sociais. Mesmo que sejam fatos sociais conflitivos (como o crime), eles têm uma utilidade para o
funcionamento da sociedade (o crime serve para definir os limites dos comportamentos considerados
aceitáveis numa sociedade). Eles são comuns à maioria dos
membros de um grupo social. Já os fatos sociais patológicos são os
que se encontram em desajuste com as instituições sociais. Ou seja,
eles fogem das normas e do comportamento da maioria. Como diz
o próprio nome, esse fato social é considerado uma espécie de
doença da sociedade, que traz graves consequências para a
estrutura social. O crime, por exemplo, se torna um fato social
patológico quando alcança altas taxas, colaborando para o
desequilíbrio social.

A educação é um fato social. Mas, será que


podemos considerar um fato social a inclusão
em novas tecnologias?

O suicídio como fato social


Um dos estudos de caso realizados por Durkheim para provar suas teorias é famoso. O autor escolhe estudar
um fenômeno que se acredita ser extremamente pessoal (o suicídio), para verificar suas hipóteses não só em
relação ao fato social, como também quanto à diferença entre a coesão e solidariedades de um grupo.

Durkheim concluí que a taxa de suicídio de um determinado grupo varia de acordo com suas afiliações morais.
Sociedades católicas da sua época, por exemplo, têm uma taxa menor de suicídios que sociedades
protestantes. Durkheim classifica três tipos de suicídio:
• Egoísta: ocorre quando a consciência individual (o ego) supera a coletiva, tornando esse indivíduo “grande
demais” frente à sociedade. A vida perde o sentido pelo descolamento desse ego da relação com a
consciência coletiva;
• Altruísta: é o processo contrário. A consciência coletiva se dilata tanto que se torna insuportável para o
ego. Ele se misturou a algo fora de si, deixou de ser individual. A barreira que o continha como consciência
foi desfeita, e está disposto a abandonar a vida pelo grupo;
• Anômico: ocorre em momentos de anomia social, ou seja, a ausência ou afastamento dos padrões e regras
morais de uma sociedade. Aqui a ordem é desfeita e os indivíduos têm dificuldade em lidar com esse
processo. Processo de degradação da normalidade social, como crises econômicas, guerras, grandes
tragédias etc. produzem esse efeito.
Sociologia

Que tal conferir um mapa mental sobre Émile Durkheim?

Clique na imagem, para ver o “QUER QUE DESENHE?” deste mapa mental no canal do Descomplica no YouTube.
Sociologia

Exercícios de fixação

1. Por que o método de Durkheim é conhecido como funcionalismo?

2. O crime, para Durkheim, é um fato social normal. Por que o autor afirma isso?

3. No suicídio altruísta:
a) O indivíduo tem sua consciência muito maior que a consciência coletiva;
b) A consciência individual fica fragilizada frente a consciência coletiva;
c) A sociedade se encontra num estado de anomia;
d) O suicídio não tem nenhuma relação com a sociedade.

4. Para serem considerados normais, os fatos sociais precisam:


a) Estar em harmonia com as instituições sociais;
b) Controlar o comportamento dos sujeitos;
c) Alcançar um grupo reduzido de pessoas;
d) Ser consensual.

5. O que é consciência coletiva?


Sociologia

Exercícios de vestibulares

1. (UFU, 2009) “Alegando ver ‘um conjunto de regras diabólicas’ e lembrando que ‘a desgraça humana
começou por causa da mulher’, um juiz de Sete Lagoas (MG) considerou inconstitucional a Lei Maria
da Penha e rejeitou pedidos de medidas contra homens que agrediram e ameaçaram suas
companheiras.”
Folha de S. Paulo, 21 de outubro de 2007.

O trecho supracitado refere-se à temática da violência contra a mulher. Tendo como referência a
sociologia de Èmile Durkheim e sua concepção de sociedade, podemos afirmar que a violência contra
a mulher é:
a) um fenômeno de ordem sagrada, uma regra divina, como forma de punição à mulher face à sua
culpa pela expulsão dos humanos do Jardim do Éden.
b) um fenômeno natural, originado nas diferenças biológicas entre homens e mulheres, as quais
instituem a superioridade masculina e a fragilidade feminina.
c) um fenômeno moral, embasado em padrões socialmente estabelecidos, os quais regulam as
relações sociais entre homens e mulheres.
d) consequência de um desequilíbrio emocional na personalidade masculina, o que requer tratamento
individual com profissionais especializados.
e) consequência do mau comportamento das mesmas, que possuem um temperamento muito forte.

2. (Enem 2016) Arrependimentos terminais


Em Antes de partir, uma cuidadora especializada em doentes terminais fala do que eles mais se
arrependem na hora de morrer. “Não deveria ter trabalhado tanto”, diz um dos pacientes. “Desejaria ter
ficado em contato com meus amigos”, lembra outro. “Desejaria ter coragem de expressar meus
sentimentos.” “Não deveria ter levado a vida baseando-me no que esperavam de mim”, diz um terceiro.
Há cem anos ou cinquenta, quem sabe, sem dúvida seriam outros os arrependimentos terminais.
“Gostaria de ter sido mais útil à minha pátria.” “Deveria ter sido mais obediente a Deus.” “Gostaria de
ter deixado mais patrimônio aos meus descendentes.”
COELHO, M. Folha de São Paulo, 2 jan. 2013.

O texto compara hipoteticamente dois padrões morais que divergem por se basearem respectivamente
em
a) satisfação pessoal e valores tradicionais.
b) relativismo cultural e postura ecumênica.
c) tranquilidade espiritual e costumes liberais.
d) realização profissional e culto à personalidade.
e) engajamento político e princípios nacionalistas.
Sociologia

3. (Enem, 2011) Texto I


A bandeira no estádio é um estandarte/A flâmula pendurada na parede do quarto/ O distintivo na
camisa do uniforme/ Que coisa linda é uma partida de futebol/ Posso morrer pelo meu time/ Se ele
perder, que dor, imenso crime/ Posso chorar se ele não ganhar/ Mas se ele ganha, não adianta/ Não há
garganta que não pare de berrar/ A chuteira veste o pé descalço/ O tapete da realeza é verde/ Olhando
para a bola eu vejo o sol/ Está rolando agora, é uma partida de futebol
SKANK. Uma partida de futebol. Disponível em: www.letras.terra.com.br. Acesso em: 27 abr. 2010 (fragmento).

Texto II
O “gostar de futebol” no Brasil existe fora das consciências individuais dos brasileiros. O gosto ou a
paixão por um determinado esporte não existe naturalmente em nosso “sangue”, como supõe o senso
comum. Ele existe na coletividade, em nosso meio social, que nos transmite esse sentimento da
mesma forma que a escola nos ensina a ler e a escrever.
HELAL, R. O que é Sociologia do Esporte? São Paulo: Brasiliense, 1990.

Chamado de ópio do povo por uns, paixão nacional por outros, o futebol, além de esporte mais praticado
no Brasil, pode ser considerado fato social, culturalmente apreendido, seja por seus praticantes, seja
pelos torcedores. Nesse sentido, as fontes acima apresentam ideias semelhantes, pois o
a) futebol aparece como elemento integrante da cultura brasileira.
b) lazer aparece em ambos como a principal função social do futebol.
c) “tapete verde” e a “bola–sol” são metáforas do nacionalismo.
d) esporte é visto como instrumento de divulgação de valores sociais.
e) futebol é visto como um instante de supressão da desigualdade social.

4. (UEL, 2011) De acordo com Susie Orbach, “Muitas coisas feitas em nome da saúde geram dificuldades
pessoais e psicológicas. Olhar fotos de corpos que passaram por tratamento de imagem e achar que
correspondem à realidade cria problema de autoimagem, o que leva muitas mulheres às mesas de
cirurgia. Na geração das minhas filhas, há garotas que gostam e outras que não gostam de seus
corpos. Elas têm medo de comida e do que a comida pode fazer aos seus corpos. Essa é a nova norma,
mas isso não é normal. Elas têm pânico de ter apetite e de atender aos seus desejos”.
Adaptado: “As mulheres estão famintas, mas têm medo da comida”, Folha de S. Paulo, São Paulo, 15 ago. 2010, Saúde.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd1508201001.htm>. Acesso em: 15 out. 2010).

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Émile Durkheim, é correto afirmar:
a) O conflito geracional produz anomia social, dada a incapacidade de os mais velhos compreenderem
as aspirações dos mais novos.
b) Os padrões do que se considera saudável e belo são exemplos de fato social e, portanto, são
suscetíveis de exercer coerção sobre o indivíduo.
c) Normas são prejudiciais ao desenvolvimento social por criarem parâmetros e regras que
institucionalizam o agir dos indivíduos.
d) A consciência coletiva é mais forte entre os jovens, voltados que estão a princípios menos
individualistas e egoístas.
e) A base para a formação de princípios morais e de solidez das instituições são os desejos individuais,
visto estes traduzirem o que é melhor para a sociedade.
Sociologia

5. (Unioeste, 2013) O sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917), em sua obra As Regras do Método
Sociológico, ocupou-se em estabelecer o objeto de estudo da sociologia. Entre as constatações de
Durkheim, está a de que o fato social não pode ser definido pela sua generalidade no interior de uma
sociedade. Nessa obra, Durkheim elabora um tratamento científico dos fatos sociais e cria uma base
para a sociologia no interior de um conjunto coeso de disciplinas sociais, visando fornecer uma base
racional e sistemática da sociedade civil.
Sobre o significado do fato social para Durkheim, é correto afirmar que
a) os fenômenos sociais, embora obviamente inexistentes sem os seres humanos, residem nos seres
humanos como indivíduos, ou seja, os fatos sociais são os estados mentais ou emoções dos
indivíduos.
b) os fatos sociais, parecem, aos indivíduos, uma realidade que pode ser evitada, de maneira que se
apresenta dependente de sua vontade. Nesse sentido, desobedecer a uma norma social não conduz
o indivíduo a sanções punitivas.
c) a proposição fundamental do método de Durkheim é a de que os fatos sociais devem ser tratados
como coisas, ou seja, como objeto do conhecimento que a inteligência não penetra de forma natural,
mas através da observação e da experimentação.
d) Durkheim considera os fatos sociais como coisas materiais. Pode-se afirmar, portanto, que todo
objeto de ciência é uma coisa material e deve ser abordado a partir do princípio de que o seu estudo
deve ser abordado sem ignorar completamente o que são.
e) os fatos sociais são semelhantes aos fatos psíquicos, pois apresentam um substrato semelhante e
evoluem no mesmo meio, de maneira que dependem das mesmas condições.

6. (UFU, 2009) “Ao longo da última década, os hackers passaram por uma transformação gradual – de
uma população pouco conhecida de entusiastas em computação a um grupo de desviantes, alvo de
maledicência, que se acredita venha a ameaçar a própria estabilidade da era da informação.”
GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005. p.172.

Em sua análise do ato criminoso, Durkheim vinculou-o à consciência coletiva e às suas manifestações
na vida social. De acordo com o pensamento desse autor, marque a alternativa INCORRETA.
a) A consciência coletiva abrange estados fortes e definidos de pensamento e sentimento
compartilhados. Um ato é criminoso quando ofende esses estados da consciência coletiva.
b) A consciência coletiva refere-se ao conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos
membros de uma sociedade. A classificação de um ato como criminoso não depende das
consciências particulares.
c) A consciência coletiva, na modernidade, recobre toda consciência individual, anulando-a. A noção
de ato criminoso está presente em todos os indivíduos mentalmente normais.
d) A consciência coletiva corresponde, de certa forma, à moral vigente na sociedade. Um ato não é
reprovado por ser criminoso, mas é criminoso por ser reprovado.
e) A consciência coletiva é efetivada também com a participação do fato social.
Sociologia

7. (UEL, 2010) Leia o texto a seguir:


A aluna Geisy Villa Nova Arruda, 20, não poderá mais frequentar o prédio em que estudava antes do dia
22 de outubro, quando foi perseguida, encurralada, xingada e ameaçada por cerca de 700 alunos, no
campus de São Bernardo (de uma Universidade particular), alegadamente por causa do microvestido
que trajava.
Adaptado de: Folha de São Paulo. (Universidade particular) decide “exilar” Geisy em outro prédio. Caderno cotidiano, C1, 11
nov. 2009.

A matéria refere-se a recente episódio, de repercussão nacional na mídia e que teve como desfecho a
readmissão da aluna à referida instituição, após o posicionamento da opinião pública.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Durkheim, é correto afirmar que o
acontecimento citado revelou
a) a consolidação de uma nova consciência coletiva, de bases amplas, representada pelos alunos da
referida instituição.
b) o desprezo da consciência coletiva dominante na sociedade em relação aos destinos individuais,
no caso, à aluna que foi alvo dos ataques dos estudantes.
c) a força da consciência coletiva da sociedade que se impôs aos comportamentos morais desviantes
com a finalidade de resgatar a harmonia social, preservando as instituições.
d) a presença de um quadro de profunda anomia social e o quanto os valores sociais de decência
foram perdidos pela consciência coletiva que se posicionou favoravelmente à estudante.
e) o perigo representado pela presença de uma consciência coletiva forte e majoritária atuando como
obstáculo para o desenvolvimento da vida social sadia ao impedir que alguns indivíduos
defendessem os melhores valores morais.

8. (Unimontes, 2012) Escrevendo num contexto de vigência do Estado liberal-democrático, Émile


Durkheim (1858-1917) foi o autor, entre os clássicos da Sociologia, que mais refletiu sobre a estreita
relação entre educação e cidadania. Ao mesmo tempo em que sintetiza sua análise, desenvolve um
conjunto de ideias que influenciarão o desenvolvimento da teoria sociológica aplicada no contexto
educacional.
Considerando as reflexões do autor sobre esse tema, é incorreta a afirmativa:
a) O caráter classista da estrutura educacional demonstra que ocorre uma seleção natural dos
indivíduos que alcançarão níveis mais elevados no sistema educacional e no processo produtivo,
graças aos currículos, aos exames e às formas de acesso socialmente desiguais.
b) O Estado não pode negligenciar-se ou desinteressar-se do processo educativo, pois cabe a ele
manter e tornar os indivíduos conscientes de uma série de ideias e sentimentos necessários à
organização social.
c) A sociedade deve lembrar aos professores quais são as ideias e sentimentos que deverão estar
presentes na ação educativa, sendo materializados nos currículos, programas e estruturas
escolares.
d) A ação educativa deve ser exercida em sentido social, essencial na formação do cidadão, moldado
nos padrões e valores preconizados no interesse coletivo em detrimento dos interesses e egoísmos
estritamente particulares.
e) A educação é uma das principais formas de passar adiante os fatos sociais.
Sociologia

9. (Unimontes, 2015) Coube a Émile Durkheim (1858-1917) a institucionalização da Sociologia como


disciplina acadêmica. Para o sociólogo clássico francês, a sociedade moderna implica uma
diferenciação substancial de funções e ocupações profissionais. Sobre as análises desse autor, é
CORRETO afirmar:
a) O problema social é estritamente econômico e depende de vontades individuais.
b) O desenvolvimento da sociedade moderna deve passar por um processo de ruptura social e
permanente anomia.
c) A questão social é também um problema de moralização e organização consciente da vida
econômica.
d) Para Durkheim, na sociedade moderna não há possibilidades de desenvolvimento das coletividades,
por necessitar de novos pactos políticos dos governantes.
e) Os indivíduos que criam seus próprios valores morais no interior de uma sociedade.

10. (UEL, 2013) Leia o texto a seguir.


Sentir-se muito angustiado com a ideia de perder seu celular ou de ser incapaz de ficar sem ele por
mais de um dia é a origem da chamada “nomofobia”, contração de no mobile phobia, doença que afeta
principalmente os viciados em redes sociais que não suportam ficar desconectados. Uma parte da
população acha que, se não estiver conectada, perde alguma coisa. E se perdemos alguma coisa, ou
se não podemos responder imediatamente, desenvolvemos formas de ansiedade ou nervosismo.
Adaptado de: O medo de não ter o celular à disposição cria nova fobia. Disponível em: <exame.abril.com.br/estilo-de-
vida/comportamento/notícias/o-medo-de-nao-ter-o-celular-a-disposicao-cria-nova-fobia>. Acesso em: 9 abr. 2012.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre socialização e instituições sociais, na perspectiva
funcionalista de Durkheim, assinale a alternativa correta.
a) A nomofobia reduz a possibilidade de anomia social na medida em que aproxima o contato em
tempo real dos indivíduos, fortalecendo a integração com a vida social.
b) As interações sociais via tecnologias digitais são uma forma de solidariedade mecânica, pois os
indivíduos uniformizam seus comportamentos.
c) O que faz de uma rede social virtual uma instituição é o fato de exercer um poder coercitivo e ao
mesmo tempo desejável sobre os indivíduos.
d) O uso de interações sociais por recursos tecnológicos constitui um elemento moral a ser
compreendido como fato social.
e) Para a nomofobia ser considerada um fato social, faz-se necessário que esteja presente em uma
diversidade de grupos sociais.

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Sociologia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Porque o sociólogo está preocupado com o funcionamento da sociedade como um todo; e, a partir da
metáfora do organismo vivo, o pensador pressupõe que cada parte da sociedade deve cumprir uma
função específica.

2. Porque o crime tem uma função reguladora. Ele determina os limites de comportamento para os
membros do grupo e serve de reforço para o poder coercitivo da sociedade. Cada sujeito que é punido e
usado como um lembrete de que seguir as regras é importante para o bem de toda a sociedade.

3. B
O suicídio altruísta é aquele caracterizado pelo aumento da consciência coletiva, pesando sobre o
indivíduo e o fragilizando. Ele não mais se compreende como fundamental e se sacrifica pela sociedade.

4. A
Um fato social normal é aquele que auxilia as instituições no seu funcionamento, estando em harmonia
com elas. Quando os fatos sociais conflituam com as instituições eles se tornam patológicos.

5. Uma consciência que surge a partir de regras, normas e costumes, formando um conjunto de
conhecimentos e características compartilhado que faz com que os indivíduos ajam de maneira parecida

Exercícios de vestibulares

1. C
A afirmativa A está errada, porque Durkheim não concebia o sagrado como determinante das ações
sociais, assim como também não concebia motivos biológicos como determinantes das mesmas ações;
por isso a alternativa B também está errada. A alternativa D leva em conta a personalidade individual
como motivadora das ações masculinas, por isso está errada. A alternativa correta é a C, pois Durkheim
vê as ações individuais como resultantes das relações sociais que as determinam; portanto, a violência
do homem contra a mulher em sua teoria social seria fruto de um fenômeno moral, embasado em
padrões socialmente estabelecidos e que definem socialmente o homem como tendo poder para dispor
até mesmo do corpo feminino, surgindo disso a violência contra ela.

2. A
Lendo o texto, observamos que os primeiros arrependimentos estão apoiados em valores morais mais
voltados a satisfação pessoal, como: “Não deveria ter trabalhado tanto”. Já os últimos arrependimentos
citados, se relacionam com valores morais mais tradicionais, por exemplo: “Deveria ter sido mais
obediente a Deus”.

3. A
Os dois textos apontam, cada um a seu modo, para o fato de a predileção pelo futebol ser um fator
socialmente estabelecido e não biologicamente ou psicologicamente determinado. Várias questões,
como a trajetória sócio-histórica da sociedade brasileira, ajudam a entender por que gostamos tanto de
futebol. Consolidado como um padrão de comportamento coercitivo, geral e externo, o futebol pode ser
considerado um fato social, e ajuda na promoção da coesão social.

4. B
Os padrões existem e são coercitivos, porque essas ideias, segundo Durkheim, que são normas e regras,
devem ser seguidas pelos membros da sociedade. Se isso não acontece, se alguém desobedece a elas,
é punido de certa maneira pelo restante do grupo.
Sociologia

5. C
É famosa a frase de Durkheim que diz: “Os fatos sociais devem ser tratados como coisas”. Nessa
perspectiva, Durkheim pretende garantir a objetividade da análise sociológica, considerando os
fenômenos sociais como exteriores aos indivíduos e exercendo coerção sobre eles.

6. C
A afirmativa C está errada, porque a consciência coletiva não consegue cobrir (e coibir) todas as
consciências individuais. Isso, porque existe grande quantidade de indivíduos desviantes de uma atitude
moral única. Tanto que, ainda que todos os indivíduos mentalmente normais saibam o que é um ato
criminoso, continuam a executá-lo, numa clara mostra de preponderância da vontade individual sobre a
coletiva.

7. C
A consciência coletiva é o conjunto de crenças e sentimentos comuns a um grupo social e que norteiam
suas ações, tendo função até mesmo normativa, pois leva em muitos casos a corrigir os indivíduos
desviantes pela coerção, física ou moral – no caso de infração a normas. A alternativa correta apontada
pela faculdade é a C, porém podemos questioná-la. Na sociedade brasileira atual é muito controverso
entender o uso de roupas curtas como fato desviante da moral usual, tendo em vista o que observamos
na televisão, nos shows, no Carnaval, até no cotidiano. O uso de roupas mais curtas é comum por grande
parte de nossa sociedade, então dizer que isso prejudica a harmonia social em um determinado ambiente
é algo duvidoso. Apesar disso, devemos ressaltar que, das questões, essa não apresenta nenhum
absurdo teórico ou em relação ao enunciado, o que justifica a sua assertiva.

8. A
Na sociologia durkheimiana não existe referência a uma estrutura educacional classista. Ainda que dê
grande peso à divisão social do trabalho.

9. C
A alternativa C é a única possível. O bom funcionamento da sociedade depende de sua coesão, que
corresponde à adesão social a certos comportamentos morais e formas de pensar, agir e sentir. Sendo
assim, tudo que produz desordem é considerado algo prejudicial à sociedade, inclusive o capitalismo
selvagem.

10. D
O texto mostra o caráter coercitivo do uso de equipamentos tecnológicos, para a comunicação social.
Esse tipo de interação é geral e externa ao indivíduo, por isso é um fato social.
APRO DAMENTO
Semana

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Biologia

O que é Biodiversidade?

Teoria

Biodiversidade
A biodiversidade pode ser considerada a variedade de seres vivos no planeta terra, sejam estes seres animais,
vegetais, fungos, dentre outros. Estudando a biodiversidade, podemos identificar a variedade de relações
ecológicas que podem ser criadas, na disponibilidade de alimentos, em medicamentos para o ser humano,
entre outras coisas.

A maior diversidade biológica ocorre nos trópicos, em áreas úmidas, como na Amazônia, embora em todos
os biomas haja uma biodiversidade considerável, mesmo em desertos e regiões polares. O desequilíbrio
ecológico, como a poluição, o desmatamento e a intensificação do efeito estufa, pode levar à redução da
diversidade biológica pela extinção de espécies.

A biodiversidade, porém, pode ser estudada por diferentes aspectos:


● Biodiversidade de espécies: quantidade de espécies em determinado local. É o termo mais utilizado, e o
que mais aparece em questões.
● Biodiversidade genética: pode ser estudada entre comunidades ou como variação em uma única
espécie. Equivale à variabilidade genética dos organismos, ou seja, aos diferentes tipos de genes e alelos
presentes.
● Biodiversidade de interações: analisa as relações ecológicas entre os organismos vivos e entre
organismos vivos e o ecossistema, buscando conservá-las.
● Biodiversidade taxonômica: analisa a diversidade de grupos taxonômicos em determinado local, desde
que analisado acima de espécie. (entenda mais sobre taxonomia com este vídeo!)
● Biodiversidade de paisagem: quanto maior a variação microclimática, é possível ter uma maior
quantidade de nichos ecológicos, permitindo um maior número de espécies.

1
Biologia

Observe a tabela a seguir para uma exemplificação prática da análise destes cinco tipos de biodiversidade:

Espécie Borboleta (rosa e verde) Garça Leão Onça (laranja e amarela)


Alelos A ou a B C D, d ou e
Interações Herbivoria Predação Competição
Táxon (Classe) Insecta Aves Mammalia
Paisagem Campos Mangue Savana Floresta (solo e árvore)

A partir dos dados desta tabela, podemos observar:


● Biodiversidade de espécies total: 6 (borboleta rosa, borboleta verde, garça, leão, onça laranja e onça
amarela).
● Biodiversidade genética total: 7 alelos (A, a, B, c, D, d e e).
● Biodiversidade de interações: 3
● Biodiversidade taxonômica: 3
● Biodiversidade de paisagem: 5 (campos, mangue, savana, solo da floresta e árvores da floresta).

Outros conceitos importantes para entender sobre a biodiversidade e conservação são:


● Espécies endêmicas: são espécies que só existem em um único lugar, exclusivas de determinada região.
● Ponto crítico ou Hot spot: Um “Ponto crítico da biodiversidade” é um local com grande concentração de
espécies endêmicas, isso é, que são típicas daquele local e dificilmente ocorrem em outras regiões.
Essas áreas, se sofrerem impactos ambientais, terão grande perda em termos de diversidade.

Fatores que influenciam na biodiversidade


A quantidade e a distribuição das espécies podem ser determinadas por diferentes fatores abióticos, como a
variação climática, a diversidade de nichos ecológicos, a latitude e a intensidade luminosa (permite maior
taxa de fotossíntese e com clima constante), e também a temperatura (maior facilidade para sobrevivência
de organismos ectotérmicos).
As interações entre organismos vivos também podem interferir, por exemplo, em casos de competição: esta
relação ecológica pode causar a mudança de nicho e consequentemente promover processos de especiação
(como exemplo, o princípio da exclusão competitiva, também chamado de princípio de Gause). A predação
também ajuda a controlar o número de indivíduos das presas, e sua extinção pode causar danos graves à
comunidade e às teias tróficas.

Biodiversidade e conservação
Os ecossistemas podem sofrer diferentes impactos humanos, porém é possível tentar reverter ou minimizar
estes impactos. Para remediar impactos de desmatamento e fragmentação de florestas, pode-se construir
corredores ecológicos, que permitem a movimentação dos organismos entre as áreas, evitando o isolamento
entre as populações que antes eram unidas.

2
Biologia

Outra forma de recuperar fauna e flora local é com a reintrodução de espécies nativas, processo que é feito
com muito estudo e planejamento por profissionais.
Além disso, é importante entender a diferença entre preservar e conservar: preservar é quando o ambiente
nunca foi tocado pelo homem, e conservar é quando o ambiente já teve interferência humana, e tenta-se evitar
maiores danos ou recuperar danos já feitos.

3
Biologia

Exercícios

1. (Enem, 2003) A biodiversidade diz respeito tanto a genes, espécies, ecossistemas, como a funções, e
coloca problemas de gestão muito diferenciados. É carregada de normas de valor. Proteger a
biodiversidade pode significar:
– a eliminação da ação humana, como é a proposta da ecologia radical;
– a proteção das populações cujos sistemas de produção e cultura repousam num dado ecossistema;
– a defesa dos interesses comerciais de firmas que utilizam a biodiversidade como matéria-prima, para
produzir mercadorias.
(Adaptado de GARAY, I. & DIAS, B. Conservação da biodiversidade em ecossistemas tropicais)
De acordo com o texto, no tratamento da questão da biodiversidade no Planeta,

De acordo com o texto, no tratamento da questão da biodiversidade no Planeta,


a) o principal desafio é conhecer todos problemas dos ecossistemas, para conseguir protegê-los da
ação humana.
b) os direitos e os interesses comerciais dos produtores devem ser defendidos, independentemente
do equilíbrio ecológico.
c) deve-se valorizar o equilíbrio do meio ambiente, ignorando-se os conflitos gerados pelo uso da
terra e seus recursos.
d) o enfoque ecológico é mais importante do que o social, pois as necessidades das populações não
devem constituir preocupação para ninguém.
e) há diferentes visões em jogo, tanto as que só consideram aspectos ecológicos, quanto as que
levam em conta aspectos sociais e econômicos.

2. (UFPI, 2010 - adaptada) Preservar a biodiversidade constitui uma das condições básicas para manter
os ambientes sadios no nosso planeta. Essa afirmação refere-se a uma preocupação:
a) mundial, porque as espécies levaram milhões de anos para se desenvolverem e muitas delas
podem desaparecer do mundo em poucas décadas, se a poluição e o desmatamento
indiscriminado tiverem continuidade.
b) regional, porque o desaparecimento de espécies de animais pode ser responsável por problemas
alimentares e pelo aumento de pragas, pela ruptura da cadeia alimentar, em algumas regiões do
mundo.
c) apenas para os Estados Unidos e países da Europa que já destruíram quase totalmente suas
florestas, por terem desenvolvido seu setor industrial há muito tempo.
d) apenas para países e regiões que se organizaram politicamente em espaços áridos ou semiáridos,
como a Namíbia e o Nordeste do Brasil, que dependem do pouco que resta de seus ecossistemas.
e) apenas para países que utilizam uma tecnologia altamente desenvolvida, que precisam de
organismos vivos como fonte original dos princípios ativos.

4
Biologia

3. (Enem, 2018) Corredores ecológicos visam mitigar os efeitos da fragmentação dos ecossistemas
promovendo a ligação entre diferentes áreas, como o objetivo de proporcionar o deslocamento de
animais, a dispersão de sementes e o aumento da cobertura vegetal. São instituídos com base em
informações como estudos sobre o deslocamento de espécies, sua área de vida (área necessária para
o suprimento de suas necessidades vitais e reprodutivas) e a distribuição de suas populações.

Nessa estratégia, a recuperação da biodiversidade é efetiva porque


a) propicia o fluxo gênico.
b) intensifica o manejo de espécies.
c) amplia o processo de ocupação humana.
d) aumenta o número de indivíduos nas populações.
e) favorece a formação de ilhas de proteção integral.

4. (Enem, 2010) A interferência do homem no meio ambiente tem feito com que espécies de seres vivos
desapareçam muito mais rapidamente do que em épocas anteriores. Vários mecanismos de proteção
ao planeta têm sido discutidos por cientistas, organizações e governantes. Entre esses mecanismos,
destaca-se o acordado na Convenção sobre a Diversidade Biológica durante a Rio 92, que afirma que a
nação tem direito sobre a variedade devida contida em seu território e o dever de conservá-la utilizando-
se dela de forma sustentável.

A dificuldade encontrada pelo Brasil em seguir o acordo da Convenção sobre a Diversidade Biológica
decorre, entre outros fatores, do fato de a
a) extinção de várias espécies ter ocorrido em larga escala.
b) alta biodiversidade no país impedir a sua conservação.
c) utilização de espécies nativas de forma sustentável ser utópica.
d) grande extensão de nosso território dificultar a sua fiscalização.
e) classificação taxonômica de novas espécies ocorrer de forma lenta.

5. (Ueg, 2007) A partir da ECO-92, o termo biodiversidade passou a ser assunto constante em diversos
meios de comunicação. A variedade de espécies que existem em um ecossistema e a quantidade de
biomassa de uma determinada espécie expressam características da biodiversidade? Justifique sua
resposta.

5
Biologia

6. (Ufpa, 2011) O trecho abaixo é parte do artigo publicado na Folha de São Paulo do dia 16/09/2010
referente ao bioma Cerrado.

Governo brasileiro estuda medidas para conter desmatamento no Cerrado


O Ministério do Meio Ambiente anunciou na última quarta-feira (15) medidas para conter o
desmatamento no Cerrado. As iniciativas incluem a criação de uma “lista negra” de até 50 municípios
críticos e de um sistema de monitoramento por satélite em tempo real. […]. O PPCerrado (Plano de
Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado) será o instrumento usado para
cumprir a meta brasileira de reduzir em 40% as emissões de gás carbônico pelo desmatamento no
bioma até 2020. A meta, assumida em 2009 na conferência de Copenhague, foi calculada sobre a média
verificada entre 2002 e 2008, de 14,2 mil km2 anuais. Para cumpri-la, o governo planeja criar 2,5 milhões
de hectares de unidades de conservação, demarcar 5,5 milhões de hectares em terras indígenas e
bancar a recuperação de 8 milhões de hectares em pastos degradados. […]
Disponível em: <www.folha.uol.com>. Acesso em: 02 out 2010.

Considerando o texto anterior e demais conhecimentos sobre o tema tratado, assinale a alternativa que
explica CORRETAMENTE essa situação:
a) Grande parte da devastação do Cerrado foi provocada pela ocupação humana decorrente das
frentes de expansão e povoamento, iniciadas na primeira metade do século XX e impulsionadas
por atividades econômicas como a pecuária tradicional e, mais recentemente, o agronegócio da
soja.
b) O desmatamento, no Cerrado, data do período da colonização brasileira, quando a vegetação neste
bioma foi substituída pela agricultura extensiva para exportação, no início pela cana-de-açúcar e
mais tarde, pela monocultura cafeeira.
c) As queimadas e o desmatamento ameaçam a biodiversidade na região do Cerrado. No entanto,
em área destinada às unidades de conservação, essas práticas são raras devido à intensa
fiscalização. Isso explica o empenho do governo em ampliar essas áreas de proteção do Cerrado
na Amazônia.
d) A análise multitemporal realizada por satélite constatou que, nos últimos anos, o aumento do
desmatamento do Cerrado é resultado da rápida expansão urbana nos 50 municípios a que o texto
se refere.
e) O tipo de solo ácido e a vegetação de tronco retorcido são características naturais favoráveis aos
processos de degradação, como a expansão de voçorocas no Cerrado. Entre as medidas de
preservação para recuperar essas áreas degradadas, o governo incentiva o plantio de gramíneas
para pastagem.

6
Biologia

7. (Fuvest, 2013) A partir do início dos anos 2000, o governo brasileiro começa a lançar mão de uma nova
estratégia de proteção ambiental no território nacional da qual resultou a delimitação das áreas a serem
conservadas, representadas no mapa abaixo.

a) Indique dois objetivos da criação de corredores ecológicos. Explique.

b) Identifique duas ameaças à proteção ambiental no corredor Leste da Amazônia. Explique.

8. (Unicamp, 2017) Em 2016 verificamos as consequências do derrame de grande volume de rejeitos de


uma mineradora, que se espalhou pelo mar a partir da foz do rio Doce. Os resíduos formaram uma
mancha móvel que alterou o equilíbrio do rio, do mar e impactou a economia local dependente da pesca.
a) Qual foi a consequência do avanço da lama na biodiversidade do ambiente marinho? Justifique.
b) Cite dois fatores decisivos para a recuperação da ictiofauna do rio Doce.

7
Biologia

Gabarito
1. E
Existem diferentes visões, tanto as que só consideram aspectos ecológicos, quanto as que levam em
conta aspectos sociais e econômicos.

2. A
A conservação da biodiversidade deve ocorrer em âmbito global, visto que os problemas não se
restringem ao regional. O processo de preservação ambiental também deve ocorrer nos países em
desenvolvimento e nos subdesenvolvidos.

3. A
Com os corredores ecológicos, indivíduos de diferentes populações podem voltar a se encontrar e, dessa
forma, acasalar. Ocorre, assim, um aumento do fluxo gênico, o que contribui para aumento da
variabilidade genética.

4. D
O Brasil possui dificuldade para a fiscalização das práticas que reduzem a diversidade biológica, devido
à grande extensão da área do país.

5. A variedade de espécies que existem em um ecossistema caracteriza a biodiversidade, enquanto a


quantidade de biomassa não, pois a biomassa expressa apenas a quantidade de matéria orgânica por
unidade de área de uma determinada espécie.

6. A
A única alternativa que explica e aborda corretamente sobre os assuntos do enunciado é a alternativa A.

7. a) O objetivo dos corredores ecológicos é a preservação de áreas de ligação entre duas ou mais unidades
de conservação permitindo: o trânsito e a dispersão de espécies, o aumento de intercâmbio entre
espécies de fauna e flora, a expansão dos habitats naturais, a troca genética entre as espécies, o
deslocamento da fauna entre áreas isoladas.

b) As ameaças identificadas no corredor leste da Amazônia referem-se ao processo de expansão


capitalista por meio da exploração madeireira e mineral, e o avanço da agropecuária. Tais atividades são
condicionadas pelo desmatamento e queimadas..

8. a) O avanço da lama no mar provocou redução da biodiversidade do ambiente marinho. As causas são o
aumento da turbidez da água, dificultando a passagem de luz e comprometendo a fotossíntese realizada
pelo fitoplâncton, além do efeito cumulativo dos metais pesados ao longo das cadeias e teias alimentares
aquáticas.

b) A recuperação da ictiofauna do rio Doce pode ser conseguida com a redução da pesca, despoluição da
mata ciliar e medidas que impeçam o transporte de sedimentos impróprios até o rio.

8
Filosofia

Sofistas e Sócrates

Teoria

Sofistas: Os mestres da retórica


No período clássico (séc. V e IV a.C.), o centro cultural foi deslocado das colônias gregas para a cidade de
Atenas. Nesse momento, Atenas vivia uma intensa produção artística, filosófica e literária, além do
desenvolvimento da política.

Em meio a esse contexto, surgiram os sofistas, pensadores que ficaram conhecidos como mestres da
retórica. Ironicamente, boa parte do que sabemos sobre eles procede das obras dos seus adversários (os
filósofos). Por isso, eles passaram para a história como impostores, demagogos e enganadores. Na verdade,
os sofistas eram professores itinerantes que cobravam por seus ensinamentos.

Mas o que ensinavam os sofistas? A retórica. Ou seja, a arte de falar bem, isto é, de atacar e defender o
mesmo assunto com argumentos igualmente fortes. Além disso, eles ensinavam técnicas de memorização,
para que o orador fosse capaz de proferir longos discursos sem recorrer ao auxílio da leitura, bem como
técnicas de dicção, para que ele pudesse pronunciar as palavras clara e corretamente, de modo a ser
entendido por todos os ouvintes durante as assembleias que aconteciam na Ágora (local destinado aos
debates públicos).

De modo geral, aqueles que estudavam com os sofistas aprendiam, sobretudo, a dominar a arte da palavra,
ou seja, a falar com ritmo, graça e elegância. Tais habilidades eram fundamentais na democracia ateniense,
em que os cidadãos participavam ativamente dos debates públicos, cujo objetivo era, entre outras coisas,
definir os rumos políticos da cidade (Pólis).

Entretanto, a argumentação retórica não pretendia necessariamente alcançar a verdade, mas sim a
persuasão, o convencimento. Em outras palavras, seu objetivo era convencer os interlocutores. Para os
sofistas, a verdade é relativa, ou seja, aquilo que vale para um determinado lugar, não vale para outro. Portanto,
o que importa é dispor de argumentos capazes de, em qualquer circunstância, vencer o debate. Essa postura
lhes rendeu a fama de relativistas.

Durante muito tempo, criou-se uma visão pejorativa dos sofistas, que eram tidos como charlatães e
interesseiros, mas a partir do século XIX uma nova historiografia surgiu, reabilitando-os e realçando as suas
contribuições para o desenvolvimento do pensamento ocidental. Dentre elas, a contribuição para a
sistematização do ensino, elaborada a partir de um percurso de estudos dividido entre gramática (da qual são
os iniciadores) e retórica. Além disso, a contribuição decisiva para a consolidação da democracia ateniense.

Entre os sofistas de maior relevância estão Protágoras de Abdera e Górgias de Leontinos, ambos presentes
nos diálogos de Platão. O diálogo que leva o nome de Protágoras, apresenta questões acerca da natureza da
virtude e se é possível ensiná-la ou não. Por sua vez, o diálogo que leva o nome de Górgias, trata de questões
acerca da função da retórica e qual é a melhor maneira de utilizá-la.

1
Filosofia

Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas”


Protágoras nasceu por volta de 490 a.C. em Abdera e, possivelmente, foi o primeiro a defender, em As
Antilogias, que a respeito de todas as questões há dois discursos, coerentes em si mesmos mas que se
contradizem um ao outro.

Atribui-se a ele a famosa frase: “O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são,
das coisas que não são, enquanto não são”. Com isso, ele não só inaugurou o relativismo, como também
colocou o ser humano como o centro das discussões, uma vez que somos nós que damos sentido às coisas
do mundo e estabelecemos a verdade.

Górgias: “Nada existe”


Górgias, por sua vez, nasceu na Sicília, em Leontinos, entre 485 a.C. e 480 a.C. e, por seus discursos
performáticos, foi considerado o orador mais famoso da Grécia Antiga. Dentre as suas principais obras,
destacam-se Sobre o Não-Ser ou Sobre a Natureza, O Elogio de Helena e A Defesa de Palamedes.

Górgias é conhecido também por desenvolver três argumentos em torno das seguintes afirmações: “Nada
existe; mesmo que algo existisse, não poderíamos conhecê-lo; mesmo admitindo que pudéssemos conhecer
alguma coisa, não poderíamos comunicar esse conhecimento aos outros”. Desse modo, ele ao mesmo tempo,
aprofundou as consequências do relativismo de Protágoras e se opôs ao pensamento eleático (de
Parmênides e de seu discípulo Melisso).

Sócrates: “Só sei que nada sei”


Sócrates (c. 470 - 399 a.C.) foi um filósofo ateniense do período clássico da Grécia Antiga e é considerado
um dos fundadores da filosofia ocidental. Curiosamente, ele está entre os poucos pensadores da humanidade
que não registraram as suas ideias por escrito. Por isso, tudo o que sabemos sobre o seu pensamento e a
sua biografia vem dos relatos produzidos pelos seus discípulos, sobretudo Platão e Xenofonte.

A presença de Sócrates como personagem principal dos diálogos platônicos, bem como a escassez de
registros históricos fez com que, durante séculos, a sua real existência fosse amplamente questionada.
Somente no século XIX, com o avanço das pesquisas, houve a possibilidade de comprovação da existência
de Sócrates que, dentre outras coisas, teria participado da Guerra do Peloponeso.

O pensamento socrático é considerado um marco para a filosofia, na medida em que inaugura um momento
que ficou conhecido como período antropológico. Partindo da máxima: “Conhece-te a ti mesmo”, inscrita na
entrada do Oráculo de Delfos, Sócrates deslocou o foco da investigação filosófica das questões
cosmológicas (acerca da origem e da composição do Universo), para as questões antropológicas, isto é,
questões que são relativas à própria vida humana, tais como: “O que é a coragem?”, “O que é a virtude?”, “O
que é a justiça?” etc.

2
Filosofia

O método socrático: Ironia e maiêutica


Foi justamente em oposição à retórica dos sofistas que Sócrates desenvolveu a sua dialética, também
conhecida como método socrático, cujo objetivo era mostrar, por meio do diálogo e da oposição de ideias,
um caminho racional para o conhecimento verdadeiro. Para ele, a função do diálogo não é persuadir, mas sim
fazer com que as pessoas alcancem a verdade.

No diálogo Apologia de Sócrates, temos uma pista da origem do método socrático. Após descobrir que a
pitonisa de Delfos havia dito que ele era “o mais sábio dos homens”, Sócrates, que se considerava ignorante,
decidiu interrogar os homens que possuíam a reputação de sábios, para que assim pudesse contestar o
oráculo. Interrogou os políticos, os poetas e os artesãos.

Assim, ele percebeu que todos aqueles com quem conversava afirmavam conhecer alguma coisa, mas não
conheciam nada exatamente, pois as suas ideias estavam fundamentadas na mera opinião (doxa). Por isso,
Sócrates concluiu que era mais sábio do que todos aqueles homens justamente por reconhecer a própria
ignorância (“Só sei que nada sei”). Para ele, acreditar saber aquilo que não sabe é o erro mais reprovável.

Basicamente, o método socrático consiste em duas etapas. A primeira chamada de ironia e a segunda de
maiêutica. Embora, para nós, a ironia esteja ligada à figura de linguagem em que se diz o contrário do que se
quer dar a entender, ou ainda à manifestação de descaso ou de deboche, o verdadeiro sentido da ironia
socrática é completamente outro.

Ironia, do grego eironeia corresponde à “ação de perguntar, fingindo ignorar”. Desse modo, a ironia socrática
diz respeito ao conjunto de perguntas por meio das quais Sócrates interrogava os seus interlocutores, a
respeito dos conhecimentos que, até então, eles tomavam como verdadeiros. Tais perguntas tinham o
objetivo de evidenciar a ignorância desses interlocutores.

Concluída a primeira etapa, passava-se à segunda: a maiêutica. Maiêutica, do grego maieutiké significa “a
arte de fazer um parto”. Sócrates dizia que, enquanto sua mãe fazia o parto de corpos, ele ajudava a trazer à
luz as ideias. Por isso, a maiêutica consiste na investigação dos conceitos. Nesse momento, Sócrates fazia
novas perguntas para que seu interlocutor refletisse a respeito do assunto em questão. Dessa reflexão, surgia
a possibilidade de formular um conhecimento verdadeiro (episteme), fundamentado na razão.

Note que Sócrates não ensinava nada aos seus ouvintes, era o próprio interlocutor que descobria, dentro de
si, aquilo que a sua alma já conhecia. Portanto, assim como as parteiras conduzem os bebês para fora do
útero materno, Sócrates conduzia as pessoas para a verdade.

A Morte de Sócrates
Graças ao seu método filosófico, que expunha a ignorância daqueles que possuíam a fama de sábios,
Sócrates fez inúmeros adversários. Alguns deles eram menos conhecidos do que os sofistas, porém bem
mais perigosos. Como é o caso de Meleto, um poeta sem grandes talentos, Lícon, um antigo desafeto de
Sócrates e Ânito, um rico curtidor de couro.

3
Filosofia

Esses três foram os responsáveis por acusar Sócrates de impiedade e de corromper a juventude. Embora
Meleto e Lícon não fossem figuras muito importantes, a influência política de Ânito era tão grande que, mesmo
após provar a sua inocência, Sócrates foi condenado à morte pelo voto da maioria.

Nesses casos, a lei ateniense permitia que o condenado escolhesse uma pena alternativa, como o pagamento
de uma multa, por exemplo. Mas Sócrates, que se considerava inocente, não aceitou a proposta. Para ele,
conduzir os homens na busca pela verdade era uma tarefa tão importante que deveria ser digna de louvor e
não de punição, independente de qual fosse.

Assim, em 399 a.C., cumprindo a sentença imposta pelos cidadãos de Atenas, Sócrates morreu, após ingerir
o famoso cálice de cicuta. Apesar de seu destino trágico, ele mesmo defendia que: “É melhor sofrer uma
injustiça do que cometê-la”. De qualquer modo, é impossível pensar a filosofia sem lembrar dessa figura
enigmática e tão importante que foi Sócrates.

4
Filosofia

Exercícios

1. (UEL 2018) Sócrates, Giordano Bruno e Galileu foram pensadores que defenderam a liberdade de
pensamento frente às restrições impostas pela tradição. Na Apologia de Sócrates, a acusação contra
o filósofo é assim enunciada:
Sócrates [...] é culpado de corromper os moços e não acreditar nos deuses que a cidade admite, além
de aceitar divindades novas (24b-c).
Ao final do escrito de Platão, Sócrates diz aos juízes:
Mas, está na hora de nos irmos: eu, para morrer; vós, para viver. A quem tocou a melhor parte, é o que
nenhum de nós pode saber, exceto a divindade. (42a).
(PLATÃO. Apologia de Sócrates. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2001. p. 122-23; 147.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a disputa entre filosofia e tradição presente na
condenação de Sócrates, assinale a alternativa correta.
a) O desprezo socrático pela vida, implícito na resignação à sua pena, é reforçado pelo
reconhecimento da soberania do poder dos juízes.
b) A aceitação do veredito dos juízes que o condenaram à morte evidencia que Sócrates consentiu
com os argumentos dos acusadores.
c) A acusação a Sócrates pauta-se na identificação da insuficiência dos seus argumentos, e a
corrupção que provoca resulta das contradições do seu pensamento.
d) A crítica de Sócrates à tradição sustenta-se no repúdio às instituições que devem ser abandonadas
em benefício da liberdade de pensamento.
e) A sentença de morte foi aceita por Sócrates porque morrer não é um mal em si e o livre pensar
permite apreender essa verdade.

2. (FUNCAB 2012) Assim como a filosofia, a política nasceu na Grécia antiga e esteve relacionada ao
surgimento da cidade-estado, a pólis. Os primeiros formuladores da ideia de política foram os sofistas,
contra os quais se pronunciaram Platão e Aristóteles. No âmbito das controvérsias acerca da política,
é correto dizer que:
a) o caráter divino da pólis e da justiça é explicado por Platão e Aristóteles.
b) os sofistas consideram a cidade o lugar onde alguns homens impõem sua vontade sobre outros
por meio da força.
c) a “virtude” do homem não se realiza na cidade, local da oratória persuasiva e falaciosa, de acordo
com Aristóteles.
d) a justiça é entendida como concórdia entre os filósofos, os guerreiros e os produtores, que, na
visão de Platão, têm como interesse comum o bem da pólis.
e) a pólis e as suas leis são estabelecidas por convenção entre os seres humanos, segundo os
sofistas.

5
Filosofia

3. Os sofistas eram homens que tinham feito longas viagens e por isso mesmo tinham conhecido
diferentes sistemas de governo. Eles entendiam que os costumes e leis das cidades-Estado podiam
variar enormemente. Sob esse pano de fundo, inicia-se, em Atenas, uma discussão sobre a importância
da educação e da política. Sobre os sofistas, é INCORRETO afirmar:
a) Tiveram papel fundamental nas transformações culturais de Atenas.
b) Dedicaram-se à questão do homem e de seu lugar na sociedade.
c) Foram os primeiros a compreender que o “homem é a medida de todas as coisas”.
d) Eram interesseiros e só visavam ao lucro e ao dinheiro na arte de ensinar.

4. (UNICENTRO 2018) Sobre o filósofo Sócrates, considere as afirmativas abaixo e assinale o que for
INCORRETO.
a) Sócrates, ao criticar o saber dogmático, não quis com isso dizer que ele próprio é detentor de um
saber. Despertava as consciências adormecidas, não como um “farol” que ilumina, mas afirmava
que o caminho novo deve ser construído pela discussão e pela busca das soluções.
b) Sócrates foi considerado subversivo pois desnorteou e perturbou a ordem vigente, o que
incomodou aos poderosos de Atenas.
c) Embora Sócrates tenha difundido o método da maiêutica e da ironia, não foi ele autor dessa
metodologia, mas sim seu discípulo, Platão.
d) A Sócrates atribui-se a máxima “só sei que nada sei”.
e) A ironia, método utilizado por Sócrates, consistia em perguntar, simulando não saber. Desse modo,
o interlocutor expõe sua opinião, à qual Sócrates contrapõe argumentos que o fazem perceber a
ilusão do conhecimento.

5. (FUNCAB 2012) Os sofistas, mestres da retórica e da oratória, opunham-se aos pressupostos de que
as leis e os costumes sociais eram de caráter divino e universal.

Deu-se assim, entre eles, o:


a) naturalismo.
b) relativismo.
c) ceticismo filosófico.
d) cientificismo.
e) racionalismo.

6
Filosofia

6. Sócrates representa um marco importante da história da filosofia; enquanto a filosofia pré-socrática se


preocupava com o conhecimento da natureza (physis), Sócrates procura o conhecimento indagando o
homem. Assinale o que for correto.

(01) Sócrates, para não ser condenado à morte, negou, diante dos seus juízes, os princípios éticos da
sua filosofia.
(02) Discípulo de Sócrates, Platão utilizou, como protagonista da maior parte de seus diálogos, o seu
mestre.
(04) O método socrático compõe-se de duas partes: a maiêutica e a ironia.
(08) Tal como os sofistas, Sócrates costumava cobrar dinheiro pelos seus ensinamentos.
(16) Sócrates, ao afirmar que só sabia que nada sabia, queria, com isso, sinalizar a necessidade de
adotar uma nova atitude diante do conhecimento e apontar um novo caminho para a sabedoria.
Soma: ( )

7. São designados sofistas os interlocutores de Sócrates e Platão, pertencentes ao século V a.C., que
deram enfoque antropológico a questões morais, políticas e metafísicas que debatiam. Sobre a
filosofia dos sofistas, assinale o que for correto.

(01) A palavra sofista vem de sophos, “sábio”, pois designava os professores da sabedoria. Adquiriu,
posteriormente, sentido pejorativo, em virtude da utilização de raciocínios capciosos, chamados
“sofismas”.
(02) O pensamento dos sofistas foi valorizado por Georg Wilhelm Hegel, no século XIX, que chamava o
período em que viveram de “Aufklärung grega”, comparado ao Iluminismo do século XVIII.
(04) Os sofistas não representam a nobreza aristocrática enraizada de Atenas, razão pela qual não
praticavam a filosofia por amor à sabedoria, como Sócrates, Platão e Aristóteles, uma vez que, para
garantir o subsistência, cobravam por suas aulas.
(08) Platão, na obra Teeteto, opõe-se radicalmente a Protágoras, autor da afirmação “o homem é a
medida de todas as coisas”.
(16) Pelo teor fortemente relativista em suas teses sobre a origem das espécies, Aristóteles também
pode ser considerado um sofista.
Soma: ( )

7
Filosofia

8. A Apologia de Sócrates é o relato da defesa de Sócrates, escrito pelo seu discípulo Platão, diante do
tribunal de Atenas. Um dos assuntos abordados nessa obra é a relação entre ignorância e
conhecimento. Sócrates sentiu-se constrangido quando o oráculo de Delfos o proclamou como o “mais
sábio de todos os homens”, já que ele se achava, ao contrário, muito pouco sábio. Mas, ao conversar
com pessoas que atribuíam a si mesmas muita sabedoria, e ao constatar que elas eram tão ou mais
ignorantes que ele, concluiu que devia ser mesmo o mais sábio, pois, ao menos, ele tinha consciência
de sua própria ignorância.

Comente a declaração de Sócrates de que a pior ignorância é não ter consciência dela e de que o
primeiro passo no caminho do conhecimento é reconhecer a própria ignorância.

8
Filosofia

Gabarito

1. E
Tendo em vista a compreensão socrática a respeito da relação hierárquica entre o inteligível e o sensível,
a morte do corpo não é vista como um mal, pois aquele que se aproximou do conhecimento da verdade,
por meio da prática da virtude e da busca do autoconhecimento, terá apreendido que a destruição da
matéria não afeta a alma. O pensamento permite a intelecção dessa verdade, instituindo, com isso, a paz
de espírito.

2. E
Havia, na antiguidade clássica, uma oposição entre aquilo que é estabelecido pela “natureza” (phýsis) e
que, portanto, é imutável e independente dos homens, e aquilo que é estabelecido pela “lei” (nómos), ou
seja, por convenções humanas. Para os sofistas, tudo é nómos (lei, norma, convenção), inclusive a cidade
e a política.

3. D
Ironicamente, tudo aquilo que sabemos sobre os sofistas procede das obras dos seus adversários (os
filósofos). Por isso, eles passaram para a história como interesseiros, demagogos e enganadores. Na
verdade, eles eram professores itinerantes que cobravam por seus ensinamentos. Durante séculos
perdurou essa visão pejorativa sobre os sofistas, mas a partir do século XIX uma nova historiografia
surgiu, reabilitando-os e realçando suas principais contribuições. Dentre elas sua contribuição para a
sistematização do ensino, elaborada a partir de um currículo de estudos dividido entre gramática (da
qual são os iniciadores), retórica e dialética. Além disso, eles contribuíram decisivamente para o
estabelecimento do sistema político democrático na Grécia.

4. C
A alternativa C está incorreta. De fato, Sócrates não escreveu nada. Tudo o que sabemos sobre o seu
pensamento foi registrado pelos seus discípulos, sendo Platão o mais famoso deles. Porém, embora
tenham sido escritos por Platão, os diálogos socráticos apresentam ideias de autoria do próprio
Sócrates, como é o caso da ironia e da maiêutica.

5. B
A argumentação retórica, utilizada pelos sofistas, não pretendia alcançar a verdade, mas sim a
persuasão. Em outras palavras, seu objetivo era convencer os interlocutores. Para eles, a verdade é
relativa (o que vale para um determinado lugar, não vale para outro), portanto o que importa é dispor de
argumentos capazes de, em qualquer circunstância, vencer o debate. Essa postura lhes rendeu a fama
de relativistas.

9
Filosofia

6. 2 + 4 + 16 = 22
(01) Incorreta. Em nenhum momento da Apologia de Sócrates (defesa que Sócrates faz diante do tribunal
de Atenas), ele nega os princípios éticos da sua filosofia.
(02) Correta. Sócrates é o protagonista da maior parte dos diálogos escritos por Platão.
(04) Correta. O método socrático compõe-se de duas partes: a maiêutica e a ironia.
(08) Incorreta. Sócrates não cobrava pelos seus ensinamentos.
(16) Correta. Sócrates sinalizava aos seus interlocutores a necessidade de uma postura de busca pelo
conhecimento.

7. 1 + 2 + 4 + 8 = 15
(01) Correta. Os sofistas ficaram famosos justamente por se preocuparem mais com o convencimento
do que com a verdade. Para isso, eles utilizavam os sofismas, raciocínios incorretos, mas com aparência
de corretos.
(02) Correta. Hegel é um dos pensadores responsáveis por valorizar o pensamento dos sofistas.
(04) Correta. De modo geral, os sofistas eram professores itinerantes de retórica que cobravam por suas
aulas para garantir a própria subsistência.
(08) Correta. Na obra Teeteto Platão, por meio de Sócrates se opõe ao relativismo de Protágoras.
(16) Aristóteles, seguindo a linha de Sócrates e Platão, se opõe ao relativismo dos sofistas.

8. E
O enunciado dessa questão, baseado na Apologia de Sócrates, de Platão, obra indicada no Programa
deste Vestibular, está concentrado no tema das relações entre ignorância e conhecimento, bem como
no papel que a consciência da própria ignorância pode desempenhar na busca do conhecimento
propriamente dito. Assim, há diversas alternativas de respostas: o candidato poderá fazer o relato da
narrativa e exposição de Sócrates, poderá apontar suas consequências para a concepção de
conhecimento associada a Sócrates e/ou a Platão, como poderá desenvolver reflexões sobre o tema em
geral, sem estar preso ao contexto doutrinário e histórico da Filosofia grega, cabendo perfeitamente
aplicar essa reflexão ao mundo contemporâneo.

10
Física

Gráficos do MU e MUV

Teoria

Vamos recapitular as fórmulas?

Gráficos do MU
Função horária da posição

S = S0 + vt

Gráfico S x t

y = ax + b

Gráfico V x t
De forma matemática, podemos dizer que:

Área = ∆S

Gráficos dos MUV


Esse movimento foi estudado na aula de MUV, e apresentou os seguintes gráficos:

𝑉 = 𝑉0 + 𝑎𝑡 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 ℎ𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒)

𝑎𝑡 2
𝑆 = 𝑆0 + 𝑉0 𝑡 + (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 ℎ𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜)
2

𝑉 2 = 𝑉02 + 2𝑎∆𝑆 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑇𝑜𝑟𝑟𝑖𝑐𝑒𝑙𝑙𝑖)

Essas equações nos permitem montar um gráfico para cada uma dessas grandezas. Então, vamos montar
um gráfico S x t, V x t e a x t.
Física

Gráfico da posição por tempo (S x t)

𝑎𝑡 2
𝑆 = 𝑆0 + 𝑉0 𝑡 +
2

Essa equação pode ser comparada à equação geral de uma função do segundo grau:

𝑦 = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐,

Gráfico S x t

O gráfico Sxt (posição por tempo) pode apresentar concavidade voltada para cima (U) ou para baixo (∩). Para
a Física, a concavidade é controlada pelo valor da aceleração (a), como mostrado na figura 01.

Gráfico da velocidade por tempo (V x t)

𝑉 = 𝑉0 + 𝑎𝑡

Essa equação pode ser comparada à equação geral de uma função do primeiro grau:

𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏,

Gráfico V x t
Física

Gráfico da aceleração por tempo (a x t)


Como o MUV descreve um movimento de aceleração constante, o gráfico será sempre uma reta paralela ao
eixo do tempo. Se essa reta estiver acima do eixo das abscissas, tem-se aceleração positiva (a > 0); se estiver
abaixo, tem-se aceleração negativa (a < 0); e, se a reta estiver sobre o eixo das abscissas, tem-se aceleração
nula.

Gráfico a x t
Física

Que tal conferir um mapa mental sobre movimento retilíneo e uniforme?


Física

Exercícios

1. (Fgv 2017) O gráfico horário da posição (S), em função do tempo (t), descreve, qualitativamente, o
deslocamento de um veículo sobre uma trajetória. As curvas, nos trechos A, B e D são arcos de
parábola cujos vértices estão presentes no gráfico.

Analisando o gráfico, é correto concluir que


a) a trajetória por onde o veículo se move é sinuosa nos trechos A, B e D e retilínea no trecho C
b) a trajetória por onde o veículo se move é toda retilínea, mas com lombada em B e valetas em A e
D.
c) o trecho B é percorrido em movimento uniformemente desacelerado e retrógrado.
d) nos trechos A e D, o veículo se desloca em movimentos uniformemente acelerados com velocidade
inicial nula.
e) a velocidade escalar do veículo no trecho C é constante e não nula, sendo variável nos outros
trechos.

2. (G1 - ifsul 2018) Uma partícula realizou um movimento unidimensional ao longo de um eixo ox e o
comportamento da sua posição x, em função do tempo t, foi representado em um gráfico, ilustrado na
figura a seguir.

Analise as seguintes afirmativas referentes ao movimento realizado por essa partícula:


I. Entre os instantes 3s e 6s, a partícula realizou um movimento uniforme.
II. Entre os instantes 0s e 3s, a partícula realizou um movimento acelerado.
III. Entre os instantes 3s e 6s,a partícula estava em repouso.
IV. No instante 8s a partícula estava na origem do eixo x.

Estão corretas apenas as afirmativas


a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) III e IV.
e) n.d.a
Física

3. (UFRGS, 2019) Um automóvel viaja por uma estrada retilínea com velocidade constante. A partir de
dado instante, considerado como t = 0, o automóvel sofre acelerações distintas em três intervalos
consecutivos de tempo, conforme representado no gráfico abaixo.

Assinale a alternativa que contém o gráfico que melhor representa o deslocamento do automóvel, nos
mesmos intervalos de tempo.
Informação: nos gráficos, (0, 0) representa a origem do sistema de coordenadas.

a) d)

b) e)

c)
Física

4. (UFRGS, 2018) Dois objetos de massas 𝑚1 e 𝑚2 (= 2𝑚1 ) encontram-se na borda de uma mesa de
altura h em relação ao solo, conforme representa a figura abaixo.

O objeto 1 é lentamente deslocado até começar a cair verticalmente. No instante em que o objeto 1
começa a cair, o objeto 2 é lançado horizontalmente com velocidade 𝑣0 . A resistência do ar é
desprezível.
Assinale a alternativa que melhor representa os gráficos de posição vertical dos objetos 1 e 2, em
função do tempo. Nos gráficos 𝑡𝑞 1 , representa o tempo de queda do objeto 1. Em cada alternativa, o
gráfico da esquerda representa o objeto 1 e o da direita representa o objeto 2.

a) d)

e)
b)

c)
Física

5. (UEL, 2017 - modificada) Nos Jogos Olímpicos Rio 2016, o corredor dos 100 metros rasos Usain Bolt
venceu a prova com o tempo de 9 segundos e 81 centésimos de segundo. Um radar foi usado para
medir a velocidade de cada atleta e os valores foram registrados em curtos intervalos de tempo,
gerando gráficos de velocidade em função do tempo. O gráfico do vencedor é apresentado a seguir.

Considerando o gráfico de v versus t, responda aos itens a seguir.


Calcule a quantidade de metros que Bolt percorreu desde o instante 2,5 s até o instante 4,5 s, trecho
no qual a velocidade pode ser considerada aproximadamente constante. E também, calcule o valor
aproximado da aceleração de Usain Bolt nos instantes finais da prova, ou seja, a partir de 9s.
a) 𝛥𝑆 = 20,8 𝑚 𝑒 𝑎 = −6,8 𝑚/𝑠²
b) 𝛥𝑆 = 20,8 𝑚 𝑒 𝑎 = 6,8 𝑚/𝑠²
c) 𝛥𝑆 = 10,8 𝑚 𝑒 𝑎 = −6,8 𝑚/𝑠²
d) 𝛥𝑆 = −20,8 𝑚 𝑒 𝑎 = −6,8 𝑚/𝑠²
e) 𝛥𝑆 = −20,8 𝑚 𝑒 𝑎 = +6,8 𝑚/𝑠²
Física

6. (IFSP G1, 2014) Com a intenção de se preparar para uma maratona, Branca De Neve e Encantado
começaram um treino diário de corrida e pediram ajuda para a experiente maratonista Fada Madrinha.
A instrutora, então, com a ajuda de um dispositivo eletrônico de última geração conhecido como radar,
plotou gráficos da velocidade de cada um pelo tempo em que ficava observando.
Certo dia, apresentou os gráficos aos dois, utilizando para isso a mesma escala nos eixos, sendo VE a
velocidade de Encantado e VB a velocidade de Branca De Neve.

Baseando-se nos gráficos apresentados, durante o intervalo de tempo T observado, podemos concluir
corretamente que
a) a aceleração impressa no início por Encantado foi maior do que a de Branca De Neve.
b) a velocidade máxima atingida por Branca De Neve foi maior do que a de Encantado.
c) Encantado foi mais longe que Branca De Neve.
d) Branca De Neve percorreu uma distância maior do que Encantado.
e) a velocidade média de Branca De Neve é menor do que a de Encantado.

7. (FAMERP, 2017) Um corpo de massa 8 kg movimenta-se em trajetória retilínea sobre um plano


horizontal e sua posição (s) e sua velocidade escalar (v) variam em função do tempo (t) conforme os
gráficos.

Determine a posição x, em metros, desse corpo no instante t = 10 s.


a) 12
b) 24
c) 36
d) 26
e) 40
Física

8. (Fuvest, 2017) Um elevador sobe verticalmente com velocidade constante 𝑣0 , e, em um dado instante
de tempo 𝑡0 𝑟 um parafuso desprende-se do teto. O gráfico que melhor representa, em função do tempo
t, o módulo da velocidade v desse parafuso em relação ao chão do elevador é
Note e adote:
- Os gráficos se referem ao movimento do parafuso antes que ele atinja o chão do elevador.

a) c)

d)
b)

e)
Física

Gabaritos

1. D
Análise das afirmativas:
I. Falsa. Neste intervalo a partícula não teve deslocamento com o passar do tempo, portanto estava e
repouso.
II. Falsa. De 0s a 3s o movimento da partícula foi retilíneo uniforme progressivo, pois sua posição
progrediu linearmente com o tempo.
III. Verdadeira. De acordo com o descrito em [I].
IV. Verdadeira. Em 8 segundos a partícula estava realizando um movimento retilíneo retrógrado
passando pela origem das posições.

2. D
a) Falsa. O gráfico mostra a posição do móvel em relação ao tempo, então não podemos afirmar que a
pista apresenta trechos sinuosos. Para isso ser possível teríamos que ter um gráfico com as
posições em ambos os eixos.
b) Falsa. Não há como dizer se há lombadas ou valetas, para tanto deveria haver um gráfico da altura
com o tempo.
c) Falsa. No trecho B o móvel vai aumentando sua posição com o tempo, porém esse aumento é cada
vez menor até que em C a posição não mais varia com o tempo, significando um movimento
desacelerado, mas progressivo até parar em C.
d) Verdadeira. O móvel realiza o movimento progressivo acelerado a partir do repouso em A e em D,
pois fica claro que em C o mesmo está parado.
e) Falsa. O veículo está parado em C portanto sua velocidade é nula.

3. C
Como o gráfico I apresenta uma reta crescente, o movimento descrito é uniforme. Já nos gráficos II e III
temos uma velocidade com crescimento a uma taxa constante e uma aceleração constante não nula, o
que caracteriza um movimento uniformemente variado. Portanto, o mesmo movimento pode ser
representado pelos gráficos II e III.

4. A
De acordo com o gráfico de aceleração versus tempo fornecido e o enunciado, extraem-se as seguintes
informações:
Física

Assim, o gráfico de distância versus tempo que corresponde ao da aceleração tem as seguintes
características:
● No trecho de aceleração negativa, teremos uma redução da velocidade inicial; ela é representada pela
reta tangente em cada ponto do gráfico. Este é representado por uma perna de parábola, com a
concavidade voltada para baixo, que é o indicativo da aceleração e corresponde a um movimento
uniformemente retardado;
● No segundo trecho a aceleração é nula, sendo um movimento uniforme progressivo, representando
uma reta crescente;
● O terceiro trecho revela uma aceleração positiva (parábola com a concavidade voltada para cima),
cujo móvel aumenta o módulo da sua velocidade representado por maiores inclinações em cada
ponto da curva parabólica, realizando um movimento uniformemente acelerado.

5. A
Considerando a velocidade sendo constante neste percurso, podemos achar o deslocamento a partir da
área do gráfico:
𝑣 = 37,5 𝑘𝑚/ℎ = 10,4 𝑚/𝑠
𝛥𝑆 = 𝑣. 𝛥𝑡 = 10,4 . 2 = 20,8 𝑚

Da leitura dos valores aproximados no gráfico, temos:


𝑡 = 9,0𝑠 ⇒ 𝑣 = 32 𝑘𝑚/ℎ = 8,9𝑚/𝑠
𝑡 = 9,8𝑠 ⇒ 𝑣 = 12,5 𝑘𝑚/ℎ = 3,5𝑚/𝑠
𝛥𝑣 3,5 − 8,9
𝑎= = = −6,8 𝑚/𝑠²
𝛥𝑡 9,8 − 9

6. D
Tomando como unidade (u) o lado de cada quadrículo e usando a propriedade do gráfico da velocidade
× tempo, as áreas dos trapézios fornecem as distâncias percorridas por Encantado (dE) e Brancadeneve
(dB):
5+1
𝑑𝐸 = . 4 = 12 𝑢
2

6+4
𝑑𝐵 = . 3 = 15 𝑢
2

𝑑𝐵 > 𝑑𝐸

7. D
Calculando a área sob o gráfico de v para 0𝑠 ≤ 𝑡 ≤ 14𝑠, temos:
(10 + 3).4
𝐴= = 26
2

Como o móvel partiu de 𝑠0 = 0 𝑚, no instante 𝑡 = 10 𝑠 ele estará na posição 26 m.


Física

8. E
Tomando como referencial o chão do elevador, o parafuso está em repouso até o instante 𝑡0 . Assim,
𝑣0 ′ = 0. A partir desse instante, ele entra em queda livre, aumentando sua velocidade linearmente com o
tempo.
O gráfico mostra a variação da velocidade escalar do parafuso em relação ao chão do elevador e em
relação ao solo, ambos considerando a trajetória orientada para baixo.

8. A
Equação do espaço percorrido em função do tempo para as partículas A e B:
𝑆𝐴 = 𝑆𝑜𝐴 + 𝑣0𝐴 . 𝑡 = 500 + 8. 𝑡

𝑎𝐵 . 𝑡² 1,5. 𝑡²
𝑆𝐵 = 𝑆𝑜𝐵 + 𝑣0𝐵 . 𝑡 + = 0 + 45. 𝑡 −
2 2

Portanto, o gráfico da partícula A deve ser uma semirreta com inclinação positiva e o da partícula B deve
ser parte de uma parábola com concavidade para baixo.
Fazendo 𝑆𝐴 = 𝑆𝐵 :
1,5. 𝑡²
500 + 8. 𝑡 = 45. 𝑡 −
2
1,5. 𝑡²
− 37. 𝑡 + 500 = 0
2

Calculando o 𝛥desta equação do 2º grau, temos:


1,5
𝛥 = (−37)² − 4. . 500 = −131 < 0
2

Logo, a equação não possui raízes reais e as partículas A e B não se encontram. De acordo com as
informações obtidas, a alternativa [A] é a única que obedece os critérios acima citados.
Geografia

Tipos de mão de obra, desemprego e mercado formal

Teoria

Trabalho e seus conceitos


A palavra trabalho tem sua origem no latim tripálio, que significa, literalmente, "três paus", tri (três) e palus
(pau). Tripálio era um instrumento romano de tortura, o qual supliciava os escravos. Sem dúvidas, a questão
do trabalho atual vai muito além de uma discussão geográfica, sendo uma realidade que todos enfrentam ou
terão de enfrentar um dia. É muito difícil, porém, que exista um país onde o número de vagas de emprego
atenda a toda população. Além disso, as relações de trabalho se alteraram muito ao longo do tempo,
sobretudo a partir do advento da Revolução Industrial. Para entender as relações de trabalho hoje, é
importante retomarmos alguns conceitos:

● Trabalho artesanal: feito pelos artesãos, de forma manual ou rudimentar, no qual o trabalhador
desenvolve e executa suas próprias técnicas de produção. No contexto da indústria, representa o
trabalho pré-industrial, em que o trabalhador dominava todas as etapas do processo produtivo.

● Manufatura x Maquinofatura: a partir das revoluções industriais e desenvolvimento tecnológico, o


emprego de máquinas auxiliando o processo produtivo vai aumentando gradativamente. O trabalho
artesanal, portanto, é o feito manualmente. A manufatura se refere ao trabalho com auxílio de máquinas,
possivelmente a nível industrial, e a maquinofatura se refere ao produto feito majoritariamente ou
totalmente por máquinas.

● Mão de obra especializada: quando o trabalhador passa a ser um especialista na execução de uma
tarefa. O termo “especialista” se refere à grande ciência sobre uma área, como um aprofundamento mais
específico num determinado assunto. No contexto das primeiras revoluções industriais e Fordismo, o
trabalhador era especialista numa única etapa bem simples, e por isso diz-se que ele conhecia apenas
uma parte do processo produtivo. Atualmente o termo pode se referir a uma mão de obra mais
qualificada.

● Mão de obra alienada: termo muito usado no contexto do Fordismo, para se referir à fase na qual o
trabalhador perde domínio sobre todas as etapas do processo produtivo, a partir da assalariação. Marca
a passagem do trabalho artesanal para a manufatura. Chama-se alienada pois o trabalhador não
consegue visualizar o seu trabalho como parte do produto final. No Fordismo, a mão de obra era muito
fragmentada, de modo que cada trabalhador tinha apenas uma função bem definida.

● Mão de obra qualificada/não qualificada: a qualificação profissional se relaciona com o nível de estudo
e técnica embutidos no trabalho. Há maior concorrência para os empregos que não demandam
qualificação profissional, devido à dificuldade de acesso à educação de qualidade no Brasil.
Geografia

Setores da economia e o trabalho


Pode-se dividir o trabalho, ainda, de acordo com os setores econômicos:

● Setor primário: o setor primário da economia corresponde à extração de matéria-prima, seja por
atividades puramente extrativistas, como a mineração, ou também a agricultura e pecuária, que envolvem
uma produção.

● Setor secundário: é o setor responsável por transformar a matéria-prima em produto. Corresponde à


etapa industrial.

● Setor terciário: corresponde à venda do produto; é o setor de comércio e serviços que atualmente se
concentra no meio urbano. Foi a partir das trocas comerciais que surgiram também as cidades.
Atualmente é o setor que mais emprega.

O que se pode notar é que as transformações tecnológicas não alteram somente as indústrias e os meios de
produção, mas também o próprio espaço geográfico e as relações humanas, sejam em âmbito estrutural,
econômico, social ou cultural. No Fordismo, modelo produtivo da Segunda Revolução Industrial, não havia
muitas das formas de trabalho que existem atualmente.

A mudança do trabalho, do Fordismo para o Toyotismo

FORDISMO TOYOTISMO

Não demandava qualificação profissional para


Passou a exigir uma mão de obra mais qualificada;
contratação;
Trabalho fragmentado, em que cada trabalhador
Trabalhador responsável por diversas tarefas;
tinha uma única função específica;
O melhor operário é aquele que identifica problemas
O operário modelo era aquele que obedecia às e propõe soluções, se preocupando também com a
diretrizes dos superiores, se preocupando apenas aplicação do produto após vendido;
com as tarefas imediatas;

Frequentemente há redução de postos de trabalho,


Contratava em massa; uma vez que o trabalhador é substituído por
máquinas;
Regime de trabalho flexível, contando com
Regime de trabalho rígido.
subcontratação e trabalho à distância.
Geografia

Estrutura de trabalho clássica do Fordismo. Fonte: https://escolaeducacao.com.br/henry-ford/Fordismo-3/

Alteração na organização produtiva. Fonte: https://br.pinterest.com/pin/596867756839232324/?lp=true

A flexibilização nas formas de contratação


Sabe-se que, com o desenvolvimento tecnológico, há novas formas de desenvolver produtos personalizados,
de acordo com o gosto de cada cliente. A segurança da informação, ou segurança dos dados virtuais, se
tornou uma questão urgente. Muitos dados com informações pessoais dos clientes circulam na rede e podem
ser usados para prever nossas vontades, de modo que as empresas trabalham no desenvolvimento de
mecanismos de venda até então não conhecidos. Além disso, com a globalização econômica, as empresas
têm mais liberdade para atuar de acordo com a demanda do mercado, criando novos setores de atuação.
Nesse sentido, vamos ver outras e novas formas de contratação atuais.
Geografia

● Terceirização trabalhista: terceirizar é passar a terceiros uma parte do trabalho necessário a um


empreendimento. Por exemplo, numa escola, é comum que os trabalhadores da segurança e da limpeza
sejam partes de uma empresa de fora, que presta esse serviço de maneira terceirizada. Dessa forma,
empresas se organizam para captar essa mão de obra, no geral não qualificada, e a distribuir nos
diversos setores que demandam por isso. Além do mais, são empresas que tomam conta de um setor
essencial, mas que encara muita precariedade no Brasil. Dessa forma, com a alta procura, baixa
qualificação e remuneração, a rotatividade tende a ser maior nessas empresas, e as condições de
trabalho, instáveis.

● Trabalhador 0h (zero hora): o trabalho 0h é uma forma de contratação que distribui tarefas de acordo
com a demanda. Em algumas semanas, o trabalhador receberá da empresa uma quantidade de tarefas
e ganhará o equivalente às horas trabalhadas. Em outras semanas, não haverá demanda nem salário.

● Home office: os trabalhadores são contratados, mas trabalham de suas casas, o que economiza para o
dono da empresa todo um gasto de infraestrutura e pode dar maior autonomia ao trabalhador, reduzindo
também problemas de trânsito e deslocamento urbano.

● Subcontratações ou “trabalhador parceiro”: são empregos por aplicativo, que difundem, por meio de um
discurso eufêmico de empreendedorismo e autonomia, o cenário do desemprego e da precarização
trabalhistas, com baixíssimos ganhos e ausência de direitos trabalhistas e sociais básicos. É a chamada
uberização das relações de trabalho. Sabemos que a Uber tem sido uma empresa que dá autonomia para
o trabalhador escolher sua carga horária e sua jornada de trabalho, sendo ele responsável também pela
obtenção e manutenção do seu instrumento de trabalho, o carro. Além disso, esse fato cria um
distanciamento entre empresa e trabalhador, de modo que questões como segurança do trabalho se
tornam precárias. Também não há direitos trabalhistas básicos, como férias e contribuição
previdenciária.

Com o crescente número de desalentados – pessoas que desistem de procurar emprego no mercado formal,
pois sabem que não serão aglutinadas a ele – no Brasil, devido à recessão econômica, ou estagnação do
crescimento, que enfrentamos desde 2013, muitas pessoas precisam recorrer a esses empregos para obter
renda. O que foi criado para fazer parte de uma renda extra, uma complementação, acaba se tornando a fonte
de renda principal. Além disso, estamos falando de um serviço que surge suprindo partes vitais do
funcionamento urbano, como a questão da mobilidade e transporte.

Fonte: https://www.cartacapital.com.br/economia/proletariado-digital-apps-promovem-trabalhos-precarios-a-brasileiros/
Geografia

Os tipos de desemprego
A automatização de processos produtivos é uma grande causa para o desemprego crescente, somando-se à
dificuldade de acesso à educação de qualidade no Brasil. A geração de empregos fica a cargo também do
Governo Federal, que deve sempre estimular a criação de indústrias e setores que contratem mão de obra,
além de dar incentivo a microempresas, que atualmente empregam mais da metade dos trabalhadores do
setor privado. Sobre a situação do desemprego nos países, existem duas classificações diferentes:

● Desemprego conjuntural: aquele que ocorre devido às crises econômicas e é superado com o
crescimento econômico, ou seja, de acordo com a conjuntura.

● Desemprego estrutural: aquele gerado pela introdução de novas tecnologias, lógicas e processos
produtivos. Ele passa a fazer parte da estrutura organizacional da sociedade produtiva e não é superado.
Ocorre quando, de modo estrutural e não conjuntural, não há emprego para todos.

Fuga de Cérebros
Dentro da discussão trabalhista, é importante conhecer o conceito de Fuga de Cérebros. Trata-se de um tipo
de migração que envolve mão de obra qualificada, que busca oportunidades de emprego de fato condizentes
com seu nível profissional em países do exterior, mais desenvolvidos e detentores de produção tecnológica.
Um exemplo é o que acontece com indianos que possuem grande qualificação profissional no setor de
comunicações, mas migram para os EUA, para regiões como o Vale do Silício, para serem contratados, com
melhores remunerações e ofertas de emprego. Isso pode acontecer quando o país de origem não possui
produção tecnológica ou desenvolvimento suficiente para empregar e dar função ao seu trabalhador. O
desenvolvimento que poderia ser nacional, portanto, é exportado. Essas pessoas costumam mandar dinheiro
para casa, para os familiares, ou comprarem em seu país de origem, circulando dinheiro naquele território,
sendo esse o pequeno ganho nacional em relação ao que poderia ser.
Geografia

Exercícios

1. (FAETEC 2019) Leia os textos.


- Francisco tem pouca esperança no futuro. Depois de cinco anos em busca de trabalho e após três
entrevistas de emprego, todas infrutíferas, decidiu parar de procurar. Passou assim a fazer parte de um
contingente cada vez maior de brasileiros: os desalentados.
- Um indicador fundamental para observar o nível da confiança do trabalhador no mercado de trabalho
é a taxa de desalento.
- O Brasil iniciou o terceiro trimestre com queda na taxa de desemprego pela quarta vez seguida, mas
registrou número recorde de desalentados diante das incertezas atuais em tomo da economia, segundo
dados divulgados no dia 30 de agosto de 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa de desemprego atingiu 12,3% no terceiro trimestre de 2018, depois de ter ficado em 12,4% no
trimestre anterior, na quarta queda seguida, de acordo com o IBGE. "O desemprego vem caindo no Brasil
por conta do desalento, principalmente neste ano de 2018", afirmou o coordenador do IBGE, Cimar
Azeredo. O IBGE estimou em 4,8 milhões o número de pessoas desalentadas no trimestre maio - julho.
Acesso em: 03.10.2018. Adaptado.

De acordo com os textos, o cidadão desalentado é aquele que


a) conquista um emprego formal, mas sofre com a desigualdade de gênero, em que mulheres
ganham menos e ocupam a maioria dos empregos vulneráveis.
b) precisa de trabalho e trabalharia se houvesse possibilidade; entretanto, desiste de procurar
emprego porque sabe que não encontrará um posto de trabalho.
c) troca voluntariamente o trabalho formal pelo trabalho terceirizado, abandona a carteira de trabalho
e opta pela previdência social estatal.
d) consegue emprego formal com rendimento equivalente a dois terços do salário-mínimo vigente.
e) possui um emprego com carteira assinada, mas está desprotegido das leis trabalhistas.

2. (Enem 2013 PPL) O governo de Singapura, que vem enfrentando reclamações de residentes que
precisam competir com estrangeiros por emprego, endureceu as regras para que empresas contratem
funcionários de outros países para posições de nível médio. A partir de janeiro de 2012, um estrangeiro
precisa ganhar 3 000 dólares cingapurianos (2 493 dólares americanos) ou mais por mês antes de se
qualificar para um visto de trabalho que lhe permitirá trabalhar em Singapura.
Singapura endurece regras para contratação de estrangeiros. Disponível em: www.estadao.com.br. Acesso em: 17 ago. 2011
(adaptado).

As medidas adotadas pelo governo de Singapura objetivam favorecer a


a) inserção da mão de obra local no mercado de trabalho.
b) participação de população imigrante no setor terciário.
c) ação das empresas estatais na economia nacional.
d) expansão dos trabalhadores estrangeiros no setor primário.
e) captação de recursos financeiros internacionais.
Geografia

3. (FAMERP 2021) Na década de 1990 houve a abertura do mercado brasileiro aos bens de consumo e de
capital, o que promoveu
a) a elevação dos índices de desemprego estrutural.
b) a diminuição da produtividade das indústrias.
c) o incremento da concentração espacial da indústria.
d) a defasagem tecnológica do parque industrial.
e) o aumento da interferência do Estado na economia.

4. (UERJ 2018)

A divisão da população economicamente ativa por setores de atividades, ainda que imprecisa, é um
dos indicadores das relações de produção e de trabalho em cada país. O processo retratado no gráfico
e uma explicação adequada para sua ocorrência, no momento histórico considerado, estão contidos
na seguinte alternativa:
a) Terciarização da economia – reorganização do modelo industrial no mundo.
b) Precarização do emprego – aumento da estratégia de subcontratação de empresas.
c) Diminuição da riqueza – carência de profissionais para setores essenciais da economia.
d) Especialização da mão-de-obra – elevação do nível médio de qualificação dos trabalhadores.

5. (UPE 2014) A desregulamentação, que aumenta no mercado de trabalho brasileiro, faz crescer um
fenômeno econômico que vem sendo bastante estudado pela Geografia Humana e Econômica. Com
esse fenômeno, proliferam as pequenas empresas sem funcionários com vínculo empregatício que
prestam serviços. De 2002 a 2008, esse fenômeno cresceu aproximadamente 22% nas regiões
metropolitanas do país. A que fenômeno estamos nos referindo?
a) Desqualificação Profissional
b) Crescimento do Setor Binário
c) Expansão da Terceirização
d) Desregulamentação Terciária da População Inativa
e) Globalização do Setor Secundário
Geografia

6. (UEMA 2021) Compare as informações dos textos I e II, para responder à questão.
TEXTO I
Entre analistas ouvidos, a avaliação é de que os programas do governo para manutenção da renda e do
emprego devido à crise sanitária provocada pela COVID 19, doença causada pela nova severe acute
respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2) tiveram impacto positivo na economia. Com especial
destaque para o auxílio emergencial, tais medidas foram decisivas ao sustentarem a demanda dos
consumidores, garantindo a recuperação parcial dos segmentos da indústria, do comércio e dos
serviços. Esse último é o que inspira maior preocupação, sobretudo pela participação de 75,8% no PIB
brasileiro. Entre março e junho de 2020, o setor acumulou queda de 14,5% no volume de receitas,
segundo o IBGE. O resultado de junho, uma alta de 5% na comparação com maio, representa o primeiro
crescimento após quatro retrações mensais consecutivas. Em fevereiro de 2020, mesmo fora da
pandemia, houve recuo de 1%.
Carta Capital, 2020.

Para além das mudanças de renda, a PNAD Covid de julho de 2020 afere alguns comportamentos em
relação à pandemia nos diferentes estratos econômicos e sociais no Brasil, conforme texto II.

TEXTO II
População com renda domiciliar per capita por classes agregadas de salário-mínimo até julho de 2020.

Comparando a população com renda domiciliar per capita entre 2012, 2019 e 2020, de acordo com o
texto II, o impacto do auxílio emergencial no Brasil causou
a) redução do número da população com renda per capita menor que 2 salários-mínimos entre 2012
e julho de 2020.
b) redução de 15,50% da população com renda per capita entre ½ a menos de 2 salários-mínimos
entre 2019 e julho de 2020.
c) crescimento do número da população com renda per capita de 2 ou mais salários-mínimos entre
2012 e julho de 2020.
d) aumento de 17,72% da população com renda per capita de 2 ou mais salários-mínimos entre 2019
e julho de 2020.
e) queda do número da população com renda per capita menor que ½ salário-mínimo entre 2019 e
julho de 2020.
Geografia

7. (Unicamp 2019) O capitalismo financeirizado e globalizado, particularmente nas últimas quatro


décadas, vem apresentando um movimento tendencial em que informalidade e precarização tornaram-
se mecanismos recorrentes. E a terceirização irrestrita do trabalho vem se consolidando como uma
ferramenta que elimina a distinção entre atividades-meio e atividades-fim.
(Adaptado de Ricardo Antunes, A sociedade da terceirização total. Revista da ABET, v. 14, n. 1, jan./jun. 2015, p. 9.)

a) Terceirização e precarização são fenômenos interligados, porém distintos. O que é terceirização


e o que é precarização do trabalho?
b) Na atividade industrial ou setor secundário, o que são atividades-meio e atividades-fim?
Geografia

8. (UFSC 2020) Considere os seguintes trechos de reportagens a respeito de aplicativos de serviços. A


primeira delas trata dos aplicativos Uber, 99, iFood e Rappi; a segunda, das dificuldades enfrentadas
pelas pessoas que utilizam esses aplicativos.

“Quase 4 milhões de trabalhadores autônomos utilizam hoje as plataformas como fonte de renda. Se
eles fossem reunidos em uma mesma folha de pagamento, ela seria 35 vezes mais longa do que a dos
Correios, maior empresa estatal em número de funcionários, com 109 mil servidores […]. Para um
autônomo, o ganho gerado com os apps acaba se tornando uma das principais fontes de renda. Esses
3,8 milhões de brasileiros que trabalham com as plataformas representam 17% dos 23,8 milhões de
trabalhadores nessa condição, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no trimestre até fevereiro.”
ESTADÃO CONTEÚDO. Uber, iFood e mais: aplicativos viram fonte de renda de quase 4 milhões. 28 de abril de 2019.
Disponível em: https://noticias.uol.com.br/tecnologia/noticias/redacao/2019/04/28/uber-ifood-e-maisaplicativos-viram-
fonte-de-renda-de-quase-4-milhoes.htm. Acesso em: 12 maio 2019.

“A explosão de aplicativos de delivery é provavelmente o caso mais representativo das rupturas geradas
no Brasil pelo avanço da gig economy – a economia dos bicos. Até poucos anos atrás, os serviços de
entrega eram pulverizados entre empresas de pequeno porte, que contratavam motoboys,
reconhecidos como categoria profissional regulamentada […]. Hoje a atividade está ao alcance de
qualquer um que aceitar termos e condições de plataformas digitais.”
FOLHA DE SÃO PAULO. Euforia com aplicativos de serviços dá lugar à frustração de trabalhadores. Ilustríssima, 3 de março
de 2019.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2019/03/euforia-com-aplicativos-de-servicos-da-lugar-a-
frustracao-de-trabalhadores.shtml. Acesso em: 12 maio 2019.

Com base nos textos acima, é correto afirmar que:


01) a gig economy é uma situação econômica na qual os trabalhadores autônomos encontram
trabalho por meio de aplicativos de serviço.
02) os aplicativos de prestação autônoma de serviços substituíram toda forma de contratação de
profissionais de atividades regulamentadas.
04) os aplicativos de serviço propiciam aos trabalhadores uma possibilidade de dispor de sua força
produtiva desde que aceitem os termos e condições da plataforma digital em que se inscrevem.
08) o fato de que, juntas, algumas empresas possuem uma folha de pagamentos mais extensa do que
a da maior empresa estatal prova que o desenvolvimento econômico se dá por meio do abandono
de atividades estatais.
16) a emergência de uma economia de bicos mediada pelo acesso a aplicativos de oferta de força de
trabalho é característica de uma fase da economia capitalista na qual a regulamentação de
atividades de serviços enfrenta contestações.
32) a gig economy atinge 23,8 milhões de trabalhadores, que sofrem com a precariedade do uso de
aplicativos.
64) a desregulamentação de ofertas de emprego e sua posterior concentração nas mãos de grandes
conglomerados, como as plataformas citadas, gera efeitos predatórios sobre empresas de
pequeno porte que operam dentro da economia de oferta de emprego regulamentado.
Geografia

Gabarito

1. B
Com a crise econômica dos últimos anos, aconteceu um aumento da taxa de desemprego, que
ultrapassou a marca de 12% em relação à PEA (população economicamente ativa). Além dos
desempregados, também existem os desalentados, pessoas que precisam de trabalho, mas desistiram
de procurar, devido ao longo tempo de procura, falta de perspectiva de encontrar, desestruturação
familiar e falta até de recursos financeiros para se deslocar (transporte coletivo) em busca de emprego.

2. A
A forte economia de Singapura faz com que o país seja um polo de atração migracionista, pois os
migrantes de outros países procuram o país em busca de melhores condições de vida e de empregos.
Para evitar a concorrência dos imigrantes com a população local, o governo resolveu adotar medidas
para incentivar a contratação de mão de obra local.

3. A.
Na década de 90, o período econômico brasileiro foi marcado por ciclos de privatização correspondendo
ao contexto neoliberal que avançou no mundo. A entrada de produtos importados aumentou a
competitividade, de modo que muitas empresas nacionais não conseguiram se manter no mercado,
fechando e causando desemprego. A modernização tecnológica de alguns segmentos tecnológicos
também contribuiu para o cenário de crescente desemprego.

4. A
No gráfico, é possível observar o crescimento do setor terciário, processo denominado terceirização da
economia. Na França, tal momento decorre da reorganização da produção em escala mundial, em que
as indústrias migraram para países em desenvolvimento em busca de mão de obra barata.

5. C
O processo em que se observa funcionários sem vínculo empregatício e que prestam serviços é
denominado de terceirização.

6. E.
Observando os gráficos, podemos reparar que o total da população com menos de ½ salário-mínimo
diminuiu, a população de ½ a menos de 2 salários-mínimos cresceu e a população com 2 ou mais
salários-mínimos cresceu em 2019, e em 2020 atingiu seu número mais baixo entre os três anos
comparados.
Geografia

7.
a) A terceirização ocorre quando uma empresa principal contrata outra empresa para realizar
determinado trabalho. Assim, um terceiro entra nessa relação, e os trabalhadores não possuem
vínculo empregatício com a empresa principal. O objetivo seria reduzir custos com trabalhadores,
aumentar a lucratividade e a competitividade. No Brasil, trabalhadores terceirizados ganham menos,
apresentam maior instabilidade no emprego, tem jornadas de trabalho mais longas e ficam mais
expostos a acidentes de trabalho. Com o avanço do processo de terceirização, observa-se uma
precarização do trabalho no país. Porém, essa precarização é um fenômeno mais amplo e se
relaciona também com o crescimento do trabalho informal e do trabalho degradante.

b) Atividades-fim são o resultado direto dos trabalhadores de uma indústria, por exemplo uma empresa
automobilística que tem como produto o carro. As atividades-meio são as que não se referem à
atividade principal da empresa, por exemplo o pessoal que cuida da segurança, limpeza e iluminação
da indústria.

8. 04 + 16 + 64 = 84.
Os itens incorretos são: 01 – a gig economy constitui o termo utilizado para empresas de serviços que
utilizam a tecnologia dos aplicativos de celulares e exploram a precariedade das relações de trabalho
propiciadas pelo neoliberalismo; 02 – os aplicativos não substituíram totalmente os profissionais
regulamentados; 08 – as empresas estatais, principalmente em setores estratégicos, desempenham um
papel fundamental na economia, além de apresentarem empregos de melhor qualidade e com
estabilidade; e 32 – conforme o texto, cerca 3,8 milhões trabalham de forma precária para empresas de
aplicativos de celulares no âmbito da gig economy.
História

Formação dos Estados Modernos

Teoria

A Baixa Idade Média: Colapso


Apesar das invasões húngaras, árabes e vikings se manterem ao longo dos séculos IX e X, a Europa vivia
nesse momento uma fase muito mais segura, se compararmos com as disputas territoriais do início da Alta
Idade Média. Assim, neste contexto, além da redução dos ataques, algumas mudanças e práticas, como as
inovações técnicas na agricultura, a manutenção de alianças entre os feudos e a proteção dos cavaleiros
garantiu uma maior estabilidade para os senhores e servos.
Visto isso, é importante destacar que toda essa condição de melhoria na qualidade de vida garantiu também
um crescimento demográfico neste período, ou seja, cada vez mais os feudos estavam lotados, sobretudo
de servos camponeses. Toda essa situação nos leva a acreditar que o aumento demográfico poderia
também ampliar a produção nos campos, mas, tome cuidado, pois a lógica foi inversa!
Apesar de inovações técnicas terem facilitado a produção agrícola ao longo da Idade Média, com os
moinhos hidráulicos, os arados de ferro e as práticas de rotação de cultura, essas novidades foram
insuficientes para garantir uma produção que atendesse às necessidades da população desses séculos.
Além disso, o aumento populacional e a ampliação da produção demandavam também uma maior carga
tributária, o que muitas vezes não animava os servos a ampliarem as produções.
Portanto, este cenário de altos tributos, exploração, violência e desigualdades provocou um deslocamento
de massas de camponeses e cavaleiros que, expulsos de suas terras, passaram a vagar entre feudos ou a
vadiar em busca de trabalhos temporários e pequenos saques. Esse processo de crescimento demográfico
e de êxodo marcou o início da chamada Baixa Idade Média e deu origem ao que conhecemos como a crise
do feudalismo.

Fonte: FRANCO Jr., Hilário e FILHO, Ruy de Oliveira Andrade. Atlas de História Geral. São Paulo: Scipione, 1993, p.23.

Assim, tendo em vista esse cenário, além da miséria europeia, um outro problema surgia no Oriente para os
nobres e clérigos europeus: a expansão árabe. Visto isso, por volta do ano 1000, uma série de expedições
militares conhecidas como Cruzadas foram financiadas por monarcas, senhores feudais e pela própria
Igreja Católica. As cruzadas tinham como objetivo reconquistar a cidade sagrada de Jerusalém (dominada
História

pelos turcos desde o século VII), expandir a fé cristã e, por fim, resolver o problema do crescimento
demográfico e da miséria que se instalou na Europa.
Além disso, as cruzadas e a cavalaria também serviram para resolver uma importante questão: o que fazer
com os filhos dos senhores feudais que não herdavam o feudo? A questão hereditária possuía a passagem
da posse do feudo para o filho mais velho como uma prerrogativa, assim, os filhos que não tinham direito
acabavam se dedicando à cavalaria.
Ainda que as cruzadas não tenham solucionado muitos desses problemas, sobretudo o da quantidade de
miseráveis vagantes, as expedições ao longo da Europa, sobretudo na região do Mediterrâneo, foram
responsáveis pela expansão da fé cristã, pela abertura de antigas rotas comerciais (dominadas pelos
árabes) e pelo ressurgimento das cidades, que se tornaram importantes postos comerciais e de defesa. As
cruzadas, portanto, abriram caminhos para o acesso a importantes centros comerciais da região, como
Veneza, Gênova e até mesmo Constantinopla. Visto isso, podemos perceber que as cruzadas foram
fundamentais para desenvolver um processo que já se iniciava há anos na Europa, o de renascimento
comercial e urbano.

Disponível em: https://pt-static.z-dn.net/files/d93/b279ea5c684b431b9f06f70a04fbd13e.png

Assim, tendo em vista todo esse cenário da Baixa Idade Média, cansados das opressões feudais e sem
perspectivas vagando em territórios isolados, muitos servos e camponeses se deslocaram para a vida nas
pequenas cidades que se formavam, trabalhando como artesãos ou comerciantes e estimulando a
realização de feiras e do comércio.
Essa nova vida promoveu, enfim, a possibilidade de uma ascensão econômica para muitas pessoas que
passaram a depender dessas atividades. A poderosa estrutura comercial que se estabeleceu possibilitou
inclusive o enriquecimento de indivíduos, que passaram a empregar outros funcionários de forma
assalariada, controlar rotas comerciais, dominar o mercado e, consequentemente, fortalecer uma nova
classe que ascendia: a burguesia. Assim, com o tempo, a monetarização da economia, o estabelecimento
de novas relações sociais e o desenvolvimento de novas atividades comerciais, enfraqueceu ainda mais o
antigo sistema feudal.
História

O final da Idade Média


Como visto, no final da Idade Média, com a conjuntura de fome, doenças, guerras e mortes,
os servos no campo ainda continuaram sofrendo com a exploração. Por conta da crise, os
senhores feudais aumentavam constantemente o valor dos impostos sobre os
camponeses a fim de suprir a diminuição de seus ganhos em decorrência da peste e da
baixa produtividade.
Todo esse contexto gerou um clima de insegurança nos senhores feudais, que
começaram a se assustar com as constantes revoltas camponesas. Alguns passaram a
ceder gradualmente o seu poder e sua fidelidade à figura do rei com o intuito de proteger
suas terras. Além disso, a ascensão da burguesia e o seu interesse na expansão comercial mostrou que o
feudalismo entrava em colapso e que não acompanhava as transformações que ganhavam cada vez mais
força na sociedade europeia.
Assim, mediante ao caos na Europa, a alternativa encontrada pela nobreza, com o intuito de manter seus
interesses e privilégios, foi o de centralizar o poder nas mãos de uma única pessoa – o Rei. A figura do
monarca, até então, não possuía grande expressão de poder político, uma vez que a sua autoridade estava
diluída entre os nobres e, muitas vezes, o mesmo só concentrava poderes militares.

Pega a visão: nem sempre a unificação e a concentração de poder nas mãos dos reis ocorreram de forma
pacífica. Para muitas casas reais, esse poder foi conquistado em cima de guerras contra outros nobres.
Desta forma, diversos territórios ao longo da Europa realizaram esse movimento de centralização, com
apoio de nobres, que sustentaram a formação de grandes reinos que conhecemos como os Estados
Modernos, governados por monarcas. Para a burguesia, uma centralização nesse momento era
interessante no aspecto econômico, já que unificaria impostos e facilitaria a circulação de bens e
mercadorias.

Pega a visão: apesar de “apoiar” a centralização do poder, quem fez um pacto com o rei para de fato
concretizar tal projeto foi a nobreza! E por que isso é importante? Porque a burguesia não garantiu nenhum
tipo de privilégio, uma vez que pertencia ao terceiro estado e precisava pagar impostos para sustentar os
outros dois estados. Vai dar ruim? Vai!

Alguns fatores foram essenciais para a consolidação desses Estados, como:


• Delimitação de um território: definição de fronteiras e de uma unidade territorial.
• Criação de um exército nacional: para defender os interesses do Estado recém-formado e garantir a
sua soberania. Em muitos casos, esses exércitos eram compostos por mercenários.
• Burocracia administrativa: corpo responsável pela administração pública, pela cobrança de impostos
e pelo aparato administrativo.
• Unidade cultural: elementos culturais em comum que possibilitaram uma identificação entre os diversos
grupos que ocupavam o mesmo espaço.
• Criação de um conjunto de leis: possibilitaram a manutenção da ordem e a aplicação de uma justiça na
qual as pessoas pudessem recorrer.
• Um Monarca: concentrava em suas mãos o poder sobre o território.

Como visto, o acordo possibilitou a formação desses Estados Modernos, no entanto, nem todos se
privilegiaram com a nova configuração política. Os nobres foram os que mais ganharam, pois se
transformaram na base política dessas monarquias, ocupando cargos de confiança e sendo sustentados
História

por esse Estado que estava nascendo. A Igreja Católica, apesar de inicialmente apoiar esse processo,
perdeu forças em alguns reinos graças à expansão da Reforma Protestante e ao fortalecimento dos
monarcas, pois muitos Estados passaram a adotar religiões próprias e se afastar do catolicismo,
diminuindo a influência do Papa. Logo, apesar de manter sua força entre reinos importantes da Idade
Moderna, como Portugal, Espanha e França, perdeu espaço em outros, como na Inglaterra.
A burguesia, por sua vez, também apoiou o rei inicialmente e chegou a lucrar com expedições militares e
comerciais. Entretanto, ao longo dos séculos XVI e XVII a centralização do poder passou a se aprofundar
ainda mais em alguns reinos como a França, construindo regimes extremamente autoritários que ficaram
conhecidos como absolutistas.
Assim, o chamado absolutismo foi uma teoria política que configurou a forma de
muitos monarcas governarem, concedendo a eles poderes quase absolutos. O rei
absolutista tornava-se, em muitos locais, quase uma encarnação do próprio
Estado, intervindo diretamente na vida dos súditos, na economia e nas decisões
políticas. Logo, para a burguesia, o surgimento do absolutismo e essa constante
intervenção do rei no mercado, na vida particular e nas liberdades pessoais passou
a incomodar profundamente com o tempo.
Vale lembrar que esse poder absoluto do rei, no entanto, possui algumas especificidades. O primeiro ponto
a ser destacado é que para ser entendido como um “poder natural” pelos súditos, os monarcas precisavam
construir e difundir discursos que confirmassem essa ideia. Logo, durante a Idade Moderna vários
pensadores produziram com o intuito de teorizar sobre os ideais absolutistas corroborando com a ideia de
uma sociedade disciplinada e sob o controle de um único líder.
Desta forma, pensadores como Thomas Hobbes, com a “Teoria do Contrato Social”, Nicolau Maquiavel, com
seu livro “O Príncipe” e Jacques Bossuet, com sua ideia do “Direito Divino do Rei” foram importantes nomes
que fundamentaram e embasaram esses novos modelos de governabilidade. Além disso, as práticas
absolutistas se fundamentavam na própria figura do rei no dia a dia, ou seja, para convencer os súditos de
seus poderes e da sua divindade, o rei deveria sempre ser visto cercado por luxos e glórias, jamais por
fraqueza e incapacidade. Visto isso, era fundamental sempre construir narrativas que glorificassem o
monarca, pinturas que o mostrassem como um herói e realizar rituais que fortalecessem os aspectos de
divindade, visando sempre a manutenção desse poder.

Pega a visão: o poder de coesão social e cultural mantido pela Igreja Católica durante o período moderno
foi um dos fatores essenciais para o sucesso do absolutismo. Em boa parte das monarquias, era o papa
quem coroava os reis, por exemplo. Apesar de perder sua hegemonia religiosa com a Reforma Protestante,
ela não deixou de ser uma das instituições mais importantes do período.

Mercantilismo
O período de transição da Baixa Idade Média para a Idade Moderna, como visto acima, marcou profundas
mudanças na sociedade europeia. Assim, com as transformações políticas e sociais do período, o aumento
exponencial da comercialização com a descoberta de novas rotas comerciais, a conquista de novos
territórios e a própria centralização do poder nas mãos dos reis passaram a demandar novas ideias e
práticas econômicas. Logo, é neste contexto que podemos observar a formação de um conjunto de práticas
chamadas de Mercantilismo, que foi estruturado de forma a explorar as novas terras extraindo o máximo
de riquezas possível e proporcionando uma grande acumulação de capital, principalmente para a nobreza.
Visto isso, o mercantilismo está intimamente associado à Idade Moderna e ao próprio absolutismo.
Portanto, apesar de não podermos afirmar que todos os reinos praticaram igualmente o mercantilismo ou
História

que todos os monarcas defendiam ideias econômicas semelhantes, algumas características em comum
podem ser observadas.
Primeiramente, vale destacar que o mercantilismo depende profundamente de um Estado forte e interventor
que era o principal responsável pela exploração de um território conquistado e colonizado e quem
monopolizava a prática comercial mantendo a colônia ligada diretamente a sua autoridade, sobretudo
através de imposições, como o “Exclusivo comercial” (também chamado de Pacto Colonial).
Outra característica importante na economia desses Estados Modernos era a
grande valorização dos metais preciosos. O chamado metalismo, portanto, foi a
promoção de uma intensa busca por metais preciosos que, pelas ideias
mercantilistas, eram vistos como uma das principais fontes de arrecadação e de
abastecimento dos Estados. Apesar dos metais serem considerados a principal
fonte de riqueza, extraídas principalmente da América através da colonização, o
comércio também tinha uma função fundamental na manutenção dessa riqueza. Logo, para um Estado
manter uma saúde econômica, além do acúmulo de metais era preciso valorizar a produção interna e a
exportação. Assim, as práticas mercantilistas defendiam a adoção de medidas protecionistas, como
aumento de impostos sobre produtos estrangeiros e a valorização de uma balança comercial favorável,
visando regular as importações e exportações a fim de controlar o fluxo de mercadorias dentro de suas
fronteiras.
Assim, o mercantilismo, conhecido também por alguns autores como “capitalismo comercial”, difundiu-se
pela Europa, estabelecendo-se principalmente em regiões como Gênova, Veneza, Holanda, Portugal, França,
Inglaterra e Espanha. Apesar do Estado e do monarca serem os grandes privilegiados por esse sistema
econômico, inicialmente a expansão comercial também chegou a beneficiar a burguesia. No entanto, com
o passar dos séculos, assim como o absolutismo passou a restringir as liberdades e a limitar os poderes
da burguesia, o mercantilismo também se tornou um entrave econômico para os interesses dessa classe,
que passaram a não tolerar mais o protecionismo, o monopólio e as intervenções na economia.
Enfim, é importante ressaltar que a escravidão africana e o tráfico negreiro proveniente da colonização e
da expansão marítima também foram fontes de arrecadação de extrema importância para as monarquias
nacionais.

Portugal: o primeiro a chegar no rolê


Dentro do processo de formação das monarquias modernas, Portugal se destacou por concretizar a sua
unificação de forma pioneira, o que possibilitou a transformação desse reino em uma potência comercial e
marítima, ainda no século XIV.
Antes de pensar na formação desse importante reino, vale destacar que antes da centralização os reinos
da Península Ibérica conviveram com grande parte do território ocupado por mulçumanos desde a invasão
árabe no século VIII. Assim, a saga pela constituição do reino de Portugal começou com a própria retomada
de seus territórios durante o que ficou conhecido como a Reconquista.
Esse período ocorreu entre o século VIII e o XV, quando diversos conflitos foram deflagrados entre os
monarcas católicos da região e os árabes, disputando justamente a hegemonia política, religiosa e
econômica da região, que tinha suma importância por conta das rotas comerciais para o sul da Europa e o
norte da África.
Tendo em vista todo esse processo ao longo dos séculos, novos reinos surgiram na Península Ibérica, como
Aragão, Castela, Leão e Navarra. Visando se defenderem de possíveis novos avanços árabes, esses reinos
passaram a construir sistemas de defesa cada vez mais sólidos, assim como fortaleceram as alianças
militares e familiares entre os cristãos.
História

Foi nesse cenário que Henrique de Borgonha se destacou no combate contra os árabes e, pelo apoio e
empenho, recebeu de Afonso VI, rei de Leão, o domínio sobre as terras do condado portucalense. Em 1139,
através do Tratado de Zamora, o filho de Henrique de Borgonha, Afonso Henriques, conquistou a
independência do território, separando-o de Leão e formando o Reino de Portugal.
A dinastia Borgonha formou a primeira linha monárquica de Portugal, sendo responsável também por expandir
as fronteiras do reino e reconquistar Lisboa, tornando-a capital. Em 1383, com a morte de D. Fernando, essa
dinastia chegou ao fim, sem deixar um herdeiro direto ao trono. Logo, estabeleceu-se uma crise de sucessão
que atraiu o interesse expansionista de reinos vizinhos, como o de Castela.
Neste cenário de incertezas quanto ao futuro, com a possibilidade de ser anexado e temendo perder sua
autonomia, alguns setores portugueses, como a burguesia e uma parte da nobreza, declararam seu apoio
ao irmão bastardo do rei falecido, João – conhecido também como Mestre de Avis. A burguesia portuguesa
que já se encontrava em um crescente sucesso econômico devido ao comércio no Mar Mediterrâneo e no
Mar do Norte, proveu os recursos financeiros para a manutenção do Exército que garantiu a vitória de Dom
João.
A vitória portuguesa marcou o processo conhecido como a Revolução de Avis, que consolidou o poder
monárquico em Portugal e unificou o país em torno da figura de Dom João I. O rei então iniciou uma política
de favorecimento à expansão econômica dos burgueses, que se fortaleceram e apoiaram os projetos de
expansão ultramarina do Estado.

E a Espanha?
Até o século XV, o território que viria a ser chamado de Reino da Espanha se encontrava descentralizado e
dividido em diversos reinos e vice-reinos como Leão, Castela, Aragão e Granada (que ainda se encontrava em
poder dos mouros).
Com o casamento entre Fernando, rei de Aragão, e Isabel, sucessora no trono de Castela,
a unificação começa a tomar forma após a morte do pai da herdeira e a decisão de unir
as duas coroas. Conhecidos popularmente como os “Reis Católicos”, Fernando e Isabel
firmaram um acordo com a Igreja Católica a fim de expulsar os árabes e os judeus do seu
território, criando assim um Tribunal do Santo Ofício - Inquisição – na região sob a
responsabilidade da coroa.
Assim, os Reis Católicos promoveram uma caçada política e religiosa contra aqueles que foram considerados
inimigos durante o processo de Reconquista. Usada como um instrumento de controle social e político, a
Inquisição utilizou o terror como forma de subjugar todos aqueles que questionassem o poder da monarquia
espanhola.
Com a conquista de Granada em 1492, o último reduto de mulçumanos na Península Ibérica, consolidou-se
o Estado espanhol. Vale destacar que no mesmo ano, Cristóvão Colombo chegou às Américas, financiado
pela coroa espanhola que rivalizava com a expansão portuguesa. Fatores importantes, como a Universidade
de Salamanca, facilitaram a expansão marítima espanhola através do desenvolvimento de novas
tecnologias marítimas e de estudos humanistas. Com as Grandes Navegações e a conquista de
possessões no além-mar, a Espanha se tornou um dos maiores impérios comerciais do início da Era
Moderna.
História

A monarquia à la francesa
O reino francês é considerado o primeiro a dar início ao processo de unificação
política, porém essa centralização monárquica foi interrompida devido a uma
série de conflitos com o reino inglês. Ainda no século X, sob o comando da
Dinastia dos Capetíngios, medidas como a salvaguarda – mecanismo de
proteção das cidades promovida pelo rei – iniciavam o aumento do poder em
torno da figura do monarca.
Contudo, foi durante o reinado de Filipe II que de fato a centralização tomou consistência com a formação
de uma burocracia administrativa instituída pelo monarca para a cobrança de impostos e assuntos
econômicos. Além disso, o rei também é reconhecido pelas conquistas territoriais significativas durante
seu reinado.
Com Filipe IV (1285-1314) no poder, a expansão do poderio monárquico ficou ainda maior com a
convocação dos Estados Gerais – uma assembleia composta pelo clero, pela nobreza e pela burguesia – e
a aprovação da cobrança de impostos às propriedades da Igreja Católica. A decisão marcou o início de uma
relação conturbada entre a Igreja e o reino francês, conhecida como “Cisma do Ocidente”, uma vez que o
papa, Bonifácio VIII, ameaçou excomungar o rei francês. Com a morte do papa, o monarca pressionou para
que um religioso francês assumisse o cargo, especialmente, Clemente V. Além disso, transferiu a sede do
papado de Roma para Avignon, na França, período que ficou conhecido como o Cativeiro de Avignon.
Por fim, a Guerra dos Cem Anos (1337 -1453), entre a França e a Inglaterra, foi um divisor de águas para
ambas as coroas e seu resultado impulsionou o processo de unificação monárquica francesa. O interesse
inglês em unir as duas coroas sob o comando de Eduardo III, que se considerava o herdeiro direto do antigo
rei, levou a Inglaterra a invadir o território francês após a morte de Carlos IV. O conflito estimulou a
construção de um exército a nível “nacional” e a cobrança de impostos unificada para a manutenção na
guerra contra os ingleses por territórios que pertenciam ao reino francês. A durabilidade do conflito também
possibilitou a criação de um sentimento de pertencimento na população do território atacado.

Indicação é bom e todo mundo gosta: Já ouviram falar da Joana Darc? Ela foi uma heroína francesa que
participou da Guerra dos Cem anos e foi queimada na fogueira por bruxaria. Em 1920, ela foi beatificada e
atualmente é a Santa Padroeira da França. Vale a pena conferir algumas produções sobre ela!

Com mais de cem anos de duração, a guerra foi composta por vitórias inglesas e francesas em momentos
diferentes. Contudo, o conflito terminou com a expulsão dos ingleses do reino francês e com a garantia da
unidade territorial. Terminada a guerra, a França consolida de vez a centralização política na figura do rei
e, a partir da expansão do poder dessa monarquia ao longo dos próximos séculos, se torna o símbolo do
absolutismo na Europa.

Inglaterra, o terror do absolutismo


Apesar de o absolutismo ter representado um regime político bem difundido pela
Europa durante a Idade Moderna, na Inglaterra esse modelo não obteve uma
longa estabilidade como em outros Estados modernos do continente. Assim
como a França, a tentativa de centralização política ocorreu bem antes do início
da Idade Moderna sob o comando de Guilherme, o Conquistador, no século XI. A
imposição de impostos unificados e a obrigatoriedade do juramento de
vassalagem diretamente ao rei foram ações que visavam a centralização do
poder na mão do monarca inglês. A promulgação das Common Law – leis que
valiam para todo o território – no século XII já era um indício desse processo de
unificação territorial e política.
História

Porém, como dito anteriormente, os ingleses não eram muito fãs do absolutismo. Assim, em 1215, a
nobreza reage ao fortalecimento da centralização do poder com a imposição da Magna Carta, ao rei
conhecido como João Sem-Terra, limitando o poder real e frustrando as tentativas de unificação. A
manutenção da fragmentação deste poder no início da Idade Moderna permitiu, não só que as nobrezas
regionais tivessem maior poder, como a própria burguesia ascendesse economicamente.
Com a derrota para a França na Guerra dos Cem Anos, essa descentralização foi interrompida apenas no
século XVI após a Guerra das Duas Rosas (1455 – 1485), entre as famílias York e Lancaster pelo trono
inglês. Esse conflito foi responsável pelo enfraquecimento da nobreza e pela ascensão de Henrique VII, da
família Tudor ao trono e, posteriormente, Henrique VIII (1509-1547), que deu corpo ao absolutismo inglês.
Apesar da postura centralizadora deste rei, o absolutismo não conseguiu se estabilizar na Inglaterra,
gerando assim diversos conflitos com o parlamento e sendo muitas vezes responsável pelo crescimento
das tensões religiosas. O momento mais sensível entre rei e parlamento, no entanto, se configurou com a
dinastia Stuart, com Jaime I (1603 – 1625) e Carlos I (1625 – 1648), em um contexto conhecido pela
Revolução Inglesa.

Aquele spoiler, não tão spoiler assim rs


História

Exercícios de vestibulares

1. (Facasper, 2017) Em um Estado absolutista, o crime maior é o de infidelidade, é a inconfidência, o crime


de lesa-majestade. A vontade do soberano é um princípio que, por si, justifica as medidas tomadas
pelos agentes do Estado. Foi na França que o absolutismo atingiu o seu máximo desenvolvimento na
Idade Moderna. Luís XIV, apelidado de Rei Sol, foi o monarca que melhor encarnou a figura de um rei
absoluto.
Fonte: ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado absolutista. São Paulo. Brasiliense, 1985. p. 18.

A respeito da forma de governo descrita no texto, é correto afirmar:


a) As eleições periódicas estabeleciam o revezamento no poder, medida à qual até o rei estava
submetido.
b) O governo era pautado em leis promulgadas por voto direto e popular, expressando a democracia.
c) As relações entre o rei e a nobreza eram regidas por critérios meritocráticos, sem privilégios de
origem.
d) A burguesia era o grupo social privilegiado no Absolutismo, em função da sua origem campesina.
e) O poder ficava centralizado nas mãos do rei, que tinha o poder de legislar, administrar e punir.

2. (FGV-SP, 2013) Leia o fragmento.


Um famoso escândalo político foi o de Antônio Perez, que em 1571 era secretário de Estado de Felipe
II, tendo alcançado um dos postos mais importantes na monarquia. Por rivalidades, viu-se envolvido
em intrigas internacionais. Conhecia todos os segredos da coroa, tendo absoluto controle sobre o
Tesouro. Foi acusado de vender cargos, de suborno e de trair segredos do Estado. Felipe viu um
caminho para atingi-lo: a Inquisição. Tinha de ser acusado de heresia. Foi difícil encontrar provas contra
seu catolicismo, mas o confessor do rei conseguiu-as. Mesmo sendo íntimo amigo do inquisidor-mor
e tendo o apoio da população de Saragoça, Perez foi acusado de herege. Conseguiu fugir e morreu em
Paris, e, conforme testemunhou o núncio apostólico da região, sempre viveu como fiel católico.
(Anita Novinsky, A inquisição)
A partir do texto, é correto concluir que a Inquisição espanhola
a) ampliou as suas prerrogativas nas nações europeias menos fiéis ao poder do papado, com o
intuito de ampliar o número de seguidores.
b) perdeu parte de suas atribuições e poderes a partir da Contrarreforma católica, conforme
deliberação do Concílio de Trento.
c) manteve, durante a sua existência secular, vínculos essenciais com a questão religiosa,
excepcionalmente confundindo-se com a questão política.
d) resumiu sua atuação a alguns poucos casos exemplares, com o intuito de evitar a propagação do
islamismo e das igrejas reformadas.
e) apesar de sua fundamentação religiosa, esteve vinculada ao Estado e serviu aos interesses de
grupos ligados ao poder.
História

3. (UP, 2018) A nova dinastia de Avis, que a revolução de 1383, contra o endurecimento da nobreza rural
e da feudalidade decadente, levou ao poder, favoreceu resolutamente a política das cidades. Portugal
surgia como um país novo em face dos velhos países tradicionalmente voltados para o Mediterrâneo,
que se ressentiam dum longo período de recessão econômica.
(Catherine Coquery-Vidrovitch. A descoberta de África. Lisboa: Edições 70, 2004. p. 63. Adaptado.)

Tal como indicado no texto, no início do período moderno, os fatores decisivos para Portugal alargar o
seu campo de ação econômica e resolver o seu desequilíbrio financeiro foram:
a) a emergência de uma nova classe social e a centralização do poder político.
b) a consolidação de Sagres e o avanço das descobertas científicas.
c) a herança das Cruzadas e a liderança do Infante D. Henrique.
d) a conquista do norte da África e o ouro vindo do Sudão.
e) a influência da Igreja Católica e a estrutura das ordens religiosas.

4. (FGV, 2014) O paradoxo aparente do absolutismo na Europa ocidental era que ele representava
fundamentalmente um aparelho de proteção da propriedade dos privilégios aristocráticos, embora, ao
mesmo tempo, os meios pelos quais tal proteção era concedida pudessem assegurar simultaneamente
os interesses básicos das classes mercantis e manufatureiras nascentes. Essencialmente, o
absolutismo era apenas isto: um aparelho de dominação feudal recolocado e reforçado, destinado a
sujeitar as massas camponesas à sua posição tradicional. Nunca foi um árbitro entre a aristocracia e
a burguesia, e menos ainda um instrumento da burguesia nascente contra a aristocracia: ele era a nova
carapaça política de uma nobreza atemorizada.
(Perry Anderson, Linhagens do Estado absolutista. p. 18 e 39. Adaptado)

Segundo Perry Anderson, o Estado absolutista


a) não tinha força política para submeter os trabalhadores do campo e a aristocracia com a cobrança
de pesados impostos e, simultaneamente, oferecer participação política e vantagens econômicas
para o crescimento da burguesia comercial e manufatureira.
b) nunca se submeteu aos interesses da burguesia mercantil e manufatureira em detrimento da
aristocracia, mas, ao contrário, tornou-se um escudo de proteção dos camponeses contra o
domínio feudal exercido por meio de pesados impostos.
c) garantiu, sob a sua proteção, o domínio econômico e político da aristocracia sobre os camponeses
e, para sobreviver economicamente, atendeu aos interesses de expansão do mercado da
burguesia mercantil e manufatureira, mas a afastou do poder político.
d) preservou a propriedade feudal e os interesses dos camponeses, mas, para que isso se efetivasse,
submeteu-se a pressão da burguesia mercantil e manufatureira ao aproximá-la do poder político,
oferecendo cargos públicos a essa classe.
e) não protegeu a aristocracia nem os camponeses que, para sobreviverem, estabeleceram alianças
pontuais com a burguesia comercial em ascensão econômica e com crescente participação
política, com o intuito de obter acesso à terra.
História

5. (Unicamp, 2018) Na formação das monarquias confessionais da Época Moderna houve reforço das
identidades territoriais, em função de critérios de caráter religioso ou confessional. Simultaneamente,
houve uma progressiva incorporação da Igreja ao corpo do Estado, através de medidas de caráter
patrimonial e jurisdicional que procuravam uma maior sujeição das estruturas e agentes eclesiásticos
ao poder do príncipe. Na busca pela homogeneização da fé dentro de um território político, a Igreja
cumpria também papel fundamental na formação do Estado moderno por meio de seus mecanismos
de disciplinamento social dos comportamentos.
(Adaptado de Frederico Palomo, A Contra-Reforma em Portugal, 1540-1700. Lisboa: Livros Horizonte, 2006, p.52.)

Considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre a Europa Moderna, assinale a alternativa
correta.
a) Cada monarquia confessional adotou uma identidade religiosa e medidas repressivas em relação
às dissidências religiosas que poderiam ameaçar tal unidade.
b) Monarquias confessionais são aquelas unidades políticas nas quais havia a convivência pacífica
de duas ou mais confissões religiosas, num mesmo território.
c) São consideradas monarquias confessionais os territórios protestantes que se mostravam mais
propícios ao desenvolvimento do capitalismo comercial, tornando-se, assim, nações enriquecidas.
d) As monarquias confessionais contavam com a instituição do Tribunal do Santo Ofício da
Inquisição em seu território, uma forma de controle cultural sobre religiões politeístas.

6. (FGV, 2012) “Essencialmente, o absolutismo era apenas isto: um aparelho de dominação feudal
alargado e reforçado, destinado a fixar as massas camponesas na sua posição social tradicional (...).
Por outras palavras, o Estado absolutista nunca foi um árbitro entre a aristocracia e a burguesia, ainda
menos um instrumento da burguesia nascente contra a aristocracia: ele era a nova carapaça política
de uma nobreza atemorizada (...).”
ANDERSON, Perry, Linhagens do Estado Absolutista. Trad. Porto: Afrontamento, 1984, pp. 16-17.
a) Na perspectiva de Anderson, o Estado absolutista significou um rompimento drástico com relação
à fragmentação política característica do período feudal? Justifique.
b) Na visão de Anderson, qual era o grupo social dominante nos quadros do Estado absolutista?
Justifique.
c) Além dos elementos apontados no texto, ofereça mais duas características constitutivas dos
chamados Estados absolutistas.
História

7. (UERJ 2012) Leia.


Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que
ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que
amado, quando haja de faltar uma das duas. Deve, todavia, o príncipe fazer-se temer de modo que, se
não adquire amizade, evite ser odiado, porque pode muito bem ser ao mesmo tempo temido e não
odiado; o que sempre conseguirá desde que respeite os bens dos seus concidadãos e dos seus súditos
porque os homens esquecem mais depressa a morte do pai que a perda do patrimônio. Mas quando
um príncipe está com os exércitos e tem uma multidão de soldados sob o seu comando, então é de
todo necessário que não se importe de passar por cruel; porque sem esta fama não se mantém um
exército unido, nem disposto a qualquer feito.
O Príncipe, de Nicolau Maquiavel. Adaptado de www.arqnet.pt

Nicolau Maquiavel foi um pensador florentino que viveu na época do Renascimento. Ele é considerado
um dos fundadores do pensamento político moderno e suas ideias serviram de base para a constituição
do Absolutismo monárquico. Identifique no texto duas práticas do Absolutismo monárquico.

8. (Unicamp, 2014) À medida que as maneiras se refinam, tornam-se distintivas de uma superioridade:
não é por acaso que o exemplo parece vir de cima e, logo, é retomado pelas camadas médias da
sociedade, desejosas de ascender socialmente. É exibindo os gestos prestigiosos que os burgueses
adquirem estatuto nobre. O ser de um homem se confunde com a sua aparência. Quem age como nobre
é nobre.
(Adaptado de Renato Janine Ribeiro, A Etiqueta no Antigo Regime. São Paulo: Editora Moderna, 1998, p. 12.)

O texto faz referência à prática da etiqueta na França do século XVIII. Sobre o tema, é correto afirmar
que:
a) A etiqueta era um elemento de distinção social na sociedade de corte e definia os lugares
ocupados pelos grupos próximos ao rei.
b) O jogo das aparências era uma forma de disfarçar os conluios políticos da aristocracia, composta
por burgueses e nobres, e negar benefícios ao Terceiro Estado.
c) Os sans-culottes imitavam as maneiras da nobreza, pois isso era uma forma de adquirir
refinamento e tornar-se parte do poder econômico no estado absolutista.
d) Durante o século XIX, a etiqueta deixou de ser um elemento distintivo de grupos sociais, pois houve
a abolição da sociedade de privilégios.
História

Gabarito
1. E
A característica central do absolutismo é a concentração do poder na mão do rei, por isso, ele acabou se
tornando a representação máxima do Estado. Portanto, esse monarca tinha total liberdade para legislar,
punir e administrar o reino de acordo com os seus interesses. Vale ressaltar que, em boa parte dos casos,
esse poder do rei era justificado com base na teoria do poder divino dos reis, o que dava uma prerrogativa
de ação ainda maior.

2. E
O Tribunal da Santa Inquisição foi utilizado como um braço político pela monarquia espanhola de forma
a garantir os seus interesses. O papel do Tribunal da Santa Inquisição era o de perseguir todos aqueles
que estavam em desacordo com os dogmas católicos, como os mouros e os judeus, mas serviu também
aos interesses políticos dos reis espanhóis ao promoverem a eliminação de seres indesejados.

3. A
A centralização política na figura do rei e a formação de uma burguesia economicamente poderosa foram
fatores essenciais para o pioneirismo português nas expansões marítimas e na abertura de novas rotas
comerciais no Atlântico.

4. C
Para dar conta da manutenção da ordem estamental do Antigo Regime e de uma economia estável, o rei
garantiu os privilégios da nobreza e, ao mesmo tempo, atendeu a alguns interesses da burguesia, uma
vez que ela era a classe que rendia grandes frutos ao Estado. Tal estratégia tinha a intenção de garantir
que o poder político continuasse concentrado em suas mãos.

5. A
Para não restar dúvidas: as monarquias confessionais são Estados que possuem religiões oficiais.
Portanto, a Igreja aparece como um elemento central do texto destacado, porque estava ligada
intimamente ao Estado Nacional e possuía a missão de garantir a coesão social e cultural em torno da
figura do rei. Para tal, precisava combater as heresias e práticas religiosas que estivessem em
dissonância com os dogmas defendidos pela Igreja Católica.

6. a) Para Anderson, o Estado absolutista não significou um rompimento drástico com relação à política do
período feudal, pois, para o autor, o absolutismo seria um “aparelho de dominação feudal alargado”, que
mantinha os mesmos grupos no poder e permanecia oprimindo as massas camponesas.
b) Para o autor, a nobreza era o grupo dominante no absolutismo, que utilizava esse sistema para oprimir
as massas e se proteger.
c) Dentre as características, podemos citar as teorias absolutistas que embasavam o poder do rei,
sobretudo a do “direito divino”; também podem ser lembradas as características de opressão, como a
intervenção do rei na economia e na vida social, a violência, a censura e a falta de liberdade, assim como
também podemos citar as práticas mercantilistas típicas da economia absolutista.

7. No fragmento do texto de Maquiavel, podemos identificar algumas características do absolutismo, como


a concentração do poder na mão do rei através da força, a unificação militar em um exército sob o
comando do rei, a necessidade do monarca em convencer os súditos do seu poder e a garantia, pelo
Estado, da manutenção da ordem e das defesas da nação.

8. A
Como afirma o texto de apoio, as “maneiras” e os hábitos de um grupo social podem ser interpretados
como distintivos de uma superioridade, ou seja, características que separam tais grupos daqueles que
consideram como inferiores. No caso da sociedade francesa do século XVIII, as normas de etiqueta se
tornaram elementos de distinção da nobreza e do clero para o terceiro estado assim como de definição
daqueles que estariam próximos ao rei.
Matemática

Grandezas proporcionais, escala e regra de três simples

Exercícios

1. (Unesp) Uma cidade tem sua área territorial dividida em quatro regiões. O esquema apresenta, de
modo simplificado, a área territorial e a densidade populacional dessas quatro regiões:

A participação das populações dessas regiões na população total da cidade é:

a) b)
c)

d) e)

1
Matemática

2. (Uerj) Casos de febre amarela desde o início de 2017:


- confirmados → 779
- suspeitos → 435
Mortes entre os casos confirmados: 262

Suponha que todos os casos suspeitos tenham sido comprovados, e que a razão entre o número de
mortes e o de casos confirmados permaneça a mesma. Nesse caso, com as novas comprovações da
doença, o número total de mortos por febre amarela estaria mais próximo de:
a) 365
b) 386
c) 408
d) 503

3. (Unicamp) A eficiência de um veículo pode ser avaliada pela quantidade de quilômetros que ele é capaz
de percorrer com um litro de combustível. Tal eficiência depende de vários fatores, entre eles a
velocidade adotada. O gráfico abaixo exibe o número de quilômetros percorridos por litro de
combustível, para um determinado veículo, em função da velocidade.

a) Supondo que o veículo trafegue com velocidade constante de 100 𝑘𝑚/ℎ, determine quantos litros
de combustível ele consome para percorrer 60 𝑘𝑚.
b) Considere que o veículo tenha 50 litros de combustível em seu tanque. Determine a sua autonomia
máxima, isto é, a maior distância que ele pode percorrer, supondo que ele trafegue a uma
velocidade constante.

2
Matemática

4. (Unesp) Os estudantes 1, 2 e 3 concorreram a um mesmo cargo da diretoria do grêmio de uma


faculdade da UNESP, sendo que 1 obteve 6,25% do total de votos que os três receberam para esse
cargo. Na figura, a área de cada um dos três retângulos representa a porcentagem de votos obtidos
pelo candidato correspondente. Juntos, os retângulos compõem um quadrado, cuja área representa o
total dos votos recebidos pelos três candidatos.

Do total de votos recebidos pelos três candidatos, o candidato 2 obteve:


a) 61,75%
b) 62,75%
c) 62,50%
d) 62,00%
e) 62,25%

3
Matemática

5. (Unesp) Estudos sobre modelos atômicos foram fundamentais para o desenvolvimento da Química
como ciência. Por volta de 450 a.C., os filósofos gregos Leucipo e Demócrito construíram a hipótese
de que o mundo e, em consequência, a matéria eram constituídos a partir de unidades idênticas e
indivisíveis, chamadas átomos. Contudo, foi somente a partir do século XIX que a realização de
experimentos tornou possível a comprovação de hipóteses desenvolvidas ao longo do tempo. Um dos
primeiros modelos aceitos foi criado por John Dalton, apresentado em um livro de sua autoria,
publicado em 1808. Anos depois, outros dois principais modelos foram desenvolvidos, até que, em
1913, o físico Niels Bohr publicou um livro com sua teoria sobre o modelo atômico.

Tomando como referência as datas de publicação dos trabalhos de Dalton e de Bohr, a linha do tempo
que apresenta os fatos históricos do desenvolvimento do modelo atômico, com espaço proporcional à
distância de tempo entre eles, é:

a)

b)

c)

d)

e)

4
Matemática

6. (Unicamp) O projeto PRODES – Monitoramento do desmatamento das formações florestais na


Amazônia Legal -, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), monitora as áreas desmatadas
da Amazônia legal e mantém um registro da área desmatada por ano. Um levantamento sobre esses
dados a partir de 2016 mostrou que em 2019 houve um acréscimo de 35% da área desmatada em
relação a 2018, de 45% em relação a 2017 e de 28% em relação a 2016.

Considerando os dados apresentados, relativos ao período analisado, é correto afirmar:


a) O ano que teve a menor área desmatada foi 2016.
b) A área desmatada em 2019 corresponde a 80% da área total desmatada no período de 2017 a 2018.
c) A área desmatada em 2018 foi 35% menor do que em 2019.
d) A área desmatada em 2018 foi menor que a área desmatada em 2016.

7. (Unicamp) O projeto PRODES – Monitoramento do desmatamento das formações florestais na


Amazônia Legal -, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), monitora as áreas desmatadas
da Amazônia legal e mantém um registro da área desmatada por ano. Um levantamento sobre esses
dados a partir de 2016 mostrou que em 2019 houve um acréscimo de 35% da área desmatada em
relação a 2018, de 45% em relação a 2017 e de 28% em relação a 2016.

Sabendo que a soma das áreas desmatadas nos anos de 2017, 2018 e 2019 foi de 24.600 km2 , a área
desmatada no ano de 2019 está entre
a) 8.601 km² e 9.200 km²
b) 9.201 km² e 9.800 km².
c) 8.801 km² e 10.400 km².
d) 10.401 km² e 11.200 km².

8. (UFPR) A velocidade de impressão de uma impressora é calculada em páginas por minuto (ppm).
Suponha que determinada impressora tem velocidade de impressão de 15ppm em preto-e-brando e de
8ppm em cores.
a) Quanto tempo essa impressora gasta para imprimir 230 páginas em preto-e-branco? Dê sua
reposta no formato __min __seg
b) Trabalhando ininterruptamente durante 30 minutos, essa impressora imprimiu 366 páginas entre
preto-e-branco e colorida. Quantas dessas páginas eram coloridas?

5
Matemática

Gabarito

1. D
Sabendo que a densidade populacional corresponde à razão entre a população e a área, tem-se que a
população norte é 7,5 ⋅ 6 = 45, e da região sul é 2 ⋅ 5 = 10, a da região leste é 5 ⋅ 8 = 40 e a da oeste
é 12 ⋅ 2,5 = 30. Portanto, a população total é igual a 45 + 10 + 40 + 30 = 125. Em consequência,
considerando os diagramas das alternativas, podemos afirmar que a participação da região norte
45 10
corresponde a 25 ⋅ = 9, a da região sul corresponde a 25 ⋅ = 2 , a da região leste corresponde
125 125
40 30
a 25 ⋅ = 8 e a da região oeste corresponde a 25 ⋅ = 6.
125 125

2. C
Calculando:
262 𝑥
= → 408,30
779 779 + 435

3.
a) 4 litros. Do gráfico, quando a velocidade do veículo é igual a 100 𝑘𝑚/ℎ, sua quilometragem por litro
15 km 60 km
é 15 𝑘𝑚/𝑙.. Daí temos: = .
1l x

b) 1.000 𝑘𝑚. Do gráfico, a autonomia máxima será obtida se o veículo estiver a uma velocidade
constante e igual a 80 𝑘𝑚/ℎ. Nesse caso, sua quilometragem por litro é 20 𝑘𝑚/𝑙. Portanto, temos:
20 km d
=
1l 50 l
𝑑 = 1000 𝑘𝑚

4. C
(4,5 ⋅ 2) cm2 6,25%
𝑥 cm2 100%
4,5 . 2 . 100
𝑥=
6,25
= 144 cm2 → quadrado lado 12
Candidato 3 → (12 − 2) ⋅ 4,5 = 45 cm2
Candidato 2 → (12 − 4,5) . 12 = 90 cm2
90 cm2 𝑦%
2
144 cm 100%
9000
𝑦=
144
= 62,5

5. E
Desde que uma unidade da escala corresponde a 1913 – 1808 = 105 anos, podemos afirmar que
1080 + 450
existem = 21,5 unidades separando a publicação de Dalton e a hipótese de Leucipo e
105
Demócrito. Portanto, sabendo o modelo de Thomson antecedeu o modelo de Rutherford, segue que a
alternativa correta é a [E].

6
Matemática

6. D
Sejam 𝑥, 𝑦, 𝑧 e 𝑤, respectivamente, as áreas desmatadas em 2019, 2018, 2017 e 2016. Logo, temos
𝑥 = 1,35𝑦
𝑥 = 1,45𝑧
𝑥 = 1,28𝑤.
Daí, vem 1,35𝑦 = 1,45𝑧 = 1,28𝑤

A alternativa verdadeira é a letra D pois


1,28
y= w<w
1,35

7. C
Sejam x, y, z e w, respectivamente, as áreas desmatadas em 2019, 2018 e 2017. Desde que 𝑥 = 1,35𝑦 e
𝑥 = 1,45𝑧, temos
x x
x + y + 2 = 24600 ⇒ x + 5
+ = 21600 ⇒ x ≅ 10121,8km²
1,3 1,45
Portanto, vem que 8801 < 𝑥 < 10400

1
8. Tempo gasto para imprimir cada página em preto e branco: min
15
1
Tempo gasto para imprimir cada página colorida: min
8

1
a) 230 ⋅ = 15,333 … minutos = 15 minutos e 20 segundos
15

b) Admitindo que x é a quantidade de páginas coloridas e 366 – x a quantidade de páginas em preto e


branco, podemos escrever:
1 1
𝑥 ⋅ + (366 − 𝑥) ⋅ = 3015𝑥 + 8 ⋅ (366 − 𝑥) = 360015𝑥 + 2928 − 8𝑥 = 36007𝑥 = 672 ⇒ 𝑥 = 96
8 15
Portanto, o número de páginas coloridas é 96.

7
Português

Morfologia e texto

Exercícios

Até aqui, já trabalhamos algumas das classes gramaticais, além de já ter visto aspectos relevantes para a
compreensão textual. Nesta aula, veremos, então, de maneira contextualizada, a relação entre morfologia e
texto em questões de vestibulares.

1. (Fuvest 2007) Das vãs sutilezas


Os homens recorrem por vezes a sutilezas fúteis e vãs para atrair nossa atenção. (...) Aprovo a atitude
daquele personagem a quem apresentaram um homem que com tamanha habilidade atirava um grão
de alpiste que o fazia passar pelo buraco de uma agulha sem jamais errar o golpe. Tendo pedido ao
outro que lhe desse uma recompensa por essa habilidade excepcional, atendeu o solicitado, de maneira
prazenteira e justa a meu ver, mandando entregar-lhe três medidas de alpiste a fim de que pudesse
continuar a exercer tão nobre arte. É prova irrefutável da fraqueza de nosso julgamento apaixonarmo-
nos pelas coisas só porque são raras e inéditas, ou ainda porque apresentam alguma dificuldade, muito
embora não sejam nem boas nem úteis em si.
(Montaigne, Ensaios.)

A expressão destacada no trecho "...ou ainda porque apresentam alguma dificuldade, muito embora
não sejam nem boas nem úteis em si" pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido, por
a) desde que.
b) contanto que.
c) uma vez que.
d) a não ser que.
e) se bem que.

1
Português

2. (Fuvest 2002)
Talvez pareça excessivo o escrúpulo do Cotrim, a quem não souber que ele possuía um caráter
ferozmente honrado. Eu mesmo fui injusto com ele durante os anos que se seguiram ao inventário de
meu pai. Reconheço que era um modelo. Arguiam-no de avareza, e cuido que tinham razão; mas a
avareza é apenas a exageração de uma virtude e as virtudes devem ser como os orçamentos: melhor
é o saldo que o "deficit". Como era muito seco de maneiras tinha inimigos, que chegavam a acusá-lo de
bárbaro. O único fato alegado neste particular era o de mandar com frequência escravos ao calabouço,
donde eles desciam a escorrer sangue; mas, além de que ele só mandava os perversos e os fujões,
ocorre que, tendo longamente contrabandeado em escravos, habituara-se de certo modo ao trato um
pouco mais duro que esse gênero de negócio requeria, e não se pode honestamente atribuir à índole
original de um homem o que é puro efeito de relações sociais.
(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.)

O efeito expressivo obtido em "ferozmente honrado" resulta de uma inesperada associação de advérbio
com adjetivo, que também se verifica em:
a) sorriso maliciosamente inocente.
b) formas graciosamente curvas.
c) sistema singularmente espantoso.
d) opinião simplesmente abusada.
e) expressão profundamente abatida.

3.
(FUVEST-SP - Adaptada) Leia os versos abaixo, pertencentes a uma cantiga de amigo, do trovadorismo
português.

“Ai, flores, ai flores do verde ramo


se sabedes novas do meu amado?
Ai, Deus, e u é”
(sabedes = sabeis; u = onde)

Diga a que classes de palavras pertencem os vocábulos grifados acima.

2
Português

4. (UFRJ 2005)
Longe de tudo
É livres, livres desta vã matéria,
longe, nos claros astros peregrinos
que havemos de encontrar os dons divinos
e a grande paz, a grande paz sidérea.

Cá nesta humana e trágica miséria,


nestes surdos abismos assassinos
teremos de colher de atros destinos
a flor apodrecida e deletéria.

O baixo mundo que troveja e brama


só nos mostra a caveira e só a lama,
ah! só a lama e movimentos lassos...

Mas as almas irmãs, almas perfeitas,


hão de trocar, nas Regiões eleitas,
largos, profundos, imortais abraços.
(SOUSA, Cruz e. Poesias completas. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura, 1981. p. 158)

O texto confronta dois espaços para marcar a oposição “corpo e alma”.


a) Retire do texto os dois advérbios que explicitam esses dois espaços.
b) Transcreva duas expressões formadas por adjetivo(s) e substantivo que caracterizem esses
espaços, identificando a que espaço cada uma se refere.

3
Português

Texto para as questões 5 e 6:


O texto a seguir está publicado em obra dedicada " aos milhares de famílias de brasileiros sem terra ".

Levantados do chão
Como então? Desgarrados da terra?
Como assim? Levantados do chão?
Como embaixo dos pés uma terra
Como água escorrendo da mão?

Como em sonho correr numa estrada?


Deslizando no mesmo lugar?
Como em sonho perder a passada
E no oco da Terra tombar?

Como então? Desgarrados da terra?


Como assim? Levantados do chão?
Ou na planta dos pés uma terra
Como água na palma da mão?

Habitar uma lama sem fundo?


Como em cama de pó se deitar?
Num balanço de rede sem rede
Ver o mundo de pernas pro ar?

Como assim? Levitante colono?


Pasto aéreo? Celeste curral?
Um rebanho nas nuvens? Mas como?
Boi alado? Alazão sideral?

Que esquisita lavoura! Mas como?


Um arado no espaço? Será?
Choverá que laranja? Que pomo?
Gomo? Sumo? Granizo? Maná?
( HOLLANDA, Chico Buarque de. In: SALGADO, Sebastião. Terra. S P: Companhia das Letras, 1997. p. 111.)

Atenção - vocabulário:
pomo (penúltimo verso) - fruto
maná (último verso) - alimento divino, alimento caído do céu

5. (UFRJ) As imagens da estrofe 5 constroem-se através da combinação de substantivos com adjetivos,


pertencentes aos campos semânticos de AR e de TERRA.
a) A maneira como esses campos semânticos estão combinados resulta em imagens contraditórias,
expressas numa figura de linguagem. Diga qual é essa figura de linguagem.
b) Essa figura de linguagem revela a opinião do eu-lírico sobre a realidade. Explique por quê.

4
Português

6. (UFRJ) No texto, o eu-lírico constrói progressivamente sua visão da realidade: nas estrofes 1, 2, 3, tenta
decifrar o significado da imagem “levantados do chão”; nas estrofes 4, 5, 6, vai reforçando sua opinião
crítica sobre a realidade.
Releia:
"Um rebanho nas nuvens? Mas como?" (verso 19)
"Um arado no espaço? Será?" (verso 22)

Nos versos acima, a conjunção adversativa "mas" e o futuro do presente do indicativo são utilizados
para enfatizar esse posicionamento crítico. Explique por quê.

Texto para as questões 7 e 8:

Devido à sua importância, o Romantismo deixou marcas que reaparecem como herança em muitos textos
produzidos posteriormente na Literatura Brasileira. Este poema de Olavo Bilac apresenta algumas dessas
marcas.
Sonho
Ter nascido homem outro, em outros dias,
- Não hoje, nesta agitação sem glória,
Em traficâncias e mesquinharias,
Numa apagada vida merencória

Ter nascido numa era de utopias,


Nos áureos ciclos épicos da História,
Ardendo em generosas fantasias,
Em rajadas de amor e de vitória:

Campeão e trovador da Idade Média,


Herói no galanteio e na cruzada,
Viver entre um idílio e uma tragédia;

E morrer em sorrisos e lampejos,


Por um gesto, um olhar, um sonho, um nada,
Traspassado de golpes e de beijos!
(BILAC, Olavo. Olavo Bilac: obra reunida. RJ: Nova Aguilar, 1996. p. 284.)
Atenção - vocabulário:
merencória ( verso 4 ) – melancólica

7. (UFRJ) Do verso 2 ao verso 6, o poema caracteriza o TEMPO, recriando a ambiência romântica.


Justifique essa afirmação, com suas palavras, e exemplifique com adjetivos presentes nesses versos.

5
Português

8. (UFRJ) No poema, sonha-se com um mundo diferente daquele em que o eu-lírico se encontra.
O primeiro verso aponta essa diferença através do emprego do pronome indefinido outro. Observe:
"Ter nascido homem outro, em outros dias,"

Com base na organização sintática do verso acima, indique dois procedimentos utilizados para
enfatizar essa diferença.

6
Português

Gabarito

1. E
A expressão “muito embora” marca uma concessão, por isso pode ser substituída pela locução “se bem
que”, pois expressa essa quebra de expectativa. As demais opções expressam condição e causa.

2. A
“Ferocidade” não é um atributo que costumamos associar ao vocábulo “honra”. Já na opção contida na
letra A, percebemos que há uma contradição/paradoxo entre o advérbio e o adjetivo: “malícia” e
“inocência” costumam ser coisas contrárias. Mesmo, então, que não haja um paradoxo, necessariamente,
na expressão destacada do texto, a letra A é a que tem uma associação mais inesperada, assim como a
do texto.

3. “Novas”: adjetivo empregado com valor de substantivo, equivale a “notícias”; “amado”: particípio do verbo
amar empregado com valor de substantivo.

4. (Gabarito oficial UFRJ) a) Os dois vocábulos que explicitam os espaços para marcar a oposição “corpo
e alma” apresentada no texto IV são “cá” e “longe”.
b) As expressões formadas por adjetivo(s) e substantivo que caracterizam esses espaços são as
seguintes: – Espaço do corpo (“cá”): vã matéria; humana e trágica miséria; surdos abismos assassinos;
atros destinos; flor apodrecida e deletéria; baixo mundo; movimentos lassos. (OBS.: Apresentar apenas
uma expressão.) – Espaço da alma (“longe”): claros astros peregrinos; dons divinos; grande paz; grande
paz sidérea; almas irmãs; almas perfeitas; regiões eleitas; largos, profundos, imortais abraços. (OBS.:
Apresentar apenas uma expressão.)

5. (Gabarito oficial) a) Paradoxo.


b) Na estrofe 5, o paradoxo revela que, na opinião do eu lírico, a realidade é absurda, incompreensível,
inconcebível, estranha ou esquisita. (O candidato poderá utilizar apenas uma das qualificações ou
termos equivalentes.)

6. (Gabarito oficial) Tanto a conjunção adversativa "mas" quanto o futuro do presente do indicativo "Será"
enfatizam a dúvida e o questionamento quanto àquilo que as imagens "rebanho nas nuvens" e "arado no
espaço" expressam.
OU
A conjunção adversativa "mas" indica a oposição do eu lírico à ideia expressa pela imagem formulada
anteriormente, no verso 19. E o futuro do presente do indicativo "Será" é empregado para marcar a dúvida
quanto àquilo que a imagem apresentada no verso 22 representa.

7. (Gabarito oficial) Nesses versos, o passado é idealizado (tem valor positivo), e o presente é
desvalorizado (assume valor negativo). Os adjetivos que exemplificam essa recriação da ambiência
romântica são "apagada" e "merencória" para o presente e "áureos" e "épicos" para o passado.
(O candidato poderá escolher entre uma das oposições seguintes: passado positivo x presente negativo
ou passado idealizado x presente desvalorizado ou insatisfatório. Poderá, ainda, apontar apenas um
adjetivo para a caracterização de cada uma das marcações temporais – passado e presente.)

8. (Gabarito oficial) Os procedimentos sintáticos utilizados para enfatizar essa diferença são a inversão da
colocação do pronome indefinido e a sua repetição.

(O candidato poderá apontar ainda o encadeamento que se cria entre os dois pronomes indefinidos,
decorrente do deslocamento do primeiro pronome. Serão aceitos também como resposta os nomes das
figuras correspondentes à repetição e ao deslocamento, ocorridos no poema.)

7
Química

Tratamento de água, esgoto e cromatografia

Teoria

Tratamento de água
O tratamento de água é um longo processo de transformação pelo qual a água passa até chegar em
condições de uso para abastecer a população, independente da função que ela terá. Esse processo é feito em
oito etapas:

● Captação: A água não tratada e inadequada para o consumo humano é retirada dos mananciais, que são
reservatórios usados para o abastecimento de água. Nessa primeira etapa, a água passa pelo
gradeamento (sistema de grade) para evitar a entrada de elementos sólidos contidos na água, como
folhas, galhos e troncos na ETA.
● Coagulação: momento em que a água chega na estação de tratamento e recebe uma dosagem de sulfato
de alumínio. O sulfato de alumínio é utilizado para que as partículas de sujeira iniciem o processo de
união.
● Floculação: continuação do processo de união das partículas de sujeira, porém com a água em
movimento, o que as transforma em flocos maiores de sujeira.
● Decantação: aglutinadas e formando flocos, as sujeiras vão se separar da água pela ação da gravidade,
passando para o fundo dos tanques ou ficando presas em suas paredes.
● Filtração: A água passa por filtros de várias camadas com diversas granulações. Nessa etapa ficarão
retidas as impurezas que sobreviveram nas fases anteriores.
● Desinfecção: É a cloração para eliminar germes nocivos à saúde e garantir a qualidade da água até a
torneira da sua casa. Neste processo pode ser usado: hipoclorito de sódio, cloro gasoso ou dióxido de
cloro.
● Fluoretação: etapa onde será adicionado fluossilicato de sódio ou ácido fluossilícico (em dosagens
adequadas). Com a finalidade de prevenir e reduzir a incidência de cárie dentária, seus dentes
agradecem!
● Correção: trata-se da correção do famoso pH. É adicionado carbonato de sódio para uma neutralização
adequada à proteção da tubulação da rede e da residência dos usuários e não haver corrosão.

Adaptado de Departamento Municipal de Água e Esgoto de Caldas Novas. Disponível em:


<https://www.demae.go.gov.br/eta/#:~:text=Cada%20etapa%20do%20tratamento%20representa,iniciem%20um%20proc
esso%20de%20uni%C3%A3o>. Acessado em: 03/09/2021
Química

Ilustração por Rebeca Khouri.

Agora que a água passou por todas essas sete etapas, ela está pronta para o consumo e já está na torneira
da sua casa! Observe no esquema abaixo todo o trajeto descrito acima.

Tratamento de esgoto
Após você utilizar a água, ela vai para o tratamento de esgoto. Como a água proveniente desse tratamento
não é destinada ao consumo humano, o processo é mais simples e menos criterioso. Apesar disso, existem
especificações da água na saída da estação que devem obedecer às normas ambientais. Dependendo do
descarte, a água pode ser reutilizada em sistemas de resfriamento e para geração de vapor industrial. Esse
processo ocorre em cinco fases que serão apresentadas abaixo:
● Peneiramento ou gradeamento: Inicialmente, o esgoto passa por grades e peneiras para retenção de
sólidos grandes.
● Caixa de areia: etapa de separação, a qual areias mais densas, são isoladas do esgoto por decantação;
● Decantação primária: em um decantador primário ocorre a sedimentação das outras partículas sólidas
presentes.
● Aeração: em tanques de aeração, é inserido ar próximo à entrada de esgoto, fazendo com que os micro-
organismos presentes no esgoto se multipliquem. A finalidade dessa etapa é degradar o material
orgânico através de seu metabolismo natural.
Química

● Decantação secundária: por fim, o efluente tratado é separado do lodo ativado, que é coagulado e
decantado para o fundo do tanque. Uma parte deste lodo é retornado ao tanque de aeração para
contribuir com a degradação das impurezas e o restante é separado para secagem e descarte
apropriado. A água resultante pode ser descartada em um corpo hídrico ou reutilizada.

Esquema de tratamento de esgoto.


Disponível em: http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=49 acesso em 06/01/2022 às 11h11

Cromatografia
A cromatografia foi proposta por Mikhail Semenovich Tsweet em 1906, quando Mikhail separou clorofila de
uma mistura de pigmento de planta. Essa técnica é trabalhada em duas fases:
Na fase móvel os componentes “correm” por um solvente fluido, que pode ser líquido ou gasoso e na fase
estacionária o componente que está sendo separado ou identificado irá se fixar na superfície de outro
material líquido ou sólido.

Nesse processo, os componentes de uma mistura são separados pela sua interação com o solvente (fase
móvel), que ao passar pela mistura interage com seus componentes carregados com diferentes intensidades
e assim os separando.

Ilustração por Rebeca Khouri.


Química

Exercícios de vestibulares

1. (PUC-RIO) Considere o esquema abaixo que mostra as etapas de tratamento da água na Companhia
de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP:

Na etapa 2, a adição de cal, nome vulgar do óxido de cálcio, tem o objetivo de corrigir o pH para
aumentar a eficiência no processo de floculação das partículas em suspensão.

Sobre o fenômeno que ocorre nessa etapa, é correto afirmar que a cal reage com:
a) o cloreto de sódio presente na água para diminuir o pH do meio.
b) os íons H+ para aumentar o pH do meio.
c) os íons OH− para diminuir o pH do meio.
d) o hidróxido de sódio presente na água para aumentar o pH do meio.
e) a água da represa para diminuir o pH do meio

2. (USCS, 2018) No processo de tratamento de água para consumo humano são realizadas etapas para a
remoção de sólidos em suspensão e desinfecção. Essas etapas são, respectivamente,
a) alcalinização e cloração.
b) flotação e fluoretação.
c) dissolução e cloração.
d) decantação e fluoretação.
e) filtração e cloração.
Química

3. (Uefs, 2017) Normalmente as substâncias são obtidas em mistura, seja na natureza, seja em
laboratórios como produtos de reações químicas. Na maioria das vezes, é necessário separar os
componentes de uma mistura para que possam ser utilizados. Para a separação, recorre-se a técnicas
baseadas em diferenças de propriedades entre os componentes da mistura. O esquema mostra as
etapas de separação de uma mistura.

Considerando-se essas informações, é correto afirmar que as técnicas de separação empregadas em


1, 2 e 3 são, respectivamente,
a) centrifugação, destilação fracionada e recristalização fracionada.
b) decantação, destilação simples e sublimação.
c) filtração, destilação simples e decantação.
d) filtração, decantação e destilação simples.
e) decantação, flotação e fusão fracionada.
Química

4. (Fuvest, 2009) A obtenção de água doce de boa qualidade está se tornando cada vez mais difícil devido
ao adensamento populacional, às mudanças climáticas, à expansão da atividade industrial e à poluição.
A água, uma vez captada, precisa ser purificada, o que é feito nas estações de tratamento. Um esquema
do processo de purificação é:

em que as etapas BB, DD e FF são:

B - adição de sulfato de alumínio e óxido de cálcio,


D - filtração em areia,
F - fluoretação.

Assim sendo, as etapas A, C e E, devem ser, respectivamente:


a) filtração grosseira, decantação e cloração.
b) decantação, cloração e filtração grosseira.
c) cloração, neutralização e filtração grosseira.
d) filtração grosseira, neutralização e decantação.
e) neutralização, cloração e decantação.

5. (CPS, 2011) Durante qualquer atividade física ou esportiva, devemos tomar água para repor o que
perdemos na transpiração. Por esse motivo, é muito importante a qualidade da água consumida.
Pensando nisso, observe o esquema de uma estação de tratamento de água.

Sobre os processos usados no tratamento de água, assinale a afirmação correta.


a) A floculação facilita o processo de decantação.
b) A fluoretação é necessária para termos água potável.
c) Na decantação, temos a agitação do sistema para facilitar a filtração.
d) O processo de filtração serve para eliminar os germes patogênicos.
e) Após o tratamento da água, temos no reservatório uma substância pura.
Química

6. (UFMG, 2019) A figura apresenta um esquema dos processos envolvidos no tratamento de água.

Sobre esse processo, é CORRETO afirmar que, na etapa:


a) 1, a água passa por um processo de diminuição significativa de temperatura.
b) 2, as partículas mais densas vão para o fundo do reservatório.
c) 3, a água é desinfetada pela adição de substâncias.
d) 4, as partículas em estado sólido ficam retidas no filtro.
Química

7. (Enem, 2017) A cromatografia em papel é um método de separação que se baseia na migração


diferencial dos componentes de uma mistura entre duas fases imiscíveis. Os componentes da amostra
são separados entre a fase estacionária e a fase móvel em movimento no papel. A fase estacionária
consiste de celulose praticamente pura, que pode absorver até 22% de água. É a água absorvida que
funciona como fase estacionária líquida e que interage com a fase móvel, também líquida (partição
líquido-líquido). Os componentes capazes de formar interações intermoleculares mais fortes com a
fase estacionária migram mais lentamente.

Uma mistura de hexano com 5% (v/v) de acetona foi utilizada como fase móvel na separação dos
componentes de um extrato vegetal obtido a partir de pimentões. Considere que esse extrato contém
as substâncias representadas.

A substância presente na mistura que migra mais lentamente é o (a)


a) licopeno
b) α-caroteno
c) γ- caroteno
d) capsorubina
e) α-criptoxantina.
Química

8. (UFSC, 2010) A água potável proveniente de estações de tratamento resulta de um conjunto de


procedimentos físicos e químicos que são aplicados na água para que esta fique em condições
adequadas para o consumo. Esta separação é necessária uma vez que a água de rios ou lagoas
apresenta muitos resíduos sólidos, por isso tem que passar por uma série de etapas para que esses
resíduos sejam removidos. Neste processo de tratamento a água fica livre também de qualquer tipo de
contaminação, evitando a transmissão de doenças.
Em uma ETA (estação de tratamento de água) típica, a água passa pelas seguintes etapas: coagulação,
floculação, decantação, filtração, desinfecção, fluoretação e correção de pH.

Dê a soma da(s) proposição(ões) correta(s).


(1) Fluoretação: é quando se adiciona flúor na água, cuja finalidade é prevenir a formação de cárie
dentária em crianças.
(2) Floculação: ocorre em tanques de concreto, logo após a coagulação. Com a água em movimento,
as partículas sólidas se aglutinam em flocos maiores.
(4) Decantação: nesta etapa, que é posterior à coagulação e à floculação, por ação da gravidade, os
flocos com as impurezas e partículas ficam depositados no fundo de outros tanques, separando-se
da água. A etapa da decantação pode ser considerada um fenômeno físico.
(8) Filtração: é a etapa em que a água passa por filtros formados por carvão, areia e pedras de diversos
tamanhos. Nesta etapa, as impurezas de tamanho pequeno ficam retidas no filtro. A etapa da
filtração pode ser considerada como um fenômeno químico.
(16) Coagulação: é a etapa em que a água, na sua forma bruta, entra na ETA. Ela recebe, nos tanques,
uma determinada quantidade de cloreto de sódio. Esta substância serve para aglomerar partículas
sólidas que se encontram na água como, por exemplo, a argila.
(32) Desinfecção: é a etapa em que cloro ou ozônio é aplicado na água para eliminar microorganismos
causadores de doenças.
(64) Correção de pH: esse procedimento serve para corrigir o pH da água e preservar a rede de
encanamentos de distribuição. Se a água está básica, é aplicada certa quantidade de cal hidratada
ou de carbonato de sódio.

Soma: ( )
Química

Gabarito
1. B
Analisando a figura podemos perceber a presença do processo de floculação, uma das etapas do
tratamento de água. Durante este processo, existe a adição de cal, uma base forte, que tem como o
objetivo principal o controle do pH.

Isso quer dizer que a adição desta base permitirá que sejam neutralizados os íons H + na solução,
resultando no aumento do pH total, tornando a água mais potável.

2. E
A retirada dos sólidos em suspensão é uma filtração. Já o processo de desinfecção é feito com a adição
de cloro à água.

3. B

4. A
A seguir temos as etapas de tratamento da água na Companhia de Saneamento Básico do Estado de
São Paulo - SABESP:
Química

Na etapa 2, a adição de cal, nome vulgar do óxido de cálcio, tem o objetivo de corrigir o pH para aumentar
a eficiência no processo de floculação das partículas em suspensão. O cal reage com os íons H + para
aumentar o pH do meio.

Nas estações de tratamento a água que será consumida pela população precisa passar por uma série
de etapas que possibilite eliminar todos os seus poluentes.

Uma dessas etapas é a coagulação ou floculação, com o uso de hidróxido de cálcio, conforme a reação:
3Ca(OH)2 +Al2(SO4)3 → 2Al(OH)3 +3CaSO4 . O hidróxido de alumínio (Al(OH)3 ) obtido, que é uma
substância insolúvel em água, permite reter em sua superfície muitas das impurezas presentes na água.
Assim sendo, as etapas A, C e E devem ser, respectivamente: filtração grosseira, decantação e cloração.

5. A
A floculação facilita o processo de decantação, pois aglutina partículas sólidas.

6. B
O processo 1 garante a remoção de partículas menos densas que se acumulam na superfície do tanque.
A etapa 2 é um processo físico onde as partículas de maior densidade sedimentam e ficam depositadas
no fundo do tanque.
Em 3 ocorre a filtração da água, momento em que as partículas orgânicas são retidas em um filtro e na
etapa 4 ocorre adição de cloro para eliminação de possíveis microrganismos, assim como aplicação de
cal para regulação do pH e flúor (que atua na proteção do esmalte dos dentes).

7. D
A água absorvida pelas fibras de celulose do papel é que atuam como fase estacionária e, quanto mais
interações a substância fizer com essa fase estacionária, menos ela migrará no papel (informações
fornecidas no enunciado). Quem fará mais interações com a água será a molécula que possuir maior
quantidade de grupos OH na composição, que formarão ligações de hidrogênio com a água. Dessa forma
a capsorubina, será o composto que menos migrará na folha de papel.

8. Soma: 1+2+4+32= 39.

Justificando as alternativas incorretas:


(8) Incorreta, na verdade essa etapa é um fenômeno físico e não químico.
(16) Incorreta, pois esse processo é feito por decantação de matérias maiores que conseguem se separar
mais facilmente da água.
(64) Incorreta, uma vez que essas substâncias não fazem correção de pH para neutro, pelo contrário,
elevam seu valor por serem substâncias alcalinas.
Redação

A redação do Enem como projeto

Teoria

Todo texto deve ser uma unidade dotada de sentido e significação. Para isso, é necessário que as ideias
sejam organizadas de modo que se obtenha um fator de textualidade muito importante para a leitura: a
coerência. A coerência é uma relação organizacional entre as partes de um texto, a qual configura um sentido
ao todo. Veja o exemplo abaixo:

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel,
espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca,
camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves,
lenço. Relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos, jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres,
guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone,
agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída. (...)
Circuito fechado. Ricardo Ramos. Disponível em: https://revistamacondo.wordpress.com/2012/02/29/conto-circuito-fechado-ricardo-
ramos/

Você considera esse texto coerente ou incoerente? Perceba que, por mais que não haja conectivos, há ligação
entre as partes do texto, o que lhe confere sentido. A sequenciação de palavras cria uma imagem na cabeça
do leitor, que consegue visualizar a cena descrita pelo autor, por compartilhar das mesmas vivências
cotidianas, das mesmas referências, ou seja, possuirem o mesmo conhecimento de mundo. Assim, a
ordenação das palavras “chinelo”, “vaso”, “descarga”, “pia”, “sabonete”, “água” indica o início dos cuidados
matutinos do eu-lírico. Logo, é um texto coerente.

No Enem, a coerência textual é avaliada na competência 3 da grade de correção. Nela, o candidato deve
selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um
ponto de vista. É preciso, portanto, que o texto apresente uma tese e as justificativas que comprovem a
posição assumida por você acerca do tema. Para isso, a Cartilha do Participante do Enem indica que a
coerência e a plausibilidade entre as ideias apresentadas é garantida pelo planejamento prévio da escrita, ou
seja, a partir da elaboração de um projeto de texto.

O que é projeto de texto?


Projeto de texto é o planejamento prévio à escrita da redação. É o esquema que se deixa perceber pela
organização estratégica dos argumentos presentes no texto. É nele que são definidos quais os argumentos
serão mobilizados para a defesa de sua tese, quais os momentos de introduzi-los e qual a melhor ordem para
apresentá-los, de modo a garantir que o texto final seja articulado, claro e coerente. Assim, o texto que atende
às expectativas referentes à competência 3 é aquele no qual é possível perceber a presença implícita de um
projeto, ou seja, aquele em que é claramente identificável a estratégia escolhida por quem está escrevendo
para defender seu ponto de vista.
Redação

Dessa forma, na organização do texto dissertativo-argumentativo, você deve procurar atender às seguintes
exigências:
● Apresentação clara da tese e seleção dos argumentos que a sustentam;
● Encadeamento das ideias, de modo que cada parágrafo apresente informações coerentes com o que foi
apresentado anteriormente, sem repetições ou saltos temáticos;
● Desenvolvimento dessas ideias por meio da explicitação, explicação ou exemplificação das informações,
fatos e opiniões, de modo a justificar, para o leitor, o ponto de vista escolhido.
Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2019/redacao_enem2019_cartilha_participante.pdf

Etapas do projeto
Assim que você abrir a prova e encontrar o tema de redação, seu papel é, antes de tudo, planejar esse texto,
pensar nas possibilidades de posicionamento, argumentação e contextualização. Não é sair escrevendo, não
é esperar uma inspiração: é transpirar, anotar, raciocinar. Dessa forma, passar por cada uma dessas etapas
é essencial antes de construir uma redação. São elas:

1 ªetapa: Interpretação do tema e dos textos motivadores;


Leia, atentamente, a proposta temática. A identificação e diferenciação entre o assunto e o tema é um
requisito essencial para evitar a fuga temática. Lembre-se de que o assunto é uma questão mais ampla,
enquanto o tema é uma delimitação, ou seja, a restrição estabelecida pela banca. Por exemplo, no tema do
Enem 2019: “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”, o assunto, ou seja, a questão geral de
abordagem é o cinema, mas a delimitação temática é o acesso democrático às salas de cinema.

2ª etapa: “Brainstorm” – listagem de ideias;


Reúna todas as ideias que lhe ocorrerem sobre o tema e depois selecione as que forem pertinentes para a
defesa do seu ponto de vista, procurando organizá-las em uma estrutura coerente para usá-las no
desenvolvimento do seu texto.
Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2019/redacao_enem2019_cartilha_participante.pdf

3ª etapa: Seleção e organização de ideias;


Verifique se informações, fatos, opiniões e argumentos selecionados são pertinentes para a defesa do seu
ponto de vista. Na organização das ideias selecionadas para serem abordadas em seu texto, procure definir
uma ordem que possibilite ao leitor acompanhar o seu raciocínio facilmente, o que significa que a progressão
textual deve ser fluente e articulada com o projeto do texto.
Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2019/redacao_enem2019_cartilha_participante.pdf

4ª etapa: Roteirização;
Examine, com atenção, a introdução e a conclusão para ver se há coerência entre o início e o fim. Também
observe se o desenvolvimento de seu texto apresenta argumentos que convergem para o ponto de vista que
você está defendendo.
Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2019/redacao_enem2019_cartilha_participante.pdf

5ª etapa: Rascunho.
Redação

Exercícios

Leia o texto abaixo e responda às questões 1 e 2:

Espigas cheias ou chochas


Este é o momento de cair na real. Não há muita saída para o drama da hora, senão consertar o que
está quebrado.
A economia vive de ciclos, curtos e longos. Disso já se sabia desde José do Egito, filho de Jacó, que
avisou o faraó de que sete anos de vacas magras e de espigas chochas sucederiam a sete anos de vacas
gordas e espigas cheias.
Para enfrentar caprichos do setor produtivo desse tipo é que a humanidade aprendeu a fazer
estoques, a empilhar reservas e criar fundos de segurança, também desde José do Egito ou desde o escravo
grego Esopo, o autor da fábula da cigarra e da formiga.
Um dos grandes problemas da economia brasileira é o de que enfrenta agora brutal crise fiscal sem
que administradores previdentes tenham previsto a tragédia nem se preparado para enfrentá-la.
Celso Ming, http://economia.estadao.com.br, 04/05/2016.

1. (FGV) Tendo em vista o assunto desenvolvido no texto, o que existe de comum entre a fábula de Esopo
e a história bíblica de José do Egito?

2. (FGV) Entendido em seu sentido literal, o trecho “sem que administradores previdentes tenham
previsto” contém uma incoerência. O emprego de aspas em uma das palavras desse trecho, conferindo
a ela um sentido especial, eliminaria a incoerência? Justifique.
Redação

Leia a redação abaixo sobre o tema do Enem 2018 “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle
de dados na internet” e responda às questões 3 e 4.

Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2020/Competencia_3.pdf

3. Como a redação foi estruturada em relação à organização em parágrafos?

4. Indique quais são os problemas contidos no parágrafo anterior em relação ao tema solicitado.
Redação

O trecho abaixo também é sobre o tema do Enem 2018 “Manipulação do comportamento do usuário pelo
controle de dados na internet”. Leia-o e responda as questões 5 a 8.

5. A redação apresenta uma abordagem completa do tema? Justifique sua resposta.

6. É possível afirmar que a redação possui um projeto de texto? Justifique sua resposta.

7. Cite algumas falhas contidas no projeto de texto do fragmento acima.

8. Com base nas ideias apresentadas na redação, elabore um projeto de texto que apresente uma
abordagem completa do tema.
Redação

Gabarito

1. Tanto a fábula quanto a história bíblica mencionam a alternância entre períodos de fartura e de escassez,
assim como a consequente necessidade de preparação para enfrentamento dos momentos de
dificuldades. Esse apontamento pode ser verificado a partir da menção de José do Egito, “filho de Jacó,
que avisou o faraó de que sete anos de vacas magras e de espigas chochas sucederiam a sete anos de
vacas gordas e espigas cheias” e da fábula, de conhecimento geral, segundo a qual a formiga trabalha
ao longo do verão, preparando-se para o momento do inverno, o que não é feito pela cigarra.

2. O emprego das aspas em “previdentes” eliminaria a incoerência, pois a expressão passaria a ser lida
como ironia: aqueles que deveriam ter se preparado para enfrentar uma situação difícil (os
administradores “previdentes”) não o foram.

3. As ideias foram desenvolvidas em monobloco, ou seja, há somente um grande parágrafo que contém as
informações sobre o tema sem a divisão em introdução, desenvolvimento e conclusão.

4. A redação é tangente ao tema e sem direção. O tema é abordado de maneira incompleta, pois faz
referência apenas a “internet” na terceira linha (“internte”). A redação é definida como sem direção por
não ser possível identificar a defesa de um ponto de vista, já que é apresentado um aglomerado de
palavras justapostas sem articulação entre si em defesa de um ponto de vista, impedindo o
reconhecimento de uma construção de argumentos e de uma direção que garanta a unidade do texto.

5. A redação apresenta informações sobre a internet, mas não aborda completamente a solicitação exigida
pelo Enem, pois não apresenta dados acerca da manipulação do usuário pelo controle de dados.

6. Sim, é possível afirmar que há um projeto de texto, embora apresente algumas falhas, já que o
participante não seleciona muitas informações e faz pouco trabalho com o que selecionou, o que nos
salta aos olhos nessa redação é o desenvolvimento de apenas algumas informações, fatos e opiniões.

7. No primeiro parágrafo, por exemplo, há a abordagem de que a internet coleta muitas informações das
nossas navegações, sem que essa informação seja desenvolvida, ou seja sem que haja uma explicação
de como isso acontece. A seguir, essa coleta é retomada, e, embora já haja um desenvolvimento em
relação à finalidade para que são usados os dados coletados (mostrar-nos aquilo que queremos ver),
mais uma vez a explicação de como a coleta é feita ainda não aparece; ao contrário, temos o acréscimo
da informação de que essa inteligência artificial tem nosso banco de dados, mas, mais uma vez, sem a
explicação de como isso é obtido pela rede.

Ainda neste parágrafo, falta uma explicação mais ampla sobre o que significa fecharmos nossos olhos
para o que é diferente, já que a internet nos mostra apenas o que queremos ver, e, ainda, como isso nos
leva a ter uma visão pouco ampla do mundo. Embora consigamos, mentalmente, estabelecer essas
relações e interpretar as informações selecionadas, textualmente isso não aparece, ou seja, há falhas no
desenvolvimento de algumas informações, fatos e opiniões.

8. Resposta pessoal.
Redação

Como começar a produzir o texto: estratégias de organização

Teoria

Quando nos deparamos com a frase-tema de uma proposta de redação, bate uma dúvida em relação ao que
deve ser feito e por onde devemos começar, mas o primeiro passo para qualquer produção textual é, na
verdade, uma etapa pré-textual de organização das ideias. Essa organização serve para conseguirmos
visualizar todas as informações presentes na coletânea fornecida pela banca examinadora e para acessar
nosso repertório sociocultural. A partir dessa etapa pré-textual é que podemos efetivamente começar a
escrever um texto. Vamos ver essas estratégias?

Estratégias de organização

Leitura da frase-tema
Em primeiro lugar, é necessário analisar a frase-tema. A partir dessa análise e destaque das palavras-chave
que compõem o tema, é possível começar a delimitar o caminho que será percorrido. É nessa fase que
devemos levar em consideração a distinção entre tema e assunto. Lembre-se de que o assunto é uma
referência genérica ou um fato específico, enquanto o tema é a delimitação ou recorte de um assunto.

Observe os últimos anos de prova do Enem e veja como o tema é sempre recortado do assunto.
• Enem 2021: Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil.
• Enem 2020: O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira;
• Enem 2019: Democratização do acesso ao cinema no Brasil;
• Enem 2018: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet;
• Enem 2017: Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil;
• Enem 2016: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil;
• Enem 2015: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira;
• Enem 2014: Publicidade infantil em questão no Brasil;
• Enem 2013: Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil.

Leitura da coletânea de textos


Mesmo que o ideal seja evitar a utilização de informações presentes na
coletânea, é necessário que seja feita a leitura dos textos escolhidos, tanto
para podermos entender o caminho que a banca sugere que seja abordado
quanto para podermos relacionar os textos lidos com informações do
nosso conhecimento de mundo. A leitura é apenas um start para
começarmos a pensar na seleção de ideias a serem utilizadas e evitarmos
fugir do tema.
Na prova de 2014 do Enem, o tema possuía uma delimitação que poderia
ser ambígua para o aluno entender com clareza o que deveria abordar, por
exemplo: a publicidade voltada ao público infantil ou a publicidade
produzida com crianças. Entretanto, a leitura da coletânea facilitaria esse
entendimento, visto que o direcionamento informava sobre as propagandas
que possuíam as crianças e adolescentes como público-alvo.
Redação

Listagem de ideias – “Brainstorm”.


O momento mais importante de uma redação não é efetivamente a escrita do texto, mas, sim, a seleção de
ideias que serão desenvolvidas ao longo dele. Após a leitura do tema e da coletânea, algumas informações e
referências vão aparecer na sua memória, e elas devem ser anotadas em forma de tópicos para que você
possa utilizá-las posteriormente. Anote exemplos, referências, analogias, argumentos de autoridades,
citações, tudo o que você possa se lembrar acerca do tema. No momento em que as ideias ficam mais
visíveis, é possível começar a pensar em como elas vão ser encadeadas ao longo do texto.

Organização de ideias
Após as ideias estarem mais visuais, é possível começar e organizar a estrutura do seu texto. Estabeleça qual
é a sua opinião sobre o tema (tese) e a partir de quais ideias é possível criar argumentos para convencer o
leitor do seu texto sobre seu ponto de vista. Depois de selecionar e organizar suas ideias, comece o rascunho
da sua redação.

Dica: O “descanso" do texto.


Nos meios acadêmico e literário, fala-se muito do processo de “deixar o texto dormir” ou “colocar o texto para
descansar”. Em poucas palavras, isso significa que devemos, em certo momento, deixar a nossa produção de
lado por um instante, a fim de avaliá-la com certo distanciamento, certa frieza, facilitando a identificação de
erros.
Na redação do vestibular, essa estratégia é bem interessante, uma vez que o aluno, depois de tanto ler o texto
pronto, não percebe muitos defeitos na argumentação e na própria forma (letras “comidas”, pontuações
equivocadas, palavras repetidas, etc).
O processo é simples: o candidato pode finalizar a etapa de rascunho, deixar o texto de lado e se dedicar a
certo número de questões da prova. Depois de algum tempo, pode, por fim, voltar ao texto e, com certeza,
perceberá os problemas antes escondidos e deixará a redação mais “polida”. Experimente fazer isso!
Redação

Exercícios

Leia o texto abaixo e responda às questões de 1 a 3

TRAGÉGIA DA VALE EM BRUMADINHO


O que fazer quando empresas matam
Países têm o desafio de fazer com que grandes corporações, com receitas muitas vezes superiores a PIBs,
respeitem os direitos humanos e sejam punidas por suas violações. Legislações, tratados e convenções
focam na penalização de Estados e indivíduos.
Fonte: https://brasil.elpais.com

Em 2019, o Brasil acompanhou a tragédia em Brumadinho, com mais de 200 mortos. Mais recentemente, em
Fortaleza, um prédio desabou e deixou 9 mortos. Em situações como essas, quem deve responder pelos
danos e prejuízos? A quem cabe a responsabilidade: ao poder público, aos empresários, aos fiscais? Escreva
um texto dissertativo-argumentativo acerca da responsabilidade sobre esses desastres, suas consequências
e o que deve ser feito para evitar novas tragédias.

1. Quais são as expectativas em relação ao tema proposto?

2. Elabore uma frase-tema que sintetize o pedido da banca.

3. O texto de apoio contém informações que podem ser utilizadas na redação? Justifique sua resposta.

Leia a coletânea abaixo e responda às questões 4 a 8

TEXTO I

Na década de 1970, o Brasil não era apenas um país pobre. A maior parte dos seus municípios era
habitada por elevada concentração de pobres, e a carência de serviços essenciais era generalizada. Nos
últimos quarenta anos, ocorreu sensível melhora nas condições de vida das cidades brasileiras. A renda per
capita aumentou, a concentração de pobres diminuiu e a cobertura de serviços de infraestrutura física, bem
como a oferta de médicos e os níveis de escolaridade melhoraram sensivelmente. Entretanto, a desigualdade
de riqueza entre os municípios brasileiros permaneceu rigorosamente estável, a desigualdade territorial da
concentração da pobreza aumentou e diminuíram as desigualdades no acesso a serviços básicos de energia
elétrica, água e esgoto, coleta de lixo e níveis de escolaridade.
A trajetória da melhora teve, contudo, marcada expressão regional. Nos últimos quarenta anos, ela se
iniciou nos municípios mais ricos, nos quais a universalização dos serviços antecede – em muito – a
expansão da cobertura aos demais. A melhora das coberturas nas Regiões Sul e Sudeste constitui o primeiro
ciclo de expansão para todas as políticas, ainda que com ritmos diferentes para cada política setorial. A
melhora da cobertura para as Regiões Sul e Centro-Oeste constitui o segundo ciclo de expansão para todas
as políticas. Por fim, as Regiões Norte e Nordeste são a última área de expansão da oferta de serviços.
ARRETCHE, M. Trazendo o conceito de cidadania de volta: a propósito das desigualdades territoriais. In: ARRETCHE, M. (Org.).
Trajetórias das desigualdades: como o Brasil mudou nos últimos cinquenta anos. São Paulo: Ed. Unesp/CEM, 2015 (adaptado).
Redação

TEXTO II

O IBGE divulgou dados sobre a renda em cada estado em 2019. A pesquisa mostrou uma disparidade
grande entre as diferentes unidades da federação. Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro aparecem como
os locais com maior rendimento domiciliar per capita.
Além de mostrar as distâncias entre cada estado, os números do IBGE revelam disparidades
expressivas entre as regiões brasileiras no ano de 2019. Em especial, fica evidente o menor rendimento por
pessoa em estados das Regiões Norte e Nordeste.
Todos os estados das Regiões Norte e Nordeste tiveram rendimentos per capita menores que os
estados das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste em 2019. Isso significa que os 16 estados do Brasil com
menor renda domiciliar per capita foram os 16 estados pertencentes às Regiões Norte e Nordeste. Da mesma
forma, as 11 unidades com maior rendimento em 2019 são as que compõem Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Disponível em: https://www.nexojornal.com.br. Acesso em: 30 set. 2020 (adaptado).

TEXTO III
Qual momento específico da ocupação do território brasileiro acentuou de modo mais relevante as
desigualdades sociais?
Santos – A globalização. Ela representa mudanças brutais de valores. Os processos de valorização e
desvalorização eram relativamente lentos. Agora há um processo de mudança de valores que não permite
que os atores da vida social se reorganizem. Até a classe média, que parecia incólume, está aí ferida de morte.

Em "O Brasil" o sr. diz que a globalização agrava as diferenças regionais brasileiras. Até que ponto ela
também integra?
Santos – Ela unifica, não integra. Há uma vontade de homogeneização muito forte. Unifica em benefício de
um pequeno número de atores. A integração é mais possível do que era antes. As novas tecnologias são uma
formidável promessa. A globalização é uma promessa realizável e a integração será realizada.
Entrevista de Milton Santos em 2001. Disponível em: folha.uol.com.br. Acesso em: 18 jul. 2020.

TEXTO IV
Redação

4. Identifique o assunto da proposta temática.

5. Sintetize as informações presentes na coletânea de textos.

6. Liste ideias, argumentos, referências e exemplos acerca do tema.

7. Organize as ideias selecionadas previamente.

8. Esboce o roteiro da redação.


Redação

Gabaritos

1. A proposta pede que o texto busque uma argumentação que sustente quem é o responsável pelas
tragédias como a de Brumadinho. Assim, é necessário escolher, dentre as opções, poder público,
empresários, fiscais, qual/quais é/são o(s) responsável(is); Isso comporá a tese, que deverá ser
sustentada a partir de argumentos coerentes. O trecho do texto do “El País”, apresentado como base na
proposta, pode ser usado para pensar na responsabilização das empresas diante das tragédias.

2. Sugestão: “A responsabilidade sobre os desastres ambientais no Brasil e a necessidade de evitá-los.”

3. O texto de apoio parte de um conhecimento de mundo do estudante, uma vez que não apresenta o
acontecimento do fato em si, mas faz uma menção a ele. Nesse caso, para fundamentar o ponto de vista,
pode-se utilizar a própria referência ao deslizamento de Brumadinho.

4. O assunto identificado na proposta temática do Enem digital (2020) é a desigualdade social.

5. Em relação às informações presentes na coletânea, pode-se identificar um panorama desde a década de


1970 sobre a pobreza no Brasil. Já o texto II apresenta um gráfico com informações sobre o PIB e o IDH
brasileiro. O texto III indica dados do IBGE sobre a renda em cada estado brasileiro no ano de 2019. E,
por fim, no texto IV há uma entrevista com o geógrafo Milton Santos acerca das desigualdades e
diferenças regionais brasileiras.

6. Resposta pessoal.

7. Resposta pessoal.

8. Resposta pessoal.

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