O autor identifica o Contrato como a mais importante “fonte de obrigação” do
ordenamento brasileiro e mundo jurídico, é relacionado em consonância às leis, que assim principalmente identificam a sua eficácia contratual. É uma espécie de negócio jurídico, conceituado pela sua bilateralidade ou até mesmo como um negócio plurilateral, distinguindo-se dos unilaterais (em exemplo o testamento que a vontade seria manifestada por só uma das partes). O contrato, como o autor propriamente conceitua é um “acordo de vontades” entre partes que se preocupam em utilizar direitos com o fim de “adquirir, resguardar, modificar [...]” ou extingui-los. Todavia, “em sentido estrito”, se restringe as relações patrimoniais, com efeito, podemos entender esses elementos como elementos essenciais subjetivos, em síntese: a participação de uma relação entre dois polos, quais duas ou mais pessoas; manifestação de vontade, ou mútuo consenso, ou também nomeado como a “capacidade de fato”. Deverá esse negócio ser coordenado e apreciado em conformidade às normas, tais elas sejam as leis (fontes materiais) como também algumas fontes formais; e, em alguns casos, também há o mérito em relação a legitimação do acordo ou efeito contratual, quando alguém é legítimo ou idôneo para apreciar uma relação processual ou contratual. Como qualquer outro negócio jurídico, nele haverá vícios que poderiam levar o negócio a nulidade, ou impossibilidade, dos vícios temos: dolo, coação, estado de perigo, lesão, e erro ou ignorância, quais respectivamente os arts. 138, 145, 151, 156 e 157 do Código Civil. Por dolo, quando se verifica um convencimento por efeito de um procedimento “malicioso” quando para a vítima produz um estado de erro ou um não saber, quando uma condição de vontade não seria obtida se fosse de outra maneira. 1 Discente, 5º semestre – Bacharelado em Direito; UNIPAMPA, Campus São Borja; Referência Bibliográfica: Carlos Roberto Gonçalves. Direito Civil Esquematizado 1. Parte Geral, obrigações e contratos. 2022. Coação, especialmente em relação a violência moral - já que a violência física excluiria qualquer tipo de vontade, não sendo um simples “vício” – consiste então em uma forma de constrangimento, em razão de por exemplo uma ameaça, quando o coato sua vontade foi perturbada na determinação de um motivo para se fazer um contrato, existe necessidades para ser confirmado uma coação, tal que seja uma ameaça sem dúvidas de suspeição, ou seja que o temor implicado seja fundado em um ato verossímil e possível de ser praticado contra a vítima, que a violência seja injusta, adotada de maneira ilegítima, que a violência seja endereçado um mal grave ou notável. Em razão as partes do processo, não há a necessidade de que a ameaça seja direta, poderia por exemplo uma ameaça a um patrimônio ou de sua família. Estado de perigo, da exposição ao perigo iminente, em exemplo um gerente de banco que promete uma soma em títulos para aquele que o está mantendo em cárcere em razão de sua liberdade e lesão quando um indivíduo se obriga diante de uma inexperiência ou necessidade, qual um valor ou serviço desproporcional do ofertado em oposto, nisso podemos exemplificar com o Código de Defesa do Consumidor no seu artigo 51, inciso quinto, quando expressa a lesão-vício, proibindo por exemplo a prevalência em razão da idade, condição social, saúde ou conhecimento. Um virá como uma desproporcionalidade que levaria a rescisão, por estado de necessidade econômica, e já no estado de perigo não se julga necessariamente o mérito da desproporcionalidade, mas sim, principalmente o risco de um grave dano, moral ou material, qual a lesão o mérito do risco patrimonial. Já no erro ou ignorância, entende-se verificado quando uma falsa realidade de um estado ou situação é tida como um fato gerador, diferente do vício por dolo, da parte não se constata vontade em faze-lo, ou não tenta induzir a tal situação, na ignorância o erro é um objeto, assim a ignorância é efeito de uma falta de conhecimento, no erro propriamente dito é uma mera ilusão quanto a real situação, no erro se tem uma causa de anulabilidade ou nulidade relativa nos casos do artigo 138 do Código Civil. Dos elementos “objetivos” nos deparamos com o conteúdo e forma do contrato, quando pode ser analisado pela sua capacidade de aplicabilidade, em contraponto a possibilidade de ser efetivado ou apreciado, em síntese identificado pela licitude do objeto, pela sua possibilidade, pela sua determinação, critérios econômicos para apreciação, natureza do vínculo e forma. Em outras palavras, é apreciado um contrato em razão de um objeto que não seja proibido em lei; em razão de um objeto que seja possível, em razão de um objeto determinado, e um objeto economicamente apreciável. Entretanto, nem toda impossibilidade torna um negócio inválido, qual expresso no artigo 106, podendo assim dividirmos em duas esferas, a da impossibilidade absoluta, que alcança a todos e não apenas a parte passiva do contrato; e a impossibilidade relativa, essa alcançaria apenas o devedor e não a outra parte. Como uma espécie de negócio jurídico, no contrato também se configuram elementos acidentais, são eles: a condição, que subordina a eficácia do ato ou negócio; o termo, que subordina a eficácia de um ato à um elemento certo futuro; e o modo ou encargo, quando uma obrigação é atrelada a aquele que tiver um benefício no negócio, assim, por exemplo, se diferenciando do ato de doação o contrato resultará um encargo como uma obrigação a quem detiver um benefício.