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FACULDADE DE ECONOMIA
Gestão de Marketing
4. Domino’s Pizza: ouvir os clientes e fazer que eles saibam que foram ouvidos ............. 14
- Oi, Steven!
Steven Harris olhou para cima e viu Todd Smith caminhando pelo estacionamento dos alunos na
Universidade da Carolina do Sul.
- Aló, Todd – respondeu Steven enquanto trancava o carro.
- Puxa! É este seu carro? – Perguntou Todd, admirando o Mustang nove vermelho convertível.
- Isso mesmo. Essa é uma das razões do meu verão ter sido tão bom. Foi o terceiro ano em que
trabalhei no serviço da manutenção de jardins do meu irmão, em Myrtle Beach. Além de me divertir
bastante, com o dinheiro que economizei trabalhando durante três verões pude comprar este carro.
- Estou impressionado. Eu reparei que você estacionou aqui, bem longe dos outros carros.
- É verdade. Eu não me preocupava com o meu Chevy velho, mas não quero que gente sem cuidado
fique fazendo mossa nas laterais do meu carro. Isso acontecia com o meu caro velho, especialmente
nos estacionamentos de alunos que têm passagens estreitas.
- Devia haver uma lei contra abrir portas batendo no carro dos outros – disse Todd – Ou então deviam
inventar uma forma de proteger as portas do carro. Aquelas faixas de borracha que os fabricantes
colocam nunca parecem estar no lugar certo.
- Concordo com você – comentou Steven – Seria bom se os carros tivessem um dispositivo que
automaticamente fizesse uma mossa no carro que o amassou. Talvez assim as pessoas tivessem mais
cuidado!
Steven e Todd riram ao pensar nisso e passaram a dar outras ideias para solucionar o problema
enquanto caminhavam para o almoxarifado.
Durante os dias seguintes Steven viu-se pensando cada vez mais na forma de evitar mossas na lateral
do carro. Ele sempre foi meio inventor, e tinha muito jeito para a mecânica. Com a dificuldade de
emprego para recém-formados, numa tentativa empresarial começou a parecer uma boa ideia.
Steven lembrou-se de que um dos professores tinha falado sobre o sucesso dos criadores dos
AutoShades, painéis de papelão colocados por trás dos pára-brisas para manter os carros mais frescos
e protegidos do sol. Os inventores dos AutoShades tiveram um êxito porque o produto realmente
funcionava, e também porque podiam imprimir nos papelões nomes de empresas, que seriam
beneficiadas com a propaganda. Steven achou que se criasse um dispositivo que protegesse as portas
dos carros e também fosse uma média para propaganda, ele teria o mesmo sucesso. E começou a
pensar com mais seriedade em desenvolver um produto com essa finalidade.
Custo/preço do DoorGuard
Custo por painel
M200 ½”1’ X 4’painel $2.90
Material de cobertura 1 ½ m2 1,12
Imãs 3’ 0,90
Cabo 3’ 0,45
Diversos (pintura, embalagem) 0,50
Montagem 1,50
Custo por painel 7,37
Custo do conjunto de dois painéis $14,74
Custo no varejo por conjunto* $29,95
* 100 por cento do lucro
O Mercado
Steven sabia que devia pesquisar o potencial de mercado, mas achava que tinha pouca base para fazer
uma estimativa razoável de potencial de vendas do DoorGuard. Usando fontes secundárias ele
descobriu que haviam 122,8 milhões de carros rodando nos estados unidos. Quase 80% deles tinha
pelo menos 3 anos de fabricação e 50%, pelo menos 6 anos.
Como não havia no mercado produtos comparáveis ao DoorGuard, Steven não sabia ao certo quantos
proprietários de carros comprariam o seu produto. O AutoShade parecia ser a comparação mais
próxima, mas o custo era muito diferente: custava de 1,49 dólares a 6 dólares, e o DoorGuard custaria
quase 30 dólares. Muitas empresas distribuíam gratuitamente protectores contra o sol como
propaganda, mas poucas faria o mesmo com o DoorGuard.
Ainda assim, Steven acreditava que o seu produto atingia um amplo mercado. Sabia que as vendas de
carro do ano anterior nos Estados Unidos haviam chagado a 9.853.000 unidades. Poucos compradores
de carros novos encomendavam acessórios de protecção vindos de fábrica, e quem pagasse 15 mil
dólares ou mais por um carro pagaria um preço razoável para protegê-lo. Isso explicava o sucesso da
AutoShades. Sua venda foi lenta de início – Afinal, era um mero pedaço de papelão –, mas depois que
foram impressos gráficos e mensagens nos painéis as vendas aumentaram muito, chagando a 20
milhões de dólares por ano.
Steven sonhava com resultados semelhantes para o DoorGuard. Se ele conseguisse apenas 5% do
mercado de carros novos, estaria vendendo quase 500 mil conjuntos de painéis. E se vendesse para
apenas 5% de proprietários de 122,8 milhões de carros, corresponderia a vender mais de 6,1 milhões
de conjuntos do DoorGuard. Com esses números na cabeça, Steven começou a pensar nos detalhes
para lançar o DoorGuard.
Questões
1. Que necessidades e desejos do consumidor o DoorGuard satisfaz?
2. Qual das filosofias de administração de marketing apresentadas no texto está sendo seguida por
Steven Harris?
3. Se o mercado é “o conjunto de compradores reais e potenciais de um produto” como indica o
texto, que mercado Steven deseja atender com o DoorGuard.
4. Quais são os problemas de Steven? Ele esqueceu-se de considerar alguma coisa?
5. Que recomendações você daria ao Steven Harris? Como ele poderia adoptar o conceito de
Marketing? Que itens deveria colocar na sua lista de Marketing?
Fonte: Adaptado de “DoorMate”: A New Product Venture”, de Thomas H. Stevenson. Universidade da Carolina do Norte.
Uso autorizado pela Associação Norte-Americana de pesquisa de Casos e Pelo Professor Stevenson.
Numa manhã de Abril, Martha House, presidente da Trap-Ease América, entrou em seu escritório em
Costa Mesa, Califórnia, e parou por um momento para contemplar a citação de Ralph Waldo Emerson
emoldurada na parede junto a sua mesa.
Se um homem puder fazer uma ratoeira melhor que seu vizinho, o mundo abrirá caminho até sua
porta.
Talvez, ela pensou, Emerson soubesse alguma coisa que ela não sabia. Ela tinha a melhor ratoeira —
a Trap-Ease —, mas o mundo não parecia muito entusiasmado com isso.
Martha acabava de voltar da National Hardware Show (Feira Nacional de Ferragens), em Chicago.
Estava exausta: passara longas horas de pé em seu estande respondendo às mesmas perguntas centenas
de vezes. Apesar disso, a feira havia deixado Martha animada. Todos os anos, os organizadores da
National Hardware Show faziam um concurso para escolher o melhor novo produto lançado na feira.
Dos mais de 300 produtos lançados na feira naquele ano, sua ratoeira havia ficado com o primeiro
lugar. Essa notoriedade não era novidade para a ratoeira Trap-Ease. A revista People tinha publicado
um artigo sobre a ratoeira e diversos programas de TV e publicações especializadas a haviam destacado.
Apesar de tudo isso, a demanda esperada para a ratoeira não se materializava. Martha esperava que o
prémio aumentasse o interesse pela ratoeira e as vendas.
Um grupo de investidores que tinha obtido os direitos mundiais de comercializar a inovadora ratoeira
tinha montado a Trap-Ease América em Janeiro. Em troca dos direitos de marketing, o grupo
concordou em pagar ao inventor e detentor da patente, um rancheiro aposentado, royalties sobre cada
ratoeira vendida. O grupo então contratou Martha para trabalhar como presidente e administrar a Trap-
Ease América.
A Trap-Ease, um dispositivo simples mas inteligente, era fabricada por uma empresa de plástico
contratada pela Trap-Ease América. Ela consistia de um tubo de plástico quadrado que media cerca de
15 centímetros de comprimento e 4 de largura. O tubo ficava dobrado de maneira a formar um ângulo
de 30 graus. Assim, quando a parte da frente do tubo ficava sobre uma superfície plana, a parte de trás
ficava levantada. A parte de trás possuía uma tampa removível na qual o usuário colocava a isca (queijo,
ração para cachorro ou outro petisco qualquer). Uma portinhola com dobradiças ficava na frente do
tubo. Quando a ratoeira estava ‘aberta’, essa porta ficava sobre duas pequenas ‘varetas’ anexadas nos
cantos inferiores da porta.
A ratoeira funcionava de maneira simples e eficiente. O rato, ao sentir o cheiro da isca, entrava no tubo
pela aberta. À medida que ele caminhava pela parte elevada do tubo em direção à isca, seu peso fazia
com que essa parte caísse, suspendendo a parte da frente, fechando a porta e prendendo o rato.
Pequenos dentes na extremidade das varetas encaixavam-se em uma fenda no canto da ratoeira,
Questões
1. Martha e os investidores da Trap-Ease perceberam que estavam diante de uma oportunidade única.
De quais informações eles precisavam para avaliar essa oportunidade? Como você acha que o grupo
definiria a declaração de missão da empresa? Como você definiria a missão?
2. Martha identificou o melhor mercado-alvo para a Trap-Ease? Quais outros segmentos de mercado
a empresa poderia objectivar?
3. Como a empresa posicionou a Trap-Ease em relação ao mercado-alvo escolhido? Ela poderia
posicionar o produto de outras maneiras?
4. Descreva o mix de marketing actual da Trap-Ease. Você vê algum problema com esse mix?
5. Qual é a concorrência da Trap-Ease América?
6. O que você mudaria na estratégia de marketing da Trap-Ease? Que tipos de procedimentos de
controlo você estabeleceria para essa estratégia?
Faz mais de 50 anos que a Xerox lançou sua primeira copiadora para escritório que utilizava papel
comum. Nas décadas seguintes, a empresa que inventou a fotocópia dominou totalmente o setor que
criou. O nome Xerox se tornou praticamente sinônimo de fazer cópias (“Vou xerocar isso para você”).
Ao longo dos anos, a Xerox enfrentou diversos rivais para se manter no topo do setor altamente
competitivo de cópias. No final de década de 1990, os lucros e o preço das ações da empresa atingiam
níveis astronômicos. E, então, as coisas começaram a dar muito errado para a Xerox. As ações e a
fortuna da lendária empresa receberam um duro golpe. Em apenas 18 meses, a Xerox perdeu cerca de
38 bilhões de dólares em valor de mercado. Em meados de 2001, o preço de suas ações, que tinha
atingido quase 70 dólares em 1999, alcançou um patamar inferior a 5 dólares. A empresa que tinha sido
líder absoluta de mercado se viu à beira da falência. O que aconteceu? Chame isso de mudança ou, se
preferir, de incapacidade da Xerox em se adaptar a seu ambiente de marketing em rápida mudança. O
mundo estava se tornando digital a passos largos, e a Xerox não estava conseguindo acompanhá-lo.
No novo ambiente digital, os clientes da Xerox não dependiam mais dos produtos com a marca da
empresa — de copiadoras — para compartilhar informações e documentos.
Em vez de manipular e distribuir pilhas de cópias em preto e branco, eles criavam documentos digitais
e os compartilhavam eletronicamente. Ou, então, imprimiam diversas cópias utilizando sua impressora
conectada à rede que ficava ali do lado. Em um nível mais amplo, enquanto a Xerox estava ocupada
aperfeiçoando copiadoras, os clientes estavam procurando “soluções de gestão de documentos” mais
sofisticadas. Eles queriam sistemas que os permitissem escanar registros em Frankfurt, transformá-los
em peças coloridas e customizadas em São Francisco e imprimi-los sob demanda em Londres — e
alterando o inglês para o usado nos Estados Unidos.
Isso levou a Xerox à beira do desastre financeiro. “Nós não tínhamos dinheiro e tínhamos poucas
perspectivas para consegui-lo”, diz Ursula Burns, atual CEO da Xerox. “A única coisa que queríamos
eram líderes bons e fortes que estivessem alinhados e pudessem nos conduzir, e nós não tínhamos
isso.” Na época, Burns não sabia, mas ela lideraria a empresa em que tinha sido preparada ao longo de
20 anos. De fato, Burns estava para deixar a empresa quando Anne Mulcahy, sua colega e amiga, se
tornou CEO e a convenceu a ficar. Foi dada a Burns carta branca para começar a arrumar a casa.
O começa da virada
Tarefa número 1: terceirizar a produção da Xerox. Um movimento geralmente criticado e nada
popular, a terceirização foi essencial para os esforços de economia de custos da Xerox.
Burns conduziu o processo de tal maneira que a qualidade foi preservada e, ao mesmo tempo, os
benefícios desejados em termos de custos foram alcançados. E ela fez isso com o aval do sindicato dos
Fontes: citações e outras informações extraídas e adaptadas de Ellen Mc- Girt, “Fresh copy: how Ursula Burns reinvented
Xerox”, Fast Company, 29 nov. 2011, <www.fastcompany.com/magazine/161/ursula-burns-xerox>; “Xerox expands
electronic discovery services offerings with acquisition of lateral data”, Business Wire, 2 jul. 2012,
<www.bloomberg.com/article/ 2012-07-02/aNQNfEipo9Lk.html>; Scott Gamm, “Xerox works to duplicate copier glory
in digital services model”, Forbes, 19 jul. 2012, <www. forbes.com/sites/scottgamm/2012/07/19/xerox-works-to-duplicate-
copier- glory-in-digital-services-model/>; Richard Waters, “Xerox chief sets out the big picture”, Financial Times, 6 maio
2010, p. 16; Geoff Colvin, “Ursula Burns launches Xerox into the future”, Fortune, 3 maio 2010, p. 5; relatório anuais e outras
informações em <www.xerox.com>. Acesso em: jul. 2012.
Após cinco anos de receitas estagnadas ou em queda, a Domino’s Pizza fez algo quase nunca visto no
mundo corporativo. “Primeiro”, diz um observador do setor, “ela pediu um feedback honesto dos
clientes. Depois, ouviu a dolorosa verdade [pontuada em frases como ‘massa de papelão’ e ‘totalmente
sem gosto’]. Por fim — essa é a parte mais chocante — a empresa reinventou totalmente seu produto”.
O que vem a seguir é a história completa por trás da impressionante campanha “Pizza da virada” da
Domino’s.
A virada teve início com uma pesquisa de marketing para entender o que os clientes pensavam e
queriam. Pesquisas setoriais mostravam que, embora a Domino’s fosse líder em serviço, conveniência
e custo/benefício, ela ficava muito atrás dos concorrentes em termos de sabor. Em um levantamento
de preferência de sabor, a empresa ficou em último lugar, empatada — entre todas as possibilidades
— com a Chuck E. Cheese, um concorrente que não primava por sua excelente culinária.
Para obter insights mais profundos sobre o que os clientes de fato achavam sobre suas pizzas, a
Domino’s se voltou para a pesquisa, utilizando canais de mídia social e focus group. Ela monitorou
conversas on-line de consumidores e solicitou milhares de feedback via Facebook, Twitter e outras
mídias sociais utilizadas por seus clientes. Em seguida, com base nos insights obtidos on-line, a
Domino’s deu início a testes e entrevistas de focus group à moda antiga, para tratar com os clientes
diretamente, em conversas pessoais.
Os resultados dos feedbacks on-line e dos focus group foram tão difíceis de engolir quanto uma pizza
fria da Domino’s. A reclamação mais comum: a massa da pizza da Domino’s tinha “gosto de papelão”.
Mas esse era apenas o começo. Um após o outro, os amantes de pizza foram criticando os produtos
da Domino’s com comentários mordazes do tipo: “Totalmente sem gosto”, “O molho tem gosto de
catchup”, “A pior pizza que eu já comi”, “Queijo processado!!!”, “Pizza feita em massa, desinteressante,
insossa” e “As pizzas de micro-ondas são muito melhores”. Um participante de um dos focus group
concluiu: “Não parece que tem muito amor na pizza da Domino’s”. “Eles não estavam envenenando
as pessoas”, brinca uma analista, “mas o gosto representava [certamente uma grande] falha técnica no
radar”.
Em vez de esconderem esses dolorosos resultados ou rejeitá-los, os executivos da Domino’s admitiram
os problemas e os enfrentaram de cabeça erguida. “Nossa equipe participava de uma sessão de focus
group via Webcast”, diz um executivo de marketing da Domino’s. “Você nunca vai achar normal ver
alguém falando coisas horríveis sobre sua pizza, mas era a primeira vez que todos os nossos executivos
se deparavam com isso. Eles não acreditavam. Todos diziam: ‘nós não podemos simplesmente ir ao
próximo encontro. Temos que fazer alguma coisa’”.
Questões pa ra discussão
1. Quais são os fatores-chave para o sucesso da Domino’s Pizza?
2. Faça um estudo detalhado da situação da Domino’s Pizza e diga em que pontos ela está
vulnerável?
3. Suponha que os executivos da Domino’s Pizza o contratem como consultor para fazer uma
nova pesquisa de mercado. Proponha um plano de pesquisa de Marketing (defina o problema
e os objectivos da pesquisa, descreva a metodologia – sem esquecer de definir o publico alvo,
instrumentos da recolha de dados, procedimentos para a seleção dos inquiridos). Ainda neste
âmbito faça uma proposta de questionário para os diferentes públicos alvo identificados por
você.
4. Em que pontos a Domino’s Pizza deveria tomar cuidado ou mudar sua estratégia actual? Que
recomendações você faria aos executivos de marketing da Domino’s Pizza?
A Porsche é uma empresa ímpar. Ela sempre foi uma marca de nicho que fabrica carros para
um pequeno e seleto segmento de compradores. No ano passado, a Porsche vendeu apenas
29.023 unidades dos cinco modelos de carro que comercializa nos Estados Unidos. A Honda
vendeu cerca de cinco vezes mais somente das versões do Accord. Mas os donos de Porsche
são tão raros quanto seus carros. Por conta disso, a alta administração da empresa gasta um
considerável tempo pensando em seus clientes. Eles querem saber quem são esses clientes, o
que eles pensam e como se sentem. Querem saber por que eles compram um Porsche, e não
um Jaguar, uma Ferrari ou um grande Mercedes cupê. Essas questões são desafiadoras — nem
os donos de Porsche sabem exatamente o que os motiva a comprá-los. Mas, tendo em vista o
baixo volume da Porsche e o mercado automobilístico, cada vez mais fragmentado, é mais do
que necessário que a administração entenda seus clientes e o que mantém seus motores
funcionando.
Do Restrito ao Abundante
Em suas primeiras décadas, a Porsche viveu sob a filosofia de Ferry Porsche, filho de
Ferdinand. Ferry criou o Porsche 356 porque ninguém fabricava um carro como ele queria.
“Nós não tínhamos pesquisa de mercado, previsão de vendas, cálculos de retorno sobre o
investimento. Nada disso. Eu simples- mente construía os carros dos meus sonhos e acreditava
que teriam outras pessoas que compartilhavam desse sonho”. De fato, no início, a Porsche era
Retorno as Raizes?
Fontes: Andre Tutu, “Porsche announces 2011 sales increase”, Autoevo- lution, 3 jan. 2012, <www.autoevolution.com/news/porsche-
announc- es-2011-us-sales-increase-41571.html>; David Gumpert, “Porsche on nichemanship”, Harvard Business Review, mar./abr. 1986,
p. 98-106; Peter Robinson, “Porsche Cayenne — driving impression”, Car and Driver, jan. 2003, <www.caranddriver.com/reviews/porsche-
cayenne-first-drivereview>; Jens Meiners, “2010 Porsche Panamera S/4S/Turbo — first drive review”, Car and Driver, jun. 2009,
<www.caranddriver.com/reviews/2010-porsche- panamera-s-4s-turbo-first-drive-review>; informações extraídas de <www.
porsche.com/usa/aboutporsche/pressreleases/>. Acesso em: jul. 2012.
Talvez você já tenha ouvido falar da Cisco. A empresa é conhecida por aqueles interessantes anúncios
“Rede humana”. Ela fabrica os roteadores sem fio Linksys, bastante comuns, e é dona da Pure Digital
Technologies, a empresa que faz as cameras de vídeo Flip, que são uma tendência. Mas a maior parte
do que a Cisco Systems vende não é para consumidores regulares como você. A Cisco é, sem dúvida,
uma empresa voltada para o mercado B2B. De fato, ela foi eleita pela revista B to B a “em- presa do
ano” em 2011. Três quartos das vendas da Cisco vêm de roteadores, interruptores e tecnologias de
rede avançadas — coisas que mantêm os dados se movimentando no ciber espaço 24 horas por dia, 7
dias por semana. Mas, mesmo antes da explosão das ponto-com, a Cisco já era pioneira na geração
seguinte de ferramentas de rede, abrangendo desde segurança no ciberespaço até conversores de sinais
e videoconferência.
Essa história é muito mais do que a de uma gigante da tecnologia que fabrica os equipamentos de que
as empresas necessitam para rodar suas atividades na Internet e em intranets. Ela trata de uma empresa
que pensa adiante, que deixou de ser uma fornecedora de hardware para se tornar uma consultora líder.
No processo, existe um conceito que parece ser o principal guia dos negócios da Cisco com outras
organizações: colaboração com os clientes. A Cisco colabora muito com seus clientes organizacionais
para ajudá-los a colaborar melhor internamente, com seus funcionários, e externamente, com
fornecedores, parceiros e clientes.
Benefícios da Colaboração
A administração da Cisco sabe que o primeiro lugar em grande parte das listas de CEO serve para
quebrar as barreiras de comunicação entre a empresa e seus clientes, fornecedores e parceiros. De
acordo com Jim Grubb, parceiro de longa data de Chambers na demonstração de produtos: “Se
podemos acelerar a produtividade dos cientistas que estão trabalhando na próxima tecnologia solar
Nada que remeta à venda de estrutura. A Cisco vai vender e operar serviços que rodam em seus
hardwares. Imagine uma cidade em que todas as casas e escritórios são conectados a telas de
videoconferência TelePresence da Cisco. Engenheiros vão ouvir, aprender e divulgar novos serviços
com a marca Cisco por módicas taxas mensais. A intenção da Cisco é agrupar necessidades urbanas —
água, energia, tráfego, comunicação e entretenimento — em um único serviço baseado na Internet.
Isso não é só coisa de Big Brother. Esse sistema da Cisco permitirá que New Songdo atinja novos
níveis de sustentabilidade e eficiência ambiental. Por conta dessa eficiência, o custo dos serviços para
os moradores da cidade será mais em conta.
A Cisco acredita que o negócio de cidades inteligentes é um setor emergente com um potencial de 30
bilhões de dólares. A Gale International, a construtora por trás de New Songdo, acredita que só a
China poderia ter 500 cidades desse tipo, cada qual com capacidade para 1 milhão de residentes. A
meta de construir 20 delas já está estabelecida.
As cidades inteligentes tornam mais relevante um dos outros negócios da Cisco. Estudos mostram que
o teletrabalho gera enormes benefícios para as empresas, as comunidades e os funcionários. Por
exemplo, pessoas que trabalham em casa estão mais satisfeitas com seu trabalho. Por essa razão, elas
são mais produtivas, revertendo mais de 60% de seu tempo de deslocamento para a empresa. Existem,
inclusive, evidências de que as pessoas gostam tanto de trabalhar em casa que estariam dispostas a
receber menos para isso. A esmagadora maioria das pessoas que trabalham em casa produz de maneira
mais precisa, com melhor qualidade. Sua capacidade de se comunicar com colegas é no mínimo tão
Um Futuro Brilhante
Este ano, graças a uma economia ainda lenta, o desempenho financeiro da Cisco não está bom. Mas
Chambers acredita que isso é apenas uma pequena mancha em uma grande varie- dade de fatores. Ele
assinala que, nas últimas duas décadas, a Cisco emergiu das crises econômicas mais forte e flexível.
Durante a maior parte da recente recessão, a Cisco se moveu rapidamente, agarrando toda
oportunidade para manter os negócios em funcionamento e desenvolver novos produtos. Na década
de 2000, a Cisco adquiriu 48 empresas. Mas, somente no último ano, a empresa anunciou o
impressionante número de 61 novas tecnologias, todas focadas na colaboração. Com todos esses
recursos — e 44 bilhões de dólares na bagagem —, a Cisco está agora se expandindo para 30 diferentes
mercados, cada um deles com o potencial de gerar 1 bilhão de dólares por ano em receita. Caminhando
para frente, a empresa tem o compromisso de acrescentar 20% a mais de novos mercados
organizacionais por ano. E, como a Cisco entra em um novo mercado somente quando está segura de
que pode obter uma participação de 40%, as chances de fracasso são abaixo da média.
Estima-se que o mercado de colaboração valha 35 bilhões de dólares e que esse número vai crescer
consideravelmente nos próximos anos. Como a Cisco é líder nesse setor emergente, analistas não veem
problema em aceitar a meta de longo prazo de John Chambers, que prevê o crescimento da receita a
uma taxa entre 12 e 17% por ano. A Cisco demonstrou que possui o portfólio de produtos e a estrutura
de liderança necessários para fazer isso acontecer. Seja como for, uma coisa é certa. A Cisco não é mais
apenas uma empresa de hardware, que fornece os dispositivos e os equipamentos necessários para
Fontes: “Cisco reports fourth quarter and fiscal year 2011 earnings”, Market Wire, 10 ago. 2011, <http://investor.cisco.com/releasedetail.
cfm?ReleaseID5598440>; Ellen McGirt, “How Cisco’s CEO John Cham- bers is turning the tech giant socialist”, Fast Company, 25 nov.
2008,
<www.fastcompany.com/magazine/131/revolution-in-san-jose.html>; Greg Lindsay, “Cisco’s big bet on New Songdo”, Fast Company, 1
fev. 2010, <www.fastcompany.com/magazine/142/the-newnew-urbanism. html>; “Christie Blair, Cisco Systems”, BtoB, 3 out. 2011,
<www.bto- bonline.com/apps/pbcs.dll/article?AID5/20111003/FREE/310039953/0/ SEARCH>; informações extraídas de
<www.cisco.com/web/about/index. html>. Acesso em: 2012.
Em Moçambique, o Banco Comercial e de Investimentos (BCI) tem o orgulho de afirmar que o que
faz é de Mocambique. O seu slogan “É daqui”. O BCI tem centrado a sua actuação na orientação para
o Cliente. Apoiada nas tendências do mercado, esta estratégia é sustentada no conhecimento das
necessidades do Cliente e, consequentemente numa adequação dos produtos e serviços a essas mesmas
necessidades.
Em 2008, o BCI reposicionou toda a sua estratégia de acção no mercado moçambicano. Emborea
continuando previlegiar a banca de investimentos, apostou fortemente no retalho, pretendendo chegar
a todos Moçambicanos. Com uma cota de mercado de 30% afirma-se como sendo do maior banco
comercial do país, apostando fortemente no crescimento da sua rede de agências, que eram em 2014
mais de 150.
Este reposicionamento estendeu-se igualmente à imagem do banco. Em termos cromáticos o azul foi
substituído pelo laranja, uma cor mais quente e africana, tendo o logotipo sido simplificado e
modernizado, abandonando as sete cores anteriores.
Responsabilidade Social
A responsabilidade social é caraterística marcante do BCI desde a sua fundação. Em 1997, foi
inaugurada a primeira mediateca, em Maputo, hoje presente também na Beira e em Nampula. Esta
preocupação é notória na pedagogia financeira que a marca mostra, na educação dos seu públicos, na
divulgação dos valores e patrimónios nacionais ou em acções de filantropia a instituições de
responsabilidade social. Todavia, a grande responsabilidade deste banco passa pela divulgação e
valorização da alma e do orgulho moçambicanos. O BCI é daqui na sua forma de estar, em tudo o que
faz e comunica, o que diferencia das restantes principais marcas bancárias presentes no mercado
moçambicano.
Questões
1. Quem são os concorrentes do BCI do ponto de vista sectorial e do ponto de vista do mercado?
Por que essas questões são importantes para o BCI?
2. Que tendências estão definindo os objectivos no mercado financeiro Moçambicano?
3. Com base nas informações desse caso, quais das posições competitivas de Michael Porter
foram adoptadas pelos vários concorrentes no mercado financeiro para obter vantagem
competitiva?
4. Que tipo de acção o BCI pode realizar para expandir o mercado total de financeiros e proteger
sua participação nele?
5. Que estratégias competitivas você recomendaria aos concorrentes do BCI?
“É isso que nós fazemos”, diz o diretor para produtos de pesquisa e experiência do usuário do Google.
“A parte mais difícil de doutrinar as pessoas em nossa cultura é quando os engenheiros me mostram
um protótipo, eu gosto e digo: ‘Legal, vamos lá!’ E eles, então, dizem: ‘Oh, não, não está pronto’. Nessa
hora, eu falo para eles: ‘O negócio é lançar uma versão preliminar no Google Labs [um site onde os
usuários podem testar aplicativos do Google em fase experimental] e depois fazer o mesmo de novo,
descobrindo o que o mercado quer — e fazendo do produto algo grande’.” Um gerente da equipe de
engenharia do Google acrescenta: “Nós temos um ritmo ope- racional: se estiver em dúvida, faça. Se
estiver diante de dois caminhos e não tiver certeza de qual deles é o certo, pegue o mais rápido”.
No Google, quando se trata de desenvolvimento de novos produtos, não existem planos de dois anos.
O Planeamento de um novo produto da empresa abrange somente de quatro a cinco meses. O Google
prefere ver projetos não darem certo rápido a ver um projeto extenso, longo e planejado com cuidado
fracassar.
O famoso processo de inovação caótico do Google desencadeou uma avalanche aparentemente sem
fim de diversos produtos, muitos dos quais são líderes de mercado em sua categoria. Entre esses
produtos estão: um serviço de e-mail (Gmail), uma ferramenta de busca para blog (Google Blog Se-
arch), um serviço de pagamento on-line (Google Checkout), um serviço de compartilhamento de fotos
(Google Picasa), uma plataforma mundial de aplicativos para dispositivos móveis (Google Android),
um navegador que conversa com a nu- vem (Chrome), projetos para mapeamento e exploração do
mundo (Google Maps e Google Earth) e, até mesmo, um sistema de alerta para detectar, com
antecedência, surtos de gripe em sua região (Flu Trends). O Google afirma que o Flu Trends já
identificou surtos duas semanas antes do que o U.S. Centers for Disease Control and Prevention
(Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos).
O Google está aberto para ideias de novos produtos provenientes de praticamente qualquer fonte. O
que mantém tudo isso unido é a paixão da empresa por ajudar as pessoas a encontrar e usar
informações. A inovação é de responsabilidade de todos os funcionários do Google. Os engenheiros
da empresa são incentivados a gastar 20% de seu tempo no desenvolvimento de suas próprias ideias
“bacanas e malucas” para novos produtos. E todas as novas ideias são rapidamente testadas em uma
versão beta pelos grandes juízes aqueles que vão usá-las. De acordo com um observador: “Toda vez
que você junta algumas das 20 mil pessoas mais inteligentes do mundo em uma empresa, pode esperar:
surgirão várias ideias diferentes. Principalmente quando você dá para alguns desses gênios um dia da
semana o famoso ‘20% do tempo’ do Google — para trabalharem em quaisquer projetos que suscite
sua paixão”.
Esse tipo de pensamento manda o Google para além de suas fronteiras corporativas, em busca da nova
onda de grandes ideias. Recentemente, o Google promoveu uma conferência que chamou de “Solução
para X”. A empresa convidou cerca de 50 das pessoas mais inteligentes do mundo para discutir sobre
os principais problemas mundiais. A ênfase era no “radical”. Até que ponto algumas ideias que surgiram
eram radicais? Que tal transformar lentes de contato em monitores de computador com um display
head-up cheio de informações? E o que você acha de resolver os problemas de falta de água limpa do
mundo usando tecnologias de dessalinização já existentes? Se isso ainda não é suficiente para você, que
tal utilizar tecnologia de imagem de ressonância magnética para transportar imagens da mente humana
para a tela de um computador?
Fontes: Matt Lynley, “Here are the 17 radical ideas from Google’s top genius conference that could change the world”, Business Insider, 11
fev. 2012, <www.businessinsider.com/here-are-the-17-radicalideas-from-googles-top-genius-conference-that-could-change-the-world-2012
2?op=1#ixzz21TPojmMs>; Matt Warman, “Google Play review”, The Telegraph, 8 mar. 2012, <www.telegraph.co.uk/technology/mobile-
appre- views/9130663/Google-Play-review.html>; Chuck Salter, “Google: the fac- es and voices of the world’s most innovative company”,
Fast Company, mar. 2008, p. 74-88; David Pogue, “Geniuses at play, on the job”, New York Times, 26 fev. 2009, p. B1; “World’s most
admired companies”, Fortune, mar. 2012, <http://money.cnn.com/magazines/fortune/mostadmired/2012/ snapshots/11207.html>;
“World’s 50 most innovative companies”, Fast Company, mar. 2012, <www.fastcompany.com/most-innovativecompa- nies/2012/full-list>;
<www.google.com>. Acesso em: ago. 2012.
Uma dentista pretende diferenciar a sua clínica com base na qualidade. Ela construiu um novo
escritório e redesenhou os serviços da clinica para oferecer qualidade elevada aos pacientes e melhorar
a produtividade através do aumento da eficiência.No entanto, nem sempre é fácil convencer os
pacientes de que os seus serviços de qualidade superior justificam taxas que, geralmente, não são
cobertas pelo seguro.
“Só espero que as diferenças na qualidade sejam visíveis para os nossos pacientes”, meditou a Dra.
Beckett enquanto inspeccionava o escritório que albergava a sua bem-estabelecida clínica dentária. Ela
mudou-se recentemente de um escritório que considerava demasiado apertado para permitir que o seu
pessoal trabalhasse de forma eficiente – um factor que foi-se tornando importante a medida que os
custos de oferecer cuidados dentários continuavam a aumentar. Ao mesmo tempo que percebia que
ganhos de produtividade eram necessários, a Dra. Beckett também não queria comprometer a
qualidade dos serviços prestados aos seus pacientes.
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Health Maintenance Organizations
Instalações e Equipamento
Primeiro, a Dra. Beckett procurou espaços disponíveis para escritórios na Carolina do Norte, cidade
onde ela exercia a actividade. Não tendo encontrato algo que a agradasse, ela contratou um arquitecto
de São Francisco para conceber um edifício de escritório contemporâneo, com muito espaço e muita
luz. Isso aumentou os custos de construção em $100,000, mas a Dra. Beckett acreditava que este era
um factor crítico para a diferenciaçào do seu serviço.
O design do novo escritório da Dra. Beckett era escandinavo – reflectindo a sua ascendência sueca e
atenção aos detalhes. A área da recepção e a sala de espera tinham um mobiliário moderno com tons
suaves de castanho, cizento, verde e roxo. Abundavam plantas vivas e flores e as paredes estavam
repletas de obras de arte. Ao fundo, tocava, suavemente, uma música clássica. Os pacientes podiam
desfrutar de uma chávena de café ou de chá ou ainda escolher entre uma variada selecção de revistas
actuais, enquanto aguardavam o seu atendimento.
As áreas de tratamento eram tanto atraentes quanto funcionais. Havia uma pequena sala de estar com
brinquedos para as crianças e um aparelho de vídeo (VCR), que era utilizado para mostrar filmes
Pessoal
Os trabalhadores da clínica dentária da Dra. Beckett eram oito, incluindo ela própria. Os sete membros
do pessoal estavam separados por funções em trabalhadores do “front-office” e do “back-office”. As
tarefas do front-office (cobertas por dois funcionários) incluiam trabalhos de recepcionista,
secretariado, finanças e orçamentação. O back-office foi dividido em higienistas e assistentes.
Os três assistentes ajudavam os higienistas e a Dra. Beckett com as consultas e tratamentos. Eles tinham
um treino especializado para as tarefas que desempenhavam, mas não precisam de um grau académico.
Os dois higienistas faziam exames de rotina e limpeza dos dentes, além de alguns tratamentos. Em
muitas clínicas dentárias, os higienistas tem a tendência de agir como “prima donnas” devido ao seu
nível académico (bacharelato acrescido de formação especializada) e a experiência. De acordo com a
Dra. Beckett, tal atitude poderia destruir qualquer possibilidade de trabalho em equipa entre o pessoal.
Ela sente-se muito afortunada por seus higienistas verem-se como parte de um grande grupo que
trabalha conjuntamente para proporcionar qualidade aos seus pacientes.
A Dra. Beckett valoriza a sua amizade com os membros do seu pessoal e admite que eles são uma parte
vital do serviço que oferece. “90% da qualidade percebida pelos pacientes é resultado da sua interacção
com a recepção e outros trabalhadores – e não da qualificação do pessoal técnico”, afirma ela. Quando
Beckett começou a redesenhar a sua clínica, ela discutiu os seus objectivos e metas com o pessoal e os
envolveu no processo de tomada de decisão. As mudanças significaram novas expectativas e rotinas
para a maioria dos funcionários e alguns não estavam dispostos a adaptar-se. Houve alguma
rotatividade do pessoal (na sua maioria voluntariamente) enquanto os procedimentos do novo
escritório iam sendo implementados. O grupo actual trabalhou muito bem como equipa.
Tratamentos e Pacientes
Com a juda de um consultor, todos os sistemas do escritório incluindo facturação, encomendas,
trabalho de laboratório e tratamento dos pacientes, foram redesenhados. Um dos principais objectivos
foi a padronização de alguns tratamentos de rotina por forma a reduzir possíveis erros e a garantir que
todos os pacientes recebiam o mesmo nível de atendimento. Foram atribuídos tempos específicos para
cada consulta e o pessoal trabalhou muito para se certificar de que esses tempos eram atingidos. Uma
política da clínica especificava que os pacientes não deveriam esperar mais de 20 minutos sem que lhes
fosse dada a opção de remarcar a consulta e os funcionários, muitas vezes, ligavam antecipamente para
o paciente se previssem algum atraso. Eles também procuravam preencher os cancelamentos para ter
a certeza de que a capacidade da firma era maximizada. Os membros do pessoal poderiam substituir-
se uns aos outros quando fosse necessário ou ainda ajudar em tarefas que não constavam da sua
descrição de tarefas a fim de tornar o prosseguimento das actividades mais calmos e eficientes.
A clínica da Dra. Beckett tinha cerva de 2000 pacientes “activos” e outros mais que eram infrequentes.
Eles eram principalmente trabalhadores “colarinho branco”, com empregos profissionais
(trabalhadores das universidades, da saúde e gestors/proprietários de firmas locais). Ela não fez
O GRANDE DESAFIO
“Redesenhar o negócio foi a parte fácil” suspirou Dra. Beckett. “Demonstrar o elevado nível de
qualidade para os pacientes é a tarefa difícil”. Ela disse que isso era especialmente difícil uma vez que
muitas pessoas não gostam de ir ao dentista ou acham isso uma inconveniência e já chegam com uma
atitude negativa. A Dra. Beckett reforçou a ideia de que um atendimento de qualidade dependia de um
relacioamento de longo prazo positivo entre o paciente e a equipa de atendimento. Esta filosofia estava
reflectida em uma secção da declaração de missão para o paciente fixada na sala de espera: “Nós somos
uma equipa de atendimento dentário solidária e profissional, servindo motivados e com qualidade
orientado para aos pacientes, preocupados em manter sorrisos saudáveis por uma vida. Fazêmo-lo de
forma progressiva e educacional. As vossas necessidades e desejos são o nosso foco.”
Embora a Dra. Beckett aprecie o seu trabalho, ela admite que poderia ser difícil manter uma atitude
positiva. O trabalho requer precisão e atenção aos detalhes e os tratamentos, em geral, são dolorosos
para os pacientes. Muitas vezes ela sentia-se “caminhando sobre ovos” pois sabia que os pacientes
estavam ansiosos e desconfortáveis, o que os tornava mais críticos em relação ao serviço fornecido.
Não era incomum os pacientes dizerem-lhe coisas negativas, mesmo antes do tratamento começar –
como “Eu realemente odeio ir ao dentista – Não és tu, eu apenas não gosto de estar aqui!”. Quando
isso acontecia, ela recordava a si própria que estava a oferecer um serviço de qualidade, apreciassem os
pacientes ou não. “A pessoa terá que tratar dos dentes de qualquer forma” comentou ela, “então só
me resta fazer o meu melhor e deixá-los tão confortáveis quanto possível”. Mesmo que os pacientes
raramente expressem apreço pelos seus serviços, ela espera ter contribuido para uma diferença positiva
na sua saúde ou aparência que o beneficie a longo prazo.
QUESTÕES
A Blue – marca de refrigerante de frutas – nasceu em 2005, numa altura em que Angola se encontrava
a sair de um difícil período da sua história. Com várias medalhas ganhas em concursos internacionais,
a marca destaca-se pela inovação com que tem conseguido, afirmar-se no mercado angolano e noutros
para onde se internacionalizou. A assinatura da marca reflete bem o incentivo comportamental
desejado: «A vida é uma festa!».
Embaixadores de marca, como o cantor Yuri da Cunha, em Angola, ou a cantora Lizha James, em
Moçambique, ajudaram a projetar a marca para uma dimensão de credibilidade, dinamismo e aspiração
social. Alguns exemplos deste dinamismo:
– VoleiBlue é o nome do projeto que permitiu já a 4.100 alunos aprenderem voleibol nas escolas.
Inserida na política de responsabilidade social da marca, a reabilitação das escolas abrangidas foi feita
através de obras de melhoramento dos campos desportivos, pintura das infraestruturas e limpeza dos
espaços envolventes;
– Canta com Blue, que evoluiu para um programa de televisão semanal, destina-se a jovens com paixão
pela música. Desenhado pela Blue, consiste num concurso musical feito nas escolas públicas, que ajuda
a combater a exclusão social, promovendo o direito à igualdade.
Mesmo em conjunturas económicas desfavoráveis, nem sempre o factor preço baixo condiciona as
decisões de compra. O caso da Blue, em Angola, constitui um exemplo curioso de como os preços de
venda ao consumidor final podem variar de forma aparentemente imprevisível.
A gama de refrigerantes BLUE, o líder incontestado do mercado angolano que já exporta para 10
outros mercados, é a preferida por uma boa parte da população, que, ainda recentemente (em 2012)
lhe atribui, em blind test, a posição privilegiada no ranking de preferência no sabor de laranja. Mas o
valor da marca está inerente não só aos sucesso dos sabores-base, como laranja, mas reside
essencialmente na vasta gama de sabores inovadores, como o coco-ananás, tropical morango ou
tamarindo.
As referências Blue são distribuídas nos vários canais de venda em Angola, designados por informal
(armazéns de venda a grossa, mercado ou venda na rua) ou formal (Horeca, lojas de retalho e
distribuição moderna). As vendas na rua são realizadas frequentemente por parte, jovens adolescente,
que propõem as bebidas aos ocupantes dos veículos que, diariamenre, entopem o complicado transito
rodoviário das cidades angolanas.
O aspecto curioso é que aproximadamente 80% das vendas Blue são feitas na rua, a 100 kwanzar por
lata, aproximadamente mais 40% do que custa a mesma referência no canal alimentar (mercado formal).
A razão não é complicada: o caso é que , no meio de filas desorganizadas de veículos em transito
Questões
1. Que estratégias de mix de produtos os revendedores e fabricantes de refrigerantes costumam seguir?
2. Que estratégias de ajuste de preços os revendedores de refrigerantes utilizam?
3. De que modo a Blue está mudando as estratégias de determinação de preços do sector de
refergerantes? Como vendedores e concorrentes reagiram a essas mudanças?
4. Que recomendações de marketing você daria à Blue?