Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INSTITUTO DE CIÊNCIAS
BIOLÓGICAS
MOLÉCULAS, CÉLULAS, GÊNESE E NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO
DISCIPLINA: FARMACOLOGIA MÉDICA
BELÉM
2022
GABRIEL DOS SANTOS LOBATO
202209740044
A22
BELÉM
2022
Sumário
1. RECEPTORES ALFA-ADRENÉRGICOS...................................................................4
1.1 AGONISTAS ALFA-ADRENÉRGICOS..............................................................5
1.2 AGONISTAS ALFA-2..............................................................................................6
2. CLONIDINA........................................................................................................................9
3. DEXMEDETOMIDINA...................................................................................................12
4. OBJETIVOS......................................................................................................................14
4.1 GERAIS..................................................................................................................14
4.2 ESPECÍFICOS......................................................................................................14
5. METODOLOGIA.............................................................................................................14
6. RESULTADOS..................................................................................................................15
7. DISCUSSÃO .....................................................................................................................15
8. XILAZINA.........................................................................................................................16
8.2 FARMACOCINÉTICA....................................................................................20
8.3 FARMACODINÂMICA...................................................................................20
9. CONCLUSÃO...................................................................................................................20
2. CLONIDINA
3. DEXMEDETOMIDINA
4.1 GERAIS
4.2 ESPECÍFICOS
5.METODOLOGIA
6. RESULTADOS
A prática foi realizada com aplicação de Xilazina no rato por meio da via
intraperitonial. Os resultados fisiológicos obtidos foram os seguintes, em ordem
cronológica na dose de 0,2 ml desse fármaco para ambos os animais.
• Primeiro: perda da força.
• Segundo: perda da sensibilidade de dor, calor e pressão.
• Terceiro: perda da movimentação.
• Quarto: estado anestésico local.
Foi observado, durante 1min e 19 segundos a diminuição da agressividade e o
início do miorrelaxamento, ainda sem perda do reflexo de postura, com 2 minutos
e 39 segundos o animal tinha dificuldades em andar e também o aumento do limiar
da dívida, em 3 minutos e 20 segundos intensificação do relaxamento. Por fim, o
tempo estimado do total estado de sedação foi de 9 minutos.
7. DISCUSSÃO
Com a prática, foi possível observar as propriedades farmacocinéticas
do medicamento. Foi possível observar que os conhecimentos teóricos de
farmacocinética, mas também farmacodinâmica, os quais foram alinhados e
observados durante a prática de xilazina.
8. XILAZINA
A xilazina, é um agente sedativo, da classe dos agonistas alfa-2, que
pode ser utilizado tanto pela via intravenosa quanto intramuscular (MASSONE,
2008). O fármaco foi sintetizado na Alemanha, na década de 60, para o
tratamento de hipertensão em seres humanos e, devido ao seu potente efeito
sedativo, caiu em desuso, sendo utilizado na medicina veterinária no início dos
anos 70 pois é um potente sedativo para o uso em animais (THURMON;
TRANQUILLI; BENSON, 2007). Quimicamente é conhecida como cloridrato
de 2 (2,6-dimetilfenilamino)-4H5,6-diidro- 1,3-tiazina e é semelhante à
clonidina, um anti hipertensivo utilizado em humanos. Farmacologicamente a
xilazina é classificada como um fármaco analgésico e sedativo (GROSS, 2003).
No início da década de 70 ela começou a aparecer na literatura Americana e
Europeia onde relatava-se a eliminação da hipertonicidade muscular produzida
pela cetamina; promovia rápida sedação, analgesia e relaxamento muscular em
equinos e bovinos (LEMKE, 2007).
A xilazina provoca queda na freqüência cardíaca e na pressão arterial
(CAMPBELL, 1979) e quando aplicada por via intravenosa diminui o fluxo de
sangue uterino, devendo ser utilizada com cautela em animais prenhes
(HODGSON, 2002). Este alfa-2 agonista causa importante depressão
respiratória em doses elevadas, reduzindo a frequência respiratória e o volume
corrente, podendo causar redução da PaO2, consequente hipoxemia e
hipercapnia (RAPTOPOULOS e WEAVER, 1984).
Durante a década de 80 as propriedades analgésicas e sedativas da
xilazina foram atribuídas a estimulação de receptores alfa 2 (LEMKE, 2007).
Sua aplicação causa sedação por estimulação de receptores alfa adrenérgicos,
presentes tanto no sistema nervoso central como no periférico, ocasionando
diminuição na liberação de noradrenalina que resulta na diminuição da
atividade simpática do sistema nervoso central (CORTOPASSI & FANTONI,
2009). 4 Como pode ser observado na Figura 1, os efeitos provocados pelo os
agonistas alfa 2 depende de qual receptor ele vai se ligar, sendo que esses
receptores pode ser pré ou pós sinápticos.
Ao se ligarem em receptores póssinápticos o fármaco desencadeia
sinais como sedação, analgesia, vasocontsrição, inibição da liberação de
insulina e alterações no comportamento, enquanto ao se ligarem em receptores
pré-sinápticos provocam diminuição na liberação de noradrenalina, reduzindo
a atividade simpática no sistema nervoso central e promovendo vasodilatação,
diminuição na motilidade gastrointestinal entre outros efeitos (VALVERDE,
2010).
Após a administração, a xilazina é absorvida pelos tecidos rapidamente,
com um tempo de meia vida de absorção de 2,8-5,5 minutos e logo se distribui,
com meia vida entre 1,2 e 6 minutos (GROSS, 2003). O tempo de meia vida de
eliminação é de aproximadamente 36 minutos e o fármaco e seus metabólitos
não são mais 5 identificados nos tecidos em três dias (LEMKE, 2007). A
xilazina é metabolizada no fígado e o produto de sua metabolização é o 1,
amino-2-6-dimetilbenzeno (ADB), o qual é encontrado na urina quatro horas
após a administração, sugerindo a eliminação renal (GROSS, 2003). Os efeitos
observados no sistema nervoso central, após a administração, são sedação,
hipnose, relaxamento muscular, ataxia, analgesia e depressão do centro
vasomotor.
Já os observados sobre o sistema nervoso periférico são bradicardia,
bloqueio átrioventricular de segundo grau, inicialmente aumento transitório da
pressão arterial, aumento da pressão venosa central, redução da freqüência
respiratória e do volume corrente e relaxamento da musculatura do trato
respiratório superior (SPINOSA & GÓRNIAK, 2011). A administração
intravenosa de xilazina induz um curto período de hipertensão com bradicardia
reflexa, seguido por um período de queda no débito cardíaco e na pressão
arterial.
A fase de hipertensão inicial é causada por ativação dos receptores alfa
2 pós sinápticos periféricos que promovem contração da musculatura lisa
vascular produzindo vasocontrição (THURMON; TRANQUILLI; BENSON,
2007). O período de hipotensão e diminuição do débito cardíaco pode estar
relacionado com a ativação de receptores alfa 2 centrais e com a diminuição da
atividade central do sistema nervoso simpático (GROSS, 2003). Em contraste
com os efeitos cardiovasculares observados após a aplicação de xilazina por via
intravenosa, a aplicação por via intramuscular parece ter menos impacto sobre
esses efeitos.
Em bezerros que recebem o fármaco pela via intramuscular, ocorrem
efeitos hemodinâmicos caracterizados por queda na freqüência cardíaca, no
débito cardíaco e na pressão arterial, sem aumento inicial da pressão, isso sugere
que em bezerros, após uma injeção intramuscular, não ocorre vasoconstrição
transitória e também não ocorre aumento na pressão arterial (LEMKE, 2007).
Um outro efeito sobre o sistema cardiovascular é um bloqueio no nodo
atrioventricular do tipo segundo grau após a aplicação de xilazina por via
intravenosa e desaparece espontaneamente (GROSS, 2003). Esta alteração está
relacionada ao aumento no tônus vagal induzido pela xilazina (LEMKE, 2007).
Embora a xilazina promova queda na frequência respiratória, as doses
recomendadas, não provocam alterações no pH arterial, na PaO2 e PaCO2 em
e cavalos (LEMKE, 2007). A xilazina também reduz o volume corrente
promovendo relaxamento da musculatura do trato respiratório superior sem
alterar de forma significante os gases sanguíneos (RAPTOPOULOS &
WEAVER, 1984). Alterações gastrointestinais são relatadas após aplicação de
xilazina em diversas espécies, pois esse fármaco reduz a motilidade intestinal e
aumenta o tempo do trânsito intestinal. Nos ruminantes os movimentos de
contração do rúmem e retículo são inibidos por ação deste fármaco. São
reportados, também, a presença de salivação excessiva quando a xilazina não é
administrada juntamente com um anticolinérgico, bem como foi informado a
ocorrência de relaxamento no esfíncter gastroesofágico com conseqüente
refluxo de ingesta (LEMKE, 2007). O débito urinário aumenta em bovinos,
eqüinos e pôneis e submetidos a aplicação de xilazina, enquanto a densidade
urinária e a osmolaridade diminui em pôneis e cavalos.
O reflexo de micção se mantém, ocorrendo apenas redução na
atividade do esfíncter uretral (LEMKE, 2007). Hipoinsulinemia e hiperglicemia
transitória são observadas em animais que foram sedados com xilazina, isso
ocorre devido a inibição da liberação de insulina pelas células betas do
pâncreas, mediada pela ativação dos receptores alfa 2, sendo que a magnitude
e duração destes eventos são dose-dependentes. A xilazina também provoca
alterações hormonais transitórias no hormônio de crescimento, testosterona,
prolactina, hormônio antidiurético e nos níveis do hormônio folículo
estimulante (LEMKE, 2007).
O tônus do miométrio e a pressão intrauterina aumentam após a injeção
de xilazina em bovinos, enquanto que nas ovelhas prenhes ocorre aumento na
contração uterina e diminuição na atividade diafragmática do feto uma hora
após a aplicação do fármaco. A aplicação de fármacos agonistas alfa 2
produzem aumento na pressão intrauterina de éguas. Embora a ocorrência de
problemas reprodutivos não esteja bem relacionada com a aplicação de xilazina
durante as diferentes fases da gestação, deve-se levar em consideração que esse
fármaco ocasiona redução do débito cardíaco fetal e do fornecimento de
oxigênio ao feto (LEMKE, 2007).
Deve ser cuidadosamente considerado a utilização de xilazina quando
existirem complicações como aberrações cardíacas, hipotensão arterial ou
choque, depressão respiratória, problemas renais e/ou hepáticos bem como
deve-se ter cautela ao manipular animais sob efeito do fármaco uma vez que os
mesmos podem reagir de forma violenta contra o profissional (GROSS, 2003).
As doses recomendadas de xilazina para ruminantes e pequenos ruminantes são
de 0,05-0,1 mg/kg por via intravenosa, 0,1-02 mg/kg por via intramuscular e
para os equinos as dose variam entre 0,5-1,0 mg/kg por via intravenosa e 1,0-
2,0 mg/kg por via intramuscular (LEMKE, 2007).
Em grandes animais a xilazina é utilizada para promover sedação e
analgesia para a realização de procedimentos diagnósticos e procedimentos
cirúrgicos menos invasivos, esse fármaco também pode ser utilizado como
medicação pré-anestésica antes da indução da anestesia pela cetamina associada
a um benzodiazepínico ou pelo tiopental. Uma outra utilização da xilazina para
grandes animais é na preparação da anestesia total intravenosa, onde esta é
associada ao éter gliceril guaiacólico e a cetamina (LEMKE, 2007). RIBEIRO
et al. (2012) relataram que após a administração de 0,1 mg/kg por via
intravenosa de xilazina em bovinos, os animais apresentaram intensa ataxia,
com sinais evidentes de sedação e apresentaram decúbito, permanecendo por
até 40 minutos. Os autores também informaram que os animais tiveram queda
na freqüência cardíaca e respiratória, redução da pressão arterial média e
diminuição dos movimentos ruminais.
Figura 4: Mecanismo de ligação dos fármacos agonistas alfa-2 aos
receptores adrenérgicos pré e pós sinápticos e os efeitos que são
desencadeados após a ligação.
8.3 FARMACODINÂMICA
A respeito da farmacodinâmica a Xilazina possui propriedades
sedante, hipnótica, anestésica local, hipotensora e relaxante da musculatura
esquelética. É um potente agonista sintético dos receptores alfa-2
adrenérgicos. A activação dos adrenoreceptores alfa-2 induz uma diminuição
na formação e libertação da noradrenalina no sistema nervoso central. A
inibição do tónus simpático produzida conduz a um modelo de resposta
farmacológica que inclui sedação, analgesia, bradicardia, hipertensão seguida
de hipotensão e hipotermia. A xilazina produz relaxamento muscular por
inibição da transmissão intraneural dos impulsos no SNC.
9. CONCLUSÃO
Com esta aula prática, foi possível alcançar todos os efeitos esperados sobre a
atuação do fármaco Xilazina além de entender todo seu processo em comparação com
outros fármacos agonistas Alfa-2 adrenérgicos, bem como agregar os conhecimentos
teóricos e práticos de Farmacologia, especialmente Farmacocinética, Farmacodinâmica
e vias de Administração dos Anestésicos Locais. Dessa forma, a literatura usada nesse
relatório proporcionou um aprofundamento do conhecimento em questão e contribuiu
para a formação acadêmica em Medicina. A observação, análise e comparação dos
dados na aula prática mostraram a grande importância de aprender sobre os
medicamentos, seus efeitos e suas finalidades. Além disso, houve um bom aprendizado
a respeito do uso de anestésicos locais na realização de cirurgias em geral , bem como o
aprimoramento das habilidades de analisar, criticar e acompanhar os experimentos.
Tudo isso é relevante para a formação médica.