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Mó dulo: 0728 – Compras e

Avaliaçã o de Fornecedores

EFA Técnico/a de Qualidade


Mó dulo Nº. 0728 –
Compras e Avaliaçã o de Fornecedores

Índice

Conteúdo

O que é uma empresa ..............................................................................................................3


Receber e analisar as requisições de compra.......................................................................4
Seleção de Fornecedores......................................................................................................6
Determinar os preços corretos .............................................................................................16
Emitir pedidos de compra.......................................................................................................17
Receção e aceitação das mercadorias.................................................................................18
Stocks........................................................................................................................................18
Armazenagem..........................................................................................................................24
Inventários.................................................................................................................................25
Métodos de custeio..................................................................................................................26

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O que é uma empresa?


Uma empresa é uma unidade económico-social, integrada por elementos humanos,
materiais e técnicos, que tem o objetivo de satisfazer necessidades através da sua
participação no mercado de bens e serviços tendo como finalidade a maximização
dos lucros para a sustentabilidade da organização.

O que é uma compra?


Uma função que consiste:

Em abastecer a empresa

Colocar à disposição as mercadorias e os produtos necessários.

Numa tarefa de grande responsabilidade;

Numa definição inicial do custo e da qualidade do produto final.

Ciclo das compras

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1º. Receber e analisar as requisições de compra

 Quem faz a requisição?


 Quem avalia a requisição?
 Quem autoriza a compra?

Receber e analisar as requisições de compra: As requisições de compras têm início


com o departamento ou a pessoa que será o usuário final. No ambiente de MRP
(Material Requirement Planning), o chefe de compras avalia a requisição, se
conforme, autoriza o departamento de compras a ir adiante e processar um pedido
de compra. No mínimo, as requisições de compra contêm as seguintes
informações:

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• Identidade do requisitante, aprovação assinada, e conta em que será debitado o


custo;
• Especificação do material;

•O valor unitário;

• Quantidade e unidade de medida;

•Data e local de entrega exigidos;

•Qualquer outra informação complementar necessária.

O Chefe de compras

 É o elemento responsável por todas as aquisições;

 Deve possuir elevados conhecimentos técnicos;

 Deve prezar a lealdade e a honestidade;

 Possuir capacidade de resistência;

 Conter uma vasta experiência profissional;

 Privilegiar o diálogo com os chefes das secções e com os fornecedores;

 Deve realizar visitas regulares aos principais mercados e empresas


abastecedoras da região.

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2º. Seleção de Fornecedores

Contratar um fornecedor não deve representar apenas a aquisição de mais um


produto ou serviço em sua empresa, mas sim uma estratégia de gestão, pois trará
impactos na qualidade dos produtos e serviços de sua empresa, e com isso na
rentabilidade do seu negócio

Quais os critérios para a seleção de bons fornecedores?

2.1 Competências essenciais

São os recursos exclusivos de um fornecedor, seus pontos fortes e estratégicos,


como:

- Uma equipe de trabalho bem treinada e flexível;

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- Instalações bem localizadas;

- know-how mercadológico e seus sistemas e tecnologias.

- Parece óbvio, mas o conjunto dessas competências permite-nos esperar dos


fornecedores soluções inovadoras e o aperfeiçoamento contínuo dos
processos de produção.

2.2 O Preço

Nem sempre o preço mais barato é a melhor opção, pois em muitos casos isso
representa produtos e serviços de baixa qualidade. Devemos sempre nos
preocupar com o custo-benefício: pagar um pouco mais por um produto ou serviço
que terá uma maior durabilidade ou rendimento pode ser o melhor negócio para
nossa empresa.

2.3 Qualidade dos produtos e serviço

É essencial que uma empresa conheça qual a qualidade dos produtos e serviços
dos fornecedores que pretendem contratar. Ter um feedback de outras empresas
que já usufruíram dos mesmos produtos e serviços seria uma forma mais rápida de
comprovar essa qualidade.

Mas nem sempre a mais eficaz, certificar-se da qualidade de um fornecedor,


consiste em demonstrar a conformidade das características de um produto.

É necessário estabelecer critérios e parâmetros relativamente ao produto que


vamos adquirir, tais como:

- O cumprimento das normas de qualidade exigidas;

- Os materiais usados

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- A consistência e eficácia das várias operações individuais no processo produtivo


que nos evidencie que pode repetidamente produzir produtos/serviços de alta
qualidade.

2.4 Estabilidade financeira

É importante ter certeza de que nossos fornecedores possuem uma boa “saúde
financeira”, pois disso poderá depender o cumprimento dos prazos e até mesmo a
qualidade do serviço. É preciso ter a confiança de que os fornecedores que
contratamos hoje ainda existirão amanhã.

Então, a avaliação financeira de um fornecedor tem como objetivo conhecer a sua


capacidade de manter um negócio e satisfazer as necessidades atuais e futuras de
um cliente, tendo em conta que a sua saúde financeira garanta a capacidade de
produção e não ponha em causa a entrega dos produtos/serviços encomendados.

2.5 Agilidade e flexibilidade

Fornecedores que demonstram agilidade no atendimento e flexibilidade na


produção tendem a ter maior capacidade de compreender e se adequar as
necessidades da sua empresa, proporcionando um melhor desempenho, tendo
sempre em conta que a sua capacidade tecnológica de informação garanta uma
comunicação eficaz com o cliente.

Tecnologia de informação e comunicação

Os três pontos básicos que as empresas devem focar são:

Qualidade;

Custo;

Rapidez.

As organizações precisam de processos ágeis e automatizados para acompanhar a


velocidade do mercado. A tecnologia da informação faz com que a empresa ganhe

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agilidade, logo é necessário identificar o grau tecnologico dos nossos fornecedores,


dado que, não só é uma forma de comunicação assim como uma importante
ferramenta no que diz respeito ao acompanhamento das constantes mudanças do
mercado e das suas exigencias, tornando-os mais competitivos.

2.6 Especificações técnicas e normas administrativas

É importante que nossos fornecedores sejam empresas preocupadas com as


especificações técnicas do produto, as rotinas administrativas e as normas de
segurança no trabalho, assim como sejam empresas legalmente constituídas. Exija
sempre a legalidade dos fornecedores em todos os níveis.

Rotinas administrativas

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2.7 Cumprimento dos prazos

Os fornecedores devem ter e demonstrar seriedade e comprometimento com os


prazos, além de segurança e confiabilidade na entrega de um pedido ou na
prestação de um serviço. Executar sempre o combinado na entrega ou na
prestação, e cumprir rigorosamente com os prazos são diferenciais que devemos
cobrar sempre de nossos fornecedores.

2.8 Sustentabilidade

Hoje é imprescindível que as empresas possuam uma consciência sustentável, e


estejam preocupados com os impactos ambientais na produção de bens e serviços,
assim como o descarte e o reaproveitamento de materiais. Também faz parte do
desenvolvimento sustentável a preocupação com o bem-estar e com a satisfação
dos seus funcionários, que são os executores diretos da prestação de serviço.

Sustentabilidade empresarial

Além de respeitar o meio ambiente, a sustentabilidade empresarial tem a


capacidade de mudar de forma positiva a imagem de uma empresa junto aos
consumidores. Com o aumento dos problemas ambientais gerados pelo
crescimento desordenado nas últimas décadas, os consumidores ficaram mais
conscientes da importância da defesa do meio ambiente. Cada vez mais os
consumidores vão buscar produtos e serviços de empresas sustentáveis.

Vantagens das práticas empresariais sustentáveis

- Melhoria da imagem da empresa junto aos consumidores e comunidade em geral.

- Economia, com redução dos custos de produção. Isto é obtido, por exemplo,
através da reciclagem, reutilização da água, reaproveitamento de sobras de
matéria-prima e medidas de economia de energia elétrica.

- Melhoria nas condições ambientais do planeta. Afinal de contas, os empresários


possuem filhos e netos que viverão num mundo futuro melhor ou pior, dependendo
do que for feito na atualidade.

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- Satisfação dos funcionários e colaboradores. Em função da consciência ambiental,


muitas pessoas tem satisfação em trabalhar em empresas sustentáveis.

- Valorização das ações em bolsas de valores. Cada vez mais, investidores têm
procurado dar mais atenção para a compra de ações de empresas sustentáveis
socialmente e ambientalmente.

- Uso de sistemas de tratamento e reaproveitamento da água.

- Uso racional da água e da energia elétrica. 

- Reciclagem do lixo sólido.

- Reutilização de sobras de matéria-prima.

- Criação de projetos educacionais voltados para a preservação do meio ambiente.

- Adoção de projetos que visem o desenvolvimento educacional e cultural da


comunidade em que a empresa está inserida

- Uso de materiais recicláveis para a confeção de embalagens dos produtos.

- - Uso de sacolas biodegradáveis (caso de supermercados, por exemplo).

- - Uso de filtros que retém os poluentes emitidos em determinadas fases da


produção industrial.

- - Não descartar esgoto ou resíduos químicos em rios, córregos ou lagos.

- - Não poluir o solo com produtos químicos ou qualquer outro material


poluente.

- - Não utilização, em hipótese alguma, de trabalho infantil, forçado ou


escravo.

- - Respeito total as leis ambientais do país.

- Não adotar práticas que visem tirar vantagens em concorrências públicas. A


empresa sustentável não deve aderir, em hipótese alguma, à esquemas de
corrupção. Vale lembrar que recurso público desviado por corruptos significa

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menos investimentos em áreas essenciais para a população (saúde,


educação, transportes, lazer e etc.).

- - Uso nos processos de produção, quando possível, de fontes de energia


limpa e renovável.

- Não utilização de formas de discriminação (raça, cor, religião, opção sexual e


etc.) nos processos de seleção de funcionários. Uso de formas justas,
respeitando os princípios de igualdade de direitos no processo seletivo.

- - Respeito às leis trabalhistas do país, fazendo o pagamento de forma justa e


garantindo todos os direitos dos trabalhadores.

- - Uso de práticas de produção que garantam a total segurança dos


funcionários no ambiente de trabalho.

- Produção de mercadorias e prestação de serviços que não coloquem em


risco a saúde e a segurança física ou psicológica dos consumidores.

- Uso de contratos com consumidores e outras empresas que sejam claros,


objetivos e justos.

- Informar de forma adequada os consumidores a respeito das características dos


produtos que vendem ou dos serviços que prestam. Além disso, é importante que a
empresa oriente seus consumidores a respeito do descarte das embalagens,
produtos com validade vencida ou que não serão mais utilizados por qualquer outro
motivo.

- Fornecimento de um sistema de atendimento ao consumidor (SAC) eficiente.

- Adoção, quando for o caso, do sistema de logística reversa. Este visa evitar
que determinados produtos sejam descartados no meio ambiente. Empresas
fabricantes de pneus, pilhas, baterias, medicamente e outros produtos que
possam poluir o meio ambiente devem utilizar este processo.

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3º. Determinar os preços corretos

Essa é uma responsabilidade do departamento de compras, intimamente ligada


à seleção dos fornecedores. O departamento de compras também é
responsável por negociar o preço, e tentará obter o melhor preço junto ao
fornecedor.

É geralmente desejável emitir uma solicitação de cotação. Trata-se de um


requerimento por escrito que é enviado a um número suficiente de fornecedores
para garantir que cotações competitivas e confiáveis sejam recebidas. Não se
trata de um pedido de venda.

Depois que os fornecedores completam e devolvem as cotações ao comprador,


as cotações são analisados quanto a preço, obediências às especificações,
termos e condições de venda, entrega e termos de pagamento. Para itens cujas
especificações podem ser descritas precisamente, a escolha é provavelmente
feita com base no preço, entrega e termos de venda.

Logo o preço de compra está ligado intimamente ao preço de venda, o nível de


determinação de preço, isto é, a identificação monetária de cada bem, defende
uma análise que engloba fatores distintos e diversos de apreciação, que devem
ser considerados de acordo com a política financeira da empresa e as
características próprias do mercado e do produto, como por exemplo:

a) Fator custo;

b) Margem de lucro;

c) Concorrência:

d) Custos diretos (mão-de-obra, matéria prima, gastos gerais de fabrico);

e) Custos indiretos (custos de distribuição e publicidade, armazém e


administrativos);

e) Mercado consumidor

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5º. Emitir pedidos de compra

Ordem de compra ou nota de encomenda é uma oferta legal de compra. Uma


vez aceita pelo fornecedor, ela torna-se um contrato legal para entrega das
mercadorias de acordo com os termos e condições especificados no contrato de
compra.

A nota de encomenda é preparada com base na requisição de compra ou nas


cotações, e também em qualquer outra informação adicional necessária. Envia-se
uma cópia ao fornecedor; o departamento de compras retém uma cópia, e outras
são enviadas para outros departamentos, tais como o de contabilidade, o
departamento requisitante e o departamento de receção.

6º. Seguimento e entrega

O fornecedor é responsável pela entrega pontual dos itens pedidos. O


departamento de compras deve garantir que os fornecedores realmente entreguem
pontualmente.

Se houver dúvidas quanto ao cumprimento dos prazos de entrega, o departamento


de compras deve descobrir a tempo de tomar medidas corretivas. Isso pode
envolver a agilização do transporte, fontes alternativas de suprimentos, um trabalho
junto ao fornecedor para sanar seus problemas ou a reprogramação da produção.

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7º. Receção e aceitação das mercadorias

Quando as mercadorias são recebidas, o departamento de receção/armazém


confere as mercadorias para garantir que foram enviados os produtos corretos, na
quantidade certa e que não foram danificados no transporte. Usando a sua cópia da
nota de encomenda, o departamento de receção aceita as mercadorias e assina a
nota de entrega.

Se for necessária outra inspeção, por exemplo, do controle de qualidade, as


mercadorias são enviadas ao departamento correspondente ou retiradas para
inspeção. Se as mercadorias recebidas estiverem danificadas, o departamento de
receção avisará o departamento de compras e reterá as mercadorias para outras
providências (ex: devolução de mercadorias).

8º. Aprovação da fatura do fornecedor para pagamento:

Quando é recebida a fatura do fornecedor, há três informações que devem


concordar: o pedido de compra, o relatório de recebimento e a fatura. Os itens e as
quantidades devem ser os mesmos em todos os documentos; os preços e suas
extensões devem ser os mesmos no pedido de compra e na fatura.

Todos os descontos e termos do pedido original de compra devem ser comparados


com a fatura. É função do departamento de compras verificar esses aspetos e
resolver quaisquer diferenças. Uma vez aprovada, a fatura é enviada ao
departamento de contas a pagar.

Stocks

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Conjunto de operações que permite, após conhecer a evolução dos stocks, que se
verificou na empresa, formular previsões destes e tomar decisões de quanto e
quando encomendar com a finalidade de conseguir a melhor qualidade ao menor
custo.

Quais são as vantagens e desvantagens de constituir stocks?

 Fatores mais relevantes que levam as organizações a constituir stock:

o Para assegurar o consumo regular de um produto em caso da sua


produção ser irregular;

o Geralmente, na compra de grandes quantidades beneficia-se de uma


redução do preço unitário;

o Não sendo prático o transporte de produtos em pequenas


quantidades, opta-se por encher os veículos de transporte no intuito
de economizar nos custos de transporte, o que se traduz numa
constituição de stock;

o A existência de stock pode-se justificar apenas pela legítima


preocupação em fazer face às variações de consumo;

o Para prevenção contra atrasos nas entregas , provocados por avarias


durante a produção, greves laborais, problemas no transporte, etc;

o Armazenamento de produtos, se a produção for superior ao consumo,


em alturas de crise poderá contribuir para evitar tensões sociais;

o Beneficia-se da existência de stock, quando este evita o incómodo de


se fazer entregas ou compras demasiado frequentes.

Desvantagens na constituição de stocks

 Principais inconvenientes na constituição de stocks:

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› Certos produtos não possuem condições de serem mantidos em stock


ou poderão ser mantidos em períodos muito curtos;

› O custo de posse traduz-se no facto de existir material não vendido


que vai acabar por imobilizar capital sem acrescentar valor;

› A rutura apresenta-se como um enorme inconveniente, visto que a


ocorrência desta irá provocar vendas perdidas e em casos extremos
poderá levar à perda de clientes.

Tipos de stocks

Stock normal: agrupa todos os artigos consumidos de modo mais ou menos regular.
Este divide-se em stocks ativos e stocks de reserva.

 Stock normal: agrupa todos os artigos consumidos de modo mais ou menos


regular. Este divide-se em stocks ativos e stocks de reserva.

› Stock activo: artigo que no armazém ocupa o espaço dos


equipamentos de arrumação (estantes, caixas, etc.)de onde são
retirados para satisfação imediata das necessidades correntes dos
consumidores.

› Stock de reserva: é constituído pelas existências de stock normal que


não estão no local destinado ao stock ativo.

 Stock de segurança (ou de proteção): parte do stock global destinado a


tentar prevenir ruturas de material, provenientes de:

- Eventuais excessos de consumo em relação aos previstos;

- Aumentos de prazo de entrega em relação aos que tinham sido acordados;

- Rejeições de material na sua receção;

- Falta de material por deterioração, roubos, etc.

 Stock afetado: parte do stock global que se encontra destinado a fins


específicos.

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Quando um artigo, embora constitua consumo de vários serviços, é


fundamental para o consumo de um deles e está a escassear, por vezes reserva-se
parte do seu quantitativo retirando-a do stock normal onde fisicamente se encontra.

Classificação de stocks

No que se refere à sua posição em relação ao processo produtivo, os stocks podem


classificar-se:

1. Produtos de comercialização – produtos adquiridos aos fornecedores destinados


à venda.

2. Produto de consumo – produtos adquiridos aos fornecedores para consumo


interno da organização.

3. Matérias-primas ou componentes – artigos que se incorporam no produto final.

4. Materiais auxiliares – materiais que se destinam à fabricação mas que não se


incorporam na produção.

Baseado na sua utilidade, os stocks podem ainda ser colocados numa destas
categorias

• Stock em lotes - constitui o stock adquirido no sentido de antecipar as


exigências, nesse sentido, é feita uma encomenda em lotes numa
quantidade maior do que o necessário;

• Stock de segurança - é o stock destinado a fazer face a incertezas tanto do


ponto de vista do fornecimento como das vendas;

• Stock sazonal - trata-se do stock constituído para afrontar picos de procura


sazonais, ou ruturas na capacidade produtiva.

• Stock em trânsito - são artigos armazenados com vista a entrarem no


processo produtivo.

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Sistema de gestão de stocks

Domínios da Gestão de Stocks

O Sistema de Gestão de Stocks tem como objetivo primordial gerir três domínios
importantes:

-Gestão Administrativa de Stocks - identifica-se na prática com a gestão de


Aprovisionamento, e centra-se na requisição externa. Gere todo o processo de
contratação e requisição de bens e serviços.

Gestão de Materiais - preocupa-se essencialmente com as entradas, saídas, e


disposição dos materiais no armazém.

-Gestão Económica de Stocks - decidir acerca dos artigos a adquirir, assim como,
das suas quantidades.

Gestão Administrativa de stocks

O conhecimento das existências, em quantidade e em valor, responde a várias


necessidades da empresa, servindo para “alimentar a contabilidade”, gerir a
tesouraria e gerir os reaprovisionamentos.

É indispensável o conhecimento do preço unitário dos artigos para os poder integrar


no cálculo dos preços de custo dos produtos finais ou em curso.

É portanto necessário que os stocks e os seus movimentos sejam corretamente


valorizados.

Em termos de gestão dos stocks, o inventário permanente permite informar as


quantidades e os preços unitários, bem como o valor dos consumos anuais,
parâmetros de base para definir o período económico de encomenda.

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Por outro lado, os preços unitários informados servem de referência aos


compradores permitindo determinar os preços de faturação dos artigos cedidos a
outros serviços da empresa ou vendidos ao exterior.

 Em suma, o conhecimento global do stock só se obtém quando se fala em


unidades monetárias e não apenas em quantidades. Daí a necessidade de
dispor de dados quantificados e valorizados sobre stocks (os consumos,
as entradas e os stocks detidos).

Assim a Gestão Administrativa de Stocks tem como objetivos:

• Registar, as entradas e saídas dos bens;

• Conhecer as quantidades dos diversos bens, existentes em armazém;

• Planear a entrega das encomendas dos clientes;

• Analisar desvios entre as quantidades existentes e as que deveriam existir.

• Controlar os stocks, comparando as existências reais com os saldos das


fichas de armazém

• Analisar os desvios verificados em existências

• Manter atualizadas as previsões de receção de encomendas dos


fornecedores.

O Serviço Administrativo deve a cada momento TER CONHECIMENTO:

 O QUE EXISTE em stock – através da identificação dos artigos, por


exemplo, utilizando códigos de barras;

 QUANTO EXISTE em stock, assegurar o controlo permanente do armazém,


através de:

-Armazém: registo de entradas e saídas e elaboração de fichas de stocks;

-Gestão administrativa: verificação de desvios, controlar e comparar stocks.

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-Em que local (ONDE) está – facilidade de localização e arrumação, utilizando um


código.

Gestão material de stocks

Objetivos:

 Facilitar a receção, conferência, Arrumação e expedição dos bens;

 Dispor as quantidades armazenadas no mínimo espaço, devidamente


referenciado, com fácil acesso, permitindo as convenientes movimentações;

 Proteger os bens de deterioração e roubo;

 Planear cada armazém por forma a adaptar-se fácil e economicamente a


futuras necessidades diferentes, no que respeita a tipos de bens, volumes de
armazenagem e quantidades de receção e/ou expedição;

 Racionalizar as tarefas dos trabalhadores que operam nos armazéns e


minimizar a probabilidade de acidentes.

Controlo de stocks

 OPERAÇÕES DA GESTÃO DE STOCKS

◦ Armazenagem

◦ Gestão das entradas/saídas

◦ Inventários

Armazenagem

› Gestão mono-armazém / mono-localização

› Neste tipo de organização todos os produtos são armazenados e geridos


num único lugar. Este tipo de organização tem a vantagem de simplificar a
gestão do stock mas implica necessariamente numerosas movimentações de
onde resultam atrasos e custos.

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Armazenagem

◦ Gestão multi-armazém / multi-localização

 Com o objetivo de minimizar as movimentações é, por vezes, preferível


repartir os stocks por vários locais de armazenagem. Cada armazém
agrupa os produtos por tipo (produtos acabados, matérias-primas) ou em
função de proximidade geográfica.

Gestão de entradas e saídas

Receção

 Consiste na entrada de um produto em armazém. Para este tipo de


transação deve-se verificar a conformidade dos produtos recebidos bem
como a sua qualidade.

Entrega

 Os artigos solicitados são retirados do stock sob a forma de nota de


encomenda de um cliente (produtos acabados) ou uma ficha de saída
(produtos fabricados).

Inventários

Um inventário consiste numa operação de contagem física dos artigos nas


prateleiras do armazém.

• Diferentes tipos de inventário:

1.Inventário permanente: Consiste em manter permanentemente actualizadas as


quantidades de cada artigo em stock através das transacções.

2.Inventário intermitente :É realizado no final do ano contabilístico. Efetua-se para


todos os artigos da empresa o que implica uma apreciável carga de trabalho que
pode perturbar a sua atividade.

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3.Inventário rotativo: Consiste em examinar o stock por grupos de artigos e


verificar a sua exatidão em termos de quantidades e localização desses artigos. A
frequência de realização deste inventário é diferente consoante o tipo/importância
do artigo.

Valorimetria

Critérios de valorimetria das existências

- A entrada das mercadorias em armazém é sempre registada ao preço de


custo, o que deve incluir as despesas de compra e excluir os descontos comerciais
obtidos.

- A saída, pelo contrário, depende do critério de valorimetria de existências


utilizado pela empresa. Ou seja, o custo pela qual as mercadorias saem do
armazém para venda.

Métodos de custeio

• a) Custo específico;

• b) Custo médio ponderado ;

• c) FIFO;

• d) LIFO;

Nota: Os mais utilizados são o FIFO e o Custo Médio Ponderado

Custo específico – as existências são avaliadas pelo seu custo real ou efetivo.

Utilizado por empresas que comercializam artigos de elevado valor ou cujo número
de artigos para venda seja muito elevado

Exemplo: stands

Custo médio ponderado – as saídas do armazém são valorizadas ao custo


médio das entradas.

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• CMP = Q1 x P1 + Q2 x P2

Q1 +Q2

Q – quantidade

P - preço

Vantagem e desvantagens

 Custo Médio Ponderado

Vantagem:

 Minimiza os efeitos das variações dos custos de aquisição e de produção.

Desvantagem:

 O custo atual de um dado produto, ao ser ponderado por um preço mais


antigo, pode vir a ser substancialmente alterado, afastando-se do seu valor
real.

FIFO (First In, First Out)

 Com este método de avaliação, o sistema parte do princípio de que os


artigos que entraram primeiro no armazém serão também os primeiros a sair.
Isto significa que as mercadorias são valorizadas pelos preços mais antigos.

 Vantagem e desvantagens

FIFO (First in, First Out)

Vantagem:

 As existências que permanecem em armazém ficam valorizadas aos preços


mais recentes.

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FIFO (First in, First Out)

Desvantagem:

 Os custos da vendas, sendo os mais antigos, podem mostrar-se bastante


aquém dos preços de mercado, principalmente se a rotação é lenta.

LIFO (Last In, First Out )

 Com este método de avaliação, o sistema parte do princípio de que os


artigos que entraram por último no armazém serão os primeiros a sair.

Exemplo:

Aquisição sucessiva dos seguintes lotes da mesma mercadoria:

 Outubro de 2013: Quantidade – 100 Preço unitário: 10 Euros

 Novembro de 2013: Quantidade – 200Preço unitário:12 Euros

 Dezembro de 2013: venda de 150 unidades

Apuramento do CMVMC:

CMVMC = Ei + Compras +/- Reg. Existências – Existências finais

 Custo médio ponderado

 FIFO

 LIFO

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Comparação dos métodos: FIFO e Custo Médio Ponderado

 Os valores obtidos pelos vários métodos serão tanto mais diferentes


quanto forem as variações dos preços de aquisição, ou seja, quanto
maior for a instabilidade dos preços.

 O método FIFO implica um afastamento sensível do custo atual das


entradas, do custo das saídas, as quais só tardiamente se refletem na
evolução dos preços;

 O método do Custo Médio Ponderado situa-se numa posição intermédia: o


custo das saídas não se afasta tanto do custo atual das entradas como o
FIFO.

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 O registo destes critérios de valorimetria são feitos em :

TIPOS DE MOVIMENTOS MAIS UTILIZADOS:

Os materiais dentro da empresa estão sujeitos aos mais diversos tipos de


movimentos. Os mais usuais são os seguintes:

 Entradas de compras – produtos provenientes de fornecedores que


promovem o aumento das existências;

 Saídas para utilização interna – produtos requisitados para uso na própria


empresa e que originam a redução das existências;

 Expedição – movimento de saída para o exterior que conduz à redução das


existências;

 Transferências – movimentos entre armazéns ou entre locais de


armazenagem, que não conduzem ao aumento em termos globais do
inventário

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 Devoluções de fabricação – ou mais genericamente devoluções de


utilização, compreendem movimento de entrada em stock proveniente de
saídas de stock não utilizadas

 Devoluções a fornecedores – movimento de saída resultante da não-


aceitação de materiais provenientes de compras, mas cuja não conformidade
só foi detetada após o movimento de Entrada da Compra.

Custos de stocks

 Todos os stocks incorrem em custos.

 Existem 4 tipos de custos inerentes à gestão económica dos stocks:

◦ (CA) Custo de aquisição (custo de compra) - engloba custos de


transporte, inspeção, receção, etc.

◦ (CE) Custo de lançamento ou efetivação da encomenda

◦ (CP) Custo de posse- com a manutenção dos stocks, conservação,


etc.

◦ Custos de rutura de stocks- quando o armazém não satisfaz a


procura.

Custo de compra (Custo de aquisição)

 Custo de compra (CA):

Inclui:

▪ A preparação das requisições;

▪ A seleção de fornecedores;

▪ A negociação;

▪ Os transportes;

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Mó dulo Nº. 0728 –
Compras e Avaliaçã o de Fornecedores

O custo de compra (CA) é igual ao número de unidades compradas por ano (N)
vezes o preço médio unitário do artigo em causa (p), o qual resultará de uma média
de todos os preços praticados durante o ano.

CA = N x p

 Para minimização deste custo, o gestor de stocks deve procurar satisfazer


três condições de redução de p (uma vez que as urgências do
consumo/produção determina N):
- Reduzir tanto quanto possível as compras de urgência, porque estas
contribuem para a subida dos preços – a prioridade principal passa a ser a rapidez
da entrega da encomenda e não o preço.
- Tentar evitar prazos de pagamento longos porque
conduzem a preços de encomenda mais elevados.
- Organizar as compras de modo a centralizá-las, porque aumenta o
poder negocial da empresa.

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Mó dulo Nº. 0728 –
Compras e Avaliaçã o de Fornecedores

Custo de encomenda
 Custo de realização da encomenda (CE):

É igual ao custo de realização de uma encomenda (E) vezes o número de


encomendas efetuadas durante um ano.
CE = E x n.º encomendas
O valor E obtém-se somando todos os gastos efetuados diretamente e
indiretamente com a realização das encomendas e dividindo-os pelo número anual
de encomendas:
 Custo de realização da encomenda (CE):

É igual ao custo de realização de uma encomenda (E) vezes o número de


encomendas efetuadas durante um ano.
CE = E x n.º encomendas

O valor E obtém-se somando todos os gastos efetuados diretamente e


indiretamente com a realização das encomendas e dividindo-os pelo número anual
de encomendas:

Amortizações das instalações e equipamentos do sector das compras;

- Custos indiretos relacionados com a encomenda, como os de aquecimento,


iluminação, telefonem, fax, e-mails, selos, etc, que só aproximadamente e por
cálculos indiretos poderão ser afetados às compras.

O somatório destes custos dá-nos o custo total anual das encomendas, o


qual dividido pelo número de encomendas realizadas no mesmo período de tempo
é igual ao custo de realização de uma encomenda (E). Se considerarmos que
frequentemente numa encomenda (nota de encomenda) existe mais do que um
artigo pedido, então deverá ser considerado o número anual de artigos
encomendados em vez do número anual de pedidos.

Custo de posse ou custo de armazenagem


 Custo de Posse (CP)

O custo de posse do stock compreende duas categorias de despesas: o


interesse financeiro dos capitais imobilizados que se situa entre 10 e 15% e os
gastos de armazenagem que podem atingir 5 a 10% do valor imobilizado.

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Mó dulo Nº. 0728 –
Compras e Avaliaçã o de Fornecedores

Os gastos de armazenagem são constituídos pelo custo de funcionamento dos


armazéns (remunerações e encargos, iluminação e força motriz, manutenção dos
locais e dos equipamentos), a amortização ou aluguer dos locais, a amortização
dos equipamentos, seguros, perdas por deterioração e roubo, custo de
obsolescência.

O custo de armazenagem envolve a taxa de posse dos stocks e o valor do stock


médio.

A taxa de posse dos stocks é constituída por:

- As despesas relativas aos armazéns;

- Juros do capital imobilizado em stocks;

- Desvalorização do stock.

Custo de Rutura

 Custo de Rutura

A rutura pode verificar-se nas duas atividades de produção:

- Fabricação: falta de materiais para dar continuidade ao processo


produtivo;

- Manutenção: falta de uma peça que origina paragem de fabrico e


cuja produção não pode ser recuperada.

• Estes são os custos associados à falta de um determinado produto. Estes


custos são muito difíceis de calcular e em muitos casos não passam de
estimativas, devendo por isso ser utilizados com algum cuidado.

• No entanto, é consensual que as roturas podem ter consequências muito


prejudiciais para as empresas. Como tal empresas estão dispostas a
suportar os custos de posse dos stocks de modo a evitar a rutura.

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Compras e Avaliaçã o de Fornecedores

• No caso mais simples o fornecedor pode perder o lucro resultante dessa


venda (poderá ainda perder a contribuição para a cobertura dos custos
fixos).

• No caso mais simples o fornecedor pode perder o lucro resultante dessa


venda (poderá ainda perder a contribuição para a cobertura dos custos
fixos).

• Para além disso, em consequência da rotura podem ser ativados


mecanismos de reposição que tem custos muito elevados: encomendas
de emergência, utilização de fornecedores alternativos, transporte de
mercadorias por meios expresso ou mesmo o armazenamento de produtos
parcialmente acabados.

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