Você está na página 1de 25

29/10/2022 12:19 UNINTER

AUDITORIA CONTÁBIL E
TRIBUTÁRIA
AULA 6

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

Prof. Paolla Hauser

CONVERSA INICIAL
Olá, aluno(a), tudo bem?
Nesta aula, trataremos de
assuntos relacionados ao relatório da auditoria, as diferentes
opiniões dos
auditores, os eventos subsequentes e a responsabilidade por erros e fraudes.
Te desejo uma ótima aula.

CONTEXTUALIZANDO
Os
relatórios de auditoria, considerados como peça separada das demonstrações contábeis,
devem ser emitidos com independência e asseguração, tanto é que a base para
opinião é formada
e indicada da seguinte forma no parecer de auditoria:

Fonte: parecer de
auditoria do Santander, referente ao exercício de 2020. Emitido pela
empresa de
auditoria PWC – PricewaterhouseCoopers.
Nesta aula você vai conhecer
como o parecer é formado e como o auditor emite sua opinião.
Opinião essa
bastante valiosa para apresentação da DF entre investidores, bancos, conselho
etc.

TEMA 1 – EVENTOS SUBSEQUENTES


https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

Os
eventos subsequentes estão previstos no CPC 24, e, pela referida norma
contábil, são
definidos como:
Evento subsequente ao período a que se
referem as demonstrações contábeis é aquele
evento, favorável ou desfavorável,
que ocorre entre a data final do período a que se referem as
demonstrações
contábeis e a data na qual é autorizada a emissão dessas demonstrações.
Dois
tipos de eventos podem ser identificados:
(a) os que evidenciam
condições que já existiam na data final do período a que se referem as
demonstrações
contábeis (evento subsequente ao período contábil a que se referem as
demonstrações que originam ajustes);
(b) os que são
indicadores de condições que surgiram subsequentemente ao período contábil
a
que se referem as demonstrações contábeis (evento subsequente ao período
contábil a que
se referem as demonstrações que não originam ajustes).
O
processo envolvido na autorização da emissão das demonstrações contábeis varia
dependendo da estrutura da administração, das exigências legais e estatutárias,
bem como dos
procedimentos seguidos na preparação e na finalização dessas
demonstrações.
As demonstrações contábeis
podem ser afetadas por eventos que podem ocorrer após a data
das demonstrações
contábeis. Muitas estruturas de relatórios financeiros referem-se
especificamente
a esses eventos.
Para a auditoria, a NBC TG
24 – Evento Subsequente analisa o tratamento nas demonstrações
contábeis de
eventos, favoráveis ou não, ocorridos entre a data das demonstrações contábeis
e a
data na qual é autorizada a conclusão da elaboração das demonstrações
contábeis.
Essas
estruturas costumam identificar dois tipos de eventos:
(a)
os que fornecem evidência de condições existentes na data das demonstrações
contábeis;
e
(b)
os que fornecem evidência de condições que surgiram após a data das
demonstrações
contábeis.
Exemplo
A administração da
entidade conclui, em 28 de fevereiro de 20x2, a sua minuta das
demonstrações
contábeis referentes ao período contábil encerrado em 31 de dezembro de
20x1.
Em 18 de março de 20x2, a diretoria examina as demonstrações e autoriza a sua
emissão. A entidade anuncia, em 19 de março de 20x2, o seu lucro e outras
informações
financeiras selecionadas. As demonstrações contábeis são
disponibilizadas aos acionistas e a
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

outras partes interessadas em 31 de março


de 20x2. Os acionistas aprovam as demonstrações
contábeis na sua reunião anual
em 30 de abril de 20x2, e as demonstrações contábeis
aprovadas são em seguida
encaminhadas para registro no órgão competente em 17 de maio
de 20x2.
As demonstrações
contábeis são autorizadas para emissão em 18 de março de 20x2 (data da
autorização da diretoria para emissão).
Em alguns
casos, exige-se que a administração da entidade submeta suas demonstrações
contábeis
à aprovação do conselho de administração e/ou conselho fiscal e/ou comitê de auditoria
(formados apenas por não executivos), se houver. Em tais casos, consideram-se
as demonstrações
contábeis autorizadas para emissão quando a administração
autoriza sua apresentação a esse
conselho e/ou comitê.
Exemplo:
Em 18 de março de 20x2,
a diretoria executiva da entidade autoriza a emissão de
demonstrações contábeis
para o seu conselho. O conselho é constituído exclusivamente por
não executivos
e pode incluir representantes de empregados e de outros interessados. O
conselho aprova as demonstrações contábeis em 26 de março de 20x2. As
demonstrações
contábeis são disponibilizadas aos acionistas e a outras partes
interessadas em 31 de março
de 20x2. Os acionistas aprovam as demonstrações
contábeis na sua reunião anual em 30 de
abril de 20x2, e as demonstrações
contábeis são encaminhadas para registro no órgão
competente em 17 de maio de
20x2.
As demonstrações contábeis são autorizadas para emissão em
18 de março de 20x2 (data da
autorização da administração para submissão das
demonstrações à apreciação do conselho).
Eventos subsequentes ao
período contábil a que se referem as demonstrações contábeis
incluem todos os
eventos ocorridos até a data em que é concedida a autorização para a emissão
das demonstrações contábeis, mesmo que esses acontecimentos ocorram após o anúncio
público
de lucros ou de outra informação financeira selecionada.
No que diz respeito ao
trabalho do auditor, existe a NBCTA 560 que trata do trabalho da
auditoria para
os eventos subsequentes.
Segundo a
norma, os objetivos do auditor são:
obter
evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre se os eventos ocorridos
entre a
data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor
independente que
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

precisam ser ajustados ou divulgados nas demonstrações


contábeis, estão adequadamente
refletidos nessas demonstrações contábeis; e
responder
adequadamente aos fatos que chegaram ao conhecimento do auditor
independente
após a data de seu relatório, que, se fossem do seu conhecimento naquela
data
(do relatório), poderiam ter levado o auditor a x por Crepaldi e
Crepaldi (2019, p. 495)
Um exemplo que pode ser
dado para o tema é a divulgação dos possíveis impactos que a
Covid-19 poderia
trazer aos balanços de 2019. Como você sabe, no Brasil, o estado de calamidade
pública foi decretado em março de 2020, época em que a maioria das empresas estavam
finalizando suas demonstrações contábeis para publicação, ao mesmo tempo em que
as auditorias
também estavam finalizando suas opiniões.
Desse modo, o Ibracon
divulgou informativo (circular 05/20) para orientar os auditores em
como
proceder com as informações correspondentes a eventos subsequentes, decorrente
da
Covid-19.
Aqui,
segue um trecho do que foi orientado:
A divulgação de Eventos
Subsequentes, de extrema importância no contexto da pandemia do
COVID-19, que
evoluiu e continua evoluindo, deve ser capaz de informar aos usuários das DCs
os impactos financeiros relevantes na posição patrimonial e nas operações da
Companhia. Ou
seja, as divulgações relacionadas a este tema devem ser
individualizadas, considerando os
fatos e circunstâncias específicas daquela
entidade auditada.
Para
uma companhia que apresenta DCs em 31 de março de 2020, por exemplo, o montante
da queda no volume de operações (vendas líquidas), margem bruta, resultado
operacional, ou
até lucro líquido, no mês de abril de 2020 quando comparado com
período comparativo
apropriado, pode ser uma informação relevante para os
usuários das suas informações
financeiras. Interrupções relevantes na operação,
como fechamento de fábricas ou lojas,
também podem ensejar a necessidade de
divulgação.
[...]
Portanto,
os auditores devem aplicar os procedimentos previstos nas normas de auditoria
ou
revisão, discutindo os eventos subsequentes com a administração e revisando
as divulgações
nas notas explicativas e a consistência com as divulgações no
relatório da administração.
A KPMG,
uma das empresas de auditoria consideradas como bigfour, apresenta
de forma clara
como as empresas deveriam avaliar os eventos subsequentes
advindos pela Covid-19.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

A
IAS 10/CPC 24 identifica dois tipos de eventos subsequentes:
Eventos Definição Efeitos nas
Demonstrações Financeiras
após a data
de reporte
Eventos que Aqueles que
evidenciem condições que já Deve ajustar os
montantes reconhecidos e
originam existiam na data final do período contábil a mensurados nas DFs.
ajustes que
se referem as DFs.
Eventos que Aqueles que são
indicadores de condições Deve divulgar a
natureza do evento e a estimativa dos
não
originam que surgiram após o período contábil a que efeitos nas DFs, ou uma declaração de
que tal
ajustes se
referem as DFs. estimativa não pode ser feita.

Fonte: KPMG, 2020.


As empresas devem
avaliar quais eventos fornecem evidências que impactam nas
demonstrações
contábeis do exercício seguinte para reporte do tema na demonstração.
Na figura abaixo,
podemos entender como avaliar os eventos subsequentes e a data do
reporte:

Fonte: KPMG, 2020.

TEMA 2 – IDENTIFICAÇÃO DE DISTORÇÃO RELEVANTE


https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

Das
normas de auditoria, a NCBTA 315 trata da identificação e avaliação dos riscos
de
distorção relevante e da responsabilidade do auditor sobre. De acordo com a
referida norma,
O objetivo do auditor é
identificar e avaliar os riscos de distorção relevante
independentemente se
causados por fraude ou erro, nos níveis da demonstração contábil e
das
afirmações, por meio do entendimento da entidade e do seu ambiente, inclusive
do
controle interno da entidade, proporcionando assim uma base para o
planejamento e a
implementação das respostas aos riscos identificados de
distorção relevante.
As distorções nas
demonstrações contábeis podem ter origem em fraude ou erro. O fator
distintivo
entre fraude e erro está no fato de ser intencional ou não intencional, devendo
o auditor
avaliar os riscos de distorção relevante independentemente se
causados por fraude ou erro, nos
níveis da demonstração contábil e das
afirmações, por meio do entendimento da entidade e do seu
ambiente.
De acordo
com a norma citada, para fins das normas de auditoria, os termos têm os
seguintes
significados:
a) Afirmações
são declarações da administração, explícitas ou não, que estão
incorporadas às
demonstrações contábeis, utilizadas pelo auditor para considerar os
diferentes
tipos de distorções potenciais que possam ocorrer.
b) Risco
de negócio é o risco que resulta de condições, eventos, circunstâncias, ações
ou falta de ações significativas que possam afetar adversamente a capacidade da
entidade
de alcançar seus objetivos e executar suas estratégias, ou do
estabelecimento de objetivos
ou estratégias inadequadas.
c) Controle
interno é o processo planejado, implementado e mantido pelos responsáveis
pela
governança, administração e outros empregados para fornecer segurança razoável
quanto à realização dos objetivos da entidade no que se refere à confiabilidade
dos relatórios
financeiros, efetividade e eficiência das operações e
conformidade com leis e regulamentos
aplicáveis. O termo “controles” refere-se
a quaisquer aspectos de um ou mais dos
componentes do controle interno.
d) Procedimentos
de avaliação de riscos são os procedimentos de auditoria aplicados
para a
obtenção do entendimento da entidade e do seu ambiente, incluindo o controle
interno
da entidade, para a identificação e avaliação dos riscos de distorção
relevante,
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

independentemente se causados por fraude ou erro, nos níveis das


demonstrações contábeis
e das afirmações.
e) Risco
significativo é o risco de distorção relevante identificado e avaliado que, no
julgamento do auditor, requer consideração especial na auditoria.

2.1 MEDIÇÃO E REVISÃO


A medição e a revisão do
desempenho das operações não são a mesma coisa que o
monitoramento dos
controles. A medição e a revisão do desempenho destinam-se a determinar se
o
desempenho do negócio está cumprindo os objetivos estabelecidos pela
administração (ou por
terceiros); já o monitoramento dos controles preocupa-se
especificamente com a operação eficaz
do controle interno.
Em alguns casos, os
indicadores de desempenho também fornecem informações que
capacitam a
administração a identificar deficiências no controle interno.
Exemplos de informações
geradas internamente pela administração para medir e revisar o
desempenho das
operações e que o auditor pode considerar incluem:
Principais
indicadores de desempenho (financeiros e não financeiros) e principais índices,
tendências e estatísticas operacionais;
Análises
de desempenho das operações período a período;
Orçamentos,
previsões, análises de variações, informações de segmento e relatórios de
desempenho divisionais, departamentais ou de outros níveis;
Medidas
de desempenho de empregados e políticas de remuneração;
Comparações
do desempenho da entidade com o da concorrência.
A divisão
do controle interno nos cinco componentes a seguir, para fins das normas de
auditoria, fornece uma estrutura útil para que os auditores considerem como
diferentes aspectos
do controle interno da entidade que podem afetar a
auditoria:
a. o
ambiente de controle;
b. o
processo de avaliação de risco da entidade;

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

c. o
sistema de informação, inclusive os processos relacionados de negócio
relevantes
para os relatórios financeiros e a comunicação;
d. as
atividades de controle; e
e. o
monitoramento de controles.
A divisão não reflete
necessariamente como a entidade projeta, implementa e mantém o
controle interno
ou como ela pode classificar qualquer componente específico.
Os auditores podem usar
terminologia ou estruturas para descrever os vários aspectos do
controle interno
diferentes, contanto que todos os componentes descritos sejam considerados.

2.2 PROCEDIMENTOS
Os
procedimentos para avaliação de riscos estão previstos na NBC TA 315. De acordo
com a
referida norma, os procedimentos incluem:
(a) indagações à
administração, às pessoas apropriadas da auditoria interna (se houver essa
função) e a outros na entidade que, no julgamento do auditor, possam ter
informações com
possibilidade de auxiliar na identificação de riscos de
distorção relevante causados por fraude
ou erro;
(b) procedimentos
analíticos;
(c) observação e
inspeção.
O auditor
deve considerar se as informações obtidas no processo de aceitação ou
continuidade do cliente são relevantes para a identificação de riscos de
distorção relevante.
Quando o auditor pretende
usar as informações obtidas em sua experiência prévia junto à
entidade e em
procedimentos de auditoria executados em auditorias anteriores, o auditor deve
determinar se as mudanças que ocorreram desde a auditoria anterior podem afetar
a sua
importância para a auditoria corrente.

2.3 CASO PETROBRÁS E PWC


Um caso conhecido é do ano
de 2014, quando a firma de auditoria da Petrobrás, a
Pricewaterhouse Coopers
(PwC) se recusou a assinar o balanço do terceiro trimestre, sem antes
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

receber
relatórios internos da estatal sobre as denúncias de corrupção por causa da
Operação
Lava-Jato.
No texto enviado à CVM, a Petrobras faz menção
ao "teor do depoimento do ex-diretor de
Abastecimento Paulo Roberto Costa
à Justiça Federal em 08/10/2014, quando fez declarações
que, se verdadeiras,
podem impactar potencialmente as demonstrações contábeis da
Companhia".
Por isso, explicou, "em decorrência do tempo necessário para se obter
maior
aprofundamento nas investigações em curso pelos escritórios contratados e
proceder aos
possíveis ajustes nas demonstrações contábeis com base nas
denúncias e investigações, não
está pronta para divulgar as demonstrações
contábeis". [1]
Segundo uma fonte, a PwC
teria se recusado novamente a assinar o balanço da estatal
referente ao
terceiro trimestre, alegando ser necessária uma análise sobre os relatórios
elaborados
pelas comissões internas de autoria da estatal.
O imbróglio começou no dia
31 de outubro, durante reunião do Conselho de Administração da
Petrobras. Na
ocasião, de acordo com uma fonte ligada à estatal, a PwC recusou-se a validar o
balanço, alegando que Sergio Machado, até então presidente da Transpetro, não
poderia assinar o
documento, já que seu nome havia sido citado por Paulo
Roberto Costa em seu depoimento ao
Ministério Público, como parte da delação
premiada.
Em uma tentativa de
viabilizar a aprovação, Machado anunciou licença não remunerada por 31
dias.
A firma de auditoria queria ainda
ver os relatórios das comissões internas da Petrobras. Essas
comissões geraram
relatórios das refinarias de Pasadena, nos Estados Unidos, do Comperj, no Rio
de Janeiro, e de Abreu e Lima, em Pernambuco. Esses relatórios já estão
prontos. A Price quer se
resguardar.
Porém, o fato de não aprovar
os balanços do terceiro trimestre não isenta a firma de ter
problemas, uma vez
que os trimestres anteriores foram todos assinados.

TEMA 3 – PARECER DE AUDITORIA


Os objetivos do auditor na
montagem e emissão do relatório de auditoria são: (i) formar uma
opinião sobre
as demonstrações contábeis com base na avaliação das conclusões alcançadas pela
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

evidência de auditoria obtida e (ii) expressar claramente essa opinião por meio
de relatório por
escrito.
O auditor deve formar sua
opinião sobre se as demonstrações contábeis são elaboradas, em
todos os
aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro
aplicável.
Para formar essa opinião, o
auditor deve concluir se obteve segurança razoável de que as
demonstrações
contábeis tomadas em conjunto estão livres de distorção relevante,
independentemente se causada por fraude ou erro. Essa conclusão deve levar em
consideração se
na conclusão o auditor obteve evidência de auditoria apropriada
e suficiente, se as distorções
identificadas durante a auditoria, distorções
não corrigidas, são relevantes individualmente ou em
conjunto.
O auditor deve avaliar se as
demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos
relevantes, de
acordo com os requisitos da estrutura de relatório financeiro aplicável. Essa
avaliação deve incluir a consideração dos aspectos qualitativos das políticas
contábeis da
entidade, incluindo indicadores de possível tendenciosidade nos
julgamentos da administração.
O auditor deve modificar sua
opinião, de acordo com a NBC TA 705, se concluir, com base em
evidência de
auditoria obtida, que as demonstrações contábeis tomadas em conjunto apresentam
distorções relevantes, ou não conseguir obter evidência de auditoria apropriada
e suficiente para
concluir que as demonstrações contábeis tomadas em conjunto
não apresentam distorções
relevantes.

3.1 OPINIÃO SEM MODIFICAÇÃO


A opinião sem modificação ocorre
em parecer de auditoria quando é realizado exame
conforme normas e legislação
vigente e todos os objetivos e aspectos relevantes são alcançados,
sendo as
demonstrações contábeis elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas
no
Brasil e que as demonstrações contábeis contêm todas as exposições
informativas necessárias.
Onde o auditor obteve evidências
de auditoria e não encontrou riscos, situações e/ou atestou
algo existente e
possível de alterações ou distorções relevantes e/ou materiais nas
demonstrações
contábeis.
Veja o
exemplo de uma opinião de auditoria, não modificada.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

Fonte: DF, 2020; Camil


Alimentos com parecer da auditoria.

3.2 OPINIÃO MODIFICADA


São estabelecidos três tipos
de opiniões com modificação: opinião com ressalva, opinião
adversa
e abstenção de opinião. A decisão sobre que tipo de opinião modificada é
apropriada
depende da natureza do assunto que deu origem à modificação, ou
seja, se as demonstrações
contábeis apresentam distorção relevante ou, no caso
de impossibilidade de se obter evidência de
auditoria apropriada e suficiente,
podem apresentar distorção relevante e do julgamento do auditor
sobre a
disseminação de forma generalizada dos efeitos ou possíveis efeitos do assunto
nas
demonstrações contábeis.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

O objetivo do auditor é
expressar claramente uma “Opinião modificada” de forma apropriada
sobre as
demonstrações contábeis, que é necessária quando o auditor conclui, com base em
evidência de auditoria obtida, que as demonstrações contábeis como um todo
apresentam
distorções relevantes ou não consegue obter evidência de auditoria
apropriada e suficiente para
concluir que as demonstrações contábeis como um
todo não apresentam distorções relevantes.
Vejamos
cada opinião com modificação e suas particularidades:
Opinião com
ressalva: obtida evidência
de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as
distorções,
individualmente ou em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas
demonstrações contábeis, não é possível para ele obter evidência apropriada e
suficiente de
auditoria para fundamentar sua opinião, mas ele conclui que os
possíveis efeitos de
distorções não detectadas sobre as demonstrações
contábeis, se houver, poderiam ser
relevantes, mas não generalizados.
Veja um
exemplo de texto de opinião com ressalva:

Fonte: Attie, 2019, p.147


Opinião adversa: obtido evidência de auditoria
apropriada e suficiente, conclui que as
distorções, individualmente ou em
conjunto, são relevantes e generalizadas para as
demonstrações contábeis.
Veja um exemplo de texto de
opinião adversa:

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

Fonte: Attie, 2019, p. 149.


Abstenção de opinião: quando não consegue obter evidência de
auditoria apropriada e
suficiente para fundamentar sua opinião e ele concluir
que os possíveis efeitos de distorções não
detectadas sobre as demonstrações
contábeis, se houver, poderiam ser relevantes e
generalizados.
Veja um exemplo de texto de
abstenção de opinião: ,

Fonte: Attie, 2019, p. 157.


Em
resumo, as opiniões da auditoria são assim definidas:
Opinião Quando é cabível?
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

Sem - As demonstrações contábeis estão


elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a
ressalva estrutura de
relatório financeiro.
Com - As distorções existentes, individualmente
ou em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas
ressalva demonstrações
contábeis; ou
- Não é possível obter evidência apropriada e
suficiente de auditoria para suportar a opinião do auditor,
mas se conclui
que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as
demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizadas.
Adversa - As distorções existentes, individualmente
ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para as
demonstrações
contábeis.
Abstenção - Não é possível obter evidência apropriada e
suficiente para suportar a opinião de auditoria, mas se
de opinião conclui que os
possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as
demonstrações
contábeis poderiam ser relevantes e generalizadas.

Fonte:
Barreto; Graeff, 2014, p. 360.

TEMA 4 – PRINCIPAIS ASSUNTOS DE AUDITORIA E PARÁGRAFO DE


ÊNFASE
4.1 PRINCIPAIS ASSUNTOS DE AUDITORIA
Para as auditorias de
conjuntos completos de demonstrações contábeis para fins gerais de
entidades
listadas na bolsa de valores, o auditor independente deve comunicar os
principais
assuntos de auditoria no seu relatório, conhecidos também como PAA.
Os principais assuntos de
auditoria devem ser feitos quando o auditor entende existir
determinado(s)
assunto(s) que deve(m) ser levado(s) àqueles que usam as demonstrações
contábeis como informações adicionais.
O auditor deve determinar
quais assuntos, entre aqueles comunicados aos responsáveis pela
governança,
exigiram atenção significativa na realização da auditoria. Para fazer tal
determinação,
o auditor deve levar em consideração o que:
Áreas avaliadas como
de maior risco de distorção relevante ou riscos significativos
identificados,
de acordo com a NBC TA 315 – Identificação e Avaliação dos Riscos de
Distorção
Relevante por meio do Entendimento da Entidade e do seu Ambiente;

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

Julgamentos significativos
do auditor relativos às áreas das demonstrações contábeis que
também envolveram
julgamento significativo por parte da administração, inclusive estimativas
contábeis identificadas que apresentam alto grau de incerteza na estimativa;
Efeito sobre a
auditoria de fatos ou transações significativos ocorridos durante o período.
Vamos aos
exemplos dos PAAs:

Fonte: DF, 2020, Camil


Alimentos com parecer da auditoria.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

Fonte: DF 2020 Camil Alimentos com parecer


da auditoria.

4.2. PARÁGRAFO DE ÊNFASE E OUTROS ASSUNTOS


Parágrafo de ênfase e outros
assuntos tratam de comunicações adicionais incluídas no
relatório do auditor
independente, quando este as considerar necessárias para chamar a atenção
dos
usuários para um assunto ou assuntos apresentados ou divulgados nas
demonstrações
contábeis, de tal importância que sejam fundamentais para o
entendimento das demonstrações
contábeis ou chamar a atenção dos usuários para
quaisquer assuntos que não os apresentados ou
divulgados nas demonstrações
contábeis e que sejam relevantes para os usuários entenderem a
auditoria, as
responsabilidades do auditor ou o seu relatório.
O objetivo do auditor, depois
de ter formado opinião sobre as demonstrações contábeis, é
chamar a atenção dos
usuários, quando necessário, de acordo com o seu julgamento, por meio de
comunicação adicional clara no relatório, para um assunto que, apesar de
apropriadamente
apresentado ou divulgado nas demonstrações contábeis, tem tal
importância que é fundamental
para o entendimento das demonstrações contábeis
pelos usuários ou, quando apropriado,
qualquer outro assunto que seja relevante
para os usuários entenderem a auditoria, as
responsabilidades do auditor ou o
seu relatório.
Veja um exemplo de outros
assuntos emitido pela empresa de auditoria EY:

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

Fonte: DF, 2020, Camil


Alimentos com parecer da auditoria.
Veja agora um exemplo de
ênfase referente a Covid-19 emitido pela auditoria Deloitte.

Fonte: DF, 2020, Copel


Energia com parecer da auditoria.

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

Fonte: DF, 2020, Copel


Energia com parecer da auditoria.

TEMA 5 – CARTA DE RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO


O relatório do
auditor deve incluir uma seção com o título “Responsabilidades da
administração
pelas demonstrações contábeis”. O relatório do auditor não precisa referir-se
especificamente à “administração”, mas deve usar o termo que é apropriado no
contexto da
estrutura legal.
Em algumas jurisdições, a referência apropriada pode ser os
responsáveis pela governança.
O pressuposto, com relação às responsabilidades da administração
e, quando adequado, dos
responsáveis pela governança, sobre o qual, de acordo
com as normas de auditoria, a
auditoria é conduzida.
A administração e, quando apropriado, os responsáveis pela governança,
aceitam a
responsabilidade pela elaboração das demonstrações contábeis de
acordo com a estrutura
de relatório financeiro aplicável, incluindo, quando
relevante, sua adequada apresentação.
A administração
também aceita a responsabilidade pelos controles internos que ela determinar
serem necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis que não
apresentam
distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou
erro. A descrição das
responsabilidades da administração no relatório do
auditor inclui a referência às duas
responsabilidades na medida em que ela
ajuda a explicar aos usuários o pressuposto sobre o qual
a auditoria é
conduzida.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

Nessa seção do relatório do auditor deve explicar a


responsabilidade da administração pela:
elaboração das demonstrações contábeis, de acordo com a estrutura
de relatório financeiro
aplicável e pelos controles internos que a
administração determinar que sejam necessários
para permitir a elaboração de
demonstrações contábeis livres de distorção relevante,
independentemente se
causada por fraude ou erro; e
avaliação da capacidade da entidade de manter a continuidade
operacional, e se o uso da
base contábil de continuidade operacional é
apropriado, assim como divulgar, se aplicável,
questões relacionadas com a
continuidade operacional. A explicação da responsabilidade da
administração por
essa avaliação deve incluir uma descrição de quando o uso da base
contábil de
continuidade operacional é apropriado.
Vemos conhecer
essa seção do relatório de auditoria, em um Parecer emitido pela empresa
KMPG:

Fonte: DF, 2020, Carrefour


com parecer da auditoria.

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

Fonte:
DF, 2020, Carrefour com parecer da auditoria.

TROCANDO IDEIAS
Você viu que atualmente, nos
relatórios dos auditores independentes, existe uma seção
dedicada aos PAAs (Principais
Assuntos de Auditoria) que são assuntos relevantes para
investidores e outros
usuários, mas que não chegam a ser uma modificação de opinião.
Sabendo disso, pesquise uma
demonstração contábil publicada nos sites de RI das
companhias, procure o
parecer da auditoria na parte dos PAAs. Retire um dos PAA incluídos no
parecer,
cole no fórum e diga o que você entendeu daquele assunto.

NA PRÁTICA
(CFC 2017.1) Considerando-se
a NBC TA 700 – formação da opinião e emissão do relatório do
auditor
independente sobre as demonstrações contábeis e ainda o disposto na NBC TA 705

modificação na opinião do auditor independente, quando o auditor concluir que
as demonstrações
contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes,
de acordo com a estrutura de
relatório financeiro aplicável, ele deve:
a) modificar sua opinião
b) abster-se de emitir opinião
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 23/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

c) emitir opinião com ressalva


d) expressar uma opinião não modificada

FINALIZANDO
Nesta aula, aprendemos sobre
os eventos subsequentes, que são operações que podem
impactar o resultado da companhia
depois da divulgação das demonstrações contábeis e antes da
emissão do parecer
da auditoria.
Vimos sobre as formas de
emissão de opinião, modificada e não modificada, assim como
modelos e exemplos
de opinião dada pelos auditores independentes sobre as demonstrações
contábeis.

REFERÊNCIAS
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e
aplicações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
BARRETO, Davi; GRAEFF, Fernando. Auditoria
Teoria e Exercícios Comentados. 3. ed. São
Paulo: Método, 2014
NBCTA 315 – Identificação, avaliação dos riscos.
Disponível em
https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA315(R1)
NBCTA 700 – Formação da Opinião e Emissão do
Relatório do Auditor Independente sobre as
Demonstrações Contábeis. Disponível
em https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?
Codigo=2016/NBCTA700
NBCTA 701 – Comunicação dos Principais Assuntos
de Auditoria no Relatório do Auditor
Independente. Disponível em https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?
Codigo=2016/NBCTA701
NBCTA 705 – Modificações na Opinião do Auditor
Independente. Disponível em
https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA705

GABARITO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 24/25
29/10/2022 12:19 UNINTER

Resposta
Letra “D”
Quando o auditor
concluir que as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os
aspectos
relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, o
relatório a ser
emitido será obrigatoriamente com opinião não modificada,
conforme NBCTA 700.

[1] Disponível em: <https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/503569/noticia.html?


sequence=1>.
Acesso em: 6 out. 2021.

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 25/25

Você também pode gostar