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conceptualismo/realismo/Nominalismo

Formulado claramente pela primeira vez por Platão, o conceito de "universal" refere-


se àquelas entidades relativas aos tipos ou categorias, instanciadas por particulares.
Em geral, um universal será identificado com uma espécie (categoria ou tipo),
propriedade ou uma relação, enquanto um particular será um objeto particular que
instancia tal propriedade ou uma instância específica da relação.

Exemplos de universais incluem a propriedade "vermelho", a relação "estar entre" e o


tipo "gato". Estes são instanciados por seus particulares equivalentes como uma maçã
vermelha, uma pedra entre dois pilares ou um gato particular chamado Spock, que
pertence ao descobridor do cometa de mesmo nome. O cometa por sua vez é um
particular que instância universais como, o tipo "cometa" e a propriedade "maciço".
Assim, vemos que cada particular, em geral, instanciará mais de um universal e a
quantidade de particulares que instanciam um universal depende exclusivamente de
quantos daquele particular existem no mundo. Se um universal instanciado por apenas
um particular é, ainda assim, um universal permanece uma questão em discussão.

A maior questão acerca dos universais, no entanto, trata da sua própria existência. O
problema dos universais é uma questão filosófica metafísica antiga, desenvolvida
particularmente na idade média, com raízes no trabalho de Platão. Duas questões
constituem o problema dos universais:

1. Universais existem?
2. Qual a sua natureza?

A maioria dos filósofos concordará que humanos pensam e falam em termos de


propriedades (universais), postulando universais ao entender que os particulares
similares partilham algo entre si,como quando concordamos que dois objetos possuem
o mesmo tom de vermelho. A questão, portanto, não é acerca da forma como nós
humanos vemos o mundo no qual vivemos, mas do tipo de existência que as
propriedades que postulamos possuem na realidade, se são apenas categorias que
postulamos para organizar a experiência ou se possuem alguma forma de existência
substantiva.

As principais correntes filosóficas, no que concerne a questão dos universais, são três:

Realismo, nominalismo e conceptualismo.

Para os filósofos realistas, um universal é uma coisa, algo com existência real, embora
imaterial. Platão foi um destes, defendendo a existência do Mundo das Ideias,
habitado pelos universais, sua posição é conhecida como universalia ante res. De
acordo com esta posição, os universais tem existência independente e são diferentes
dos particulares que os instanciam. A posição de Aristóteles, por outro lado, conhecida
como universalia in rebus, vê os universais como entidades reais, mas tendo sua
existência dependente dos particulares que os exemplificam.
Os nominalistas irão defender que universais são apenas palavras e que nós humanos
classificamos as coisas por suas propriedades, mas que na realidade não há universais.
Esta corrente foi iniciada por Abelardo, no século XII, que defendeu que os universais
seriam as palavras como portadoras de significado. A posição foi fortemente
combatida por Tomás de Aquino, que formulou formas sofisticadas de realismo. Não
obstante, o nominalismo permanece vivo e atual no debate acerca dos universais. A
força do nominalismo está em sua simplicidade, pois é alegadamente capaz de explicar
a realidade tão bem quanto o realismo, sem a necessidade de postular a existência de
outras entidades. Seguindo assim de acordo com o princípio de simplificada conhecido
como Navalha de Ockham.

Por sua vez, os Conceptualistas defendem que os universais não são reais, mas apenas
ideias na mente dos seres racionais. O filósofo alemão Immanuel Kant, por exemplo,
defendeu que os universais não são apenas nomes arbitrários, como defendem os
nominalistas, nem são entidades com existência independente, como querem os
realistas. Para o idealismo, os universais são categorias fundamentais da razão, ou
conceitos secundários derivados destas categorias. Para os idealistas o problema dos
universais é epistemológico.

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