As teorias de Piaget, Wallon e Vygotsk são semelhantes no aspecto de
considerar que o conhecimento humano é desenvolvido através da interação do indivíduo com o meio. Tanto em relação ao ambiente, quanto em relação às pessoas com quem convive. Todas as 3 teorias são visões sobre a questão do desenvolvimento, que se assemelham em sua base, mas diferem em como consideram o processo conforme ele vai evoluindo.
Começando com Piaget, que busca entender melhor como funciona o
desenvolvimento cognitivo humano. Ele considera que existem 4 períodos, os quais irei resumir aqui: 1° período: sensório-motor (0-2 anos) – É onde recém-nascido começa a experimentar o mundo pela primeira vez. Começa a criar-se a noção da diferenciação de si em relação ao mundo exterior. O empirismo é o carro chefe, já que o indivíduo busca experimentar o ambiente e passa a aprender assim. Destaque para esquemas inatos como a sucção, e a imitação de fala. 2° período: pré-operatório (2-6 anos) – Nesta fase, com o desenvolvimento da linguagem, o aprendizado se torna mais acessível. A partir desse momento a criança desenvolve mais capacidade de racionalizar, adquirindo a capacidade de atribuir valor a símbolos e signos para a representação de objetos. A criança passa a conseguir planejar, e entende consequência. Mais para o final da fase, ocorre a fase dos porquês, onde procura entender mais o mundo ao seu redor. Se utiliza tanto do pensamento racional quanto da fantasia para tentar encontrar as explicações. 3° período: operações concretas (7 – 11/12 anos) – A criança passa a ser capaz de ter raciocínios mais concretos. Raciocínio indutivo: Passa a observar uma variedade de casos particulares, e a partir disto, concluir uma verdade. Se torna mais capaz de compreender e seguir regras, e procura meios de compreender melhor o mundo. 4° período (a partir dos 12) – Vai do pensamento concreto para o formal, abstrato. Passa a utilizar raciocínio dedutivo. Cria hipóteses, tira conclusões de acordo com seus pensamentos.
Quando comparamos a teoria de Piaget com a de Wallon por exemplo,
fica claro essa relação de convergência e divergência. A linha de raciocínio de Wallon é mais focada na influência da afetividade no desenvolvimento, e cita as seguintes fases de desenvolvimento: 1° período: Impulsivo emocional (0 a 1 ano) – O recém nascido interage e se expressa através dos seus movimentos corporais. Desta forma, adquirindo conhecimento ainda não racional sobre o meio que o cerca. 2° período: sensório-motor (1 a 3 anos) – A criança passa a ter curiosidade sobre como as coisas funcionam, como se chamam e afins. 3° período: Personalismo (3 a 6 anos) – Nesta fase, a criança passa a ter noção de si mesma. Passa a diferenciar-se dos outros indivíduos. 4° período: Categorial (6 a 11 anos) – A criança passa a estabelecer melhor ideias de comparação e diferenciação de objetos e pessoas, inclusive de si mesma. 5° período: Puberdade e adolescência (11 anos em diante) – O indivíduo passa a procurar uma maior noção de identidade através de atitudes como confrontamentos e autoafirmação.
Vygotsky, assim como os outros dois, acredita que o desenvolvimento do
sujeito se dá com sua interação com o ambiente. Focando mais na questão de linguagem e elementos consolidados por uma cultura. Vygotsky fala em desenvolvimento real e potencial: No desenvolvimento real, o aprendizado se dá através da experiência do indivíduo por conta própria. E no potencial, ocorre com o auxílio de outro indivíduo. Ele também diz que existem funções superiores humanas, estas que distinguiriam os humanos dos animais, que não possuem vida social e cultural. As funções superiores estariam relacionadas a capacidade de raciocínio, por exemplo.