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Uma boa coleta de dados do paciente, como já vimos, é um dos três pilares do
diagnóstico correto, junto com o conhecimento das doenças e o raciocínio
clínico apropriado.
Neste texto, trazemos 4 dicas imperdíveis para você conseguir coletar uma boa
história clínica.
Comece com o pé direito. Muitos pacientes estão passando por uma fase repleta
de sofrimento, medo e insegurança. Se você quiser que o paciente se abra e
conte sua história para você, trate-o com respeito e demonstre empatia.
Cumprimente o paciente antes de qualquer outra coisa. “Bom dia” e “boa tarde”
não fazem mal a ninguém! Chame-o sempre pelo nome. Nunca é demais
ressaltar a importância desse primeiro contato com o paciente. É criar o
relacionamento (“rapport”): entrar no mundo do paciente. A primeira impressão
que você passa ao paciente é que vai definir se a relação entre vocês será
repleta de reservas e incertezas, ou será marcada pela confiança e pela
honestidade.
Apresente-se, dizendo seu nome e quem você é. O paciente precisa entender
com clareza quem é você e o que você está fazendo ali. Talvez você tenha medo
de dizer com todas as letras que você é um simples estudante do primeiro ou
segundo ano do curso de Medicina. Talvez você sinta a necessidade de fingir
ser outra pessoa, até para acalmar sua própria insegurança. Mas não tente se
passar por quem você não é! A melhor política aqui é sempre dizer a verdade.
Não tenha dúvida que o paciente vai adivinhar que você é um estudante. Quem
você quer enganar, com essa carinha de bebê?
Enquanto o paciente está contando sua história, demonstre que você está
ouvindo! Mexa a cabeça e faça “hum-hum” para sinalizar que você entendeu.
Não fique o tempo todo escrevendo: olhe para o paciente, faça contato visual,
mostre interesse! Mantenha suas anotações ao mínimo neste momento: escreva
só aquilo que você tem certeza que vai esquecer se não anotar.
No começo da vida médica, não tem jeito: você precisa mesmo perguntar tudo
aquilo que está no roteiro. Quando não temos muita experiência clínica ainda,
não é fácil distinguir qual informação é relevante. Por isso, toda informação deve
ser considerada importante, até prova em contrário. É por esse motivo que os
professores de Semiologia pedem que você faça aquela anamnese completona,
imensa, com uma revisão de sistemas enorme.
Quando você estiver mais maduro e experiente, você vai conseguir identificar
quais dados são mais relevantes, e então vai poder colher uma história mais
curta, mais eficiente e mais focada no que realmente interessa.
Dica 4: Retribua!
Como foi falado antes, a coleta e a redação da história clínica (e do exame físico)
são habilidades clínicas preciosas que devem ser aprimoradas se você quer ser
um bom médico. A prática deliberada é que leva à perfeição!
E boas anamneses!