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MODALIDADE ESPORTIVA E SUAS PRINCIPAIS LESÕES:

CICLISMO
O ciclismo é um esporte praticado com a utilização de uma bicicleta. Surgiu como
esporte no século XIX, na Inglaterra. Faz parte dos Jogos Olímpicos desde a
primeira edição da era moderna (1896), realizada em Atenas.
 As competições de ciclismo são divididas em três modalidades principais:
pista, mountain bike, estrada e BMX.
Modalidades:
BMX: A sigla BMX se refere a Bicycle Motocross. O esporte é conhecido também
como Bicicross.

 As provas do BMX são disputadas em baterias com 8 atletas


cada, até se chegar à final;
 As bicicletas utilizadas pelos competidores possuem rodas com
aro 20”, além de uma marcha e um freio;
 A largada é dada de uma plataforma de cerca de 10m de altura e
os atletas passam por obstáculos montados na pista até cruzar a
linha de chegada.
 O BMX é disputado nos Jogos Olímpicos desde a edição de
Pequim, em 2008.
BMX freestyle:
 O BMX estilo livre, ou Freestyle, é uma modalidade de ciclismo
que passa a fazer parte do programa dos Jogos Olímpicos a partir
da edição de Tóquio, em 2020.
 Com uma bicicleta de aro 20″, os atletas executam manobras que
podem desafiar a gravidade, com giros e saltos no ar. No BMX
Free Style o que difere um estilo do outro é o local e a forma de
como são executadas as manobras.
 No BMX Freestyle, há seis modalidades: Street, Mini Ramp, Dirt
Jump, Flatland, Vertical e Park.
Ciclismo de estrada:
Esta modalidade foi a primeira a ser disputada em bicicletas.
Atualmente, é dividida entre provas de estrada e provas contrarrelógio.
 As bicicletas para as provas de estrada são geralmente feitas com
quadro de carbono e outros materiais leves. O peso não chega a
7kg. o guidão é propositalmente baixo, o que permite ao ciclista
uma boa economia de energia, além de uma aerodinâmica mais
favorável.
 Nas Olimpíadas, as provas de estrada são individuais. Na corrida,
quem chegar primeiro será o vencedor. Já na disputa
contrarrelógio, vence quem fizer o percurso em menor tempo.

Mountain Bike:
 O ciclismo mountain bike é disputado em Jogos Olímpicos desde
1996, nas Olimpíadas de Atlanta.
 Nas Olimpíadas, as provas de mountain bike são disputadas no
formato cross-country, com múltiplas voltas. O primeiro ciclista a
completar todas as voltas e cruzar a linha de chegada vence a
corrida.
 A bicicleta do mountain bike tem pneus mais largos do que a de
estrada, além de amortecedores traseiros e dianteiros, para
diminuir o impacto para os atletas nos terrenos acidentados do
percurso.
Ciclismo pista:
O Ciclismo de Pista é uma modalidade derivada do ciclismo de estrada,
mas realizada em pistas construídas exclusivamente para a sua disputa,
os velódromos.
 As bicicletas da pista não possuem freio e contam com apenas
uma marcha. Devido à alta velocidade atingida pelos atletas
durante as provas, o uso do freio poderia causar acidentes e
apresentar grande risco aos competidores. Se houver a
necessidade de frear, o ciclista precisa pedalar para trás, o que
provoca a desaceleração da bicicleta.

Principais Lesões:
Lesões crônicas são bem comuns, sendo o joelho como o local anatômico mais
afetado, referindo também lesões ao nível da coluna cervical, região nadegueira,
mãos e coluna lombar, as quais estão diretamente ligadas à intensidade ou duração
do treino.
Estudos epidemiológicos apontam para lesões traumáticas e lesões de overuse,
sendo as traumáticas 39,5% das lesões com fraturas localizadas na clavícula e
extremidades do membro superior. No que diz respeito às lesões por overuse, são
frequentes as tendinopatias patelar e aquiliana, a dor no joelho e a dor na região
lombar. Pode-se citar como lesões mais comuns na prática do ciclismo:

 Lombalgia;
 Tendinopatia patelar;
 Síndrome femoropatelar;
 Bursite de trocânter de fêmur;
 Lesões no períneo;
 Lesões no ombro;
 Cervicalgia;
 Compressão do 5° metatarso.

DEFINIÇÃO, LOCAL ANATÔMICO ACOMETIDO,


MECANISMO/CAUSA MAIS COMUM DA LESÃO NA PRÁTICA DO
CICLISMO, NECESSIDADE DE TRATAMENTO CIRÚRGICO,
PROVÁVEL TEMPO PARA RETORNO À ATIVIDADE ESPORTIVA:

SÍNDROME FEMOROPATELAR

Local Anatômico Acometido: A Síndrome da Dor Femoropatelar (SDFP) é


um termo amplo usado para descrever a dor na parte anterior do joelho e ao redor
da patela e que acomete a região do fêmur também.

Sintomas:
 O principal sintoma é a dor na região anterior do joelho, podendo
rapidamente evoluir para rigidez articular, edema, fraqueza, dificuldade a
deambulação e posteriormente degradação articular. Outro sintoma é
aumento da dor ao subir e descer escadas, agachar e saltar, e até mesmo ao
ficar sentado por um longo período (sinal do cinema).
 estalos ao andar e correr, “sensação de areia” dentro da articulação
 e, ainda, os pacientes podem ocasionalmente relatar que o joelho está
cedendo ou que se dobra. Essa instabilidade percebida pode ser devida ao
efeito inibitório da dor na contração do quadríceps, mas deve ser diferenciada
da instabilidade decorrente de luxação patelar, subluxação ou lesão
ligamentar do joelho.

Causa mais comum:


 Pode ocorrer devido ao enfraquecimento dos abdutores da anca, mais
especificamente o glúteo médio, vasto medial enfraquecido, pronação
excessiva do pé, desvio em valgo ou fadiga patelar.
 Pode estar ocorrendo pelo ciclista estar utilizando uma marcha muito pesada,
o que contribui para um esforço maior sob o joelho ou O selim pode estar ou
muito baixo ou para a frente, o braço pedaleiro muito grande, que pode levar
a uma pronação do pé.
 Percursos com elevada inclinação, que acaba exigindo bastante da
musculatura femoral e sobrecarregando assim o joelho
 ou muitas horas de treino (ouveruse).

Tratamento:
 O tratamento é conservador com repouso relativo,
 Medicamentos, como analgésicos e antiinflamatórios.
 Mas primordialmente fisioterapêutico, visando o alívio das dores através de
recursos de Eletrotermofototerapia (laser, gelo, terapia combinada, correntes)
e isso contribui para uma melhora do deslizamento da patela sobre o sulco
troclear no fêmur, E também utilizando-se de tratamento com exercícios de
fortalecimento muscular,
 bem como treinamento funcional e neuromuscular, com exercícios que visem
a melhora da propriocepção articular, e exercícios de flexibilidade.
 Segundo o estudo de Walt de. (2014), 42% dos ciclistas apresentaram lesões
por sobre uso nos joelhos e, adicionalmente, em 17% houve a necessidade
de descontinuar o treino.

Avaliação das lesões por esforço repetitivo em ciclistas


Para que a introdução de um plano de atenção em fisioterapia junto do ciclista seja
efetiva, deve envolver a identificação e correção dos fatores biomecânicos que
contribuíram para a lesão, não só no ciclista, mas também na bicicleta. O
tratamento das lesões torna-se ineficaz caso os problemas biomecânicos
associados não forem igualmente corrigidos. A avaliação das lesões por esforço
repetitivo em ciclistas deve incluir o exame da região do corpo que se apresenta
lesionado, exame ortopédico em geral, inspeção da bicicleta e a observação do
ciclista pedalando. A fisioterapia irá contribuir para a prevenção e para o tratamento,
particularmente, na diminuição da dor, na recuperação das estruturas pela
mecanotransdução, correção dos desequilíbrios e na adaptação do binómio
bicicleta-ciclista. Caso contrário, pode haver futura recidiva.

PREVENÇÃO DA SÍNDROME FEMOROPATELAR


Sugere-se o alongamento global, com foco principal nos músculos da cadeia
posterior, extensores do joelho e o alongamento segmentar dos músculos
isquiotibiais e gastrocnêmico. Há evidências que medidas de alongamento
específicas desta cadeia podem melhorar o quadro álgico dos pacientes, sua
capacidade funcional, o grau de encurtamento muscular, a flexibilidade e
consequentemente sua qualidade de vida.

A. Alongamento dos isquiotibiais:


 Alongamento na parede: Deitar-se no chão, próximo à parede; Colocar
os membros inferiores estendidos e relaxados na parede, bacia e glúteos
estáveis no chão com a coluna reta e em posição neutra; Manter esta
posição cerca de 30 a 40 segundos .

 Alongamento em pé com os membros inferiores em extensão:


Colocar-se em pé com ambos os membros inferiores em extensão;
Fletir o tronco e levar o peito em direção às coxas e as mãos em
direção aos tornozelos ou solo; Não dobrar os joelhos.

A. Alongamento do glúteo - série Willians: Flexionar as duas pernas em


direção ao corpo; esticar uma das pernas e cruzar a outra, rotacionando o
tronco para o lado da perna flexionada.

B. Global de cadeia posterior com joelho estendido: Sentado, membros


inferiores com joelhos estendidos e membros superiores com ombros
flexionados a 90 graus. Realizar a flexão de coluna, mantendo a posição por
alguns segundos, retornando à posição inicial.
C. Alongamento panturrilhas com membros inferiores fletidos: Para fazer
esse alongamento é necessário o auxílio de uma caixa ou degrau. O
alongamento começa na posição em pé com apenas o antepé na beira da
caixa e o restante para fora. Descer um dos calcanhares em direção ao chão.
Enquanto isso, dobrar a perna oposta. Este alongamento pode tornar-se
dinâmico se o paciente pedalar lentamente os calcanhares para frente e para
trás ou descer os dois calcanhares em direção ao chão e elevá-los para cima
e para baixo.

E. Alongamento dos extensores do joelho e gastrocnêmio:


Outra cadeia muscular envolvida na articulação do joelho é a dos extensores. A
articulação do joelho possui dois graus de liberdade: flexão-extensão e rotação
axial. É composta por músculos extensores - vasto lateral, vasto medial e vasto
intermédio (quadríceps), reto da coxa. Os quatro músculos formam uma única
fixação distal forte na patela, cápsula do joelho e superfície proximal anterior da
tíbia.
Para o alongamento recomenda-se:
● Afundo posterior: buscando colocar a perna de trás o mais distante possível
mantendo o tronco ereto (alternância dos MMII), alongando tanto o músculo
quadríceps, quanto os isquiotibiais;

FORTALECIMENTO MUSCULAR:
Tão importante quanto o alongamento, é a realização dos exercícios de
fortalecimento muscular, os quais são indispensáveis para ganho de força e
aumento de massa magra. Os exercícios com pesos são os mais eficientes para
aumentar a resistência nos esforços intensos, além de comprovadamente melhorar
a densidade óssea.

A. Agachamento livre com barras: Flexionar o joelho até 90º, se tiver uma
mobilidade maior pode descer mais que isso. Retornar até o joelho ficar estendido.
B. Afundo alternado: Começar o exercício em pé: lançar o pé direito à frente,
flexionando o joelho de trás até tocar, ou chegar perto, do chão. Voltar para a
posição inicial e inverter o movimento.

C. Stiff com peso: Começar segurando a alça da bolsa de areia e flexionar


apenas o quadril. Chegar com o peso próximo ao solo.

D. Agachamento isométrico: É muito eficaz e um dos mais utilizados para


fortalecimento. Pode ser apenas com o peso do corpo.
E. Cadeira extensora: Consegue deixar a tensão bem localizada no
grupamento muscular que tem como auxílio o fortalecimento dos joelhos e
quadríceps.

F. Cadeira flexora: Ao contrário da extensora, este irá flexionar o joelho


trazendo a almofada em direção ao glúteo.

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