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Prática Clín

ica
com Criança
s,
Púberes e
Adolescente
s
Prática Clín
ica
com criança
s
• Alguns teóricos, ainda hoje, defendem que o
tratamento emocional infantil não pode ser
considerado uma verdadeira psicoterapia
psicanalítica.
• A partir da nominata constante do Roster da IPA de
2001, todos os analistas de crianças passam a ser
identificados por um símbolo ao lado do nome.
• A tendência atual da terapia com crianças aponta
para as faltas, falhas, defeitos e privações, toda a
variedade de fatores externos e internos, voltada
para a assistência e para o desenvolvimento.
• ‘Se um analista tem internalizado a psicanálise, sua
atitude vai ser sempre uma: a atitude analítica.’
Particularidades
0 A criança está em pleno período de transformações
constantes e rápidas; INSTABILIDADE é a sua maior
característica.
0 No processo das transformações psíquicas, a criança
está em processo de maturação neurobiológica que
varia de criança para criança.
0 A criança reage a estímulos de forma imediata com
ansiedade intensa.
0 Hora são caladas e inertes, hora apresentam uma
profusão de material verbal, pré-verbal e para verbal
Particularidades
0 A criança facilmente desenvolve um vínculo
transferencial com o terapeuta.
0 Frequente manifestação de actings.
0 A dependência da criança em relação aos pais e total
e absoluta.
0 Fazem uma experimentação continuada do analista.
0 A importância de um diagnóstico psiquiátrico e
dinâmico da situação da criança.
0 Tratamento multidisciplinar.
Aspectos a serem analisados
0 Planejamento familiar dos pais da criança/paciente.
0 Expectativas com relação à criança gerada – imagem,
feição, discurso e desejo.
0 Precoce influência dos pais, antes do nascimento do
filho – ‘conjetura imaginativa’
0 Precoce psiquismo fetal – imprintings procedentes
do mundo externo e interno.
0 Papel designado à criança no âmbito familiar.
Com que idade pode-se
iniciar uma terapia infantil?
PSICODIAGNÓSTICO
INFANTIL
CONCEITO

0 É UMA COMPREENSÃO GLOBALIZADA (aspectos


psíquicos, fisiológicos e sociais) DO QUE SE PASSA
COM A CRIANÇA (incluindo sua família) E ÀS VEZES
OUTROS CONTEXTOS A QUE PERTENCE A FIM DE
PROPORCIONAR- LHE(S) O ENCAMINHAMENTO QUE
MELHOR ATENDA ÀS SUAS NECESSIDADES.
CONHECIMENTOS IMPORTANTES
0 DESENVOLVIMENTO INFANTIL – FASES DO
DESENVOLVIMENTO;
0 DESENVOLVIMENTO COGNITIVO – ESCOLARIDADE;
0 PSICOPATOLOGIA – TRANSTORNOS DO SONO –
TERRORES NOTURNOS, SONAMBULISMO,
INSÔNIA; TRANSTORNOS DA APRENDIZAGEM,
TRANSTORNOS DAS HABILIDADES MOTORAS,
TRANSTORNOS DA COMUNICAÇÃO, TRANSTORNO
DO DÉFICIT DA ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE,
TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO,
OUTRAS FORMAS DE TRANSTORNOS GLOBAIS DO
DESENVOLVIMENTO;
0 PSICOSES.
PSICODIAGNÓSTICO
INFANTIL
0 1ª ETAPA:

PAIS(ambos)
ENTREVISTA
FAMÍLIA
ESTENDIDA
PSICODIAGNÓSTICO INFANTIL
DESENVOLVIMENTO
DA CRIANÇA

POSIÇÃO DA
CRIANÇA NA
FAMÍLIA

DINÂMINA FAMILIAR

ANAMNESE

VÍNCULO

FANTASIAS

PAPEL DO SINTOMA
0 CONTATO INICIAL;

0 LEVANTAMENTO DAS HIPÓTESES INICIAIS;

0 ENTREVISTAS CLÍNICAS;

0 ANÁLISE E INTEGRAÇÃO DOS DADOS LEVANTADOS;

0 COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS, ORIENTAÇÃO


SOBRE O CASO E ENCERRAMENTO DO PROCESSO.
ENTREVISTAS
0 NA PRIMEIRA ENTREVISTA DEVEM ESTAR PRESENTES :
A CRIANÇA E OS PAIS – SE OS PAIS FOREM SEPARADOS
RESPEITAS A CONDIÇÃO DE COMPARECEREM EM DIAS
DIFERENTES;
0 DEVE SER SEMI- DIRIGIDA – busca-se entender o motivo
da consulta (queixa), ansiedades, expectativas, observar o
comportamento dos pais e da criança. Bem como buscar
elementos para esclarecer o mesmo;
0 OFERECER A CRIANÇA PAPEL, LÁPIS, BORRACHA E
LÁPIS COLORIDOS;
0 AO FINAL DA ENTREVISTA EXPLICAR O PROCESSO
PSICODIAGNÓSTICO ( fases do processo)
ENQUADRAMENTO
0 DEFINE PAPEIS, OBRIGAÇÕES E
RESPONSABILIDADES MÚTUAS;

0 ESTABELECER CONTRATO DE TRABALHO;

0 PERMITE PERCEBER ASPECTOS LATENTES DA


CONDUTA DO ENTREVISTADO, DIFICULDADES DE
COMPREENDER E/OU RESPEITAR O
ENQUADRAMENTO.
FORMULAÇÃO DAS PERGUNTAS BÁSICAS OU HIPÓTESES

0 PARTE DE PERGUNTAS ESPECÍFICAS ONDE AS


RESPOSTAS SÃO PROVÁVEIS PARA HIPÓTESES QUE
SERÃO CONFIRMADAS OU NÃO.

0 EXEMPLO:
- SERÁ QUE MARIA NÃO APRENDE POR UM
PROBLEMA PSÍQUICO?

- SERÁ QUE MARIA APRESENTA UMA LIMITAÇÃO?


SERÁ QUE MARIA NÃO APRENDE POR
INTERFERÊNCIA DE PROBLEMAS EMOCIONAIS?
SERÁ QUE MARIA POSSUI ALGUMA
PSICOPATOLOGIA OU DOENÇA SOMÁTICA?
SESSÕES
0 A CRIANÇA É ATENDIDA SOZINHA;

0 É DE GRANDE IMPORTÂNCIA PARA O TERAPEUTA A


OBSERVAÇÃO LIVRE DA CRIANÇA EM UM SETTING
MAIS CONTROLADO E LONGE DA COMPANHIA DOS
PAIS.

0 A CRIANÇA DEVE FICAR LIVRE PARA DETERMINAR


A DIREÇÃO DA SESSÃO, PODERÁ ESCOLHER
BRINCAR, DESENHAR OU CONVERSAR;
COM RELAÇÃO AOS
DESENHOS
0 ‘SEMPRE DEVEMOS CONSIDERAR O DESENHO
TOTAL ASSIM COMO A COMBINAÇÃO DE VÁRIOS
SIGNOS E INDICADORES, OS QUAIS DEVERÃO AINDA
SEREM ANALISADOS LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO
A IDADE DA CRIANÇA, SUA MATURAÇÃO, SEU
STATUS EMOCIONAL, SOCIAL E A SUA CULTURA,
DEVENDO FINALMENTE SER AVALIADO
JUNTAMENTE COM OS DEMAIS INSTRUMENTOS
USADOS NA AVALIAÇÃO.’
KOPPITZ 1968
SESSÃO DE DEVOLUÇÃO
0 REUNE-SE OS PAIS E A CRIANÇA – A CRIANÇA DEVE
ESTAR LIVRE;
0 EXPLICAR SOBRE O SIGILO DAS INFORMAÇÕES;
0 EXPLICAR QUE É NE EXTREMA IMPORTÂNCIA QUE
ENTENDAM TUDO – LIBERDADE DE PERGUNTAR;
0 EXPLICAR QUE É IMPORTANTE QUE SIGAM TODAS
AS RECOMENDAÇÕES;
0 EXPLICAR QUAL FOI A CONCLUSÃO FINAL SOBRE O
SEU COMPORTAMENTO;
0 FAZER OS ENCAMINHAMENTOS NECESSÁRIOS.
RECOMENDAÇÕES GERAIS
0 ESSA PRIMEIRA ETAPA TEM DURAÇÃO DE 6 À 8
SESSÕES;

0 O PROCESSO DEVE SER EXPLICADO


DETALHADAMENTE AOS PAIS;

0 É IMPORTANTE QUE A CRIANÇA ESTEJA PRESENTE


EM TODAS AS SESSÕES, MAS QUE EM CASOS
EXCEPCIONAIS OS PAIS PODERÃO SER ATENDIDOS
SEPARADAMENTE.
0
O SETTING
Deve manter um clima de liberdade
0 A sala de atendimento deve ser clara e suficientemente
espaçosa
0 Deve ter o mínimo de móveis simples, resistentes e
confortáveis
0 Deve ter uma pia com água
0 Deve ter um tapete de fácil limpeza e remoção
0 Uma espécie de quadro para escrita
0 Uma caixa de brinquedos
0 Papel, lápis de colorir, massa de modelagem, material para
pintura
0 Bonecos que possam representar uma família
0 Uma caixa de cubos para construção
0 Uma bola pequena e leve
0 Deve contar com a presença de jogos competitivos e de
passatempo social – mímica, adivinhação, jogos de regras fixas,
dama, xadrez, quebra-cabeças, etc.
O SETTING
0 O terapeuta deve interagir junto com a criança nos seus
jogos e brinquedos
0 O setting combinado deve ser preservado ao máximo – o
cumprimento das combinações visa a construir
CONFIABILIDADE, REGULARIDADE e ESTABILIDADE,
além do fato de que auxiliam a criança a estruturar
ORDEM, DISCIPLINA, LIMITES, ORIENTAÇÃO ESPACIAL e
TEMPORAL, além de uma adaptação à REALIDADE.
0 Quanto a questão interpretativa dos desenhos o
importante é que o analista esteja atento não só às
fantasias implícitas mas também aos papeis designados
aos diversos personagens que compõe o enredo das
encenações
OS PAIS
0 É significativa para a observação de:
• Desempenho de papeis
• Possíveis transtornos de comunicação
• A emergência de transferências
• Dissociações com as respectivas identificações
projetivas de uns nos outros
• Transtornos de ansiedade
OS ACTINGS
0 Choro
0 Gritos
0 Gestos que expressam a vontade de impedir a
audição
0 Lançamento do próprio corpo ao chão
0 Arremesso de objetos contra o terapeuta
CONTRA-ACTINGS
0 O analista deve interpretar e interpelar verbalmente
0 O analista deve possuir alguns atributos especiais
0 O analista deve possuir a capacidade de
CONTINÊNCIA, PACIÊNCIA, FIRMEZA,
SOBREVIVÊNCIA AOS ATAQUES, SENTIMENTO
AUTÊNTICO
0 O analista deve transmitir ao seu pequeno paciente
que GOSTA, COMPREENDE e ACREDITA NELE!
• TDA
• TDAH
A terapia dá destaque aos ‘traumas’ ou as experiências de privação que
ocorreram durante o desenvolvimento da criança em uma idade muito
precoce, adquiriram uma cronicidade e provocaram uma mutilação do ego
prejudicando não somente o desenvolvimento emocional mas também o das
funções cognitivas levando o indivíduo ou à um estado de hipervigilância
(Transtorno De Atenção) ou à um estado de hiperexcitação (Transtorno Do
Déficit de Atenção e Hiperatividade)

• SÍNDROME DE ASPERGER
• AUTISMO
SÍNDROME DE ASPERGER
0 A 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais – DSM 5 – Publicada em maio de
2013 contém um novo distúrbio – DISTÚRBIO DO
ESPECTRO DO AUTISMO.
0 Por muito tempo considerados apenas como esquisitos,
desajeitados, retraídos, os portadores da síndrome de
asperger possuem deficiência nas habilidades sociais,
porém são intelectualmente capazes.
0 ‘A Síndrome de Asperger é um transtorno do
desenvolvimento caracterizado por déficits nas
habilidades sociais, interesses circunscritos, sem
comprometimento da inteligência e sem atraso na
aquisição da linguagem, porém esta se apresenta
repetitiva e formal.’ (Letícia Amorim)
CARACTERÍSTICAS
0 Excêntricos
0 Inteligentes
0 Desajeitados, com falta de coordenação, posturas indevidas
(como o deambular encurvado)
0 Obcecados por temas específicos – seus interesses geralmente
são ligados à computação ou às ciências como biologia,
astronomia ou dinossauros.
0 Falta de habilidade social
0 Solitários
0 Problemas de comunicação
0 Preferem se vestir de forma confortável
0 Apresentam dificuldades no pensamento abstrato, mas
conseguem memorizar números e fatos.
0 Apresentam atraso em algumas habilidades motoras – jogar
bola, andar de bicicleta, patinar, abrir uma lata de refrigerante.
CARACTERÍSTICAS
0 Possuem uma compreensão alterada de tudo
0 Não dão importância às reações das pessoas com quem
falam
0 Falam em tom monótono
0 O tema de suas conversas sempre diz respeito aos seus
objetos de interesse
0 Tem problemas com contato visual
0 Não entendem brincadeiras, sarcasmo e humor
0 Levam ao pé da letra expressões populares
0 Não se preocupam em agradar os outros
0 Não enganam e não mentem
Apresentam deficiência nas áreas de:
• Sociabilidade
• Entendimento do outro
• Interação
• Flexibilização de pensamentos
Em alguns casos apresentam comorbidades com outros
transtornos psiquiátricos como:
• Transtorno depressivo
• Transtornos ansiosos
O TRATAMENTO
0 Tais portadores parecem desligados do mundo exterior e
transmitem-nos a sensação de que olham, não para as pessoas
mas ‘através delas’.
0 O terapeuta deve reverter a condição de sobrevivência do
paciente para a condição de vida
0 O terapeuta deve propiciar ao paciente algum tipo de
experiência de ligação
0 Segundo Tustin, o setting analítico deve ser uma espécie de
‘útero psicológico’, que funcione como uma ‘incubadora’ para
que o self do paciente, ainda em estado prematuro, possa obter
provisões essenciais para o seu desenvolvimento primitivo, que
não se realizaram no vínculo com a mãe
0 A proposta terapêutica contemporânea é de ‘sacudir’ as
emoções escondidas atrás de um escudo protetor, até obter
uma resposta que sirva de escada para novas ‘sacudidas’
Prática Clín
ica
com Púbere
se
Adolescente
s
PÚBERES E ADOLESCENTES
0 ECA X OMS
0 O ECA - lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - estabelece
uma faixa etária para menores de idade: dos 12 anos
completos aos 18 anos incompletos.
0 A OMS define ADOLESCENTE como o indivíduo que se
encontra entre os 10 e os 24 anos de idade.
0 Oeter e Montana descrevem uma ‘idade adulta inicial’ que
vai dos 18 aos 29 anos e que se sobrepõe às definições de
juventude apresentadas
0 Culturalmente, a idade da adolescência varia de nação
para nação, no Brasil a adolescência começa ao se
completar 13 anos e termina ao se completar 18 anos.
Com qual idade entendemos realizar
um trabalho clínico com púberes e
adolescentes?
CLASSIFICAÇÃO DE BASE

De modo geral, considera-se que a adolescência


abrange três níveis de maturação e desenvolvimento.
0 Puberdade – 12 aos 14 anos
0 Adolescência - 15 aos 17 anos
0 Juventude – 18 aos 21 anos
PÚBERES

OS TRÊS LUTOS:
• Luto pela perda do corpo infantil
• Luto pela perda dos pais da infância
• Luto pela perda do papel antes a ele designado
TÉCNICAS ESPECÍFICAS
PARA PÚBERES
0 Reforçamento positivo
Quando o paciente usa a resposta fisicamente incompatível com o hábito,
mostrando resistência.
Ex: feminilidade, sintoma neurótico de roer unhas, etc.

0 Controle dos estímulos


Treino da redução das oportunidades de emissão da resposta com o uso de
recursos mecânicos que a impedem ou a dificultam. Auxilia o paciente a lidar
com o impulso até ter condições de se expor e resistir
Essa técnica tem a desvantagem de impedir a resposta por meio de um
estímulo mecânico temporário e não favorecer o aprendizado de controle do
impulso. Não é indicada isoladamente.
Ex: criança que chupa dedo.

0 Relaxamento
Associa o estresse a urgência.
Promove o bem-estar e desvia a atenção do paciente.
0 Economia de fichas
Muito utilizada no trabalho com pacientes de instituições
psiquiátricas, como portadores de esquizofrenia. A técnica
consiste em facilitar ao paciente a obtenção de diferentes
reforçadores que podem ser trocados por quantidade de fichas.
Estas são obtidas quando o paciente engaja-se em
comportamentos apropriados e são retiradas quando ele engaja-
se no comportamento indesejável. É importante que o valor
recebido pelo comportamento adequado seja maior do que a
multa por não cumprir o acordo.

0 Treino em motivação
Em folhas de registro diário, o paciente é orientado a registrar os
pensamentos automáticos negativos, as situações nas quais eles
ocorrem, as emoções resultantes e uma resposta racional
alternativa ao pensamento disfuncional. Em síntese, o paciente
aprende a identificar e substituir pensamentos disfuncionais ou
negativos por outros mais apropriados, que o motivem a se
comportar de modo adequado diante das urgências
ADOLESCENTES
Particularidades:
• Sensação de confusão em relação ao seu sentimento de
identidade – grupal, sexual e social
• Transformações físicas e hormonais
• Conflito com os pais – na maioria das vezes diante do problema
da imposição de limites
• Autoestima em constante desequilíbrio
• Possível surgimento de transtornos alimentares, somatizações,
transtornos de conduta, droga dição, depressão com ideação
suicida, transtornos do sono, apatia e desinteresse
generalizado, reclusão, queda de rendimento escolar,
sentimentos de insuficiência, sensação de ser vítima,
manifestações de agitação psicomotora ou de violência
PARTICULARIDADES
0 Existência de dúvidas existenciais e ideológicas,
sustentadas por meio de intelectualizações, às vezes,
com uma tendência a um misticismo forte
contestações aos vigentes valores culturais, políticos
e religiosos
0 Bullyng
0 Experiências sexuais
CONSTRUÇÃO DA
IDENTIDADE
0 Busca pela aquisição de um sentimento de
identidade próprio:
• Necessidade de diferenciar-se dos pais
• Projeção no adolescentes dos conflitos mal
resolvidos dos pais
• Hipocrisias praticadas pela geração que antecede
• Desprezo pela dependência dos pais
• Ambivalência de sentimentos em relação aos pais
LUTO DOS PAIS
0 Pela constatação da passagem do tempo pra eles
0 Luto pela perda da criança perdida
0 Luto pelo possível reconhecimento da não-realização de seus
projetos e sonhos, resultantes da desilusão das expectativas de
seu ideal do ego projetadas no filho

E o incremento de uma preocupação altamente angustiante


diante da acelerada escalada de violência urbana. Surgimento de
uma angústia depressiva, pelo temor de uma solidão e
desamparo, em função do afastamento do filho. Estado de total
confusão diante da perda de controle sobre o destino do filho e
da emergência de sentimentos intensos, contraditórios e
ambíguos em relação ao que fazer e a como proceder com ele.
Risco de uma adolescência
prolongada
0 Conjunção das dificuldades de separação
0 Idealização messiânica
0 Resistência ao crescimento
0 Regressão dos pais à condição de adolescente
A PRÁTICA CLÍNICA
0 A condição necessária mínima para um terapeuta de
adolescentes é a de GOSTAR DELES!
0 Além da capacidade de empatia, o terapeuta deve manter
uma certa flexibilidade sem jamais perder de vista a
manutenção dos limites e a preservação dos papeis
0 O terapeuta deve manter sempre um equilíbrio, ‘fugindo’
dos conluios inconscientes
0 No que diz respeito ao grupo familiar, o papel do
terapeuta não é de conselheiro, ou de um julgador, mas
sim o de um conciliador
0 O terapeuta deve respeitar ao máximo a regra do sigilo
ético, proibindo-se atuar como pombo-correio para os
pais ou vice-versa
A PRÁTICA CLÍNICA
0 O terapeuta deve levar o paciente adolescente da posição
esquizoparanoide à posição depressiva a fim de que ele
possa entender e reparar os danos impostos a sua vida e
das outras pessoas
0 O terapeuta pode lançar mão dos recursos lúdicos como
os jogos, tendo em mente de que são recursos transitórios,
que a linguagem verbal e clara das ideias e dos
sentimentos do adolescente precisa ser desenvolvida
0 É bastante comum os adolescentes mostrarem-se
excessivamente silenciosos, o terapeuta deve se valer do
recurso psicoterapêutico das perguntas
0 A linguagem do analista deve adaptar-se a do paciente
adolescente
A PRÁTICA CLÍNICA
0 A linguagem não-verbal pode ser lúdica, gestural,
comportamental, corporal e manifestam uma
inquietude motora: sentam-se, levantam-se, deitam-
se, movimentam-se, ameaçam sair, saem, volta, etc.
0 Cabe alertar que somos modelos de identificação, o
terapeuta de adolescentes deve estar sempre atento à
vestimentas, modo de falar e de agir e sobretudo ao
desejo de aconselhar pervertendo o setting e os
papeis designados

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