Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Portanto, mais uma vez vemos uma relação de retroalimentação que acaba dando
origem a um ciclo. A utilização destas substâncias como um meio de fugir da dolorosa e
humilhante realidade de estar sem emprego, infelizmente causa ainda mais dor no
indivíduo, uma vez que todos os sentimentos negativos ressurgem assim que os efeitos
causados por elas terminam, somados a humilhação, agora por ter recorrido a esses meios,
e também a desaprovação familiar, social e de seus pares que pode ser causada por esse
uso. Sendo assim, percebe-se que o uso e abuso de substâncias químicas e álcool é, não
só, o efeito do quadro depressivo característico do desemprego, mas também um agravante
deste.
De Oliveira afirma que outra questão importante nesta discussão que está
diretamente ligada ao quadro depressivo é o suicidio. (De Oliveira, 2015). A autora ressalta
que o ato de voluntariamente dar fim à própria vida é um evento de origem multifatorial
resultante da combinação de: transtorno psicológico prévio, peculiaridades culturais, rede
de apoio social e acontecimentos estressantes.
O desemprego se encaixa exatamente no último dos fatores citados, ou seja como
um acontecimento estressante que somado a outros fatores pode ser desencadeante de um
evento suicida. Esse suicidio se encaixa no que de acordo com De Oliveira, Durkheim
classificou como suicidio anômico enfatizando dessa forma a importância de fatores
ambientais sobre o evento suicida.
Em relação aos dados disponíveis sobre o brasil, Da silva afirma citando o IBGE
(2020) que:
Como resultado para saúde mental, a palavra ansiedade surge como principal
referência, o que de acordo com Da Silva Et Al revela a ótica de vivência destas pessoas
durante os acontecimentos que marcam o período, além de representar uma preocupação
demasiada com o cenário de pandemia.
Para Pandemia, a palavra com maior destaque foi medo, revelando ser essa a
emoção mais sentida pelos indivíduos. O medo aqui envolve duas variáveis, o medo de se
infectar e o medo relacionado ao quesito financeiro. De acordo com Da Silva et al seus
achados coincidem com os achados de Bezerra et al, (2020), e revelam que :
Se vê mais uma vez que o fantasma do desemprego tem uma presença opressora
nesse cenário ‘caótico’ que representa a pandemia, e isso nos leva a próxima
representação social analisada, a do desemprego. Neste caso, a palavra, fome, foi a mais
expressiva.
Fica evidente então, que o combate ao desemprego deve envolver diversos setores
e ter ações de grande e pequena escala. Segundo Ribeiro (2009, p.340) o Sistema Nacional
de Emprego (SINE) propõe quatro ações básicas de auxílio às pessoas em situação de
desemprego que são: a intermediação, a qualificação, a certificação e a orientação,
associado às ações de assistência social. No entanto, o autor afirma que por mais que
algumas dessas ações recebam a devida atenção e investimentos, são escassas as ações
relacionadas à orientação profissional e ocupacional, o que é lamentável uma vez que
estas ações são extremamente importantes pois permitem a reconstrução da vida
sociolaboral do indivíduo.
A Psicologia pode atuar em quatro níveis para a solução do desemprego que são: o
nível teórico, o nível político, o nível programático e o nível da ação. Ao apontar que a
situação de desemprego se constitui numa ruptura com as relações sociais e uma perda de
sentido e identidade capaz de gerar sofrimento, buscando então construir uma
compreensão psicossocial sobre o emprego, o psicólogo atua no nível teórico, já ao integrar
equipes que constroem as políticas públicas de trabalho e emprego e compor equipes que
colocam em ação as políticas públicas de combate ao desemprego são respectivamente
ações nos níveis político e programático. O nível da ação, segundo Ribeiro (2009, p. 342):
REFERENCIAS:
https://exame.com/carreira/11-filmes-que-mostram-o-lado-sombrio-do-mundo-do-trab
alho/