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Fluidoterapia em pequenos animais

A fluidoterapia é considerada um tratamento de suporte, com o objetivo de expandir a


volemia, corrigir desequilíbrios hídricos e eletrolíticos, suplementar calorias e nutrientes e
auxiliar no tratamento da doença primária.
Informações adicionais para definição do tratamento devem ser obtidas para com o
proprietário.
Quando é feito o exame físico, se associa às perdas de fluidos, são de 5 a 15% do peso
corporal, onde 5% é indetectável e 15% já é morte iminente. O clínico tem o dever de
avaliar o tutor cutâneo, as coloração das mucosas, posição do globo ocular, frequência
cardíaca e TPC, só assim para classificar o estado do paciente e definir a porcentagem de
desidratação. Atenção especial aos animais obesos e idosos que podem apresentar falsos
indícios de desidratação, os obesos por excesso de gordura subcutânea podem parecer
hidratados quando feito o turgor cutâneo, os idosos pela deficiência de gordura e elastina
subcutânea podem dar uma falsa impressão de desidratação.
Testes laboratoriais de rotina são de excelente ajuda para definição do grau de
desidratação. É bom para acompanhamento antes e depois da fluidoterapia para evolução
do quadro clínico.
São três etapas: reanimação, reidratação e manutenção. A etapada da reanimação é
somente em casos de urgência. A reidratação é a etapa onde os fluidos são repostos, já na
etapa de manutenção é utilizada em pacientes com hidratação normal, que não ingerem
volume de água adequado.
Existem vários tipos de fluidos, como por exemplo o ringer com lactato de sódio, que é uma
solução isotônica, usado para reposição, é contra indicado para pacientes hipercalcêmicos
e hepatopatas. Ringer simples também é utilizado para reposição, usado em alcaloses
metabólicas. Solução NaCl 0,9% é utilizada para reposição, indicada para pacientes com
alcalose, hipoadrenocorticismo, insuficiência renal e hipercalcemia. A solução NaCl 5%
também utilizada para reposição.
As soluções de manutenção são soluções modificadas, que são acrescidas de sódio,
potássio ou glicose dependendo da necessidade do animal. A solução salina hipertônico é
utilizada pra reanimação, indicada em casos de hemorragia, queimaduras, hipovolemia e
choque.
Há diversas vias de administração, sendo elas a via enteral, intravenosa, subcutânea,
intraperitonial e retal.
Para ter a ciência do volume a ser administrado no paciente, o clínico deve levar em conta
as etapas de reidratação, manutenção e reanimação. Para isso, existe um cálculo de
reidratação:
Volume de reidratação (litros/dia) = % de desidratação X peso corporal (Kg)
No cálculo da manutenção é considerado cálculo imperceptível (1/3) e perceptível (2/3),
mas no geral é utilizado de 40 a 60 mL/Kg/dia para cães e 70 mL/Kg/dia para gatos.
Para reanimação, considera-se 3mL de solução cristaloide para cada mililitro de sangue
perdido, com relação a vômitos a reposição é de 40 mL/Kg/dia, já para diarreias a reposição
é de 50 mL/Kg/dia, em caso de ambas as perdas é utilizado 60mL/Kg/dia.
Falando em velocidade de administração, 1 mL em equipes convencionais pode ter 10 a 20
gotas, já no equipo pediátrico são 60 gotas por mL. A fórmula para cálculo de número de
gotas por minuto é:
Gotas/min = (volume total de infusão X gotas/mL)/tempo total de infusão
Alguns sinais de alerta que são observada em pacientes em fluidoterapia são membros
frios, temperatura retal baixa, frequência cardíaca e respiratória aumentada, palidez das
membranas das mucosas, TPC alto e depressão mental.
Podem haver complicações durante a fluidoterapia, sendo elas a hipocalcemia,
hipercalcemia, hipernatremia, acidose metabólica ou respiratória e alcalose metabólica ou
respiratória.
A fluidoterapia deve ser interrompida no momento em que a hidratação é reestabelecida e o
animal consegue mantê-la sozinho.

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