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FLUIDOTERAPIA NA URGENCIA E EMERGENCIA- dr FLAVIO SENEFONTE – Palestra

7 perguntas antes de começar qualquer fluidoterapia:


- Esta desidratado / Chocado?
- Coração é bom? – é o que da dinâmica a distribuição do volume que vou injetar, pq se não
tiver posso ter complicações (edema pulmonar) / responsivo a volume (não responsivo
precisarei de drogas vasoativas) – FC, ritmo, ECG, eco...
- Onde administrar fluidos? (IV, oral, Subcutaneo ou intraosseo);
- Qual solução vamos usar? Conhecer conceitos das soluções baseado em osmolaridade (tem
que ser compatível com a osmolaridade do plasma). RL, SF 0,9 ou SG 5% (isoladamente ou
associados ou complementados).
- Respondeu ao volume?
- Quanto de volume eu vou administrar? - Por quanto tempo?
- Como monitorar resposta ao volume -> sat venosa mista, PA ...

Conceitos:
- Meio interno – toda parte hidroeletrolítica do organismo vivo. 60% agua do peso corporal;
Eletrolitos (Na; K; Cl) -> distribuída em liquido intracelular e extracelular. -> lembrar
concentrações nas soluções dos fluidos corporais (balanço hídrico). K tem predileção pelo
intracelular e Na no extracelular. Se lesao celular tendencia a hipercalemia. Regulação por
transporte ativo e precisa de energia. Equilibrio é mediante gasto energético.

- Desidrataçao (perda de volume de qualquer espaço) e hipovolemia _ pouco volume


intravascular. Pode ter paciente desidratado e normovolemico.

- Soluções de fluidoterapia

- Planos de fluidoterapia e cuidados

Fisiologia de agua corporal

Hipotalamo  neurormonios -> ADH (vasopressina) – perda da regulação faz distúrbio de a


agua.
Pacientes pos AVC/Alzheimer -> perdem mecanismo regulatório da sede – desidrata
facilmente -> piora lesao cerebral -> rebaixamento.

Necessidade diárias de agua:


RN e Lactentes: 100-150mL /kg/dia
Criança 10-20kg: 70-90ml/kg/dia
Criança>20kg: 50-70ml/kg/dia
Adultos: 30-50 ml/kg/dia
Idosos: 20 ml/kg/dia

Podemos perder ate 2L na urina; Fezes 100 a 250ml dia; Vaporização pulmonar 350-400ml;
Pele 350 a 400mL;

Balanço hídrico: perda x ingestão

Febre – cada grau de febre aumenta 100mL de excreção de agua por dia.

SEMIOLOGIA DA DESIDRATAÇÃO:
- taquicardia; - Taquipneia Oliguria Urina escura; Pele seca;
Turgor diminuído; Baixa reserva salivar; Irritabilidade e confusão mental;
Hipotensao arterial; cefaleia; Fezes endurecidas; olhos encovados

CALCULOS DE VOLUME:

Como calcular o déficit de agua? – se sódio normal: calcula através do grau de desidratação –
Leve (50ml/kg); Moderada (50-100ml/kg) ou grave (todos sinais + hipotensão = 100ml/kg
peso);

Se sódio alterado?

BALANÇO HIDRICO:
Perdas: diurese, debito de drenos e sondas; Perdas insensíveis (febre, suor, respiração) fezes;
Ganhos: plano, drogas BIC, Nutrição enteral/parenteral; hemoderivados; agua endógena;

FASES DE FLUIDOTERAPIA PARENTERAL: (no paciente responsivo a volume)


Fase rápida: -> Expansão: em 20 min a 3h  encher o intravascular *
Fase lenta: -> Reparação: dias – imite por cada 24h (repor o que o paciente perdeu)
-> Manutenção: 24h (o que o paciente precisa em 24h sempre)

5% de glicose do soro glicosado é so pra evitar hemólise do inicio da infusão e edema


celular(osmolaridade). Não fazer porque faz hemólise.

SF 0,9 – 154 mEq/L + Cl 154mEq -> Cloreto acidifica o PH – se paciente com AG elevado, não
fazer SF. Fazer Ringer lactato (vai ser metabolizado pelo fígado que vai produzir mais
bicarbonato).

Aquecido = evitar hipotermia (interfere na acidose e oxigenação da hemoglobina e altera


proteínas de coagulação).
Temperatura normal = mantem limiar de ativação das cascatas metabólicas.

HIDRATAÇÃO PARENTERAL:

Fases

- Expansão: 20-30mL/kg em 20 a 30min (excessão da sepse que deve ser feito em até 3h) – até
desaparecimento dos sintomas.
- Reparação:

- Na <130:
- Na 130-150:
- Na >150:

Obs.: Soro a meio (0,45%) 10mL/kg/h nas primeiras 6h 4-6mL/kg/h até N<160.

- Manutenção: (Holliday segar)


Até 10kg - > 100ml/kg/dia
10-20kg: 1000+50ml/kg acima de 10
>20kg: 1500 +20ml /kg acima de 20kg.
- Adulto não cardiopata: 30-35mL/kg/dia

- Manutenção geral do adulto em jejum: 110 mL/h (se vai ficar em jejum por 8h = 8hx 110ml)
DISTURBIOS HIDROELETROLITICOS

Correção é feita na fase de reparação

HIPERNATREMIA – após expansão com SF 0,9%

Reparação:
1- calcular déficit de agua livre DAL=ACT x {([Na] – 140** )/ 140} obs. 140** (sódio
desejado -> sódio corrigido menos 10  média de 140 (mas não é realmente fixo)
DAL – déficit de agua livre ACT – Agua corporal total (em média - 60% do peso corporal)

Sempre corrigir no máximo metade do DAL.

2ª variação estimada de sódio (na solução que vou escolher para fazer a reparação)
Vna= ([Na] soro – [Na]paciente) / (ACT +1) ;  diz quantos mEq vc vai reduzir do paciente a
cada litro da infusão que iremos usar. (lembrar de não matar o paciente pela variação do
sódio).

Soro a meio (SF 0,45%) = 77mEq/L


SG5% = 0 mEq/L

Reduzir 0,5-1 mEq/L/h


Reduzir no máximo 12mEq em 24h

HIPONATREMIA:

1; Edematoso (hipervolemico) -> restringir ingesta de agua (restrição 0,5-1 L0/dia) pode usar
diurético – se renal crônico pode fazer dialise pq o rim dele não funciona

2: hiponatremico Hipovolemico (desidratado): SF 0,9% até corrigir hipovolemia + Reparação


(calcular grau de desidratação -> usar SF 3% e forçar eliminação de agua (diurético e alça –
furosemida)-> tirar excesso de agua q

3: Euvolemicos SSIADH (síndrome da secreção inapropriada do ADH) – avliar pulmão, SNC,


Neoplasias; Polidipsia? Insuf adrenal-cortisol; Suspensao de medicamentos provocativos de
alteração desse hormônio (antidepressivos; Carbamazepina; Opioides; lítio;

DISTURBIOS DE POTASSIO:

HIPOCALEMIA - > temos que repor potássio. + identificar causa (ingesta. Medicamentos. B2
agonista. Perdas pelo TGI. Perdas renais) - Fraqueza, fadiga, câimbras; -> evitar soluções
glicosadas (porque joga potássio dentro da célula e piorar hipocalemia intravascular)
3 – 3,5 -> reposição via oral
<3 -> solução de KCL a 19,1% 10-20mEq/h
HIPERCALEMIA -> incapacidade de excretar potássio (renal) excesso de potássio (ingesta ou
medicamentos – diuréticos pupadores de potássio) hemólise, iatrogenia (reposição ou
suplementação exagerada;
K>6,5 -> gluconato de cálcio
6-7 -> solução polarizante – glicose joga potássio pra dentro da célula junto com a glicose.
Se acidose associada- Bicarbonato de sódio 8,4% 1mEq/kg IV
Se refratário: Hemodialise
Adjuvante VO:

ECG:
Onda T apiculada – hipercalemia (gluconato de cálcio – estabilizar membranas)
Onda T achada junto com onda u -> hipocalemia

HIDRATAÇÃO NA SEPSE:
ABCDE
Estado funcionamento Sofa
TTO etiologia
Fluidoterapia 
Hemoderivados
Drogas vasoativas

HIDRATAÇAO NA DIARREIA – Planos A, B e C. (palestra Maisse)

Usar soro a meio para manutenção após estabilização do paciente C.

SG 5%  1000ml
NaCL  1 a 2mL
KCl  1 mL

HIDRATAÇAO DO PACIENTE CIRURGICO: 110 ml /h por jejum (+ verificar perdar – chegar perto
de um balanço hídrico).

HIDRATAÇÃO NO TRAUMA -> paciente vai ter choque (ou hemorrágico ou obstrutivo) –
Classificar choque hemorrágico -> tipo de solução que vamos usar e se sera necessário usar
sangue (hemácia)
Preferencia usar RL aquecido (tampona acidose, temperatura para não ter disturvio de
coagulação e melhorar capacidade da hemoglobina);
III e IV  hemoderivados;
monitorar resposta (diurete, Pressao venosa central, PAM, Pocus)

HIDRATAÇAO DO GRANDE QUEIMADO:


Formula de PArkland 2-4mL x SCQ x Peso  Metade em 8h (RL) e restante nas 16h restantes;
Controle: diurese>0,5ml/kg/h.
HIDRATAÇÃO NA DENGUE:
Identificar sinais de alarme (dor abdominal intensa e contínua; Vomitos persistentes; Acumulo
de líquidos; Hipotensao postural; Hepatomegalia; Sangramento de mucosa; Letargia
irritabilidade; Aumento progressivo do hematócrito).

Choque da dengue: hipovolêmico


Hematocrito – Criança >38 ; Mulher >40; Homem>44;

Classificar em grupos ABCD

Gruop a e B reposição oral 60ml/kg/dia (1/3 de solução salina)

CASA -> ler sobre principais ritmos de parada.

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