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Alberto Sarkis
Dor – Conceituação e novas
perspectivas

“Sensação desagradável, variável em


intensidade, extensão e em localização,
produzida pela estimulação de terminações
nervosas especializadas em sua recepção.
Sofrimento moral, mágoa, pesar, aflição”.

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Dor – Conceituação e novas
perspectivas
Segundo a Associação Internacional para
Estudos da Dor (IASP) “Dor é uma experiência
sensorial e emocional desagradável,
associada a um dano real ou potencial dos
tecidos, ou descrita em termos de tais danos.
Cada indivíduo aprende a utilizar este termo
através de experiências anteriores...

“Dor  mecanismo básico de defesa”

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Dor
Sensação Subjetiva desagradável
Pode assumir diferentes formas:

Desconforto  Pior sensação dolorosa

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Dor – sensação pessoal e subjetiva

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Recepção, Condução e Percepção
Um estímulo adequado atinge
terminações sensitivas de uma estrutura,
Origina-se uma sucessão de fatos
eletrofisiológicos
O impulso percorre a via nervosa até as
raízes dorsais da medula,
Chega ao tálamo e córtex parietal

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Via da Dor

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Alguns conceitos inerentes a dor
Nocicepção – é a resposta neural ao
estímulo nociceptivo.
Dor – é a percepção consciente da
nocicepção.
Sofrimento – é entendido como respostas
afetivas negativas geradas pela dor.
Comportamento de dor – todas as formas
de comportamento que refletem a
experiência dolorosa.

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Mecanismo da Dor
O SN através de variações energéticas no
ambiente, analisa estas variações e organiza
respostas, de ordem física e psíquica
convenientes para “lidar” com o estímulo.

Classificação
– Termonociceptores
– Mecanonociceptores
– Polimodais

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Estruturas Sensíveis a Estímulos
Estruturas pouco sensíveis
– Ossos
– Pericárdio visceral
– Peritôneo visceral
– Tecido hepático

Estruturas muito sensíveis


– Pele (picada, calor intenso, inflamação)
– Dentina e polpa dentária
– Pleura parietal (inflamação e compressão)
– Músculo cardíaco (anóxia)
– Meninges (inflamação e distensão)

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Classificação da Dor
Dor Aguda
– está relacionada a afecções traumáticas, infecciosas
ou inflamatórias;
– há expectativa de desaparecimento após a cura da
lesão;
– delimitação têmporo-espacial é precisa;
– há respostas neurovegetativas associadas (elevação
da pressão arterial, taquicardia, taquipnéia, entre
outras);
– ansiedade e agitação psicomotora são respostas
freqüentes.

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Classificação da Dor
Dor Crônica
– É aquela que persiste após o tempo razoável
para a cura de uma lesão ou que está
associada a processos patológicos crônicos.
– Causam dor contínua ou recorrente
– Geralmente não há respostas
neurovegetativas
– Mal delimitada no tempo e espaço
– Ansiedade e depressão são respostas
emocionais freqüentes.

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Tipos de Dor
DOR CUTÂNEA OU SUPERFICIAL
– Localiza com precisão
DOR PROFUNDA
– Origina-se de estruturas profundas do organismo – músculos,
tendões, articulações.
DOR FANTASMA
– Existe uma permanência da memória da dor mesmo após sua
remoção
DOR REFERIDA
– Dor sentida distante da área lesionada, apesar de haver ligação
nervosa entre elas.
DOR NEUROPÁTICA
– Decorrente de lesões parciais ou totais das vias nervosas centrais ou
periféricas (herpes zoster, AVC, diabetes)
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Avaliação da Dor
1. Localização
2. Irradiação
3. Caráter ou qualidade
4. Intensidade
5. Duração
6. Evolução
7. Relação com as funções orgânicas
8. Fatores desencadeantes ou agravantes
9. Fatores que aliviam
10. Manifestações concomitantes

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Irradiação da Dor
Dor sentida ao longo
do trajeto neural
(referida)

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Caráter ou Qualidade

1. Queimação: úlcera péptica


2. Em pontada ou Fincada: Dor pleurítica
3. Dor pulsátil: Alguns Tipos de cefaléia
4. Dor em cólica: intestinal, menstrual
5. Dor surda (contínua, mas imprecisa e que não tem
grande intensidade): – dor lombar
6. Dor constritiva/ aperto: IAM
7. Dor contínua: Pancreatite aguda
8. Dor do membro Fantasma: dor no membro amputado

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Exemplos

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Intensidade da dor - relativo

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Graduar Intensidade
Ver as escalas

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Avaliação da Dor
Inventário para Dor de Wisconsin
Quanto a dor interfere:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
atividade geral não interfere interfere totalmente

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
sono não interfere interfere totalmente

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
humor não interfere interfere totalmente

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
trabalho não interfere interfere totalmente

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ESCALA DE INTENSIDADE NUMÉRICA DE DOR:

________________________________________
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
DESCRITORES DE DOR AGUDA (Sant’Ana, Pereira, Marquez e Faleiros Sousa - 2004):
1-Terrível 1. Que infunde ou causa terror; terrificante. 2. Extraordinária; estranha.
3. Muito grande; enorme. 4. Muito ruim; péssima.
2-Insuportável 1. Não suportável; intolerável. 2. Incômoda; molesta.
3-Enlouquecedora 1. Que endoidece; que torna louca; que faz perder a razão.
4-Profunda 1. Que tem extensão, considerada desde a entrada até o extremo oposto.
2. Muito marcada. 3. Que penetra muito; dor profunda.
4. Enorme; desmedida; excessiva; demasiada. 5. De grande alcance; muito importante.
5-Desesperadora 1. Que desespera; que faz desesperar; desesperante; desesperativa.
2. Aquela que faz desesperar.
6-Fulminante 1. Que fulmina; despede raios; fulminadora. 2. Que assombra.
3. Cruel; terrível; atroz.
7-Aniquiladora 1. Que reduz a nada; que nulifica; anula. 2. Que destrói; mata; extermina.
8-Monstruosa 1. Enorme, extraordinária.
9-Alucinante 1. Que alucina; faz perder o tino; a razão; o entendimento; alucinatório. Estonteante.
10-Desumana 1. Que desespera; que faz desesperar; desesperante; desesperativa.
2. Aquela que faz desesperar. Prof. Msc. Alberto Sarkis
DESCRITORES DE DOR CRÔNICA
(Sant’Ana, Pereira, Marquez e Faleiros Sousa - 2004):

1. Deprimente
2. Persistente
3. Angustiante
4. Desastrosa
5. Prejudicia
6. Dolorosa
7. Insuportável
8. Assustadora
9. Cruel
10.Desconfortável
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Duração da Dor
Tempo decorrido entre o início da dor e o
exame

– Contínua
– Cíclica ( periódica)

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Evolução da Dor

Pode intensificar-se progressivamente


Pode ser rítmica
Pode apresentar surtos periódicos ao
longo da duração da doença

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Relação com as Funções
Orgânicas
Leva em conta a localização da dor e os órgãos
situados na área.
– Ex: Tórax
– retroesternal
– cervical
– epigástrica
– lombar
– hipogástrica
– pernas

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Fatores Desencadeantes ou
Agravantes

Execução de esforço
Alimentação
Compressão do local

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Fatores que Aliviam
Também pode estar relacionados com as
funções orgânicas
Posições antálgicas
Indução de vômito
Resposta a analgésicos já utilizados
Fisioterapia
– Recursos físicos
– Mecânicos, manuais.

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Manifestações Concomitantes

A própria dor, quando muito intensa pode


provocar outros sintomas.
Cólicas: náuseas, vômitos, sudorese,
palidez e mal-estar
É freqüente que a dor se acompanhe de
manifestações relacionadas diretamente
com sua causa.

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Prejuízos advindos da dor
Sono
Movimentação/deambulação
Respiração profunda
Atenção e concentração
Apetite
Trabalho*
Humor*
Relacionamento interpessoal*
Lazer*
Prazer de viver*
Vida Sexual*
Especialmente importantes na dor crônica (Fibromialgia)

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Conceitos outros relacionados a dor
ALODINIA: Dor que surge como resultado de estimulação
não-nociva da pele - dor referida.
ANALGESIA: Ausência de dor para estimulação nociva.
CAUSALGIA: Dor queimante por lesão nervosa traumática,
associada com disfunção vasomotora, sudomotora e
alterações tróficas tardias.
HIPERALGESIA: Sensibilidade aumentada para estimulação
nociva por diminuição do limiar de sensibilidade.
HIPERESTESIA: Sensibilidade aumentada para estimulação
não dolorosa como o toque e as mudanças de temperatura.
HIPOALGESIA: Sensibilidade diminuída à estimulação nociva.
LIMIAR DE DOR: A menor intensidade de estímulo na qual a
pessoa percebe a dor.
PARESTESIA: Sensação anormal, espontânea ou provocada.
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Obrigado !

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