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Semiologia e fisiologia

da Dor
Caio Arteman de Assis, Ellen Greici Trancoso,
Maria Clara Spaini e Taysa Maria Gadotti
Preceptor: Décio
O que é dor?
• A dor é uma experiencia sensorial e emocional
desagradável associada à uma lesão tecidual.

• É uma função modulada por condições fisiológicas,


emocionais, motivacionais e psicológicas, além de
experiencias previas de vida.
Mecanismos Bioquímicos
de modulação da dor :

Várias substâncias possuem


propriedades:

• Excitatórias

• Inibitórias
 Uma lesão tecidual induz um processo inflamatório que, a nível periférico,
sensibiliza os nociceptores através de substancias químicas como:

• Prostaglandinas
• Serotonina
• Acetilcolina
• Adenosina
• Bradicinina
• Histamina
• Serotonina
• Interleucinas
• TNF
 A ação analgésica pode ser exercida a nível periférico
através de células imunológicas que migram para os tecidos
inflamatórios, liberando endorfina, selectinas e algumas
citocinas para exercer no controle da dor
Órgãos
receptores
Nociceptores
São terminações nervosas livres com dois tipos e fibras:
• Fibras mielínicas finas (A-delta): sensações dolorosas agudas, imediatas e
bem localizadas
• Fibras amielínicas (C): lenta, dor tardia e difusa
Os nociceptores podem ser classificados em 3 classes:
• Mecanoreceptores (pressão e alfinetada)
• Mecanotermoceptores (temperatura)
• Polimodais (pressão e temperatura): fibra C
Percepção da Dor

Compreende 3 mecanismos:

• Transdução
• Transmissão
• Modulação
Sendo assim, um estímulo inicial, causa uma série de mudanças
fisiológicas, que acarretam na transmissão nervosa a partir de um
neurônio sensorial nociceptivo periférico, para a medula e enfim
para o encéfalo.

NEUROTRANSMISSOR
ES
Fibras rápidas tipo A delta >
glutamato (facilita e prolonga dor )

Fibras lentas tipo C > substancia P


(resposta à estimulação dos
nociceptores)
Vias de condução e
Centros superiores
O processamento central
da dor, vai ocorrer
em cinco vias
ascendentes
principais: tratos
espinotalâmico,
espinorreticular,
espinomesencefálico
, cervicotalâmico e
espino-hipotalâmico.
RESUMINDO...
Tipos de Dor

Considerando-se o seu sitio de origem a dor


pode ser classificada em :

• Somática (superficial e profunda)


• Visceral
• Irradiada
Dor somática
superficial
Estimulação nociceptores do
tegumento, sua
intensidade é variável e
bem localizada, decorre
de:

• Queimadura
• Processo inflamatório
• Trauma
Dor visceral
Dor decorrente da estimulação dos
nociceptores viscerais, tem
características similares à dor somática
profunda, ou seja, é difusa, de difícil
localização, e descrita como uma dor
vaga e contínua.
A dor visceral está relacionada com 4
condições:
 Comprometimento da própria víscera ( dor visceral
verdadeira)
 Comprometimento secundário do peritônio ( dor somática
profunda)
 Irritação do diafragma ou do nervo frênico
 Reflexo viscerocutâneo (dor referida)
Dor visceral verdadeira

Tem características referentes ao órgão


que a origina, por exemplo:

• Dor cardíaca ( tem localização


retroesternal ou pré-cordial )
• Dor hepática e biliar: localização no
hipocôndrio direito
• Dor pancreática: no epigastro,
hipocôndrio esquerdo e meio do dorso
Dor referida

Pode ser definida como uma


sensação dolorosa superficial
que está distante da estrutura
profunda cuja estimulação
nóxica é responsável pela dor
A explicação mais aceita para este
fenômeno é a convergência de
impulsos dolorosos viscerais e
somáticos superficiais e
profundos para hormônios
nociceptivos comuns
localizados no corno dorsal da
medula espinal
Exemplos de dor referida:
• Dor na face medial do braço ( dermátomo
de T1) em pacientes com infarto agudo do
miocárdio
• Dor no ombro ( dermátomo de C4 ) em
indivíduos com doença diafragmática ou
irritação do nervo frênico
Dor irradiada

Caracteriza-se por ser sentida distante de sua


origem e ocorre obrigatoriamente em estruturas
inervadas pela raiz nervosa ou em nervo com
estimulação nóxica responsável pela dor. Um
exemplo:
• Ciatalgia provocada pela compressão da raiz
nervosa por hérnia de disco lombar
  Dor aguda
É uma importantíssima
modalidade sensorial
desempenhando o
papel de alerta
comunicado ao
cérebro que algo está
errado, e desaparece
com a remoção do
fator causal e
resolução do
processo patológico.
Dor crônica
É aquela que persiste por um período superior ao necessário para a cura de
um processo mórbido ou está associada a afecções crônicas. Por exemplo:

• Câncer
• Artrite reumatoide
• Alterações degenerativas da coluna

Outra causa da dor crônica decorre da lesão do sistema nervoso, e não tem
nenhuma função de alerta e determina acentuado stress, sofrimento e perda na
qualidade de vida
Características semiológicas
da dor

Localização, irradiação, qualidade ou caráter,


intensidade, duração, evolução, relação com funções
orgânicas, fatores agravantes, fatores atenuantes e
manifestações concomitantes.
Localização da dor
Paciente refere a região que sente a dor.

É relevante avaliar a
Pedir que o mesmo aponte com
sensibilidade na área onde se
as mãos o local da dor
localiza a dor e adjacências
Irradiação da dor

A dor “espalha” para outras regiões


Exemplo mais comum:
Dor irradiada decorrente da inflamação do
nervo ciático
Qualidade ou Caráter da dor
Paciente descreve a sensação que a dor
provoca.

Dor contínua Dor queimação Dor constritiva

Dor em cólica Dor surda

Dor em Dor pulsátil ou


pontada ou latejante
fincada
Intensidade da
dor:
“O quanto dói”
Duração da dor
Inicialmente, determina-se com a
máxima precisão possível a data de
início da dor.

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CONTÍNUA CÍCLICA INTERMITE


NTE
Aguda: é a dor que dura menos de 1 mês (ou 3 meses, conforme alguns autores),
e cessa dias ou semanas após o desaparecimento ou melhora da doença ou lesão.

Dor crônica: é a que persiste além do tempo necessário para a cura da doença ou
da lesão, habitualmente mais de 3 meses, transformando-se em uma condição
clínica de grande interesse prático. Deixa de ser um “sintoma” e passa a ser a
“doença” do paciente. passa a ser a “doença” do paciente.
Evolução da dor:
Trata-se de uma característica que revela a maneira como a dor evoluiu, desde
seu início até o momento da anamnese.
A investigação é iniciada pelo modo de instalação: se súbita ou insidiosa
Durante sua evolução, pode haver as mais variadas modificações na dor.

• Exemplos: devido ao uso abusivo e inadequado de analgésicos, pacientes com


enxaqueca ou cefaleia tensional crônica podem evoluir para uma forma diferente
de cefaleia, designada “cefaleia crônica diária”, de tratamento muito mais difícil
Leva em
consideração
LOCALIZAÇÃO
da dor e estruturas
situadas na
MESMA ÁREA.

EXEMPLO: dor
CERVICAL, DORSAL ou LOMBAR há uma relação com os
MOVIMENTOS DA COLUNA (flexão, extensão, rotação e inclinação).
FATORES
DESENCADEANT
ES OU
AGRAVANTES
FATORES
ATENUANTES
MANIFESTAÇÕ
ES
CONCOMITAN
TES
HIPERPATIA
Sensação desagradável, mais dolorosa que a comum, provocada pela
estimulação nóxica, sobretudo a repetitiva, de uma área com limiar de
excitabilidade aumentado, indicando região parcialmente desaferentada.
ALODINIA
Sensação desagradável provocada pela estimulação tátil
de uma área com limiar aumentado de excitabilidade (região parcialmente
desaferentada).

HIPERALGESIA
Resposta exagerada aos estímulos aplicados em uma região com limiar de
excitabilidade reduzida.
Pode manifestar­-se sob a forma de dor a estímulos inócuos ou dor intensa
a estímulos leves ou moderados.
TERMINOLOGIA MÉDICA DA DOR
Terminologia: Conjunto de termos particulares ou nomeação
de uma ciência, de uma arte, de um ofício, de uma profissão e
Prefixo: Sufixo:
etc.. Elemento ou
Elemento ou
Terminologia médica: dá aos profissionais de saúde uma termo que termo que
aparece antes aparece após o
linguagem comum para tratar os pacientes, do radical da radical da
a chave para compreender os termos médicos é focar-se nos palavra palavra.
Ex: ALGIA
seus componentes (prefixos, raízes e sufixos) Ex: OSTE

Exemplos:

Algia = Dor/ Gastro= estômago/Gastralgia = Dor no


estômago
FIM

OBRIGADO!
Referências bibliográficas
1. Semiologia médica / Celmo Celeno Porto ; coeditor Arnaldo Lemos Porto. 8.ed.
Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2019.
2. Exame clínico / Celmo Celeno Porto, Arnaldo Lemos Porto. 8.ed. Rio de Janeiro :
Guanabara Koogan, 2017.
3. 1 I. Anatomia, Neurobiologia e Fisiopatologia da Dor Doutor Luís Batalha
Introdução Segundo a International Association for t. Disponível em:
<https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:_8W-y-
wWwfQJ:https://repositorio.esenfc.pt/private/index.php%3Fprocess%3Ddownload
%26id%3D114307%26code
%3D3d5c05ec396d2dc1b5be902d0bac32ffbf316058&cd=1&hl=pt-
BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 17 set. 2022.

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