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JORNAL IFMG Campus Ribeirão das Neves

IFMG

PROVA GLOBAL PREJUDICA ALUNO COM


DISLEXIA
O estudante não conseguiu realizar a prova sozinho e
seus colegas viram a situação como "privilégio"
Por Ana Alves, Emanuel Cândido, Gabriela Stefani e Marjorie Esther

Nos dias 10, 17 e 24 de setembro, os uma vez que as provas feitas não
alunos do IFMG - Campus Ribeirão foram adaptadas para atender suas
das Neves realizaram as provas necessidades. Nesse sentido, entramos
globais, que abrigam todo o na questão de "falsa inclusão", em que
conteúdo estudado no trimestre. a escola oferece meios visíveis de
Porém, os alunos com deficiência introduzi-los no ambiente escolar,
foram excluídos desses testes, isso por meio de rampas e escritas em

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braille, mas deixam a desejar em Além disso, as aulas não são
questões como educação e interativas com ele, proporcionando
aprendizado. Além do período de um maior desvio de atenção.
pandemia, em que as atividades " Achei muito estranho os
escolares mais uma vez não foram
adaptadas para esses alunos, e o
textos porque não consegui
descaso dos professores se mostrou prestar atenção nas aulas.." -
evidente diante da falta de Alega o garoto.
investimentos didáticos para
É importante, também, ressaltar que
planejar aulas inclusivas.
ele não enfrenta problemas apenas em
"Pelos olhos de quem vivenciou" sua formação, o estudante também
Carlos é estudante do instituto à convive com a falta de entendimento
três anos, o jovem está cursando de seus colegas de classe, que
Eletro Eletrônica no primeiro ano interpretam a situação de fazer uma
do ensino médio e descobriu há um prova separada e diferente como
ano que sofria com dislexia, uma privilégios. Dessa forma, fica mais
condição que traz dificuldades em claro a importância de se discutir a
ler e interpretar. inclusão nas escolas e todas as
Durantes as entrevistas realizadas, instituições sociais.
foi constatado por ele que as
avaliações do mês anterior não
foram fáceis e que foi necessário
auxílio de uma tutora para ler cada
questão, então, ele precisou se
retirar da turma e fazer a avaliação
em outra sala, longe de seus colegas.
"A primeira global que fiz
achei muito estranha, foi a
primeira vez que fiz uma
avaliação desse jeito." -
Afirma Carlos.
Isso reforça a falta de recursos
para a adaptação do garoto ao Visão de futuro. Carlos: "Espero que o
ensino, tanto remoto quanto NAE consiga resolver o problema"
presencial.

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"O que se espera de tudo isso?"
Em virtude das pautas apresentadas,
é notório a escassez e superficialidade
da implementação de ambientes
inclusivos de cunho social e educativo,
não só no IFMG, mas em diversas
outras intuições públicas de ensino,
além da falta de visibilidade,
representatividade e voz que alunos
com dislexia e variadas condições não
possuem no contexto escolar. O que
realmente poderia ser feito, para que
alunos semelhantes ao Carlos, também
recebam oportunidade de fala e
parcela de importância no instituto? O
que nós, como estudantes, poderíamos
construir para um tornar o IF um
ambiente mais inclusivo?

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Edição de Setembro| 2022

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