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1ª questão – A Guarda Municipal de São Paulo, valendo-se de seu poder de

polícia urbana, tem efetuado ações de fiscalização sobre o comércio


ambulante, em especial, aqueles que estiverem funcionando sem a devida
licença. Em algumas ações, a GMSP apreende objetos vendidos e as barracas
em que são colocados tais produtos. Em outras vezes, a GMSP também efetua
prisões desses mesmos vendedores, tendo em vista o ilícito administrativo de
venda de produtos em espaço urbano sem o devido licenciamento. No caso
descrito, responda:

a) Dentro de uma avaliação crítica em relação os aspectos trazidos no


texto, quais características do ato administrativo fundamentam a ação da
GMSP? Justifique (1,0).

Conforme o artigo 78 do CTN a Guarda Municipal pode exercer seu poder de


polícia ao limitar e disciplinar direito, interesse ou liberdade, visando regular a
prática de um ato ou abstenção de um fato em razão do interesse público
desde que concirna: a segurança, a higiene, a ordem, os costumes, à disciplina
da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público etc. Diante do
exposto, é nítido que as Guardas Municipais possuem tal poder de polícia para
que possa fornecer proteção a determinados bens, serviços e instalações
municipais que possuem como características: a discricionariedade, a
coercibilidade, e a auto executoriedade.

b) No caso em questão, o ato administrativo que possibilita o uso de espaço


público para venda classifica-se em quais critérios? (1,0)

Segundo o Código Civil tem-se duas formas de uso de bens públicos, o comum
e especial, previstos no art. 98 e seguintes do referido código. No que concerne
o critério comum não há qualquer discriminação entre usuários do bem
coletivo, tampouco há consentimento estatal para tal finalidade. Quanto ao uso
especial há a submissão ás regras especificas no que tange a utilização dos
bens públicos e seu consentimento estatal, aqui a pessoa que for usufruir terá
que pagar pelo uso.

2ª questão – São diversos os instrumentos de intervenção do Estado na


propriedade privada. Os instrumentos de intervenção são exclusivamente
restritivos, com indenização obrigatória em caso de dano ao proprietário, posto
que, em todos eles, a Administração utiliza-o por questões de urgência ou de
relevante interesse público.

A afirmação descrita anteriormente é correta? Explique, com argumentos e


fundamentos. (1,0)  

Não. Os instrumentos de intervenção podem ser restritivos e supressivos. Na


restritiva, o Estado impões suas restrições e determina condições para o uso
da propriedade privada sem tirara-la do proprietário, ex: tombamento, a
requisição, a ocupação temporária, a servidão administrativa e as limitações.
Quanto a supressiva, o Estado transfere para si o bem de terceiro, ex:
desapropriação.

Como já evidenciado o Poder Público, em suas funções, tem a competência de


intervir sobre as propriedades particulares e até mesmo aplicar sanções. Ele
pode intervir quando a propriedade não esteja respeitando sua Função Social
da Propriedade (art. 5º, XXIII, CF), ou devido a necessidade ou utilidade
pública.

3ª questão – Sobre as limitações administrativas, pode-se dizer: (1,0)

a)    São atos administrativos individualizados, passíveis de indenização ao


proprietário.

b)    Não possuem definitividade, pois podem ser revogados pela administração


pública.

Xc)    São obrigações impostas ao proprietário, seja por abstenção, seja


por obrigação de fazer algo por questões de ordem pública.

d)    É medida restritiva que possibilita ao ente federado o uso do bem em


situações de calamidade pública.

4ª questão – Ao Poder Judiciário é vedada a análise que qualquer ato


administrativo, tendo em vista o princípio da separação dos poderes
constituídos. Considerando a frase anterior, qual a verdade da afirmação
descrita? (1,0)

É passível o controle externo dos atos administrativos por via judicial. Embora
que no que diz respeito ao mérito do ato discricionário, o mesmo por via de
regra não se aplica, o controle por parte do judiciário não pode ser feito, pois
tais atos são praticados tendo por base o juízo de conveniência e oportunidade
da administração pública. O art 5º, XXXV CF assegura que “ a lei não excluirá
da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;”, ou seja, diante
de ameaça ou lesão qualquer um poderá recorrer ao judiciário, o que pode
abranger o princípio da inafastabilidade da jurisdição. O judiciário não pode
analisar o mérito dos atos administrativos, mas pode examinar sob a ótica da
legalidade, sendo este seu limite de controle.

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