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COOEPE

CURSO DE EDUCAÇÃO DE
JOVENS E ADULTOS

ENSINO FUNDAMENTAL

LÍNGUA PORTUGUESA
Módulo 01
COOEPE

ROTEIRO

I – TÍTULO
Comunicação

II – OBJETIVO GERAL
O estudo da Língua Portuguesa deve possibilitar ao aluno:
Compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna, geradora de significado e
integradora da organização de mundo e da própria identidade; considerar a Língua Portuguesa
como fonte de legitimação de experiências humanas manifestadas nas formas de sentir, pensar e
agir na vida social; compreender a linguagem como parte do conhecimento de si próprio e da
cultura.

III – OBJETIVOS ESPECÍFICOS


Estarão colocados junto aos conteúdos no início de cada subunidade.

IV – ATIVIDADES
Estudos de conteúdos específicos a partir da leitura de textos e da realização de tarefas
programadas com as devidas correções.

V – AVALIAÇÃO
Será realizada após a conclusão de todas as atividades propostas neste módulo e o domínio
de seu conteúdo.

VI – METODOLOGIA
Estudo individual com orientação do professor sempre que necessária.

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APRESENTAÇÃO

O domínio da língua materna é de muita importância, pois o homem é um ser social, que se
comunica, essencialmente pela palavra.

Com o estudo da Língua Portuguesa, língua oficial do Brasil, você, caro aluno, estará
adquirindo condições culturais para compreender, de modo crítico, a sociedade em que vive, para
atuar de modo construtivo nos processos de transformação social, atingindo seu crescimento como
cidadão.

Com relação à profissão, sabe-se que todos precisam da palavra falada ou escrita. A
comunicação pela palavra pode ser causa de sucesso ou de insucesso profissional. E a eficiência na
comunicação depende do domínio da língua e de suas possibilidades.

Em cada um dos vinte módulos de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental, você, caro
aluno, terá oportunidade de refletir sobre o homem, a sociedade e o mundo, com a leitura dos textos,
o contato com a gramática da língua e a elaboração de seus próprios textos, utilizando
conhecimentos de que já dispõe e relacionando-os, então, com conceitos teóricos neles
apresentados.

Tenha certeza de que o estudo contribui enormemente para o seu crescimento pessoal e
profissional.

Acredite no seu sucesso!

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SUBUNIDADE A

Com o estudo desta subunidade, você deverá:


• Desenvolver o hábito da leitura de textos e a compreensão do plano de ideias do que lê,
identificando o tema de cada texto lido;
• Desenvolver a elaboração escrita de suas próprias ideias;
• Desenvolver a habilidade de usar adequadamente o dicionário;
• Identificar a semelhança e a relação entre palavras;
• Descobrir a expressão escrita como forma de comunicação pelo ato de redigir;
• Interpretar frases e expressões;
• Identificar e caracterizar personagens de modo geral;
• Usar adequadamente os pronomes “eu” e “mim” antecedidos de “para”.

ESTUDO DE TEXTO

O texto que você lerá agora foi escrito por Luís Fernando Veríssimo, um dos melhores
humoristas da nossa literatura. Ele é gaúcho de Porto Alegre e ficou famoso por suas crônicas.
Conheça uma delas. Você vai gostar.
DETALHES

O velho porteiro do palácio chega em casa, trêmulo. Como faz sempre que tem baile no
palácio, sua mulher o espera com café da manhã reforçado. Mas desta vez ele nem olha para a
xícara fumegante, o bolo, a manteiga, as geleias. Vai direto à aguardente. Atira-se na sua poltrona
perto do fogão e toma um longo gole da bebida, pelo gargalo.
- Helmuth, o que foi?
- Espera, Helga. Deixe eu me controlar primeiro.
Toma outro gole de aguardente.
- Conta, homem! O que houve com você? Aconteceu alguma coisa no baile?
- Co-começou tudo bem. As pessoas chegando, todo mundo de gala, todos com convite, tudo
direitinho. Sempre tem, claro, o filhinho de papai sem convite que quer me levar na conversa, mas já
estou acostumado. Comigo não tem conversa. De repente, chega a maior carruagem que eu já vi.
Enorme. E toda de ouro. Puxado por três parelhas de cavalos brancos. Cavalões! Elefantes! De
dentro da carruagem salta uma dona. Sozinha. Uma beleza. Eu me preparo para barrar a entrada
dela porque mulher desacompanhada não entra em baile do palácio. Mas essa dona é tão bonita,
tão, sei lá, radiante, que eu não digo nada e deixo ela entrar.
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- Bom, Helmuth. Até aí...


- Espera. O baile continua. Tudo normal. Às vezes rola um bêbado pela escadaria, mas nada
demais. E então bate a meia-noite. Há um rebuliço, na porta do palácio, olho para trás e vejo uma
mulher maltrapilha que desce pela escadaria, correndo. Ela perde um sapato. E o príncipe atrás
dela.
- O príncipe?!
- Ele mesmo. E gritando para mim segurar a esfarrapada, “Segura! Segura!” Me preparo para
segurá-la quando ouço um espécie de “vum” acompanhado de um clarão. Me viro e...
- E o quê, meu Deus?
O porteiro esvazia a garrafa com um último gole.
- Você não vai acreditar.
- Conta!
- A tal carruagem. A de ouro. Tinha se transformado numa abóbora.
- Numa o quê?
- Eu disse que você não ia acreditar.
- Uma abóbora?
- E os cavalos em ratos.
- Helmuth...
- Não tem mais aguardente?
- Acho que você já bebeu demais por hoje.
- Juro que não bebi nada!
- Esse trabalho no palácio está acabando com você, Helmuth. Pede para ser transferido para
o almoxarifado.
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Outras do analista de Bagé,19ª ed., Porto Alegre,
LPM, 1982.

EXERCÍCIOS

Certamente você achou interessante o que leu.


Faça uma segunda leitura, prestando atenção nas palavras que compõem o texto e resolva a
primeira questão dos exercícios que se seguem.

1. Re-escreva as frases substituindo a expressão destacada por outra de sentido equivalente.


Caso seja necessário, consulte o dicionário e, se for preciso, você pode fazer uma adaptação
na frase.

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Veja um exemplo:
Levou tanto susto com aquela sombra que botou a boca no mundo para a vizinha socorrê-
la.
Substituindo a expressão em destaque, fica assim:
Levou tanto susto com aquela sombra que gritou bem alto para a vizinha socorrê-la.

É bem fácil, não é?


Agora é a sua vez. Experimente.

ATENÇÃO!

Em caso de dificuldade no uso de dicionário, o seu professor poderá lhe dar a devida
orientação.

a) O porteiro chegou em casa trêmulo.


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b) Ele nem olhou para a xícara fumegante.


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c) Atirou-se em sua poltrona.


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d) O filhinho de papai quis me levar na conversa.


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e) A carruagem era puxada por três parelhas de cavalos brancos.


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f) Eu me preparei para barrar a entrada dela.


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g) Havia um rebuliço na porta do palácio.


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h) Olhei e vi uma mulher maltrapilha.


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Muito bem. Agora que suas frases estão prontas, leia tudo e veja se ficaram boas e se estão
todas com sentido. Este exercício de trabalhar com palavras de sentido equivalente, isto é, de igual
valor, é muito bom para aumentar o seu vocabulário, levando-o a conhecer melhor a língua e,
consequentemente, a falar e escrever melhor.

2. Agora vamos ver como é que você entendeu o texto do Luís Fernando Veríssimo.

a) Preste atenção no título. Pense no significado da sua única palavra. Você acha que o autor
escolheu este título por quê?
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b) Personagens são as pessoas que aparecem na história. Quem é a personagem mais importante
desta história? Explique por quê.
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c) Você acha que esta história é verdadeira ou ela é da imaginação do autor? Por quê?
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d) Esta história faz você lembrar de alguma outra que você já conhecia? Se sua resposta for
positiva, responda qual é esta história conhecida.
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e) O porteiro, ao chegar em casa depois do baile, encontra um café da manhã reforçado. Para você,
como é um café da manhã reforçado? O que você gostaria de ter todos os dias no café da
manhã?
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f) Por que, depois daquele baile, o porteiro quis tomar aguardente em vez do café da manhã?
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g) O que deixou o porteiro tão assustado no baile? Responda com as suas palavras.
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h) Por que a mulher do porteiro achou que ele havia bebido muito no baile?
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i) O que ela sugeriu, então, para o marido? Por quê?


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j) Que outro título você daria a esta história?


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k) Você já viu alguma coisa que para as outras pessoas, ou para você mesmo, parecia irreal? Se já
viu, o que foi?
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CHAVE DE CORREÇÃO

1. Resposta pessoal. Mostre-a ao seu professor.


2.
a) Resposta pessoal.
b) A personagem principal desta história é o velho porteiro do palácio, pois a história é toda passada
com ele e o acontecimento se dá com ele. As outras personagens que existem na história são
menos importantes. Aparecem para realçar a personagem principal.
c) Resposta pessoal.
d) Esta história nos faz lembrar do conto “Cinderela”, escrito pelos Irmãos Grimm, não é? Os nomes
Helmuth e Helga são alemães, como os Irmãos Grimm.
e) Resposta pessoal.
f) Porque estava tão assustado com o que viu que, provavelmente, podia estar pensando que havia
ficado louco. Refugiou-se, então, na bebida...
g) O que deixou o porteiro tão assustado foi o fato de ter visto a linda carruagem toda de ouro ser
transformada em uma abóbora, e os cavalos brancos que a puxavam serem transformados em
ratos.
h) Porque, para ela, era impossível alguém, em perfeito juízo, ver alguma coisa como esta que ele
estava contando ter visto.
i) Ela sugeriu que ele pedisse para ser transferido para o almoxarifado, porque o trabalho no
palácio estava acabando com ele.
j) Resposta pessoal.
k) Resposta pessoal.

Muito bem. Este exercício de compreensão e interpretação de texto é muito bom para você
desenvolver, cada vez mais, a sua capacidade de raciocínio.

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ATENÇÃO!

O porteiro do palácio diz:


- Ele mesmo. E gritando para mim segurar a esfarrapada.
O correto é dizer:
... E gritando para eu segurar a esfarrapada.

Faça, então, um exercício sobre isto. Veja o exemplo:


Ele pediu para eu segurar a moça.
Ele pediu isto para mim.

Percebeu a diferença? Então, complete as frases abaixo com “eu” ou “mim” dependendo da
situação. Olhe mais uma vez o exemplo.

1. Quer faze o favor de pegar um módulo para ________?


2. Para _______ fazer esta tarefa, vou precisar da sua ajuda.
3. Ele pediu para _____ acreditar nele.
4. Por favor, atenda ao telefone para _____.
5. Para ________, esta história não é verdadeira.

Muito bem. É útil saber usar a língua materna de maneira


correta!

CHAVE DE CORREÇÃO

1. mim
2. eu
3. eu
4. mim
5. mim

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Parabéns pelo seu esforço e dedicação. Passe para a


subunidade seguinte e continue dedicando-se aos estudos. A
recompensa virá.

SUBUNIDADE B

Com o estudo desta subunidade, você deverá:


• Identificar a língua como código de comunicação;
• Reconhecer o uso oral e o uso escrito da língua;
• Identificar e nomear os elementos da comunicação;
• Compreender informações lidas sobre a origem do alfabeto;
• Traduzir com palavras escritas, imagens de história em quadrinhos muda.

COMUNICAÇÃO

O homem é um ser social, que tem necessidade de se comunicar com os seus semelhantes.
Comunicando-se, ele troca experiências, transmite ideias, exprime sentimentos, fornece
informações, enfim, relaciona-se com o mundo.
Quando o homem fala, ele se comunica por meio da língua que ele fala. Então, ele se
comunica usando a linguagem verbal, oral.
Ao acordar pela manhã e dar o primeiro “bom dia”, você está se comunicando com alguém.
Você está emitindo uma mensagem. Para que haja comunicação são necessários:

• O emissor, aquele que emite, remete a mensagem. Por isso é chamado, também, de remetente;
• O receptor, aquele que recebe a mensagem, aquele para quem a mensagem é destinada. Por
isso ele é chamado, também, de destinatário;
• A mensagem, tudo o que o emissor transmite para o receptor. Pode ser visual, auditiva, áudio-
visual, etc;
• O código, que permite que a mensagem seja emitida.

Veja um exemplo:
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Quando você comentou com seu amigo que seu dia hoje foi muito bom porque você recebeu
uma ótima notícia, aconteceu comunicação. Você é o emitente, porque foi você que transmitiu o fato
para ele. Ele é o receptor, porque foi ele que recebeu o que você transmitiu. A mensagem foi que
seu dia foi muito bom, porque você recebeu uma ótima notícia. E o código? O código foi a língua
que você usou para transmitir a mensagem.

Agora veja se você compreendeu o processo da comunicação; leia com atenção a


informação que se segue.
A Cooperativa de Educação de Professores e Especialista avisa aos interessados que suas
matrículas estão permanentemente abertas.

Responda:
1. Com este aviso, houve comunicação?
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2. Quem foi o emissor?


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3. E o receptor, ou os receptores?
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4. Qual foi a mensagem?


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5. Qual o código usado?


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CHAVE DE CORREÇÃO

1. Sim, houve comunicação.


2. O emissor foi a Cooperativa de Educação de Professores e Especialista.
3. Os receptores foram os interessados.
4. A mensagem foi que suas matrículas estão permanentemente abertas.
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5. O código usado foi a língua portuguesa, pois a mensagem foi transmitida por meio dela.

O código, então, pode ser a língua oral (fala), a língua escrita, ou outros não-verbais, isto é,
que não são palavras. A primeira forma de comunicação linguística foi a fala, mas logo o homem
sentiu necessidade de registrar experiências que pudessem ser transmitidas ao longo do tempo e do
espaço. Criou, então, a escrita.
Sobre este assunto, veja que notícia interessante; observe de onde ela foi retirada, ou seja, a
sua fonte.
ARQUEOLOGIA
O PRIMEIRO ABC

Alfabeto pode ter sido inventado no Egito.


Conhecido como terra das pirâmides e ambos pictóricos. (...) “Um alfabeto como o
múmias, o Egito pode reivindicar um novo título: dos semitas podia ser aprendido em poucas
o de pátria do alfabeto. Um grupo de horas.”
pesquisadores, liderado pelo arqueólogo Ao todo foram localizados 350
americano John Darnell, do Instituto de Estudos caracteres em Wadi el-Hol. Boa parte deles
Orientais da Universidade de Chicago, era uma representação simplificada de
encontrou indícios de que a escrita alfabética hieróglifos que funcionava como letras. Entre
surgiu dois ou três séculos antes do que se eles, a equipe de Darnell acredita ter
pensava, há 3900 anos. Até a descoberta, identificado os remotos antepassados de
acreditava-se que o alfabeto teria sido criado nossas letras A e B. Os sinais não são novos.
por um povo semita que vivia onde hoje ficam o Nos anos 30, arqueólogos já haviam
Líbano, a Síria e a Palestina. O código gravado esquadrinhado o local. Porém, nunca tinham
nas rochas de Wadi el-Hol, um desfiladeiro sido estudados como agora. A equipe de
próximo ao Vale dos Reis, por onde passava Darnell observou que alguns caracteres
uma movimentadíssima estrada na antiguidade, compõem textos inteiros em escrita cursiva.
confirma o mesmo povo como inventor da (...) Darnell acredita que o alfabeto foi
escrita alfabética, mas no próprio Egito. Os inventado para atender as necessidades
pesquisadores acreditam que os semitas práticas. Vivendo de uma atividade para a
pretendiam criar uma nova forma de escrita qual a escrita era fundamental, comerciantes
mais simples e democrática que os hieróglifos e viajantes semitas tinham dificuldades para
egípcios e os sinais cuneiformes dos sumérios, registrar negócios na complicada linguagem
dos hieróglifos.
VEJA – 8.12.99
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OBSERVAÇÃO
Caso você não tenha compreendido alguma palavra deste texto, consulte seu significado no
dicionário.
Com a leitura deste texto você adquiriu informações muito recentes sobre a origem do
alfabeto.
E os códigos não-verbais?
São os que não usam as palavras para transmitir as mensagens.
Você conhece e utiliza muitos códigos não-verbais. Quando você vê uma placa de trânsito,
por exemplo, você sabe o que ela quer dizer, sem ela ter palavras, não é? Constantemente, você faz
muitas expressões com o rosto, muitos gestos que, mesmo sem palavras, transitem mensagens.
Os surdos-mudos conseguem se comunicar muito bem entre eles, sem usar nenhuma
palavra. Eles usam o alfabeto manual de códigos não-verbais. Veja-o:

ALFABETO MANUAL DOS SURDOS-MUDOS

Os exercícios a seguir servirão para você fazer uma revisão da sua leitura e ter a
comprovação do seu entendimento sobre o assunto todo.
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Então, responda:

EXERCÍCIOS

1. Usando a língua, qual foi a primeira forma de comunicação humana?


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2. De acordo com o texto O PRIMEIRO ABC, que povo teria sido inventor da escrita? Onde vivia?
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3. Em que países foram encontrados códigos gravados em rochas?


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4. Em que o cientista passou a acreditar, depois desta descoberta?


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5. O que são códigos não-verbais? Dê um exemplo.


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6. Como você poderia transmitir com código verbal, isto é, com palavras, o que o artista do desenho
representado a seguir transmitiu com código não-verbal, ou seja, sem palavras?
Observe os desenhos e crie uma pequena história sobre eles.

O MELHOR DE CALVIN/ Bill Watterson


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7. Usando o alfabeto manual dos surdos-mudos, que gestos você usaria para responder qual é o
seu nome? Marque-os com x.

CHAVE DE CORREÇÃO

1. A fala.
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2. Um povo semita que vivia onde hoje ficam o Líbano, a Síria e a Palestina.
3. No Egito.
4. Em que o alfabeto foi inventado para atender necessidades práticas de viajantes e comerciantes
semitas.
5. São os que não usam as palavras para transmitir as mensagens. Exemplo: o alfabeto manual dos
surdos-mudos.
6. Resposta pessoal. Mostre-a ao seu professor.
7. Resposta pessoal.

Reflita sobre quantos novos conhecimentos você já tem.


Continue adquirindo-os com estudo da próxima subunidade.

SUBUNIDADE C

Com o estudo desta subunidade, você deverá:


• Reconhecer um diálogo escrito com imagem;
• Distinguir diálogo escrito com imagem do diálogo escrito sem imagem;
• Reconhecer o travessão e sua função no diálogo escrito;
• Elaborar diálogos escritos, usando adequadamente o travessão;
• Reconhecer os principais sinais de pontuação e a função de cada um deles;
• Usar adequadamente os principais sinais de pontuação em casos simples.

DIÁLOGOS
GATÃO DE MEIA-IDADE/ Miguel Paiva

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O diálogo é fala entre duas ou mais pessoas. É uma conversação. É a troca de idéias, de
opiniões, de conceitos. Diálogo é comunicação.
Você dialoga todos os dias, em casa, com seus familiares, no serviço, com seus colegas e
chefes, na escola, com seu professor, no lazer, com os amigos.
Observe esta história em quadrinhos. Lendo-a, você sabe o que cada um está falando,
porque aparecem as indicações da fala de cada um e o desenho de cada falante.
Mas e quando não há desenho dos falantes e nem balões indicativos? Como um diálogo pode
ser representado por escrito?
Veja:
LIXO
Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se
falam.
- Bom dia...
- Bom dia.
- A senhora é do 610.
- E o senhor do 612.
- É.
- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
- Pois é...
- Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...
- O meu quê?
- O seu lixo.
- Ah...
- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...
- Na verdade sou só eu.
- Mmmm. Notei também que o senhor usa muita comida em lata.
- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...
- Entendo.
- A senhora também...
- Me chame de você.
- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu
lixo. Champignons, coisas assim...
- É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às
vezes sobra...
- A senhora... Você não tem família?
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- Tenho, mas não aqui.


- No Espírito Santo.
- Como é que você sabe?
- Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
- É. Mamãe escreve todas as semanas.
- Ela é professora?
- Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?
- Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.
- O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.
- Pois é...
- No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.
- É.
- Más notícias?
- Meu pai. Morreu.
- Sinto muito.
- Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos.
- Foi por isso que você recomeçou a fumar?
- Como é que você sabe?
- De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo.
- É verdade. Mas consegui parar outra vez.
- Eu, graças a Deus, nunca fumei.
- Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo...
- Tranquilizantes. Foi uma fase. Já passou.
- Você brigou com o namorado, certo?
- Isso você também descobriu no lixo?
- Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel.
- É, chorei bastante, mas já passou.
- Mas hoje ainda tem uns lencinhos...
- É que eu estou com um pouco de coriza.
- Ah.
- Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.
- É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.
- Namorada?
- Não.
- Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.
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- Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.


- Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte.
- Você já está analisando o meu lixo!
- Não posso negar que o seu lixo me interessou.
- Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a
poesia.
- Não! Você viu meus poemas?
- Vi e gostei muito.
- Mas são muito ruins!
- Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.
- Se eu soubesse que você ia ler...
- Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da
pessoa ainda é propriedade dela?
- Acho que não. Lixo é domínio público.
- Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida
privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será
isso?
- Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que...
- Ontem, no seu lixo...
- O quê?
- Me enganei, ou eram cascas de camarão?
- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.
- Eu adoro camarão.
- Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode...
- Jantar juntos?
- É.
- Não quero dar trabalho.
- Trabalho nenhum.
- Vai sujar a sua cozinha.
- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.
- No seu lixo ou no meu?
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Lixo. In A palavra é humor. 2 ed. São
Paulo: Scipione, 1990.

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Este texto é um diálogo escrito. Aqui, apenas duas pessoas estão conversando. Você reparou
que ele é cheio de traço, no início das linhas? Cada traço deste se chama travessão. O travessão (
- ) é um sinal de pontuação empregado na escrita para separar frases que representam falas.
Repare no texto. O primeiro – Bom dia... é falado por uma pessoa e o segundo é falado por
outra. Por isso, no início de cada um, há um travessão. Se no segundo – Bom dia. há um travessão
e – A senhora é do 610. também tem um travessão, significa que a pessoa que disse isto é a
mesma pessoa que disse o primeiro – Bom dia ...
E as duas primeiras linhas do texto, por que elas não têm travessão? Porque aqui ainda não
começou o diálogo dos dois. Você conseguiu reparar isto? E assim se desenvolve o diálogo: ele fala,
ela fala, ele fala, ela fala. Às vezes um fala um pouquinho mais. Enquanto um está falando, o
travessão vale para tudo o que ele fala.

EXERCÍCIOS

Para ver se você compreendeu bem como se usa o travessão nos diálogos, resolva os
seguintes exercícios.
1. Antes de cada travessão do texto Lixo escreva quem está falando: ele ou ela.
2. a. Quem diz a frase: - Você está analisando o meu lixo!
b. E quem pergunta: - No seu lixo ou no meu?
3. Ouça com atenção um diálogo entre alguns amigos ou entre um professor e um aluno, ou uma
conversa nos corredores, no elevador, em um filme ou novela e escreva-o aqui. Não precisa ser
muito grande. Pode ser também uma conversa entre você e alguém. Pode, também, usar a
imaginação.
Não se esqueça dos travessões. Capriche.
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Confira suas respostas.


CHAVE DE CORREÇÃO

1. LIXO
Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se
falam.
Ele- Bom dia...
Ela - Bom dia.
Ele - A senhora é do 610.
Ela - E o senhor do 612.
Ele - É.
Ela - Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
Ele - Pois é...
Ela - Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...
Ele - O meu quê?
Ela - O seu lixo.
Ele - Ah...
Ela - Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...
Ele - Na verdade sou só eu.
Ela - Mmmm. Notei também que o senhor usa muita comida em lata.
Ele - É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...
Ela - Entendo.
Ele - A senhora também...
Ela - Me chame de você.
Ele - Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em
seu lixo. Champignons, coisas assim...
Ela - É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às
vezes sobra...
Ele - A senhora... Você não tem família?
Ela - Tenho, mas não aqui.
Ele - No Espírito Santo.
Ela - Como é que você sabe?
Ele - Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
Ela - É. Mamãe escreve todas as semanas.
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Ele - Ela é professora?


Ela - Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?
Ele - Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.
Ela - O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.
Ele - Pois é...
Ela - No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.
Ele - É.
Ela - Más notícias?
Ele - Meu pai. Morreu.
Ela - Sinto muito.
Ele - Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos.
Ela - Foi por isso que você recomeçou a fumar?
Ele - Como é que você sabe?
Ela - De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu
lixo.
Ele - É verdade. Mas consegui parar outra vez.
Ela - Eu, graças a Deus, nunca fumei.
Ele - Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo...
Ela - Tranquilizantes. Foi uma fase. Já passou.
Ele - Você brigou com o namorado, certo?
Ela - Isso você também descobriu no lixo?
Ele - Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de
papel.
Ela - É, chorei bastante, mas já passou.
Ele - Mas hoje ainda tem uns lencinhos...
Ela - É que eu estou com um pouco de coriza.
Ele - Ah.
Ela - Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.
Ele - É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.
Ela - Namorada?
Ele - Não.
Ela - Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.
Ele - Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.
Ela - Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte.
Ele - Você já está analisando o meu lixo!
23 Português 01
COOEPE

Ela - Não posso negar que o seu lixo me interessou.


Ele - Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi
a poesia.
Ela - Não! Você viu meus poemas?
Ele - Vi e gostei muito.
Ela - Mas são muito ruins!
Ele - Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.
Ela - Se eu soubesse que você ia ler...
Ele - Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da
pessoa ainda é propriedade dela?
Ela - Acho que não. Lixo é domínio público.
Ele - Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida
privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será
isso?
Ela - Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que...
Ele - Ontem, no seu lixo...
Ela - O quê?
Ele - Me enganei, ou eram cascas de camarão?
Ela - Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.
Ele - Eu adoro camarão.
Ela - Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode...
Ele - Jantar juntos?
Ela - É.
Ele - Não quero dar trabalho.
Ela - Trabalho nenhum.
Ele - Vai sujar a sua cozinha?
Ela - Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.
Ele - No seu lixo ou no meu?

2. a. Ele
b. Ele
3. Resposta pessoal. Mostre-a ao seu professor. Ele quer ver o seu progresso.

24 Português 01
COOEPE

ATENÇÃO!

Na oitava linha do texto Lixo, na pág. 23, a personagem diz: - Eu ainda não lhe conhecia
pessoalmente ...
O correto é dizer: - Eu ainda não o conhecia pessoalmente ...
Você, aluno, estudará esta situação gramatical em módulos seguintes.
Agora prossiga em seu estudo.
OUTROS SINAIS DE PONTUAÇÃO
Leia, com entonação adequada, o poema seguinte.

PONTUAÇÃO

Na interrogação me enrosco
num caracol sem saída?
Na vírgula me sento um pouco
descanso, pensativa.
? - .
Na exclamação dou um pulo,
fico na ponta dos pés!
No ponto-e-vírgula escorrego
e quase paro; mas ando. ! :
Marco passo nos dois-pontos:
e nesta pausa explico.
No travessão me espreguiço
- deitado presto serviço.
; ... ,
Nas reticências me espalho
vou muito além do que falo..
Mas é no ponto que gosto,
termino nele e me encosto.

ARAÚJO, Elza Beatriz. A menina dos olhos. Belo Horizonte: Miguilim, 1985, p. 17.

25 Português 01
COOEPE

A pontuação, que é o conjunto de sinais gráficos destinados a indicar a pausa mais ou menos
acentuada, tem como uma das funções mais importantes tornar as orações e os períodos mais
fáceis de ler. Por isso, toda frase mais ou menos longa deve ser lida atentamente para receber a
pontuação correta.
O poema Pontuação fala dos principais sinais da pontuação, usa os sinais, faz referência à
formação dos sinais e ao seu uso.
O primeiro sinal a que ele se refere é o ponto de interrogação (?). Ele marca uma pausa
com melodia característica, ou seja, com uma elevação de voz. É usado ao final de oração
interrogativa direta.
Exemplo: Você quer tirar alguma dúvida comigo?

Você pode encontrar o ponto de interrogação entre parênteses, em qualquer lugar da frase,
usado para indicar incerteza ou dúvida.
Exemplo: Ele virá (?) para pagar a dívida que tem com você.

Em seguida o poema fala sobre a vírgula (,). É um sinal de pontuação que indica pequena
pausa na leitura, o que equivale à mudança na entonação.
Veja como há mudança de entonação mesmo quando não há vírgula:
Parem crianças com essa gritaria.
O uso, ou não, da vírgula, ou o lugar onde ela é colocada pode dar sentidos totalmente
diferentes a uma frase.
Veja estes exemplos:
1. “Fogo, não poupe a cidade.”
2. “Fogo não, poupe a cidade.”
No exemplo 1, o falante está mandando atear fogo e dizendo para não poupar a cidade. No
exemplo 2, o falante está dizendo para não atear fogo e para poupar a cidade.
Com estes exemplos vemos como a vírgula é importante, ao contrário do que muitos pensam.
O emprego da vírgula tem muitas regras e a gramática ocupa muitas páginas com ele. Você
vai aprender, ao poucos, as principais situações em que a vírgula deve aparecer. Neste módulo você
verá só o começo. Quando estudar os termos da oração, nos módulos mais adiante, você poderá
entender melhor o uso da vírgula. Aqui vai aprender uns casos bem simples:

- para separar o nome da localidade, nas datas;


Belo Horizonte, 09 de maio de 1975.
Florianópolis, 08 de dezembro de 1981.

26 Português 01
COOEPE

- para indicar a falta de uma palavra, geralmente verbo;


O pai ficou feliz, a mãe, felicíssima (a mãe ficou).

- antes da abreviatura etc. e para separar palavras que têm a mesma função na frase;
Conversamos sobre férias, praia, carnaval, etc.

- depois do sim e do não usados como respostas no início da frase.


Sim, gosto muito dela. Não, não vou deixá-la.

Nos versos (linhas) 5 e 6, o poema explica o ponto de exclamação (!), que é usado quando
se quer realçar espanto, entusiasmo, apelo, emoções.
Exemplos: Meu Deus! Quanta Chuva!
Como é linda esta ilha!
Helena! Pare de comer!

O ponto-e-vírgula (;) marca pausa maior que a da vírgula e menor que a do ponto.
Exemplo: Este módulo está organizado em cinco partes: na primeira, texto para interpretação;
na segunda, elementos da comunicação; na terceira, características do diálogo e pontuação; na
quarta, finalmente, conceito sobre frase.

E os dois pontos (:)? Eles marcam uma suspensão de voz em frase ainda não concluída.
São muito usados em enumeração, explicações e no início de correspondências.
Veja:
Este mês ele estudou: português, matemática, contabilidade e direito para o concurso que ia
fazer.
Ficou satisfeito: passou no concurso.
Caro amigo:
Escrevo-lhe, hoje, com muita saudade.

Sobre o travessão (–) você já sabe que ele é muito usado nos diálogos, antes de fala de
cada falante. Agora você vai ficar sabendo, também, que às vezes aparecem dois travessões
separando uma explicação. Veja o exemplo:
Arrumando a mochila para o seu passeio, ele pegou: boné, canivete, abridor de lata e – saiu
de casa prevenido – um guarda-chuva.
Você também pode reparar que os dois travessões estão apenas separando uma explicação,
que poderia, inclusive, estar entre vírgulas e que se for tirada da frase, não fará falta. Veja:
27 Português 01
COOEPE

Arrumando a mochila para o seu passeio, ele pegou: boné, canivete, abridor de lata e
um guarda-chuva.

As reticências (...) marcam uma suspensão na frase. O seu emprego depende do emissor.
São muito usadas para indicar que a frase continuaria e que a suspensão foi proposital.
Veja:
Se ela soubesse o que eu penso...
Elas podem, também, indicar dúvida, ou breve interrupção de pensamento:
Ela não o beijou porque...porque...porque teve vergonha.

E o poema Pontuação termina falando sobre o ponto final (.). O ponto final indica a pausa
de maior duração. Ele é muito importante. Às vezes, ao escrever, ele é muito esquecido e fica
aquela confusão total de expressão, com as orações todas ligadas por e, que se, porque, etc. Não
tenha medo de usar o ponto final. Basta que a frase tenha um verbo em qualquer tempo do modo
indicativo (você estudará os tempos e os modos verbais mais adiante) para que o ponto final possa
aparecer.
Exemplo: Vale a pena estudar. O estudo vale ouro.
Quando o ponto é usado nas abreviaturas, ele é chamado ponto abreviativo:
cia. (companhia)
p. (página)
ex. (exemplo)

É muito importante que você, ao ler qualquer texto de livro, jornal ou revista, preste bastante
atenção na pontuação utilizada no texto. Desta forma você fará, em sua leitura, as pausas,
adequadamente, o que o ajudará a compreender melhor o que leu. Além disto, observando a
pontuação, você estará aprendendo a pontuar corretamente os seus textos.
Veja se você já está dominando tudo o que estudou sobre pontuação, resolvendo os
exercícios que se seguem.

EXERCÍCIOS

1. Quais são os sinais de pontuação de que fala o poema Pontuação? Escreva o nome de cada um
e faça o seu desenho.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

2. Escolha um texto deste módulo, de algum jornal ou revista, ou de qualquer outro lugar e retire
dele uma frase com cada um desses sinais de pontuação.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

3. Ponha o ponto adequado ao final de cada frase e depois das abreviaturas.


a) - Que dia lindo
b) - Você quer ir à praia
c) - Quero sim, mas não vamos demorar porque preciso estudar
d) - O rapaz da Cia Catarinense de Seguros ligou para você
e) - A que horas ele ligou
f) Citou substantivos, adjetivos, advérbios, etc. para dizer que havia estudado muito
g) Isto mesmo, você ganhou
h) A palavra está na p 8

4. Utilize os dois pontos (:) onde achar necessário


a) Então ela perguntou-me – Poderemos vir amanhã?
b) Todos três vieram Helena, Luiz e Sérgio.
c) Prezado Sr. Edson
É com prazer que lhe escrevo para cumprimentá-lo pelo seu aniversário.

5. Separe, com dois travessões, a explicação que aparece em cada frase a seguir.
a) Ela sempre agia assim e naquele dia para não ser diferente voltou a humilhar o menino.
b) Mas só ela a mais sensível das três percebia que a amiga estava atordoada.
c) “A saudade que dói mais fundo e irremediavelmente é a saudade que temos de nós” (Mário
Quintana).
29 Português 01
COOEPE

6. Para cada expressão, utilize o ponto final ou reticências, conforme convier.


a) Queria muito que ele viesse, mas não foi possível
b) Visitá-lo em Fortaleza? Quem sabe um dia
c) Não seja impaciente, menino Se você esperar o momento certo

7. Utilize a vírgula nos casos necessários:


a) Comprei lápis borracha caneta e régua.
b) São José 06 de janeiro de 2000.
c) Ele comprou o livro e não o disco.
d) Hoje já choveu ventou fez frio etc.
e) Sim você pode chegar às 2h.
f) Não não poderemos esperá-lo muito.
g) As crianças cantaram brincaram pularam e não ficaram cansadas.
h) Sim o filme é bom.
i) Fechou a janela e não a porta.
j) Paris 14 de janeiro de 2001.

8. Agora, para ver se você entendeu bem cada vírgula que você colocou, explique por que você
colocou as vírgulas, em cada frase.
a) ______________________________________________________________________________
b) ______________________________________________________________________________
c) ______________________________________________________________________________
d) ______________________________________________________________________________
e) ______________________________________________________________________________
f) ______________________________________________________________________________
g) ______________________________________________________________________________
h) ______________________________________________________________________________
i) ______________________________________________________________________________
j) ______________________________________________________________________________

Confira suas repostas e continue, com entusiasmo, os seus


estudos.

30 Português 01
COOEPE

CHAVE DE CORREÇÃO

1. ponto de interrogação ?
vírgula ,
ponto de exclamação !
ponto-e-vírgula ;
dois pontos :
travessão –
reticências ...
ponto final .

2. Resposta pessoal. Mostre-a ao seu professor.

3.
a) Que dia lindo!
b) Você quer ir à praia?
c) Quero sim, mas não vamos demorar porque preciso estudar.
d) O rapaz da Cia. Catarinense de Seguros ligou para você.
e) A que horas ele ligou?
f) Citou substantivos, adjetivos, advérbios, etc. para dizer que havia estudado muito.
g) Isto mesmo, você ganhou!
h) A palavra está na p. 8.

4.
a) Então ela perguntou-me: – Poderemos vir amanhã?
b) Todos três vieram: Helena, Luiz e Sérgio.
c) Prezado Sr. Edson:
É com prazer que lhe escrevo para cumprimentá-lo pelo seu aniversário.

5.
a) Ela sempre agia assim e naquele dia – para não ser diferente – voltou a humilhar o menino.
b) Mas só ela – a mais sensível das três – percebia que a amiga estava atordoada.
c) “A saudade que dói mais fundo – e irremediavelmente – é a saudade que temos de nós” (Mário
Quintana).
31 Português 01
COOEPE

6.
a) Queria muito que ele viesse, mas não foi possível.
b) Visitá-lo em Fortaleza? Quem sabe um dia...
c) Não seja impaciente, menino. Se você esperar o momento certo...

7.
a) Comprei lápis, borracha, caneta e régua.
b) São José, 06 de janeiro de 2000.
c) Ele comprou o livro e não, o disco.
d) Hoje já choveu, ventou, fez frio, etc.
e) Sim, você pode chegar às 2h.
f) Não, não poderemos esperá-lo muito.
g) As crianças cantaram, brincaram, pularam e não ficaram cansadas.
h) Sim, o filme é bom.
i) Fechou a janela e não, a porta.
j) Paris, 14 de janeiro de 2001.

8.
a) Para separar termos que têm a mesma função na frase ( lápis, borracha, caneta)
b) Em data, depois do nome da cidade.
c) Para substituir um termo que não aparece (comprou).
d) Para separar palavras que têm a mesma função na frase e antes de etc.
e) Depois do sim usado como resposta no início da frase.
f) Depois do não usado como resposta no início da frase.
g) Para separar termos que têm a mesma função na frase (cantaram, brincaram, pularam)
h) Depois do sim usado como resposta no início da frase.
i) Para indicar a falta da palavra (fechou).
j) Em data, depois do nome da cidade.

Agora você vai estudar o conteúdo da última subunidade deste


módulo!
SUBUNIDADE D
Com o estudo desta subunidade, você deverá:
• reconhecer frases e tipos de frases;
• usar adequadamente diferentes tipos de frases.

32 Português 01
COOEPE

FRASE

Na SUBUNIDADE B, você recebeu informações sobre comunicação e viu que o homem se


comunica essencialmente por meio de palavras.
A frase é a unidade mínima da comunicação. Na fala, a frase tem como característica
principal a entonação. Veja um exemplo: se você pronuncia a palavra “água” normalmente, sem
nenhuma melodia própria, ela não passa de uma palavra morta. Mas se você, depois de uma partida
de futebol ou depois de uma longa caminhada, suado, com sede, vê alguém em sua frente com um
copo cheio de água, o esperado é que você pronuncie com uma exclamação: - Água! Isto é uma
frase. Com ela você comunicou seu pensamento. É como se você dissesse: - “Que bom, vou poder
beber água e matar minha sede”, ou – “Eu preciso beber água!”. Nesse tipo de frase, que não tem
verbo, a entonação é, então, de muita importância, pois é ela que faz uma palavra qualquer
constituir uma frase. Você está vendo, assim, que a frase pode ter uma palavra só. Se ela não tem
verbo como a que você tem aqui – Água! ela é chamada de frase nominal.
Exemplos de frases nominais:
Fogo!
Atropelamento na BR-101.
Cada macaco no seu galho.
Vitória da Seleção Brasileira de Futebol!
Que beleza de jardim!
Que atitude bonita a dela!

Se a frase tem verbo, ela é uma frase verbal e, como tal, exprime uma visão dinâmica do
mundo.
Exemplos de frases verbais:
O verão chegou.
Enchente inunda muitas casas em Florianópolis.
Quantos módulos de Português você já estudou?
Que bonito o gol que ele fez!

Compreendeu? Sim? Então, prossiga! Não? Leia tudo atentamente.

Quanto ao sentido, as frases se classificam em:

33 Português 01
COOEPE

1. Frases declarativas: declaram, anunciam um fato qualquer.


Ex.: Ela perdeu o ônibus.
Não entendíamos aquela língua.

2. Frases interrogativas: são aquelas que nos permitem pedir uma informação, receber um
esclarecimento, tirar uma dúvida.
Ex.: Quantas horas são?
A professora já chegou?
Que dia do mês é hoje?
Você tem certeza disto?

3. Frases exclamativas: indicam admiração do falante.


Ex.: Quanta goiaba!
Apanharam aquela manga!
Socorro!

4. Frases imperativas: contêm uma ordem, um pedido, uma sugestão, um convite, uma súplica.
Ex.: Proibido fumar.
Venha jantar comigo hoje.
Vá com calma.
Compre no Supermercado Pague Menos.

5. Frases optativas: traduzem um desejo.


Ex.: Deus lhe pague.
Seja bem-vindo a Florianópolis!

Se você leu tudo com bastante atenção, não terá problemas para resolver os exercícios que
se seguem. Se for necessário, leia tudo novamente antes de resolvê-los.

EXERCÍCIOS

1. Classifique as frases abaixo em frases nominais ou frases verbais.


a. Que calor! _____________________________________________________________________
b. O barco chegou na praia mais cedo. ________________________________________________
34 Português 01
COOEPE

c. Quem tudo quer..._______________________________________________________________


d. Estradas cobertas de neve na Europa. ______________________________________________
e. Entenderam tudo? ______________________________________________________________

2. Agora, preste atenção no sentido das frases e escolha a classificação para cada uma delas,
entre:
Frase declarativa
Frase interrogativa
Frase exclamativa
Frase imperativa
Frase optativa
Lembre-se dos sinais de pontuação que você já estudou.

OBSERVAÇÃO
As frases deste exercício são tiradas do texto Lixo, que você leu na SUBUNIDADE C.
a) Encontram-se na área de serviço. __________________________________________________
b) Me chame de você. _____________________________________________________________
c) Você não tem família? ___________________________________________________________
d) Isso é incrível. __________________________________________________________________
e) No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.
________________________________________________________________________________
f) Más notícias? __________________________________________________________________
g) Você já está analisando o meu lixo! _________________________________________________
h) Eu adoro camarão. ______________________________________________________________

E agora mais algumas frases que não são desse texto.


i) Por favor, estude Língua Portuguesa bastante. ________________________________________
j) Desejo que você tenha sucesso na avaliação. _________________________________________

3. Re-escreva cada frase, transformando-a no tipo solicitado.


a) Você tomou remédio.
Frase interrogativa: ______________________________________________________________
Frase exclamativa: ______________________________________________________________
35 Português 01
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Frase imperativa: _______________________________________________________________

b) Você comprou as peças para o carro!


Frase imperativa: _______________________________________________________________
Frase interrogativa: _____________________________________________________________
Frase declarativa: ______________________________________________________________

É interessante que leia todas estas frases em voz alta, dando a entonação adequada para
cada uma.

4. Transforme as frases nominais em frases verbais e vice-versa.


Exemplo: Reduzimos todos os nossos preços (verbal)
Todos os preços reduzidos. (nominal)
a) Está chovendo muito no sul do País.
________________________________________________________________________________

b) A criança desapareceu!
________________________________________________________________________________

c) O engano do professor!
________________________________________________________________________________

Quer ver se acertou tudo? Confira suas respostas a seguir.

CHAVE DE CORREÇÃO

1.
a) Nominal
b) Verbal
c) Verbal
d) Nominal
e) Verbal

2.
a) Declarativa
36 Português 01
COOEPE

b) Imperativa
c) Interrogativa
d) Exclamativa
e) Declarativa
f) Interrogativa
g) Exclamativa
h) Declarativa
i) Imperativa
j) Optativa

3.
a)
Interrogativa: Você tomou o remédio?
Exclamativa: Você tomou o remédio!
Imperativa: Tome o remédio.

b)
Imperativa: Compre as peças para o carro.
Interrogativa: Você comprou as peças para o carro?
Declarativa: Você comprou as peças para o carro.

4.
a) Muita chuva no sul do País.
b) Criança desaparecida.
c) O professor se enganou.

37 Português 01
COOEPE

Parabéns pelo seu esforço.


A primeira etapa está vencida. Peça ao professor a avaliação
referente ao MÓDULO 01.

38 Português 01
COOEPE

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, Elza Beatriz. “Pontuação”. In: A menina dos olhos. Belo Horizonte: Miguilim, 1985. p. 17.

BISOGNIN, Tadeu Rossato. Descoberta e construção, 8: português. São Paulo: FTD, 1991.

NERY, Alfredina; VIEIRA, Márcia R. C. e AMARAL, Suely A. Ponto e contraponto: português 7.


São Paulo: Editora do Brasil, 1990.

PAIVA, Miguel. “O gatão de meia-idade”. In: Jornal O Estado de São Paulo. Janeiro de 2000.

REVISTA VEJA. O primeiro ABC. São Paulo. Editora Abril, 8/12/99.

SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática: teoria e prática. São Paulo: Atual Editora, 1994.

SOARES, Magda. Português através de textos, 7. 3ª ed. São Paulo: Moderna, 1990.

VERÍSSIMO, Luís Fernando, “Detalhes”. In: Outras do analista de Bagé. 19ª ed., Porto Alegre,
LPM, 1982.

__________________. “Lixo”. In: A palavra é humor. 2ª ed. São Paulo: Scipione, 1990.

WATTERSON, Bil. “O melhor de Calvin”. In: Jornal O Estado de São Paulo. Janeiro de 2000.

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COOEPE

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