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CURSO DE EDUCAÇÃO DE
JOVENS E ADULTOS
ENSINO FUNDAMENTAL
LÍNGUA PORTUGUESA
Módulo 01
COOEPE
ROTEIRO
I – TÍTULO
Comunicação
II – OBJETIVO GERAL
O estudo da Língua Portuguesa deve possibilitar ao aluno:
Compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna, geradora de significado e
integradora da organização de mundo e da própria identidade; considerar a Língua Portuguesa
como fonte de legitimação de experiências humanas manifestadas nas formas de sentir, pensar e
agir na vida social; compreender a linguagem como parte do conhecimento de si próprio e da
cultura.
IV – ATIVIDADES
Estudos de conteúdos específicos a partir da leitura de textos e da realização de tarefas
programadas com as devidas correções.
V – AVALIAÇÃO
Será realizada após a conclusão de todas as atividades propostas neste módulo e o domínio
de seu conteúdo.
VI – METODOLOGIA
Estudo individual com orientação do professor sempre que necessária.
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APRESENTAÇÃO
O domínio da língua materna é de muita importância, pois o homem é um ser social, que se
comunica, essencialmente pela palavra.
Com o estudo da Língua Portuguesa, língua oficial do Brasil, você, caro aluno, estará
adquirindo condições culturais para compreender, de modo crítico, a sociedade em que vive, para
atuar de modo construtivo nos processos de transformação social, atingindo seu crescimento como
cidadão.
Com relação à profissão, sabe-se que todos precisam da palavra falada ou escrita. A
comunicação pela palavra pode ser causa de sucesso ou de insucesso profissional. E a eficiência na
comunicação depende do domínio da língua e de suas possibilidades.
Em cada um dos vinte módulos de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental, você, caro
aluno, terá oportunidade de refletir sobre o homem, a sociedade e o mundo, com a leitura dos textos,
o contato com a gramática da língua e a elaboração de seus próprios textos, utilizando
conhecimentos de que já dispõe e relacionando-os, então, com conceitos teóricos neles
apresentados.
Tenha certeza de que o estudo contribui enormemente para o seu crescimento pessoal e
profissional.
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SUBUNIDADE A
ESTUDO DE TEXTO
O texto que você lerá agora foi escrito por Luís Fernando Veríssimo, um dos melhores
humoristas da nossa literatura. Ele é gaúcho de Porto Alegre e ficou famoso por suas crônicas.
Conheça uma delas. Você vai gostar.
DETALHES
O velho porteiro do palácio chega em casa, trêmulo. Como faz sempre que tem baile no
palácio, sua mulher o espera com café da manhã reforçado. Mas desta vez ele nem olha para a
xícara fumegante, o bolo, a manteiga, as geleias. Vai direto à aguardente. Atira-se na sua poltrona
perto do fogão e toma um longo gole da bebida, pelo gargalo.
- Helmuth, o que foi?
- Espera, Helga. Deixe eu me controlar primeiro.
Toma outro gole de aguardente.
- Conta, homem! O que houve com você? Aconteceu alguma coisa no baile?
- Co-começou tudo bem. As pessoas chegando, todo mundo de gala, todos com convite, tudo
direitinho. Sempre tem, claro, o filhinho de papai sem convite que quer me levar na conversa, mas já
estou acostumado. Comigo não tem conversa. De repente, chega a maior carruagem que eu já vi.
Enorme. E toda de ouro. Puxado por três parelhas de cavalos brancos. Cavalões! Elefantes! De
dentro da carruagem salta uma dona. Sozinha. Uma beleza. Eu me preparo para barrar a entrada
dela porque mulher desacompanhada não entra em baile do palácio. Mas essa dona é tão bonita,
tão, sei lá, radiante, que eu não digo nada e deixo ela entrar.
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EXERCÍCIOS
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Veja um exemplo:
Levou tanto susto com aquela sombra que botou a boca no mundo para a vizinha socorrê-
la.
Substituindo a expressão em destaque, fica assim:
Levou tanto susto com aquela sombra que gritou bem alto para a vizinha socorrê-la.
ATENÇÃO!
Em caso de dificuldade no uso de dicionário, o seu professor poderá lhe dar a devida
orientação.
Muito bem. Agora que suas frases estão prontas, leia tudo e veja se ficaram boas e se estão
todas com sentido. Este exercício de trabalhar com palavras de sentido equivalente, isto é, de igual
valor, é muito bom para aumentar o seu vocabulário, levando-o a conhecer melhor a língua e,
consequentemente, a falar e escrever melhor.
2. Agora vamos ver como é que você entendeu o texto do Luís Fernando Veríssimo.
a) Preste atenção no título. Pense no significado da sua única palavra. Você acha que o autor
escolheu este título por quê?
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b) Personagens são as pessoas que aparecem na história. Quem é a personagem mais importante
desta história? Explique por quê.
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c) Você acha que esta história é verdadeira ou ela é da imaginação do autor? Por quê?
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d) Esta história faz você lembrar de alguma outra que você já conhecia? Se sua resposta for
positiva, responda qual é esta história conhecida.
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e) O porteiro, ao chegar em casa depois do baile, encontra um café da manhã reforçado. Para você,
como é um café da manhã reforçado? O que você gostaria de ter todos os dias no café da
manhã?
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f) Por que, depois daquele baile, o porteiro quis tomar aguardente em vez do café da manhã?
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g) O que deixou o porteiro tão assustado no baile? Responda com as suas palavras.
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h) Por que a mulher do porteiro achou que ele havia bebido muito no baile?
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k) Você já viu alguma coisa que para as outras pessoas, ou para você mesmo, parecia irreal? Se já
viu, o que foi?
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CHAVE DE CORREÇÃO
Muito bem. Este exercício de compreensão e interpretação de texto é muito bom para você
desenvolver, cada vez mais, a sua capacidade de raciocínio.
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ATENÇÃO!
Percebeu a diferença? Então, complete as frases abaixo com “eu” ou “mim” dependendo da
situação. Olhe mais uma vez o exemplo.
CHAVE DE CORREÇÃO
1. mim
2. eu
3. eu
4. mim
5. mim
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SUBUNIDADE B
COMUNICAÇÃO
O homem é um ser social, que tem necessidade de se comunicar com os seus semelhantes.
Comunicando-se, ele troca experiências, transmite ideias, exprime sentimentos, fornece
informações, enfim, relaciona-se com o mundo.
Quando o homem fala, ele se comunica por meio da língua que ele fala. Então, ele se
comunica usando a linguagem verbal, oral.
Ao acordar pela manhã e dar o primeiro “bom dia”, você está se comunicando com alguém.
Você está emitindo uma mensagem. Para que haja comunicação são necessários:
• O emissor, aquele que emite, remete a mensagem. Por isso é chamado, também, de remetente;
• O receptor, aquele que recebe a mensagem, aquele para quem a mensagem é destinada. Por
isso ele é chamado, também, de destinatário;
• A mensagem, tudo o que o emissor transmite para o receptor. Pode ser visual, auditiva, áudio-
visual, etc;
• O código, que permite que a mensagem seja emitida.
Veja um exemplo:
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Quando você comentou com seu amigo que seu dia hoje foi muito bom porque você recebeu
uma ótima notícia, aconteceu comunicação. Você é o emitente, porque foi você que transmitiu o fato
para ele. Ele é o receptor, porque foi ele que recebeu o que você transmitiu. A mensagem foi que
seu dia foi muito bom, porque você recebeu uma ótima notícia. E o código? O código foi a língua
que você usou para transmitir a mensagem.
Responda:
1. Com este aviso, houve comunicação?
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3. E o receptor, ou os receptores?
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CHAVE DE CORREÇÃO
5. O código usado foi a língua portuguesa, pois a mensagem foi transmitida por meio dela.
O código, então, pode ser a língua oral (fala), a língua escrita, ou outros não-verbais, isto é,
que não são palavras. A primeira forma de comunicação linguística foi a fala, mas logo o homem
sentiu necessidade de registrar experiências que pudessem ser transmitidas ao longo do tempo e do
espaço. Criou, então, a escrita.
Sobre este assunto, veja que notícia interessante; observe de onde ela foi retirada, ou seja, a
sua fonte.
ARQUEOLOGIA
O PRIMEIRO ABC
OBSERVAÇÃO
Caso você não tenha compreendido alguma palavra deste texto, consulte seu significado no
dicionário.
Com a leitura deste texto você adquiriu informações muito recentes sobre a origem do
alfabeto.
E os códigos não-verbais?
São os que não usam as palavras para transmitir as mensagens.
Você conhece e utiliza muitos códigos não-verbais. Quando você vê uma placa de trânsito,
por exemplo, você sabe o que ela quer dizer, sem ela ter palavras, não é? Constantemente, você faz
muitas expressões com o rosto, muitos gestos que, mesmo sem palavras, transitem mensagens.
Os surdos-mudos conseguem se comunicar muito bem entre eles, sem usar nenhuma
palavra. Eles usam o alfabeto manual de códigos não-verbais. Veja-o:
Os exercícios a seguir servirão para você fazer uma revisão da sua leitura e ter a
comprovação do seu entendimento sobre o assunto todo.
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Então, responda:
EXERCÍCIOS
6. Como você poderia transmitir com código verbal, isto é, com palavras, o que o artista do desenho
representado a seguir transmitiu com código não-verbal, ou seja, sem palavras?
Observe os desenhos e crie uma pequena história sobre eles.
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7. Usando o alfabeto manual dos surdos-mudos, que gestos você usaria para responder qual é o
seu nome? Marque-os com x.
CHAVE DE CORREÇÃO
1. A fala.
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2. Um povo semita que vivia onde hoje ficam o Líbano, a Síria e a Palestina.
3. No Egito.
4. Em que o alfabeto foi inventado para atender necessidades práticas de viajantes e comerciantes
semitas.
5. São os que não usam as palavras para transmitir as mensagens. Exemplo: o alfabeto manual dos
surdos-mudos.
6. Resposta pessoal. Mostre-a ao seu professor.
7. Resposta pessoal.
SUBUNIDADE C
DIÁLOGOS
GATÃO DE MEIA-IDADE/ Miguel Paiva
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O diálogo é fala entre duas ou mais pessoas. É uma conversação. É a troca de idéias, de
opiniões, de conceitos. Diálogo é comunicação.
Você dialoga todos os dias, em casa, com seus familiares, no serviço, com seus colegas e
chefes, na escola, com seu professor, no lazer, com os amigos.
Observe esta história em quadrinhos. Lendo-a, você sabe o que cada um está falando,
porque aparecem as indicações da fala de cada um e o desenho de cada falante.
Mas e quando não há desenho dos falantes e nem balões indicativos? Como um diálogo pode
ser representado por escrito?
Veja:
LIXO
Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se
falam.
- Bom dia...
- Bom dia.
- A senhora é do 610.
- E o senhor do 612.
- É.
- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
- Pois é...
- Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...
- O meu quê?
- O seu lixo.
- Ah...
- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...
- Na verdade sou só eu.
- Mmmm. Notei também que o senhor usa muita comida em lata.
- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...
- Entendo.
- A senhora também...
- Me chame de você.
- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu
lixo. Champignons, coisas assim...
- É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às
vezes sobra...
- A senhora... Você não tem família?
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COOEPE
Este texto é um diálogo escrito. Aqui, apenas duas pessoas estão conversando. Você reparou
que ele é cheio de traço, no início das linhas? Cada traço deste se chama travessão. O travessão (
- ) é um sinal de pontuação empregado na escrita para separar frases que representam falas.
Repare no texto. O primeiro – Bom dia... é falado por uma pessoa e o segundo é falado por
outra. Por isso, no início de cada um, há um travessão. Se no segundo – Bom dia. há um travessão
e – A senhora é do 610. também tem um travessão, significa que a pessoa que disse isto é a
mesma pessoa que disse o primeiro – Bom dia ...
E as duas primeiras linhas do texto, por que elas não têm travessão? Porque aqui ainda não
começou o diálogo dos dois. Você conseguiu reparar isto? E assim se desenvolve o diálogo: ele fala,
ela fala, ele fala, ela fala. Às vezes um fala um pouquinho mais. Enquanto um está falando, o
travessão vale para tudo o que ele fala.
EXERCÍCIOS
Para ver se você compreendeu bem como se usa o travessão nos diálogos, resolva os
seguintes exercícios.
1. Antes de cada travessão do texto Lixo escreva quem está falando: ele ou ela.
2. a. Quem diz a frase: - Você está analisando o meu lixo!
b. E quem pergunta: - No seu lixo ou no meu?
3. Ouça com atenção um diálogo entre alguns amigos ou entre um professor e um aluno, ou uma
conversa nos corredores, no elevador, em um filme ou novela e escreva-o aqui. Não precisa ser
muito grande. Pode ser também uma conversa entre você e alguém. Pode, também, usar a
imaginação.
Não se esqueça dos travessões. Capriche.
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1. LIXO
Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se
falam.
Ele- Bom dia...
Ela - Bom dia.
Ele - A senhora é do 610.
Ela - E o senhor do 612.
Ele - É.
Ela - Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
Ele - Pois é...
Ela - Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...
Ele - O meu quê?
Ela - O seu lixo.
Ele - Ah...
Ela - Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...
Ele - Na verdade sou só eu.
Ela - Mmmm. Notei também que o senhor usa muita comida em lata.
Ele - É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...
Ela - Entendo.
Ele - A senhora também...
Ela - Me chame de você.
Ele - Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em
seu lixo. Champignons, coisas assim...
Ela - É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às
vezes sobra...
Ele - A senhora... Você não tem família?
Ela - Tenho, mas não aqui.
Ele - No Espírito Santo.
Ela - Como é que você sabe?
Ele - Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
Ela - É. Mamãe escreve todas as semanas.
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2. a. Ele
b. Ele
3. Resposta pessoal. Mostre-a ao seu professor. Ele quer ver o seu progresso.
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ATENÇÃO!
Na oitava linha do texto Lixo, na pág. 23, a personagem diz: - Eu ainda não lhe conhecia
pessoalmente ...
O correto é dizer: - Eu ainda não o conhecia pessoalmente ...
Você, aluno, estudará esta situação gramatical em módulos seguintes.
Agora prossiga em seu estudo.
OUTROS SINAIS DE PONTUAÇÃO
Leia, com entonação adequada, o poema seguinte.
PONTUAÇÃO
Na interrogação me enrosco
num caracol sem saída?
Na vírgula me sento um pouco
descanso, pensativa.
? - .
Na exclamação dou um pulo,
fico na ponta dos pés!
No ponto-e-vírgula escorrego
e quase paro; mas ando. ! :
Marco passo nos dois-pontos:
e nesta pausa explico.
No travessão me espreguiço
- deitado presto serviço.
; ... ,
Nas reticências me espalho
vou muito além do que falo..
Mas é no ponto que gosto,
termino nele e me encosto.
ARAÚJO, Elza Beatriz. A menina dos olhos. Belo Horizonte: Miguilim, 1985, p. 17.
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A pontuação, que é o conjunto de sinais gráficos destinados a indicar a pausa mais ou menos
acentuada, tem como uma das funções mais importantes tornar as orações e os períodos mais
fáceis de ler. Por isso, toda frase mais ou menos longa deve ser lida atentamente para receber a
pontuação correta.
O poema Pontuação fala dos principais sinais da pontuação, usa os sinais, faz referência à
formação dos sinais e ao seu uso.
O primeiro sinal a que ele se refere é o ponto de interrogação (?). Ele marca uma pausa
com melodia característica, ou seja, com uma elevação de voz. É usado ao final de oração
interrogativa direta.
Exemplo: Você quer tirar alguma dúvida comigo?
Você pode encontrar o ponto de interrogação entre parênteses, em qualquer lugar da frase,
usado para indicar incerteza ou dúvida.
Exemplo: Ele virá (?) para pagar a dívida que tem com você.
Em seguida o poema fala sobre a vírgula (,). É um sinal de pontuação que indica pequena
pausa na leitura, o que equivale à mudança na entonação.
Veja como há mudança de entonação mesmo quando não há vírgula:
Parem crianças com essa gritaria.
O uso, ou não, da vírgula, ou o lugar onde ela é colocada pode dar sentidos totalmente
diferentes a uma frase.
Veja estes exemplos:
1. “Fogo, não poupe a cidade.”
2. “Fogo não, poupe a cidade.”
No exemplo 1, o falante está mandando atear fogo e dizendo para não poupar a cidade. No
exemplo 2, o falante está dizendo para não atear fogo e para poupar a cidade.
Com estes exemplos vemos como a vírgula é importante, ao contrário do que muitos pensam.
O emprego da vírgula tem muitas regras e a gramática ocupa muitas páginas com ele. Você
vai aprender, ao poucos, as principais situações em que a vírgula deve aparecer. Neste módulo você
verá só o começo. Quando estudar os termos da oração, nos módulos mais adiante, você poderá
entender melhor o uso da vírgula. Aqui vai aprender uns casos bem simples:
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- antes da abreviatura etc. e para separar palavras que têm a mesma função na frase;
Conversamos sobre férias, praia, carnaval, etc.
Nos versos (linhas) 5 e 6, o poema explica o ponto de exclamação (!), que é usado quando
se quer realçar espanto, entusiasmo, apelo, emoções.
Exemplos: Meu Deus! Quanta Chuva!
Como é linda esta ilha!
Helena! Pare de comer!
O ponto-e-vírgula (;) marca pausa maior que a da vírgula e menor que a do ponto.
Exemplo: Este módulo está organizado em cinco partes: na primeira, texto para interpretação;
na segunda, elementos da comunicação; na terceira, características do diálogo e pontuação; na
quarta, finalmente, conceito sobre frase.
E os dois pontos (:)? Eles marcam uma suspensão de voz em frase ainda não concluída.
São muito usados em enumeração, explicações e no início de correspondências.
Veja:
Este mês ele estudou: português, matemática, contabilidade e direito para o concurso que ia
fazer.
Ficou satisfeito: passou no concurso.
Caro amigo:
Escrevo-lhe, hoje, com muita saudade.
Sobre o travessão (–) você já sabe que ele é muito usado nos diálogos, antes de fala de
cada falante. Agora você vai ficar sabendo, também, que às vezes aparecem dois travessões
separando uma explicação. Veja o exemplo:
Arrumando a mochila para o seu passeio, ele pegou: boné, canivete, abridor de lata e – saiu
de casa prevenido – um guarda-chuva.
Você também pode reparar que os dois travessões estão apenas separando uma explicação,
que poderia, inclusive, estar entre vírgulas e que se for tirada da frase, não fará falta. Veja:
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Arrumando a mochila para o seu passeio, ele pegou: boné, canivete, abridor de lata e
um guarda-chuva.
As reticências (...) marcam uma suspensão na frase. O seu emprego depende do emissor.
São muito usadas para indicar que a frase continuaria e que a suspensão foi proposital.
Veja:
Se ela soubesse o que eu penso...
Elas podem, também, indicar dúvida, ou breve interrupção de pensamento:
Ela não o beijou porque...porque...porque teve vergonha.
E o poema Pontuação termina falando sobre o ponto final (.). O ponto final indica a pausa
de maior duração. Ele é muito importante. Às vezes, ao escrever, ele é muito esquecido e fica
aquela confusão total de expressão, com as orações todas ligadas por e, que se, porque, etc. Não
tenha medo de usar o ponto final. Basta que a frase tenha um verbo em qualquer tempo do modo
indicativo (você estudará os tempos e os modos verbais mais adiante) para que o ponto final possa
aparecer.
Exemplo: Vale a pena estudar. O estudo vale ouro.
Quando o ponto é usado nas abreviaturas, ele é chamado ponto abreviativo:
cia. (companhia)
p. (página)
ex. (exemplo)
É muito importante que você, ao ler qualquer texto de livro, jornal ou revista, preste bastante
atenção na pontuação utilizada no texto. Desta forma você fará, em sua leitura, as pausas,
adequadamente, o que o ajudará a compreender melhor o que leu. Além disto, observando a
pontuação, você estará aprendendo a pontuar corretamente os seus textos.
Veja se você já está dominando tudo o que estudou sobre pontuação, resolvendo os
exercícios que se seguem.
EXERCÍCIOS
1. Quais são os sinais de pontuação de que fala o poema Pontuação? Escreva o nome de cada um
e faça o seu desenho.
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2. Escolha um texto deste módulo, de algum jornal ou revista, ou de qualquer outro lugar e retire
dele uma frase com cada um desses sinais de pontuação.
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5. Separe, com dois travessões, a explicação que aparece em cada frase a seguir.
a) Ela sempre agia assim e naquele dia para não ser diferente voltou a humilhar o menino.
b) Mas só ela a mais sensível das três percebia que a amiga estava atordoada.
c) “A saudade que dói mais fundo e irremediavelmente é a saudade que temos de nós” (Mário
Quintana).
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8. Agora, para ver se você entendeu bem cada vírgula que você colocou, explique por que você
colocou as vírgulas, em cada frase.
a) ______________________________________________________________________________
b) ______________________________________________________________________________
c) ______________________________________________________________________________
d) ______________________________________________________________________________
e) ______________________________________________________________________________
f) ______________________________________________________________________________
g) ______________________________________________________________________________
h) ______________________________________________________________________________
i) ______________________________________________________________________________
j) ______________________________________________________________________________
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CHAVE DE CORREÇÃO
1. ponto de interrogação ?
vírgula ,
ponto de exclamação !
ponto-e-vírgula ;
dois pontos :
travessão –
reticências ...
ponto final .
3.
a) Que dia lindo!
b) Você quer ir à praia?
c) Quero sim, mas não vamos demorar porque preciso estudar.
d) O rapaz da Cia. Catarinense de Seguros ligou para você.
e) A que horas ele ligou?
f) Citou substantivos, adjetivos, advérbios, etc. para dizer que havia estudado muito.
g) Isto mesmo, você ganhou!
h) A palavra está na p. 8.
4.
a) Então ela perguntou-me: – Poderemos vir amanhã?
b) Todos três vieram: Helena, Luiz e Sérgio.
c) Prezado Sr. Edson:
É com prazer que lhe escrevo para cumprimentá-lo pelo seu aniversário.
5.
a) Ela sempre agia assim e naquele dia – para não ser diferente – voltou a humilhar o menino.
b) Mas só ela – a mais sensível das três – percebia que a amiga estava atordoada.
c) “A saudade que dói mais fundo – e irremediavelmente – é a saudade que temos de nós” (Mário
Quintana).
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6.
a) Queria muito que ele viesse, mas não foi possível.
b) Visitá-lo em Fortaleza? Quem sabe um dia...
c) Não seja impaciente, menino. Se você esperar o momento certo...
7.
a) Comprei lápis, borracha, caneta e régua.
b) São José, 06 de janeiro de 2000.
c) Ele comprou o livro e não, o disco.
d) Hoje já choveu, ventou, fez frio, etc.
e) Sim, você pode chegar às 2h.
f) Não, não poderemos esperá-lo muito.
g) As crianças cantaram, brincaram, pularam e não ficaram cansadas.
h) Sim, o filme é bom.
i) Fechou a janela e não, a porta.
j) Paris, 14 de janeiro de 2001.
8.
a) Para separar termos que têm a mesma função na frase ( lápis, borracha, caneta)
b) Em data, depois do nome da cidade.
c) Para substituir um termo que não aparece (comprou).
d) Para separar palavras que têm a mesma função na frase e antes de etc.
e) Depois do sim usado como resposta no início da frase.
f) Depois do não usado como resposta no início da frase.
g) Para separar termos que têm a mesma função na frase (cantaram, brincaram, pularam)
h) Depois do sim usado como resposta no início da frase.
i) Para indicar a falta da palavra (fechou).
j) Em data, depois do nome da cidade.
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FRASE
Se a frase tem verbo, ela é uma frase verbal e, como tal, exprime uma visão dinâmica do
mundo.
Exemplos de frases verbais:
O verão chegou.
Enchente inunda muitas casas em Florianópolis.
Quantos módulos de Português você já estudou?
Que bonito o gol que ele fez!
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2. Frases interrogativas: são aquelas que nos permitem pedir uma informação, receber um
esclarecimento, tirar uma dúvida.
Ex.: Quantas horas são?
A professora já chegou?
Que dia do mês é hoje?
Você tem certeza disto?
4. Frases imperativas: contêm uma ordem, um pedido, uma sugestão, um convite, uma súplica.
Ex.: Proibido fumar.
Venha jantar comigo hoje.
Vá com calma.
Compre no Supermercado Pague Menos.
Se você leu tudo com bastante atenção, não terá problemas para resolver os exercícios que
se seguem. Se for necessário, leia tudo novamente antes de resolvê-los.
EXERCÍCIOS
2. Agora, preste atenção no sentido das frases e escolha a classificação para cada uma delas,
entre:
Frase declarativa
Frase interrogativa
Frase exclamativa
Frase imperativa
Frase optativa
Lembre-se dos sinais de pontuação que você já estudou.
OBSERVAÇÃO
As frases deste exercício são tiradas do texto Lixo, que você leu na SUBUNIDADE C.
a) Encontram-se na área de serviço. __________________________________________________
b) Me chame de você. _____________________________________________________________
c) Você não tem família? ___________________________________________________________
d) Isso é incrível. __________________________________________________________________
e) No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.
________________________________________________________________________________
f) Más notícias? __________________________________________________________________
g) Você já está analisando o meu lixo! _________________________________________________
h) Eu adoro camarão. ______________________________________________________________
É interessante que leia todas estas frases em voz alta, dando a entonação adequada para
cada uma.
b) A criança desapareceu!
________________________________________________________________________________
c) O engano do professor!
________________________________________________________________________________
CHAVE DE CORREÇÃO
1.
a) Nominal
b) Verbal
c) Verbal
d) Nominal
e) Verbal
2.
a) Declarativa
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b) Imperativa
c) Interrogativa
d) Exclamativa
e) Declarativa
f) Interrogativa
g) Exclamativa
h) Declarativa
i) Imperativa
j) Optativa
3.
a)
Interrogativa: Você tomou o remédio?
Exclamativa: Você tomou o remédio!
Imperativa: Tome o remédio.
b)
Imperativa: Compre as peças para o carro.
Interrogativa: Você comprou as peças para o carro?
Declarativa: Você comprou as peças para o carro.
4.
a) Muita chuva no sul do País.
b) Criança desaparecida.
c) O professor se enganou.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, Elza Beatriz. “Pontuação”. In: A menina dos olhos. Belo Horizonte: Miguilim, 1985. p. 17.
BISOGNIN, Tadeu Rossato. Descoberta e construção, 8: português. São Paulo: FTD, 1991.
PAIVA, Miguel. “O gatão de meia-idade”. In: Jornal O Estado de São Paulo. Janeiro de 2000.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática: teoria e prática. São Paulo: Atual Editora, 1994.
SOARES, Magda. Português através de textos, 7. 3ª ed. São Paulo: Moderna, 1990.
VERÍSSIMO, Luís Fernando, “Detalhes”. In: Outras do analista de Bagé. 19ª ed., Porto Alegre,
LPM, 1982.
__________________. “Lixo”. In: A palavra é humor. 2ª ed. São Paulo: Scipione, 1990.
WATTERSON, Bil. “O melhor de Calvin”. In: Jornal O Estado de São Paulo. Janeiro de 2000.
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