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Rio de Janeiro, 06 de junho de 2016

ISSN: 2446-7014 • Número 35

CONSELHO EDITORIAL
BOLETIM GEOCORRENTE Editor Responsável
O Boletim Geocorrente é uma publicação quinzenal vinculada ao Leonardo Faria de Mattos (EGN)
Núcleo de Avaliação da Conjuntura (NAC), do Centro de Estudos
Político-Estratégicos (CEPE) da Escola de Guerra Naval (EGN). O Editor Científico
NAC possui o objetivo de acompanhar a Conjuntura Internacional Francisco Eduardo Alves de Almeida (ISCSP- Univ. Lisboa)
sob o olhar teórico da Geopolítica, a fim de ampliar o conhecimento
por meio da elaboração deste boletim, além de outros produtos Editores Adjuntos
que porventura venham a ser demandados pelo Estado-Maior da Danillo Avellar Bragança (UERJ)
Armada. Felipe Augusto Rodolfo Medeiros (EGN)
Para isso, o grupo de pesquisa ligado ao Boletim conta com integrantes Jéssica Germano de Lima Silva (EGN)
de diversas áreas de conhecimento, cuja pluralidade de formações e Noele de Freitas Peigo (FACAMP)
experiências proporciona uma análise ampla de contextos e cenários
geopolíticos e, portanto, um melhor entendimento dos problemas Pesquisadores do Núcleo de Avaliação da Conjuntura
correntes internacionais. Assim, procura-se identificar os elementos André Figueiredo Nunes (UFRJ)
agravantes, motivadores e contribuintes para a escalada de conflitos Adriana Escosteguy Medronho (PUC - Rio)
e crises em andamento, bem como, seus desdobramentos. Ariane Dinalli Francisco (PUC - Rio)
Caio Ferreira Almeida (Univ. Tartu)
NORMAS DE PUBLICAÇÃO Carlos Henrique Ferreira da Silva Júnior (UFRJ)
Esse Boletim tem como objetivo publicar artigos curtos tratando de Dominique Marques de Souza (UFRJ)
Eliza Carvalho Camara Araujo (UERJ)
assuntos da atualidade e, eventualmente, de determinados temas de
Ely Pereira da Silva Júnior (UERJ)
caráter geral sobre dez macrorregiões do Globo, a saber: América do
Franco Aguiar de Alencastro Guimarães (PUC - Rio)
Sul; América do Norte e Central; África Subsaariana; Oriente Médio
Jéssica Pires Barbosa Barreto (UERJ)
e Norte da África; Europa; Rússia e ex-URSS; Sul da Ásia; Leste
João Victor Marques Cardoso (UFF)
Asiático; Sudeste Asiático e Oceania; Ártico e Antártica. Ainda, José Gabriel de Melo Pires (UFRJ)
algumas edições contam com a seção “Temas Especiais”, voltada a Lais de Mello Rüdiger (UFRJ)
artigos que abordam assuntos não relacionados, especificamente, a Louise Marie Hurel Silva Dias (PUC - Rio)
uma das regiões supracitadas. Luciane Noronha Moreira de Oliveira (EGN)
Para publicar nesse Boletim, faz-se necessário que o autor seja Luma Teixeira Dias (UFRJ)
pesquisador do Grupo de Geopolítica Corrente, do Núcleo de Marcelle Siqueira Santos (UERJ)
Avaliação da Conjuntura da Escola de Guerra Naval e submeta seu Marcelle Torres Alves Okuno (IBMEC)
artigo contendo, no máximo, 350 palavras ao processo avaliativo. A Matheus Souza Galves Mendes (UFRJ)
avaliação é feita por pares, sem que os revisores tenham acesso ao Pedro Allemand Mancebo Silva (UFRJ)
nome do autor (blind peer review). Ao fim desse processo, o autor Pedro Emiliano Kilson Ferreira (UFF)
será notificado via e-mail de que seu artigo foi aceito (ou não) e que Pedro Mendes Martins (UERJ)
aguardará a primeira oportunidade de impressão. Philipe Alexandre Junqueira (UERJ)
Raissa Pose Pereira (UFRJ)
CORRESPONDÊNCIA Stefany Lucchesi Simões (UNESP)
Escola de Guerra Naval – Centro de Estudos Político-Estratégicos. Thayná Fernandes Alves Ribeiro (UFRJ)
Av. Pasteur, 480 - Praia Vermelha – Urca - CEP 22290-255 - Rio de Vinícius de Almeida Costa (EGN)
Janeiro/RJ - Brasil (21) 2546-9394 Vinicius Guimarães Reis Gonçalves (UFRJ)
E-mail: geo.corrente@yahoo.com.br. Vivian de Mattos Marciano (UFRJ)
Aos cuidados do Editor Responsável do Boletim Geocorrente. Viviane Helena Silva da Rocha (UERJ)

Os textos contidos nesse Boletim são de responsabilidade única dos membros do Grupo, não retratando a opinião
oficial da Escola de Guerra Naval nem da Marinha do Brasil.

SUMÁRIO
• Venezuela de múltiplas crises (Pag. 2) • O urso guinando para o Leste (Pag.6)
• Fechamento terrestre, fuga pelo mar (Pag. 2) • A morte de Aktar Mansour e o futuro do Talibã (Pag. 7)
• A outra China na América Central (Pag.3) • China: nova era de criptografia, nova era de ciência & tecnologia (Pag.7)
• Delta do Níger: tragédia ambiental e mazelas socioeconômicas (Pag. 3) • Coreia do Sul anuncia exercício antimísseis com EUA e Japão (Pag.8)
• África se prepara para lutar contra o terror (Pag. 4) • Vietnã e a “queda de braço” Leste-Oeste (Pag. 8 )
• As disputas de poder no Saara Ocidental (Pag. 5) • Degelo: uma nova etapa? (Pag. 9)
• A ascensão da extrema-direita na Europa, parte II: eleições e BREXIT (Pag. 5) • Temas especiais: segurança cibernética (Pag. 9)
• A ponte para o rio Dniester (Pag. 6) • Artigos selecionados e notícias de Defesa (Pag. 10)
América do Sul
Venezuela de múltiplas crises Por: Adriana Medronho
Detentora das maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela sofre com uma espiral inflacionária
que atingirá 720%, retraindo a economia em 8% ainda neste ano, segundo relatório do FMI. A crise humanitária
é suficientemente grave para suplantar tradicionais embates ideológicos, levando às ruas manifestantes anti-
governo, cujos atos, marcados pelo escalonamento da violência, foram respondidos com controverso decreto
governamental de “estado de exceção”. A população enfrenta escassez de produtos básicos, crises elétrica,
sanitária e hidráulica, além dos altos índices de violência.
Afetado pela queda dos preços do petróleo, o governo busca diversificar fontes de renda, captando
investimentos de transnacionais para a exploração aurífera, de modo a reverter o quadro de crise e mitigar guerras
recrudescidas entre facções nas regiões garimpeiras. A instabilidade político-institucional foi exacerbada no
último dezembro, com o êxito eleitoral da coalizão de oposição, Mesa de Unidade Democrática (MUD), que
conquistou maioria na Assembleia Nacional (AN). A MUD trava, desde então, amplo embate político com
vistas à destituição de Nicolás Maduro e, frente à proposta de referendo revogatório apresentada este ano, o
governo propõe duras soluções.
A presidência da AN acusa o Executivo de querer anular o Parlamento para que o referendo não seja
aprovado. A oposição quer celeridade no andamento do processo, mas a proposta de lei para tal foi entendida
como inconstitucional pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Analistas e políticos do setor moderado
entendem que a oposição ao governo não deve deixar de se ater aos prazos constitucionais em relação aos
trâmites do referendo. Por outro lado, aponta-se que o governo e a AN travam uma competição díspar, dado que
o primeiro conta com o Tribunal Supremo de Justiça, o CNE, a PDVSA (estatal petroleira) e as Forças Armadas
em sua base política. Não obstante o crescente apoio popular – sobretudo frente às múltiplas crises –, o entrave
institucional, aliado à falta de
previsão legal clara sobre o tema,
compõe um cenário adverso ao êxito
da oposição. O comportamento
das Forças Armadas parece que
será o fiel da balança, não devendo
ser descartada a possibilidade do
surgimento de lideranças militares
contrárias ao atual governo.

Foto: Elpaiscom. As longas filas para compra de alimentos

América do Sul
Fechamento terrestre, fuga pelo mar Por: Lais Rüdiger
Em novembro de 2015, a Nicarágua investiu na militarização de sua fronteira, com o objetivo de frear o
fluxo migratório oriundo sobretudo de Cuba, barrando-o no território da Costa Rica. Esta, por sua vez, fechou
sua pequena divisa com o Panamá em abril deste ano. Seguindo uma ação em cadeia, no dia 09 de maio, o
presidente panamenho Juan Carlos Varela anunciou o fechamento de importantes pontos fronteiriços com a
Colômbia, a fim de tentar evitar que migrantes ilegais da América Central, Ásia e África entrem no país.
De acordo com dados do sistema de migração colombiana, somente em maio, 756 migrantes foram
detectados em trânsito em Turbo (destaque no mapa), que, além de ser uma cidade portuária, está localizada
junto à costa do Golfo de Urabá. Desde janeiro, 3.800 migrantes passaram pela região, tida como rota de fuga
para os que almejam nos Estados Unidos um solo mais esperançoso que seus países de origem.
A Colômbia torna-se uma rota atraente para migrantes de várias partes do globo devido à porosidade de
suas fronteiras e à sua localização geográfica estratégica, sendo o único país bioceânico da América do Sul.
Embora a travessia terrestre entre Colômbia e Panamá pareça ser o caminho mais simples, existe uma vasta
[2]
e densa floresta nessa região, além da ausência de estradas
e da proximidade com a Cordilheira dos Andes. Isso gera
uma busca por itinerários alternativos, como o marítimo.
Em fevereiro deste ano, o presidente colombiano
Juan Manuel Santos inaugurou a obra de expansão do
Porto de Cartagena. Sua localização privilegiada (vide
imagem) atende aos anseios de Santos, que objetiva
transformá-lo em um porto estratégico para o comércio
marítimo não somente da Colômbia, mas também de
toda a região do Caribe. Entretanto, se por um lado a
ampliação de tais rotas é vista de forma benéfica para Foto: shipyard-shipdelivery.com
o comércio internacional; por outro, deve-se ficar atento ao chamativo de migrações marítimas ilegais que
podem se desenvolver na região.

América do Norte e Central


A outra China na América Central Por: Danillo Bragança
A presença de potências estrangeiras no espaço do entorno estratégico brasileiro configura motivo de
preocupação tanto para o Estado quanto para outros setores do Brasil. Seja por questões comerciais seja por
questões geopolíticas, o espectro do interesse de muitos países nas regiões lindeiras ao subcontinente sul-
americano é tema importante e precisa sempre ser avaliado.
A presença histórica dos EUA já é bem conhecida. A da China, com seu projeto de construção do
Canal da Nicarágua e aumento do comércio bilateral com os países da região, também já é relativamente
bem acompanhada. Contudo, pouco se fala da presença de Taiwan. É importante ressaltar que o modo
de atuação taiwanês não se difere muito da forma agressiva como empresas chinesas inseriram-se na
região. No entanto, não se pode estender muito para além disso as semelhanças entre as duas Chinas.
O contexto de Guerra Fria contribuiu para essa distinção. O bastião que Taipei sempre se mostrou
ser no combate ao comunismo do tipo chinês ressoou nos governos militares da região durante aquele
período. A proximidade com o Paraguai do ditador Alfredo Stroessner, por exemplo, explica, ainda
hoje, a forte ligação comercial entre Assunção e Taipei. A tendência pró-Taiwan era majoritária em toda
a América Central – o que só se quebrou de forma mais latente em duas ocasiões: no governo sandinista
de Daniel Ortega na Nicarágua, em 2007; e com o reconhecimento por parte da Costa Rica da existência
da China continental.
Outra questão fundamental nas relações de Taiwan com os países centro-americanos são os
interesses dos EUA. A Washington interessa ter Taipei no istmo, o que lhes dá mais espaço para
manobrar, considerando o aumento da influência da China. Mas a discrição é parte importante do jogo
diplomático, a fim de não atritar as já difíceis relações sino-americanas.

África Subsaariana
Delta do Níger: tragédia ambiental e mazelas socioeconômicas Por: João Victor Marques
Recentes ataques na região do Delta do rio Níger contra oleodutos têm reacendido uma problemática
cujas raízes datam da construção do Estado nigeriano. Por trás da ofensiva, suspeita-se a participação do grupo
militante Niger Delta Avengers (NDA), que propõe vingar as mazelas vividas há décadas pela população
local. Densamente povoado, com cerca de 31 milhões de habitantes, o Delta do Níger abrange 70 mil km² de
terras alagadas, comportando um dos mais importantes ecossistemas de costa marinha do planeta, além de
dispor de vastos campos de petróleo. Contraditoriamente, porém, a exploração dessa riqueza tem ameaçado
o desenvolvimento e a estabilidade da região, configurando uma verdadeira tragédia ambiental.
Desde o período colonial na década de 1950, a exploração de hidrocarbonetos no Delta do Níger
incita a dilapidação ambiental e a concentração da riqueza gerada, culminando em revoltas locais contra
companhias estrangeiras, como a Shell e a British Petroleum. Mesmo após a independência nacional, o
[3]
controle estrangeiro sobre a produção e os lucros
e a má governança não trouxeram melhorias
às condições socioeconômicas, instigando o
movimento separatista que instituiu a efêmera
República do Biafra (1967-1970), dentro
do contexto da Guerra Civil Nigeriana. A
complexidade da questão local possui variadas
causas, como descaso das elites políticas corruptas
ou ainda práticas agressivas das empresas
petrolíferas. Pode-se destacar recorrentes
Foto: Bbc.com
episódios, a exemplo dos vazamentos ocasionados
por falta de manutenção da infraestrutura de oleodutos, como fatos que impossibilitam a diversificação
econômica do Estado, por meio de atividades como a pesca e a agricultura.
A instabilidade resultante não pode ser sanada com o aumento do efetivo militar na região, anunciado
pelo presidente Buhari, ainda que o uso da força, segundo o Contra-Almirante Mohammed Garba, do Comando
Central Naval, ocorra de forma racional e em caso de absoluta necessidade. A solução deve antes envolver
o governo, a sociedade civil e os negócios por um pacto pelo desenvolvimento. Ao completar um ano na
presidência, Buhari se encontra diante de desafios iminentes, muito além do extremismo orquestrado pelo
Boko Haram.

África Subsaariana
África se prepara para lutar contra o terror Por: Vivian Mattos
A expansão dos campos de ação de grupos extremistas no continente africano tem gerado uma série de
preocupações estratégicas, econômicas, políticas e sociais nos Estados que vivenciam diariamente a guerra
contra esses agentes. Essas perturbações têm feito com que Estados africanos se especializem no combate ao
terror, utilizando táticas irregulares e sendo instruídos por parceiros mais experientes ao redor do mundo. Esse
aprendizado engloba a construção e o desenvolvimento de um aparato de inteligência com larga utilização
de recursos humanos para mitigar e prevenir possíveis ataques, além de se atentar às questões logísticas que
precisam ser acionadas em situações de crise.
Na atualidade, três grupos extremistas têm encabeçado o aumento dos ataques na África Subsaariana,
sendo eles: Al Shaabab, no Chifre da África - Somália e Quênia; Al Qaeda do Magrebe Islâmico, na região
do Magrebe e em parte do Sahel; e o Boko Haram, que atua na região do Lago Chade, principalmente na
Nigéria. Das parcerias supracitadas, a que mais tem se destacado ocorre entre o Departamento de Estado
norte-americano e as forças policiais africanas. Soldados que combateram nas guerras do Afeganistão e/ou do
Iraque atuam como conselheiros nas incursões das forças governamentais, além de realizarem treinamentos
com as mesmas. Os consultores trabalham com cenarização e simulações para evitar baixas militares, morte
de civis e incrementar a preparação para o resgate de reféns. Segundo o jornal The New York Times, o Chefe
do Estado Maior do Exército dos EUA General Mark A. Miley pediu para que as Forças Armadas dos Estados
africanos se inspirassem na luta contra os seus colonizadores europeus no período de descolonização para
combaterem o terror, utilizando os mesmos métodos contra os terroristas.
Independentemente das parcerias firmadas com Estados não africanos, como o caso dos EUA, França
e Reino Unido, o continente tem realizado um esforço interno e utilizado estratégias conjuntas para sanar as
problemáticas existentes, visando maior desenvolvimento e estabilidade regionais. Os extremistas também
têm resistido a certas medidas tomadas pelos governos locais, o que os pressiona a se unirem no objetivo de
superar conjuntamente as crises atuais. Ademais, a disseminação do terrorismo na África é uma ameaça em
potencial para os seus aliados externos. Desse modo, o posicionamento desses atores é relevante no processo
de construção da paz africana.

[4]
Oriente Médio e Norte da África
As disputas de poder no Saara Ocidental Por: Pedro Kilson
A análise das configurações do conflito no Saara Ocidental permite perceber a complexidade das
relações de poder no Norte e no Oeste africano. O processo de descolonização do antigo território de domínio
espanhol conhecido por Saara Ocidental foi tão arbitrário quanto o delineamento da Convenção de Berlim de
1885. Isso porque, contrariando o parecer emitido por uma Comissão de Observadores da ONU e o Parecer
Consultivo da Corte Internacional de Justiça, ambos de 1975, a Espanha outorgou a administração do Saara
Ocidental ao Marrocos e à Mauritânia, quando o país europeu passava por instabilidades políticas no contexto
de enfraquecimento do franquismo.
Desde a concessão, influenciado por um ideário
nacionalista e expansionista, o Marrocos empreendeu
sucessivas incursões ao território de forma a constituir o
“Grande Maghreb Árabe”. Assim, o aspecto central do
conflito, que se desenrola desde 1975, é a disputa entre
o governo do Marrocos e a Frente Polisario, que almeja
a independência da região e a consolidação de um Estado
nacional. Sob tal lógica, tentativas de resolução foram
implementadas, intermediadas pelas Nações Unidas,
ainda que sem êxito. Ademais, o papel na problemática
desempenhado pela Argélia – importante ator regional Foto: Omundonumamochila.com.br
– é de caráter geopolítico, estratégico e histórico. As lutas anticoloniais foram capazes de criar um espírito
independentista e uma narrativa nacionalista que pudessem viabilizar o apoio argelino à causa Sahrawi (povos
do Saara Ocidental) e, por conseguinte, contrabalançar a esfera de influência marroquina. Nesse sentido, o
apoio da Argélia ao Polisario fundamenta-se em valores nacionais e princípios geoestratégicos.
Em 1981, a União Africana – órgão do qual o Saara Ocidental é membro pleno – criou um plano de
paz, chancelado pela ONU em 1986. Cinco anos depois, o plano consolidou a instalação da MINURSO
(Missão da ONU para o Referendo do Saara Ocidental). Entretanto, a instabilidade política inviabiliza um
pleno desenvolvimento da região, dificultando a mitigação dos graves problemas socioeconômicos. Não há
solução vislumbrada a médio prazo.

Europa
A ascensão da extrema-direita na Europa, parte II: eleições e BREXIT Por: Ariane Francisco
Seguido da derrota no primeiro turno das eleições na Áustria, em rápida evolução dos eventos expostos
no último Boletim, o chanceler do país Wernen Faymann anunciou no dia 09 de maio sua renúncia da chefia
do governo e da presidência do Partido Social-Democrata (SPÖ, sigla em alemão), alegando falta de apoio
dentro do próprio partido. No dia 17, Christian Kern assumiu como o novo chanceler, pouco depois de eleito
para a presidência do SPÖ. Mais recentemente, no dia 22, o segundo turno das eleições deu vitória apertada
(50,3%) para o candidato da chapa independente Alexander Van der Bellen, derrotando Norbert Hofer, do
partido anti-imigração de extrema-direita, o Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ, sigla em alemão).
A real chance de eleição de um candidato da extrema-direita em um país da Europa adiciona um
elemento à preocupação com a ascensão dessa ideologia política em todo o continente, como comentado no
Boletim anterior. Esses partidos e líderes têm baseado suas políticas não só em atos voltados à minimização da
entrada de imigrantes nos países, mas também em políticas econômicas conservadoras e em líderes populistas.
Exemplo disso é a atual “crise” pela qual a União Europeia vem passando com um referendo no Reino Unido,
marcado para 23 de junho, que votará sua saída do bloco – “Brexit”, como a imprensa vem chamando.
O único partido a apoiar integralmente o “Brexit” é o U.K. Independence Party (UKIP, Partido
Independente do Reino Unido, em português), extrema-direita, cuja participação no Parlamento é irrisória,
mas que obteve muitos votos nas Eleições Gerais de 2015. Nesse processo, o Reino Unido pode sair da
[5]
União Europeia e teria que buscar novos mercados para suprir a perda econômica. No entanto, fora do bloco,
teria mais autonomia para tratar outras questões, tal como a política migratória, por exemplo.
Os próximos dias serão claramente decisivos para o referendo: as últimas pesquisas mostram relativa
diferença, 52% a favor da saída do bloco pela apuração feita pelo The Guardian, contra 47% pela pesquisa
mencionada pelo Express.uk. O resultado poderá modificar certas políticas europeias e solidificar ainda mais
a ascensão da direita no continente.

Rússia e ex-URSS
A ponte para o rio Dniester Por: Pedro Mendes
Em fevereiro deste ano, o representante especial da presidência
alemã da OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na
Europa) para o Processo de Paz da Transnítria, embaixador Cord
Meier-Klodt, visitou a região. Segundo a página da organização, em
encontros em Chisinau e em Tiraspol, capital da Moldávia e Transnítria,
respectivamente, o representante sublinhou seu projeto para revigorar
as negociações, processo paralisado desde 2006, e realizar importantes
reuniões entre os envolvidos.
A Transnítria é uma província separatista da Moldávia à beira
do Rio Dniester, na fronteira com a Ucrânia. O processo de separação
ocorreu nos anos 1990, quando o país mudou seu idioma oficial para o
moldovo, gerando o temor de isolamento da população nessa província,
região na qual o idioma majoritário é o russo, e deflagrando uma guerra
Foto: Wikipedia.com
civil cujo cessar-fogo foi assinado em 1992 e tem vigorado desde então.
A partir desse momento, a OSCE passou a fazer reuniões no molde 5+2 (União Europeia, EUA, OSCE,
Ucrânia, Moldávia, Transnítria e a Federação Russa) para tentar chegar a um acordo de paz sobre a situação. A
área concentra a maioria das indústrias da Moldávia, sobretudo o arsenal de armas da extinta União Soviética,
tema de preocupação dos atores envolvidos, motivando a expansão da missão da OSCE na área para incluir
o desarmamento dessa infraestrutura bélica. Entretanto, o processo não teve avanços desde 2004, deixando
aproximadamente 20.000 toneladas de munição e equipamento militar, o que alimenta as denúncias ao país
como “Estado Máfia” e de tráfico de armas para criminosos e terroristas.
A Transnítria é mais um foco de tensão entre Rússia e União Europeia devido à posição desse enclave
entre dois países, Moldávia e Ucrânia, candidatos à entrada no bloco.

Rússia e ex-URSS
O Urso guinando para o Leste Por: Gabriel Melo
Nos dias 19 e 20 de maio ocorreu em Sochi, na Rússia, a Cúpula Rússia-ASEAN com vistas a um maior
grau de cooperação em setores estratégicos da Rússia e dos países do bloco. O encontro, que ocorre desde
2005, é o mais importante evento internacional do ano para os russos e, além dos acordos de cooperação
econômica, nas esferas social e cultural, rendeu também parcerias na área de defesa com o Camboja e
Indonésia.
Muito se pode argumentar sobre quais são as verdadeiras razões e intenções russas ao olhar para o
Leste. Os acontecimentos na Georgia, em 2008, e na Ucrânia, mais recentemente, abalaram as relações russas
com os membros da União Europeia e destacaram diferenças ideológicas que causaram a desaceleração da
cooperação entre a Rússia e os países do bloco, contaminando os negócios entre ambos, desaquecendo-os e
provando que nem sempre a interdependência econômica é suficiente para garantir a estabilidade política.
Diante desse cenário, o viés de Moscou é, no mínimo, pragmático e até mesmo esperado. Ao aumentar o grau
de cooperação com o Oriente, seja através da cúpula, das parcerias com a China ou com a União Econômica
Eurasiática (UEE), a Rússia espera proporcionar um crescimento natural às áreas que se encontram afastadas
do centro econômico.
[6]
Inserida em um cenário de transição à multipolaridade, com altas e baixas, seria equivocado fazer
afirmações categóricas acerca da estratégia adotada pelo país, conhecido pela excelência de seus enxadristas.
Iniciativas como essa cúpula, a atenção voltada à China - no último ano, no desfile de celebração da vitória na
Segunda Guerra, Putin teve ao seu lado Xi Jinping - e à UEE, cujo destaque, além da importância econômica,
está no fato de se tratarem de países pertencentes à ex-URSS, ilustram um caminho possível ao “grande urso”,
indicando uma leve reorientação nas prioridades da política externa russa.

Sul da Ásia
A morte de Aktar Mansour e o futuro do Talibã Por: Franco Alencastro
No último dia 23 de maio, o Mulá Aktar Mansour, líder do Talibã afegão, foi confirmado como morto.
O anúncio veio dois dias depois de o presidente Barack Obama autorizar um ataque com VANTs perto da
cidade de Quetta, na província paquistanesa do Baluchistão, visando à eliminação de Mansour que, segundo
autoridades norte-americanas, planejava uma série de ataques contra alvos do país no Afeganistão.
Aktar Mansour se tornou o líder do Talibã em julho de 2015, após a morte do fundador do movimento,
Mohammed Omar, o Mulá Omar. Com a morte de Mansour, o líder da organização passa a ser Hibatullah
Akhundzada. O objetivo do ataque norte-americano foi de debilitar o Talibã, privando-o de sua liderança e,
com isso, tentar obrigá-lo a voltar à mesa de negociações.
Trata-se de mais uma etapa no reengajamento norte-americano na região: após voltar atrás na promessa
de retirar todas as suas tropas do Afeganistão em dezembro de 2014 (mantendo 9.800 “consultores militares”),
as Forças Armadas dos EUA têm intensificado os ataques de VANT no Afeganistão e províncias do Paquistão
usadas como refúgio por lideranças do Talibã. Parece ser também uma resposta à alardeada “ofensiva de
primavera” do grupo terrorista que, em abril, culminou em um ataque na capital Cabul que fez 400 vítimas,
entre mortos e feridos. Arquiteto da ofensiva, Mansour era considerado um líder forte e radicalmente contrário
a qualquer acordo de reconciliação com o governo pró-americano em Cabul. Com a sua morte, abre-se a
possibilidade de um acordo, já que parte do Talibã não partilhava de sua posição. Teme-se, contudo, que
o novo líder seja ainda mais radical que Mansour. Há, ainda, a possibilidade de disputas internas no Talibã
à medida que suas lideranças mais tradicionais e legítimas são eliminadas e substituídas por líderes menos
consensuais - a própria liderança de Mansour já era controversa.

Leste Asiático
China: nova era de criptografia, de ciência & tecnologia Por: Viviane da Rocha

Duas notícias recentes evidenciam a preocupação de Pequim quanto à necessidade de constante
desenvolvimento tecnológico para, entre outros fins, resguardar sua rede de comunicações.
No dia 30 de maio, em Pequim, o presidente Xi JinPing compareceu à conferência bienal sobre ciência
e tecnologia realizada pelos dois maiores think-tanks chineses. Em seu discurso, o chefe de Estado enfatizou
a indispensabilidade de reforçar a ciência e tecnologia chinesas e a necessidade de se destacar nessa esfera
estratégica até 2050. Para isso, sinalizou prioridade nacional às indústrias robótica e de equipamento
aeroespacial, além de assegurar a proteção aos direitos de propriedade intelectual e sublinhar o papel vital que
as empresas desempenham nessa proteção – este último comentário foi uma alusão às empresas estrangeiras
afetadas pelos vazamentos de informações da NSA por Edward Snowden, em 2013.
Tendo isso em mente, associa-se seu discurso à segunda notícia veiculada: a confirmação do
desenvolvimento do primeiro satélite de experimentação científica à base de tecnologia quântica pela China.
Com lançamento previsto para julho de 2016, o QUESS (Quantum Space Satellite) deve criar as bases para
o desenvolvimento de transmissão de dados e criptografia quânticas. A segunda, virtualmente impossível
de ser quebrada. O programa que o QUESS integra (o “Strategic Priority Program on Space Science”) foi
iniciado em 2011 e já lançou outros três satélites de atributos singulares.

[7]
Nenhum outro experimento científico já
testou entrelaçamento quântico a uma distância
tão grande (mais de 1000 km). O QUESS contará
com duas bases terrestres: uma em Pequim e outra
em Viena. Almeja-se a elaboração de uma rede
de comunicação quântica Ásia-Europa até 2020
e, logrando-se êxito nesse projeto, uma global até
2030. Decerto, um plano benéfico para a China
não somente por assegurar suas informações,
mas também por afirmar seu status de potência
científico-tecnológica. Foto: Freedomsphoenix.com

Leste Asiático
Coreia do Sul anuncia exercício antimísseis com EUA e Japão Por: Ely Pereira
No mês passado, o Ministério da Defesa da Coreia do Sul anunciou que o país planeja realizar um
exercício de defesa antimísseis em conjunto com os Estados Unidos e Japão, previsto para ocorrer no dia 28
de junho nas águas do Havaí. O objetivo é preparar os três países contra um possível ataque norte-coreano sob
o âmbito do acordo de 2014 de compartilhamento de inteligência trilateral Coreia do Sul–EUA– Japão entre
os serviços de segurança e da ampliação da capacidade de rastreamento dos mísseis vindos de Pyongyang.
Esse exercício trilateral será realizado à margem do RIMPAC 2016, maior exercício internacional de
segurança marítima. O mesmo incluirá destroyers de mísseis guiados das três Marinhas, apesar de só envolver
as ações de detectar e rastrear um míssil norte-coreano, não implicando sua interceptação, caracterizando
um sistema de combate Aegis integrado. Ainda que os EUA executem manobras militares com frequência
nos dois países, esse será o primeiro envolvendo os três – o que também indica um importante avanço nas
relações entre Coreia do Sul e Japão, historicamente complexas. A Coreia do Sul disponibilizará mais de
700 marinheiros, 3 navios de guerra, 1 Maritime Patrol Aircraft e 2 Maritime Helicopters.
Atualmente, a situação na península coreana encontra-se mais crítica que o de costume e grande parte
dessa instabilidade tem como causa os testes nucleares executados pela Coreia do Norte. Em discurso recente,
o líder norte-coreano disse considerar as frequentes manobras militares realizadas pelos EUA em território
sul-coreano como “exercícios para invasão” e afirmou estar preparado para revidar qualquer ataque com a
força nuclear do país. Além disso, a presença norte-americana na Coreia do Sul também recebeu críticas de
países próximos, como China e Rússia, que afirmaram estarem preocupados com o equilíbrio estratégico na
região, sobretudo por conta da presença de mísseis norte-americanos em solo sul-coreano.
A atual situação, agravada pelas recentes atitudes adotadas pela Coreia do Norte, parece alertar a
Coreia do Sul e seus aliados para a aproximação de um potencial conflito que acabaria com a “trégua”
imposta pelas duas Coreias há mais de 60 anos.

Oceania e Sudeste Asiático


Vietnã e a “queda de braço” Leste-Oeste Por: Thayná Fernandes
O presidente norte-americano Barack Obama aparenta estar dedicando seu último ano de mandato a
realizar reaproximações históricas: em março, visitou Cuba; durante o mês de maio, visitou as cidades de
Hiroshima e Nagasaki, no Japão. E, ainda, foi ao Vietnã, onde se encontrou com diversos líderes políticos e
retirou totalmente o embargo ao comércio de armas norte-americanas ao país.
O Vietnã tem uma formação histórica bastante intensa e foi palco de diversos conflitos, sendo a Guerra
do Vietnã o mais marcante devido a sérias violações aos Direitos Humanos cometidas, principalmente, pelos
bombardeios aéreos com armas químicas. Atualmente, o país é considerado em desenvolvimento e seus
principais parceiros comerciais são a China e os Estados Unidos.
O processo de estabilização das relações Washington-Hanói ocorre desde 1995, com passagens de
outros presidentes norte-americanos pelo país. Entretanto, essa visita vai além do retorno do comércio de
[8]
armas entre os dois Estados após 40 anos, pois possibilitará uma cooperação mais ampla na área de defesa.
O posicionamento estadunidense é bastante estratégico, considerando-se os avanços chineses na região,
especialmente nas disputas por ilhas no Mar do Sul da China. Assim, os Estados Unidos visam conquistar o
maior número de aliados possível para tentar conter Pequim.
Desde a instalação temporária de uma plataforma de petróleo chinesa na Zona Econômica Exclusiva
do Vietnã, em 2014, as relações Hanói–Beijing mostram-se abaladas, sendo a visita do presidente norte-
americano e suas declarações a respeito da cooperação em defesa entre os dois países combustível para a
insatisfação chinesa. O ministro da Defesa chinês aproximou-se de seu homólogo vietnamita para dialogarem
sobre possíveis cooperações antes da visita de Obama, ato que não logrou resultados à primeira vista. De
todo modo, conforme as tensões se acirram no Mar do Sul da China, o Vietnã desponta como ator regional
possivelmente mais relevante.

Ártico e Antártica
Degelo: uma nova etapa? Por: Pedro Allemand
Desde o final de abril, a Administração de Segurança Marítima Chinesa passou a estimular o uso das
rotas de navegação do Ártico, tanto autorizando o uso das passagens do Norte quanto lançando um guia
detalhado sobre a navegação na região. Embora a atividade chinesa ainda seja pequena, autoridades do
governo de Pequim já declararam a intenção de utilizar as novas rotas abertas pelo degelo de determinadas
regiões do polo.
Essas rotas substituem o caminho tradicional das exportações chinesas para os mercados europeus (o
canal de Suez). O novo traçado encurta essa jornada em cerca de 5.200 km, trazendo um impacto econômico
e geopolítico com múltiplos desdobramentos. Para além de via de passagem, a intensificação do degelo
também favorece a prospecção de petróleo na região do Ártico.
Há que se considerar o impacto na estratégia chinesa, que deve dar ainda maior ênfase à manutenção
da segurança marítima do Pacífico e do mar da China Oriental, visando manter o acesso aos mercados
europeus. Da perspectiva ambiental, há o risco de aumento da poluição e aceleração do degelo pelo aumento
da atividade na região, ocasionando uma deterioração das condições climáticas globais. Economicamente,
haverá maior agilidade na conexão entre as cadeias globais de valor, dado a maior rapidez dos fluxos de
mercadoria.
Essa nova conjuntura traz, naturalmente, o imperativo da adaptação e deve inaugurar uma nova etapa
na geopolítica do Ártico. Diante dessas novas necessidades, temos o recente aumento da demanda por
navios quebra-gelo e a intensificação das atividades petrolíferas na Europa e na Rússia. Nessa nova etapa,
os EUA buscam substituir uma frota de quebra-gelos obsoleta e compensar o acúmulo de fracassos na
exploração da região, reforçando a abordagem gradualista da projeção norte-americana na região.

Temas Especiais: Segurança Cibernética


Definindo setores estratégicos: segurança cibernética Por: Louise Marie Hurel
Dos 193 países membros da ONU, pelo menos 72 possuem estratégias nacionais direcionadas à segurança
cibernética. No entanto, para além dos Estados, órgãos como a Organização do Tratado do Atlântico Norte
(OTAN) e a União Europeia também desenvolveram frameworks institucionais estratégicos para lidar com
os desafios cibernéticos, harmonizar estratégias locais e promover colaboração entre Estados. A Estratégia
de 2013 da União Europeia foi um precursor dos diversos diálogos internacionais que se sucederiam – desde
dezembro de 2015, já houve reuniões com a OTAN, Índia e o II EUA-UE “Cyber Dialogue”.
Em 2009, os EUA criaram o Comando Cibernético (USCYBERCOM), diretamente ligado ao Secretário
de Defesa, com o intuito de coordenar, planejar e conduzir operações no ciberespaço, bem como proteger

[9]
os sistemas de informação do Departamento de Defesa (DoD). Destaca-se que a Estratégia Cibernética do
DoD (2010) reconheceu o ciberespaço como um novo domínio estratégico (acrescentando ao ar, terra, mar
e espaço). Por outro lado, a Estratégia Nacional de Defesa (END) brasileira lançada em 2008 destacou o
espaço cibernético como um dos setores estratégicos nacionais, ao lado do setor nuclear e espacial. Ele é
tanto um meio – pois envolve e está presente nos outros setores – como um fim – um setor que apresenta seus
próprios desafios e particularidades.
O que observamos no caso brasileiro é uma gradual estruturação e institucionalização do ciber como
elemento estratégico. Após a Estratégia de 2008, foi instituído o Centro de Defesa Cibernética em 2010
(entrando em operação em 2012) e o próximo projeto no horizonte é a criação da Escola de Defesa Cibernética.
Todavia, deve-se ter em mente que existem diversas facetas e atores, para além das estratégias e do Estado.
Um exemplo é a coordenação internacional e regional entre diferentes Centros de Estudos, Respostas e
Tratamentos de Incidentes de Segurança (CERTs). No Brasil, o CERT.br é mantido pelo Comitê Gestor da
Internet (CGI.br) e pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e tem por objetivo
“tratar incidentes de segurança em computadores que envolvam redes conectadas à Internet brasileira”.

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