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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
QUALIDADE DA ÁGUA - TURMA 01
DOCENTE: GIULIANA CUNHA

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: TURBIDEZ, COR, pH, ALCALINIDADE E


SÓLIDOS

DISCENTES:
ALINE PAIVA CARVALHO LINS;
ANGELICA BELCHIOR VITAL;
EVERTON AUGUSTO DE CARVALHO LIMA.

NATAL, RN
30 DE SETEMBRO DE 2022
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1. INTRODUÇÃO

A água contém diversos componentes os quais provêm do próprio ambiente natural


ou foram introduzidos a partir de atividades humanas. Diversos parâmetros são
determinados e analisados na caracterização da água, os quais suas características
físicas (turbidez, cor e sólidos), químicas (Ph e alcalinidade) e biológicas.

O pH além de ser um dos principais indicadores, também é o mais comum em


diversas outras avaliações. Todavia, se tratando de água potável é exigido pelo
Ministério da Saúde, que seu valor nas redes de abastecimento esteja entre 6,0 a
9,5.

A alcalinidade é outro aspecto a ser analisado. As diversas impurezas encontradas nas


águas, existem aquelas que são capazes de reagir com ácidos, podendo neutralizar
certa quantidade desses reagentes.

A turbidez indica o grau de atenuação que um feixe de luz sofre ao atravessar a


água, e é causada principalmente pela erosão dos solos em época das chuvas. Este
parâmetro interfere principalmente no tratamento das águas devido a necessidade
de utilização de uma quantidade maior de produtos químicos.

A cor é causada pela presença de substâncias dissolvidas, decorrentes da


decomposição de matéria orgânica, da presença de substâncias, tais como ferro e
manganês, ou da introdução de efluentes domésticos e industriais.

Todos os contaminantes da água, com exceção dos gases dissolvidos, contribuem


para a carga de sólidos. Os sólidos presentes na água são usualmente classificados
de acordo com suas características físicas (tamanho e propriedades –
sedimentação, filtração) e químicas (natureza orgânica ou inorgânica).

Uma água com alta concentração de nutrientes torna-se um ambiente super propício
para que ocorra a formação de algas, facilitando o processo de eutrofização. A
eutrofização é considerada o problema de qualidade da água mais importante do
mundo. Apesar de ocorrer por meios naturais, as ações humanas impactam de
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forma crucial no processo de eutrofização, devido a ampla expansão urbana, que


acaba por diminuir o tempo de devastação, o que demoraria séculos a reduzir, já
que a décadas está se agravando cada vez mais.

O presente relatório se propõe a descrever e relatar os resultados encontrados a


partir de análises realizadas em laboratório de duas amostras de água de esgoto
sendo uma de água tratada e outra de esgoto bruto. Serão analisados a turbidez,
cor, pH, alcalinidade e sólidos total na qual foi apresentada.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 MATERIAIS

2.1.1 Turbidez
 Turbidímetro;
 Amostras de água (água tratada e água bruta).

2.1.2 Cor
 Colorímetro portátil;
 Água Destilada, Papel absorvente;
 Se o parâmetro desejado for cor verdadeira será necessário também:
 Centrífuga;
 Tubos Falcon de 15 ML.

2.1.3 pH
 Béqueres de 250 mL;
 Peagômetro com escala para leitura de diferença de potencial;
 Papel absorvente macio;
 Pisseta de água destilada;
 Solução tampão pH= 4,0;
 Solução tampão pH= 7,0.
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2.1.4 Alcalinidade
 Potenciômetro
 Forno mufla regulado para 250°C
 Dessecador
 Agitador magnético com imã
 Bureta

 Bécker de 50 mL

2.1.5 Sólidos Totais (Fixos e Voláteis)


 Cápsulas de porcelana com capacidade para 100mL;
 Banho-maria com temperatura até 150ºC;
 Estufa de secagem com temperatura regulada para 103 – 105ºC;
 Dessecador;
 Forno Mufla regulada para 500ºC;
 Balança Analítica com quatro casas decimais;
 Guerra Metálica.

2.1.6 Sólidos Suspensos Totais (Fixos e Voláteis)


 Membranas de fibra de vidro 0,45 µm de poro e 47 mm de diâmetro;
 Estufa de secagem com temperatura regulada para 103 – 105ºC;
 Dessecador;
 Forno Mufla regulada para 500ºC;
 Balança Analítica com quatro casas decimais;
 Guerra Metálica;
 Cadinhos de porcelana;
 Provetas de 100 mL;
 Pipetas graduadas.
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2.2 MÉTODOS

2.2.1 Turbidez

Primeiramente separamos a água de esgoto tratado, colocamos no vidro, fechamos


e limpamos a cubeta por fora antes de colocar no turbidímetro, posicionamos com o
marcador policontrol virado para a seta do aparelho, fechamos a tampa e ligamos o
aparelho para que ele fizesse a leitura. Após o término da primeira análise, lavamos
a cubeta com água destilada e repetimos o procedimento anterior, só que desta vez
com a amostra de esgoto bruto, obtendo um outro valor.

Imagem 01: Frascos com água de esgoto tratado e bruto Imagem 02: Turbidímetro

Fonte: Autoral, 2022. Fonte: Autoral, 2022.

2.2.2 Cor

Para obtermos a cor aparente, calibramos o colorímetro com 0 e com 230, após
calibrarmos separamos uma amostra do esgoto tratado e colocamos na cubeta e
seguimos procedimento similar ao da turbidez, e obtivemos um 1º valor,
higienizamos a cubeta com água destilada e repetimos a análise com a água de
esgoto bruto.
Imagem 03: Colorímetro

Fonte: Autoral, 2022.


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No procedimento para obter a cor real separamos amostras de 10ml, sendo duas de
cada tipo de água, com o auxílio de uma pipeta volumétrica com uma pera e
despejamos em um tubo falcon, dispondo os tubos na máquina de forma uniforme
para que se mantenha o equilíbrio rotacional, ligamos a centrifuga por 10min e
3000s de rotação. Após o processo da centrifuga e os resíduos terem sedimentado,
fazemos uma nova análise de cor, repetindo o mesmo processo efetuado na cor
aparente, encontrando agora os valores da cor real.

Imagem 04: Pipeta Volumétrica Imagem 05: Tubo Falcon Imagem 06: Centrífuga

Fonte: Autoral, 2022. Fonte: Autoral, 2022. Fonte: Autoral, 2022.

2.2.3 pH

Para calibrar o peagômetro usamos uma solução de pH4 e logo em seguida de pH7,
após calibragem introduzimos o eletrodo na amostra de esgoto tratado e esperamos
ele estabilizar nos dando um valor, limpamos o eletrodo com água destilada e
refizemos o processo, só que agora com a amostra de esgoto bruto.

Imagem 07: Peagômetro

Fonte: Autores, 2022.


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2.2.4 Alcalinidade

Primeiramente, verifica-se o pH da amostra. Depois aplica-se uma solução ácida,


para que ocorra uma diminuição no pH até 4,5. Em seguida, fará uma titulação e
analisará o volume que foi gasto da solução ácida. A titulação é feita com os
processos similares aplicados no fósforo total diferenciando, na aplicação no ponto
de giro, em vez de ser notada pela cor, será pela mudança de pH, com o objetivo de
ver as concentrações das bases presentes nas soluções. Sempre ao fazer uma
solução ácida que será usada para a titulação, é necessária a aplicação de uma
neutralização. Para se ter certeza da concentração da amostra, é induzida uma
padronização, caso obtenha alguma interferência emprega-se um fator de correção.

Imagem 08: Titulação

Fonte: Autores, 2022.

2.2.5 Sólidos Totais (Fixos e Voláteis)

Primeiramente pegamos um cadinho de porcelana lavamos previamente e o


aquecemos entre 15 e 20 minutos na mufla a 500ºC. Ao retirar o cadinho da mufla
inserimos no dessecador para que se atinja a temperatura ambiente e pesamos a
capsula obtendo o valor de (P0). Em seguida homogeniza a amostra, acrescenta
100mL da água tratada e transfere para uma capsula de evaporação em banho
maria, no interior de uma capela. Depois da evaporação, a cápsula com resíduo foi
levada à estufa com temperatura entre 103 e 105 °C para eliminação da umidade
residual durante 1 hora. Após a secagem, levamos a cápsula ao dessecador para
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resfriar até atingir a temperatura ambiente. Pesamos novamente a cápsula e


obtemos o valor de (P1). Leva a cápsula com a amostra seca para a mufla por 15 a
20 minutos a 500°C. Esfria no dessecador e pesa novamente para achar o valor de
P2. O procedimento se repete para à água bruta.

Imagem 09: Mufla Imagem 10: Banho Maria

Fonte: Autores, 2022. Fonte: Autores, 2022.

2.2.6 Sólidos Suspensos Totais (Fixos e Voláteis)

Ao prepararmos as membranas deixamos ignizando por 15 a 20 minutos na mufla a


500°C dentro de um cadinho de porcelana. Ao retirar colocamos no dessecador e
logo após pesamos e encontramos o valor de (P0). Em seguida, preparamos o filtro
de fibra de vidro colocando-o no sistema de filtração à vácuo, tendo o filtro com a
face enrugada voltada para cima. Filtra a amostra e após cada filtração lavar o filtro
três vezes, utilizando, a cada vez, 20 mL de água deionizada. Continuamos a
sucção até remover todos os vestígios de água do filtro. Descartamos o filtrado.
Removemos o filtro do equipamento de filtração e transferimos para o cadinho.
Levamos o filtro de fibra de vidro à estufa de secagem, por 1 hora a temperatura de
103 - 105 °C. Após passar 1 hora na estufa, transferimos o cadinho com o filtro para
dessecador, e esperar esfriar (por 1 hora). Pesamos o cadinho contendo o filtro (P1).
Por último, levamos o cadinho com a membrana para mufla, a 500ºC, durante 15 a
20 minutos. Após isso, colocamos no dessecador e esperamos esfriar por 1 hora e
meia, assim pesamos e encontramos o valor de P2.
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Imagem 11: Dessecador Imagem 12: Filtro

Fonte: Autores, 2022. Fonte: Autores, 2022

3. RESULTADOS E DISCURSSÃO

3.1 TURBIDEZ

Com o procedimento das duas amostras realizado no Turbidímetro, chegou aos


seguintes resultados:

 ÁGUA TRATADA = 1,9 NTU -> Classe 1


 ÁGUA BRUTA = 75,5 NTU -> Classe 2

Quando o processamento da água se dar por floculação e sedimentação deve-se


chegar a níveis de até 5NTU’s, de acordo com as normas internacionais de controle
de água potável. Quando se utiliza de uma filtração adequada, pode-se alcançar
níveis ainda menores, que chegam a 1NTU ou menos.

3.2 COR

Com o procedimento das duas amostras realizado no Colorímetro, chegou aos


seguintes resultados:
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 ÁGUA TRATADA
 Cor Aparente: 20 UC
 Cor Real: 20 UC
 ÁGUA BRUTA
 Cor Aparente: 500UC
 Cor Real: 290 UC

A cor é um dado que indica a presença substâncias dissolvidas na água. Assim


como a turbidez, a cor é um parâmetro de aspecto estético de aceitação ou rejeição
do produto. O valor máximo permissível de cor na água distribuída é de 15,0 UC,
portanto as amostras estão acima do valor permitido, principalmente a àgua bruta.

3.3 pH

Com o procedimento das duas amostras realizado no Peagômetro, chegou aos


seguintes resultados:

 ÁGUA TRATADA = 6,85


 ÁGUA BRUTA = 7,89

Os valores de pH encontrado nas amostras foram de 6,85 na água tratada e de 7.89


na água bruta. Portanto os valores analisados encontram-se dentro dos limites
impostos pela Resolução 357 do CONAMA, que é entre 6 e 9,5.

3.4 ALCALINIDADE

Com o procedimento das duas amostras realizado no Potenciômetro, chegou aos


seguintes resultados, conforme a Tabela 01:

Tabela 01: Valores de Alcalinidade

AMOSTRAS ÁGUA TRATADA ÁGUA BRUTA


pH 3,17 4,28
Vg (Volume Gasto) 0,5 mL 8,8 mL
10

f (Fator de Correção) 1,0 1,0


NH2SO4 0,02 N 0,02 N
Alcalinidade Total 10 mg/L 176 mg/L
Fonte: Autores, 2022

Alcalinidade total (mg CaCO3/L)= ( Vg∗f ∗1000∗NH 2 SO 4 ) volume da amostra (mL)

 Água Tratada:
AT =Vg∗f ∗1000∗NH 2 SO 4 → AT =0,5∗1,0∗1000∗0,02 → AT =10 mg/ L

 Água Bruta:
AT =Vg∗f ∗1000∗NH 2 SO 4 → AT =8,8∗1,0∗1000∗0,02 → AT =176 mg/L

3.5 SÓLIDOS TOTAIS (FIXOS E VOLÁTEIS)

Com o procedimento das duas amostras realizado no Potenciômetro, chegou aos


seguintes resultados, conforme a Tabela 02:

Tabela 02: Valores de Sólidos Totais

AMOSTRA ÁGUA TRATADA ÁGUA BRUTA


P0 63,6090g 82,2702g
P1 63,6259g 82,808g
P2 63,6222g 82,2864g
V 50mL 50mL
Fonte: Autores, 2022

 Água Tratada
1000∗P1−P 0 1000∗63,6259−63,6090
ST = → ST = → ST =0,338 mg/L
Va ( L ) 50
1000∗P 2−P 0 1000∗63 ,6222−63,6090
ST F= → ST = → ST F=0 ,264 mg/L
Va ( L ) 50
ST V =ST −STF → STV =0,338−0,264 → STV =0,074 mg/ L
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 Água Bruta:
1000∗P1−P 0 1000∗82,8081−82,2702
ST = → ST = → ST =10,758 mg / L
Va ( L ) 50
1000∗P2−P 0 1000∗82,2864−82,2702
STF= → ST = → ST F=0 , 324 mg/ L
Va ( L ) 50
STV =ST −STF → STV =10,758−0 , 324 → STV =10,434 mg/ L

3.5 SÓLIDOS SUSPENSOS TOTAIS (FIXOS E VOLÁTEIS)

Com o procedimento das duas amostras realizado no Potenciômetro, chegou aos


seguintes resultados, conforme a Tabela 03:

Tabela 03: Valores de Sólidos Suspensos Totais

AMOSTRA ÁGUA TRATADA ÁGUA BRUTA


P0 0,1032g 0,1037g
P1 0,1038g 0,1078g
P2 0,1033g 0,1049g
V 50mL 50mL
Fonte: Autores, 2022

 Água Tratada
1000∗P1−P0 1000∗0,1038−0 , 1032
SST= →S ST= → S S T =0 , 012mg /L
Va ( L ) 50
1000∗P 2−P0 1000∗0,1033−0,1032
S S F= → S SF= → S S F=0 , 002 mg /L
Va ( L ) 50
S S V =S S T −S S F → S S V =0,338−0,264 → S S V =0,0 10 mg / L

 Água Bruta:
1000∗P 1−P 0 1000∗0,1078−0,1037
S ST = →S ST= → S S T =0,082 mg/ L
Va ( L ) 50
1000∗P 2−P0 1000∗0,1049−0,1037
S S F= → S SF= → S S F=0 , 0 24 mg / L
Va ( L ) 50
S S V =S ST −S S F → S S V =10,758−0,324 → S S V =0,058 mg/ L
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4. CONCLUSÃO

O presente relatório se propôs a descrever e relatar os resultados encontrados a


partir de análises realizadas em laboratório de duas amostras sendo de uma água
de esgoto tratada e outra de esgoto bruto, desses foram analisados a turbidez, cor,
pH, alcalinidade, sólidos totais e sólidos suspensos totais.

Foi transcrita todas as alterações sofridas junto com seus resultados, na qual ficou
demonstrado e comprovado a importância desses processos na retratação de uma
água defasada em água apropriada.

5. REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KIMURA, Solenise Pinto Rodrigues. Caracterização de Carga Poluente na Lagoa da


Francesa no Município de Parintins/AM. 1LIBRARY, 2011. Disponível em:
https://1library.org/document/q7rm35oy-caracterizacao-carga-poluente-lagoa-
francesa-municipio-parintins-am.html. Acesso em: 13 de Outubro de 2022.

LANGANKE, Roberto. Eutrofização. Conservação para ensino médio. Disponível


em:
http://ecologia.ib.usp.br/lepac/conservacao/ensino/des_eutro.htm#:~:text=Eutrofiza
%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9%20o%20processo%20de,impacto%20para
%20os%20ecossistemas%20aqu%C3%A1ticos. Acesso em: 13 de Outubro de 2022.

Qualidade de água tratada. SABESP. Disponível em:


https://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=40. Acesso em: 13 de
Outubro de 2022.

Material de apoio laboratorial fornecido pela docente.

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