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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

I. INTRODUÇÃO

ESPÉCIES DE CRIMES FUNCIONAIS

Impróprios
Próprios (puros)
(impuros)

Ausência da qualidade de Ausência da qualidade de


funcionário público funcionário público

Atipicidade relativa
Atipicidade absoluta.
(Deslocamento da figura típica)

Ex.: prevaricação Ex.: peculato furto


(art. 319, CP) (art. 312, § 1º, CP)

CONCEITO DE Aquele que ocupa (Ainda que TEMPORARIAMENTE e SEM REMUNERAÇÃO):


FUNCIONÁRIO PÚBLICO • Cargo
(Art. 327, CP) • Emprego
• Função (atividade administrativa típica)

@mapeandoodireito_ Professora Lídia Avelino – Mapeando o Direito


Diferente
Atividade
de múnus
Adm. Típica
público

STJ: os conselhos de
Ex.: tutores,
representação desenvolvem
inventariantes.
atividade típica de Estado.

Adm. Direta,
Cargo em S.E.M, EM É inviável a incidência
Causa de comissão
aumento ou Fundação Autarquia? da causa de aumento
instituída NÃO. do art. 327, § 2º, do
(1/3)- § 2º Função de
direção ou pelo poder Código Penal, pelo
assessor. público mero exercício do
mandato
parlamentar.

STF. Inq 4118 / DF -


- Presidente da DISTRITO FEDERAL.
Inclusão dos República Min. EDSON FACHIN.
Doutrina
agentes PUBLIC 05-09-2018.
majoritária -Governadores
políticos
-Prefeitos

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Princípio da insignificância?

INAPLICÁVEL
(Súm. 599, STJ)

Como já foi cobrado?


1. Representante de conselho fiscal que se apropriar indevidamente de valores que estejam em sua posse em razão do cargo
que exerce terá praticado o crime de peculato.

Gabarito: correto. Segundo o STJ, o Representante de conselho fiscal é considerado funcionário público para os fins penais, pois
desenvolvem atividade administrativa típica.
2. Para fins penais, o conceito de administração pública tem sentido restrito: não alcança os servidores contratados por
empresas privadas prestadoras de serviço tipicamente público.

Gabarito: incorreto. Sentido amplo (art. 327, §§ 1º e 2º).


3. Advogado que atue como dativo é funcionário público para fins penais, por isso se desviar valores do cliente será tipificado
como Peculato.

Gabarito: correto.

4. João, empregado de uma empresa terceirizada que presta serviço de vigilância a órgão da administração pública direta,
subtraiu aparelho celular de propriedade de José, servidor público que trabalha nesse órgão.

João é funcionário público por equiparação, devendo ser a ele aplicado o procedimento especial previsto no CP, o que
possibilita a apresentação de defesa preliminar antes do recebimento da denúncia.

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GABARITO: incorreto.

Fundamentação:

1. João não é funcionário por equiparação, porque vigilância não é atividade típica da Administração Pública;

2. Não houve crime funcional, pois a coisa subtraída não pertencia ao poder público, nem estava sob sua custódia;

3. Não se aplicaria, por consequência das razões anteriores, o procedimento especial;

4. Além de tudo isso, o procedimento especial não está previsto no CP, mas sim no CPP.

5. O Código Penal adotou conceito mais amplo de funcionário público que o Direito Administrativo. Ainda que a pessoa não
seja funcionário público, que não esteja investida de um cargo público ou não ocupe emprego público, será considerada,
segundo o Código Penal, funcionário público, desde que exerça função pública.

Gabarito: correto.
Fundamento: art. 327, CP. Guarda no coração que, a figura equiparada do art. 327, § 1º, não contém AUTARQUIA.
Afrodite é funcionária pública, mas, atualmente ocupa um cargo em comissão. No exercício desse cargo, Afrodite comete um crime
contra a Administração Pública. Nessa hipótese, portanto, o Código Penal dispõe que Afrodite ficará sujeita a ter sua pena
aumentada da terça parte.

Gabarito: correto.

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PARALELOS ENTRE OS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CONTRA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA, OS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR E OS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA
JUSTIÇA

• Ao estudar fazendo um link entre os delitos, estaremos nos preparando para as pegadinhas das bancas que fazem um misto
entre as características dos delitos objetivando confundir os candidatos.

PECULATO PECULATO DESVIO PECULATO FURTO PECULATO CULPOSO


APROPRIAÇÃO (art. 312, caput) (art. 312, § 1º) (art. 312, §§ 2º e 3º)
(art. 312, caput)

Posse lícita Detenção Não tem a posse e nem a O funcionário concorre para o
dentenção crime de alguém por ter agido
com negligência, imprudência
ou imperícia.
Animus de assenhoramento Desvia o bem ou sua finalidade Subtração do bem valendo-se RESTITUIÇÃO DO BEM
definitivo a facilitade que lhe Até a sentença irrecorrível:
(comportar-se como dono/ter a proporciona a condição de
coisa para si) funcionário  Extingue a punibilidade

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Peculato apropriação de RESTITUIÇÃO DO BEM
uso? Após a sentença irrecorrível:
não é crime.
 Reduz de metade a pena
imposta

Peculato

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que
tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai,
ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
funcionário.

Peculato culposo

§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade;
se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

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Como já foi cobrado?
Considere o seguinte caso hipotético: “A”, funcionário público, arromba a janela de uma repartição e subtrai uma impressora. Nos
termos do Código Penal, e apenas com base nas informações do enunciado, é correto afirmar que “A” cometeu o crime de
a) peculato comum.
b) corrupção ativa.
c) furto qualificado.
d) peculato furto.

Gabarito: C. Temos o furto qualificado pelo rompimento de obstáculo. Observe que não podemos falar em peculato pelo simples
fato de o agente delitivo não ter feito uso da sua função como facilidade para realizar a subtração.

Peculato mediante erro de outrem Inserção de dados falsos em Modificação ou alteração não
sistema de informações autorizada de sistema de
(Art. 313) informações
(Art. 313-A)
(Art. 313-B)

O funcionário não pode ter provocado o


Inserção de dados falso, pelo funcionário No delito do art. 313-A:
erro. autorizado, em sistema de informações.
-Funcionário autorizado
OBJETIVA obter vantagem indevida.
-Finalidade: obter vantagem indevida
DICA: no delito de peculato só temos  Delito formal. para si ou para outrem ou para causar
uma majorante (1/3 até metade-art. dano.
313-B).
-Não tem causa de aumento de pena de
1/3 até 1/2.

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No delito do art. 313-B:
Minorante ou extinção de
punibilidade somente no caso de -Qualquer funcionário (não autorizado).
peculato culposo (art. 312, §§ 2º e 3º).
-Sem finalidade específica.

-Tem causa de aumento de pena de 1/3 até


½ se resultar dano para administração ou
administrado.

Peculato mediante erro de Inserção de dados falsos em Modificação ou alteração não


outrem sistema de informações autorizada de sistema de
informações
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o
qualquer utilidade que, no exercício do funcionário autorizado, a inserção de Art. 313-B. Modificar ou alterar, o
cargo, recebeu por erro de outrem: dados falsos, alterar ou excluir funcionário, sistema de informações ou
indevidamente dados corretos nos programa de informática sem
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sistemas informatizados ou bancos de autorização ou solicitação de
e multa. dados da Administração Pública com o autoridade competente: Pena –
fim de obter vantagem indevida para detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos,
si ou para outrem ou para causar dano: e multa.

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) Parágrafo único. As penas são


anos, e multa. aumentadas de 1/3 até a metade se da
modificação ou alteração resulta dano
para a Administração Pública ou
para o administrado.

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Como já foi cobrado?
Apenas a facilitação, pelo funcionário autorizado, de alteração de dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados
da Administração Pública com o fim de causar dano não tipifica o crime denominado inserção de dados falsos em sistemas de
informações.

Gabarito: errado. Inserir ou facilitar (art. 313-A).


Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

TIPO SUBJETIVO: Dolo. Não se exige qualquer dolo específico (finalidade específica da conduta), podendo ser até uma
finalidade nobre (destinação a outra área importante), desde que seja destinação não prevista para aquela verba.

SUJEITO ATIVO: Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário público que possua a função de decidir
a destinação das verbas ou rendas públicas.

CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: Consuma-se no momento em que o agente efetivamente pratica a conduta de aplicar
irregularmente a renda ou verba. A Doutrina admite a tentativa, pois é plenamente possível o fracionamento da conduta do agente

Como já foi cobrado?


Um ordenador de despesas de determinado órgão público federal utilizou verba legalmente destinada à compra de computadores
para a reforma dos banheiros da instituição, que estavam em situação precária. Nesse caso, o ordenador não cometeu crime, uma
vez que a verba foi empregada em prol da própria administração pública.

Gabarito: errado.

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CONCUSSÃO CORRUPÇÃO PASSIVA
(art. 316) (art. 317)

Características comuns
 Delitos formais.
 Penas igualadas pelo pacote anticrime: 02 a 12 de reclusão, e multa
 É incompatível a concussão e a corrupção ativa.
 Para termos Corrupção ativa não necessariamente teremos passiva.
Concutas: EXIGIR Condutas: SOLICITAR OU RECEBER (aceita) ou ACEITAR
(impõe, ordena) PROMESSA DE RECEBER
LEBRETE: Excesso de exação Majorante (1/3), § 1º Privilegiada
(art. 316, § 1º) § 2º
- O funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou O funcionário deixa de praticar O funcionário retarda ou
deveria saber indevido; Ou ato de ofício ou pratica deixa de praticar ato de
infringindo dever funcional. ofício atendendo a pedido
- Quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou ou influência de outrem.
gravoso, que a lei não autoriza
Concussão Corrupção passiva

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-
mas em razão dela, vantagem indevida: la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa
de tal vantagem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Excesso de exação
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência
da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de

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§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever
que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega funcional.
na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido
ou influência de outrem:
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de
outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
públicos:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.


Como já foi cobrado?
O crime de concussão se consuma com a obtenção da vantagem indevida pelo servidor público.

Gabarito: incorreto. É um crime formal, ou seja: independe da obtenção de vantagem indevida para consumar-se.

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A SAGA DOS PARALELOS IMPORTANTES CONTINUAM

Corrupção Passiva Prevaricação Prevaricação IMPRÓPRIA


privilegiada
(art. 319) (art. 319-A)
(art. 317, § 2º)

Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou


Há a figura de um terceiro Não há a figura de um terceiro agente público, de cumprir seu dever de
vedar ao preso o acesso a aparelho
telefônico, de rádio ou similar.

O funcionário retarda ou DOLO ESPECIAL:


deixa de praticar ato de ofício O funcionário retarda ou deixa de
atendendo a pedido ou praticar ato de ofício para
influência de outrem. satisfazer interesse ou sentimento
próprio. DOLO GENÉRICO

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Condescendência criminosa
(art. 320)

O superior deixa de responsabilizar subordinado


por INDULGÊNCIA (pena) ou
Alguém que não é o superior hierarquico, deixa de
comunciar pelo mesmo motivo.

- Crime omissivo puro, não admite forma tentada;

- O agente deve agir por indulgência, caso seja por


outro motivo poderá se encaixar em outros crimes,
como prevaricação por exemplo;

Prevaricação Prevaricação Imprópria Condescendência criminosa


Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar,
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Art. 320 - Deixar o funcionário, por
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo Penitenciária e/ou agente público, de indulgência, de responsabilizar
contra disposição expressa de lei, para cumprir seu dever de vedar ao preso o subordinado que cometeu infração no
satisfazer interesse ou sentimento pessoal: acesso a aparelho telefônico, de rádio ou exercício do cargo ou, quando lhe falte
similar, que permita a comunicação com competência, não levar o fato ao
Pena - detenção, de três meses a um ano, outros presos ou com o ambiente conhecimento da autoridade
e multa. externo: competente:

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Pena: detenção, de 3 (três) meses a Pena - detenção, de quinze dias a um
1 (um) ano. mês, ou multa.

Como já foi cobrado?


A conduta do funcionário público que, por indulgência, deixa de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do
cargo

a) Configura crime de concussão.


b) Configura crime de prevaricação.
c) Configura crime de usurpação de função pública.
d) Configura crime de condescendência criminosa.
e) Não configura crime, mas mera infração funcional.

Gabarito: D.

BIZU MAPEANDO: CONDESCENDÊNCIA= INDULGÊNCIA


O funcionário público que, por recebimento de vantagem ilícita, de qualquer natureza, deixa de responsabilizar subordinado que
praticou ato ilícito comete crime de condescendência criminosa.

Gabarito: incorreto. Configura o delito de corrupção passiva.


O crime de condescendência criminosa exige, para a tipificação, que o funcionário deixe de responsabilizar subordinado que
cometeu infração no exercício do cargo com o fim de obter vantagem direta ou indireta.

Gabarito: incorreto. Não exige esse dolo específico. Exige apenas que o subordinado cometa infração no exercício do cargo.

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IMPORTANTÍSSIMO
Trata-se de uma exceção pluralista a teoria monista. Via de regra todos aqueles que contribuem para um crime respondem pelo
mesmo tipo penal (teoria monista). Mas existem exceções e uma delas é a referente ao contrabando e ao descaminho. Aqui o
funcionário público responde por um delito e o particular vai responder por outro. Veja:

CRIMES PRATICADOS POR CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO


FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO

Facilitação de contrabando ou Descaminho Contrabando


descaminho
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o Art. 334-A. Importar ou exportar
funcional, a prática de contrabando ou pagamento de direito ou imposto devido mercadoria proibida.
descaminho (art. 334): pela entrada, pela saída ou pelo consumo
de mercadoria.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos,
e multa.

Como já foi cobrado?


Servidor público que, violando dever funcional, facilite a prática de contrabando responderá como partícipe pela prática desse crime.

Gabarito: errado. Responderá pelo art. 318.


O agente que expõe a venda mercadoria de procedência estrangeira que sabe ser produto de introdução clandestina no território
nacional pratica crime de contrabando.

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Gabarito: errado. Quando a questão fala que a introdução foi clandestina, indica que houve sonegação de impostos, logo, configura
o delito de descaminho. Dica: Será contrabando quando o comando da questão enfatizar ser produto de crime.

Nos crimes praticados por funcionário público contra à administração pública, em questões de prova, as bancas
sempre trazem as palavras chaves dos tipos penais
POR INDULGÊNCIA Condescendência criminosa.
POR SENTIMENTO OU INTERESSE PESSOA Prevaricação.
EXIGIR Concussão.
SOLICITAR, RECEBER Corrupção passiva.
PATROCINAR Advocacia administrativa.
DIRETA OU INDIRETAMENTE, INTERESSE PRIVADO

Abandono de função

Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

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Como já foi cobrado?
A falta eventual de funcionário público ao serviço caracteriza o delito intitulado abandono de função.

Gabarito: errado.

• PODERÁ ser abandono a falta por mais de 30 dias CONSECUTIVA.

DICA MAPEANDO (link com a lei 8.112/90)

Abandono de cargo: ausência intencional por + 30 dias consecutivos

Inassiduidade Habitual: falta por 60 dias interpoladamente em 12 meses.


O crime de abandono de função é mais severamente punido se do fato resultar prejuízo público.

Gabarito: correto.

Crime de abandono de função (cargo efetivo ou não)

- a pena será aumentada: causar prejuízo público; realizar-se na faixa de fronteira.

Violação de sigilo funcional Violação do sigilo de proposta de concorrência


Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública,
que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
fato não constitui crime mais grave.

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§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:

I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e


empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de
pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de
dados da Administração Pública;

II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.

§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração


Pública ou a outrem:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

FOCA NA JURIS
1. STJ: Súmula 599: “O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração
pública”. Obs.: A jurisprudência é pacífica em admitir a aplicação do princípio da insignificância ao crime
de descaminho.
2. Obs.: A condição de funcionário público se comunicará ao coautor ou participe, desde que este saiba da
condição de funcionário público do autor.

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PRATICADO POR PARTICULAR CONTRA PRATICADO POR FUNCIONPARIO CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇAÕ
Usurpação de função pública Exercício funcional ilegalmente antecipado ou
prolongado
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes
de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado,
removido, substituído ou suspenso:
Por usurpação da função pública, compreenda:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
• ...exercer ou praticar ato de uma função que não lhe é
devida.

Qualificadora

Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.


Como já foi cobrado?
Antônio e Breno, bacharéis em direito, fazendo-se passar por oficiais de justiça, compareceram em determinada joalheria alegando
que teriam de cumprir mandado judicial de busca e apreensão de parte da mercadoria, por suspeita de crime tributário. Para não
cumprir os mandados, solicitaram a quantia de R$ 10.000, que foi paga pelo dono do estabelecimento.

Nessa situação, Antônio e Breno responderão pelo crime de

a) Concussão.
b) Corrupção ativa.
c) Corrupção passiva.

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d) Usurpação de função pública.
e) Tráfico de influência.

Gabarito: D.
A conduta de desobedecer ordem, ainda que ilegal, de funcionário público caracteriza o crime de desobediência.

Gabarito: errado. Tem que ser ordem LEGAL


Um funcionário que ocupa cargo em comissão de uma prefeitura foi exonerado, de ofício, pelo prefeito, tendo sido formalmente
cientificado do ato mediante comunicação oficial devidamente publicada no diário oficial. A despeito disso, o servidor continuou a
praticar atos próprios da função pública, sem preencher condições legais para tanto. Nessa situação, configurou-se o delito de
usurpação de função pública.

Gabarito: errado.

Resistência Desobediência Desacato


Art. 329 - Opor-se à execução de ato Art. 330 - Desobedecer a ordem Art. 331 - Desacatar funcionário
legal, mediante violência ou ameaça a legal de funcionário público: público no exercício da função ou em
funcionário competente para executá-lo razão dela:
ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de quinze dias a seis
meses, e multa. Pena - detenção, de seis meses a dois
Pena - detenção, de dois meses a dois anos, ou multa.
anos.

§ 1º - Se o ato, em razão da
resistência, não se executa:

Pena - reclusão, de um a três anos.

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§ 2º - As penas deste artigo são
aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à violência.
Como já foi cobrado?
A oposição manifestada pelo indivíduo, mediante resistência passiva, sem o uso da violência, contra ordem emanada por
autoridades policiais que pretendessem levá-lo à delegacia, sem que houvesse flagrante, é suficiente para caracterizar o delito de
resistência.

Gabarito: incorreto.

BIZU MAPEANDO:

• Resistência é uma O.V.A - Oposição, Violência ou Ameaça;


• Resistência Passiva = Resistência SEEEM violência ou ameaça= Desobediência;

A pessoa que, mediante ameaça a oficial de justiça, opõe-se à execução de mandado judicial de reintegração de
posse, fica sujeita às penas do crime de:

a) Resistência.
b) Desobediência.
c) Desacato.
d) Exercício arbitrário das próprias razões.

Gabarito: a.
A resistência passiva, sem o emprego de violência ou grave ameaça, em oposição à execução de ato legal de
funcionário competente não configura o crime de resistência.

Gabarito: correto.

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BIZU MAPEANDO!

Para se configurar o Crime de Resistencia:

1. Ato deve ser legal

2. Tem que ter a figura da violência ou ameaça

3. O funcionário tem que ser competente para manifestar a ordem.

O crime de resistência somente ocorre quando há oposição à execução de ato legal, mediante violência e ameaça,
não se configurando quando o ato for ilegal.

Gabarito: correto.
O tipo penal do crime de desacato é imputável a servidor público no exercício de suas funções.

Gabarito: correto.

"Em uma segunda orientação, há desacato quando a ofensa é praticada pelo servidor contra seu superior hierárquico,
inocorrendo o delito quando os sujeitos ativo e passivo são funcionários públicos em iguais funções e categorias" (RT 241/413,
409/297, 453/400, 507/328; JTACrSP 44/415, 45/345).
Antônia, ao presenciar a prisão de seu filho, proferiu xingamentos aos policiais que a efetuavam, ofendendo-os. Nessa situação, é
correto afirmar que Antônia praticou o crime denominado injúria.

Gabarito: errado.

BIZU MAPEANDO

• Na presença= Desacato

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• Na ausência= Injúria

O crime de desacato (art. 331 do CP) só se caracteriza se o funcionário púbico estiver no exercício da função ou em razão dela.

Gabarito: correto.

Lucrécia, advogada, irada com a conduta de Bórgia, Escrivã Judicial, que, em via pública, estaciona em local proibido, grita: “má
condutora de Cartório e de veículo”. Jurandir, testemunha ocular dos fatos e conhecedor das atividades profissionais das duas
envolvidas, brada: “desacato, previsto no artigo 331 do Código Penal”. Bórgia, constrangida, se desculpa por ter estacionado mal e
vai embora. Assinale a alternativa correta, considerando o crime de desacato, previsto no artigo 331 do Código Penal.

a) Não houve crime, porque Bórgia praticou infração de trânsito.


b) Não houve crime, porque Bórgia foi embora, impedindo que as ofensas continuassem.
c) Não houve crime, porque Bórgia não foi ofendida no Cartório Judicial.
d) Houve crime, porque Bórgia foi ofendida em local público.
e) Houve crime, porque Bórgia foi desacatada em razão de sua função pública.

Gabarito: e. Observe que a ofensa foi em função da função desempenhada por Bórgia e foi na sua presença. Se fosse na sua
ausência, poderíamos ter o delito de injúria.

O crime de resistência não estará tipificado se a oposição à execução de ato legal for praticada sem violência e apenas por meio de
ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio.

Gabarito: incorreto. O art. 329 fala em Violência ou AMEAÇA;

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CRIME PRATICADO POR CRIME PRATICADO POR CRIME PRATICADO POR
FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARTICULAR CONTRA PARTICULAR CONTRA
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
PÚBLICA
Advocacia administrativa Tráfico de Influência Exploração de Prestígio
Art. 321 - Patrocinar, direta Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou
ou indiretamente, interesse para si ou para outrem, vantagem ou qualquer outra utilidade, a pretexto de
privado perante a administração promessa de vantagem, a pretexto de influir influir em juiz, jurado, órgão do
pública, valendo-se da qualidade de em ato praticado por funcionário público Ministério Público, funcionário de
funcionário: no exercício da função (qualquer justiça, perito, tradutor, intérprete ou
funcionário): testemunha (funcionários
Pena - detenção, de um a três específicos):
meses, ou multa. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco)
anos, e multa. Pena - reclusão, de um a cinco anos, e
Parágrafo único - Se o interesse multa.
é ilegítimo: Parágrafo único - A pena é aumentada da
metade, se o agente alega ou insinua que a Parágrafo único - As penas aumentam-
Pena - detenção, de três meses vantagem é também destinada ao se de um terço, se o agente alega ou insinua
a um ano, além da multa. funcionário. que o dinheiro ou utilidade também se
destina a qualquer das pessoas referidas neste
artigo.

Como já foi cobrado? Obs.: a pretexto de influir


Delegado/Defensor, por exemplo, não será
Patrocinar, indiretamente, exploração de prestígio, mas sim tráfico de
interesse privado legítimo perante a influência, pois as duas autoridades citadas
administração pública, valendo-se não estão presentes no art. 357.
da qualidade de funcionário tipifica

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o crime de Advocacia
Administrativa. Correto.

CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CONTRA A CRIMES PRATICADOS POR


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARTICULARES CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CONCUSSÃO CORRUPÇÃO PASSIVA CORRUPÇÃO ATIVA
(art. 316) (art. 317) (art. 333)

Características comuns Penalidade


 Delitos formais. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12
 Penas igualadas pelo pacote anticrime: 02 a 12 de reclusão, e multa. (doze) anos, e multa.
 É incompatível a concussão e a corrupção ativa.
 Para termos Corrupção ativa não necessariamente teremos passiva.
Concutas: EXIGIR Condutas: SOLICITAR OU RECEBER Condutas: OFERECER ou
(impõe, ordena) (aceita) ou ACEITAR PROMESSA DE PROMOVER
RECEBER Vantagem indevida a funcionário
público,
LEBRETE: Excesso de exação Majorante (1/3), Privilegiada Majorante: 1/3 (§ único)
(art. 316, § 1º) § 1º § 2º
- O funcionário exige tributo ou O funcionário deixa O funcionário Se, em razão da vantagem ou promessa, o
contribuição social que sabe ou deveria de praticar ato de retarda ou deixa de funcionário retarda ou omite ato de ofício,
saber indevido; Ou ofício ou pratica praticar ato de ou o pratica infringindo dever funcional.
ofício atendendo a

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- Quando devido, emprega na cobrança infringindo dever pedido ou
meio vexatório ou gravoso, que a lei não funcional. influência de
autoriza outrem.

Como já foi cobrado?


Conforme disposto na legislação penal brasileira, “oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-
lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício”, qualifica o crime de:

a) Desacato
b) Prevaricação
c) Corrupção ativa
d) Corrupção passiva
e) Usurpação de função pública

Gabarito: C.

ATENÇÃO:

↳ O delito se consuma com a SOLICITAÇÃO; e

↳ O recebimento da vantagem é mero exaurimento do crime.

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CRIME PRATICADOR POR CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA PÚBLICA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Facilitação de contrabando ou Descaminho Contrabando
descaminho
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever
funcional, a prática de contrabando ou Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o Art. 334-A. Importar ou exportar
descaminho (art. 334): pagamento de direito ou imposto devido mercadoria proibida:
pela entrada, pela saída ou pelo consumo
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) de mercadoria Pena - reclusão, de 2 a 5 anos.
anos, e multa.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 § 1o Incorre na mesma pena quem:
(quatro) anos.
I - pratica fato assimilado, em lei
§ 1o Incorre na mesma pena quem: especial, a contrabando;

I - pratica navegação de cabotagem, II - importa ou exporta


fora dos casos permitidos em lei; clandestinamente mercadoria que
dependa de registro, análise ou
II - pratica fato assimilado, em lei autorização de órgão público competente;
especial, a descaminho;
III - reinsere no território nacional
III - vende, expõe à venda, mantém mercadoria brasileira destinada à
em depósito ou, de qualquer forma, utiliza exportação;
em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou IV - vende, expõe à venda, mantém
industrial, mercadoria de procedência em depósito ou, de qualquer forma, utiliza
estrangeira que introduziu em proveito próprio ou alheio, no
clandestinamente no País ou importou exercício de atividade comercial ou
fraudulentamente ou que sabe ser produto

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de introdução clandestina no território industrial, mercadoria proibida pela lei
nacional ou de importação fraudulenta brasileira;
por parte de outrem;
V - adquire, recebe ou oculta, em
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
mercadoria de procedência estrangeira,
desacompanhada de documentação legal § 2º - Equipara-se às atividades
ou acompanhada de documentos que sabe comerciais, para os efeitos deste artigo,
serem falsos. qualquer forma de comércio irregular ou
clandestino de mercadorias estrangeiras,
§ 2o Equipara-se às atividades inclusive o exercido em residências.
comerciais, para os efeitos deste artigo,
qualquer forma de comércio irregular ou § 2º - Equipara-se às atividades
clandestino de mercadorias estrangeiras, comerciais, para os efeitos deste artigo,
inclusive o exercido em residências. qualquer forma de comércio irregular ou
clandestino de mercadorias estrangeiras,
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime inclusive o exercido em residências.
de descaminho é praticado em transporte
aéreo, marítimo ou fluvial. § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime
de contrabando é praticado em
transporte aéreo, marítimo ou fluvial.

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PARALELOS COM MAIOR ÊNFASE NOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

Obs.: Só trabalharemos os delitos mais importantes para fins de PROVAS.

DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA
Redação anterior do CP Redação dada pela Lei 14.110/2020

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial,
processo judicial, instauração de investigação administrativa, de procedimento investigatório criminal, de processo
inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito
alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: civil ou de ação de improbidade administrativa contra alguém,
imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato
ímprobo de que o sabe inocente:
Dar causa à instauração de: Dar causa à instauração de:
· investigação policial; · inquérito policial;
· procedimento investigatório;
· processo judicial · processo judicial
· investigação administrativa; · processo administrativo disciplinar;
· inquérito civil; ou · inquérito civil; ou
· ação de improbidade administrativa · ação de improbidade administrativa
... contra alguém, imputando-lhe ... contra alguém, imputando-lhe
... crime ... crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo
... de que o sabe inocente: ... de que o sabe inocente:

Fonte: Dizer o Direito (Recomendo a leitura mais aprofundada se


sua prova for elaborada pela banca CESPE).

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Denunciação caluniosa Comunicação falsa de crime ou de Fraude processual
contravenção

Art. 339. Dar causa à Art. 340 - Provocar a ação de Art. 347 - Inovar artificiosamente,
instauração de inquérito policial, de autoridade, comunicando-lhe a na pendência de processo civil ou
procedimento investigatório ocorrência de crime ou de contravenção administrativo, o estado de lugar, de coisa
criminal, de processo judicial, de que sabe não se ter verificado: ou de pessoa, com o fim de induzir a
processo administrativo disciplinar, erro o juiz ou o perito:
de inquérito civil ou de ação de Pena - detenção, de um a seis meses,
improbidade administrativa contra ou multa. Pena - detenção, de três meses a dois
alguém, imputando-lhe crime, anos, e multa.
infração ético-disciplinar ou ato Obs.: não exige a instauração de NADA!
ímprobo de que o sabe inocente: Parágrafo único - Se a inovação se
destina a produzir efeito em processo
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e penal, ainda que não iniciado, as penas
multa. ▶ Não individualiza o autor, mas comunica aplicam-se em dobro.
um crime que NÃO OCORREU.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta
parte, se o agente se serve de anonimato ou
de nome suposto.

§ 2º - A pena é diminuída de metade,


se a imputação é de prática de
contravenção.

▶INDIVIDUALIZA O INFRATOR.

▶É necessário que haja a efetiva prática de


algum ato pela autoridade

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Como já foi cobrado?

Situação hipotética: Com o intuito de prejudicar a candidatura de Flávio, seu concorrente eleitoral, Alberto procurou uma delegacia de
polícia e imputou falsamente a Flávio os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Reduzida a termo essas declarações, a
autoridade policial instaurou inquérito policial para apurar os delitos. Assertiva: Nessa situação, Alberto responderá pelo crime de
fraude processual.

Gabarito: Errado. É UM CASO DE Denunciação Caluniosa.

BIZU MAPEANDO:

• Denunciação caluniosa=Dar causa à instauração de investigação policial;


• Fraude processual= Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo.

Carlos, servidor público municipal, negou-se, após sua função ter sido alterada, a devolver um notebook do município que lhe fora
cedido em razão de seu cargo para realização de serviços que não mais faria para a prefeitura. Na delegacia, Carlos informou falsamente
à autoridade policial que o aparelho havia sido furtado por alguém desconhecido. Durante a investigação policial, verificou-se que
o notebook era utilizado, na realidade, pela filha do servidor, para fins particulares. Considerando-se essa situação hipotética, a
legislação penal vigente e o entendimento sumulado do STJ, é correto afirmar que Carlos responderá por denunciação caluniosa e
peculato-desvio.

Gabarito: errado. Responderá sim por peculato-desvio. No entanto, não responderá por denunciação caluniosa, pois não temos, pois
não há individualização do infrator. Teremos o delito de falsa comunicação de crime.

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Autoacusação falsa Falso testemunho ou falsa perícia
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime
inexistente ou praticado por outrem:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou
intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito
• AUTOACUSAÇÃO FALSA - acusar-se policial, ou em juízo arbitral:
/ crime inexistente ou praticado por outrem.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Núcleos: fazer, negar, calar.

Crime de mão própria (ou de atuação pessoal ou conduta


infungível), só podendo ser praticado por quem, reunido
qualidades especiais, quais sejam:

• Testemunha;
• Perito;
• Contador;
• Tradutor;
• Intérprete;

ATENÇÃO!

A conduta típica deve ser realizada dentro de um processo judicial ou


administrativo, inquérito policial ou em juízo arbitral.

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§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o
crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de
obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em
processo civil em que for parte entidade da administração pública
direta ou indireta.

§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no


processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a
verdade.

Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer


outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou
intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em
depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação:

Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um


terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a
produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for
parte entidade da administração pública direta ou
indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Como já foi cobrado?
Dagoberto praticou a conduta típica de “Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por
outrem”. Esta conduta configura o crime de:

a) Falso testemunho.
b) Denunciação caluniosa.
c) Comunicação falsa de crime ou de contravenção.

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d) Autoacusação falsa.

Gabarito: D.
O perito que cala a verdade em processo judicial comete crime de:

a) Roubo.
b) Denunciação caluniosa.
c) Lesão corporal.
d) Falso testemunho.
e) Autoacusação falsa.

Gabarito: D.

Núcleos: fazer, negar, calar.

Crime de mão própria (ou de atuação pessoal ou conduta infungível), só podendo ser praticado por quem, reunido qualidades
especiais, quais sejam:

• Testemunha;
• Perito;
• Contador;
• Tradutor;
• Intérprete;

ATENÇÃO!

A conduta típica deve ser realizada dentro de um processo judicial ou administrativo, inquérito policial ou em juízo arbitral.

@mapeandoodireito_ Professora Lídia Avelino – Mapeando o Direito


Favorecimento pessoal Favorecimento real
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria
autor de crime a que é cominada pena de reclusão: ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o
proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel,
de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, prisional.
cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
• Cônjuge
• Ascendente
• Descendente
• Irmão

Admite tentativa. Não admite tentativa.


Admite escusa absolutória Não admite
Auxílio ao autor e não ao crime Assegura o proveito do crime

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LINK MAPEANDO

CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA CRIME CONTRA O PATRIMONIO


FAVORECIMENTO REAL (art. 349) RECEPTAÇÃO (art. 180)
O agente oculta a coisa em proveito próprio do autor do crime. O agente adquire ou oculta a coisa produto de crime em benefício
próprio ou de outrem (pessoa diversa do autor do crime
precedente).

Como já foi cobrado?


No crime de favorecimento pessoal, a prestação de auxílio por irmão do criminoso configura hipótese de redução de pena.

Gabarito: errado. É hipótese de isenção de pena.

CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA


CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
Violência arbitrária Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer
a pretexto de exercê-la: pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além
correspondente à violência. da pena correspondente à violência.

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Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente
se procede mediante queixa.

Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa


própria, que se acha em poder de terceiro por determinação
judicial ou convenção:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Coação no curso do processo

Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou
qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Evasão mediante violência contra a pessoa Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente
indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando presa ou submetida a medida de segurança detentiva:
de violência contra a pessoa:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena
correspondente à violência. § 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma
pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a
Obs.: crime de atentado ou empreendimento- A própria seis anos.
tentativa já consuma o delito, ou seja: a figura da tentativa como
elemento do tipo. § 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se
também a pena correspondente à violência.
Corresponde ao a seguinte disposição:

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Art. 14, Parágrafo único - Salvo disposição em § 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é
contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o
crime consumado, diminuída de um a dois terços. internado.

Obs.: Não faça confusão com o delito do art. 352 com o art. 351. § 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia
Motivo: no crime evasão mediante violência contra pessoa, o ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou
sujeito ativo é o próprio preso. multa.
Arrebatamento de preso Motim de presos
Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou
quem o tenha sob custódia ou guarda: disciplina da prisão:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena
correspondente à violência correspondente à violência.

Como já foi cobrado?


oão e José invadiram um presídio e, mediante grave ameaça com armas de fogo, dominaram o carcereiro e os
seguranças e possibilitaram a fuga de seu comparsa Jocival, que estava legalmente preso cumprindo pena
privativa de liberdade, para que o mesmo voltasse a auxiliá-los na prática de novos delitos. João e José
responderão por crime de

a. Arrebatamento de preso.
b. Evasão mediante violência contra pessoa.
c. Fuga de pessoa presa.
d. Motim de presos.
e. Favorecimento real.

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Gabarito: c.
José percebeu que seu conhecido João havia cometido crime de desobediência e estava fugindo a pé, sendo
perseguido por policiais. Em vista disso, despistou os milicianos e colocou João no interior de seu veículo,
deixando o local e impedindo, dessa forma, a prisão em flagrante deste. Nesse caso, José responderá pelo crime
de

a. Favorecimento pessoal privilegiado.


b. Favorecimento real.
c. Favorecimento pessoal em seu tipo fundamental.
d. Arrebatamento de preso.
e. Facilitar a fuga de pessoa presa.

Gabarito: a.

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