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Resumo de história

Somana, Exemplo de Arquitectura

Não se pode dizer que a arquitectura suaíli, só por ela incorporar valores da civilização Bantu em
Moçambique, é igual a cultura Bantu. Assim como também não podemos dizer que a mesma é igual a
cultura islâmica nem em termos arquitectónicos como urbanísticos, mesmo que ela incorpore
expressões islâmicas na sua arq. Há que se entender que a cultura Suaíli é uma construção, ou seja,
resultado de encontros.

Porquê que se pode considerar Somana, na baía de Nacala, como um exemplo de arquitectura
monumental Suaíli em Moçambique?

Somana é um exemplo de arquitectura suaíli na medida em que as suas características nos levam de
encontro a influência islâmica, como também de alguma influência endógena das civilizações Bantu.

Estamos a falar de evidências de habitações e comunidades tardias de agricultores, pastores do norte de


Moçambique. Evidências de estações arqueológicas nos remetem a umas influências de povos vindos do
Golfo Pérsico, em contacto com estas comunidades resultou numa dinâmica arquitectónica ou
urbanística.

Características de Somana

Pelo que se sabe, a principal porta de Somana pode ser um exemplo de arquitectura de encontrada
em muitas outras estações arqueológicas das cidades de alvenaria espalhadas ao longo da costa
oriental africana que eram reinos Suailizados. Esta porta apresenta um estilo nitidamente individual,
com decorações de corais esculpidos que foi encontrada em várias cidades da costa oriental africana,
ou seja, esta é uma característica.

Outra característica está ligada ao facto de ao longo da costa, algumas estações apresentarem
paredes com camadas de pedra, construções em camadas de pedra similares as fortificações do G.
Zimbabwe, ao palácio de Suna ou então como modelos construtivos encontrados na costa de Tanzânia.
Desta forma, Somana aglutinava-se no modelo de construção destas cidades costeiras e comprovava a
unidade básica ou homogeneidade, em todos elementos, encontrada em várias cidades da costa que
combinavam para criar um estilo comum ao longo da costa. Se encontramos estes detalhes, é bem
provável que essa cidade possa ter sofrido alguma influência da cultura suaíli.

Outra característica, tem a ver com o facto de o telhado em Somana apresentar buracos para sustento
de traves, que é uma característica de construções Suaíli. Outra característica comum eram os painéis
de Nicho que estavam presentes no interior de casas suaíli.

Estas características, que Somana apresentou, por serem idênticas a outras cidades suaíli comprovam
que provavelmente esta tenha sido o único dos mais destacados exemplos de arquitectura monumental
suaíli em moçambique.
Novos Centro Urbanos do séc. XV e XIX em Moçambique

Deve se esclarecer que até então foi visto um período de dinâmicas endógenas que foi lentamente
influenciado pela presença do capital mercantil árabe, com interesses muito claros no que diz respeito
ao comércio. Neste novo período a ser abordado, é dominado pela presença do capital mercantil
português.

Neste período, pré-colonial, as influências estrangeiras que se fizeram sentir em moçambique tem a ver
com as presenças dos capitais mercantis árabe e portuguesa. Por isso se diz que o comércio foi um
grande determinante para o desenvolvimento urbanístico, assim como o comércio dinamizou a
estrutura de estados africanos que nasceram através de dinâmicas endógenas. O ouro constituía o
principal artigo de comércio, e este ouro foi o principal responsável pela chegada de mercadores pt com
a intenção de controlar as atividades relacionadas ao comércio. Isto porque os portugueses estavam
interessados nas especiarias orientais, para o vender no mercado português de produtos exóticos e os
Indianos e Árabes por sua vez, estavam interessados no ouro usado para esta troca. Nessa época esses
produtos tinham alta demanda e trazia grandes vantagens.

A fixação dos portugueses começa no centro do país, em Sofala, em 1505, séc. XVI.
Para os portugueses, dominar as rotas comerciais do ouro, significava dominar e expulsar os árabes que
eram detentores desse comércio, para que pudessem obter tal poder. Então por isso que em 1505 os
portugueses tentaram transformar Angoxe no novo centro escoador do ouro, e queriam através do Vale
do Zambeze controlar os centros auríferos, ou zonas de produção de ouro. Em 1530, os portugueses já
estava a dedicar-se a penetrar no vale do Zambeze, e como consequência dessa demanda foram
fundadas as primeiras zonas de uma influência pré-colonial, como exemplo Sena, Téte, e depois
Quelimane em 1444.
É sobre o domínio da presença mercantil portuguesa que surgem os novos centros urbanos pré-
coloniais. Visto que já não eram os árabes, mas sim os portugueses a dominar estas áreas, surgem novos
legados arquitectónicos e urbanísticos.

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