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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 3ª

VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE BELO HORIZONTE / MG

EXECUÇÃO FISCAL Nº xxxxxxxxxxxxxxx

CARLOS NOGUEIRA, já qualificado na Execução Fiscal em epígrafe, por intermédio do seu


advogado (procuração em anexo), vem respeitosamente à presença de V. Exa., nos termos
dos art. 5º, XXXV e LV, da CRFB/1988, arts. 204, parágrafo único, do CTN c/c o art. 3º,
parágrafo único, da Lei nº 6.830/80, art. 319, do CPC e na Súmula 393/STJ aduzir a
presente

EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

em face da UNIÃO FEDERAL, e sua respectiva FAZENDA PÚBLICA NACIONAL,


pessoa jurídica de direito público, também já devidamente qualificado, considerando
os fatos e fundamentos a seguir alegados e documentalmente comprovados de
plano no presente incidente processual de defesa.

I- DOS FATOS

A sociedade empresária Belos Móveis Ltda., com sede no Município X, em


04 de março de 2021, foi regularmente citada em processo de execução fiscal para pagar
ou garantir o juízo, indicando bens penhoráveis, em razão de débito de IPI referente a fatos
geradores ocorridos de maio a outubro de 2012. O débito mencionado, tempestivamente
apurado e declarado à União, deixou de ser pago porque a empresa não tinha recursos
financeiros para realizar o pagamento.

Após a citação, a pessoa jurídica, única parte constante na certidão de


dívida ativa, não apresentou defesa e não garantiu a execução, de modo que a Fazenda
Pública Federal diligenciou a busca por bens da empresa, mas não obteve bons resultados.
Depois de frustradas as tentativas de penhoras e bloqueios, a União solicitou, em maio de
2021, a inclusão de Carlos Nogueira no polo passivo da Execução Fiscal, em virtude de sua
participação societária na executada, o que foi deferido pelo Juiz em regime de urgência, na
mesma data. Sócio quotista que nunca desempenhou nenhuma função administrativa na
empresa.

II- DO CABIMENTO DA EXCEÇÃO. DOS FUNDAMENTOS LEGAIS E FÁTICOS PARA A


EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO.

A exceção de pré-executividade, de certo, é um incidente processual materializado em


simples petição, endereçada pelo réu executado diretamente ao juiz, na própria ação
executiva ajuizada, para que possa esclarecer a existência de vício comprometedor da
viabilidade da execução, que não é certa, líquida e exigível, tudo isso de modo claro,
transparente e inconteste, sem nenhuma necessidade de contraditório ou produção de
provas, conforme o teor da súmula 393, do STJ.

Ora, tal possibilidade advém do art. 5º, incisos XXXV e LV da Carta Magna, que assegura a
inafastabilidade do Poder Judiciário diante da existência de lesão ou ameaça de lesão a
direito, bem como dá chance ao contraditório e à ampla defesa àquele que sofre
injustamente.

No presente caso, o sócio quotista não pode ser responsabilizado pelos débitos tributários
referidos, segundo o art. 135 do Código Tributário Nacional:

“Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a


obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou
infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito
privado.

Portanto, fica claro que o redirecionamento da execução fiscal e seus consectários legais
não é possível ao sócio quotista, somente sendo cabível para o sócio-gerente da empresa
quando reste demonstrado que este agiu com excesso de poderes, infração à lei ou contra
o estatuto, ou na hipótese de dissolução irregular da empresa.

IV- DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer:

· Se declare inexistente e totalmente extinta a dívida tributária objeto da execução,


ordenando o cancelamento imediato da Inscrição do Executado no Cadastro de Dívida Ativa
e consequentemente declarando extinta a presente execução, sem quaisquer outros
encargos ao excipiente, visto que o integrante de sociedade por cotas de responsabilidade
limitada, sem função de gerência, não pode ser responsabilizado por dívidas tributárias
contraídas pela sociedade, ainda que esta tenha se dissolvido irregularmente.

Nestes termos

Pede deferimento

Local, data.

Assinatura

OAB

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