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“No ano de 1978, a ditadura militar prendeu, torturou e assassinou o feirante Robson
Silveira da Luz, acusado de roubar frutas em seu local de trabalho. No mesmo ano,
quatro garotos jogadores de vôlei foram discriminados pelo Clube Regatas do Tietê e
o operário Nilton Lourenço foi morto pela Polícia Militar no bairro da Lapa, em São
Paulo. A reação imediata da juventude negra para os ataques foi a articulação
do Movimento Negro Unificado (MNU), que pedia o fim da violência policial, do
racismo nos meios de comunicação, no mercado de trabalho e do regime, juntando
setores de todos espectros políticos.”
É assim que se inicia um artigo do Brasil de Fato, de 2019. No dia 7 de julho de 1978,
mulheres negras e homens negros, uma maioria de jovens, ocuparam as escadarias do
Teatro Municipal de São Paulo no que seria a primeira manifestação pública do MNU.
Desde então, o MNU tem sido fundamental no combate ao racismo e na luta por
igualdade e justiça social em todo o país.
A luta do movimento negro foi inspirada por personalidades, como Zumbi e Dandara
dos Palmares. Também foi um nome de extrema importância o advogado, jornalista,
escritor e abolicionista negro Luís Gama. No século XX, foram figuras como: o artista,
escritor, político e ativista Abdias do Nascimento e a Iyalorixá (mãe de santo, líder de
terreiro de candomblé) Mãe Menininha do Gantois, que defendeu o culto do
candomblé e conquistou a admiração de artistas que deram mais visibilidade à
importância de preservar-se as religiões de matriz africana.
Outras personalidades importantes para a luta do movimento negro são: a empregada
doméstica e ativista pelos direitos das empregadas e dos negros Laudelina de Campos
Melo; o geógrafo e professor Milton Santos; o antropólogo e professor congolês
naturalizado no Brasil Kabengele Munanga; o professor José Vicente; e, mais
recentemente, a filósofa e ativista Djamila Ribeiro e a socióloga, ativista e política
Marielle Franco.