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Trópico Energia S/A (TESA) e a UNIÃO , já qualificadas, assistidas pela Defensoria Pública
da Comunidade Jurídica do Rio Guamá, por meio de seus defensores:
endereço encontra-se no cabeçalho da presente onde recebe as intimações, nos autos do processo
que lhe move o Ministério Público da Comunidade Jurídica do Rio Guamá (MP - CJRG),
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já qualificado, vem à presença de Vossa Excelência, oferecer CONTESTAÇÃO, pelos motivos
de fato e de direito que a seguir expõe:
1 - DOS FATOS:
Trata-se de contestação à Ação civil pública (ACP), na qual se acusa de irregularidades, a
pessoa jurídica Trópico Energia S/A (TESA), após ganhar licitação, em janeiro de 2012, para
construção e administração de uma usina hidrelétrica nomeada Tucunaré, na grande curva do Rio
Guamá, na qual as obras começaram em abril de 2014. Em suma, as alegações se referem a
supostas irregularidades humanitárias, fiscais e ambientais contras as populações originárias.
Contudo, a acusação apresenta inúmeros erros de direito, processuais e inverossimidades,
constantes nos autos, entre os fatos alegados e as provas. Conforme descritos nas linhas
seguintes:
2 - DAS PRELIMINARES:
Antes de adentrar no mérito, faz-se necessário apontar algumas defesas em sede preliminar:
A) INEXISTÊNCIA DE CITAÇÃO, inciso I do artigo 337 do CPC:
Preliminarmente, o contestante roga pela inexistência de citação do órgão FUNAI na
petição inicial apresentada pelo reclamante. A inexistência de citação inicial implica na
violação ao devido processo legal e a ampla defesa, declara-se-á nulidade dos atos
processuais que resultarem na prolação da sentença que impliquem a referida entidade.
E) INCIDENTE DE FALSIDADE:
Foi juntado pelo reclamante o suposto pedido do Tribunal de Contas da União (TCU)
para a investigação da obra de Tucunaré, nomeado como Anexo XXIII, com o objetivo
de comprovar o superfaturamento da obra e seus atrasos. Ocorre que referido documento
apresenta alguns detalhes notórios que indicam que o mesmo não é verdadeiro em sua
essência, tais como a inconformidade entre o título (o qual menciona a UHE Tucunaré) e
seu conteúdo que faz integralmente menção apenas a UHE de Belo Monte. Além dos
alegados não condizem com a veracidade dos fatos da UHE de Tucunaré. No presente
caso, as evidências da falsidade são inequívocas, uma vez que a alteração do cabeçalho
de documento oficial não pode ser derivada apenas de uma imperícia. Trata-se de conduta
atentatória à boa fé esperada que deve conduzir ao imediato reconhecimento da falsidade,
com todos os reflexos legais, em especial à condenação por LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.
3 - DO MÉRITO:
Superadas as preliminares, tampouco no mérito prosperará as demandas propostas pelo
autor e a parte ré solicita a desconsideração dos argumentos, pelos seguintes motivos
3.1 Do estudo de impacto ambiental clandestino e das cláusulas de sigilo - improcedente
O Ministério Público acusa a TESA no segundo parágrafo “Dos fatos” em sua ação civil
pública de desenvolver pesquisas para construção de Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
desde o ano de 2011, prática essa que não é considerada ilícita. Entretanto, como afirmado no
mesmo documento, o réu venceu o processo licitatório apenas no ano de 2012, o que torna a
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acusação anacrônica devido a falta de qualquer relação e tipo de interesse que a empresa poderia
possuir sobre a área citada. O referido estudo, mencionado pelo MP a partir da declaração de
fonte desconhecida, suposto membro do povo Tembé Tenetehara, atribuído por ele a TESA, faz
referência, na verdade, a uma pesquisa vinculada e sob total responsabilidade da UNIÃO com
fins de compreender a situação ambiental, cultural e socioeconômica da área, cujo faz parte de
sua competência. O estudo iniciou no ano de 2010 e se estendeu até o ano de 2012 , quando foi,
enfim, disponibilizado para o público e, simultaneamente, para a TESA.
Somada a essa acusação, o MP discorre sobre a “descoberta” de contrato contendo
cláusula de confidencialidade entre a TESA e “empreiteiras responsáveis pelo desenvolvimento
da pesquisa”, porém, além do contrato anexado como evidência ter sido assinado por apenas uma
empreiteira, MEIRELLES CONSTRUTORA E CIA, nele não consta qualquer obrigação
relacionada ao desenvolvimento de pesquisa de qualquer tipo, mas sim obrigações relacionadas
ao processo de construção civil da UHE Tucunaré. Para adicionar mais uma declaração de
inépcia dos acusadores, das incontáveis que serão exibidas durante o atual processo, o contrato
juntado como “Anexo I” é datado do dia 17 de outubro de 2013, dois anos após o provável relato
que o MP diz ter tido acesso. No que tange a cláusula 14ª do contrato anexado, é frisado aqui que
tal mecanismo é lícito e abarcado a partir do reconhecimento da aplicação dos direitos da
personalidade (dispostos no código civil do artigo 11 ao 21) em pessoas jurídicas, o que assegura
a TESA os direitos a honra, reputação, nome, marca e símbolos, à identidade, propriedade
intelectual, ao segredo e ao sigilo, e privacidade. Reunidos esses fatos, ressalta-se aqui que em
momento algum, de acordo como disposto em lei, a confidencialidade indispensável para
segurança da TESA, seus trabalhadores e associados, isenta a empresa de prestar contas perante
os órgãos de controle competentes, ou seja, caracterizam-se os fatos expostos nos últimos cinco
períodos como mero exercício de direitos dos quais o réu tem licença de usufruir, não
configurando qualquer violação.
3.2 Dos prejuízos fluviais (redução de cardumes, eutrofização e prejuízo no modo de vida
ribeirinho, secagem dos rios) - improcedente
Dos prejuízos ambientais referidos nos Anexos XVIII e XIX, tratam-se de alegações
completamente improcedentes, afinal, ambos os Anexos fazem referência a Usina Hidrelétrica de
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Belo Monte, sendo provas completamente estranhas ao processo, por isso, solicitamos o
desentranhamento destas do presente caso e impossibilidade de utilização dos argumentos que
delas viriam. Por fim, é perceptível que o Parquet cometeu diversos erros no presente processo
sem a devida atenção à verdade.
Outrossim, se tratando dos prejuízos abordados com relação à mortalidade de cardumes
de peixes em seus anexos VII e VIII, se torna refutavel a argumentação do órgao acusador já que,
estudos propostos no Relatório Ambiental de regiões periféricas feitopelo IBAMA com parceria
da União (ANEXO IBAMA) deixa explícita a que essa situação já existia antes dos
planejamentos da construção da UHE, já que entre os meses iniciais de 2011 foram encontrados
diversos cardumes de peixes infectados e mortos devido ao mercúrio gerado pelo garimpo ilegal
e pela eutrofização crescente causada pelo despejo de canais e lixo impróprios no rio em questão,
além de refutar o também argumento de que isso teria prejudicado a atuação econômica de
subsistência pois por conta das infecções as atividades econômicas advindas da venda dos peixes
teriam sido abaladas.
Entrando no âmbito da preservação dos peixes endêmicos relatados pelo Parquet, a
empresa, em seu RIMA (Relatório de Impactos Ambientais) apresenta fatos para a comprovação
de que espécies de peixes considerados em perigo por sua biodiversidade foram devidamente
selecionados e adicionados com parceria a universidade para que haja a preservação adequada.
e) O reconhecimento do uso de má-fé por parte da acusação ao anexar documentos que não
fazem jus ao caso e, principalmente, a adição de documento público adulterado. O qual
deve ser seriamente investigado gerar consequências cíveis e, posteriormente, penais.
ANEXO 1
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ANEXO 2
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ANEXO 3
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ANEXO 4
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ANEXO 5
Anexo 6
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ANEXO 7
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ANEXO 9
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ANEXO 11
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ANEXO 12
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ANEXO 13
Anexo 14
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Anexo 15
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Anexo 16
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Anexo 17
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Link referente às provas acima apresentadas:
https://drive.google.com/drive/folders/1a_zEr9yQuvLuz94Ylt6Co0BceOHVQYey?usp=sharing.
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