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03/08/2022

Etiologia
• Traumas: amputação consequente de traumas e ocorre
AMPUTAÇÕES: ETIOLOGIA, principalmente na faixa etária de 17 a 55 anos. Principais
NÍVEIS E CONSIDERAÇÕES causas acidente automobilístico e arma de fogo.
GERAIS
• Deficiência congênita: neste caso os envolvidos já

nascem com a ausência de um membro ou parte dele,


representam 60% das amputações em crianças, são mais
comuns em membros superiores.
Profa. Msc. Laís Bonagurio Peressim

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Etiologia (doenças crônicas) Principais causas:


traumas e congênitas

• Malignidade: contribui com 5% das amputações, sendo


Maior impacto na
MMSS
mais frequente entre os 10 e 20 anos de idade funcionalidade

• Vascular: Principal causa de amputação. Protetização mais difícil


Amputações
✓ Estima-se que 65% dos casos de amputação no Brasil sejam de
origem vascular
Principal causa: doenças
✓ EUA: 80% causa vascular crônicas

✓ Dentre as patologias vasculares o Diabetes Mellitus tipo 2 é a MMII


Mais chance de
principal. acontecer amputação no
membro contralateral
(arteriopatias)

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O que considerar?
✓Avaliação clínica
✓Medida da temperatura
✓Coloração da pele

NÍVEIS DE ✓Presença ou alteração de pulso periférico


✓Presença ou ausência de perfusão periférica

AMPUTAÇÕES ✓Extensão da necrose


✓Alteração sensitiva
✓Diferenciais pressóricos entre os membros
✓Medidas transcutâneas de pressão de oxigênio (oxímetro)
✓Índice isquêmico do membro
✓Índice laboratorial de Pinzur (Albumina, Proteína e Linfócitos)
✓Ultrassom Doppler

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Níveis de amputações do pé
O que considerar?
• Parcial de artelho: excisão de qualquer parte de um ou
1. Nem sempre o melhor coto será um coto mais longo; mais dedos do pé. Esta amputação permite a
2. Coto estável, pois a presença de deformidades nas
articulações próximas ao coto poderá dificultar a deambulação praticamente normal.
deambulação e a protetização;
• Desarticulação de artelho: desarticulação ao nível da
3. Coto com um bom coxim com mioplastia e miodese;
4. Coto com bom estado da pele, ou seja, boa sensibilidade, articulação metatarsofalangiana.
sem presença de úlceras e enxertos cutâneos, o que contribui • Ressecção parcial do pé: ressecção do 3º, 4º e 5º
para uma boa reabilitação;
5. Coto sem presença de neuromas terminais e espículas metatarsiano e artelhos.
ósseas;
• Transmetatarsiana: amputação por secção média de
6. Coto com boa circulação tanto arterial quanto venosa, assim,
evitando isquemia e estase venosa. todos os metatarsos

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Níveis de amputações do pé

• Lisfrance: Desarticulação tarso-metatarsiana

• Chopard: Desarticulação médio-tarsiana

Amputação transmetatarsiana C - Amputação de Lisfrance

B - Amputação de Chopard

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Níveis de amputações do pé
• Syme: desarticulação do tornozelo, com posterior
remoção de maléolos (lateral e medial)

• Pirogoff: amputação supra-maleolar com deposição de

parte do calcâneo sobre a base de amputação tíbio-


fibular

A - Amputação de Syme
Amputação de Chopard
A +1 - Amputação de Pirogoff

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Transtibial
• Transtibial longa: amputação com
extensão maior que 50% do comprimento
tibial

• Transtibial: extensão entre 20 e 50% do

comprimento tibial

• Transtibial curta: amputação com


extensão menor que 20% do comprimento
Amputação de Pirogoff tibial

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Desarticulação do joelho
• Desarticulação do joelho:
amputação ao nível da articulação
do joelho, deixando o fêmur intacto

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Transfemoral Desarticulação do quadril


• Transfemoral longa: amputação com • Desarticulação do quadril: amputação ao

extensão maior que 60% do nível de articulação coxo-femoral – pelve


comprimento femoral intacta

• Transfemoral: entre 35 e 60% do

comprimento femoral

• Transfemoral curta: amputação com

extensão menor que 35% do


comprimento femoral

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Hemipelvectomia
• Hemipelvectomia parcial: ressecção

da metade inferior da pelve

• Hemipelvectomia total: Ressecção


total da pelve

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Níveis de amputações MMII


• Hemicorporectomia: amputação dos MMII e da pelve
abaixo do nível de L4-L5

A B

Figura A – Desarticulação de quadril; Figura B – Hemipelvectomia


parcial

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Critérios de bons níveis de amputação de


MMII
1. 7-8 cm partindo de
região inguinal até
côndilos
2. Desarticulação do
joelho com apoio distal
total
3. 3 cm abaixo do tendão
patelar até 1/3 distal da
tíbia
4. Amputações parciais do
pé com apoio distal total

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Critérios dos maus níveis de amputação Níveis de amputações da mão


de MMII
• Polegar: desarticulação metacarpo-falangiana do polegar
1. Menor que 7-8 cm
• Interfalangiana: desarticulação de qualquer articulação
2. Desarticulação do joelho
falangiana
sem apoio distal total
• Transfalangiana: amputação por secção média de todos os
3. Menor que 3 cm abaixo
dedos
do tendão patelar
• Metacarpofalangiana: desarticulação metacarpofalangiana
4. 1/3 distal da tíbia
• Transmetacárpica: amputação por secção média de todos
5. Amputações parciais do
os metacarpianos
pé sem apoio distal total
• Carpo-metacarpiana: desarticulação carpo-metacárpica

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Desarticulação do punho Amputações abaixo do cotovelo


• Desarticulação transcárpica do punho (Intercarpiana): • Longa abaixo do cotovelo: entre 55 e 90% do
amputação ao nível da articulação do punho, rádio/ulna comprimento rádio ulna
intactos • Curta abaixo do cotovelo: entre 35 e 55% do
comprimento rádio/ulna

• Muito curta abaixo do cotovelo: até 35% do


comprimento rádio/ulna

• Desarticulação do cotovelo: amputação ao nível da

articulação do cotovelo, na qual o úmero permanece


intacto

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Amputações acima do cotovelo


• Longa acima do cotovelo: entre 50 e 90% do
comprimento umeral

• Curta acima do cotovelo: entre 30 e 50% do


comprimento umeral

• Colo do úmero: até 30% do comprimento umeral

• Desarticulação do ombro: amputação ao nível da

articulação escápulo umeral, na qual a escápula


permanece intacta

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Interescapulotorácica
• Interescapulotorácica parcial: supressão de parte da

escápula e clavícula

• Interescapulotorácica total: supressão de toda a


escápula e clavícula

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CONSIDERAÇÕES GERAIS Amputação

Limitações
Limitações Aspectos sociais
físicas e e emocionais

SOBRE A AMPUTAÇÃO E O
estéticas
funcionais

Mobilidade O que deseja


Auto Discriminação Ambiente que Atividades Atividades físicas
articular e nas após a
discriminação sociedade reside laborais e de lazer
AVD’s amputação

AMPUTADO Cuidadores e
acompanhantes

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Médico

Fisioterapia
Ortesista e
Pré-operatório
Psicólogo
protesista

Abordagem
multidisciplinar
Pós-operatório
imediato
Pós-operatório Pré-protetização
tardio e protetização
Fisioterapeuta T.O

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* Cirurgia eletiva – pré-operatório Fase pré-operatória


Avaliação Objetivos terapêuticos

• Psicológica ✓ Aliviar dor

• Social Cirurgia eletiva


✓ Ganhar ou manter ADM e FM do Cirurgia
• Cognitiva membro amputado e sadio * emergencial

• Doenças associadas
✓ Prevenir deformidades
• Física (membros amputado e sadio) Apresentação/ Preparação Orientações a
✓ Manter equilíbrio e condicionamento Acompanhamento
• ADM
Orientações física familiares ou PO imediato
físico sobre a cirurgia e psicológica acompanhantes
• Força muscular

• Funcionalidade
✓ Manter capacidade
• Condicionamento físico
cardiorrespiratória
• Independência para as AVD’s

✓ Fornecer orientações

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Orientações Técnicas cirúrgicas


Extremidades ósseas
•Para evitar a formação de espículas, as extremidades ósseas deverão ser “desperiostizadas” na
• Notícia da amputação extensão de 2 a 3 cm, ou seja, a ponta terá que ser arredondada. Nas amputações em crianças, as
placas de crescimento ósseo devem ser mantidas, de preferência devem ser realizadas as
desarticulações.

• Explicação procedimento cirúrgico e possíveis complicações

• Proporcionar contatos positivos com outros amputados Vasos sanguíneos


•Os vasos devem ser ligados na medida em que a musculatura for seccionada. O membro com afecção
vascular periférica nunca deve ser garroteado, pois, devido aos vasos já estarem lesados, se forem
• Reabilitação e retorno as AVD’s e AVI’s apertados e traumatizados pelo garrote isso iria piorar sua situação.

• Destino da parte amputada


Nervos
• Orientação postural •A secção dos troncos nervosos deve ser feita com cuidado, a fim de evitar a formação de neuromas.
Para evitar o neuroma doloroso, existem algumas técnicas, as extremidades dos nervos devem ser
tracionadas e a secção feita o mais proximal possível. Após o corte, a extremidade do nervo se retrai,
ficando sob a massa muscular e distante da extremidade do coto. Assim, os pequenos neuromas
• Realização de autocuidado, alimentação, vestuário e trocas posturais formados devido à cicatrização nervosa ficarão protegidos pela musculatura, evitando trauma no
interior do encaixe da prótese, sendo essa condição muito dolorosa e incapacitante

• Avaliação frequente da pele


Pele
É apropriado realizar a sutura das partes moles em planos distintos, deixando um comprimento para que
• Rotina de posicionamento no leito (para acamados) se obtenha uma pequena tensão dessas partes contra a ponta do osso. Quando não há essa tensão dos
músculos e da pele, o desuso e, consequentemente, a ocorrência de atonia, podem ocasionar alterações
da pele e da musculatura na ponta do coto, prejudicando o encaixe da prótese. É também importante o
revestimento da extremidade do coto com tecido mole, mantendo a pele viável para utilização de
revestimento cutâneo. Nesse revestimento cutâneo, é essencial que ossos, articulações, nervos, vasos ou
tendões não fiquem expostos. Na mão, se dá preferência à pele palmar

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Técnicas cirúrgicas Pós-


operatório
imediato
• Transferências

• Deslocamentos

• Treino de marcha
Sutura Cicatriz Coto
• Realizada por • Evitar regiões • Evitar excesso de
planos anterior, posterior estrutura flácida
e laterais para • Camada regular
evitar compressão de musculatura
com parede com extremidade
interna da prótese cônica, mais fino
na extremidade
distal do que
proximal

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Pós-
Posicionamento
operatório
imediato
• Posicionamento

• Prevenção de

deformidades

Barreiros; Villas Boas; Silva, 2019

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Posicionamento Fase pré-protética – Anamnese


• Dados pessoais

• Causa da amputação, data e complicações cirúrgicas

• Comorbidades

• Avaliação da agilidade

• Avaliação da compreensão

• Avaliação física

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Fase pré-protética
Avaliação da agilidade
Avaliação
Tabela 1. Graduação da avaliação da agilidade do paciente amputado.

Mensuração
Condições do Avaliação de Força Avalição
circunferência ADM sensibilidade muscular cardiopulmonar
coto
s

Edema, Intervalos
cicatrização e
hidratação da de 5 a 8cm a
pele partir
do platô tibial
ou borda
inferior da
patela e a
partir de
trocanter
maior ou EIAS

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Fase pré-protética – Avaliação do coto

Avaliação

Propriocepção Aspectos gerais Edema


Sensação tátil Temperatura
articular da pele

Disestesia; Ulcerações,
Neuroma; Hipotermia ou infecções,
Perimetria frequente
Sensibilidade hipertermia alergias, hidratação
fantasma

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Reabilitação pré-protético
• Higienização, hidratação e cuidados com a pele

• Enfaixamento do coto

• Manutenção do trofismo do coto

• Treino de força muscular membro residual e sadio.

• Adequação de sensibilidade

• Treino de transferências de posturas

• Treino de descarga de peso entre os membros com balança e em

diferentes solos/estruturas

• Condicionamento aeróbico

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Higienização
Meias para coto
Coto Prótese • Importante para absorção de suor gerado durante o uso da
• Lavar pelo menos uma vez ao • Limpar o encaixe internamente prótese
dia com sabonete anti-séptico. todos os dias com álcool
• Tipos: malhas tubulares [...] meias de silicone
iodado a 2% (1 litro de álcool +
• Não são utilizadas em amputações transfemorais ***
• Aplicar pomada anti-séptica 2ml de iodo)
caso ocorra irritações. • Nas regiões com maior A B C

acúmulo de sujeira limpar com


• Tratamento de lesões, se água sanitária
houver. • Higienização diária das meias

internas A - Meia acessória B - Meia de algodão C - Meia de compressão


para coto – Ortho para coto – Otto para coto – medi Relax
Pauher Bock SKS

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Meias para coto


*** Amputações
transfemorais B

A - Meia para coto amputação B - Meia para coto amputação


transfemoral– importada transfemoral– medi Relax
Collant

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Tratamento do membro residual Enfaixamento do coto

• São importantes: a higiene e tratamento adequado da pele

• O membro residual é tratado como qualquer parte do corpo,


deve ser mantido limpo e seco
• A manipulação precoce por parte do paciente é um modo de
aceitação
• O paciente deve ser ensinado a inspecionar o membro(s)

• O aprendizado do enfaixamento adequado é parte do Enfaixamento do coto - amputação


transtibial
programa de reabilitação

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Enfaixamento do coto

Enfaixamento do coto - amputação


Barreiros; Villas Boas; Silva, 2019 transfemoral

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Barreiros; Villas Boas; Silva, 2019

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Cinesioterapia Cinesioterapia

Barreiros; Villas Boas; Silva, 2019 Barreiros; Villas Boas; Silva, 2019

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Cinesioterapia Cinesioterapia

Barreiros; Villas Boas; Silva, 2019 Barreiros; Villas Boas; Silva, 2019

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Adequação de sensibilidade

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