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Universidade Federal de Sergipe

Direito Previdenciário  Unidade II

Docente: Prof. Thiago Ramos

Discente: Marcelo Lima Teixeira Nota:

Avaliação 

1 – Melina Fachin Silva Rocha, com 60 anos de idade, e Josevaldo Santana Silva Oliveira
Belmonte, com 51 anos de idade, são casados no regime de comunhão parcial de bens e residem
com um de seus filhos, Luís Silva Rocha Belmonte, de 20 anos, sem deficiência ou doença
grave, atualmente professor empregado de língua inglesa do curso Wizard. Melina é servidora
pública federal aposentada do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e, Josevaldo, após
passar um período de quatro anos desempregado, foi admitido em uma empresa privada no setor
de comércio eletrônico, com carteira de trabalho assinada há exatos cinco meses. 
Tendo a situação hipotética acima como referência, julgue fundamentadamente os itens a
seguir. 
A) Em caso de Luís Silva Rocha Belmonte ficar incapacitado para o trabalho por 7 (sete) dias,
por motivo de doença, ele poderá recorrer ao auxílio-doença da previdência social, passando a
receber integralmente seu salário para continuar assumindo suas despesas cotidianas?
Fundamente a resposta. (2,0)  
B) Caso Melina Fachin Silva Rocha vier a óbito, Josevaldo e Luís terão direito ao recebimento
do benefício de pensão por morte? Fundamente a resposta, identificando se apenas um deles ou
ambos são dependentes para fins previdenciários de Melina e, também, se deve haver, neste
caso, prova material de dependência econômica. (2,0)  
C) Na hipótese de Luís Silva Rocha Belmonte ter surdez unilateral, é permitido ao mesmo
concorrer às vagas de deficiência em concursos públicos? Fundamente a resposta a partir do
entendimento majoritário do Superior Tribunal de Justiça (STJ). (2,0)  
D) O benefício previdenciário da pensão por morte e auxílio-reclusão pressupõem atendimento
de períodos de carência para concessão a cargo do RGPS? Fundamente a resposta. (2,0)  
E) Na hipótese de eventualmente Melina Fachin Silva Rocha ter criado um neto durante anos,
estando com a sua guarda no momento do óbito, o mesmo terá direito ao recebimento de pensão
por morte nos mesmos moldes da legislação previdenciária? Fundamente a resposta a partir do
atual entendimento do STJ, explicitando eventuais fundamentos jurídicos aplicáveis ao caso.
(2,0) 
Respostas
A) Não. O direito auxílio-doença requer uma carência mínima de 12 meses de
contribuição como disposto na Seção II Dos Períodos de Carência da lei 8.213, de
1991 no Art. 25, I.
B) Ambos são dependentes para fins previdenciários e não precisam apresentar prova
material de dependência econômica segundo o disposto na Subseção VIII Da Pensão
por Morte da lei 8.213, de 1991. Eles receberão em parcelas iguais o benefício, Luís
terá direito a receber até completar 21 anos de idade e Josevaldo receberá de forma
vitalícia por ter mais de 44 anos de idade.

C) Não. A Súmula 552, relatada pelo ministro Mauro Campbell Marques, estabelece
que “o portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência
para o fim de disputar as vagas reservadas em concursos públicos”. As súmulas são o
resumo de entendimentos consolidados nos julgamentos do tribunal. Embora não
tenham efeito vinculante, servem de orientação a toda a comunidade jurídica sobre a
jurisprudência firmada pelo STJ, que tem a missão constitucional de unificar a
interpretação das leis federais.

D) Sobre a pensão por morte não existe período de carência de maneira geral como é
definido nos arts. 24 a 27 da Lei 8.213/91. No entanto, a Lei 13.135/2015 trouxe um
novo requisito para a pensão por morte para cônjuge ou companheiro(a) que não é
considerado carência, mas sim o encerramento em 4 (quatro) meses, se o óbito
ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o
casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes
do óbito do segurado, que está disposto na Lei 8213/91, Art. 77, § 2º, V, b). Já o
auxílio-reclusão passou a ter um período de carência de no mínimo 24 meses de
contribuição após o Decreto nº 10.410, de 2020 como consta no Art. 29, IV, do
Decreto nº 3.048, de 1999.
E) Não. Segundo o entendimento do STJ prevalece o que está disposto no Art. 33, §
3º do Estatuto da Criança e do Adolescente, “A guarda confere à criança ou
adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito,
inclusive previdenciários.”. Uma vez determinado isso o neto só terá direito a pensão
por morte até os 18 (dezoito) anos de idade como é disposto na Subseção III Da
Tutela Art. 36 “A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18
(dezoito) anos incompletos.” e não 21 anos como normalmente acontece na legislação
previdenciária.

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