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EBOOK

TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE
GUIA PARA LIDAR COM TPB
VOCÊ SABE O QUE É
TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE
BORDERLINE E COMO
LIDAR COM PESSOAS
DIAGNOSTICADAS?
INTRODUÇÃO

01 OPERSONALIDADE?
QUE É TRANSTORNO DE

02 COMO IDENTIFICAR O TRANSTORNO


DE PERSONALIDADE BIPOLAR?

03 QUAL A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO


DO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE
BIPOLAR?

04 COMO LIDAR COM UMA PESSOA


DIAGNOSTICADA COM TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE BIPOLAR?

05 QUAL O TRATAMENTO PARA O


TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE BIPOLAR?

06 CONCLUSÃO
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
Cada pessoa possui o seu próprio modo de funcionar,
psicologicamente falando. É possível que você
conheça algumas pessoas que funcionam de forma
mais ansiosa, outras de formas mais temerosas ou até
depressivas, entre outros formatos. Esses são os
modos como essas pessoas reagem ao mundo. Dentro
disso, temos um espectro que orienta a forma pelo
qual cada indivíduo se relaciona, alguns de forma mais
e outros de forma menos organizada.

Essas formas de organização afetam diretamente o


modo como essas pessoas trabalham, estudam,
estabelecem metas, organizam pensamentos,
dormem, se comunicam, interagem, expressam seus
sentimentos e emoções. Entender isso é importante
para que possamos identificar possíveis prejuízos na
rotina diária desses indivíduos. Se algo está
funcionando de forma mais desorganizada, é possível
que os prejuízos sejam maiores e que a qualidade de
vida seja prejudicada.

Portanto, ao falarmos de desorganizações psíquicas,


podemos mencionar pessoas com Transtornos de
Personalidade, sendo ele, uma dessas formas de
organizações.
O QUE É
TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE?
O Transtorno de Personalidade é o modo pelo qual o
psiquismo de uma pessoa se estruturou e pode
interferir de diversas formas na maneira como ela
reage ao meio externo, especialmente no que se
refere a sua relação com outras pessoas. Suas
causas podem ser orgânicas ou advindas de uma
experiência específica, que pode ter sido
traumatizante e desorganizado todo o sistema
psicológico daquela pessoa. É válido destacar que
esse tipo de Transtorno tem como principal
característica a alteração no que diz respeito à
personalidade do indivíduo, como o próprio nome
sugere.

Além disso, o Transtorno de Personalidade pode ser


identificado quando há determinados padrões
identificados no comportamento de uma pessoa, os
quais são considerados destoantes do que se espera
socialmente.

Uma pessoa diagnosticada com Transtorno de


Personalidade tem afetada sua forma de interpretação
e percepção, o que por sua vez pode interferir no seu
controle de impulsos e intensidade de reações frente a
diversas ocasiões cotidianas.

Determinados comportamentos são esperados das


pessoas de modo geral, como o seguimento de
determinadas normas que são estabelecidas
socialmente. As regras são um exemplo disso, assim
como a forma de se comunicar, se portar, de agir em
certas ocasiões. A partir do momento que alguém
fosse desse padrão, constituindo sua própria maneira
de funcionamento, causa uma reação, não apenas a si
próprio, mas como no ambiente em que está inserida.
Desse modo, entender o que são e como os
Transtornos de Personalidade afetam as pessoas, é
necessário para que os cuidados adequados sejam
tomados.

Como já foi mencionado, não há apenas um único


transtorno, já que as personalidades podem se
expressar das maneiras mais múltiplas possíveis. Com
isso, falamos de Transtornos no plural, não apenas no
âmbito singular. Conheça alguns deles:

Transtorno de Personalidade Antissocial;


Transtorno de Personalidade Obsessiva-
compulsiva;
Transtorno de Personalidade Paranoide;
Transtorno de Personalidade Esquizoide;
Transtorno de Personalidade Histriônica;
Transtorno de Personalidade Borderline;
Transtorno de Personalidade Narcisista;
Transtorno de Personalidade Dependente;
Transtorno de Personalidade Evitativa;

Entre outros, inclusive há Transtorno de Personalidade


não especificados ou ocasionados por uso de
medicamentos.

Cada transtorno terá sua particularidade e modo de


funcionamento, por esse motivo é importante tomar
cuidado para não generalizar os sintomas, não os
confundir e ter atenção na hora de elaborar um
tratamento para cada pessoa.

Outro aspecto que deve ser destacado é que, quando


alguém é diagnosticado com um transtorno de
personalidade não significa que há um problema com a
pessoa, mas sim que ela se organiza de uma forma
diferente. Enquanto seres humanos, reagimos aos mais
variados estímulos do ambiente e uma das coisas que
ajudam a definir nossas características pessoais é
justamente a forma como reagimos e lidamos com as
mais diversas situações cotidianas. Então, por esse
motivo, podemos pensar no transtorno como uma
característica particular do indivíduo que o faz agir de
determinada maneira específica.

Pensemos da seguinte forma: uma mesma situação


pode causar diferentes reações em diferentes pessoas.
Enquanto indivíduos portadores de subjetividades, a
partir de condições psíquicas e experiências vividas,
estamos sujeitos a ter certas atitudes a depender do
que nos afeta e como somos afetados por isso. Por
isso, é comum que cada um reaja à sua maneira. Um
ponto a ser levado em consideração é também o
contexto em que essa pessoa está inserida, a forma
como foi educada, o que é correto ou não para ela.
Tudo isso interfere nas percepções e,
consequentemente, nos manejos das situações.

Desse modo, ao falarmos de funcionamentos


específicos, o que chamaremos de Transtornos,
estamos nos referindo à dinâmicas que fogem do que
pode ser considerado saudável. Note que estamos nos
referindo ao que é saudável e não ao que é
considerado normal.

O DSM
Existe um documento padronizado que especifica e
detalha diversas formas de desorganizações psíquicas
e transtornos.

Esse documento é o Manual Diagnóstico e Estatístico


de Transtornos Mentais (DSM). Ele é utilizado como um
direcionamento na hora de profissionais realizarem
direcionamento na hora de profissionais realizarem
diagnósticos, pois como o próprio nome sugere, é um
manual.

No DSM, que está sendo constantemente atualizado,


há milhares de possíveis diagnósticos. Apesar de
estarmos nos atendo aos transtornos de personalidade,
é válido enfatizar que, o manual é amplo e nele está
contida toda forma de alteração psicológica que deve
ser analisada com atenção, devido às possibilidades de
causas de sofrimentos e adoecimentos psíquicos nos
indivíduos.

A sua importância se dá, no fato de proporcionar um


direcionamento para os profissionais, de modo que
consigam elaborar estratégias para cuidar de seus
pacientes. Levando isso em consideração, para um
diagnóstico ser feito, é necessário que alguns critérios
sejam preenchidos, levando em conta o contexto, a
frequência e a intensidade de determinados sintomas.

Por isso, ter um direcionamento correto é importante


para que equívocos sejam evitados. Então, deve-se ter
o máximo de atenção possível ao falarmos sintomas e
possíveis alterações psicológicas.

É importante ainda destacar que, o fato de


simplesmente ter algumas reações exageradas diante
de situações específicas podem ser comuns e até
esperadas, entretanto, a partir do momento que se
tornam frequentes e prejudiciais a qualidade de vida
pessoal e social, é que devemos nos ater de forma
mais cuidadosa a esse tipo de funcionamento.
O Transtorno de
Personalidade Borderline
(TPB)
Diante dos diversos diagnósticos possíveis no que se
refere aos transtornos, podemos mencionar o
Transtorno de Personalidade Borderline.

Assim como outros Transtorno de Personalidade, a


pessoa diagnosticada com Borderline é caracterizada
pelo seu funcionamento específico que leva como
principais características as interferências nas suas
relações interpessoais e no modo como se coloca no
mundo, especialmente se estivermos falando de
situações de riscos.

Uma das características marcantes desse tipo de


transtorno, é a forte instabilidade nas relações que são
estabelecidas. Além disso, é comum que o diagnóstico
tenha como sintomas a distorção de imagens, seja da
realidade ou de si mesmo, assim como a dificuldade na
transmissão e estabelecimento de afetos.

Como mencionado, se colocar em potencial risco, sem


se ater as possíveis consequências, pode ser um
diferencial no diagnóstico Borderline, isso porque, se
levarmos em consideração que há alterações na
percepção da realidade, podemos compreender como
isso afeta as relações e as mantém estável,
especialmente se tratando do campos dos afetos,
importante para consolidá-las. Entretanto, não é
suficiente se ater apenas às essas características, mas
também é necessário compreender como e quando
elas se apresentam na vida de cada pessoa. É por esse
motivo que, para realizar um diagnóstico coerente, é
importante observar cautelosamente suas
características para evitar possíveis confusões com
outros diagnósticos semelhantes.

Uma pessoa com Transtorno de Personalidade


Borderline pode estar mais sensível a algumas reações,
reagindo de forma extrema e até prejudicial à própria
saúde. É válido destacar que não é um movimento
consciente, dado que esta é uma condição psíquica
que depende necessariamente do controle da pessoa.
É importante retomar aqui que, Transtornos de
Personalidade, são características do funcionamento
próprio de cada indivíduo, sendo parte constituinte de
suas personalidades. Diante disso, é muito comum ver
notáveis oscilações e intensificações de humor no
comportamento, sem precisar obrigatoriamente de
uma situação específica.

Entretanto, o fato de não serem ações conscientes, não


significa que elas não possam ser tratadas e
amenizadas. É importante, inclusive, seu manejo para
prevenir maiores riscos para essas pessoas e para
quem quer que esteja ao seu redor. Com isso, as
formas e as estratégias de cuidado podem ser
trabalhadas com auxílio de profissionais qualificados e
até com auxílio de medicamentos, caso seja
necessário.
COMO IDENTIFICAR O
TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE
BIPOLAR?
A identificação de um transtorno é extremamente
importante para que o melhor caminho seja indicado
para os que forem diagnosticados. Para isso é
preciso tomar cuidado com as suposições
corriqueiras sobre o que é ou não, de fato, uma
forma de organização psíquica.
A identificação de um transtorno é extremamente
importante para que o melhor caminho seja indicado
para os que forem diagnosticados. Para isso é preciso
tomar cuidado com as suposições corriqueiras sobre o
que é ou não, de fato, uma forma de organização
psíquica.

Tem se tornado cada vez mais comum relacionarem


alterações cotidianas de humor ao Transtorno de
Personalidade Borderline propriamente dito. Existe,
obviamente, uma diferença entre ter períodos em que
você se sente mais animado ou mais deprimido, o que
por sua vez, não se configura necessariamente em um
transtorno. Além disso, não é incomum a confusão do
diagnóstico Borderline com o Transtorno Bipolar.
Apesar de serem semelhantes no senso comum, são
diferentes no campo técnico e diagnóstico. Devido a
essa dificuldade na hora do diagnóstico, muitas
pessoas seguem em sofrimento sem entenderem o
que de fato pode estar acontecendo com elas.

Para isso é importante salientar que, o Transtorno


Bipolar está mais relacionado aos afetos e as
oscilações marcantes de humor, enquanto o
Transtorno de Personalidade Borderline, apesar de
contar também com alterações de humor, está
diretamente relacionado à estrutura psicológica pela
qual uma pessoa constrói sua personalidade, além
disso possui características muito específicas, as quais
serão declaradas mais adiante.

Por enquanto é importantíssimo enfatizar que a grande


diferença entre essas mudanças de humor e o
transtorno propriamente dito, é a intensidade, a
a presença de uma determinada quantidade de
sintomas e há quanto tempo eles têm aparecido.

Outro aspecto que deve ser analisado é se a pessoa


em questão está sob uso ou não de alguma substância,
isso porque determinados psicoativos podem produzir
reações e sintomas psicológicos momentâneos, que
podem ser confundidos com alguns dos sintomas
específicos do transtorno. Por isso, a importância deste
fato também deve ser levado em consideração, para
que não haja diagnósticos equivocados.

Dito isto, para identificar se uma pessoa tem Transtorno


de Personalidade Borderline, o DSM sugere o
preenchimento de alguns requisitos, subdivido em:

Sintomas;
Frequência;
Contextos.

Por esse motivo, para diagnosticar corretamente uma


pessoa com o Transtorno Borderline, é importante se
ater a presença de cinco ou mais dos seguintes
sintomas:

Padrão de relacionamentos interpessoais instáveis;


Impulsividade em pelos menos duas áreas que são
consideradas potencialmente autodestrutivas,
como relações interpessoais, relações sexuais,
relações com gastos financeiros excessivos,
compulsões alimentares, etc;
Perturbação no campo identitário com prejuízos na
autoimagem;
Investimento exagerado de esforços a fim de evitar
qualquer possibilidade de abandono, seja ela real
ou não;
Automutilações, ideações suicidas ou gestos
semelhantes;
Instabilidade afetiva, devido às persistentes
oscilações de humor;
Persistentes sensações de vazio existencial;
Dificuldade no controle de sentimentos como raiva,
especialmente devido à intensidade com a qual se
apresenta;
Ideação paranoide.

É importante, na hora de observar estes sintomas, o


prejuízo causado no âmbito pessoal e social do sujeito.

Como mencionado, não deve ser suficiente apenas se


atentar aos sintomas, mas também a sua frequência e
prejuízo. Além disso, alguns diagnósticos diferenciais
podem ser feitos. Não é incomum que o Transtorno
Borderline ocorra em conjunto com os Transtornos
Bipolares e Depressivos.

É importante salientar que, apesar do Transtorno de


Personalidade Borderline estar relacionado à
identidade do indivíduo, este não deve ser confundido
com conflitos de identidade, como os prováveis
questionamentos comuns do período da adolescência
que podem se estender até a vida adulta, por exemplo.
Por isso a importância de analisar cuidadosamente
cada caso.

O contexto em que determinados comportamentos


ocorrem também devem ser levados em consideração,
para que o diagnóstico seja feito da forma mais
coerente possível.
QUAL A IMPORTÂNCIA
DO DIAGNÓSTICO DO
TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE
BIPOLAR?
É importante lembrar inicialmente que só
conseguimos tratar de algo quando sabemos com o
que estamos lidando. Esse raciocínio serve para
qualquer situação, especialmente se estamos nos
referindo à promoção de saúde mental e qualidade de
vida. Entender o funcionamento psíquico de alguém, o
modo como essa pessoa é afetada, como ela tem
sustentado isso no decorrer da vida e quais são os reais
impactos nas suas relações, são questionamentos
centrais quando dialogamos sobre a importância de
um diagnóstico preciso.

Como um dos principais efeitos dos Transtornos de


Personalidade é no âmbito da qualidade de vida
dessas pessoas, a importância de um diagnóstico,
especialmente precoce, também se destaca nesse
campo. Entender o funcionamento de cada indivíduo é
necessário para que possamos buscar ajuda da forma
mais adequada possível.

O diagnóstico não deve servir para rotular uma pessoa,


mas sim para que possamos compreendê-la e dar a
oportunidade para que ela também possa se entender
melhor. Com isso, é possível proporcionar uma boa
qualidade de vida, evitar episódios que possam colocá-
la em potenciais riscos e estigmas sociais.

Outro ponto a ser destacado é que, ao realizar um


diagnóstico, podemos orientar familiares e pessoas
próximas (e de confiança) de pacientes com o
transtorno, a fim de compreenderem também como
lidar com essas pessoas, levando em consideração
que o transtorno também afeta as relações
interpessoais e os contextos em que ela está inserida.
Por isso, a importância de disseminar informação e
prezar por uma boa rede de apoio.
Além disso, o diagnóstico pode ser útil justamente para
a quebra do estigma social de que determinados
funcionamentos psíquicos são situações problemas a
serem solucionadas. Pelo contrário, saber utilizar o
diagnóstico de forma ética e responsável, possibilita
que esse tipo de preconceito seja superado, dando
abertura ao entendimento e conhecimento de que,
esses indivíduos são pessoas, apesar dos sintomas
relacionados ao transtorno, ou seja, elas podem ter um
diagnóstico, mas não estão limitadas a ele.
COMO LIDAR COM
UMA PESSOA
DIAGNOSTICADA COM
TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE
BIPOLAR?
O fato de uma pessoa ser diagnosticada com um
transtorno, não a torna diferente (de forma pejorativa)
ou mais problemática que outras pessoas. Isso é um
imaginário social que precisa ser combatido com muita
informação. É necessário fazer esse exercício de
reflexão, pois é comum colocarmos um peso quando
nos questionamos sobre como lidar com alguém,
como se fosse algo de outro mundo ou muito difícil de
fazer. Como dito, este preconceito pode ser combatido
com uma boa dose de informação.

É importante salientar que, a partir do momento em


que uma pessoa é diagnosticada, ela possivelmente
contará com os recursos necessários para ter uma boa
qualidade de vida. Com isso, é de grande importância
que seja desconstruída a ideia de que ter um
transtorno é sinônimo de loucura ou qualquer coisa do
gênero, pois isso interfere no processo de cuidado, de
aceitação e de tratamento. Por esse motivo, enfatiza-se
novamente a importância de uma boa rede de apoio.

Essa rede de apoio pode ser composta por familiares,


amigos(as), companheiros(as, profissionais do campo
da saúde mental ou qualquer outra pessoa
considerada de confiança. Este é um ponto chave no
manejo de qualquer situação em que alguém possa
estar em sofrimento, seja ele qual for.

Um ponto válido de ser destacado é que, muitas vezes,


a própria pessoa pode não perceber que está em
sofrimento ou ter dificuldade na aceitação de um
diagnóstico. Ela pode sentir todos os efeitos, mas o
processo de aceitação é um outro caminho que precisa
de paciência e cuidado, justamente por toda imagem
que já é anteriormente construída sobre o que é ter
qualquer tipo de transtorno. Por esse motivo, muitas
kkk
vezes a pessoa pode hesitar em procurar ajuda.

Então, retomando, não interprete o “lidar” como algo de


extrema complexidade. Compreender, inicialmente, o
que significa Transtorno de Personalidade Borderline
pode te ajudar nesse processo. Em seguida, tenha em
mente que você está se relacionando com uma outra
pessoa e que, como mencionado anteriormente,
apesar de ter um diagnóstico não a torna digna de
menos respeito ou de um tratamento diferente e
inadequado.

Após essa reflexão, há algumas observações que


podem te auxiliar a compreender e lidar com pessoas
que foram diagnosticadas com TPB. São elas:

Busque informação;
Livre-se de qualquer ideia pré-concebida;
Tente entender que aquela pessoa pode estar em
sofrimento;
Busque entender o que causa o sofrimento para
aquela pessoa;
Seja parte da rede de apoio;
Incentive essa pessoa a buscar ajuda profissional;
Repasse apenas informações confiáveis;
Não despreze os episódios intensos dos sintomas;
Entenda que o Transtorno de Personalidade é uma
maneira pela qual a pessoa se estruturou enquanto
sujeito;
Esteja ciente de que cada pessoa expressará seus
sintomas de um jeito, então não padronize.
Compreenda que a dificuldade de estabelecer
relações estáveis não é necessariamente um
problema com você, mas sim um dos sintomas do
transtorno;
Além disso, levando em consideração os critérios
diagnósticos do transtorno, é importante se atentar a
determinados aspectos:

É importante que uma pessoa com esse tipo de


diagnóstico tenha acompanhamento frequente;
Devido às possibilidades de autolesões, é
importante que os devidos cuidados e precauções
sejam tomados;
Acompanhar os excessos de consumo e gastos
desenfreados que podem ser consequências do
transtorno;
Comportamentos impulsivos são comuns, portanto,
deve ser olhado com atenção a fim de prevenir
possíveis riscos;

É importante lembrar que você não precisa estar


lidando diretamente com uma pessoa diagnosticada
com o TPB no momento presente para buscar
informações a respeito. Essas observações podem ser
úteis e utilizadas como orientações para possíveis
situações futuras.
QUAL O
TRATAMENTO PARA O
TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE
BIPOLAR?
O primeiro passo para o tratamento, é o diagnóstico.
Seja uma pessoa atenta aos sintomas, caso tenha
qualquer dúvida ou desconfiança, não hesite em
buscar profissionais que sejam qualificados para isso.
Dito isto, após feito o diagnóstico, é o momento de
entender como o Transtorno afeta a vida dessa pessoa,
para isso, ela fará acompanhamento com profissionais,
provavelmente da Psicologia e Psiquiatria. É importante
essa atuação conjunta, para um melhor resultado e
promoção de uma maior qualidade de vida.

É válido salientar que os tratamentos não seguem à


risca um formato padronizado, dado que apesar das
características gerais do sintomas, cada um pode se
apresentar com maior ou menor intensidade em cada
pessoa. Compreender isso, especialmente através da
Psicoterapia, é de grande utilidade para ter um
tratamento direcionado para cada caso.

Além disso, há diversas coisas que podem ser feitas


para auxiliarem nesse processo, como a prática de
exercícios físicos, meditação, estar em ambientes e
cercado de pessoas que proporcionam conforto e
segurança. Esses aspectos são importantíssimos, se
pensarmos na importância de um ambiente seguro e
que possibilite o sentimento de pertencimento e apoio.
Inclusive, esse pode ser um grande diferencial no
processo, no que se refere à adesão de possíveis
tratamentos que poderão vir a ser direcionados para
cada pessoa diagnosticada.

Psicoterapia
O processo de psicoterapia é importante não apenas
no tratamento após um diagnóstico, mas
especialmente na identificação de determinados
padrões de comportamento que podem se configurar
em algum transtorno, levando em consideração que a
identificação e diagnóstico é o primeiro passo para que
sejam tomados os encaminhamentos necessários.

Na psicoterapia, a pessoa será capaz de entender


quais situações intensificam e são consideradas
gatilhos para a manutenção de determinados sintomas,
assim como manejar da forma mais saudável
potenciais crises. Além disso, ter um acompanhamento
psicológico pode ser útil para entender o que pode ter
ocasionado específicos modos de sofrimento. Essa
identificação é de grande importância para o próprio
tratamento, pois assim podemos trabalhar também
com prevenções.

O tratamento psicoterápico pode auxiliar nos seguintes


aspectos:

Estabelecer relações mais estáveis;


Manejar sentimentos e emoções;
Compreender situações que possam colocar a
pessoa ou alguém em risco;
Evitar comportamentos obsessivos e compulsivos,
entendendo especialmente se estes
comportamentos são consequências do transtorno
propriamente dito ou de alguma outra
comorbidade;
Controle da impulsividade;
Processo de aceitação e desmistificação do
transtorno;
Confiança;
Autoestima;
Pensamentos obsessivos;
No caso da necessidade de medicamentos, a
psicoterapia pode ajudar também no processo de
adaptação dos possíveis efeitos colaterais
causados pelo uso.

Com isso, entende-se que a psicoterapia tem muito a


contribuir e que não deve ser negligenciada quando o
assunto é tratamento de transtornos psicológicos,
especialmente se estivermos falando dos de
personalidade.

É necessário o uso de
medicamentos?
A avaliação sobre a necessidade de uso de
medicamentos será feita com o acompanhamento da
Psiquiatria, enfatizando que a prescrição de
medicamentos neste caso deve ser feita por
psiquiatras. Para isso, será feita uma cuidadosa
avaliação a fim de confirmar a hipótese diagnóstica do
possível transtorno, assim como o grau e intensidade
com o qual a pessoa é atingida. Após isso, será
mencionada a necessidade ou não do uso de
medicamentos, assim como a dosagem correta para
cada pessoa.

É importante destacar que cada pessoa reage de uma


forma aos medicamentos, então não tem como
padronizar como este será receitado para cada pessoa,
muito menos se exatamente todas as pessoas
necessitarão usufruir deles. O ponto a ser salientado é
a necessidade de buscar profissionais qualificados para
que a avaliação correta seja feita e as orientações
sejam realizadas. Especialmente quando há
possibilidade de confusões com outros diagnósticos
semelhantes ou que podem agir em comorbidade com
o Transtorno de Personalidade Borderline.

Por isso também, destaca-se a importância do


acompanhamento psicoterápico neste processo, pois
auxilia na promoção de bem-estar, compreendendo o
que é ou não efeito de medicamentos, assim como ter
um apoio qualificado, especialmente durante o período
inicial, que é crucial para a adaptação.
CONCLUSÃO
Lidar com pessoas diagnosticadas com transtornos,
não é tão diferente de lidar com qualquer outra
pessoa, afinal, cada um tem seu modo de ser e agir.
É importante destacar que nestes casos, alguns
cuidados são enfatizados, para promoção de melhor
qualidade de vida, assim como prevenção de
situações que as possam colocar em risco.
Especialmente essas situações devem ser evitadas,
na realidade.

O Transtorno de Personalidade Borderline, ou TPB, é


conhecido pela intensidade com a qual os sintomas
são vivenciados.
Se traduzirmos a palavra Borderline para o português,
veremos que a tradução sugere a palavra fronteira, ou
seja, a pessoa diagnosticada com esse transtorno vive
nos meus máximos limites, seja das oscilações de
humores, seja na intensidades dos sentimentos de
raiva, ansiedade, insegurança, euforias, entre outros.
Essa vivência fronteiriça da realidade, pode acabar por
impactar diretamente na Saúde dessas pessoas, as
colocando em riscos significativos de vida, pois como
já foi mencionado, alguma ações auto lesivas podem
ocorrer, o que não significa que haja necessariamente
um desejo consciente de colocar-se em risco, mas o
ato em si, impensado, pode gerar maiores
repercussões, por sua vez, indesejáveis.

Por esse motivo, salientamos a importância de como


lidar com pessoas diagnosticadas com o TPB ou com
que apresente indícios, pois quanto mais precoce o
diagnóstico for feito, melhor a qualidade de
tratamentos e eficácia. Além disso, menos sofrimentos
serão causados pela experiência de vida dessas
pessoas.

Com isso, nota-se a necessidade da disseminação de


informações consideradas confiáveis para que seja
desmontada qualquer ideia pré-concebida acerca do
que é um transtorno, especialmente do que é, de fato,
ser diagnosticado com o Transtorno de Personalidade
Borderline. Afinal, compreender o que é, torna-se o
primeiro passo para saber como lidar com pessoas que
foram diagnosticadas, assim como identificar quando
alguém pode estar em sofrimento por conta disso. Isso
também te auxiliará a procurar os profissionais
qualificados para que eles possam, inclusive, te ajudar
a lidar com essas situações.
REFERÊNCIAS

BUTION, Denise Catricala; WECHSLER, Amanda Muglia.


Dependência emocional: uma revisão sistemática da literatura.
Estudos Interdisciplinares Em Psicologia, v. 7, n. 1, p. 77-101,
2016.

SPITZ, René A. O primeiro ano de vida. WMF Martins Fontes.


2013.

FONTELES, Lívia Arcanjo; CAMPOS, Victor Emídio. Resiliência


como recurso para a saúde emocional. ID on line REVISTA DE
PSICOLOGIA, v. 4, n. 12, p. 16-20, 2010.
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