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Microbiologia e Parasitologia

2022 - 2023

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Microbiologia e Parasitologia | 1ºAno | 1ºSemestre| 2022-2023
IMUNODIAGNÓSTICO

Diagnóstico laboratorial por meio de técnicas imunológicas

Aglutinação Rápida

Imunofluorescência

ELISA - (Enzyme Linked Imunosorbent Assay)

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Imunodiagnóstico

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Reações com anticorpos

Aglutinação A ligação de anticorpos aos microrganismos, ou células infetadas, promove


a sua agregação, formando precipitados visíveis a olho nu

https://www.youtube.com/watch?v=Zsdhe0xFBf4
3 min
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Imunodiagnóstico

O microscópio utiliza luz UV para a leitura.


Duas formas de imunofluorescência: Direta e Indireta 5
Imunodiagnóstico
Deteção de antigénio

Diagnóstico de enfermidades por Imunofluorescência Direta

❖ Doenças de pele autoimunes (Lúpus eritematoso)

❖ Doenças bolhosas (vasculites)

❖ Doenças sexualmente transmitidas (Chlamydia trachomatis)

❖ Legionella pneumophila

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Imunodiagnóstico
Deteção de anticorpo

Diagnóstico de enfermidades por Imunofluorescência Indireta

❖ Doenças reumáticas autoimunes (Artrite reumatoide, Artrite psoriática)

❖ Imunodeficiência humana

❖ Hepatites

❖ Esclerose múltipla

❖ Doença celíaca

❖ Doença de Crohn

❖ Raiva

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Imunodiagnóstico

Espetofotómetro para
leitura dos resultados
(densidade ótica-DO)

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Imunodiagnóstico

Microplacas após reação para leitura Deteção de Anticorpos

Espetofotómetro para
leitura dos resultados
(densidade ótica-DO)

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Deteção de Anticorpos
Immunoblotting é uma técnica muito utilizada em biologia molecular para análise de proteínas,
sendo possível obter informações sobre o peso molecular e a quantidade relativa existente
dessa proteína específica numa determinada amostra. Técnica muito sensível e específica.
Diagnóstico confirmativo da infeção por HIV; doença de Creutzfeldt-Jacob, doença de Lyme,
hepatite B e herpes

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Deteção de Antigénio

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Métodos moleculares

❖ Os métodos moleculares representam um conjunto de métodos analíticos de diagnóstico,


utilizados em laboratório para analisar amostras obtidas de doentes, permitindo a deteção
e identificação de ácidos nucleicos de agentes microbianos causadores de doença, para
além de outras moléculas nomeadamente, lípidos e proteínas.

❖ As técnicas de PCR (Polymerase Chain Reaction - Reação de Polimerase em Cadeia)


Convencional e Tempo Real, nas suas variedades Simplex e Multiplex, são as ferramentas
básicas mais comuns da biologia molecular, geralmente aplicadas em rotinas de
diagnóstico de doenças infeciosas.

❖ Os métodos moleculares constituem uma alternativa aos métodos convencionais de


diagnóstico, pois são de resposta mais rápida e precisa, abreviando o tempo de resposta.

❖ Podem ser utilizados em microrganismos cultiváveis e não cultiváveis, podendo ser


utilizados diretamente em amostras biológicas ou em culturas puras de microrganismos.
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Métodos moleculares

Reação em Cadeia da Polimerase


1. Desnaturação (94º - 98ºC durante 20 a 30s)
2. Annealin (50º - 65ºC durante 20 a 40s)
3. Extensão (72ºC)

Eletroforese em gel de agarose


Técnica de separação de moléculas que envolve a Equipamento
Transiluminador
migração de partículas num gel durante a aplicação de
Luz UV
corrente elétrica.
As moléculas são separadas de acordo com o seu
tamanho e as de menor peso molecular migram mais
rapidamente que as de maior peso molecular.
A eletroforese normalmente é utilizada para separar
proteínas e moléculas de DNA e RNA.
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Métodos moleculares

Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real


A reação de polimerização em cadeia em tempo
real combina a metodologia de PCR
convencional com um mecanismo de deteção
baseado no uso de sondas marcadas com
corantes fluorescentes.
A metodologia permite que os processos de
amplificação, deteção e quantificação de DNA
sejam realizadas numa única etapa, agilizando
a obtenção de resultados e diminuindo o risco
de contaminação da amostra e dando maior
precisão.
Comparado com o sistema de PCR
convencional, o PCR em tempo real é
monitorizado dentro do tubo de reação, não
sendo necessário a separação em gel de
eletroforese. 14
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Métodos moleculares

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Métodos moleculares

VÍDEOS - PCR

https://www.youtube.com/watch?v=iQsu3Kz9NYo&list=RDiQsu3Kz9NYo&start_radio=1

VÍDEOS - ELETROFORESE

https://www.youtube.com/watch?v=kjJ56z1HeAc

https://www.youtube.com/watch?v=ZDZUAleWX78

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CONTROLO DAS INFEÇÕES BACTERIANAS
❖ Compostos Antimicrobianos
❖ Vacinação

ANTIMICROBIANOS
❖ Características gerais
❖ Classificação
❖ Mecanismos de ação
❖ Mecanismos de resistência

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Controlo das Infeções Bacterianas

Compostos antimicrobianos

A medicina moderna depende de agentes quimioterapêuticos

Destroem os microrganismos patogénicos


Microbicida
(p.e. bactericida, virucida, fungicida)
ou

Inibem o seu crescimento

Microbiostático
(p.e. bacteriostático, virustático, fungistático)
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Controlo das Infeções Bacterianas

Compostos antimicrobianos

Agente antimicrobiano
composto químico que inibe o crescimento de microorganismos

✓ O cloreto de sódio (sal de cozinha) é o mais antigo agente antimicrobiano.


✓ Ácidos orgânicos (acético, benzóico, propanóico e sórbico) são usados como agentes antimicrobianos
em alimentos com baixo valor de pH.
✓ Nitratos e nitritos são utilizados para inibir o crescimento da bactéria Clostridium botulinum em alimentos
que contenham carne crua (linguiça, presunto, bacon e salame).
✓ Dióxido de enxofre e sulfitos são usados para controlar o crescimento de microorganismos em frutas
secas, sucos e vinhos.
✓ Várias plantas aromáticas e especiarias: coentros, manjericão, pimenta, tomilho, etc, são utilizadas
como substâncias antimicrobianas na confeção e conservação de vários tipos de alimentos

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Controlo das Infeções Bacterianas

Compostos antimicrobianos

Antibiótico
qualquer medicamento capaz de combater uma infeção causada por microrganismos que
causam infeções a outro organismo.
✓ Não destroem vírus
✓ O termo antibiótico tem sido utilizado de modo mais restrito para indicar substâncias que
atingem bactérias, embora possa ser utilizado em sentido mais amplo contra outros
parasitas (protozoários, fungos ou helmintos).
As primeiras substâncias descobertas eram produzidas por fungos, como a penicilina.
Atualmente, existem também antibióticos sintetizados ou alterados em laboratórios
farmacêuticos para evitar resistências e diminuir efeitos colaterais.

Colónia de Cultura de Staphylococcus


Penicillium (inibição do crescimento por Penicillium)

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Compostos antimicrobianos

...

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Controlo das Infeções Bacterianas

Fontes microbianas de alguns antibióticos

Bactérias
Streptomyces spp. Rifampicina
Tetraciclinas
Nistatina
Anfotericina B
Eritromicina
Canamicina
Neomicina
Estreptomicina

Micromonospora spp. Gentamicina


Bacillus spp. Bacitracina
Polimixina

Fungos
Penicillium spp. Penicilina
Cephalosporium spp. Cefalosporinas
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Controlo das Infeções Bacterianas

Compostos antimicrobianos

Antibiótico

❖ Bactericida, quando mata o microrganismo

❖ Bacteriostático, se interrompe a sua multiplicação ou inibe o seu metabolismo

Em Portugal, os antibióticos são classificados como medicamentos sujeitos a


receita médica (MSRM), sendo o Infarmed o instituto público que regulamenta e
fiscaliza a produção, distribuição, comercialização e utilização dos medicamentos
de uso humano e dos produtos de saúde, garantindo a sua qualidade, segurança e
eficácia
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Controlo das Infeções Bacterianas
Antibióticos: Descoberta e Resistência

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Adaptado Harbarth et al, (2015)
Controlo das Infeções Bacterianas

Compostos antimicrobianos – Mecanismos de Ação

Inibidores da síntese da parede celular


Penicilina, Ampicilina, Interferência com a síntese do peptidoglicano
Meticilina, Vancomicina ...

Bacitracina Interferência com o transporte transmembranar de


precursores da parede celular

Inibidores da síntese proteíca


Estreptomicina, gentamicina Liga-se à subunidade 30S do ribossoma, inibindo a
síntese proteica e a leitura do mRNA
Cloranfenicol Liga-se à subunidade 50S, bloqueando a formação
de ligações peptídicas
Eritromicina Liga-se à subunidade 50S, bloqueando o
enlongamento das cadeias peptídicas
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Controlo das Infeções Bacterianas

Compostos antimicrobianos – Mecanismos de Ação

Inibidores da síntese de ácidos nucleicos


Quinolonas Inibem a DNA girase bacteriana, interferindo com a
replicação e transcrição do DNA
Rifampicina Bloqueia a síntese de RNA

Provocam a disrupção da membrana celular


Polimixina B Liga-se à membrana plasmática, alterando a sua
estrutura e permeabilidade

Antagonismos metabólicos
Sulfonamidas Inibem a síntese do ácido fólico (elevado índice
terapêutico: os humanos adquirem o ácido fólico a
Trimetoprim partir da dieta, enquando as bactérias têm de
sintetizar este composto)
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Antibióticos – Mecanismos de Ação

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Controlo das Infeções Bacterianas

Compostos antimicrobianos

Têm de ter uma toxicidade selectiva, ou seja, inibir o crescimento ou eliminar o


microrganismo patogénico, causando o menor dano possível no hospedeiro

Dose terapêutica
Quantidade necessária de fármaco para tratar uma determinada infeção

Dose tóxica
Quantidade em que a fármaco começa a ter efeitos tóxicos no hospedeiro

Índice terapêutico
Razão entre a a dose terapêutica e a dose tóxica e (quando maior melhor!)

Ex: a penicilina apresenta um índice terapêutico elevado porque o seu alvo é uma função
microbiana que não se encontra nos eucariontes (síntese do peptidoglicano/parede celular)
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Controlo das Infeções Bacterianas

Compostos antimicrobianos
Estes compostos podem ainda ser classificados de acordo com os grupos de organismos
contra os quais são activos: antibacterianos, antifúngicos, antiprotozoários e antivirais
Alguns agentes são activos contra mais do que um grupo de organismos (p.e. sulfonamidas
– bactérias e alguns protozoários)
Os compostos antimicrobianos podem ser sintetizados “biologicamente - antibióticos” ou
“sinteticamente” (independente de actividade microbiana)
Exemplos de antibacterianos sintéticos: sulfonamidas e cloranfenicol (este também de origem
biológica)
Um número crescente de antibióticos são semi-sintéticos (antibióticos “naturais” que
sofrem uma modificação química, tornando-os menos susceptíveis à degradação pelos
microrganismos)
Exemplos são a ampicilina e a meticilina

Um composto antimicrobiano pode ter um espectro de ação:


- Largo - atingem grande número de microrganismos nas doses terapêuticas. Ex:
ciprofloxacina

-Estreito - ativos contra um pequeno grupo de microrganismos em doses terapêuticas. Ex:


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polimixina Microbiologia e Parasitologia | 1ºAno | 1ºSemestre| 2022-2023
Efeitos da antibioterapia na flora comensal

O tratamento com antibióticos pode perturbar a microbiota normal

❖ São prescritos antibióticos de largo espetro quando o agente etiológico


não foi identificado

❖ Uma desvantagem é que um grande número de espécies da microbiota


normal também são mortas

❖ Isto permitirá que outros organismos resistentes e eventualmente


patogénicos se desenvolvam e colonizem o organismo

❖ Os antibióticos de espectro estreito causam menos interferência com a


microbiota comensal e minimizam a probabilidade de resistência a
antibióticos)

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Efeitos da antibioterapia na flora comensal
❖ Alguns pacientes que recebem tratamentos com antibióticos podem
desenvolver infeções secundárias (por exemplo, fungos, tal como
candidíase, uma infeção causada por Candida albicans)

• A Candidiase é uma infeção dolorosa causada por leveduras, permitindo


que espécies como Candida albicans superem a flora normal

• A candidíase vaginal também pode desenvolver-se após perturbação da


microbiota vaginal

• A causa mais comum de candidíase vaginal é o uso de antibióticos

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Efeitos da antibioterapia na flora comensal
• Os antibióticos podem causar desequilíbrio da microbiota intestinal

• Disbiose: desiquilibrio da flora intestinal

• Entre os fármacos mais problemáticas estão a ampicilina, clindamicina,


fluoroquinolonas e cefalosporinas

• Clostridium difficile pode crescer desmesuradamente e causar colite


pseudomembranosa

• Os sintomas podem incluir cólicas abdominais, inchaço, fezes


sanguinolentas, febre e diarréia excessiva
Clostridium difficile

Colite
pseudomembranosa

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Controlo das Infeções Bacterianas

Compostos antimicrobianos

Resistência a fármacos antimicrobianos


Capacidade intrínseca ou adquirida que um microrganismo possui que
lhe permite crescer na presença de um fármaco antimicrobiano. O uso
inadequado de antibióticos conduz ao aparecimento de resistências,
tornando os agentes antimicrobianos menos eficazes.

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Controlo das Infeções Bacterianas
Principais Mecanismos de Resistência aos Antibióticos

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Adaptada Levy & Marshall, 2004
Controlo das Infeções Bacterianas
Mecanismos de Resistência aos Antibióticos

Figura 1. Os mecanismos de resistência nas bactérias surgem por mutações espontâneas no seu ADN, que são selecionadas na presença
do antibiótico (A), ou pela aquisição de genes de resistência que provêm de outras bactérias (transferência horizontal de genes) (B).
As bactérias transmitem os seus genes de resistência às células filhas, perpetuando a resistência (disseminação clonal)
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Amaro et al., Vida Rural, 2019
Controlo das Infeções Bacterianas

Antibioterapia das Infeções Bacterianas

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Controlo das Infeções Bacterianas

Antibioterapia das Infeções Bacterianas

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Controlo das Infeções Bacterianas

Lista de agentes patogénicos prioritários da OMS para a Pesquisa e desenvolvimento de


novos antibióticos
Prioridade 1: CRÍTICA
• Acinetobacter baumannii, resistente a carbapenemes
• Pseudomonas aeruginosa, resistente a carbapenemes
• Enterobacteriaceae, resistente a carbapenemes, produtoras de ESBL
Prioridade 2: ALTA
• Enterococcus faecium, resistente à vancomicina
• Staphylococcus aureus, resistente à meticilina, com sensibilidade intermediária e resistência à vancomicina
• Helicobacter pylori, resistente à claritromicina
• Campylobacter spp., resistente às fluoroquinolonas
• Salmonellae, resistentes às fluoroquinolonas
• Neisseria gonorrhoeae, resistente a cefalosporina, resistente às fluoroquinolonas
Prioridade 3: MÉDIA
• Streptococcus pneumoniae, sem sensibilidade à penicilina
• Haemophilus influenzae, resistente à ampicilina
• Shigella spp., resistente às fluoroquinolonas 38
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Controlo das Infeções Bacterianas

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https://apps.who.int/iris/handle/10665/325036
Controlo das Infeções Bacterianas

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Controlo das Infeções Bacterianas

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Infeções causadas por bactérias resistentes
Este estudo abrangeu 204 países

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The Lancet, Volume 399, ISSUE 10325, P629-655, February 12, 2022 Microbiologia e Parasitologia | 1ºAno | 1ºSemestre| 2022-2023
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% de isolados/paciente: sexo e grupo etário, por espécie bacteriana
Portugal 2020

WHO/ECDC- Antimicrobial resistance surveillance in Europe 2022 – 2020 data SURVEILLANCE REPORT
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Controlo das Infeções Bacterianas
Consumo de antimicrobianos na comunidade e em ambiente hospitalar na UE em 2020
(expresso em DDD/1000 habitantes por dia)

https://www.ecdc.europa.eu/sites/default/files/documents/ESAC-Net%20AER-2020-Antimicrobial-consumption-in-the-EU-EEA.pdf
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CAUSAS DA RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS

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CAUSAS DA RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS
1. Superlotação e más condições de higiene e sanitárias

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CAUSAS DA RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS
2. Poluição e alterações climáticas

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2. Poluição e alterações climáticas

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CAUSAS DA RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS
3. Alterações demográficas

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CAUSAS DA RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS
4. O aumento de doentes imunocomprometidos
5. Emergência de infeções que se pensava terem sido combatidas

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CAUSAS DA RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS
6. Aumento do comércio global de mercadorias e viagens das pessoas

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CAUSAS DA RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS
7. Excesso de consumo e uso inadequado de antibióticos

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CAUSAS DA RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS
Utilização por vezes inadequada de antibióticos na produção
animal e nas espécies de companhia

❖ No tratamento metafilático, a administração de antibióticos é feita por um curto


período de tempo, através da alimentação ou água de bebida a animais
saudáveis ​pertencentes a um bando/rebanho ou manada, onde sejam detetados
animais com sinais clínicos de doença.
❖ No tratamento profilático, a administração de antibióticos é igualmente feita
através da alimentação ou água de bebida a animais saudáveis, quando existe o
risco de infeção.
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Disseminação da Resistência entre os vários reservatórios
Adaptada, Woolhouse et al, (2015)
https://projects.iniav.pt/ciainvet/
Ilustração de Tânia Salgueiro
2.23 min

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28 fev 2022

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Antibioterapia das Infeções Bacterianas
Qual o antibiótico adequado?

❖ Identificação do agente patogénico: cultura microbiológica

❖ Avaliação da suscetibilidade aos vários antibióticos: métodos qualitativos e quantitativos

Método quantitativo – Determinação da Concentração Inibitória Mínima

Método qualitativo – Difusão de disco

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Qual o antibiótico adequado?
Método de difusão de disco

Agar Mueller-Hinton c/ sangue

Agar Mueller-Hinton Estirpe resistente


colónias crescem no halo de inibição

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Qual o antibiótico adequado?
Método de difusão de disco

Leitura dos halos de inibição 66


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Antibioterapia das Infeções Bacterianas
Qual o antibiótico adequado?

Método quantitativo – Determinação da Concentração Inibitória Mínima

É a concentração mínima de um antibiótico que inibe o crescimento bacteriano

Unidades = mg/L ou µg/mL

❖ E-teste

❖ Diluição em agar

❖ Microdiluição em caldo

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https://www.youtube.com/watch?v=Y9WEERSh5G0
1.30 min

PPCIRA
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Programa de prevenção e controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos

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Objetivos do PPCIRA

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Vídeos – Resistência aos Antibióticos

https://www.youtube.com/watch?v=mngVeKX8plk

https://www.youtube.com/watch?v=DqfAqIlZDQE

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ANTIMICROBIANOS - ANTIFÚNGICOS

Compostos Antifúngicos

Arsenal terapêutico antifúngico reduzido, em comparação com os compostos


antibacterianos

Várias substâncias antissépticas têm sido aplicadas topicamente há vários anos,


com uma ação limitada sobre diferentes espécies de fungos (p.e. tintura de
iodo, solução de azul de metileno, solução de permanganato de potássio,
solução de sulfato de cobre, nitrato de prata)

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ANTIMICROBIANOS - ANTIFÚNGICOS

Compostos Antifúngicos

Os derivados azólicos são derivados do núcleo do imidazol ou do triazol,


apresentando um espectro de ação largo (fungos filamentosos e leveduras)

Mecanismo de ação: Alteração da permeabilidade da membrana


citoplasmática, por inibição da síntese do ergosterol

Exemplos de derivados azólicos: Itraconazol e fluconazol

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ANTIMICROBIANOS - ANTIFÚNGICOS

Compostos Antifúngicos

A griseofulvina, extraída de Penicillium griseofulvum, é considerada o mais antigo


antifúngico ativo por via oral. Espectro de atividade limitado aos fungos dermatófitos, cuja
ação micostático parece dever-se à inibição da mitose

Os antifúngicos poliénicos são extraídos de actinomicetas do género Streptomyces. A


principal ação resulta da ligação das suas moléculas aos esteróis da membrana
citoplasmática, alterando a permeabilidade e causando a saída de sais e outras
moléculas de baixo peso molecular
Exemplos de antifúngicos poliénicos:

Nistatina, produzida por Streptomyces noursei e S. albidus, é ativa contra leveduras

Natamicina, produzida por Streptomyces natalensis, é ativo contra Candida e Aspergillus

Anfotericina B, produzida por Streptomyces nodosus, ativo contra um largo espectro de


fungos (leveduras e filamentosos)

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