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CONSTITUCIONAL
RESUMO
ABSTRACT
1. -INTRODUÇÃO
A princípio, nos tempos passados, as algemas, ferros, cadeias e grilhões não eram
apenas meios de submeter fisicamente os presos, mas também formas de castigo, como
os grilhões foram utilizados para impedir os presos de se movimentarem, onde passaram
a simbolizar a opressão.
E como também, as primeiras algemas que foram criadas, tinha apenas um
tamanho, era as grilhetas de metal, onde o facto não era ajustado, onde os anéis ficavam
apertados em quem tinha pulsos grandes e folgadas em quem tinha pulsos pequenos,
sendo assim, gerando problemas, essas grilhetas foram usadas na era medieval, como
também, os grilhões que foi usado para transporte de escravos, onde prendia os
remadores no banco, fazendo-se a necessidade dos presos se movimentar nas prisões,
foi assim que se criaram as algemas de tornozelo.
Seguidamente, as algemas de dedos, onde as mesmas foram feitas para os
detetives usá-las ou policiais fora de serviço, e podem ser carregadas nos bolsos, pelo o
fato de ser pequenas, sendo usadas mais nos países asiáticos, em que os presos são
acorrentados com algemas em miniatura.
Ainda mais, temos as algemas descartáveis, elas também são algemas pequenas
em tamanho, são leves e flexíveis, porém, essa algema tem uma grande resistência e
elas são usadas em todo mundo, onde a vantagem da mesma é que o agente de
segurança, pode levar várias algemas descartáveis, mas ela só pode ser usada para
triagem, onde verifica quem realmente será conduzido, e depois dessa triagem, as
algemas descartáveis seriam substituídas por algemas de aço, como por exemplo, em
rebeliões em presídios ou em qualquer ocasião que tenha que conter as pessoas por meio
de algemas.
Por fim, temos também as algemas de pulsos, e sendo a mais utilizada no Brasil,
são feitas usualmente em aço inoxidável ou conjugadas com alumínio ou polímero,
consistem em dois sistemas esféricos interligados entre si por correntes ou dobradiças,
elas são pulseiras de metal providas de cadeados, utilizadas para prender os braços de
uma pessoa nos pulsos à frente ou atrás do corpo, e que tem por objetivo conter o
movimento convencional das mãos e braços, continua até hoje com grande polêmica,
sendo objeto de acirrado debate, e foi destaque na súmula vinculante nº 11.
Tentamos uma análise atual dos usos desse artefato, dada a sua natureza, e os
princípios consagrados na Constituição de 1988, principalmente pela sua relativa
simplicidade e eficácia. Após, mostra-se que o uso de algemas não é propriamente
regulamentado no Brasil. Artigo 199 do Código Penal. Dessa forma, analisamos de
forma objetiva os meios para fechar brechas legais e fornecer subsídios para que esses
meios sejam utilizados de forma correta.
“(...) temos por dignidade da pessoa humana a qualidade intrínseca e distintiva de cada
ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado
e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres
fundamentais que asseguram a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho
degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas
para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e
corresponsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os
demais seres humanos.”
Nesta senda, podemos perceber que ao mesmo tempo em que temos uma visão
de que ao usar algemas em um indivíduo está atentado contra sua dignidade humana,
temos também a concepção de que o uso de algemas como forma de educar e corrigir é
legítimo.
Nesse sentido, Paulo Fernando Silveira argumenta que a prisão é de fato um ato
que atenta contra a liberdade individual, a dignidade humana, a integridade moral e a
imagem pública. Assim, se a prisão for legal, o uso de algemas é constitucional porque é
um uso razoável da força destinado a garantir um interesse maior e explica que "o
interesse do Estado de impedir a vida ou lesão corporal de policiais ou terceiros - que
permite o uso de algemas - é muito mais importante do que o interesse do indivíduo (jus
libertatis), mas ainda mais quando se trata de um suposto crime com o mero uso de
algemas - contra a dignidade e a imagem humana de detentos. Segundo Magalhães
Noronha,
Sendo assim, a forma correta do uso de algemas como equipamento policial, são
tão necessárias como os demais, sejam eles, armas e colete a prova de balas. Para o
STF, o uso de algemas deve ser adotado em algumas finalidades, como impedir,
prevenir, ou dificultar a fuga ou reação indevida do preso, desde que haja fundada ou
justificado receio de que tanto venha a ocorrer, e como também evitar agressão do preso
contra os próprios policiais, contra terceiros ou contra si mesmo. Colocando sempre em
evidência, que as algemas tem suas garantias preventivas.
Tendo em vista, que em alguns casos as algemas são proibidas, sendo elas
quando se tratar de pessoa presa de acordo com o artigo 242 do Código de Processo
Penal Militar, como se tais pessoas fossem inatingíveis pela Lei ou fossem menos
perigosas e lesivas do que outras pessoas que não constam nas alíneas do referido
artigo. Tais pessoas especiais são:
E por outro lado, o uso de algemas pode ser constituído por uma conduta
criminosa, o uso indevido do instrumento pode ser caracterizado por abuso de
autoridade, e até mesmo o crime de tortura, ou seja, se causar sofrimento físico ou
mental na pessoa. De modo geral, o que tem que prevalecer é a discricionariedade do
policial na hora de efetuar a prisão, a questão de algemar ou não o preso é uma questão
subjetiva do policial, não podendo esquecer que mesmo sendo um criminoso, não ficará
sem os seus direitos fundamentais.
E todas as vezes que houver excesso do uso de algemas, podemos estar diante do
abuso de autoridade, nos termos dos artigos. 3º, i e 4º, b da Lei de nº 4.898/65,
denominada Lei de Abuso de Autoridade. De modo que, a Constituição Federal vigente,
dispõe sobre o respeito à integridade física e moral dos presos.
Dessa forma, como por exemplo a prisão em flagrante delito, não tem o que se
questionar sobre o uso de algemas, sendo no ato de prisão ou para se escoltar preso.
Diferentemente de uma prisão feita de forma abusiva, como levar alguém em uma
delegacia ou sistema prisional de forma errada, onde estaria violando os princípios
constitucionais, fazendo-se a importância da Súmula Vinculante nº 11 com o seguinte
teor:
“Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de
fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de
terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato
processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado". Sendo
assim, para que seja evitado o abuso, impedindo que sejam empregadas de forma
humilhante, espalhafatosa ou teatral. Por ela, as algemas só podem ser usadas em três
hipóteses excepcionais: resistência à ordem de prisão legal, fundado receio de fuga do
preso e agressão por parte deste ou de terceiros.”
É evidente que o uso de algemas tem uma grande importância, mas deverá ter
uma cautela de segurança, em que não ofenda a honra do preso. Sempre observando as
normas que regem esses direitos inerentes ao preso. E, no que diz respeito ao uso de
algemas no Tribunal do Júri, dispõe o art. 474, parágrafo 3° da Lei n°11.689 de 2008,
em que não permitirá o uso do instrumento no acusado durante o período em que
permanecer no plenário do júri, somente poderá ser utilizado à ordem dos trabalhos, à
segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes.
Inciso III
Art. 167
Manual Operacional do Policial Civil diz que: “o preso somente poderá ser
desalgemado mediante ordem da autoridade competente, que deverá ser previamente
informada a respeito da periculosidade do suspeito”.
“medidas de proteção”