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2 CONSTRUTO TEÓRICO

O presente capítulo discorre sobre temas que servirão como base teórica
relevante à construção desta obra, a saber, administração financeira, análise
econômico-financeiro de empresa, processo de recuperação judicial na Oi, histórico
da empresa investigada e processo de recuperação judicial.

2.1 Administração financeira

As práticas que envolvem finanças estão (inevitavelmente) permeadas na


vida e no cotidiano das pessoas. Desde as atividades de pessoas físicas, como as
atividades de pessoas jurídicas, de uma forma ou de outra, estão inseridas na
dinâmica financeira (CHIAVENATO, 2014).
A respeito das finanças, Gitman (2003, p. 4) vai dizer que esta é “a arte e a
ciência da gestão do dinheiro”. O tratamento das práticas de finanças como arte
pode ser justificado pelo seu papel de identificar as melhores formas de
investimentos para cada perfil de investidor. As finanças, sob a perspectiva
científica, são explicadas pelo seu caráter metodológico de assessorar os “fluxos de
recursos das empresas e das pessoas físicas, suportadas por estudos científicos”
(SOUZA, 2014, p. 4).
As finanças, Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2002), são compostas por
pelo menos quatro áreas básicas: finanças corporativas (ou finanças empresariais),
investimentos, instituições financeiras e finanças internacionais. Para o capítulo em
curso destaca-se a primeira área (finanças empresariais), da qual emerge o estudo e
a função da temática pertinente ao presente tópico: a administração financeira.
A organização e atividades da função financeira dentro das pequenas e
médias empresas, normalmente ficam a cargo da contabilidade, ou mesmo de um
dos sócios, que, não raramente, este último acumula outras funções e acaba
negligenciando a área financeira, preocupando-se, prioritariamente, com o
gerenciamento das disponibilidades (GITMAN, 2003; BRAGA, 1989).
Já nas grandes empresas, a gestão das finanças tem grande relevância e
possui um departamento próprio, encabeçado pelo diretor financeiro e, geralmente,
divido em dois setores maiores, a Tesouraria e a Contabilidade (GITMAN, 2003).
Em quanto as atividades da contabilidade estão relacionadas aos assuntos
fiscais, contabilidade gerencial e contabilidade de custos a tesouraria lida com as
tarefas inerentes ao administrador financeiro (tesoureiro), que realiza variadas
tarefas, “tais como planejamento, concessão de crédito a clientes, avaliação de
projetos de investimentos e captação de fundos para financiar as operações da
empresa” (GITMAN, 2003, p. 4).
Souza (2014), argui que a função financeira apoia o administrador a tomar
decisões em relação a alguns tipos de problemas, como por exemplo: qual
investimento de longo prazo a empresa deve realizar? Como estes investimentos
serão financiados? E, ainda, como o capital de giro deve ser administrado? Vale
acrescentar, também, a importância que deve ser dada, pelo gestor, à estrutura de
capital da empresa (SILVA, 2013).
O investimento pode ser considerado uma das áreas mais importantes das
Finanças Corporativas, pois lida com decisões relacionadas à alocação de capital.
Essa alocação de capital pode ser designada à expansão da atividade produtiva, à
modernização dos ativos fixos (máquinas, equipamentos, tecnologias, etc.) e outros
tipos variados de investimentos, como, por exemplo, contratação de assessoria
externa, pesquisa e desenvolvimento etc. (ASSAF NETO e LIMA, 2014).
No mesmo sentido, numa aplicação financeira, que é uma alternativa de
investimento, preocupações com o valor futuro desta aplicação, ou o valor presente
de um crédito a vencer no futuro, são noções imprescindíveis a serem analisadas
(BRAGA, 1989).
Para um investimento de longo prazo, o administrador financeiro deve
considerar alguns fatores que influenciarão diretamente no bom resultado (ou não)
do investimento. As taxas – de juros ou de retorno, – o tempo – despendido, ou para
a quitação de um empréstimo, ou para a estimativa do retorno de um capital
investido, são aspectos consideráveis na hora de se tomar decisões a respeito de
investimentos (BRAGA, 1989).
As decisões de financiamentos, tomadas pelos administradores financeiros,
segundo Souza (2014), “compreendem os instrumentos de capital, como é o caso da
emissão de ações, e instrumentos de dívidas, como debêntures e capitação de
recursos de logo prazo” (SOUZA, 2014, p. 7). A utilização destes instrumentos
possibilita ao administrador montar uma “estrutura financeira mais adequada às
operações normais e aos novos projetos a serem implantados na empresa”
(BRAGA, 1989).
O capital de giro. De acordo com Ross, Westerfield e Jordan (2002), o capital
de giro é a quantidade de ativos circulantes (dinheiro em caixa, estoques) e passivos
a curto prazo (pagamentos de dívidas a fornecedores) disponíveis e suficientes para
dar seguimento às operações da empresa, sem interrupções onerosas. Para Brom
(2007), “a gestão do capital de giro é de fundamental importância, pois o caixa
reflete o que ocorre na organização, como sua capacidade de pagar suas
obrigações em dia e de gerar retorno aos acionistas.” (BROM, 2007, p. 55).
Outro aspecto relevante à gestão financeira é a estrutura de capital. Segundo
Silva (2013), “a estrutura de capitais de uma empresa envolve a composição de
suas fontes de financiamentos. Os fundos aplicados em ativos (circulantes e não
circulantes) são provenientes dos proprietários da empresa ou de terceiros” (SILVA
2013, p. 264).
Para Gitman (2003), a estrutura de capital é um dos territórios financeiros
mais complexos para se tomar decisões financeiras, isso devido a sua interação
com muitas outras variáveis de decisão. Ainda, segundo este autor, decisões
erradas envolvendo essa estrutura podem acabar em custo elevado de capital e
encolher os VPLs de projetos, tornando estes inconcebíveis. Por outro lado, se bem
estruturado o capital, os VPLs tornam-se maiores e viáveis, o que resultará em mais
projetos que poderão ser incorporados na empresa aumentando o seu valor.

REFERÊNCIAS

ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3ª ed. São Paulo:
Atlas, 2014.
BRAGA, R. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas,
1989.
BROM, L. G. Análise de investimentos e capital de giro: conceitos e aplicações. 2ª
ed. São Paulo: Saraiva, 2007. (livro eletrônico)
CHIAVENATO, I. Gestão financeira: uma abordagem introdutória. 3ª ed. Barueri:
Manole, 2014.
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de administração
financeira. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
SILVA, J. P. da. Análise financeira das empresas. 12ª ed. São Paulo: Atlas, 2013.
(livro eletrônico)
SOUZA, A. B. Curso de administração financeira e orçamento: princípios e
aplicações. São Paulo: Atlas, 2014. (livro eletrônico)

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