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COLÉGIO ESTADUAL DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS – UNIDADE DIONÁRIA ROCHA


2° ANO DO ENSINO MÉDIO

ALUNO(A): SARA LUÍZA BORGES PRAIEIRO

A INFLUÊNCIA DO SISTEMA DE CONTROLE


HOBBESIANO, NATUREZA DO SER E O VÍNCULO COM
GRANDES OBRAS.

ITUMBIARA GOIÁS

2023
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SARA LUÍZA BORGES PRAIEIRO

A INFLUÊNCIA DO SISTEMA DE CONTROLE


HOBBESIANO, NATUREZA DO SER E O VÍNCULO COM
GRANDES OBRAS.

Trabalho apresentado à disciplina de Filosofia


(Trilha Toda Forma de Poder) como requisito
para obtenção de nota.

Orientador: Regis Cardoso

ITUMBIARA GOIÁS

2023
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RESUMO

O presente trabalho trata-se de uma análise entre a obra ‘’Leviatã’’ de Tomas


Hobbes, o livro (Revolução dos Bichos)- George Orwell, experimentos científicos e
teorias de grandes pensadores; com a finalidade de exibir uma tese baseada no
comportamento humano (Coletivo ou Individual). Defenderemos a posição de que
racionalidade do homem faz parte do ser como algo natural, assim como a
moralidade.

A metodologia empregada para o estudo foi através de pesquisas e


observação como espectador nas aulas ministradas pelo professor Regis Cardoso.
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INTRODUÇÃO

O objetivo desse material é implicar como a teoria de Hobbes não é universal e


invicta por variados fatores, e como uma sociedade que segue cegamente os
princípios deste é suscitada a um quadro marcado por um ‘’Anestesiamento
coletivo’’ e ‘’Cegueira Moral’’.

1.1 A Concepção na Filosofia Hobbesiana: Natureza Humana

O filósofo Thomas Hobbes elaborou um sistema inteiramente baseado na


natureza antropológica de que o homem não é capaz de moralidade, isto é, o ser é
selvagem e impulsivo por instinto quando liberto das restrições sociais.

A teoria se torna sedimentada quando comparada ao ‘’Mito Anel de Giges’’ –


Platão, que exprime que o homem não agiria corretamente caso tivesse o poder de
fazer o mal sem ser percebido, levado instintivamente por sua natureza, não
encontrando uma força de carácter suficientemente forte para permanecer fiel à
justiça.

Com isso, obtemos o pessimismo antropológico de que o ser hobbesiano é


explorador por essência, usurpador e egoísta (HOMO, HOMINI, LUPUS); impossível
de ser alterado, mas possível de ser controlado.

1.3 O Homem Hobbesiano

Segundo a Teoria de Hobbes, o homem é mau por essência, onde a visão de que
não existe uma sociabilidade entre os mesmos de sua espécie é imposta.
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Para este, a ideia de solidariedade e ver o outro como si; é ausente, pois o indivíduo
hobbesiano não tem possibilidade de se relacionar sem utilidade ou benefício
conveniente.

Acreditar nesta tese, é olhar ceticamente para o ser, reconhecendo que para o
filósofo o aparato afetivo só se dá por amor e ódio; o amor sendo visto pela noção
de que este indivíduo só se aproxima caso lhe favoreça, e a aversão, pelo
afastamento caso lhe contradiga ou lhe atrapalhe. Conforme isso, podemos justificar
a ação de seres de atuais que trapaça e que são ignorantes, baseado na premissa
de uma natureza instintiva maléfica.

Porém, de acordo com minhas considerações, a teoria pessimista da natureza do


homem de Hobbes, é imprópria, já que a racionalização e o afeto com seu
semelhante é observada desde os primeiros anos de vida do ser. Sendo fato,
atribuído preceitos errados de acordo com a vivência de cada sujeito.

1.2 Repleto de Controle Adequado

De acordo com o Filósofo, caso o homem seja levado por si e pelo instinto,
seria gerado uma (Guerra de todos contra todos), onde a visão social produzirá
um meio em que ninguém tem segurança e ninguém tem garantia do direito à
vida.

Com isso, a presença de um Leviatã (Ser forte, e absolutista) se torna


extremamente necessária, considerando que haja um Estado baseado em leis e
punições para a proteção e realização de liberdade individual.

A partir disto, o controle ideológico é fato como um dos pilares desse


pensamento, contendo a pluralidade de valores e dissuadindo o desejo da
obediência (Doutrinação).

O escritor George Orwell – A Revolução dos Bichos, permite a


construção de uma sequência de ideias; com o exemplo de um governo
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totalitarista onde a narrativa de um Porco maioral é imposta de acordo com


os princípios deste. Suprimindo a individualidade de cada bicho que vive
neste cenário. A emblemática obra leva ao palanque as duas paixões
precisas por Hobbes ‘’O medo e a esperança’’, paixões estas que
inviabilizam uma convivência harmônica entre os homens e tem objetivo de
padronizar um comportamento.

Em virtude destes tópicos é possível a seguinte reflexão “Bastam somente


leis e punições para o bem estar social?” , em resposta ao questionamento
atribuo que não, essa cegueira moral advinda da padronização cria um indivíduo
enclausurado que não tem imaginação social, porém a construção de uma
identidade vai além da punição e do medo, levando a teoria ser comprometida se
pensarmos neste ser com um Alargamento Mental.
Alargamento mental este que tem como base o indivíduo que consegue se
livrar de si mesmo, e é capaz de se desprender do que lhe é imposto, decorrente
do seu ambiente e interação com o meio que vive.

1.4 Alienação Social e Obediência às autoridades

Por conseguinte do pensamento de Hobbes sobre o controle, é resultante que


a sociedade de um governo totalitarista seja alienada e siga indiscriminadamente
os preceitos do Rei Absolutista que a governa. A partir disso, inúmeras perguntas
são geradas, principalmente a de “Por que o ser segue deliberadamente o que
seu líder fala?’’, para responder a questão podemos citar o Experimento
Científico Obediência as Autoridades, desenvolvido pelo psicólogo Stanley
Milgra. Nessa experiência parte do princípio tinha como objetivo responder à
questão de como é que os participantes observados tendem a obedecer às
autoridades, mesmo que as suas ordens contradigam o bom-senso individual.
Isto é, a obediência é um ingrediente necessário para o funcionamento da
humanidade e a prontidão para a submissão é constante.
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Com isso, baseado nessa cegueira moral como princípio para um bem
coletivo, conseguimos fazer alusão ao clipe lançado em 2022 por Roger Waters
da música “Confortably Numb’’, que retrata uma sociedade zumbi, referente à um
Anestesiamento coletivo, e uma alienação em massa; além de evidenciar ainda o
Porco Totalitário que os rege.

1.5 Doutrinas da Autoridade:

Argumentando sobre a regência totalitária replico que nem sempre a liderança


humana há de ter os princípios corretos, afinal, o homem é lobo de si mesmo, e
dar o poder de uma nação a um só soberano é irrefutavelmente desproporcional,
já que de acordo com Hobbes todo ser humano é imoral.

Quem irá garantir que esse regente não irá colocar seus princípios acima de
um bem social em benefício próprio?

Até onde a contenção de valores dos seres deveria ser reprimida para um
Estado íntegro?

As doutrinas e valores de um líder realmente são universais e absolutas?

CONCLUSÃO

Realizado esse trajeto, Hobbes nos brinda com as ideias de que o ser é mau, e
segue indiscriminadamente seus princípios, não possuindo capacidade de
solidariedade, sendo vigente um líder para o guiar. Porém a ideia é questionada a
partir de do preceito de que o homem nasce bom e é corrompido pelo meio que vive,
e que a governança deve partir além de uma soberania.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Leviatã (Thomas Hobbes)

• Mito de Giges (Platão)

• A revolução dos Bichos (George Orwell)

• Confortably Numb (Roger Waters)

• Experimento Científico Obediência às Autoridades (Stanley Milgram)

• THOMAS HOBBES E A FUNDAMENTAÇÃO DO PODER SOBERANO NO


LEVIATÃ (Mateus Brilhadori de Oliveira)

• Leviatã: o monstro racional (Rita Helena Sousa Ferreira Gomes)

• Natureza Humana e Justificação do Estado em Hobbes (Luiz Antônio da


Silva)

• A REVOLUÇÃO DOS BICHOS, DE GEORGE ORWELL: Uma análise


comparativa ao período da Ditadura Militar (1964-1985) e as suas implicações
no Brasil recente (Cecília Maria Bezerra de Oliveira, Késsia Poliana Santos
Soares)

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