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Grupo 5A: Dyego Rhostan,

Eliane Vieira, José Rodrigo,


Luiz Eduardo, Maria Regina.
Ansiedade By Edvard Munch
Não durmo, nem espero dormir.
Nem na morte espero dormir.
Espera-me uma insônia da largura dos astros,
E um bocejo inútil do comprimento do mundo.

Não durmo; não posso ler quando acordo de noite,


Não posso escrever quando acordo de noite,
Não posso pensar quando acordo de noite —
Meu Deus, nem posso sonhar quando acordo de noite!

Ah, o ópio de ser outra pessoa qualquer!

Não durmo, jazo, cadáver acordado, sentindo,


E o meu sentimento é um pensamento vazio.
Passam por mim, transtornadas, coisas que me sucederam
— Todas aquelas de que me arrependo e me culpo;
Passam por mim, transtornadas, coisas que me não sucederam
— Todas aquelas de que me arrependo e me culpo;
Passam por mim, transtornadas, coisas que não são nada,
E até dessas me arrependo, me culpo, e não durmo.
[...]
Insônia By Álvaro de Campos
Sumário
1 – INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4
2 - CLASSIFICAÇÃO E MECANISMO DE AÇÃO DOS ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS
(BENZODIAZEPÍNICOS) .................................................................................................................. 5
3 - INDICAÇÕES E USO CLÍNICO DOS BENZODIAZEPÍNICOS .......................................................... 6
3.1- HIPNÓTICOS ....................................................................................................................... 6
3.2 - ANSIOLÍTICOS .................................................................................................................... 8
3.3 - EFEITOS ADVERSOS DOS BZD .......................................................................................... 11
4 - SÍNDROMES DE DEPENDÊNCIA E ABSTINÊNCIA AOS BENZODIAZEPÍNICOS .......................... 11
4.1 - SINDROME DE DEPENDÊNCIA ......................................................................................... 12
4.2 - SINDROME DE ABSTINÊNCIA DOS BENZODIAZEPÍNICOS (SAB) ...................................... 13
5 – TRATAMENTO ........................................................................................................................ 14
5.1 - A RETIRADA DOS BENZODIAZEPÍNICOS .......................................................................... 15
5.2 - SUBSTITUIÇÃO POR BENZODIAZEPÍNICOS DE MEIA-VIDA LONGA ................................. 16
5.3 - MEDIDAS NÃO-FARMACOLÓGICAS ................................................................................. 16
5.4 - MANUTENÇÃO SEM BENZODIAZEPÍNICOS ..................................................................... 17
6 - CLASSIFICAÇÃO E MECANISMOS DE AÇÃO DOS ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS
(NÃO BENZODIAZEPÍNICOS) ........................................................................................................ 17
6.1 - MECANISMO DE AÇÃO DOS HIPNÓTICOS NÃO-BZD....................................................... 17
6.2 - MECANISMO DE AÇÃO DOS ANSIOLÍTICOS NÃO-BZD .................................................... 17
7 - INDICAÇÃO E USO CLÍNICO DOS ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS (NÃO BENZODIAZEPÍNICOS) 19
7.1 HIPNÓTICOS Z (ZOLPIDEM - ZALEPLONA – ZOPICLONA)................................................... 19
7.1.1 ZOLPIDEM ................................................................................................................... 19
7.1.2 ZALEPLONA ................................................................................................................. 20
7.1.3 ZOPLICONA ................................................................................................................. 20
7.2 INDICAÇÃO E USO CLÍNICO DOS ANSIOLÍTICOS NÃO BENDOZIAZEPINICOS ..................... 21
7.2.1 BUSPIRONA ................................................................................................................ 21
7.2.2 BARBITÚRICOS............................................................................................................ 22
8. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 24
1 – INTRODUÇÃO

Na prática clínica, os benzodiazepínicos (BZD) são drogas psicotrópicas


que agem no sistema nervoso central, atuando no controle de transtornos de
ansiedade e pânico, insônia, epilepsia, além de ser adjuvante no tratamento
das principais psicoses, abstinência alcoólica e sedação para a realização de
procedimentos cirúrgicos. Assim, a substância foi aderida de forma positiva
pela classe médica, sendo considerada, inicialmente, uma medida terapêutica
segura e de baixa toxicidade em relação aos barbitúricos. Este contexto
proporcionou a cronificação de tratamentos e o consumo indiscriminado.

Estima-se que os BZD já tenham sido consumidos por 1 a 3% de toda a


população ocidental de forma regular por mais de um ano. Sabe-se ainda que
um em cada dez adultos recebe prescrição de BZD por um clínico geral, de
acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São
Paulo. Já em relação ao perfil dos usuários, a predominância é do sexo
feminino, estado civil casado, donas de casa e baixo nível socioeconômico,
segundo a literatura.

Os efeitos colaterais, a dependência e a abstinência devem ser


considerados perante a análise do risco e benefício ao tratamento. A educação
médica a respeito do aconselhamento ao paciente deve ser valorizada de
modo a melhorar a qualidade das orientações fornecidas e aderência
consciente por ambas as partes.

Neste breve resumo iremos abordar os seguintes tópicos: 1)


classificação e mecanismo de ação dos ansiolíticos e hipnóticos
(benzodiazepínicos); 2) indicações e uso clínico dos benzodiazepínicos;
3) descrições das síndromes de dependência e de abstinência aos
benzodiazepínicos; 4) tratamento das síndromes do item posterior; 5)
classificação e mecanismos de ação dos ansiolíticos e hipnóticos
(não benzodiazepínicos); 6) indicação e uso clínico dos ansiolíticos e hipnóticos
(não benzodiazepínicos).

4
2 - CLASSIFICAÇÃO E MECANISMO DE AÇÃO DOS ANSIOLÍTICOS E
HIPNÓTICOS (BENZODIAZEPÍNICOS)

Os BZD exercem sua função em sítios específicos, associados a


receptores do tipo GABA A. Esses receptores estão localizados no córtex,
cerebelo e estruturas límbicas, sendo constituídos por cinco subunidades que
se unem formando um canal permeável ao íon cloreto. Normalmente o receptor
apresenta duas subunidades alfa, duas beta e uma gama (FIGURA 1).1

Figura 1: Estrutura do receptor GABA A

A ligação do ácido gama-aminobutírico (GABA) ao seu receptor aumenta


a condutância do íon cloreto levando ao influxo desse íon na célula gerando
uma hiperpolarização da membrana e inibição da atividade neuronal. Os
benzodiazepínicos atuam como moduladores alostéricos positivos nesse
complexo, potencializando o efeito GABA (FIGURA 2).2,3

Figura 2: Mecanismo de ação dos benzodiazepínicos

Adaptado de: CPSM/SMS-Rio. Uso racional de psicofármacos, 2006; 1(1).

5
Estudos revelaram que o subtipo de unidade alfa presente no receptor
GABA torna o receptor mais ou menos sensível ao benzodiazepínico.
Receptores alfa-1 foram relacionados aos efeitos hipnóticos sedativos,
anticonvulsivantes e amnésicos dos benzodiazepínicos, enquanto aqueles com
subunidades alfa-2 e 3 estariam relacionados com os efeitos ansiolíticos.2,4

Quadro 1: Visão neurofisiológica dos Benzodiazepínicos

Ação Efeito Outros


Inibição da atividade Hipnótico sedativo Diminuição do nível de
elétrica na formação alerta cortical
reticular
Inibição do sistema Ação antagonista para
límbico (núcleo Ansiolítico convulsões produzidas
amigdaloide) pelos anestésicos locais
Adaptado de: CPSM/SMS-Rio. Uso racional de psicofármacos, 2006; 1(1).

3 - INDICAÇÕES E USO CLÍNICO DOS BENZODIAZEPÍNICOS

3.1- HIPNÓTICOS

As queixas em relação ao sono são comuns. Em consulta médica, 15 a


30% da população referem dificuldades para dormir no decorrer de um ano,
sendo que 5 a 10% recebem algum tipo de medicação. 5 Populações com risco
aumentado de insônia incluem pacientes com comorbidades clínicas e
psiquiátricas, mulheres e idosos.6

Quando a insônia ocorre na ausência de outras doenças, é chamada de


insônia primária. Já insônia secundária é a que acompanha alguma
patologia.5,7 A insônia secundária é muito comum em pacientes com
transtornos psiquiátricos, particularmente depressão, quando até 90% podem
apresentar problemas relacionado ao sono. Na depressão, é comum a
dificuldade de manter o sono, havendo despertar precoce. Em distúrbios de
ansiedade, a insônia se manifesta principalmente pela dificuldade de conciliar o
sono. Anormalidades no sono usualmente precedem a recorrência de crises
maníacas em pacientes com transtorno bipolar.8

Os BZD são ainda os hipnóticos mais utilizados, tendo substituído os


barbitúricos como agentes de primeira escolha porque apresentam maior índice
terapêutico e menor potencial para dependência física. 5,8 Além disso, não
provocam indução enzimática hepática e produzem um sono mais próximo do
fisiológico. Caracteristicamente, diminuem a latência do sono e a frequência
com que a pessoa acorda durante a noite, aumentando a duração do sono
total.9

6
Alteram também a proporção dos vários estágios do sono: aumentam a
duração do sono não-REM do estágio 2 (o sono leve que normalmente constitui
aproximadamente metade do tempo do sono) e diminuem a duração do sono
REM (o período caracterizado por sonhos frequentes) e o sono de ondas lentas
(o nível mais profundo de sono). Após uso prolongado, esses efeitos podem
diminuir, devido ao desenvolvimento de tolerância.10

Embora alguns BZD (estazolam, flurazepam, midazolam, nitrazepam,


temazepam e triazolam) se apresentem no mercado como agentes hipnóticos
específicos, todos os representantes são similares com relação ao efeito
sedativo.5,7 Estudo controlado e duplo-cego mostrou que dois BZD
(lormetazepam e nitrazepam) provocaram significativa melhora no sono dos
pacientes durante as 24 semanas de tratamento.11

A escolha de um agente hipnótico específico deve estar baseada nas


queixas do paciente. Pacientes com dificuldades de iniciar o sono, mas que
não apresentam problema na sua manutenção devem receber agentes com
início rápido de ação e meia-vida curta, como triazolam. Agentes com início de
ação lento e meia-vida intermediária, como temazepam e estazolam, podem
melhorar a manutenção do sono, mas não são úteis para diminuir o tempo de
início do sono. Já um de efeito mais prolongado como o flurazepam, pode ser
empregado no paciente que apresenta insônia ou necessita também de efeito
ansiolítico durante o dia5 (Quadro 2). Os hipnóticos de meia-vida curta teriam a
vantagem de não provocar sonolência residual na manhã seguinte. No entanto,
o uso desses compostos no tratamento da insônia pode acarretar alguns
problemas, outros BZD podem sem mais adequados. A ingestão de BZD com
alimentação não parece interferir nos seus efeitos (Quadro 2).10

A dose inicial deve ser pequena, com aumentos posteriores, se


necessário; o paciente deve estar ciente de que a prescrição objetiva restaurar
o sono e não torná-lo dependente do fármaco, portanto deve suspender a
terapia após uma a duas noites de sono adequado em casos de insônia
transitória; a duração do tratamento deve ser sempre curta (menos de quatro
semanas); o uso deve ser, de preferência, intermitente (a cada três dias, por
exemplo) na insônia crônica; a retirada de um hipnótico , após uso continuado
por mais de 7-10 dias, deve ser gradual principalmente se for um composto de
meia-vida curta.9,12,13

O emprego de BZD em idosos deve ser particularmente cauteloso. 7


Fatores farmacodinâmicos (maior sensibilidade) e farmacocinéticos (aumento
de meia-vida plasmática por aumento da relação gordura/água corporal e
diminuição da função renal) tornam os idosos mais susceptíveis a efeitos
adversos, particularmente os decorrentes do acúmulo do fármaco no
organismo.9,12 Por exemplo, estudos apontam para associação entre o
emprego desses medicamentos e a ocorrência de fraturas graves em pacientes
nessa faixa etária.7

As informações sobre o início e a duração de efeito, doses hipnóticas


usuais e aquelas recomendadas para pacientes idosos, presença de

7
metabólitos ativos e interação com alimentação de diversos hipnóticos podem
ser vista no Quadro 2.

Quadro 2: Informações para o emprego clínico de hipnóticos.

Início Duração Dose Dose no Tempo Indicação


do do efeito usual idoso de meia- Terapêutica
Hipnótico Efeito (h) (mg) (mg) vida (h) em Relação
(h) ao sono

Estazolam 1-2 6-10 1-2 0,5-1 10-24 Manutenção


Flurazepam 1-2 10-20 15-30 Evitar 74 +/-24 Manutenção
Quazepam 1-2 10-20 7,5-15 Evitar Manutenção
Temazepam 1-2 6-10 15-30 7,5-15 11 +/- 6 Manutenção
Triazolam 0,25 2-5 0,125- 0,125 2,9 +/- 1 Acelerar
-0,5 0,25 início
Adaptado de: Morin AK, Jarvis CI, Lynch AM. Therapeutic options for sleep-maintenance and
sleep-onser insomnia. Pharmacotherapy 2007; 27: 89-110.

3.2 - ANSIOLÍTICOS

Os transtornos de ansiedade são os distúrbios psiquiátricos mais


comuns, frequentemente associados a prejuízo na produtividade e custos
econômicos significativos.5,9 Estudo realizado no Estados Unidos estimou que
8,3% da população adulta sofreu de algum transtorno de ansiedade durante um
período de seis meses, e, embora somente 25% desses recebam alguma ajuda
médica, é fácil compreender por que os ansiolíticos são fármacos psicotrópicos
mais prescritos, principalmente por clínicos gerais, internistas e obstetras. 14 Os
ansiolíticos, de forma geral, não curam a ansiedade, constituindo-se, apenas,
em tratamento sintomático. No entanto, ao restabelecerem certo grau de
“funcionalidade normal”, permitem que as causas subjacentes à ansiedade
possam ser enfrentadas e tratadas.15

Como os sintomas de ansiedade existem em um contínuo, com muitas


pessoas com graus leves de ansiedade de início recente e associada a
períodos estressantes da vida evoluindo favoravelmente sem nenhuma
intervenção específica, questiona-se a indicação do tratamento. A necessidade
de intervenção terapêutica é determinada pela severidade e persistência dos
sintomas, pela presença de comorbidades psiquiátricas ou clínicas, nível de
prejuízo social, uso concomitante de medicação e pela história de boa resposta
ou pouca tolerabilidade a tratamento prévio.16

Os BZD passaram a ser amplamente utilizados no tratamento da


ansiedade. Além dos efeitos ansiolíticos, são capazes de produzir sedação,
relaxamento muscular (em altas doses), amnésia anterógrada, prejuízo

8
psicomotor e efeito anticonvulsivante. Assim os foram indicados no tratamento
de ansiedade e insônia, estado de mal epiléptico (diazepam) e epilepsia
mioclônica (clonazepam), bem como em pré-anestesia e síndrome da
abstinência do álcool. Considerando-se os riscos, ainda que pequenos, do uso
prolongado, deixaram de ser primeira escolha no tratamento de longo prazo do
transtorno de ansiedade generalizada, assim, ficam reservados ao início do
tratamento.16,17

As principais diferenças entre os diversos BZD decorrem de seus


parâmetros farmacocinéticos, que podem ser vistos no Quadro 3.
Características de absorção e distribuição costumam determinar os efeitos
agudos dos BZD. Já os padrões de eliminação são importantes durante a
administração prolongada, determinando eventual acúmulo no organismo. Os
primeiros parâmetros, responsáveis por início e duração do efeito agudo, são
definidos pela lipossolubilidade dos agentes. Compostos mais lipofílicos, como
o diazepam, têm rápido início de efeito. Os BZD são bem absorvidos por via
oral, embora com velocidades diferentes, em função de sua lipossolubilidade. A
absorção intramuscular é lenta e variável com clordiazepóxido e diazepam.
Para esse último, o local da injeção influencia a absorção, que é muito mais
rápida e completa no músculo deltoide em comparação ao glúteo.15

As doses utilizadas no tratamento da ansiedade são variáveis (Ver


Quadro 3). Dosagens maiores podem ser necessárias no tratamento de
síndrome de abstinência do álcool (50-200 mg/dia de clordiazepóxido) e
transtorno do pânico (4-10 mg/dia de alprazolam).15

A duração do tratamento com BZD deve limitar-se ao menor período


possível, ou seja, uma a duas semanas em ansiedade relacionada a crises
agudas específicas ou três a quatro semanas em pacientes com ansiedade
generalizada que requerem terapia por tempo mais prolongado, quando então
se opta por outros medicamentos ou por terapia não farmacológica. É preferível
a terapia intermitente, em que se intercalam curtos períodos de uso com
períodos livres do fármaco de semanas ou meses. Uso mais prolongado exige
suspensão lenta e gradual para minimizar sintomas de retirada.15

As altas doses de diazepam necessárias para obter esses efeitos


também causam frequentemente sedação. Quando administrado intravenoso
pode causar dor, flebite e até trombose, principalmente quando administrado
com veias de pequeno calibre.7 Midazolam é frequentemente utilizado como
ansiolítico/sedativo/amnésico de início rápido e ação curta. É frequentemente
adequado como sedativo para procedimentos desconfortáveis e de curta
duração associados a dor aguda mínima, como endoscopia. Quando
administrados antes de anestesia geral (pre-anestésicos), os
benzodiazepínicos reduzem a necessidade de agentes hipnóticos. 10

Em casos de overdose de benzodiazepínicos pode ser revertida por um


antagonista, o flumazenil. Deve ser feito em ambiente hospitalar pelo risco de
crises convulsivas. Embora o flumazenil tenha efeitos clínicos mínimos, ele
antagoniza os efeitos dos agonistas benzodiazepínicos, uma vez que compete
pela ocupação dos sítios de alta afinidade dos benzodiazepínicos nos

9
receptores GABAA. Em pacientes com dependência de benzodiazepínicos, o
flumazenil pode causar uma síndrome de abstinência grave. Esse fármaco não
bloqueia os efeitos dos barbitúricos ou do etanol.10 Esse composto tem sido
testado predominantemente em pacientes sedados com durante procedimentos
anestésicos terapêuticos e diagnósticos. A sedação reverte prontamente
(cinco-15 minutos) com a administração intravenosa de 0,3 a 1mg de
flumazenil).15

Quadro 3: parâmetros farmacocinéticos e doses ansiolíticas de


alguns benzodiazepínicos ansiolíticos.9
Ansiolítico Início de ação t ½vida Doses Exemplos de usos
após dose (h) orais terapêuticos
Oral (mg)

Alprazolam Intermediária 6-20 0,75-4 Transtornos de


ansiedade, agorafobia
Clordiazepóxido Intermediária 30-100 15-100 Transtornos de
ansiedade, tratamento
da abstinência
alcoólica, pré-
medicação anestésica
Clonazepam Intermediária 18-40 0,5-4 Distúrbio convulsivo,
tratamento adjuvante
na mania aguda e em
determinados
distúrbios do
movimento
Clorazepato Rápida 30-100 15-60 Transtornos de
ansiedade, distúrbios
convulsivos
Diazepam Rápida 30-100 4-40 Transtornos de
ansiedade, estado
epiléptico, relaxamento
muscular esquelético,
pré-medicação
anestésica
Lorazepam Intermediária 10-20 1-10 Transtornos de
ansiedade, medicação
pré-anestésica
Adaptado de: Charney DS, Mihic SJ, Harris RA. Hypnotics and sedatives. In: Brunton LL, Lazo
JS, Parker KL, eds. Goodman & Gilman´s The Pharmacological Basis of Therapeutics, 11 ed.
New York: McGraw-Hill; 2006; 401-428.

10
3.3 - EFEITOS ADVERSOS DOS BZD

Apesar de geralmente bem tolerados, os BZD podem apresentar


efeitos colaterais (Tabela 1), principalmente nos primeiros dias.
Desse modo, devem ser orientados a não realizarem tarefas capazes
de expô-los a acidentes, tais como conduzir automóveis ou operar
máquinas.7
Tabela 1: Efeitos colaterais dos BZD
Sonolência excessiva diurna (“ressaca”);
Piora da coordenação motora fina;
Piora da memória (amnésia anterógrada);
Tontura, zumbidos;
Quedas e fraturas;
Reação Paradoxal: consiste de excitação, agressividade e desinibição,
ocorre mais frequentemente em crianças, idosos e em deficientes mentais;
“Anestesia emocional” – indiferença afetiva a eventos da vida;
Idosos: maior risco de interação medicamentosa, piora dos desempenhos
psicomotor e cognitivo (reversível), quedas e risco de acidentes no trânsito;
Risco de Dependência 50% dos que usaram por mais de um ano
chegaram a usar por 5 a 10 anos.
Adaptado de: Nunes, B; Bastos, F. Efeitos colaterais atribuídos ao uso indevido e prolongado
de benzodiazepínicos. Revista Acadêmica do Instituto de Ciências da Saúde, São Paulo, 2016;
3(1)

Outros efeitos colaterais relativamente comuns dos BZD são fraqueza,


dor de cabeça, visão borrada, vertigem, náuseas e vômitos, desconforto
epigástrico e diarreia; são muito mais raras as dores articulares, torácicas e a
incontinência. Ás vezes os benzodiazepínicos anticonvulsivantes na verdade
aumentam a frequência de convulsões em pacientes com epilepsia. 5,8

4 - SÍNDROMES DE DEPENDÊNCIA E ABSTINÊNCIA AOS


BENZODIAZEPÍNICOS

O uso indevido de benzodiazepínicos é um problema muito sério


enfrentado no dia a dia pelos profissionais de saúde inseridos na Estratégia de
Saúde e que envolve também a família, e diretamente os médicos que são os
responsáveis pela sua prescrição. A desinformação do médico sobre os
possíveis efeitos adversos dos benzodiazepinicos, quando usados
indevidamente pelo usuário, parece ser um dos principais fatores que favorece

11
este fenômeno que se confirma ao se fazer uma simples conferência do
canhoto do bloco de receitas azuis, os benzodiazepínicos são os mais
prescritos.19

A dose diária e o tempo de uso continuado dos benzodiazepínicos são


fatores importantes para a instalação de um quadro de dependência. A partir
do terceiro mês de uso até 12 meses o risco de dependência aumenta de 10%
a 15% e por mais de 12 meses, o risco aumenta entre 25% e 40%.20

Ao contrário do que se observa atualmente (alta incidência de uso de


benzodiazepínicos por períodos maiores que 1 ano), os benzodiazepínicos
devem ser utilizados por períodos curtos de tempo. O uso prolongado destas
substâncias, por mais de 4 a 6 semanas pode levar ao desenvolvimento de
tolerância e dependência.21

Na análise do consumo de BZD pelos usuários cadastrados na farmácia


municipal, de acordo com os critérios diagnósticos para dependência química,
observou-se que 82,65% dos sujeitos são considerados dependentes químicos.
Destes, 86,7% têm dependência química fisiológica. Verificou-se também que
entre os dependentes químicos, 69,0% apresentaram sintomas de tolerância e
90,0% sintomas de abstinência. 22

4.1 - SINDROME DE DEPENDÊNCIA

A dependência dos benzodiazepínicos é mais intensa nos idosos, pelo


seu uso contínuo, sendo comum entre as mulheres e em pessoas com baixa
escolaridade e baixa renda. No entanto, a dependência de benzodiazepínicos
não é priorizada nos relatos descritos nos prontuários, existindo a não
notificação nos prontuários médicos desse tipo de dependência. 19

A Organização Mundial da Saúde (OMS) utilizou esses critérios,


conforme a Classificação Internacional de Doenças, em sua décima versão, que é o
sistema classificatório utilizado no Brasil para
elaborar suas diretrizes diagnósticas para a síndrome de dependência
de substância.23 (Tabela 2).

Tabela 2 - Critérios do CID-10 para dependência de substâncias


OBS: um diagnóstico definitivo de dependência deve usualmente ser feito
somente se três ou mais dos seguintes requisitos tenham sido
experienciados ou exibidos em algum momento do ano anterior:
Forte desejo ou senso de compulsão para consumir a substância;
Dificuldades em controlar o comportamento de consumir a
substância em termos de seu início, término e níveis de consumo;
Estado de abstinência fisiológico quando o uso da substância cessou
ou foi reduzido, como evidenciado por: síndrome de abstinência

12
para a substância ou o uso da mesma substância (ou de uma
intimamente relacionada) com a intenção de aliviar ou evitar sintomas
de abstinência;
Evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da
substância psicotrópica são requeridas para alcançar efeitos
originalmente produzidos por doses mais baixas;

Abandono progressivo de prazeres e interesses alternativos em


favor do uso da substância psicotrópica, aumento da quantidade de
tempo necessária para se recuperar de seus efeitos;
Persistência no uso da substância, a despeito de evidência clara de
consequências manifestamente nocivas. Deve-se fazer esforços
claros para determinar se o usuário estava realmente consciente da
natureza e extensão do dano.
Adaptado de: Organização Mundial da Saúde. Classificação de transtornos mentais e de
comportamento da CID-10. Porto Alegre: Artmed; 1993.

Há populações que apresentam risco especial para desenvolvimento de


dependência destas drogas, entre estas, citam-se: 1. Pacientes com
transtornos mentais; 2. Pessoas com problemas por uso de outras substâncias
psicoativas, como álcool e outras drogas; 3. Mulheres acima de 50 anos; 4.
Pessoas com insônia ou outros transtornos do sono mal identificados e
tratados.24

A dependência de benzodiazepínicos é um quadro com peculiaridades


em relação a outras formas de dependência. Como o uso é, muitas vezes,
incentivado e mantido pelos próprios profissionais de saúde. O
desenvolvimento da dependência de BZD relaciona-se com o tempo de uso,
além de fatores individuais (predisposição genética, dependência de outras
drogas e álcool, características de personalidade). Quanto maior o tempo de
uso, maior o risco de desenvolvimento de tolerância – que é um fenômeno
natural da exposição continuada ao uso da substância – e sintomas de
abstinência durante a retirada.24

4.2 - SINDROME DE ABSTINÊNCIA DOS BENZODIAZEPÍNICOS


(SAB)

Abstinência refere-se à emergência de novos sintomas seguintes à


descontinuação ou redução dos benzodiazepínicos. Ela deve ser diferenciada
dos sintomas de rebote, que se caracterizam pelo retorno dos sintomas
originais para os quais os benzodiazepínicos foram prescritos, numa
intensidade significativamente maior. Ocorrem dentro de poucos dias após a
retirada dos benzodiazepínicos e permanecem por vários dias25.

Os sintomas da síndrome de abstinência variam em gravidade a


depender do tipo de medicamento utilizado, dose, da presença de transtornos
mentais subjacentes (pacientes portadores de transtornos de personalidade ou
transtorno de pânico tendem a experimentar síndrome de retirada com mais

13
sintomas). A velocidade da retirada também influenciará na gravidade da
síndrome, ou seja, quanto mais abrupta a cessação ou redução, mais grave
será o quadro.25

A evolução da Síndrome de abstinência ocorre a partir de 24 a 72 horas


da retirada da substância, a depender da meia-vida (substâncias que tenham
meia-vida mais longa e metabólitos ativos levarão a um início mais tardio de
abstinência) e dura em média uma a duas semanas. Alguns pacientes que
fazem uso de longa data podem apresentar um quadro de síndrome de
abstinência protraída, que pode durar alguns meses, com permanência de
dificuldades cognitivas, ansiedade, irritabilidade e alterações de humor
menores.26

Os BDZ têm potencial de abuso: 50% dos pacientes que usam


benzodiazepínicos por mais de 12 meses evoluem com síndrome de
abstinência (provavelmente ainda mais em clínicas especializadas). 27 Os
sintomas começam progressivamente dentro de 2 a 3 dias após a parada de
benzodiazepínicos de meia-vida curta e de 5 a 10 dias após a parada de
benzodiazepínicos de meia-vida longa, podendo também ocorrer após a
diminuição da dose25 (Quadro 4).

Quadro 4: Sinais e sintomas da síndrome de abstinência por BDZ


SINAIS MENORES SINAIS MAIORES
Físicos Psíquicos
• Tremores • Insônia • Convulsões
• Sudorese • Irritabilidade • Alucinações
• Palpitações • Dificuldade de concentração • Delirium
• Letargia • Inquietação
• Náuseas • Agitação
• Vômitos • Pesadelos
• Anorexia • Disforia
• Sintomas gripais • Prejuízo da memória
• Cefaleia • Despersonalização/desrealização
• Dores musculares
Adaptado de: Westra HÁ, Stewart, SH, As-need use of benzodiazepine in managing clinical
anxiety: incidence and implications. Curr Pharm Des 2002; 8(1):59- 74. 16. Rickels K,
Schweizer E, Case WG, Greenblatt DJ. Long-term therapeutics use of benzodiazepines - I.
Effects of abrupt discontinuation. Arch Gen Psychiatry 1990; 47(10): 899-907.

5 – TRATAMENTO

Não se justifica o uso de benzodiazepínicos por longos períodos, exceto


em situações especiais.28Apesar do desconforto inicial, devido à presença da
síndrome de abstinência, pacientes que conseguem ficar livres de
benzodiazepínicos por pelo menos 5 semanas apresentam redução nas
medidas de ansiedade e melhora na qualidade de vida.29

14
O tratamento da síndrome de dependência e de abstinência deve ser
iniciado pela orientação do paciente (psicoeducação), esclarecendo riscos do
uso continuado da substância, tais como prejuízo cognitivo e aumento do risco
de queda e sobre as vantagens da retirada (economia, melhora da ansiedade e
do sono após dois meses da retirada). A síndrome de dependência de BZD
deve ser investigada em todos os pacientes que façam uso da medicação. É
importante orientar o paciente para reconhecer a dependência e os sintomas
de abstinência e explicar que, superada esta fase, a tendência é de melhora da
qualidade de vida.25

Não se deve esperar que o paciente preencha todos os critérios da


síndrome de dependência para começar a retirada, uma vez que o quadro
típico de dependência química – com marcada tolerância, escalonamento de
doses e comportamento de busca pronunciado - não ocorre na maioria dos
usuários de benzodiazepínicos, a não ser naqueles que usam altas dosagens.
É importante salientar que mesmo doses terapêuticas podem levar à
dependência.29

5.1 - A RETIRADA DOS BENZODIAZEPÍNICOS

A melhor técnica e a mais amplamente reconhecida como a mais efetiva


é a retirada gradual da medicação, sendo recomendada mesmo para pacientes
que usam doses terapêuticas. Além das vantagens relacionadas ao menor
índice 6 de sintomas e maior possibilidade de sucesso, essa técnica é
facilmente exequível e de baixo custo.30

Não há benefício em realizar substituição para outros fármacos, pois


praticamente não modifica a chance de interrupção do uso.70(B). Também
conta com a vantagem de não ser necessário introduzir qualquer nova droga,
como no caso da substituição por outro benzodiazepínico de meia-vida mais
longa.25

Quanto à retirada gradual, após a motivação do paciente, feita por meio


de um processo firme e empático, é recomendável estabelecer um cronograma
de retirada, com informações por escrito. Este cronograma deve respeitar o
tempo de uso, comorbidades psiquiátricas (pacientes com Transtorno de
Pânico e Transtornos de Personalidade são mais sensíveis ao aparecimento de
quadros de abstinência) e a motivação do paciente. Geralmente a retirada da
primeira metade da droga é mais fácil que a retirada da porção final. Assim, em
média, é possível retirar os 50% iniciais em um intervalo de 15 a 30 dias,
realizando a retirada dos 50% finais de modo mais paulatino. Alguns médicos
preferem reduzir um quarto da dose por semana. Já outros negociam com o
paciente um prazo. Este gira em torno de 6 a 8 semanas.25

15
5.2 - SUBSTITUIÇÃO POR BENZODIAZEPÍNICOS DE MEIA-VIDA
LONGA

Quando o paciente é dependente de um BZD de meia-vida muito curta,


como é o caso do midazolam, triazolam ou de BZD injetáveis, a indicação de
substituição por BZD de meia-vida longa (em especial, diazepam, clonazepam
e clordiazepóxido) passa a ser mais indicada. Nestes casos, é sugerido fazer
uma passagem gradual para o BZD de meia-vida mais longa. Por exemplo, se
o paciente é dependente de 30mg de midazolam (dois comprimidos por dia), é
recomendável que faça a conversão gradual para um BZD de meia-vida mais
longa, como o diazepam, isto é, troca-se um dos comprimidos primeiramente e,
após um período de adaptação, em torno de uma semana; troca-se o outro
comprimido de midazolam por diazepam72(D). Apesar de bastante utilizado, o
método de substituição por um BZD de meia-vida mais longa não encontrou
amparo científico em metanálise.25

Em estudo que compara o Diazepam a outros benzodiazepínicos e


barbituratos, mostrou que o Diazepam é a droga de escolha para tratar
pacientes com dependência, por ser rapidamente absorvido e por ter um
metabólito de longa duração – o desmetildiazepam – o que o torna a droga
ideal para o esquema de redução gradual, pois apresenta uma redução mais
suave nos níveis sangüíneos. 31

Outro estudo afirma que a redução gradual auxiliada por hidroxizine (50
mg) teve melhor resposta que a redução abrupta com ou sem hidroxizine (em
dose de 25 ou 50 mg) e que a redução gradual isolada ou acompanhada de
hidroxizine na dose de 25 mg. Outra opção farmacológica é a redução gradual
acompanhada de carbamazepina. Por se tratar de medicamento com muitas
interações medicamentosas e efeitos colaterais, bem como exigir a realização
de exames de função hepática e hemogramas de controle, esta alternativa
deve ser guardada para ineficácia da redução gradual.25

5.3 - MEDIDAS NÃO-FARMACOLÓGICAS

O tratamento da dependência dos benzodiazepínicos envolve uma série


de medidas não farmacológicas e de princípios de atendimento que podem
aumentar a capacidade de lidar com a SAB e manter-se sem os
benzodiazepínicos:

O melhor local para tratamento é o ambulatorial pois leva a maior


engajamento do paciente e possibilita que tanto mudanças farmacológicas
quanto psicológicas possam ocorrer ao mesmo tempo. 31

16
Suporte psicológico deve ser oferecido e mantido tanto durante quanto
após a redução da dose, incluindo informações sobre os benzodiazepínicos,
reasseguramento, promoção de medidas não farmacológicas para lidar com a
ansiedade.31

5.4 - MANUTENÇÃO SEM BENZODIAZEPÍNICOS

Nesta fase o paciente deve receber reasseguramento da capacidade de


lidar com estresse sem os benzodiazepínicos bem como ênfase na melhora da
qualidade de vida. Deve-se oferecer apoio psicossocial, treinamento de
habilidades para sobrepujar a ansiedade, psicoterapia formal e
psicofarmacoterapia de estados depressivos subjacentes. Ajudá-lo a distinguir
entre os sintomas de ansiedade e abstinência e oferecer suporte por longo
prazo.31

6 - CLASSIFICAÇÃO E MECANISMOS DE AÇÃO DOS ANSIOLÍTICOS E


HIPNÓTICOS (NÃO BENZODIAZEPÍNICOS)

6.1 - MECANISMO DE AÇÃO DOS HIPNÓTICOS NÃO-BZD

Os hipnóticos não-BZD assim como os BZD agem sobre os receptores


GABA-A, mas de forma mais específica. Existem dois tipos de subreceptores
que fazem parte do complexo GABA-A, o subreceptor ômega tipo 1,
relacionado com efeitos hipnóticos e cognitivos e o subreceptor ômega tipo 2,
relacionado com cognição, psicomotricidade, efeitos ansiolíticos, limiar
convulsivo, depressão respiratória, relaxamento muscular e potencializarão dos
efeitos do etanol. Drogas agonistas GABA-A ômega 1 e 2 exercem efeitos
farmacológicos ansiolíticos, antiepilépticos, relaxante muscular e hipnóticos,
como os benzodiazepínicos e barbitúricos, que ligam-se inespecificamente nas
subunidades ômega 1 e 2 do GABA-A. E tem os agonistas seletivos GABA-A
ômega 1, que exerceriam um efeito hipnótico seletivo e efeitos cognitivos
negativos.10,18,32
6.2 - MECANISMO DE AÇÃO DOS ANSIOLÍTICOS NÃO-BZD

Os ansiolíticos não-BZD são agonistas da serotonina (receptor HT1A),


portanto agentes serotoninérgicos, considerados ansiolíticos de segunda
geração. Agem como agonista parcial dos receptores de serotonina do
tipo 1A (5-HT1A), e sobre os receptores de dopamina tipo 2 (D2), atuando tanto
como agonista quanto antagonista destes receptores.18,32,33

Esses fármacos vão regular a síntese e a liberação da serotonina.


O triptofano é transformado em serotonina (5HT) e armazenado dentro de
vesículas no citoplasma do neurônio pré-sináptico. Nessa membrana pré-
sináptica existe receptores de recaptação da serotonina liberada na fenda e
receptores chamados de 5HT1A, nos quais a serotonina da fenda pode se ligar

17
a eles que são então ativados, possibilitando a entrada da serotonina de
volta para dentro do neurônio pré-sináptico. Assim regulam por feedback
negativo a liberação de serotonina.18,32

O receptor 5-HT1A é capaz de fazer essa regulação pois é um


receptor acoplado a proteína G, podendo exercer ação inibitória sobre a
síntese de serotonina. Como já mencionado, os ansiolíticos de classe das
azapironas (buspirona) atuam em outro sistema de mediadores. Que é o
sistema serotoninérgico, que reconhecidamente interfere no processo de
ansiedade. São classificados como agonistas parciais potentes do receptor
5HT1A. 18

O efeito sobre os receptores pré-sinápticos, por reduzirem


temporariamente as concentrações de serotonina, apresenta resultados
ansiolíticos. Entretanto, com a administração crônica, pode ocorrer a
dessensibilização. Do mesmo modo, efeito parcial agonista pós-sináptico pode
reduzir os efeitos pós-sinápticos da própria serotonina. O tempo relativamente
grande que a buspirona leva para atingir seu efeito (alguns dias ou semanas) é
compatível com o sistema de mediador acoplado a segundos mensageiros,
que, por ser sistema em cascata de eventos, leva mais tempo para apresentar
efeito do que o sistema em que o fármaco atua diretamente sobre o
receptor.18,32

Figura 3: mecanismo de ação dos ansiolíticos não benzodiazepínicos


(Buspirona).

Imagem disponível em: http://slideplayer.com.br/slide/5697595/> Acessado em 25/10/2017.

18
7 - INDICAÇÃO E USO CLÍNICO DOS ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS
(NÃO BENZODIAZEPÍNICOS)

7.1 HIPNÓTICOS Z (ZOLPIDEM - ZALEPLONA – ZOPICLONA)

São hipnóticos que atuam através de receptores BZD alternativos, do


tipo Omega-1 e ômega-2, com meia vida curta (2 a 6 horas), e pouco efeito
mio-relaxante. Sua meia vida curta faz com que ocorra pouca ou nenhuma
sedação no período diurno, podendo inclusive ser ingeridas no meio da noite. A
expectativa é de que não causem dependência. 18,34
7.1.1 ZOLPIDEM

Lançado na França em 1988 e, nos Estados Unidos, em 1993, é uma


droga indutora do sono, de curta ação, pertencente ao grupo das
imidazopiridinas. Primeiro agonista seletivo do receptor GABA-A para a
subunidade ômega 1, foi apontado como o hipnótico mais prescrito no mundo.
É uma droga fortemente sedativa (hipnótica), com muito pouca ação ansiolítica,
miorrelaxante e anticonvulsivante. Sua principal indicação é para rápida
indução, com algum efeito na consolidação do sono em tratamento de insônia
transitória ou de curta duração. 18,35

A administração junto com a ingestão de alimentos provoca diminuição e


atraso na sua absorção, resultando em níveis plasmáticos e em picos séricos
de concentração plasmática diminuídos. Para evitar esse efeito, não deve ser
administrado ate 2 horas após a ingestão de alimentos. Deve ser ingerido, de
preferência, imediatamente antes de deitar. 18

A sua eficácia foi bem estabelecida na indução e na manutenção do


sono em adultos. É utilizado no tratamento da insônia aguda, como a insônia
crônica, com eficácia semelhante à dos BZD. No tratamento da insônia aguda,
a duração do tratamento deve ser a mais breve possível, não devendo exceder
4 semanas, incluindo o período de possível redução da dose. Para insônia
ocasional (durante viagens): tratamento de 2 a 5 dias; para insônia transitória
(durante a ocorrência de um incidente sério, hospitalização): 2 a 3 semanas.
No tratamento da insônia crônica, tem sido demonstrado que o uso durante
apenas 5 dias da semana tem efeito semelhante ao do uso diário contínuo. 18

A dose usual para pessoas adultas é de 1 comprimido de 10 mg ao


deitar, devendo ser adaptada individualmente. Em pessoas idosas, o
tratamento deve ser iniciado com meio comprimido (5 mg) à noite e a dose
total, em princípio, não deve exceder 1 comprimido de 10 mg/dia. 18

As reações adversas e efeitos colaterais mais comuns são, amnésia


anterógrada, ataxia, diarreia, diminuição dos reflexos e da performance
psicomotora, fadiga, hipotensão, sonolência, tonturas. E as menos comuns,
abstinência, agitação noturna, alucinação hipnagógicas, cefaleia, convulsão,

19
déficit de atenção e de memória, dor abdominal, excitação, náuseas,
pesadelos, prurido, rash cutâneo, sonambulismo, vertigens, vômitos. 18
7.1.2 ZALEPLONA

Agonista seletiva sobre os receptores benzodiazepínicos, subtipo A,


ômega-1. Induzem rapidamente o sono, possui meia-vida de eliminação
ultracurta (1 hora) e por isso foi aprovada para uso como indutor de sono,
podendo também ser empregada durante a noite. Apresenta baixa incidência
de sintomas residuais, tolerância e insônia de rebote. 18,34,35

Rapidamente absorvida por via oral, sendo metabolizada a compostos


inativos pelo fígado. As doses terapêuticas variam de 5 a 10 mg. Recomenda-
se redução de dosagem em pacientes idosos. O uso do medicamento só deve
ser feito com duração máxima de 2 semanas e não deve ser tomado com
alimentos. A dose total diária de medicamento não deve exceder 10 mg em
nenhum doente. 18

Pode ser utilizada ao deitar ou para indivíduos que tem dificuldade de


conciliar o sono após o deitar. Deve ser respeitado o período de 4 horas para
que não ocorra nenhum efeito colateral. Se a pessoa tomar num intervalo
menor do que essas 4 horas, podem ter alguns efeitos colaterais. Exemplo: se
uma pessoa acorda às 4 horas da manhã, faz uso da medicação, consegue
dormir e acorda novamente às 6 da manhã, ela pode ter efeitos colaterais, pois
o período de 4 horas entre a administração do fármaco e o despertar não foi
respeitado. 18

Usualmente é bem tolerada, sendo cefaleia o efeito adverso mais


comum (15 a 18% dos pacientes). Os efeitos colaterais incluem amnésia,
sonolência, formigamento, cólica menstrual, náuseas, vômitos, alucinações,
depressão ou fraqueza. Raramente ocorrem sonolência, parestesias, tonturas,
ataxia e alucinações 18

7.1.3 ZOPLICONA

Introduzida na clínica há quase 20 anos, foi desenvolvida pela primeira


vez em 1986, por Rhône-Poulenc SA. É uma mistura racémica de dois
estereoisómeros, dos quais apenas um está ativo. Reduz a latência para iniciar
o sono, diminui a duração do estágio 1 e aumenta a do estágio 2. Quase não
altera os estágios 3 e 4 e o sono MOR. Atua como agonista não seletivo do
receptor ômega 1 e ômega 2. É um medicamento hipnótico utilizado para
induzir e manter o sono, ou seja, produz uma redução do número e a duração
dos despertares, latência e aumenta o tempo total de sono. 18,34,35

20
É rapidamente absorvido pelo trato digestivo, possue meia-vida curta (t12=6h) e
é extensamente metabolizado pelo figado. Recomenda-se redução de
dosagem em pacientes idosos e com insuficiência hepática. 18

Pode causar em algumas pessoas, especialmente idosos, sonolência, tonturas,


vertigens, instabilidade, ou ficar menos alerta do que normalmente. Mesmo que
seja tomada ao deitar, pode levar algumas pessoas a se sentirem sonolentas
ou menos alerta. 18

Quadro 5: Pico plasmático, dose usual e no idoso (mg), e meia vida (h)
dos hipnóticos Z

Pico Dose Dose no t ½-


plasmático usual idoso vida
Hipnótico Z
(h) (mg) (mg) (h)

Zolpidem 0,5-2,6 10 5 1,5-3,2


Zaleplona 1-2 5-10 5 1
Zoplicona 1,5-2 7,5 3,75 6
Adaptado de: Goodman A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. ed. Rio de Janeiro:
McGraw-Hill, 2012.

7.2 INDICAÇÃO E USO CLÍNICO DOS ANSIOLÍTICOS NÃO


BENDOZIAZEPINICOS

7.2.1 BUSPIRONA

Sintetizado em 1968 e comercializado em 1986, fármaco de azapirona, é


o único ansiolítico não benzodiazepínico, ou seja, é a única medicação
específica para a ansiedade cujo grau de dependência é praticamente zero. É
um potente agonista (apesar de não ser seletivo) a nível do receptores 5-HT1A
(inibitórios da serotonina). Porém, ela não possui ação hipnótica,
anticonvulsivante ou miorelaxante. 36,37

Eles atuam sobre os receptores pré-sinápticos inibitórios, reduzindo


assim a liberação de 5-HT e de outros mediadores. Além disso, inibem a
atividade dos neurônios noradrenérgicos do lócus celúreos, e desta maneira,
interferem nas reações de reatividade. Possui efeitos ansiolíticos seletivos,
alivia a ansiedade sem causar efeitos sedativos, hipnóticos ou eufóricos
pronunciados. É eficaz para tratar ansiedade generalizada, mas não outros
transtornos de ansiedade, também é eficaz para a depressão. 34,37

21
Ao contrário dos benzodiazepínicos, não tem propriedades
anticonvulsivantes ou miorrelaxantes. Foi lançada com a expectativa de
não apresentar os inconvenientes dos BZD: sedação e dependência.
Efetivamente não induz sedação, prejuízo cognitivo ou psicomotor,
dependência física ou tolerância e não interage com o álcool. Assim
sendo está indicado para o tratamento de distúrbios de ansiedade, é
utilizada como segunda escolha no transtorno de ansiedade
generalizada quando existem contraindicações para o uso de
antidepressivos ou BZD.34,37,38

As doses recomendadas para o tratamento variam entre 15 e 25 mg/dia,


sendo a dose inicial de 5mg, três vezes por dia. Quando prescrita, é importante
informar ao paciente que os efeitos terapêuticos só se farão sentir após uma-
duas semanas de uso continuado, para que o efeito ansiolítico comece a
aparecer. 37,38

É um tranquilizante que não dá sono, nem atua como relaxante


muscular, não podendo ser usado como anticonvulsivante, como os demais
tranquilizantes benzodiazepínicos. 34,37

Os efeitos colaterais também são diferentes dos outros tranquilizantes.


Os mais comuns são tonteiras, enjoo, inquietação, dor de cabeça, sensação de
leveza na cabeça. Estes efeitos acometem aproximadamente 10% dos
pacientes. 34, 37, 38

7.2.2 BARBITÚRICOS

Desde que, em 1863, Von Baeger sintetizou o ácido barbitúrico no dia de


Santa Bárbara (daí o nome), têm-se investigado mais de dois mil e quinhentos
derivados dessa substância. Compartilham com os benzodiazepínicos a
capacidade de potencializar a ação do GABA; entretanto, ligam-se a um sítio
diferente no receptor de gaba/canal de cloreto, e sua ação é menos específica.
Aumentam a duração da abertura dos canais de cloreto regulados pelo GABA e
possui atividade depressora generalizada sobre o SNC. Em grandes doses
eles causam depressão respiratória e cardiovascular fatal. Não são mais
utilizados como ansiolíticos e hipnóticos. 35

Por exibir propriedades especificas e por sua atividade anticonvulsivante


o fenorbital continua sendo utilizados amplamente, no tratamento crônico de
epilepsia. O tiopental é utilizado amplamente como anestésico
intravenoso.18,39

O seu uso pode ser oral, intramuscular, endovenoso, ou retal.


Independentemente da via de administração, eles se distribuem uniformemente

22
pelos tecidos. Após a absorção, eles se ligam a proteínas do sangue e vão agir
principalmente no cérebro, devido ao seu alto fluxo sanguíneo. Os efeitos
depressores aparecem entre 30 segundos e de 15 minutos, dependendo do
tipo de barbitúrico utilizado. São metabolizados no fígado e excretados na
urina. 39

Exercem atividade depressora sobre o sistema nervoso central,


produzindo efeitos semelhantes aos dos anestésicos de inalação. Causam
morte por depressão respiratória e cardiovascular se forem administrados em
grandes doses, constituindo um dos motivos pelos quais são atualmente pouco
utilizados como agentes ansiolíticos e hipnóticos. O declínio de seu uso deu-se
por vários motivos como: mortes por ingestão acidental, o uso em homicídios e
suicídios, e principalmente pelo aparecimento de novas drogas como os
benzodiazepínicos. 18,39

Quadro 6: Alguns Barbitúricos disponíveis atualmente.

Nome Genérico Nome Comercial Duração da Ação


Amobarbital Amytal Ação curta a intermediária
Barbital Veronal Ação prolongada
Butabarbital Butisol Ação curta a intermediária
Fenobarbital Gardenal, Luminal Ação prolongada
Hexobarbital Evipal Ação curta a intermediária
Mefobarbital Mebaral Ação prolongada
Pentobarbital Nembutal Ação curta a intermediária
Secobarbital Seconal Ação curta a intermediária
Tiamilal Surital Ação ultra-curta
Tiopental Delvinal Ação curta a intermediária
Adaptado de: Tyrer P. Dependence as a limiting factor in the clinical use of minor tranquilizers.
Pharmac Ther 1988; 36:173-88.

Sonolências, dificuldade de concentração, preguiça mental e física.


Dosagens hipnóticas dos barbitúricos provocam ressaca que compromete a
capacidade do paciente de atuar normalmente durante varias horas após o
despertar. 39

23
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