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Aula 3º

Campo de atuação da Pedagogia:


Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Vamos refletir acerca de um outro campo de atuação


do(a) pedagogo(a), que refere-se aos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental, enquanto segunda modalidade pertencente
à Educação Básica, na qual também poderá atuar como
docente ou gestor educacional. Tendo como intencionalidade
desenvolver uma prática profissional direcionada aos processos
de alfabetização, letramento, competências, habilidades,
conteúdos que estejam direcionados às áreas afins referente às
turmas do Primeiro ao Quinto Ano do Ensino Fundamental.
Se ao final desta aula tiverem dúvidas, vocês poderão saná-
las através das ferramentas “fórum” ou “quadro de avisos” e
“chat” conforme programado na ferramenta Agenda.
Comecemos, então, analisando os objetivos de
aprendizagem e verificando as seções que serão apresentadas
ao longo desta aula.
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• compreender a organização do Ensino Fundamental conforme sua base legal;


• reconhecer as orientações curriculares para o desenvolvimento do Ensino Fundamental;
• conhecer um dos campos de atuação do egresso formado em Pedagogia com a finalidade de ter um vasto repertório
das funções das quais a docência e a gestão podem proporcionar na área educacional.
Introdução à Pedagogia e Ética 22
Essas alterações na LDBEN são reforçadas nas
Seções de estudo Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental
de 9 (nove) anos, instituída pela Resolução nº 7, de 14 de
dezembro de 2010, no artigo 8, como segue:
1 - Organização administrativa e curricular do Ensino
Fundamental Art. 8º O Ensino Fundamental, com duração
2 - O(A) pedagogo(a) nos Anos Iniciais do Ensino de 9 (nove) anos, abrange a população na faixa
Fundamental etária dos 6 (seis) aos 14 (quatorze) anos de
idade e se estende, também, a todos os que,
na idade própria, não tiveram condições de
1 - Organização administrativa e frequentá-lo.
curricular do Ensino Fundamental § 1º É obrigatória a matrícula no Ensino
Fundamental de crianças com 6 (seis) anos
Ensino Fundamental de 9(nove) anos completos ou a completar até o dia 31 de
março do ano em que ocorrer a matrícula, nos
Normatizado pela Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010 que
termos da Lei e das normas nacionais vigentes.
fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de
§ 2º As crianças que completarem 6 (seis) anos
9 (nove) anos. após essa data deverão ser matriculadas na
Educação Infantil (Pré-Escola).
O primeiro Plano Nacional da Educação (PNE), 2001- § 3º A carga horária mínima anual do Ensino
2010, apresentava como uma de suas metas a ampliação para Fundamental regular será de 800 (oitocentas)
nove anos a duração do ensino fundamental obrigatório horas relógio, distribuídas em, pelo menos,
com início aos seis anos de idade. Assim, em 2005 a Lei nº 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar
11.114, de 16 de maio de 2005, estabeleceu a obrigatoriedade (BRASIL, 2010, p. 2).
da matrícula das crianças de seis anos de idade no ensino
fundamental, alterando a LDBEN/96 em seus artigos 6, 30, É importante atentar para o parágrafo terceiro (pergunta
32 e 87. Aqui destacamos o artigo 32 que passou a vigorar da muito comum em concurso público), isto é, a carga horária de
seguinte forma “Art. 32. O ensino fundamental, com duração 800 horas a ser cumprida em 200 dias letivos, sendo que dias
mínima de oito anos, obrigatório e gratuito na escola pública a letivos são os dias especificamente trabalhados com os alunos.
partir dos seis anos [...]” (BRASIL, 2005, p. 1). Vejam que a lei Quanto à oferta do ensino fundamental, a responsabilidade é
definiu a entrada no ensino fundamental com 6 anos, mas não principalmente do munícipio, mas também é ofertado pelo
alterou a sua duração, isto é, continuou sendo de oito anos, o Estado. Conforme consta na LDBEN (2017, p. 15):
que deixaria na faixa etária de 6 a 13 anos, e não só por isso,
mas principalmente por não ampliar a duração dessa etapa de Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:
ensino conforme previa o PNE. [...] V - oferecer a educação infantil em creches
Diante disso, em 2006 a Lei 11.274, de 6 de fevereiro e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino
de 2006, alterou a redação do artigo 32 dispondo sobre a fundamental, permitida a atuação em outros
duração de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, ficando níveis de ensino somente quando estiverem
da seguinte forma: atendidas plenamente as necessidades de
sua área de competência e com recursos
Art. 3º O art. 32 da Lei nº 9.394, de 20 de acima dos percentuais mínimos vinculados
dezembro de 1996, passa a vigorar com pela Constituição Federal à manutenção e
a seguinte redação: Art. 32. O ensino desenvolvimento do ensino.
fundamental obrigatório, com duração de
9 (nove) anos, gratuito na escola pública, Lembrando que o Estado também tem responsabilidade
iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade [...] em assegurar o ensino fundamental, porém deve oferecer,
(BRASIL, 2006, p. 1).
prioritariamente, o ensino médio (BRASIL, 2017). Por
isso que dificilmente vamos ver uma escola do município
oferecendo ensino médio.
Ingressa no 1º ano do Ensino Fundamental a criança
que completou seis anos até 31 de março. Se completa depois Para compreender o percurso histórico na transição
disso ela é matriculada na pré-escola (educação infantil). ocorrida no Ensino Fundamental, recorremos ao fragmento
Sendo assim, o Ensino Fundamental atualmente está dividido do documento elaborado pela Secretaria de Educação Básica
em duas fases, denominado Ensino Fundamental I (1º ao 5º (SEB)/Departamento de Políticas de Educação Infantil e
ano) e Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano). Ensino Fundamental (DPE)/Coordenação Geral do Ensino
Fundamental (COEF), no qual fomentam orientações aos
Atenção: As leis acima citadas fazem alterações nos artigos da Lei de sistemas de ensino estaduais e municipais para a organização
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9694/96), portanto, ela não ou implementação do Ensino Fundamental de nove anos,
tem mais a mesma redação que continha em 1996 quando foi criada. sendo assim descrito:
Quando vocês forem pesquisar algo na LDBEN procurem pela “LDB
atualizada” em sites governamentais como MEC, Senado ou Planalto.
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Por que o Ensino Fundamental a partir dos seis anos Implantar um Ensino Fundamental, agora de nove anos, leva
Conforme recentes pesquisas, 81,7% das crianças de seis anos estão necessariamente a repensá-lo no seu conjunto. Assim, esta é uma
na escola, sendo que 38,9% freqüentam a Educação Infantil, 13,6% as oportunidade preciosa para uma nova práxis dos educadores, sendo
classes de alfabetização e 29,6% já estão no Ensino Fundamental (IBGE, primordial que ela aborde os saberes e seus tempos, bem como os
Censo Demográfico 2000). métodos de trabalho, na perspectiva das reflexões antes tecidas. Ou
Esse dado reforça o propósito de ampliação do Ensino Fundamental seja, os educadores são convidados a uma práxis que caminhe na
para nove anos, uma vez que permite aumentar o número de crianças direção de uma escola de qualidade social, como foi proposto na parte
incluídas no sistema educacional. Os setores populares deverão ser os I deste documento.
mais beneficiados, uma vez que as crianças de seis anos da classe média
e alta já se encontram majoritariamente incorporadas ao sistema de Fonte: disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/
noveanorienger.pdf. Acesso em 04 dez. 2020.
ensino – na pré-escola ou na primeira série do Ensino Fundamental.
A opção pela faixa etária dos 6 aos 14 e não dos 7 aos 15 anos para o
O currículo escolar diz respeito não só aos conhecimentos
Ensino Fundamental de nove anos segue a tendência das famílias e dos
sistemas de ensino de inserir progressivamente as crianças de 6 anos
a serem trabalhados na instituição de ensino, mas também
na rede escolar. contempla as vivências, a cultura e as ideologias que
A inclusão, mediante a antecipação do acesso, é uma medida perpassam o ambiente escolar. Conforme consta na DCN do
contextualizada nas políticas educacionais focalizadas no Ensino Ensino Fundamental, no artigo 9, o currículo é constituído
Fundamental. Assim, observadas as balizas legais constituídas desde pelas “experiências escolares que se desdobram em torno do
outras gestões, como se pode verificar no item 1, elas podem ser conhecimento, permeadas pelas relações sociais, buscando
implementadas positivamente na medida em que podem levar a uma articular vivências e saberes dos alunos com os conhecimentos
escolarização mais construtiva. Isto porque a adoção de um ensino historicamente acumulados e contribuindo para construir as
obrigatório de nove anos iniciando aos seis anos de idade pode contribuir identidades dos estudantes” (BRASIL, 2010, p. 132).
para uma mudança na estrutura e na cultura escolar. Desta forma, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o
No entanto, não se trata de transferir para as crianças de seis anos os Ensino Fundamental de 9 (nove) anos estabelece os princípios
conteúdos e atividades da tradicional primeira série, mas de conceber éticos, políticos e estéticos a serem desenvolvidos, conforme
uma nova estrutura de organização dos conteúdos em um Ensino segue:
Fundamental de nove anos, considerando o perfil de seus alunos.
O objetivo de um maior número de anos de ensino obrigatório é Art. 6º Os sistemas de ensino e as escolas
assegurar a todas as crianças um tempo mais longo de convívio escolar, adotarão, como norteadores das políticas
maiores oportunidades de aprender e, com isso, uma aprendizagem educativas e das ações pedagógicas, os
mais ampla. É evidente que a maior aprendizagem não depende do seguintes princípios:
aumento do tempo de permanência na escola, mas sim do emprego I – Éticos: de justiça, solidariedade, liberdade e
mais eficaz do tempo. No entanto, a associação de ambos deve contribuir autonomia; de respeito à dignidade da pessoa
significativamente para que os educandos aprendam mais. humana e de compromisso com a promoção
Seu ingresso no Ensino Fundamental obrigatório não pode constituir- do bem de todos, contribuindo para combater
e eliminar quaisquer manifestações de
se em medida meramente administrativa. O cuidado na sequência do
preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e
processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças de seis anos
quaisquer outras formas de discriminação.
de idade implica o conhecimento e a atenção às suas características
II – Políticos: de reconhecimento dos
etárias, sociais e psicológicas. As orientações pedagógicas, por sua direitos e deveres de cidadania, de respeito
vez, estarão atentas a essas características para que as crianças sejam ao bem comum e à preservação do regime
respeitadas como sujeitos do aprendizado. democrático e dos recursos ambientais; da
A organização de um Ensino Fundamental de nove anos com o busca da equidade no acesso à educação,
acesso de alunos de seis anos à saúde, ao trabalho, aos bens culturais e
A nova organização do Ensino Fundamental deverá incluir os dois outros benefícios; da exigência de diversidade
elementos: de tratamento para assegurar a igualdade
• os nove anos de trabalho escolar; de direitos entre os alunos que apresentam
• a nova idade que integra esse ensino. diferentes necessidades; da redução da pobreza
Ambos necessitam ser objeto destas reflexões. e das desigualdades sociais e regionais.
III – Estéticos: do cultivo da sensibilidade
Os nove anos de trabalho no Ensino Fundamental juntamente com o da racionalidade; do
Como ponto de partida, para garantir uma nomenclatura comum às enriquecimento das formas de expressão e
múltiplas possibilidades de organização desse nível de ensino (séries, do exercício da criatividade; da valorização
ciclos, outros – conforme art. 23 da LDB nº 9.394/96), sugere-se que o das diferentes manifestações culturais,
Ensino Fundamental seja assim mencionado: especialmente a da cultura brasileira; da
construção de identidades plurais e solidárias
(BRASIL, 2010, p. 131).

Tais princípios se desenvolvem mediante as áreas de


conhecimentos a serem trabalhadas, organizadas por uma
base nacional comum, complementada em cada sistema
de ensino e em cada estabelecimento escolar por uma
Introdução à Pedagogia e Ética 24
parte diversificada. A parte diversificada visa atender as na passagem do primeiro para o segundo ano do ensino
especificidades regionais e a base nacional é comum para toda fundamental, conforme segue:
região do Brasil, assim organizada:
Nos dois primeiros anos do Ensino
Art. 15 Os componentes curriculares obrigatórios do Ensino Fundamental Fundamental, a ação pedagógica deve ter
serão assim organizados em relação às áreas de conhecimento: como foco a alfabetização, a fim de garantir
I – Linguagens: amplas oportunidades para que os alunos se
apropriem do sistema de escrita alfabética
a) Língua Portuguesa;
de modo articulado ao desenvolvimento de
b) Língua Materna, para populações indígenas;
outras habilidades de leitura e de escrita e ao
c) Língua Estrangeira moderna; seu envolvimento em práticas diversificadas
d) Arte; e de letramento (BRASIL, 2018, p. 27).
e) Educação Física;
II – Matemática; E sobre as duas fases do ensino fundamental (Anos
III – Ciências da Natureza; iniciais e Anos finais) a BNCC recomenda que na elaboração
IV – Ciências Humanas: dos currículos e das propostas pedagógicas devem ser
a) História; consideradas medidas para assegurar aos alunos um percurso
b) Geografia; contínuo de aprendizagens entre essas duas fases, de modo a
V – Ensino Religioso. promover uma maior integração entre elas. Também se deve
§ 1º O Ensino Fundamental deve ser ministrado em língua portuguesa, considerar as mudanças decorrentes da diferenciação dos
assegurada também às comunidades indígenas a utilização de suas componentes curriculares, dos tempos de aula e número de
línguas maternas e processos próprios de aprendizagem, conforme o professores.
art. 210, § 2º, da Constituição Federal. Uma observação importante é que o(a) pedagogo(a) é
§ 2º O ensino de História do Brasil levará em conta as contribuições responsável pelos Anos Iniciais do Ensino Fundamental,
das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, que se refere à primeira etapa (do 1º ao 5º ano). As turmas
especialmente das matrizes indígena, africana e europeia (art. 26, § 4º, referentes à segunda etapa do Ensino Fundametnal (do 6º
da Lei nº 9.394/96). ao 9º ano) não competem ao pedagogo e sim a profissionais
§ 3º A história e as culturas indígena e afro-brasileira, presentes, formados nos cursos de Licenciaturas em áreas específicas,
obrigatoriamente, nos conteúdos desenvolvidos no âmbito de todo o como Letras, Matemática, História, Geografia, Ciências,
currículo escolar e, em especial, no ensino de Arte, dentre outras.
Literatura e História do Brasil, assim como a História da África, deverão
assegurar o conhecimento e o reconhecimento desses povos para
a constituição da nação (conforme art. 26-A da Lei nº 9.394/96, 2 - O(A) pedagogo(a) nos Anos Iniciais
alterado pela Lei nº 11.645/2008). Sua inclusão possibilita ampliar o do Ensino Fundamental
leque de referências culturais de toda a população escolar e contribui
para a mudança das suas concepções de mundo, transformando os Figura 1 - ATIVIDADES PRÁTICAS NO ENSINO
conhecimentos comuns veiculados pelo currículo e contribuindo para a FUNDAMENTAL
construção de identidades mais plurais e solidárias.
§ 4º A Música constitui conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do
componente curricular Arte, o qual compreende também as artes
visuais, o teatro e a dança, conforme o § 6º do art. 26 da Lei nº 9.394/96.
§ 5º A Educação Física, componente obrigatório do currículo do Ensino
Fundamental, integra a proposta político-pedagógica da escola e será
facultativa ao aluno apenas nas circunstâncias previstas no § 3º do art.
26 da Lei nº 9.394/96.
§ 6º O Ensino Religioso, de matrícula facultativa ao aluno, é parte
integrante da formação básica do cidadão e constitui componente
curricular dos horários normais das escolas públicas de Ensino
Fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural e religiosa do
Brasil e vedadas quaisquer formas de proselitismo, conforme o art. 33 da
Lei nº 9.394/96 (BRASIL, 2010, p. 133).
Fonte: disponível em: https://images.app.goo.gl/y3Mg4aqXzbyUH1vo8. Acesso
em: 04 dez. 2022.
Em relação aos anos iniciais do Ensino Fundamental,
mais especificamente sobre o processo de alfabetização, Neste campo de atuação do(a) pedagogo(a), referente
convém observar que a DCN/2010 traz a orientação para não aos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, está direcionado
ocorrer a retenção do aluno na passagem do primeiro para o as situações cotidianas de docência da Educação Básica,
segundo ano de escolaridade e deste para o terceiro, devido a capaz de integrar sua formação com os desafios da sociedade
complexidade do processo de alfabetização e os prejuízos que contemporânea, como a tecnologia, a diversidade, a inclusão,
a repetência pode causar ao aluno. Porém, isso foi alterado, novos formatos familiares e curriculares, oportunizando o
em 2017, pela BNCC que recomenda a não retenção apenas desenvolvimento de competências para uma análise crítica da
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realidade e qualificação do trabalho pedagógico. de novas aprendizagens, na escola e para além dela; a afirmação de sua
Nesta perpectiva, a Diretriz Curricular Nacional para o identidade em relação ao coletivo no qual se inserem resulta em formas
Curso de Pedagogia (2006), Resolução CNE/CO nº 1, de 15 mais ativas de se relacionarem com esse coletivo e com as normas
de maio de 2006, menciona que: que regem as relações entre as pessoas dentro e fora da escola, pelo
reconhecimento de suas potencialidades e pelo acolhimento e pela
As atividades docentes também compreendem valorização das diferenças.
participação na organização e gestão de Ampliam-se também as experiências para o desenvolvimento da
sistemas e instituições de ensino, englobando: oralidade e dos processos de percepção, compreensão e representação,
planejamento, execução, coordenação, elementos importantes para a apropriação do sistema de escrita
acompanhamento e avalição de tarefas
alfabética e de outros sistemas de representação, como os signos
próprias do setor de Educação; planejamento,
matemáticos, os registros artísticos, midiáticos e científicos e as formas
execução, coordenação, acompanhamento
e avalição de projetos e experiências de representação do tempo e do espaço. Os alunos se deparam com
educativas não-escolares; produção e difusão uma variedade de situações que envolvem conceitos e fazeres científicos,
do conhecimento científicotecnológico do desenvolvendo observações, análises, argumentações e potencializando
campo educacional, em contextos escolares e descobertas.
nãoescolares (BRASIL, 2006) As experiências das crianças em seu contexto familiar, social e cultural,
suas memórias, seu pertencimento a um grupo e sua interação com as
Também de acordo com o Art. 4º da DCN do curso de mais diversas tecnologias de informação e comunicação são fontes que
Pedagogia (2006) destaca como atividades do pedagogo(a) em estimulam sua curiosidade e a formulação de perguntas. O estímulo
relação à docência: ao pensamento criativo, lógico e crítico, por meio da construção e do
fortalecimento da capacidade de fazer perguntas e de avaliar respostas,
[...] compreendem participação na organização de argumentar, de interagir com diversas produções culturais, de fazer
e gestão de sistemas e instituições de ensino, uso de tecnologias de informação e comunicação, possibilita aos alunos
englobando: ampliar sua compreensão de si mesmos, do mundo natural e social, das
I - planejamento, execução, coordenação, relações dos seres humanos entre si e com a natureza.
acompanhamento e avaliação de tarefas As características dessa faixa etária demandam um trabalho no ambiente
próprias do setor da Educação; escolar que se organize em torno dos interesses manifestos pelas
II - planejamento, execução, coordenação,
crianças, de suas vivências mais imediatas para que, com base nessas
acompanhamento e avaliação de projetos e
vivências, elas possam, progressivamente, ampliar essa compreensão,
experiências educativas não-escolares;
III - produção e difusão do conhecimento o que se dá pela mobilização de operações cognitivas cada vez mais
científico-tecnológico do campo educacional, complexas e pela sensibilidade para apreender o mundo, expressar-se
em contextos escolares e não-escolares. sobre ele e nele atuar.
Nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, a ação pedagógica
O documento norteador do trabalho curricular e deve ter como foco a alfabetização, a fim de garantir amplas
pedagógico da educação, que refere-se à BNCC (2018), oportunidades para que os alunos se apropriem do sistema de escrita
também enaltece a função do pedagogo, destacando o que se alfabética de modo articulado ao desenvolvimento de outras habilidades
deve trabalhar e como proporcionar a qualidade no contexto de leitura e de escrita e ao seu envolvimento em práticas diversificadas
educacional para com as crianças/alunos que frequentam os de letramentos. Como aponta o Parecer CNE/CEB nº 11/201029, “os
Anos Iniciais do Ensino Fundamental. conteúdos dos diversos componentes curriculares [...], ao descortinarem
Seguem algumas observações importantes extraídas às crianças o conhecimento do mundo por meio de novos olhares, lhes
da BNCC – Anos Iniciais do Ensino Fundametnal, com a oferecem oportunidades de exercitar a leitura e a escrita de um modo
finalidade de refletirmos sobre este campo de atuação do mais significativo” (BRASIL, 2010).
pedagogo como possibilidade profissional: Ao longo do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, a progressão do
conhecimento ocorre pela  consolidação das aprendizagens
A BNCC do  Ensino Fundamental – Anos Iniciais, ao valorizar as anteriores  e pela  ampliação das práticas  de linguagem e da
situações lúdicas de aprendizagem, aponta para a necessária articulação experiência estética e intercultural das crianças, considerando tanto seus
com as experiências vivenciadas na Educação Infantil. Tal interesses e suas expectativas quanto o que ainda precisam aprender.
articulação precisa prever tanto a progressiva sistematização dessas Ampliam-se a autonomia intelectual, a compreensão de normas e os
experiências quanto o desenvolvimento, pelos alunos, de novas formas interesses pela vida social, o que lhes possibilita lidar com sistemas
de relação  com o mundo, novas possibilidades de ler e formular mais amplos, que dizem respeito às relações dos sujeitos entre si, com
hipóteses sobre os fenômenos, de testá-las, de refutá-las, de elaborar a natureza, com a história, com a cultura, com as tecnologias e com o
conclusões, em uma atitude ativa na construção de conhecimentos. ambiente.
Nesse período da vida, as crianças estão vivendo mudanças importantes
em seu processo de desenvolvimento que repercutem em suas relações Fonte: Base Nacional Comum Curricular – BNCC, 2018. Disponível em: http://

consigo mesmas, com os outros e com o mundo. Como destacam as basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#fundamental. Acesso em: 04 dez. 2022.

DCN, a maior desenvoltura e a maior autonomia nos movimentos


e deslocamentos ampliam suas interações com o espaço; a relação
com múltiplas linguagens, incluindo os usos sociais da escrita e da
matemática, permite a participação no mundo letrado e a construção
Introdução à Pedagogia e Ética 26

Retomando a aula

Vale a pena acessar


Chegamos, assim, ao final da terceira aula. Espera-se
YOUTUBE. Ensino Fundamental de 9 anos para
que agora tenha ficado mais claro o entendimento de
todos. Disponível em: https://www.youtube.com/
vocês sobre o o campo de atuação do(a) Pedagogo(a)
watch?v=8lcEAGpGFpU. Acesso em: 04 dez. 2020.
referente aos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
Vamos, então, recordar:

1 - Organização administrativa e curricular do


Ensino Fundamental Vale a pena assistir

Um ponto importante a ser lembrando é a duração do • Cidade dos homens. Direção: Paulo Morelli.
Ensino Fundamental de nove anos, porém aqui neste contexto Brasil: Globo Filmes, 2007.
estamos dialogando sobre a função do(a) pedagogo(a) • O menino do Pijama Listrado. Direção: Mark
nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, que refere-se à Herman. EUA: Miramax Films, 2008.
primeira etapa (1º ao 5º ano), o que compete ao pedagogo.
As turmas referentes ao 6º ao 9º ano não competem ao
pedagogo e sim a profissionais das licenciaturas em áreas Minhas anotações
específicas. O currículo abarca conhecimentos científicos,
vivências e culturas e a organização do mesmo é dada pelas
Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental de 9 anos
e pela Base Nacional Comum Curricular. O professor deve
ter conhecimento desses documentos a fim de planejar sua
área de ensino.

2 - O(A) pedagogo(a) nos Anos Iniciais do Ensino


Fundamental

Apresentamos a função do pedagogo enquanto campo


de atuação profissional, direcionado à docência e ou à gestão
educacional, com a finalidade de promover planejamento,
execução e avaliação de acordo com a especificidade de cada
turma e conhecimento de área conforme a BNCC e a DCN
do curso de Pedagogia.

Vale a pena

Vale a pena ler


BRASIL. Ensino Fundamental de nove anos.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/
pdf/Ensfund/noveanorienger.pdf. Acesso em: 04 nov.
2022.
MEDEIROS, M. H; LIRA, A. C. M. O Ensino
Fundamental no Brasil: breves reflexões sobre a trajetória
histórica, as razões implícitas e implicações práticas
para o ensino de 9 anos. Atos de Pesquisa em Educação.
Blumenau, v. 11, n. 1, p. 159-178, jan./abr. 2016. Disponível
em: https://proxy.furb.br/ojs/index.php/atosdepesquisa/
article/view/4607/3279. Acesso em: 04 nov. 2022.

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