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hnpórtancia do Questionamento
no Processo de Investiga~ao
Qualitativa
SINOPSE
A investiga~ao assenta num processo continuo de questionamento. Todos os
investigadores deveriam questionar todas as fa ses da investiga~o, o que le, a defini,ao
do desenho de investiga~ao, os dados que analisam e a forma como os discute e extrai
suas ila~6es. É comummente aceite que para iniciar uma investiga~ao científica , seja qual
for a área de conhecimento, o ponto de partida é a elabora~ao de uma ou mais quest6es
de investiga~ao, normalmente designado por problema a investigar. No entanto, para
muitos que inicia m uma investiga~ao, a ideia de formulá-Ia é sempre um desafio. Alguns
nao sabem por onde come~ar e questíonam se a questao está bem formulada. Diante
destas indaga~6es, este capítulo tem como objetivo esclarecer e refor~ar a importancia da
formula~ao do problema e/ou questao de investiga~ao, onde buscar inspira~ao para a sua
concretiza~ao, quais os pa ssos a serem seguidos no seu refinamento e qual a sua utilidad e
durante o processo de investiga~ao. É nossa inten~ao também sugerir como a utiliza~ao de
alguns pacotes de software ajudam o investigador, a partir do questíonamento em outras
fases da investiga~ao, e assim manter uma coerencia interna durante a investiga~ao, bem
como obter res posta aquestao de investiga~ao .
INTRODUCAO
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Importáncia do Cuestionamento no Processo de Investiga y30 Cualitativa Investigac;:ao Qualitativa: Inovaqao. Dilemas e Desarlos
I ra.c~$I¡) N-..:ri di: SOU<!:3, Day.:¡c Neri de Souza e Ant6nio Pedro Costa I ~ de Avaro
processo, potencializando a qualidade do produto final (Neri de Souza, "curiosidade indolente", que irá resultar num desenho de investigac;:ao
Costa, & Moreira, 2011b). aleatório e de fraco valor e utilidade dos seus achados. Concordamos
com este autor quando afirma que a curiosidade deve implicar uma
Na investiga<;:ao em ciencias humanas e sociais o questionamento
forma sistemática e disciplinada de trabalhar. Portanto, quest6es de
ocorre ao langa de todo o processo de investiga<;:ao. E, se reveste de
investiga<;:ao claras e bem estruturadas sao o resultado da combina<;:ao
grande importancia na investiga<;:ao qualitativa. Como e por que? Para
equilibrada da curiosidade, criatividade e trabalho persistente.
responder a esta questao teremos que analisar rapidamente o que
sao, como se formulam e qual a natureza das quest6es de investiga<;:ao Para White (2009), ao formular quest6es de investiga<;:ao, a curiosidade
na investiga<;:ao qualitativa, para posteriormente discutir e apresentar é mais efetiva quando se segue tres passos genéricos: " i) pensar
exemplos de questionamentos ao langa de todo o processo, bem imaginativamente sobre o tipo de questao que poderia ser formulada
como deixar alguns apontamentos sobre o apoio das tecnologias. numa dada área do seu interesse; ii) tentar nao ser constrangido pelos
trabalhos prévios do seu campo, seja em termos de quest6es ou de
Segundo Sandelowski (2008), nos estudos quantitativos, as quest6es de
método; iii) pensar sobre os tipos de res postas que suas quest6es em
investiga<;:ao sao sempre especificadas antes do estudo, em contraste
particular podem produzir, mas manter a mente aberta sobre o que
com a investiga<;:ao qualitativa em que podem emergir durante o
poderá encontrar" (pp. 6-7).
estudo e, deste modo progressivo, chegar-se as quest6es relevantes
para a investiga<;:ao. A autora justifica argumentando que as quest6es
de investiga<;:ao, num ambito quantitativo, restringem e comprometem
a investiga<;:ao e as variáveis que serao abordadas. Já as quest6es de 1. O QUE É UMA QUESTÁO DE INVESTIGA<;ÁO?
investiga<;:ao, numa investiga<;:ao qualitativa, sao amplas o suficiente
Comecemos por analisar primeiro o que é uma questao de investiga<;:ao.
para permitir a explora<;:ao de experiencias específicas, eventos,
Serao estas quest6es da mesma natureza das perguntas que fazemos
artefatos, conceitos, ou outros assuntos empíricos ou analíticos que se
em outros contextos? Aqui, cabe esclarecer que nem todas as
constituirao como o foco do estudo.
perguntas sao quest6es. A distin<;:ao para estas duas palavras na língua
o equilíbrio das quest6es na investiga<;:ao qualitativa é muito mais portuguesa pode ser aprofundada através do trabalho de Neri de Souza
exigente porque deve ser bem definido e, ao mesmo tempo flexível (2006) quando define que uma questao implica maior profundidade,
e aberto a interven<;:ao dos contextos e da análise dos dados. Na abstra<;:ao e complexidade cognitiva e que pode ser formulada mesmo
investigac;:ao qualitativa as quest6es de investiga<;:ao sao, em última sem ser na forma de pergunta, ou seja, com um sinal de interrogac;:ao
análise, o resultado da curiosidade, preocupa<;:ao ou fascínio do no final da frase . Como quase sempre escrevemos quest6es na forma
investigador sobre um conte xto complexo e holístico e nao uma mera interrogativa, podemos afirmar que geralmente tod as as quest6es sao
medi<;:ao de variáveis controladas. perguntas, mas nem todas as perguntas sao quest6es.
No entanto, apesar da curiosidade do investigador ser de extrema Acerca da importancia daquestaode investiga<;:ao numa investiga<;:ao, Baker
importancia, para White (2009) a investiga<;:ao nao pode ter por base a (2002) relata os dois principais problemas para que um manuscrito seja
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IllIpOI'l !)nd a do Ou cstionarnento no Processo de Investigayao Oualitativa Investiga.,:ao Qualitativa: Inova.,ao, Dilemas e Oe~afi[js
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rc¡citado numa revista científica em educac;:ao em ciencias, cita: i) o estudo de investigac;:ao vao além da sua relevancia e exequibilidade, passam
nao ter fundamentac;:ao teórica que o guie, ii) o problema ou a questao também por ela ser inédita, ética e desafiadora. Como se pode verifica r,
de investigac;:ao nao ser relevante. No entanto, White (2013) descreve a equilibrar todos estes fatores numa questao de investigac;:ao nao é uma
negligencia de quest6es de investigac;:ao em textos sobre metodologia e tarefa fácil. Embora formular quest6es de investigac;:ao seja desprezada
na literatura académica no geral. O problema com a falta de quest6es de ou mesmo negligenciada por completo por muitos investigadores, elas
investigac;:ao nao é exclusivo dos estudantes e de investigadores em início sao centrais em todo o processo de investigac;:ao (White, 2009, 2013).
de carreira. White (2013) aponta para investigadores experientes que dao
pouca atenc;:ao as quest6es de investigac;:ao nos seus trabalhos.
Para Lewis e Pamela (1987), uma questao de investigac;:ao é aquela que 2. ONDE OS INVESTIGADORES BUSCAM
explicita precisamente o foco da investigac;:ao. A questao ou quest6es "INSPIRA<;AO" PARA FORMULAR QUESTÓES DE
de investigac;:ao é/sao o primeiro e vital passo da investigac;:ao. No
INVESTIGAGAO RELEVANTES?
sentido de dar enfase, consideramos que a questao ou as quest6es
Naturalmente, nao existe uma fórmula mágica para a formulac;:ao de
de investigac;:ao sao metade do trabalho de um cientista. Um cientista
quest6es científicas bem fundamentadas, nem técnica infalível para
é aquele que sabe formular quest6es interessantes e profundas sobre estabelecer problemáticas científicas. Também é bom lembrar que
sua área de trabalho e sua relac;:ao com outras áreas e com o mundo. formular quest6es é uma competencia de alto nível que envolve
As quest6es de investigac;:ao sao os guias que orienta m o tipo de busca pensamento crítico, reflexao, criatividade, conhecimentos, abstrac;:ao
de informac;:ao necessária, o modo como a recolha de informac;:ao deve e prática. Segundo Neri de Souza e Neri de Souza (2011) geralmente
ser feita e a definic;:ao do corpus de dados. Estas quest6es também sao temos cinco principais fontes para formular quest6es de investigac;:ao:
fundamentais na análise da informac;:ao coletada e ajudam o investigador
a nao se perder com os acessórios da investigac;:ao, mantendo assim o i. Materiais publicados, como livros, artigos científicos, relatórios, etc;
Uma questao de investigac;:ao deveria ser: i) relevante para a área privilegiadas do sistema e das problemáticas.
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o papel da teoria como base ao questionamento, por exemplo, Baker i. Selecionar algumas pal avras-chave sobre o tema ou a área em
(2002) afirma, a propósito da investiga<;:ao em educa<;:ao em ciencia s: que se vai realizar a investiga<;:ao. Formular algumas pergunta sl
quest6es sobre estas palavras-chave (brainstorming de quest6es);
Theories give rise to prob lems and questio ns, guide the cho ice
podem cingir o trabalho de orienta<;:ao, foco, relevancia e impacto na área (discutir a acessibilidade do corpus de dados que a qu estao de
oI.proxima<;ao e refina m ento da questao: necessário algo que irá proporcionar dire<;:ao as ou t la~ I.I ~ ( :~ ..
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I '''1(1(1., 11) N; 'ft(I4-~n, Onyte fIIcri de Souza e AflI6mo Ped roCosta l ~ deAveiro
Garantir quest6es ativas implica que o investigador terá que medir, estas outras perguntas deverao ser subsidiárias ou dependentes
observar algo, ou recolher dados sobre critérios orientadores; das quest6es de investigac;:ao principais. Devemos realc;:ar também
a importancia das quest6es de investigac;:ao estarem alinhadas aos
ii . Nao induzir opiniao com a questao. Geralmente as pessoas tem
objetivos, ao corpus de dados e aos tipos de análise, firmando a
uma opiniao sobre uma questao específica. É importante tentar
coerencia interna da investigac;:ao.
reescrever as quest6e s que exija m alguma ac;:ao de investigac;:ao
para encontrar a resposta . Irá se notar uma grande diferenc;:a entre Alarcao (1990a) sugere muitas destas perguntas num documento
quest6es de opiniao e de ac;:ao; chamado "A Construc;:ao do Meu Plano de Investigac;:ao", que tem como
objetivo acompanhar o processo de construc;:ao do plano de investigac;:ao.
iii. Evitar quest6es que implicam uma escala de medida indefinida,
Por exemplo, na fase da construc;:ao da fundamentac;:ao teórica e revisao
tal como "até que ponto";
da literatura esta autora questiona : "Que teorias, modelos, autores vao
iv. Tentar escrever quest6es com "o que é" e "por que". Evitar servir de enquadramento teórico para o meu estudo?"; "So u capaz de
perguntas de respostas direta; identificar já os tres autores mais relevantes 7". Para além destas perguntas
iniciais, o investigador deveria continuar a fazer outras perguntas, ainda
v. Formular quest6es que relacionem ideias e estabelec;:am previs6es,
mais específicas, como por exemplo, "Qual a linha metodológica e teórica
tal como o condicional "se".
dos autores A, B e C?" "Estao em acordo ou divergem?" "Os contextos das
Como já foi dito, formular boas quest6es de investigac;:ao nao é investigac;:6es destes autores aproximam-se ou distanciam-se do contexto
algo estático, mas dinamico. Contudo, este dinami smo deve ter um a investigar?" etc. Cabe a cada investigador estar atento para formular as
equilíbrio para que nao destrua a coerencia interna da investigac;:ao. quest6es relevantes para cada investigac;:ao.
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investigador deve especificar as quest6es no processo de recolha de Na última coluna sugerimos que o investigador possa escrever as
dados de acordo com as contingencias que irao certamente surgir. Por expetativas, as observac;:6es e as perguntas subsidiárias ao processo
exemplo, se o investigador planeou a aplicac;:ao de uma determinada de investigac;:ao. Esta conexao lógica entre as quest6es de investigac;:ao
estratégia de ensino e nao obteve as reac;:6es esperadas por parte e todos os outros elementos da investigac;:ao é dinamica e pode
dos alunos, deveria questionar: "Por que estes alu nos nao reagiram ser potenciada e orientada através das perguntas subsidiárias e
a estratégia como preconizado na literatura?"; "Que diferenc;:as orientadoras que o investigador deverá formular em todo o processo .
foram mais importantes na sua aplicac;:ao?"; "Que contextos devem A importancia da coerencia interna tendo como centralidade as
ter interferido?"; "Que fatores devem ter afetado a participac;:ao dos quest6es de investigac;:ao também é reforc;:ada por Maxwell (2009) no
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alunos?"; "Que procedimentos podem ser melhorados numa segunda seu modelo que transcrevemos na Figura 1.
intervenc;:ao, numa lógica de investigac;:ao-ac;:ao?". Naturalmente, estas
quest6es genéricas poderao ser mais relevantes numa investigac;:ao
do que em outras, e outras quest6es deverao surgir para suprir
necessidades específicas desta fase da investigac;:ao.
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quest6es de investigac;:ao. No Quadro 1, apresentamos um esquema
geral que poderá ser usado pelo investigador para que possa associar
horizontalmente (coerencia interna) as quest6es e sub-quest6es de
investigac;:ao, com os objetivos, com o desenho de investigac;:ao na
formac;:ao do corpus de dados, bem como com o tipo de análise que
8< )8
Ouadro 1
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Iml lorl (\llcln do Oucstionamento no Processo de Investiga~o Qualitativa Investiga~ao Oualitativa: Inovat;:3o, Dilemas e De'lélfios
I '1 11 '11 r~ Jl\ Nt"' I ~kJSot1/ f1 . I);ry:tO N'-!n de Souza e Antbnio Pedro Costa I LhiYersldadedeAveiro
neste modelo é a enfase e centralidade das quest5es de investiga~ao 5. COMO AS TECNOLOGIAS PODEM APOIAR NO
indicado pelas linhas cheias nas conex5es (ver Figu ra 1). PROCESSO DE QUESTIONAMENTO?
Outra fase onde as quest5es do investigador sao fundamentais é Como em muitas áreas de investiga~ao, nao se faz investiga~ao
na análise de resultados, na triangula~ao de dados e na escrita das eficaz exatamente como faríamos alguns anos atrás. Isto porque
discuss5es reflexivas. Nesta etapa é importante formular e responder as tecnologias que temos disponíveis hoje possibilitam fazer mais e
os seguintes questionamentos genéricos: melhor muitas das a~5es da investiga~ao. Reconhecemos também
que existem desenvolvimentos na investiga~ao qualitativa nas
i. Sou capaz de rascunhar nestas páginas as codifica~5es descritivas
dimens5es teórica e aplicada . Embora muitos dos seus fundamentos
e interpretativas para meu projeto? Sou capaz de fazer um
permane~am inalterados, as estratégias de revisao da literatura,
desenho esquemático?
recolha de dados, análise e triangula~ao tem sido potenciadas pelos
diversos instrumentos tecnológicos.
ii . Qual(is) é( sao) a(s) unidade(s) de análise do projeto?;
Ouadro 2
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ii. matriz aberta suscetível de ser utilizada com diferentes abordagens .. - ..................,..
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metodológicas; ~
Na Figura 2 apresentamos uma visaogeralde um projetode investiga~ao Neri de Souza, Costa e Moreira (2010, 2011a, 2011b) referem-se ao ato
configurado no IARS. Nele é possível ver as d iversas fases que se de formular perguntas orientadoras para a busca/procura de padr6es,
desenvolve numa investiga~ao , sendo possível editar e configurar de de inferencias e de conclus6es sobre o corpus de dados analisado .
acordo com as necessidades e preferencias do investigador. Para estes autores este processo de formula~ao de questionamento
de um corpus de dados, já codificado, pode ser otimizado com o
software disponível na nuvem (cloud computing) chamado webQDA iI
(Web Qualitative Data Analyses - www.webqda.com) . Na Figura
3, apresentamos uma visao geral do webQDA com os seus tres
sistemas (Figura 4): i) Fontes (vermelho), ii) Codifica~ao (azul) e iii)
Questionamento (verde) .
138 13g
Impor, Oncia do Questionamento no Processo de InYestiga~ao Qualitativa Investiga~ao Qualitatlvtt; 111011
r ,.tl lflf$ol NQfI do Sck..azn, DJ'r...c Nen de Souza e AnlÓnio Pedro Costa I ~ de Av(":vo
~""""" "' ," que é que está codificado simultaneam entc 11.1 "( ,11 ('1:( 111" '1" ,~ f E'
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"categoria 2"? ii) O que é que está codificado 11 ;1 "( ,I II' H( II 1. 1 1" [jil']
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fI/j ._-'"
nao faz parte da "categoria 2"? iii) Qual é a rela r;:ao daJ \..11 ( 'Il( 11 1. 1', 1 "
2 com as minhas categorias descritivas (Classificar;:oes e 1\11 ¡lllllq', ti"
webQDA)? Na primeira pergunta necessitaremos de fa zer it 1I ( ' I',i ' \, ,, I
... ...' ..
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das unidades de dados que foram codificadas em simult ."III('" 11.,',
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categorias 1 e 2 e, no caso da terceira pergunta, a interser;:Jo de v. í l i,l',
,
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sugerem é uma sistematizar;:ao do questionamento, de modo a que
as perguntas e questoes sejam pensadas de forma explícita, Inspirado
num quadro destes autores apresentamos, no Quadro 3, exemplos
Figura 3
Visao Geral do webOOA® www.webqda.com de questionamento aos dados que podem auxiliar o investigador de
estudos qualitativos na discussao de inferencias, temas e padroes de
informar;:ao presentes no seu corpus de dados codificado,
Quadro 3
1 Para se ter uma explica,ao mais completa sobre a codifica,ao dos dados sugerimos a leitura de
Ner; de Souza et al. (2010)
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1IIIpol lfi .u, lo tia Qu ü:l tiona monto no Processo de Investiga~io Qualitativa Investiga~ao Qualitativa: Inova"ao, Dilemas e Desarlos
i 11.t1"'¡'·"t¡ 1-I'lf IIJU nu.1lI1, 1)¡ I~lO Nlj(i t1 ú Souz3eAn1ÓnlO PedroCostal ~de Ave¡rO
Para além destas perguntas é importante que o investigador tenha CONSIDERAQAO FINAL
emp re presente as seguintes perguntas genéricas auxiliares:
Neste capítulo demos enfase nas quest6es de investigat;:ao no geral
1. Que matrizes de análise de dados podem ser construídas com o e especialmente na investigat;:ao qualitativa . Relembramos que os
software webQDA (www.webqda .com)? investigadores deveriam ter sempre em conta nao somente o que é
ii . Que perguntas se podem formular aos dados codificados que investigado mas também como a investiga<;ao é con duz ida, e isso está
iv. Quantos cruzamentos sao posslvels realizar entre as codifica<;6es outros elementos e dicas comentadas neste capítulo sao alguns dos
descritivas e interpretativas? Eentre asváriascodificat;:6es interpretativas? ingredientes de quest6es ativas num processo de investigat;:ao eficiente.
v. As respostas a estas perguntas aos dados influenciam as quest6es Quando fazemos investigat;:ao é para responder quest6es ou para seguir um
de investigat;:ao ou o quadro teórico? Que inferencias sao determinado método ou técnica? Claro que os métodos e as técnicas estao
sustentáveis no quadro das quest6es de investiga<;ao? a servi<;o das quest6es de investigat;:ao que gostaríamos de responder, por
isso as quest6es de investiga<;ao sao centrais neste processo.
vi. Quais destes elementos do questionamento e das respostas
pode m ser transportados para a escrita do texto da investiga<;ao? Como vimos, as quest6es sistemáticas e profundas deveriam conduzir
ou orientar a investiga<;ao, mas existe muitas barreiras para uma
A conexao entre este questionamento e a escrita de resultados parece
verdadeira investiga<;ao orientada por quest6es. Para White (2013)
nos óbvia porque pode : i) indicar as principais conclus6es ; ii) apontar
existe evidencias que sugerem que a investigat;:ao é frequentemente
para incoerencias internas entre as quest6es de investiga<;ao iniciais e
direcionada pelo método no lugar de quest6es. Outro problema é que
o que é realmente obtido com a análise dos dados; e iii) contribuir para
muitas quest6es que os investigadores formulam sao restritas pela
o estilo de escrita interpretativa e descritiva, próprias da investiga<;ao
reluUincia em aprender novos desenhos de investigat;:ao ou métodos
qualitativa. Uma primeira avaliat;:ao dos utilizadores do webQDA pode
de recolher dados e os analisar.
ser obtido em Neri de Souza et al. (2012).
Esperamos que as matrizes orientadoras e as ferramentas tecnológicas
Em jeito de conclusao, evidenciamos a importancia de formular a
apresentadas neste capítulo possam contribuir para ampliar os
questao ou as quest6es de investiga<;ao uma vez que servirá como uma
horizontes para novas formas de investigar, aprofundar as metodologias
" bússola" que guiará o investigador em todo o processo de investiga<;ao.
e as técnicas já existentes, na busca de responder da melhor forma as
Para se obter a(s) resposta(s), o investigador deve cumprir os passos
quest6es de investiga<;ao.
metodológicos no sentido de manter a coerencia interna do estudo e,
assim, apresentá-Ia(s) na conclusa0.
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It 11 .. 14l! 1,1..'1 f1, t GolI/t\, o.,¡.>e NlYi dC Soula e Antonio Pedro Costa l ~ deAvEJ(O
Neri de Souza, F., Costa, A. P., & Moreira, A. (2010). WebQDA: Software
a
de Apoio Análise Qualitativa.ln A. Rocha (Ed.), S" Conferencia
Ibérica de Sistemas e Tecnologias de Informa~íio, C1STI'2010.
Santiago de Compostela, Espanha: Universidade de Santiago
de Compostela .
Neri de Souza, F., Costa, A. P., & Moreira, A. (2011a). Análise de Dados
Qualitativos Suportada pelo Software WebQDA. In P. Dias (Ed.),
VII International Conference on ICT in Education (Challenges).
Universidade do Minho: Universidade do Minho.
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