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Investiga~o Qualitativa: Inova~'io. DUcHO o

hnpórtancia do Questionamento
no Processo de Investiga~ao
Qualitativa

Francisle Neri de Souza, Dayse Neri de Souza e António Pedro Costa


Departamento de Educac;ao, Universidade de Aveiro
fns@uapt, dayneri@uapt, pcosta@/udomedia.pt

SINOPSE
A investiga~ao assenta num processo continuo de questionamento. Todos os
investigadores deveriam questionar todas as fa ses da investiga~o, o que le, a defini,ao
do desenho de investiga~ao, os dados que analisam e a forma como os discute e extrai
suas ila~6es. É comummente aceite que para iniciar uma investiga~ao científica , seja qual
for a área de conhecimento, o ponto de partida é a elabora~ao de uma ou mais quest6es
de investiga~ao, normalmente designado por problema a investigar. No entanto, para
muitos que inicia m uma investiga~ao, a ideia de formulá-Ia é sempre um desafio. Alguns
nao sabem por onde come~ar e questíonam se a questao está bem formulada. Diante
destas indaga~6es, este capítulo tem como objetivo esclarecer e refor~ar a importancia da
formula~ao do problema e/ou questao de investiga~ao, onde buscar inspira~ao para a sua

concretiza~ao, quais os pa ssos a serem seguidos no seu refinamento e qual a sua utilidad e
durante o processo de investiga~ao. É nossa inten~ao também sugerir como a utiliza~ao de
alguns pacotes de software ajudam o investigador, a partir do questíonamento em outras
fases da investiga~ao, e assim manter uma coerencia interna durante a investiga~ao, bem
como obter res posta aquestao de investiga~ao .

INTRODUCAO

Formular quest6es é uma competencia fundamental para qu em r,j/


investiga¡;:ao. Elaborar boas quest6es de investiga¡;:ao é um prinwilfl
e essencial passo de cada projeto de investiga¡;:ao. Estas qllC~.( O I " ,
determinam o foco do trabalho e fornecem orienta¡;:ao para ((ltl" "

124 125
Importáncia do Cuestionamento no Processo de Investiga y30 Cualitativa Investigac;:ao Qualitativa: Inovaqao. Dilemas e Desarlos
I ra.c~$I¡) N-..:ri di: SOU<!:3, Day.:¡c Neri de Souza e Ant6nio Pedro Costa I ~ de Avaro

processo, potencializando a qualidade do produto final (Neri de Souza, "curiosidade indolente", que irá resultar num desenho de investigac;:ao
Costa, & Moreira, 2011b). aleatório e de fraco valor e utilidade dos seus achados. Concordamos
com este autor quando afirma que a curiosidade deve implicar uma
Na investiga<;:ao em ciencias humanas e sociais o questionamento
forma sistemática e disciplinada de trabalhar. Portanto, quest6es de
ocorre ao langa de todo o processo de investiga<;:ao. E, se reveste de
investiga<;:ao claras e bem estruturadas sao o resultado da combina<;:ao
grande importancia na investiga<;:ao qualitativa. Como e por que? Para
equilibrada da curiosidade, criatividade e trabalho persistente.
responder a esta questao teremos que analisar rapidamente o que
sao, como se formulam e qual a natureza das quest6es de investiga<;:ao Para White (2009), ao formular quest6es de investiga<;:ao, a curiosidade
na investiga<;:ao qualitativa, para posteriormente discutir e apresentar é mais efetiva quando se segue tres passos genéricos: " i) pensar
exemplos de questionamentos ao langa de todo o processo, bem imaginativamente sobre o tipo de questao que poderia ser formulada
como deixar alguns apontamentos sobre o apoio das tecnologias. numa dada área do seu interesse; ii) tentar nao ser constrangido pelos
trabalhos prévios do seu campo, seja em termos de quest6es ou de
Segundo Sandelowski (2008), nos estudos quantitativos, as quest6es de
método; iii) pensar sobre os tipos de res postas que suas quest6es em
investiga<;:ao sao sempre especificadas antes do estudo, em contraste
particular podem produzir, mas manter a mente aberta sobre o que
com a investiga<;:ao qualitativa em que podem emergir durante o
poderá encontrar" (pp. 6-7).
estudo e, deste modo progressivo, chegar-se as quest6es relevantes
para a investiga<;:ao. A autora justifica argumentando que as quest6es
de investiga<;:ao, num ambito quantitativo, restringem e comprometem
a investiga<;:ao e as variáveis que serao abordadas. Já as quest6es de 1. O QUE É UMA QUESTÁO DE INVESTIGA<;ÁO?
investiga<;:ao, numa investiga<;:ao qualitativa, sao amplas o suficiente
Comecemos por analisar primeiro o que é uma questao de investiga<;:ao.
para permitir a explora<;:ao de experiencias específicas, eventos,
Serao estas quest6es da mesma natureza das perguntas que fazemos
artefatos, conceitos, ou outros assuntos empíricos ou analíticos que se
em outros contextos? Aqui, cabe esclarecer que nem todas as
constituirao como o foco do estudo.
perguntas sao quest6es. A distin<;:ao para estas duas palavras na língua
o equilíbrio das quest6es na investiga<;:ao qualitativa é muito mais portuguesa pode ser aprofundada através do trabalho de Neri de Souza
exigente porque deve ser bem definido e, ao mesmo tempo flexível (2006) quando define que uma questao implica maior profundidade,
e aberto a interven<;:ao dos contextos e da análise dos dados. Na abstra<;:ao e complexidade cognitiva e que pode ser formulada mesmo
investigac;:ao qualitativa as quest6es de investiga<;:ao sao, em última sem ser na forma de pergunta, ou seja, com um sinal de interrogac;:ao
análise, o resultado da curiosidade, preocupa<;:ao ou fascínio do no final da frase . Como quase sempre escrevemos quest6es na forma
investigador sobre um conte xto complexo e holístico e nao uma mera interrogativa, podemos afirmar que geralmente tod as as quest6es sao
medi<;:ao de variáveis controladas. perguntas, mas nem todas as perguntas sao quest6es.

No entanto, apesar da curiosidade do investigador ser de extrema Acerca da importancia daquestaode investiga<;:ao numa investiga<;:ao, Baker
importancia, para White (2009) a investiga<;:ao nao pode ter por base a (2002) relata os dois principais problemas para que um manuscrito seja

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IllIpOI'l !)nd a do Ou cstionarnento no Processo de Investigayao Oualitativa Investiga.,:ao Qualitativa: Inova.,ao, Dilemas e Oe~afi[js
I r':"il " , · .1I) Nf'I"I (" ~\.{M,J m .I)ftys6 NOfi d f: SolJzaeAnIÓnJoPedroCostal ~de Avelro

rc¡citado numa revista científica em educac;:ao em ciencias, cita: i) o estudo de investigac;:ao vao além da sua relevancia e exequibilidade, passam
nao ter fundamentac;:ao teórica que o guie, ii) o problema ou a questao também por ela ser inédita, ética e desafiadora. Como se pode verifica r,
de investigac;:ao nao ser relevante. No entanto, White (2013) descreve a equilibrar todos estes fatores numa questao de investigac;:ao nao é uma
negligencia de quest6es de investigac;:ao em textos sobre metodologia e tarefa fácil. Embora formular quest6es de investigac;:ao seja desprezada
na literatura académica no geral. O problema com a falta de quest6es de ou mesmo negligenciada por completo por muitos investigadores, elas
investigac;:ao nao é exclusivo dos estudantes e de investigadores em início sao centrais em todo o processo de investigac;:ao (White, 2009, 2013).
de carreira. White (2013) aponta para investigadores experientes que dao
pouca atenc;:ao as quest6es de investigac;:ao nos seus trabalhos.

Para Lewis e Pamela (1987), uma questao de investigac;:ao é aquela que 2. ONDE OS INVESTIGADORES BUSCAM
explicita precisamente o foco da investigac;:ao. A questao ou quest6es "INSPIRA<;AO" PARA FORMULAR QUESTÓES DE
de investigac;:ao é/sao o primeiro e vital passo da investigac;:ao. No
INVESTIGAGAO RELEVANTES?
sentido de dar enfase, consideramos que a questao ou as quest6es
Naturalmente, nao existe uma fórmula mágica para a formulac;:ao de
de investigac;:ao sao metade do trabalho de um cientista. Um cientista
quest6es científicas bem fundamentadas, nem técnica infalível para
é aquele que sabe formular quest6es interessantes e profundas sobre estabelecer problemáticas científicas. Também é bom lembrar que
sua área de trabalho e sua relac;:ao com outras áreas e com o mundo. formular quest6es é uma competencia de alto nível que envolve
As quest6es de investigac;:ao sao os guias que orienta m o tipo de busca pensamento crítico, reflexao, criatividade, conhecimentos, abstrac;:ao
de informac;:ao necessária, o modo como a recolha de informac;:ao deve e prática. Segundo Neri de Souza e Neri de Souza (2011) geralmente
ser feita e a definic;:ao do corpus de dados. Estas quest6es também sao temos cinco principais fontes para formular quest6es de investigac;:ao:
fundamentais na análise da informac;:ao coletada e ajudam o investigador
a nao se perder com os acessórios da investigac;:ao, mantendo assim o i. Materiais publicados, como livros, artigos científicos, relatórios, etc;

rumo para as conclus6es e respostas possíveis. Muitos investigadores


ii. Experiencia pessoal no campo de trabalho e na área de
encontram-se perdidos em algumas destas fases, simplesmente
investigac;:ao;
porque nao tem presente ou claramente definidas as suas quest6es de
investigac;:ao a norteá-Ios. Portanto, nunca é pouco relembrar que todo iii. Experiencia de colegas de trabalho e de investigac;:ao, ou seja, a
o tempo "perdido" na definic;:ao das quest6es de investigac;:ao nunca é valorizac;:ao da visa o do outro;
desperdic;:ado (Neri de Souza et al., 2011b; White, 2013).
iv. Conversa com especialistas da área de estudo com vis6es

Uma questao de investigac;:ao deveria ser: i) relevante para a área privilegiadas do sistema e das problemáticas.

de conhecimento, ii) específica e iii) sem res posta preconcebida.


v. Teorias e bases em estudos epistemológicos e filosóficos da área.
Quando se formula uma questao da qual já se sabe como responder
ou onde encontrar diretamente a resposta, podemos estar diante de Muitas destas fontes de "inspirac;:ao" para o questionamento cient il kLí
uma falsa questao de investigac;:ao. As caraterísticas de uma questao supracitadas, sao discutidas igualmente por Lewis e Pamel a (19R7). " e)l" e'

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I ltlpor1 ~ n cl o do Questionamento no Processo de Investjga~o Oualitativa


t ,¡tfI. 1'.111 '" -11 úu $ÓUL:\, D."IY'Je Neo de Souza e António Pedro Costa I Unw5k1OOe de Avel(o
Investiga~o Qualitativa: Inovayáo. DItt'1Tl o

o papel da teoria como base ao questionamento, por exemplo, Baker i. Selecionar algumas pal avras-chave sobre o tema ou a área em
(2002) afirma, a propósito da investiga<;:ao em educa<;:ao em ciencia s: que se vai realizar a investiga<;:ao. Formular algumas pergunta sl
quest6es sobre estas palavras-chave (brainstorming de quest6es);
Theories give rise to prob lems and questio ns, guide the cho ice

of methodology, and provide an interpreti ve lens fO I data.


ii. Qual é a informa<;:ao mais relevante relativa a estas palavra s­
Theo ri es situate the stu dy in an ongoing line of research in chave que se deseja trabalhar? A fundamenta<;:ao teórica destas
science ed ucatio n and provide a rationale and relevance fo r a palavras-chaveé pertinente? Eliminar as perguntas irrelevantes el
study. Theoríes are the framework of any good study and he lp ou repetitivas (refinamento das quest6es);
organ ize a manuscript . (Baker, 2002, p.176)
iii. Por que com estas quest6es? Eliminar ou reescrever as perguntasl
Note-se que, na oplnlao deste autor, a teoria orienta o processo de quest6es com res posta di reta, tipo sim ou nao, e as falsas quest6es
levantamento de quest6es. Acreditamos que o questionamento pode (reescrita das quest6es);

também orientar na escolha das bases teóricas ou metodológicas para a

iv. Quando será possível ter estas quest6es respondidas? (retirar


resolu<;:ao de determinado problema . Quando um estudo nao tem teorias
ou reescrever as quest6es demasiada mente ambiciosas para o
que o fundamentem ou quest6es de investiga<;:ao que o guiem, acaba por
tempo disponível);
haver uma mistura de significados, um "saco de dados" despropositados e

de difícil compreen sao. Assim, a teoria e as quest6es de investiga<;:ao sao


v. Como ver respondidas estas quest6es? (retirar ou reescrever as
uma via com mao dupla em termos de estrutura<;:ao e fundamenta<;:ao da quest6es que demandem muitos recursos financeiros ou de recolha
investiga<;:ao. Lewis e Pamela (1987) afirma m que, quando um estudo é de dados inviável para o contexto de trabalho). Por exemplo: será
ateórico, nao tem poder explicativo porque nao tem argumentos (teoria) necessário fazer entrevistas ou aplicar questionários ?;
que Ihe permita contar a história (interpretar os dados). Mas quando o
estudo nao tem quest6es de investiga<;:ao nem mesmo as melhores teorias vi. Onde encontrar a informa<;:ao para responder as quest6es?

podem cingir o trabalho de orienta<;:ao, foco, relevancia e impacto na área (discutir a acessibilidade do corpus de dados que a qu estao de

estudada. As quest6es de investiga<;:ao fazem as pontes entre a teoria,


investiga<;:ao solicita).

metodologia, desenho de investiga<;:ao, análise dos dados e seus resultados.

Uma coisa importante nas quest6es de investiga<;:ao é que elas devem


ser orientadas para a a<;:ao exigindo alguma atividade da parte do
investigador. Qualquer questao que possa ser respondida por um
3. COMO FORMULAR QUESTOES DE " sim" ou "nao", nao é orientada para a a<;:ao. Essas perguntas sa o
INVESTIGAQAO? como uma "rolha" que estagnam o processo de investiga<;:ao. A seg uir
apresentamos algumas dicas genéricas :
Procurando uma visao mais prática e operacional do ato de formular

<1u est6es de investiga<;:ao, podemos seguir algumas etapas de


i. Formular quest6es ativas. No inicio do plano de investi gac;ao ~ C ' I 01

oI.proxima<;ao e refina m ento da questao: necessário algo que irá proporcionar dire<;:ao as ou t la~ I.I ~ ( :~ ..

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I•• II,IÍ' t ~ n dn do Quüstionamento no Processo de Invest i9a~ao Qualitativa Investigayao Qualitativa: Inovar;ijo, Dilemas e DQsafio5
I '''1(1(1., 11) N; 'ft(I4-~n, Onyte fIIcri de Souza e AflI6mo Ped roCosta l ~ deAveiro

Garantir quest6es ativas implica que o investigador terá que medir, estas outras perguntas deverao ser subsidiárias ou dependentes
observar algo, ou recolher dados sobre critérios orientadores; das quest6es de investigac;:ao principais. Devemos realc;:ar também
a importancia das quest6es de investigac;:ao estarem alinhadas aos
ii . Nao induzir opiniao com a questao. Geralmente as pessoas tem
objetivos, ao corpus de dados e aos tipos de análise, firmando a
uma opiniao sobre uma questao específica. É importante tentar
coerencia interna da investigac;:ao.
reescrever as quest6e s que exija m alguma ac;:ao de investigac;:ao
para encontrar a resposta . Irá se notar uma grande diferenc;:a entre Alarcao (1990a) sugere muitas destas perguntas num documento
quest6es de opiniao e de ac;:ao; chamado "A Construc;:ao do Meu Plano de Investigac;:ao", que tem como
objetivo acompanhar o processo de construc;:ao do plano de investigac;:ao.
iii. Evitar quest6es que implicam uma escala de medida indefinida,
Por exemplo, na fase da construc;:ao da fundamentac;:ao teórica e revisao
tal como "até que ponto";
da literatura esta autora questiona : "Que teorias, modelos, autores vao

iv. Tentar escrever quest6es com "o que é" e "por que". Evitar servir de enquadramento teórico para o meu estudo?"; "So u capaz de

perguntas de respostas direta; identificar já os tres autores mais relevantes 7". Para além destas perguntas
iniciais, o investigador deveria continuar a fazer outras perguntas, ainda
v. Formular quest6es que relacionem ideias e estabelec;:am previs6es,
mais específicas, como por exemplo, "Qual a linha metodológica e teórica
tal como o condicional "se".
dos autores A, B e C?" "Estao em acordo ou divergem?" "Os contextos das

Como já foi dito, formular boas quest6es de investigac;:ao nao é investigac;:6es destes autores aproximam-se ou distanciam-se do contexto

algo estático, mas dinamico. Contudo, este dinami smo deve ter um a investigar?" etc. Cabe a cada investigador estar atento para formular as

equilíbrio para que nao destrua a coerencia interna da investigac;:ao. quest6es relevantes para cada investigac;:ao.

Sobre o papel da s quest6e s de investigac;:ao no equilíbrio da coerencia


Esta técnica de questionamento é ainda mais sensível quando se faz
I
interna dos vários elementos e ac;:6es na investigac;:ao abordaremos Ili'"
investigac;:ao qualitativa, devido a natureza interpretativa, holística
mais ad iante neste capítulo.
e aberta que estes caminhos metodológicos podem levar. Por isso,
questionar sempre pode ser usado para corrigir rumos e interligar
compreens6es que, de outra forma, poderiam causar a dispersao dos

4. QUESTIONAR EM OUTRAS FASES DO rumos principais da investigac;:ao.


PROCESSO DE INVESTIGA9AO QUALlTATIVA
Na preparac;:ao dos instrumentos e na própria recolha de dados, o
"!
Tradicionalmente quando se preconiza o questionar, este está investigador de um estudo qualitativo deveria continuar a formular
fortemente ligado as fases de formulac;:ao e reformulac;:ao das quest6es perguntas orientadoras e sistemáticas. Assim , para a investigac;:ao
de investigac;:ao. No entanto, o questionamento deverá estar presente qualitativa, Alarcao (1990) sugere que se questione: "Que m sao
como ferramenta em praticamente todas as fases da investigac;:ao os participantes?", "Que papel irao desempenhar no estudo?",
em geral e, em especial, na investigac;:ao qualitativa. Naturalmente "Que papel irei desempenhar, como investigador? ". Novamente, o

132 133
("\.

hnpo.-l{incio do Questionamento no Processo de Investígayao Qualitativa


I nllllo. ,-"" N, .,1 do Sü!J/;"J, O:"",oú. Neri de Souza e Antonio Pedro Costa I Ur~ de Avaro Investiga~ao Oualitativa: Inova~o . Dilemas e Desafios

investigador deve especificar as quest6es no processo de recolha de Na última coluna sugerimos que o investigador possa escrever as
dados de acordo com as contingencias que irao certamente surgir. Por expetativas, as observac;:6es e as perguntas subsidiárias ao processo
exemplo, se o investigador planeou a aplicac;:ao de uma determinada de investigac;:ao. Esta conexao lógica entre as quest6es de investigac;:ao
estratégia de ensino e nao obteve as reac;:6es esperadas por parte e todos os outros elementos da investigac;:ao é dinamica e pode
dos alunos, deveria questionar: "Por que estes alu nos nao reagiram ser potenciada e orientada através das perguntas subsidiárias e
a estratégia como preconizado na literatura?"; "Que diferenc;:as orientadoras que o investigador deverá formular em todo o processo .
foram mais importantes na sua aplicac;:ao?"; "Que contextos devem A importancia da coerencia interna tendo como centralidade as
ter interferido?"; "Que fatores devem ter afetado a participac;:ao dos quest6es de investigac;:ao também é reforc;:ada por Maxwell (2009) no
II[
alunos?"; "Que procedimentos podem ser melhorados numa segunda seu modelo que transcrevemos na Figura 1.
intervenc;:ao, numa lógica de investigac;:ao-ac;:ao?". Naturalmente, estas
quest6es genéricas poderao ser mais relevantes numa investigac;:ao
do que em outras, e outras quest6es deverao surgir para suprir
necessidades específicas desta fase da investigac;:ao.

Quando se defende o questionamento sistemático em todo o


el \ ~· '\a..--.l' A.
processo de investigac;:ao qualitativa, é importante lembrar que ·

estas perguntas devem ajudar a manter coerencia interna com as


·

~ .l'''-'~ ~
quest6es de investigac;:ao. No Quadro 1, apresentamos um esquema
geral que poderá ser usado pelo investigador para que possa associar
horizontalmente (coerencia interna) as quest6es e sub-quest6es de
investigac;:ao, com os objetivos, com o desenho de investigac;:ao na
formac;:ao do corpus de dados, bem como com o tipo de análise que
8< )8

inicialmente o investigador preve utilizar. Figura 1

Modelo de desenho de investigayao interativo de Maxwell (2009).

Ouadro 1

Este autor reconhece que embora os componentes deste modelo


Coeréncia Interna Geral da Investigayao

nao sejam substancialmente diferentes dos apresentados em muitas


outras discuss6es de projetos de pesquisa qualitativa, apresenta
como inovac;:ao a forma como as relac;:6es entre os componentes
sao conceptuaJizados. No modelo de Maxwell (2009), as diferentes
partes de um projeto formam um todo integrado que interagem
Objetivo 3.. . Observa~ao Análise de com cada componente ligadas a vários outros, em vez de ser ligado
Questao 2... ?
Objetivo 4.. . 1,2 e 3 Conteúdo...
numa sequencia linear ou cíclica . Outra peculiaridade importante

134 135
Iml lorl (\llcln do Oucstionamento no Processo de Investiga~o Qualitativa Investiga~ao Oualitativa: Inovat;:3o, Dilemas e De'lélfios
I '1 11 '11 r~ Jl\ Nt"' I ~kJSot1/ f1 . I);ry:tO N'-!n de Souza e Antbnio Pedro Costa I LhiYersldadedeAveiro

neste modelo é a enfase e centralidade das quest5es de investiga~ao 5. COMO AS TECNOLOGIAS PODEM APOIAR NO
indicado pelas linhas cheias nas conex5es (ver Figu ra 1). PROCESSO DE QUESTIONAMENTO?
Outra fase onde as quest5es do investigador sao fundamentais é Como em muitas áreas de investiga~ao, nao se faz investiga~ao

na análise de resultados, na triangula~ao de dados e na escrita das eficaz exatamente como faríamos alguns anos atrás. Isto porque
discuss5es reflexivas. Nesta etapa é importante formular e responder as tecnologias que temos disponíveis hoje possibilitam fazer mais e
os seguintes questionamentos genéricos: melhor muitas das a~5es da investiga~ao. Reconhecemos também
que existem desenvolvimentos na investiga~ao qualitativa nas
i. Sou capaz de rascunhar nestas páginas as codifica~5es descritivas
dimens5es teórica e aplicada . Embora muitos dos seus fundamentos
e interpretativas para meu projeto? Sou capaz de fazer um
permane~am inalterados, as estratégias de revisao da literatura,
desenho esquemático?
recolha de dados, análise e triangula~ao tem sido potenciadas pelos
diversos instrumentos tecnológicos.
ii . Qual(is) é( sao) a(s) unidade(s) de análise do projeto?;

Este facto é evidente quando se recorre aos vastíssimos bancos


iii. Quais sao as dimens6es ou subdimens5es de análise previstas?;
de dados da literatura especializada através da internet. Mesmo
iv. Quais os meios a utilizar para fazer emergir da leitura dos dados as as publica~6es mais tradicionais tem abandonado a lógica do papel
categorias e subcategorias de análise? e acedido ao digital e suas múltiplas possibilidades. Nesta sec~ao ,

gostaríamos de ultrapassar o lugar comum e exemplos do cotidiano


v. As dimen s6es, categorias e subcategorias de análise sao coerentes
e apresentar ferramentas tecnológicas que fazem ou podem fazer
com as quest5es de investiga~ao e os objetivos? Sao claras e
diferen~a quando se faz investiga~ao qualitativa . O primeiro caso é
suficientes para o processo de codifica~ao das unidades de texto? o IARS, um sistema online de gestao da investiga~ao em geral que,
entre outras funcionalidades, apoia a formula~ao de quest5es de
Sugerimos que o investigador construa um quadro (ver Quadro 2)
investiga~ao . O segundo ca so é o webQDA, um sistema também online,
em que possa sistematizar as perguntas e as respostas desta fase de
que apoia a análise de dados nao-numéricos e nao estruturados.
análise na investiga~ao qualitativa.

Ouadro 2

Coerencia Interna da Análise da Investigayao


5.1 O CASO DO IARS

Tanto o Quadro 1, como o Quadro 2 que apresentamos anteriormente,


podem ser melhor aplicados no percurso investigativo através do
software de suporte ao processo de investiga~ao IARS (Isabel Alarcao
Questao l ...?

Research Software®). O IARS (http://www.ia-rs.com/) é uma aplica~ao


Questao 2 ... ?
de apoio a orienta~ao de trabalhos de investiga~ao disponível

136 137
'-"

II I II" II' h IU,¡1;1 cl U OuO!;tionamento no Processo de Investiga~o Oualrtativa


11•• 11'0 ' . t¿"I' ¡f.)¡, ~.(."ai,T1I (),,'I1/p'.o I.r....i dú Souz..... e António PedroCOsla Ilk'IM3rsid<-.:ta Cl<~ A'I9IfO
Investigac;:ao Qualitativa: Inova<;:áo. Dilemas B Desarlos

Ilu rn nrn biente online. O mesmo foi desenvolvido a partir do guiaD


IARS 1. 1."1l1li -"~ '- •
ori entador da constru~ao do plano de investiga~ao, desenvolvido
po r Isabel Alarcao a que acima nos referimos. Elucidado por um
Metodologia
"O rientador Virtual", esta aplica~ao assenta nos seguintes princípios :
Quohl6e"Jo 9 Objt.>(I'\I'J:) E>
. . . . . . . . . . . . . _ _ _ .......4

­-
~

. ....-- ...... ,.,.. -"""'"..­


. . . . . . . . . . . . . ~ . . . . ._ .... lj.,.

l. organizador conceptual do projeto nas suas fases; .-...- .............. .,,""-.

..
.......... -.- ..... -
,'~...--._ .... .....

ii. matriz aberta suscetível de ser utilizada com diferentes abordagens .. - ..................,..­
~t;o¡_.fW-_¡.....,.~

aDI:l
metodológicas; ~

iii. estrutura baseada em quest6es organizadoras e estimuladoras do


pensamento do investigador;

iv. simplicidade de utiliza~ao; é?--­


v. intera~ao orientador/orientando; Figura 2
Visao geral de um projeto no IARS.
vi. registo da evolu~ao dos orientandos em forma de "eportfólio de
investiga~ao";

vii. organizador sistemático do projeto e dos resultados da


investiga~ao. 5.2 O CASO DO WEBQOA

Na Figura 2 apresentamos uma visaogeralde um projetode investiga~ao Neri de Souza, Costa e Moreira (2010, 2011a, 2011b) referem-se ao ato
configurado no IARS. Nele é possível ver as d iversas fases que se de formular perguntas orientadoras para a busca/procura de padr6es,
desenvolve numa investiga~ao , sendo possível editar e configurar de de inferencias e de conclus6es sobre o corpus de dados analisado .
acordo com as necessidades e preferencias do investigador. Para estes autores este processo de formula~ao de questionamento
de um corpus de dados, já codificado, pode ser otimizado com o
software disponível na nuvem (cloud computing) chamado webQDA iI
(Web Qualitative Data Analyses - www.webqda.com) . Na Figura
3, apresentamos uma visao geral do webQDA com os seus tres
sistemas (Figura 4): i) Fontes (vermelho), ii) Codifica~ao (azul) e iii)
Questionamento (verde) .

138 13g
Impor, Oncia do Questionamento no Processo de InYestiga~ao Qualitativa Investiga~ao Qualitatlvtt; 111011
r ,.tl lflf$ol NQfI do Sck..azn, DJ'r...c Nen de Souza e AnlÓnio Pedro Costa I ~ de Av(":vo

~""""" "' ," que é que está codificado simultaneam entc 11.1 "( ,11 ('1:( 111" '1" ,~ f E'
"" r,u l) " ~..~ e
"categoria 2"? ii) O que é que está codificado 11 ;1 "( ,I II' H( II 1. 1 1" [jil']
9
fI/j ._-'"
nao faz parte da "categoria 2"? iii) Qual é a rela r;:ao daJ \..11 ( 'Il( 11 1. 1', 1 "
2 com as minhas categorias descritivas (Classificar;:oes e 1\11 ¡lllllq', ti"
webQDA)? Na primeira pergunta necessitaremos de fa zer it 1I ( ' I',i ' \, ,, I
... ...'­ ..
;"1

.- _
..­,. ...
das unidades de dados que foram codificadas em simult ."III('" 11.,',

Ir.
M1
categorias 1 e 2 e, no caso da terceira pergunta, a interser;:Jo de v. í l i,l',
,

categorias com os descritores do corpus de dados codificados ,.wlu',


<"
processos do webQDA, É verdade que muitas destas perguntas S; iO
formuladas implicitamente pelos investigadores, mas o que os autor'"

-'
sugerem é uma sistematizar;:ao do questionamento, de modo a que
as perguntas e questoes sejam pensadas de forma explícita, Inspirado
num quadro destes autores apresentamos, no Quadro 3, exemplos
Figura 3
Visao Geral do webOOA® www.webqda.com de questionamento aos dados que podem auxiliar o investigador de
estudos qualitativos na discussao de inferencias, temas e padroes de
informar;:ao presentes no seu corpus de dados codificado,

Quadro 3

Coerencia Interna no Aprofundamento e Sistematizac;:ao da Análise

Ele!1)(!(ltos poro o .:;swlO de De acordo com


l'iesultodos 1'\1') A"óllSe QvolltollvC As opinioes as entrevistas
dos polfticos Quaisas Executar uma aos políticos
divergem das referencias Matriz entre e dentistas
Figura 4

dos cientistas no codificadas das a dimensao analisadas


Sistemas do webOOA (Neri de Souza. Costa. Neri de Souza & Moreira. 2013)
Somente nas
que diz respeito duas profissoes "Consequencia" nao existem
entrevistas das
ao impacto e nas categorias do aquecimento diferen,as
Fontes
("Consequencia") e subcategorias global, com acentuadas no
Para estes autores, depois do corpus de dados codificado!, pode-se
do aquecimento da dimensao o atributo discurso sobre as
formular perguntas para serem operacionalizadas com as ferramentas global no "Consequencia"? "Profíssao" consequencias
da área de "Questionamento" do software, como por exemplo: i) O mundo? do aquecimento
global no mundo,

1 Para se ter uma explica,ao mais completa sobre a codifica,ao dos dados sugerimos a leitura de
Ner; de Souza et al. (2010)

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.-.

1IIIpol lfi .u, lo tia Qu ü:l tiona monto no Processo de Investiga~io Qualitativa Investiga~ao Qualitativa: Inova"ao, Dilemas e Desarlos
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Para além destas perguntas é importante que o investigador tenha CONSIDERAQAO FINAL
emp re presente as seguintes perguntas genéricas auxiliares:
Neste capítulo demos enfase nas quest6es de investigat;:ao no geral
1. Que matrizes de análise de dados podem ser construídas com o e especialmente na investigat;:ao qualitativa . Relembramos que os
software webQDA (www.webqda .com)? investigadores deveriam ter sempre em conta nao somente o que é

ii . Que perguntas se podem formular aos dados codificados que investigado mas também como a investiga<;ao é con duz ida, e isso está

sirvam de suporte as quest6es de investigat;:ao? relacionada diretamente com as quest6es-orientadoras da investiga<;ao.


Neste sentido, e para ser útil, uma abordagem verdadeiramente
iii. Quais sao as ferramentas de busca e questionamento disponíveis
conduzida por quest6es-orientadoras na investigat;:ao deve ser também
no webQDA que realmente sao necessárias ao projeto?
conduzida pela curiosidade. A curiosidade bem direcionada, entre

iv. Quantos cruzamentos sao posslvels realizar entre as codifica<;6es outros elementos e dicas comentadas neste capítulo sao alguns dos
descritivas e interpretativas? Eentre asváriascodificat;:6es interpretativas? ingredientes de quest6es ativas num processo de investigat;:ao eficiente.

v. As respostas a estas perguntas aos dados influenciam as quest6es Quando fazemos investigat;:ao é para responder quest6es ou para seguir um
de investigat;:ao ou o quadro teórico? Que inferencias sao determinado método ou técnica? Claro que os métodos e as técnicas estao
sustentáveis no quadro das quest6es de investiga<;ao? a servi<;o das quest6es de investigat;:ao que gostaríamos de responder, por
isso as quest6es de investiga<;ao sao centrais neste processo.
vi. Quais destes elementos do questionamento e das respostas
pode m ser transportados para a escrita do texto da investiga<;ao? Como vimos, as quest6es sistemáticas e profundas deveriam conduzir
ou orientar a investiga<;ao, mas existe muitas barreiras para uma
A conexao entre este questionamento e a escrita de resultados parece­
verdadeira investiga<;ao orientada por quest6es. Para White (2013)
nos óbvia porque pode : i) indicar as principais conclus6es ; ii) apontar
existe evidencias que sugerem que a investigat;:ao é frequentemente
para incoerencias internas entre as quest6es de investiga<;ao iniciais e
direcionada pelo método no lugar de quest6es. Outro problema é que
o que é realmente obtido com a análise dos dados; e iii) contribuir para
muitas quest6es que os investigadores formulam sao restritas pela
o estilo de escrita interpretativa e descritiva, próprias da investiga<;ao
reluUincia em aprender novos desenhos de investigat;:ao ou métodos
qualitativa. Uma primeira avaliat;:ao dos utilizadores do webQDA pode
de recolher dados e os analisar.
ser obtido em Neri de Souza et al. (2012).
Esperamos que as matrizes orientadoras e as ferramentas tecnológicas
Em jeito de conclusao, evidenciamos a importancia de formular a
apresentadas neste capítulo possam contribuir para ampliar os
questao ou as quest6es de investiga<;ao uma vez que servirá como uma
horizontes para novas formas de investigar, aprofundar as metodologias
" bússola" que guiará o investigador em todo o processo de investiga<;ao.
e as técnicas já existentes, na busca de responder da melhor forma as
Para se obter a(s) resposta(s), o investigador deve cumprir os passos
quest6es de investiga<;ao.
metodológicos no sentido de manter a coerencia interna do estudo e,
assim, apresentá-Ia(s) na conclusa0.

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(-"

1IIInlU ' (¡ ''';'.11ft do a"I($ llonomento no Processo de Investigac;:ao Qualítativa Investiga¡;;ao Oualitativa: Inovacf.io, Dilemas e Desafíos
It 11 .. 14l! 1,1..'1 f1, t GolI/t\, o.,¡.>e NlYi dC Soula e Antonio Pedro Costa l ~ deAvEJ(O

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