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EXERCÍCIO CONTESTAÇÃO®

O Município de TUDO VAI DAR CERTO (interior do Estado ESFORÇO E FÉ)


moveu ação civil por improbidade administrativa contra AMÉLIA, sob a
alegação de que esta, no desempenho da função de secretária de saúde, teria
realizado concurso público para cargos de professor municipal destinando o
percentual de 5% para os portadores de necessidades especiais, inclusive
indivíduos portadores de visão monocular, o que, no entender do Ente
Federado, viola o princípio da igualdade.
A ação civil por improbidade foi movida no ano de 2016 e distribuída por
dependência para o Juízo da 27ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Tudo
Vai Dar Certo.
Após a regular notificação para apresentação de manifestação (cujo prazo
decorreu in albis), o juiz, aplicando o princípio do in dubio pro societate, achou
por bem receber a inicial e determinou a citação de Amélia, o que foi
igualmente realizado de forma regular.
Na decisão de recebimento, o juiz negou o pedido de indisponibilidade dos
bens da Ré formulado pelo Município de TUDO VAI DAR CERTO.
AMÉLIA, que já havia deixado de exercer as funções desde 2010 e depois dali
jamais exerceu outra função pública, tendo viajado para a Capital, percebendo
a possibilidade de ser penalizada, procura seus serviços profissionais para a
adoção das medidas cabíveis.
Durante a sessão de consulta, AMÉLIA te explica que jamais realizou o
mencionado concurso, sendo este de responsabilidade do secretário de
administração da época, que tinha competência para assuntos ligados à
admissão de pessoal.
AMÉLIA também te informa que o Município TUDO VAI DAR CERTO imprimiu
diversos panfletos e distribuiu em todas as escolas municipais informando que
ela praticou atos de improbidade, e que, por isso, teria fugido da cidade,
causando, portanto, ingentes prejuízos à sua honra.
Na condição de advogado de AMÉLIA, elabore a peça processual cabível para a
completa defesa de sua cliente.

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ESPELHO DE CORREÇÃO®
1. Contestação com Reconvenção endereçada ao JUIZ DE DIREITO DA 27ª
VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA TUDO VAI DAR CERTO, ESTADO
ESFORÇO E FÉ – 0,10
2. Indicação do número do Processo - 0,10
3. Indicação e qualificação da Ré Amélia – 0,10
4. Indicação e qualificação do Autor Município TUDO VAI DAR CERTO – 0,10
5. Preliminar Ilegitimidade Passiva – 0,50
6. Preliminar de Prescrição / Prejudicial de Mérito – 0,50
7. Atendimento ao princípio da eventualidade – 0,10
8. Princípio do livre acesso aos cargos públicos (37, II, da CRFB) – 0,50
9. Previsão da reserva de percentual dos cargos e empregos públicos para as
pessoas portadoras de deficiência (37, VIII, da CRFB) – 0,50
10. Demonstração de que visão monocular se enquadra como deficiência para
fins de concorrer ao percentual da reserva de vagas a portadores de
necessidades especiais (menção à súmula 377/STJ) – 0,50
11. Reconvenção: pedido de indenização por danos morais contra o município
– 1,00
12. Requerimentos
12.1. acolhimento da preliminar de ilegitimidade passiva ad causam (carência
de ação), com a extinção do processo sem resolução do mérito, na forma do
art. 337, XI, combinado com art. 485, do CPC – 0,10
12.2. acolhimento da preliminar de prescrição, extinguindo a ação com
resolução do mérito, na forma do art. 487, II, do CPC – 0,10
12.3. na eventualidade de não acolhimento da preliminar acima, a
improcedência dos pedidos – 0,10
12.4. acolhimento do pedido de reconvenção para condenar o Município nos
danos morais causados à Ré – 0,10
12.5. condenação do autor nos ônus da sucumbência, notadamente honorários
advocatícios – 0,10
12.6. produção de provas, especialmente documental – 0,10
12.7. valor da causa à reconvenção – 0,10
12.8. juntada de documentos – 0,10
12.9. local..., data... – 0,10
12.10. Advogado..., Oab... – 0,10

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MODELO (PADRÃO DE RESPOSTA)®

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 27ª VARA DA


FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA TUDO VAI DAR CERTO, ESTADO ESFORÇO E
FÉ.
Processo nº...
(10 linhas)
AMÉLIA, estado civil, profissão, domicílio e residência, endereço
eletrônico, CPF e RG..., por seu advogado, procuração em anexo, com
escritório na..., vem perante Vossa Excelência, com fulcro nos arts. 335 e 343
do CPC, oferecer CONTESTAÇÃO e propor RECONVENÇÃO nos autos da ação
civil por improbidade administrativa movida pelo MUNICÍPIO TUDO VAI DAR
CERTO, pessoa jurídica de direito público interno, com sede, CNPJ, ante os
fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:
DOS FATOS
O Município de TUDO VAI DAR CERTO (interior do Estado ESFORÇO E
FÉ) moveu ação civil por improbidade administrativa contra AMÉLIA, sob o fato
de que esta, no desempenho da função de secretária de saúde teria realizado
concurso público para cargos de professor municipal destinando o percentual
de 5% para os portadores de necessidades especiais, especificamente
indivíduos portadores de visão monocular, o que, no entender do Ente
Federado, viola o princípio da igualdade.
Ocorre que a ação foi movida no ano de 2016, sendo que a Ré já havia
deixado de exercer as funções desde 2010, sendo certo ainda que esta jamais
realizou o mencionado concurso, o que foi de responsabilidade do secretário de
administração da época, que te competência para assuntos ligados à admissão
de pessoal.
Como se não bastasse, o Município TUDO VAI DAR CERTO imprimiu
diversos panfletos e distribuiu em todas as escolas municipais informando que
ela praticou atos de improbidade, e que, por isso, teria fugido da cidade,
causando, portanto, ingentes prejuízos à sua honra.
Resta patente, “data venia”,a improcedência da presente ação e a
procedência da reconvenção.
É o que se verá nas linhas abaixo.
DA PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA / CARÊNCIA DE AÇÃO
Preliminarmente, argui o Réu a carência de ação, por ilegitimidade
passiva, na forma do art. 337, XI, do CPC.
Isto porque a Ré jamais realizou o mencionado concurso, sendo este de
responsabilidade do secretário de administração da época, que tinha a
competência para assuntos ligados à admissão de pessoal.
Assim, pede a V. Exa. a extinção do processo sem resolução do mérito,
na forma do que dispõe o art. 485 do CPC.
DA PRELIMINAR DE PRESCRIÇÃO / PREJUDICIAL DE MÉRITO
Preliminarmente, ainda, argui o Réu a prescrição da ação, na forma do
art. 487, II, do CPC.
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Isto porque a ação foi proposta 6 anos após a extinção da função de
secretária de saúde exercida pela Ré, ou seja, quando já havia ultrapassado o
prazo prescricional de 5 anos aplicáveis aos exercentes de cargos em
comissão, na forma do art. 23, I, da Lei 8.429/92, “literis”:
“Art. 23. As ações destinadas a levar a efeito as sanções
previstas nesta lei podem ser propostas:
l – até cinco anos após o término do exercício de mandato,
de cargo em comissão ou de função de confiança;”
Assim, pede a V. Exa. a extinção da ação, com resolução do mérito,
consoante art. 487, II, do CPC.
Em atenção ao princípio da eventualidade, passa, a Ré, a adentrar no
mérito, a fim de demonstrar a total improcedência dos pedidos do autor.
DO DIREITO
O ordenamento jurídico pátrio estabelece o princípio do livre acesso aos
cargos públicos, especialmente no art. 37, II, da CRFB, abaixo transcrita:
“Art. 37.omissis
...
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos,
de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;”
Por sua vez, o mesmo dispositivo, no seu inciso VIII determina a reserva
de cargos aos portadores de necessidades especiais, conforme norma abaixo
transcrita:
“Art. 37.omissis
...
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua
admissão;”
No caso em tela, embora o ato não tivesse sido praticado pela Ré, resta
patente a legalidade da conduta adotada pelo secretário de administração, na
medida em que efetivou a reserva de cargos aos portadores de necessidades
especiais, não havendo qualquer violação ao princípio da igualdade, como
alegado na exordial.
Vale ressaltar que os indivíduos que têm visão monocular são
enquadrados como portadores de deficiência, sendo-lhes garantido o direito de
concorrer às vagas destinadas aos sujeitos com necessidades especiais.
O entendimento ora defendido encontra guarida na Súmula 377 do
Colendo Superior Tribunal de Justiça, “literis”:
“Súmula 377. O portador de visão monocular tem direito de
concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos
deficientes”
Dai porque, Excelência, a conduta do secretário de reservar as vagas
destinadas aos portadores de visão monocular se deu em absoluta
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conformidade com a Constituição e com a jurisprudência consolidada nos
Tribunais Superiores, razão pela qual não se configura, na hipótese, qualquer
ato de improbidade administrativa.
Patente, portanto, a todas as luzes, a improcedência dos pedidos
formulados na inicial.
DA RECONVENÇÃO
O ordenamento jurídico pátrio assegura o direito de indenização àquele
que foi afetado em sua honra, conforme dispõe o art. 5º, V, da CRFB, sendo o
qual, “é assegurado o direito de resposta proporcional ao agravo, além da
indenização por danos material, moral ou à imagem.”.
No caso dos autos, no momento em que o Autor distribuiu panfletos por
todas as escolas da rede municipal de ensino, afirmando que a Ré teria
praticado atos de improbidade e fugido da cidade, o que não é verdade,
causou-lhe ingentes danos morais, sendo patente a responsabilidade do
município, na forma do art. 37, §6º, da Constituição Federal e 43, do Código
Civil.
Resta patente, assim, o nexo de causalidade entre a conduta lesiva e o
dano moral sofrido, a implicar no dever de reparação ora vindicado.
CONCLUSÃO E PEDIDOS
Em face do exposto, requer a Vossa Excelência:
a) o acolhimento da preliminar de ilegitimidade passiva ad causam, com
a extinção do processo sem resolução do mérito, na forma do art. 337, XI, c/c
art. 485, do CPC;
b) o acolhimento da preliminar de prescrição, extinguindo a ação com
resolução do mérito, na forma do art. 487, II, do CPC;
c) na eventualidade de não acolhimento de qualquer das preliminares
acima, pede a improcedência dos pedidos, afastando a pretensão do autor
frente a Ré;
d) a intimação do Autor, na pessoa do seu advogado, para oferecer
resposta à reconvenção no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de aplicar dos
efeitos da revelia;
e) a procedência dos pedidos da reconvenção, para condenar o Autor a
indenizar a Ré pelos danos morais que lhe causou, no valor a ser arbitrado por
esse MM. Juízo;
f) a condenação do autor nos ônus da sucumbência, notadamente
honorários advocatícios;
g) a produção de provas, especialmente documental;
h) a juntada dos documentos em anexo.
Dá à reconvenção o valor de R$ ...
P. deferimento.
Local..., data... Advogado... OAB...

Se é para pecar, peca pelo excesso!!! Bota tudo!!! rsrsrs


Que o Próprio Cristo o Abençoe!!!
Parabéns pelo empenho! CEJAS ARAS!
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