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"Professores nos cuidados intensivos”, assim começa o artigo do professor

Marco Bento. O assunto tratado salienta a importância das negociações entre o


Ministério da Educação e os professores sejam justas e transparentes, e que ambas as
partes trabalhem juntas para que sejam alcançados resultados satisfatórios para todas as
partes envolvidas. Não é recente (já se sabe há muito) que os professores desempenham
um papel fundamental na formação e educação de nossas futuras gerações, e é
importante que recebam o suporte e o respeito necessários para realizar o seu trabalho
de maneira eficaz. Infelizmente essa realidade está longe de ser cumprida, e as lutas
constantes dos professores levam a um desgaste excessivo devido às negociações
(prolongadas), interferindo diretamente na saúde mental e no bem estar dos professores.

A analogia feita no artigo serve para ilustrar a dinâmica entre os professores e o


Ministério da Educação. Podemos imaginar por um lado, os professores como pacientes
em cuidados intensivos, que estão a enfrentar desafios significativos no seu dia a dia,
como a falta de recursos, baixa remuneração, grandes turmas e problemas de disciplina.
E por outro lado, o Ministério da Educação, pode ser visto como o médico responsável
pelos cuidados desses pacientes, com a responsabilidade de garantir que recebam o
tratamento adequado e as condições necessárias para se recuperarem. Assim como um
médico deve monitorar cuidadosamente os seus pacientes, o Ministério da Educação
deve estar atento às necessidades dos professores e tomar medidas para garantir que
possam realizar o seu trabalho de maneira eficaz e com segurança. Com o frequente
adiamento de soluções para este problema, os professores continuam na luta por
melhores condições.

Relativamente à ideia da escola a tempo inteiro por si só, considero que esta não
garante uma educação de qualidade. É importante que a escola seja vista como um lugar
onde a qualidade do ensino é priorizada, e não apenas como um local para manter as
crianças ocupadas por um período de tempo determinado. Esta deve ser vista como um
espaço que contribui para a formação do indivíduo, incluindo o desenvolvimento de
habilidades sociais, emocionais e físicas, o que requer um ambiente acolhedor e seguro,
onde os alunos possam sentir-se à vontade para aprender e crescer. Penso que uma
educação de qualidade não é apenas aquela que oferece um bom currículo, mas também
uma que oferece um ambiente de aprendizado adequado e recursos suficientes para
garantir o sucesso do aluno. Como o professor Marco Bento refere, muitas vezes, os
currículos são desajustados e não levam em consideração as necessidades dos alunos.
Esta falta de recursos materiais e humanos também pode ter um impacto significativo na
qualidade da educação (salas de aula superlotadas, falta de equipamentos e materiais de
ensino, bem como uma falta de professores qualificados), comprometem a qualidade do
ensino.

Para além disso, a falta de motivação e equilíbrio emocional na escola também


pode ter um impacto significativo na educação, como menciona o artigo. A habilidade
emocional é essencial para ajudar os alunos a desenvolverem suas habilidades sociais e
emocionais, além de lidar com situações de conflito. A consciência ética é importante
para garantir que os professores atuem com integridade e respeito, tanto para com os
alunos como para com os colegas de trabalho. Se os alunos não se sentem motivados e
não têm o suporte emocional necessário, a sua capacidade de aprender e de se
desenvolver pode ser seriamente comprometida. Se esses elementos não estiverem
presentes, os prejuízos para a educação e para o desenvolvimento dos alunos poderão
ser bastante significativos.
No que diz respeito à desprofissionalização do docente, este é um problema (que
afeta toda a gente), e que ocorre por vários motivos como a falta de valorização dos
professores pela sociedade, falta de recursos e de formação adequada, excesso de
burocracias e falta de autonomia para os professores. Tudo isto, gera consequências
negativas e graves no que toca à qualidade da educação, incluindo o enfraquecimento da
"autonomia dos professores, mina a sua autoridade e, consequentemente, afeta a
qualidade da Educação que é oferecida aos alunos". Sem a valorização e o respeito pela
profissão de professor, muitos profissionais acabam desmotivados e desvalorizados, o
que pode afetar diretamente a qualidade do ensino que oferecem aos alunos. Para evitar
a desprofissionalização docente, é importante que sejam tomadas medidas através de
investimentos em formação e capacitação, garantindo a autonomia dos professores para
tomarem decisões sobre o ensino, diminuindo a burocracia e garantindo melhores
condições de trabalho e remuneração. Além disso, e como o professor Marco Bento
descreve ao longo do artigo, a sociedade precisa reconhecer a importância do trabalho
dos professores e valorizar a educação como um bem público essencial para o
desenvolvimento da sociedade.

Acredito que a educação é um pilar fundamental para o desenvolvimento de uma


sociedade mais justa e desenvolvida, e que os professores são as peças-chave nesse
processo. São os responsáveis por transmitir conhecimentos, valores e habilidades que
são fulcrais para a formação dos jovens e para o desenvolvimento do país como um
todo.

Em relação à autonomia pedagógica, que se refere à capacidade do professor de


tomar decisões relacionadas à sua prática docente, como a escolha dos métodos de
ensino, dos conteúdos a serem trabalhados em sala de aula e da forma como as
avaliações serão realizadas, quando o professor tem esta autonomia, sente-se mais
valorizado e capaz de desempenhar a sua função de maneira efetiva. Contudo, muitas
das vezes, os professores são submetidos a currículos inflexíveis e a metodologias de
ensino impostas, sem levar em consideração as características e necessidades dos alunos
ou a realidade da escola. Defendo que é fundamental garantir a autonomia pedagógica
dos professores, através de políticas públicas que incentivem a formação continuada e o
desenvolvimento de habilidades e competências dos professores, proporcionando
espaços de reflexão e troca de experiências, que permitam aos docentes tomarem
decisões conscientes sobre a sua prática pedagógica. A participação e o envolvimento
dos professores na construção de políticas educativas são fundamentais para combater a
desprofissionalização docente e garantir a qualidade da educação. Os professores são os
principais atores do processo educativo e, portanto, possuem um conhecimento
profundo sobre as necessidades e desafios da escola e dos alunos. Quando os
professores são envolvidos na construção de políticas educativas, as suas vozes e ideias
são ouvidas. Isso contribui para o fortalecimento da profissão docente, já que os
professores se sentem valorizados e reconhecidos.

Para além disso, os professores também precisam de tempo e espaço para se


dedicarem ao seu papel pedagógico, sem ter que lidar com tarefas administrativas ou
outras atividades que não estejam diretamente relacionadas com a sua função de
ensinar. Para isso, é necessário o reforço de recursos humanos nas escolas, com a
contratação de assistentes operacionais, psicólogos, terapeutas, técnicos de informática,
assistentes administrativos, entre outros técnicos especializados.
Reconhecer e valorizar os professores como profissionais qualificados é
fundamental para atrair jovens talentosos para a carreira docente e aumentar a
motivação e satisfação dos professores que já exercem a profissão. Os professores
precisam sentir que a sua profissão é valorizada pela sociedade e que o seu trabalho é
reconhecido e respeitado. Isso passa por uma valorização salarial, mas também por
condições de trabalho adequadas, formação continuada de qualidade, autonomia
pedagógica e participação na construção de políticas educativas.

Os pais dos alunos e a comunidade em geral devem reconhecer a importância do


papel dos professores na formação dos jovens e na construção de uma sociedade mais
justa e desenvolvida. Desta forma, ao valorizar os professores como profissionais
qualificados, será possível atrair jovens talentosos para a carreira docente e aumentar a
motivação e satisfação dos professores que já exercem a profissão, garantindo assim
uma educação de qualidade para todos os alunos em Portugal.

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