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REFINANDO O DESEMPENHO

SUMÁRIO
1 – O uso da sua voz ................................................................................................... 2

2 – A boa apresentação das ideias ..............................................................................3

3 – Linguagem corporal ................................................................................................5

4 – Referências ............................................................................................................9
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Refinando o desempenho

O uso da voz

A voz é o espelho da personalidade humana. Cada voz é única em suas vibrações,


nos seus tons, na sua textura e musicalidade. Por meio da voz, mostramos ao mundo
quem somos, o que sentimos e como vemos as coisas.

A voz, associada aos gestos, às expressões corporais, à postura e à fala, compõem


um poderoso instrumental da comunicação humana. Se as palavras transmitem a
mensagem intelectual, a voz transmite a mensagem emocional numa linguagem cujos
matizes vão nos distinguir como personagens únicos de nossa história.

Conforme Pereira (2011), a entonação, o ritmo e a inflexão influenciam a comunicação


por meio da voz e da fala, tanto quanto a gesticulação e a postura influenciam a
comunicação corporal. Segundo ele, a inflexão da voz muito influencia na percepção
do que realmente interessa na mensagem. Para Pereira (2011), o corpo, a expressão
facial, as mãos e – definitivamente – a voz devem indicar a importância do que está
sendo dito. E finaliza colocando que o modo como utilizamos nossa voz é o grande
atalho para a interpretação correta do sentido das palavras.

Gonçalves (2016) faz algumas recomendações a respeito do uso da voz:

 nós não nos ouvimos da mesma forma que os outros nos ouvem;

 a voz é tão importante quanto a mensagem porque é ela que dá, ou não,
credibilidade ao conteúdo. Por isso, a harmonia e a coerência devem estar
sempre presentes no que dizemos e como na forma como transmitimos uma
informação;

 para cuidar da voz é essencial conhecê-la e usá-la bem, respeitar o equilíbrio


entre o ar que sai do corpo e a força muscular exercida pelas cordas vocais e
tirar dela o melhor rendimento com o mínimo de esforço. Para isso, é preciso
conhecer também as emoções, as quais interferem diretamente na produção
da voz;

 no ambiente profissional, a voz traz vantagens em diversas situações. Por ela


você transmite confiança, liderança, credibilidade e assertividade;
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 a plateia reflete o que você está dizendo. Se a sua voz transmite entusiasmo,
vivacidade e convicção, a confiança na sua apresentação será plena. Use sua
voz com coragem e ousadia para superar os próprios limites;

 fumo, bebida em excesso, ar-condicionado, líquidos e alimentos muito frios ou


quentes e roupas apertadas devem ser evitados para manter uma boa
qualidade vocal;

 se estiver rouco, não force a voz. Faça repouso vocal e, se isso não resolver,
procure um especialista. Gritar é um hábito extremamente prejudicial à saúde
vocal e pode causar sérios danos às cordas vocais. Tente evitar isso o máximo
possível.

A boa apresentação das ideias

Como vimos, é fundamental buscar o equilíbrio entre os diversos elementos da


comunicação oral, como o ritmo, a intensidade, o conteúdo, a emoção e a pronúncia,
para que a mensagem seja passada de forma clara. Além disso, é preciso unir a
técnica à naturalidade para uma transmissão mais autêntica e construtiva.

Pereira (2011) destaca o valor da emoção e, mais ainda, de demonstrar paixão pelo
assunto que se está apresentando. Para o autor, técnicas ajudam para uma
apresentação ser considerada boa ou ótima, mas para uma apresentação ser
considerada excepcional, o apresentador precisa ter brilho no olhos, transmitir
sentimento na hora da apresentação, um envolvimento emocional que contagie os
ouvintes.

Inácio (2013) faz algumas considerações sobre habilidades técnicas e


comportamentais para uma boa apresentação de ideia:

Habilidades técnicas:

 comece falando com entusiasmo, demonstrando a alegria de poder estar fazendo


isso;

 fale sem esforço, mas de modo que seja ouvido por todo o público;
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 articule bem as palavras, mas não exagere nos movimentos do rosto e músculos
da face;

 evite pronunciar errado termos estrangeiros; usar vícios de linguagem, como tá?,
né?, ok?, certo?, entendeu?, percebe?; falar como um robô; cometer erros
gramaticais; comer os ésses − S – e os érres – R; expressar-se sem objetividade e
clareza; usar termos técnicos para público leigo; não levar em conta o momento, o
local e o meio; baixar a voz no final das palavras e das frases; não enfatizar as
ideias principais;

 utilize os verbos na voz ativa, se possível;

 use adjetivos com moderação, usá-los em excesso enfraquece a frase;

 desperte imagens visuais por meio da fala para um efeito mais marcante;

 seja sincero e tenha convicção do que diz;

 estimule o interesse da plateia com bons argumentos, vocabulário e figuras de


linguagem;

 faça com que suas palavras toquem fundo a mente e o coração da plateia;

 evite divagações. Não permita que o público pense: E daí? O que eu tenho a ver
com essa história? Não tenho motivos para prestar atenção em você. Para manter
o interesse do público, apresente argumentos interessantes, motivadores, seja
criativo;

 evite detalhar em excesso. A apresentação tem um corpo estrutural. Não faça dos
atalhos os personagens principais para não perder de vista a base das ideias;

 fale com a plateia e não para ela, buscando sintonia com as pessoas;

 expresse o máximo de leveza através do seu rosto.

Habilidades comportamentais:

 não tema o silêncio e as pausas. Eles são importantes para enfatizar o assunto e
dar tempo para o público refletir. Além disso, valorizam o que veio antes e preparam
para o que virá a seguir;
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 o ritmo da apresentação deve atender às necessidades do texto. Se a informação


for muito complexa, fale mais devagar; se for mais simples, fale mais rápido. Se
você acelerar, o público perderá o interesse, caso não entenda a mensagem. Se
você falar muito devagar poderão sentir sono. Varie o ritmo da sua apresentação;

 tenha a plateia como companheira. Dê motivos para que ela se sinta bem com o
que ouve, vê, vive e sente;

 se você perceber que o público não está entendendo, resuma os pontos principais
abordados até então e abra espaço para perguntas.

Linguagem corporal

O nosso corpo fala. Ele capta tudo, de todas as maneiras e reflete o que somos. Indica
quando estamos mentindo, arranca máscaras e expõe as verdades inconscientes por
meio da linguagem expressiva. A postura, as expressões faciais, os movimentos dos
olhos, do rosto, das pernas, das mãos, enfim, qualquer gesto, por menor que seja,
traduz o que as palavras muitas vezes não conseguem expressar.

Existe um amplo espectro de comportamentos não verbais, incluindo tom de voz,


postura, expressão facial, gestos, utilização do espaço, contato visual e movimento
corporal, que agem para reforçar ou contradizer a mensagem verbal. A falta de
percepção para os sinais não verbais pode obscurecer ou inibir a comunicação eficaz.
Por outro lado, o conhecimento do funcionamento das dimensões não verbais pode
estimular a interação criativa.

Estudos neste campo revelam que:

 embora possamos manipular e disfarçar nossas mensagens verbais à vontade,


nossos corpos estão predispostos a transmitir apenas o verdadeiro significado de
nossas expressões;
 quando mensagens verbais e não verbais conflitam, o ouvinte invariavelmente
confia na mensagem não verbal: confiamos mais em atitudes do que em palavras;
 a transmissão de mensagens mistas (contraditórias) empresta um sentimento
negativo geral à comunicação;
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 o medo é a maior barreira a comunicação franca e criativa, entre colegas e entre


gerentes e subordinados. Uma implicação crucial para empresas é que essa faixa
comprimida de interação resulta em produtividade inferior;
 em toda cultura há um círculo ideal em torno de uma pessoa. É o território ou
espaço em volta dela que não pode ser violado, a não ser que se tenha intimidade,
ou alguma razão legítima para tal. Pode ser ainda que se esteja violando
deliberadamente ou de maneira agressiva esse espaço: quando se fica muito
próximo, ao tocá-la etc.

Os movimentos do corpo têm a mesma importância que a palavra em relação à


comunicação humana. Esses recursos expressivos fortalecem o vínculo entre as
pessoas e a interação social. Vejamos algumas orientações de Inácio (2013) a
respeito da linguagem corporal nas apresentações.

Postura e posicionamento

Para reduzir os bloqueios não verbais nas apresentações em público, deixe o cenário
da apresentação livre para ser mais natural e não correr o risco de tropeçar. Estude o
espaço com antecedência. Cuide de sua postura e de seu posicionamento dando
atenção aos seguintes pontos:

 determine uma zona de conforto para se movimentar com tranquilidade;

 divida, mentalmente, a plateia em A, B, C e D. Primeiro, olhe para o público como


um todo, depois para cada setor. Todos, indistintamente, deverão receber sua
atenção visual;

 evite ficar de costas para o público. Mantenha a cabeça erguida e olhe sempre para
ele. Não fique olhando para o teto e muito menos para o chão;

 evite sentar durante a apresentação. Mantenha o corpo em uma postura elegante


e natural, com as pernas levemente flexionadas;

 ande naturalmente pela sua área de atuação, mas sempre em contato com a
plateia, que acompanha todos os seus movimentos.
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Expressões faciais

O rosto e suas expressões são focos constantes do interesse do público. Os músculos


da face precisam ser constantemente exercitados para manterem a flexibilidade. A
rigidez muscular endurece a expressão e impede uma comunicação mais fluida e
expressiva. Se o momento, o local, o meio e o tipo de mensagem permitirem, tenha
sempre um sorriso sincero nos lábios e no olhar.

Movimentação das mãos

Saber usar as mãos como um recurso expressivo valoriza a mensagem e enriquece


a comunicação. Após os minutos iniciais da apresentação, as mãos vão se soltando
naturalmente, dando forma visual ao pensamento.

Seguem algumas sugestões sobre como movimentar as mãos:

 evite deixar as mãos nos bolsos nem as cruze na frente ou nas costas;

 deixe o gesto fluir naturalmente, pois a mensagem requisita o movimento gestual;

 evite erguer os braços acima da cabeça e movimentar as mãos além da altura do


peito, a não ser que esteja num espaço muito amplo;

 atente para os gestos repetitivos. O excesso deles pode transformar-se numa


barreira visual;

 tenha cuidado com os gestos contraditórios. Se o objetivo é reforçar o espírito de


união, a linguagem gestual deve dar forma, cor, textura e consistência a essa ideia;

 fique atento para que os seus gestos estejam alicerçados numa ideia que os
fortaleça de modo que ganhem significado na transmissão da mensagem. O gesto
precisa ter um objetivo, um motivo, para dar forma ao conteúdo. Faça gestos que
estimulem a abertura da plateia.

Contato visual

Manter contato visual com os espectadores, demonstrando que se está aberto à


aproximação, é criar empatia e estabelecer um canal de atitudes receptivas. Quando
olhamos com interesse e amizade para o público, é como se disséssemos: Eu aceito
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as suas diferenças e quero interagir da forma mais produtiva e prazerosa que puder.
Eu os convido a se aproximar.

Vestimenta adequada

As roupas e os acessórios que você escolhe para usar e como os usa fazem parte
dos elementos de sua revelação ao mundo. Pereira (2011) enfatiza que, antes de a
plateia ouvi-lo, ela o vê e o sente. A aparência física não deve ser deixada de lado.

Veja a seguir algumas sugestões sobre cuidados com a vestimenta:

 observe o tipo, o objetivo, o público-alvo, as características do trabalho, o horário,


a temperatura e a duração do evento;

 procure um tipo de roupa que lhe caia bem e que esteja de acordo com o seu jeito
de ser e com a imagem que você pretende passar ao público;

 conheça as regras do grupo social em que você atua, isso ajuda a escolher o melhor
traje para o momento. Dê preferência a roupas discretas para evitar erros;

 procure espelhar-se nas pessoas que você admira pelo bom gosto e veja o que
pode aprender com elas.

Tenha em mente que a roupa que você está usando deve promover seu marketing
pessoal de maneira discreta, elegante e eficaz. Vestir-se bem é uma arte que também
se aprende.
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Referências

BAÊTA, Yan. Apresentações: tudo o que você precisa saber sobre elas. 2017.
Disponível em: <http://www.smartalk.com.br/apresentacoes-tudo-o-que-voce-precisa-
saber-sobre-elas/>. Acesso em 21 jan.2018.

CAMPOS, Antônio Guimarães. Oratória: a arte de falar ao público. Minas Gerais: Ubá
− ASSEGOC, 2006. (Apostila de curso).

GONÇALVES, Marcelo. Oratória empresarial. Clube de Autores. (Apostila...). 2016.


Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=Vs1jDAAAQBAJ>. Acesso
em: 9 dez. 2017.

INÁCIO, Sandra Regina da Luz. Saiba como apresentar muito bem suas ideias. 2013.
Disponível em: <https://www.projetodiario.net.br/saiba-como-apresentar-muito-bem-
suas-ideias>. Acesso em: 11 dez. 2017.

MARQUES, Wanderley. Criando um esquema seguro para facilitar a apresentação.


2015. Disponível em: <http://www.wanderleimarques.com.br/2015/01/criando-um-
esquema-seguro-para.html?m=1>. Acesso em: 11dez. 2017.

. O checklist da apresentação de slide. 2013. Disponível em:


<http://www.wanderleimarques.com.br/2013/01>. Acesso em: 11 dez. 2017.

OLIVEIRA, João Domingos Soares de. Mestrado em Teologia Especializado. Clube


de Autores. 2009. Disponível em:
<https://books.google.com.br/books?id=Vs1jDAAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-
BR#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 08 dez. 2017.

PEREIRA, Ney. Comunicação em apresentações. (Apostila...). Rio de Janeiro: FGV,


2011.

SHANNON, Claude E.; WEAVER, Warren. A teoria matemática da comunicação. 11.


ed. São Paulo: DIFEL, 1975.

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